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Universidade Federal do Espírito Santo
Programa Institucional de Iniciação Científica
Relatório Final de Pesquisa
Análise Petrográfica das Falésias de Costa Dourada, Litoral Sul da
Bahia.
Identificação:
Grande área do CNPq.: Ciências Exatas e da Terra
Área do CNPq: Geociências
Título do Projeto: Mapeamento Geológico das Regiões Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia
Professor Orientador: Leonardo Costa de Oliveira
Estudante PIBIC/PIVIC: Ricardo de Souza Fasolo
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo discutir a evolução diagenética dos arenitos da falésia de
Costa Dourada, Mucuri, Ba. Estes depósitos neogênicos são conhecidos sob a denominação Formação
Barreiras ocorrendo em várias falésias no litoral sul da Bahia. No entanto, de acordo com publicações
recentes a respeito do tectonismo recente (neotectônica) que teria acometido os depósitos dessa região, o
quadro estratigráfico desta pode também ter sido alterado. De forma geral esses arenitos são compostos
de sedimentos de origem predominantemente continental a litorânea, arenosos e de cores variegadas,
que se distribuem ao longo do litoral brasileiro desde o Amapá até o Rio de Janeiro. Dessa maneira,
pretende-se obter, por meio de análises petrográficas e de estudos de microscopia eletrônica de
varredura a visualização da evolução diagenética dos arenitos estudados e contribuir com os modelos
paleoambientais atribuídos a esta unidade litoestratigráfica.
Palavras chave: Formação Rio Doce, Formação Barreiras, Diagênese, Bacia de Mucuri, Falésias de
Costa Dourada
1 – Introdução
Na praia de Costa Dourada, localizada no Município de Mucuri, extremo sul do Estado da Bahia,
ocorre uma falésia com altura variando de 5 m a 15 m, na qual se expõe, em grande parte, arenito de
granulometria grossa o qual foi considerado (através de aspectos sedimentológicos marcantes)
pertencente à seção Cenozóica da Bacia do Espírito Santo (Formação Rio Doce, Eocenozóico; ou
Formação Barreiras, Neocenozóico). A escarpa está sob intenso processo ativo de intemperismo e erosão
marítima, que é representada por feição intempérica de case-hardenig, isto é, endurecimento da superfície
por percolação de ferro e manganês (Motoki et al., 2007b).
Ao longo do litoral sul da Bahia é largamente documentado na literatura geológica que grande
parte dessas falésias pertence à seção quaternária, à Formação Barreiras. Recentemente Lima et al.
(2006), através de análise faciológica das falésias aflorantes entre as cidades de Porto Seguro e Prado,
identificou o predomínio de litofácies maciças em comparação às fácies de arenitos laminados e com
estratificações cruzadas. Este autor considerou estas falésias inseridas no contexto da Formação Barreiras.
A Formação Rio Doce não está representada nos mapas geológicos desta região (p. ex. Martin et.
al., 1997). A razão para isso pode estar relacionada à escala de mapeamento adotada nestes mapas ou pelo
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fato de ocorrerem pontualmente e, em sua maioria, superpostos pelos depósitos da Formação Barreiras,
sendo, portanto, englobados nesta unidade (Morais, 2007). Entretanto, trabalhos recentes registram que
estes depósitos afloram em larga escala no norte do Espírito Santo (Morais, op. cit.).
No entanto, segundo a maioria dos autores a Formação Barreiras constitui a unidade geológica de
ocorrência mais expressiva da costa brasileira, aflorando desde o Estado do Rio de Janeiro até o Amapá
(Suguio & Nogueira, 1999). Estes depósitos vêm sendo estudados por muitos pesquisadores, alguns dos
quais, mais recentemente, chamaram atenção para a necessidade de caracterização das suas fácies,
visando uma melhor interpretação dos sistemas deposicionais envolvidos e sua correlação regional.
Estudos recentes têm demonstrado que esta unidade sofreu considerável deformação tectônica
(Mello et al., 2005; Novais, 2005; Hatushika et al., 2007). Estes trabalhos mostram o risco do uso de
feições geomorfológicas isoladamente para sua caracterização e os possíveis problemas para o seu
mapeamento geológico. O estado do Espírito Santo tem sido alvo, nos últimos anos, de estudos sobre a
influência de mecanismos neotectônicos na rede de drenagem e no relevo. Estes estudos têm sido
realizados principalmente na região Norte do estado, onde se documentou a atuação de pelo menos dois
eventos neotectônicos, sugerindo seu condicionamento sobre aspectos da rede de drenagem (Novais,
2005).
Ampliando a discussão acerca desta unidade litoestratigráfica na região estudada, Klein (1999
apud Novais, 2008) reconheceu eventos vulcânicos recentes (de idade Neógena), com características de
derrames no sul da Bahia, rochas estas também associadas aos sedimentos da Formação Barreiras. Mais
recentemente, Novais et al. (2008) descreveram corpos tabulares aflorantes na porção leste da cidade de
São Mateus e próximos das margens do Rio homônimo e do Rio do Norte. Esses corpos são ricos em
cristais fragmentados, admitindo que os mesmos são registros terciários de depósitos de surges
piroclásticos mais grosseiros, posteriormente oxidados. Ainda mais recentemente, Oliveira et al. (2012) e
Brito Neves et al. (2011) reconheceram no sopé das falésias de Costa Dourada tratos francamente
vulcânicos, onde as interdigitações (vulcânico-sedimentar/sedimento) são observadas nitidamente.
Segundo esses mesmos autores, e de acordo com Martin et al. (op. cit.) estes depósitos foram descritos no
passado como registros sedimentares pertencentes à Formação Barreiras e ou Rio Doce.
Há, portanto, uma carência de estudos estratigráficos, sedimentológicos e petrográficos a respeito
desta seção, particularmente no litoral Sul da Bahia. A grande variabilidade nos modelos paleoambientais
atribuídos a esta unidade litoestratigráfica pode ser melhor entendida se considerarmos a evolução
diagenética sofrida por essas rochas. Neste contexto, pretende-se caracterizar, em termos petrográficos, os
arenitos cenozóicos da Formação Barreiras e contribuir com a evolução do conhecimento a respeito das
seções Terciária e Quaternária (considerando que o uso dos termos “Terciário” e “Quaternário” são ainda
hoje aceitos – www.stratigraphy.org – e estão sendo utilizados em seu sentido original, uma vez que os
depósitos aqui estudados não possuem um claro posicionamento geocronológico, exceto serem
considerados Cenozóicos).
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2 – Objetivos
1) Realizar a análise petrográfica dos depósitos areníticos presentes na falésia da Praia de Costa
Dourada, litoral sul da Bahia;
2) desenvolver um modelo de evolução diagenética para as rochas estudadas;
3) gerar dados geológicos do Sul da Bahia para subsidiar mapeamentos posteriores;
4) ampliar o conhecimento faciológico e paleoambiental da Formação Barreiras.
3 – Área de Estudo
A área estudada é a praia de Costa Dourada a qual está situada entre os paralelos S18°15.50’ e
W39°37.57’, localizada no Município de Mucuri, no extremo sul do Estado da Bahia, região limítrofe
entre as bacias de Mucuri e Espírito Santo. Esta localidade encontra-se a 8.3 km de distância a partir da
divisa do estado, e a 56 km ao norte-nordeste de São Mateus, Estado do Espírito Santo (Figura 1). O
acesso à região pode ser feito por
uma estrada de terra com 40 km
de extensão, que inicia na BR-
101, no povoado de 31 de Março
no próprio município, e/ou
atravessando a Foz do Rio Mucuri
de lanchas, barcos ou canoa. Pode
ter acesso também pela BR-101
na divisa ES/BA, seguindo 37 km
de estrada de terra.
4 – Metodologia
O presente trabalho foi desenvolvido em seis etapas, quais sejam:
I.Pesquisa Bibliográfica
Nesta fase foi realizada a pesquisa do material publicado sobre a caracterização diagenética
reservatórios siliciclásticos, bem como sobre a geologia regional da Bacia do Espírito Santo e
mucuri. Esta pesquisa forneceu um embasamento teórico fundamentado sobre o tema da pesquisa,
subsidiando as futuras discussões e conclusões.
II.Descrição sedimentológica dos afloramentos
Esta etapa visou promover uma descrição sedimentológica detalhada das falésias aflorantes em
Costa Dourada, com o objetivo de identificar os processos envolvidos na sedimentação e definir o
padrão do empilhamento estratigráfico.
Figura 1 – Localização da área de estudo amostras (Modificado
de Mapa Geodiversidade do Brasil, 2006).
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III.Coleta de Amostras
A coleta das amostras foi feita através de
um trabalho de campo utilizando-se de
uma metodologia muito comum na
agricultura, no qual um tubo de PVC é
usado para coletar amostras do solo (figura
2A). A segunda etapa da coleta consistiu
no uso de um poliéster insaturado, junto
com o uso de um catalisador a base de
peróxido, com o objetivo de consolidar os
sedimentos. A prática do uso da resina
permite amostrar lâminas em rochas pouco
consolidadas.
IV.Caracterização petrográfica
As amostras coletadas foram impregnadas para a obtenção de seções delgadas com o intuito de
caracterizar o processo diagenético dos arenitos em questão. Esta caracterização forneceu dados
para interpretar a história diagenética ocorrida e definir a influência da mesma na qualidade dos
arenitos como reservatórios. Essas amostras foram analisadas em microscópio Diagtech com luz
polarizada e refletida e fotografadas por câmera digital Nikon Coolpix 9900 e em seguida,
individualizadas petrograficamente segundo classificação Wentworth (1922) e textural de Folk
(1980). Para a cclassificação das rochas foi utilizado As amostras foram preparadas no Laboratório
de Geral de Processamento de Amostras
da UERJ (LGPA-UERJ).
V.Microscopia Eletrônica de Varredura e
detecção de energia dispersiva
(MEV/EDS).
Para melhor caracterização diagenética e
mineralógica dos arenitos estudados,
Figura 2 – Aspectos gerais da coleta das
amostras. A) Tubo de PVC utilizado na
amostragem; B) Coleta da amostra; C)
Preparação do tubo de PVC com resina;
D) Amostra após a retirada do tubo.
Observar a função essencial da resina na
aglutinação dos sedimentos; E) Resina
envolvendo a amostra, essencial para a
preparação de lâminas petrográficas de
rochas pouco consolidadas.
Figura 3 – Figura mostrando o interior da câmara
de análises do MEV.
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foram empregadas análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Essa etapa foi realizada
no DEPA da UERJ.
VI. Preparação do relatório final de pesquisa
Esta última etapa, que na verdade acompanhou parcialmente o desenvolvimento das demais,
compreendeu a elaboração de um texto contendo a integração de todos os dados obtidos.
5 – Contexto Geológico da Bacia de Mucuri
A área estuda encontra-se numa região fronteiriça entre as bacias de Espírito Santo e Mucuri. No
entanto, apesar de essas bacias terem sido divididas levando-se em conta mais aspectos geográficos
(divisa Espírito Santo-Bahia) do que geológicos (Vieira et al., 1994), considerou-se nesta pesquisa que
essas falésias são pertencentes à Bacia de Mucuri, pelo fato das mesmas estarem posicionadas, segundo
França et al. (2007), nos limites da Bacia de Mucuri (ou seja, entre os paralelos 17º 35’ e 18º21’).
A Bacia de Mucuri é uma das bacias de margens passivas, oriunda da separação continental Brasil-
África. Está limitada a norte pela interseção com a linha de costa e o embasamento raso, a oeste pelo
embasamento cristalino, a sul pela Bacia do Espírito Santo, e a leste pelo limite crosta continental/crosta
oceânica, totalizando uma área aproximada de 14.800 km2
(França, 2006 apud França et al., 2007), dos
quais 1.300 km2
referem-se à bacia terrestre.
O embasamento cristalino da Bacia de Mucuri é constituído por rochas metamórficas da Faixa
Araçuaí, que bordeja o sudeste do Cráton do São Francisco (França et al., 2007). Trata-se de rochas
retrabalhadas durante o Ciclo Brasiliano que exibem paragêneses minerais de alto grau metamórfico,
representadas por granitoides,
gnaisses, migmatitos e granulitos.
Com a contínua evolução
do conhecimento acerca da
tectônica das bacias sedimentares
do Atlântico Sul foi possível
estabelecer as principais fases
relacionadas ao rifteamento e as
feições formadas durante o
processo. Assim, segundo França
et al. (op. cit.), as unidades que
preenchem a Bacia de Mucuri
podem ser agrupadas em três
supersequências denominadas de
rift, pós-rift e drift.
O modelo proposto por
Cainelli & Mohriak (1999) para a
fase rifte das bacias brasileiras
apresenta uma sequência evolutiva
Figura 4 – Carta estratigráfica da Bacia do Mucuri (Fonte:
França et al., 2007)
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coerente, embora generalista, cujas sequências foram baseadas em modelos anteriores para outras
margens passivas. Segundo estes modelos, o processo do rifteamento consistiu em 5 etapas principais:
Fase I – soerguimento termal astenosférico, com afinamento regional da crosta continental e manto
superior, chamada fase dúctil, e formação de falhas na crosta superior; Fase II – corresponde a fase rúptil,
com um aumento do estiramento litosférico e a ocorrência de grandes falhas afetando a crosta continental,
extrusões basálticas e formação de semi-grábens; Fase III – Intensa extensão litosférica, com geração de
grandes falhas e rotação de blocos do rifte. A partir de então, esses autores admitem a ruptura que deu
início à formação do assoalho oceânico. Fase IV – A concentração da extensão litosférica em um lócus
leva à formação da Cordilheira Meso-Atlântica, concomitantemente ao extravasamento de crosta
oceânica, estando associada nas bacias ao sul pelos seaward dipping reflectors (SDRs) e reativação de
falhas regionais; Fase V – Contração termal da litosfera e aprofundamento da batimetria no final do
albiano. É importante notar que esses autores incluem em todas as fases evolutivas o processo de
underplating da base da litosfera.
Especificamente a Bacia de Mucuri, inicialmente, foi preenchida por arenitos e folhelhos de idade
rifte (Formação Cricaré) limitados, no topo, pela Discordância Pré-Alagoas (DPA). Sobrepostos, ocorrem
sedimentos da fase drifte formados por evaporitos e arenitos da Formação Mariricu/Membros Mucuri e
Itaúnas, arenitos associados com carbonatos de águas rasas (Grupo Barra Nova) e espessos intervalos de
pelitos intercalados com lentes de carbonatos e de fluxos gravitacionais siliciclásticos (Formação
Urucutuca); estes últimos limitados, na base, pela Discordância Pré-Urucutuca (DPU). O ciclo
deposicional da bacia foi completado com a deposição de sedimentos terciários das formações Caravelas
(carbonatos de água rasa), Rio Doce e Barreiras (siliciclásticos flúvioaluviais) (figura 4).
De certa forma, eventos vulcânicos de diversas idades estão presentes em toda coluna
estratigráfica dessa bacia.
5.1 – Formação Barreiras
De maneira geral a Formação Barreiras é constituída, predominantemente, de arenitos quartzosos,
cauliníticos (alteração de feldspatos), ora maciços, ora com estratificações, intercalados a lamitos. Os
depósitos são bastante ferruginizados, apresentando cores variadas (vermelho ao alaranjado).
Em trabalhos mais recentes, as rochas designadas de “Barreiras” foram reposicionadas na
categoria de formação por Mabesoone et al. (1991). As unidades antes individualizadas representariam,
segundo esses autores, apenas variações faciológicas dos diferentes sistemas deposicionais associados,
corroborando a concepção estabelecida anteriormente por Kegel (1957).
A idade da Formação Barreiras já foi admitida desde os fins do Mesozóico até o início do
Quaternário (Matoso & Robertson, 1959), sendo atualmente aceita entre o Mioceno e o Plioceno. Estudos
palinológicos na região do Pará (Arai et al., 1988) têm fornecido idades do Mioceno inicial a médio para
a porção inferior do Barreiras, constituindo os dados de maior confiabilidade disponíveis.
Morais et al. (2005) caracterizaram associações faciológicas de ambiente fluvial entrelaçado para
os depósitos do Barreiras do estado do Espírito Santo, com participação de sedimentos depositados por
fluxos de detritos e fáceis típicas de planícies de inundação.
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5.2 – Formação Rio Doce
A Formação Rio Doce foi definida por Asmus et al. (1971) através de fósseis obtidos em poços
perfurados na porção marítima. Com base nestes registros fossilíferos, estes autores situaram a Formação
Rio Doce entre Paleoceno até o Mioceno inicial.
Por meio de características litológicas distintivas foram divididas três sub-unidades informais:
membros Piraúna, com intercalação de folhelhos e arenitos; Pirapitanga, com arenitos intercalados a
folhelhos e calcários; e Piranha formado por arenitos muito grossos, esbranquiçados e acinzentados,
quartzosos, feldspáticos e freqüentemente granatíferos.
A Formação Rio Doce corresponde a arenitos médios a muitos grossos, quartzosos, feldspáticos,
de cor cinza-esverdeada, maciços ou com estratificações cruzadas, mal selecionados, pouco lamosos e
silicificados. Ocorrem também minoritariamente rochas conglemeráticas com seixos de 2 a 3 cm, com
eventuais intercalações de camadas descontínuas de argilito verde. Os sedimentos desta unidade
litoestratigráfica são mineralogicamente imaturos como é indicado pela abundância de grãos feldspáticos.
O modelo sedimentar geral proposto para a Formação Rio Doce é de fluxos detríticos continentais
de alta densidade. Seus sedimentos integram um ambiente de leques aluviais associados a rios
entrelaçados, com acompanhamento gradual de pequenos sistemas lacustres rasos.
8 – Resultados e Discussões
De maneira geral os depósitos costeiros localizados entre o Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia
estão inseridos no contexto Cenozóico da Bacia do Espírito Santo, e são rotineiramente associados à
Formação Barreiras Morais (op.cit.). No entanto, o arenito exposto nesta praia tem aspectos visuais muito
similares ao arenito da Formação Rio Doce em São Mateus, ES.
Em comparação com os arenitos da Formação Rio Doce, observados em São Mateus, a
quantidade modal de quartzo é maior e de feldspato alcalino é menor. Observam-se níveis horizontais
com notável concentração dos grãos
grandes de quartzo com espessura de 20
cm e comprimento de 1 m no afloramento,
sugerindo a estrutura sedimentar de canal.
Essas observações indicam que a rocha
original deste arenito situava-se em uma
distancia relativamente curta. A diagênese
do arenito é avançada fato este que
corrobora a hipótese destes arenitos não
estarem associados à Formação Barreiras.
Outros fatores contribuem para a
inferência destas rochas serem
geocronologicamente mais antigas que a
Formação Barreiras nesta região. Novais et
Figura 5 – Mapa de localização da praia de Costa
Dourada, Mucuri, Ba (S18°15.50’, W39°37.57’) em
relação aos complexos vulcânicos adjacentes. Modificado
de Clemente et al. (2011). A extensão da Província
Vulcanica de São Mateus é conforme Motoki et al.
(2007a) e Novais et al. (2008).
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al. (op. cit.) descrevem ocorrências, em superfície, de rochas vulcânicas ignibríticas na porção norte da
Bacia do Espírito Santo, e atribuem a sua origem a uma descontinuidade crustal denominada Arco de São
Mateus, que constituiria uma zona de profundas fissuras na crosta (figura 5). As reativações posteriores
desta estrutura controlariam os fenômenos neotectônicos, o padrão de drenagem, a circulação de fluidos
como também a geomorfologia da região. Novais et al. (op. cit.) admitem que há uma interrelação entre a
sequência vulcanoclástica da Fm. Abrolhos e sedimentos terciários da Fm. Rio Doce que próxima do
contato com as vulcânicas, encontra-se totalmente silicificada “cozida”.
Desta maneira, o fato de estarem expostas falésias referentes à Formação Rio Doce ao invés da
Formação Barreiras pode estar de alguma maneira relacionado com o forte tectonismo recente que
ocorreu na bacia do Espírito Santo durante o Cenozóico devido a implantação do Complexo Vulcânico de
Abrolhos (AVC) (Mello et al., 2005; Novais, 2005; Hatushika et al., 2007). Ou seja, grande parte da
seção Quaternária (formalmente conhecida como Formação barreiras) teria erodido e fazendo com que
aflorasse a seção terciária subjacente da Bacia (formalmente denominada Formação Rio Doce).
8.1 – Análise Petrográfica Geral
De maneira geral, os arenitos da falésia de Costa Dourada apresentam-se com granulometria
variando de fina a grânulo. O arredondamento dos grãos é em geral angular a subarredondado (Folk,
1980). Os contatos são nulos, pontuais ou flutuantes sugerindo um ambiente diagenético raso de pouco
soterramento (evidenciado pelo elevado volume intergranular) o que teria conferido a estes depósitos uma
compactação nula ou incipiente. Os grãos foram classificados como mal selecionados (Folk, 1968). Os
grãos do arcabouço encontram-se imersos numa matriz argilosa de coloração variando de verde a
castanho, com ausência de imbricamento dos grãos (Figura 6A).
Observou-se que em todas as lâminas
amostradas as rochas possuem elevada
dissolução telodiagenética (figura 6A),
provavelmente associada a alterações
Figura 6 – aspectos petrográficos gerais das
Falésias de Costa Dourada. A) Grão de quartzo
com as bordas dissolvidas, dissolução
telodiagenética e matriz. B) Hematita oxidando
matriz e grãos de quartzo. C) Zircão em grão de
quartzo. D) Vidro vulcânico com grande
quantidade de zircão. E) Piroxênio com alta
birrefringência e plano de clivagem
aproximadamente 90 graus. F) Muscovita
dissolvida com lamelas abertas sofrendo
substituição por caolinita.
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intempéricas, numa região dominada por um clima dominantemente quente variando de superúmido a
úmido (Nimer, 1972), bem como intensa presença de oxidação (figura 6B).
Os grãos de quartzo possuem extinção reta a fracamente ondulante, sendo estes principalmente
monocristalinos. O quartzo apresenta-se ora fragmentado com continuidade ótica e anguloso
possivelmente representando uma fase alfa (idiomórficos), ora subarredondados provavelmente de uma
fonte plutônica. Isto pode estar relacionado à existência de áreas-fonte distintas. Os grãos de quartzo
fragmentados apresentam-se com extinção reta e os arredondados apresentam-se com extinção levemente
ondulante. O mesmo encontra-se também com inclusões de zircão (figura 6C). A porcentagem média de
quartzo é de 26,96%.
Os feldspatos estão escassos em todas as lâminas possivelmente por estarem largamente
dissolvidos devido ao forte presença do intemperismo químico. Os feldspatos identificados foram o
ortoclásio e plagioclásios. A média geral dos feldspatos quantificados foi de 0,024%.
Os fragmentos de rocha estão presentes na média de 12,78%, sendo a maior parte possivelmente
fragmentos de vidro vulcânico, apresentando-se com extinção radial e de forma amorfa. Estes fragmentos
de vidro estão sendo substituídos por caulinita e estão inseridos em uma matriz argilosa.
Dentre os minerais acessórios, observa-se a muscovita com média de 0,26%. Os grãos de
muscovita apresentam-se com as lamelas abertas e em sua grande maioria substituídas por caolinita
(figura 6F). Isto estaria indicando um ambiente diagenético raso, favorável à abertura, provavelmente
associada a uma fase eodiagenética. A muscovita por ser um mineral mais flexível é sujeita ao efeito da
pressão mecânica sendo um bom indicador de compactação. Assim, outro fator que corroborou com a
inferência de uma compactação incipiente nas rochas estudadas foi justamente a ausência de dobramento
dos grãos de muscovita.
Existe a ocorrência também de minerais pesados como zircão com média de 0,76%. Este mineral
apresenta-se distribuído na maioria das lâminas como grão detrítico e na forma de inclusões em grãos de
quartzo (figura 6C, D).
Há também ocorrência de augita (figura 7 e tabela 2), mineral do grupo dos clinopiroxênios. Esta
está presente em algumas lâminas, mas com maior intensidade nas lâminas 2A e 3A. Este mineral
apresenta-se com plano de clivagem de aproximadamente 90 graus e com alta birrefringência, feições
cristalográficas características deste mineral (Deer et al., 1996). A porcentagem média dos
clinopiroxênios é de 0,69%.
Figura 7 – Imagem MEV/EDS. (3) Grão de Augita sendo
substituído por argilomineral. Notar o formato romboédrico.
Tabela 1 – Percentual composicional
dos elementos referentes ao ponto 3
(augita) da figura 7. Observar o
elevado percentual de ferro.
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8.2 – Classificação Composicional
O diagrama de Folk (op. cit.) determina a classificação mineralógica dos arenitos com base em um
diagrama ternário do tipo QFL (quartzo, feldspato e líticos). Folk (op. cit.) utiliza outros três diagramas
ternários para fazer uma correção na classificação das rochas.
Os arenitos das Falésias da Praia de Costa Dourada foram classificados como litoarenitos e
sublitarenitos (figura 8A). Par a esta classificação foi utilizado o software PETROLEDGE 2012 Version
3.2. Os dados da análise composicional foram plotados no diagrama ternário de Folk (op. cit.).
É possível notar pequenas diferenças quanto à composição detríticas dos arenitos. Os arenitos da
região de Mucuri possuem uma variação em relação à quantidade de fragmentos líticos. Nas lâminas 3C,
3D, 4B, 4C há uma diminuição na quantidade de líticos sendo estas classificadas como Sublitarenito.
Segundo Folk (op. cit.), se a rocha for classificada no campo do Sublitarenito, Litoarenito ou
Litoarenito Feldspático será necessário recalcular os fragmentos de rocha de granulação fina para 100% e
depois plotar no diagrama ternário VRF/MRF/SRF (Fragmento de Rocha Vulcânica, Fragmento de Rocha
Metamórfica e Fragmento de Rocha Sedimentar), e determinar se é um Volcanic-Arenite, um Phyllarenite
ou um Sedarenite. Recalculando a porcentagem do fragmento de rocha e plotando no diagrama ternário
de Folk (op. cit.) obtém-se um arenito vulcânico (Figura 8B), o que condiz com a geologia do entorno da
região estudada.
Figura 8. A) Diagrama ternário de classificação dos arenitos da região de Mucuri – Costa Dourada
(Modificado de Folk, 1980); B) Diagrama ternário de reclassificação das amostras dos arenitos da
região de Mucuri – Costa Dourada (Modificado de Folk, 1980)
8.2.1 – Proveniência
Os relatórios gerados pelo software
PETROLEDGE 2012 Version 3.2 reporta que
aos arenitos das Falésias de Costa Dourada
resultam de um orógeno reciclado (Figura 9). A
reciclagem orogenética ocorre em muitas
configurações tectônicas onde as rochas
estratificadas são deformadas, soerguidas e
erodidas (Potter, 1978 apud Dickinson et al,
A B
Figura 9 – Diagrama ternário de proveniência
dos arenitos da região de Mucuri – Costa
Dourada (Modificado de Dickinson et al, 1983
a)
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1985). Assim, sedimentos vindos de orógenos reciclados incluem varias proporções de materiais na qual
sua composição reflete da derivação de uma região Cratônica, arcosiana ou vulcanoclástica, modificada
em partes por processos metamórficos. Dado a diversidade de sedimentos de orógenos reciclados, é um
grande desafio imaginar um esquema para a identificação e classificação que tenha validade empírica
para a interpretação desses sedimentos (Mack, 1984 apud Dickinson, op. cit.).
Os arenitos das Falésias de Costa Dourada são formados principalmente por sedimentos
siliciclásticos provenientes da faixa Colatina composto por diques de diabásio e diques basálticos
intrudidos em granito mesocrático (Novais et al, 2003), sedimentos vulcânicos da Formação Abrolhos
localizada no extremo leste da Bacia do Espírito Santo/Mucuri (Vieira et al, op. cit.), além do Complexo
Medina, Complexo Montanha, Complexo Paraíba do Sul e o Complexo Charnockítico de Aimorés do
Cinturão Araçuaí/Ribeira compostos por rochas porfiríticas (Mello et al, 2011). A área fonte para o
ortoclásio nas lâminas das Falésias de Costa Dourada, são provavelmente desses complexos ígneos
citados por Novais et al (op. cit.), Vieira et al. (op. cit.) e por Mello et al. (op. cit.). Mello et al. (op. cit.)
também cita a presença da Augita em tais rochas. A Augita também foi identificada nas Lâminas
analisadas. A área fonte deste clinopiroxênio seria provavelmente proveniente dos complexos ígneos
citados por este autor e da Formação Abrolhos, em que Mohriak, (2005) também descreve a presença de
clinopiroxênios associados a basaltos porfiríticos.
Os fragmentos de rocha descritos em todas as lâminas como fragmento de rocha vulcânica podem
ser provenientes da formação Abrolhos, que foi responsável por um vulcanismo durante o Terciário de
grande abrangência e com elevado volume de derrames e intrusões (Vieira et al, op. cit.).
8.2.1 – Constituintes diagenéticos
8.2.1.1 – Compactação mecânica
Durante o processo de soterramento dos sedimentos, a pressão exercida na coluna sedimentar irá
atuar como um importante agente no rearranjo textural dos grãos. Esse rearranjo, essencialmente físico,
ocorre desde a deposição e representa o processo de maior redução de porosidade (Füchtbauer, 1967 apud
Freitas Brazil, 2004). Esse processo, conhecido também como compactação mecânica, ocorre desde o
início do soterramento dos sedimentos (eodiagênese), atinge um máximo (em profundidades rasas) e
diminui logo após (mesodiagênese). Segundo Füchtbauer (1967 apud Freitas Brazil, op. cit.), a atuação da
compactação mecânica concentra-se nos primeiros 1000 m de soterramento. Os principais processos de
compactação responsáveis pela redução de porosidade são a rotação e deslizamento de grãos
(principalmente relacionado a quartzo e feldspato), deformação de grãos dúcteis, deformação de grãos
flexíveis, fratura de grãos resistentes e compactação química (dissolução por pressão ao longo dos
contatos intergranulares). Nas amostras estudadas foi observada principalmente a deformação incipiente
de grãos flexíveis, o que corroborou a hipótese de pouco soterramento da seção.
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Relatório Final de Pesquisa
8.2.1.2 – Caolinita e Porosidade secundária
A caolinita é um argilomineral hidratado de alumínio, com estrutura 1:1, formado a partir da
hidrólise parcial. Este argilomineral é o principal mineral formado na diagênese das rochas estudadas.
Forma-se em condições climáticas úmidas pela ação ácida da água de poro em minerais detríticos de
aluminosilicatos, tais como: feldspato, micas, fragmentos de rochas, intraclastos lamosos e minerais
pesados (Worden & Morad, 2003). Ocorre na forma de fragmentos disseminados compostos por
agregados vermiculares e em booklets, os quais podem ou não conter pequenos vestígios de micas e grãos
de feldspato. Sua formação pode ser expressa pela seguinte reação, onde o potássio é totalmente
eliminado através da quebra pela água, permanecendo a sílica no mineral:
2KAlSi3O8
+
11H2O → Si2Al2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2K+
+ 2OH-
A caolinita é geralmente relacionada ao soerguimento dos depósitos arenosos na fase
telodiagenética que, após terem sofrido as modificações eodiagenéticas e mesodiagenéticas (em menor
escala nas areias estudadas), passam a sofrer influência da água meteórica. As alterações telodiagenéticas
ocorrem desde centenas até dezenas de metros de profundidade (Morad et al., 2000). No entanto, a
caolinita também pode estar relacionada à eodiagênese. Nesta fase ela ocorre associada à expansão de
muscovitas (figura 9F). Por isso, torna-se muito difícil um posicionamento seguro da caolinita na
seqüência diagenética. A água meteórica é geralmente muito diluída e oxidante, o que favorece a
dissolução dos grãos instáveis do arcabouço (tais como feldspato e muscovita) gerando, dessa maneira,
porosidade secundária (figuras 9A). Todavia, não foi possível determinar se a caolinita se formou tão
somente pela atuação da água meteórica.
8.2.2.3 – Esmectita
A esmectita é um argilomineral com estrutura 2:1 similar à das ilitas, mas com menos substituição
do Si nos tetraedros, portanto menor deficiência de carga, compensada por menos cátions (Na, Ca, Mg,
K) e mais água entre as camadas. São muito expansíveis, passando de 9,6 Å para até 21,6 Å
(normalmente 14 Å), fixando-se em 17,7 Å com glicol (Deer et al., op. cit.).
São características de ambientes com pouca água (intemperismo em climas sêcos) e/ou com
abundância de íons (alteração de rochas vulcânicas): vulcânicas ácidas alteram-se a esmectitas
dioctaédricas (Al); básicas, a esmectitas trioctaédricas (Fe, Mg). Tendem a ser substituídas por outras
argilas na diagênese. Nas amostras estudas estas encontram-se largamente substituídas por caolinitas.
8.2.2.4 – Óxido de titânio
Nos arenitos pesquisados, os minerais de titânio ocorrem como pequenos cristais agregados ou
discretos, crescidos no espaço intergranular ou sobre os grãos, durante os estágios finais da
mesodiagênese . De acordo com De Ros (1985), o titânio é um elemento de baixa mobilidade sob uma
larga faixa de pH. A fonte mais óbvia de titânio é a dissolução de silicatos ferromagnesianos que possuem
este elemento em teores subordinados na sua estrutura (e.g. piroxênio e biotita).
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8.2.4 – Modelo de evolução diagenética
A ordem dos eventos diagenéticos foi obtida através das relações de contato e da superposição dos
constituintes diagenéticos, observadas através de microscópio óptico.
A história diagenética para os arenitos de Costa Dourada compreende os eventos eodiagenéticos
relacionados: i) à precipitação esmectita; ii) substituição de moscovitas, feldspatos e fragmento líticos por
caolinita; à fase eodiagenética tardia associada à compactação mecânica incipiente. Não foi possível
observar elementos mesodiagenéticos marcantes nas rochas estudadas.
As fases telodiagenéticas foram: i) geração de porosidade secundária e ii) precipitação de caolinita.
9 – Conclusões
As observações de campo e a análise petrográfica da falésia da Praia de Costa Dourada
apresentaram os seguintes resultados:
 O fato de estarem expostas falésias referentes à Formação Rio Doce ao invés da
Formação Barreiras pode estar de alguma maneira relacionado com o forte tectonismo
recente que ocorreu na bacia do Espírito Santo durante o Cenozóico devido a implantação
do Complexo Vulcânico de Abrolhos (AVC).
 O arenito é caracterizado por fragmentos angulosos de quartzo de tamanho variável,
desde micrométrico até 2 mm, não se observando significativa seleção granulométrica. A
textura é classificada como suportada por cristais e matriz. Os grãos de quartzo são
espalhados homogeneamente na matriz, sem formar os níveis de concentração. A matriz
era constituída originalmente por esmectita e atualmente por caolinita devido à forte
alteração intempérica.
 De acordo Folk (1980), as rochas foram classificadas como Sublitarenito e Litoarenito,
levando-se em conta quartzo, feldspato e grãos líticos; considerando apenas os
fragmentos de rocha o arenito foi classificado como arenito vulcânico;
 Considerou-se através da análise de proveniência que os arenitos das Falésias de Costa
Dourada são formados principalmente por sedimentos siliciclásticos provenientes da faixa
Colatina e por sedimentos vulcânicos da Formação Abrolhos.
 Através da análise petrográfica foi considerado que tais rochas foram formadas em um
ambiente diagenético raso de pouco soterramento (o qual foi evidenciado pelo elevado
volume intergranular) o que teria conferido a estes depósitos uma compactação nula ou
incipiente. O principal constituinte diagenético presente é a caolinita, a qual de forma
heterogênea nas fases eo- e telodiagenéticas.
 Há uma necessidade imperiosa de mapeamento geológico em escalas grandes da área em
questão. Os ganhos com a solução destes problemas são muitos, de cunho científico e
econômico inclusive, pois as falésias se encontram extremamente caulinizadas em vários
perfis na região de Costa Dourada.
Universidade Federal do Espírito Santo
Programa Institucional de Iniciação Científica
Relatório Final de Pesquisa
10 – Referências Bibliográficas
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Universidade Federal do Espírito Santo
Programa Institucional de Iniciação Científica
Relatório Final de Pesquisa
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  • 1. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa Análise Petrográfica das Falésias de Costa Dourada, Litoral Sul da Bahia. Identificação: Grande área do CNPq.: Ciências Exatas e da Terra Área do CNPq: Geociências Título do Projeto: Mapeamento Geológico das Regiões Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia Professor Orientador: Leonardo Costa de Oliveira Estudante PIBIC/PIVIC: Ricardo de Souza Fasolo Resumo: O presente trabalho tem por objetivo discutir a evolução diagenética dos arenitos da falésia de Costa Dourada, Mucuri, Ba. Estes depósitos neogênicos são conhecidos sob a denominação Formação Barreiras ocorrendo em várias falésias no litoral sul da Bahia. No entanto, de acordo com publicações recentes a respeito do tectonismo recente (neotectônica) que teria acometido os depósitos dessa região, o quadro estratigráfico desta pode também ter sido alterado. De forma geral esses arenitos são compostos de sedimentos de origem predominantemente continental a litorânea, arenosos e de cores variegadas, que se distribuem ao longo do litoral brasileiro desde o Amapá até o Rio de Janeiro. Dessa maneira, pretende-se obter, por meio de análises petrográficas e de estudos de microscopia eletrônica de varredura a visualização da evolução diagenética dos arenitos estudados e contribuir com os modelos paleoambientais atribuídos a esta unidade litoestratigráfica. Palavras chave: Formação Rio Doce, Formação Barreiras, Diagênese, Bacia de Mucuri, Falésias de Costa Dourada 1 – Introdução Na praia de Costa Dourada, localizada no Município de Mucuri, extremo sul do Estado da Bahia, ocorre uma falésia com altura variando de 5 m a 15 m, na qual se expõe, em grande parte, arenito de granulometria grossa o qual foi considerado (através de aspectos sedimentológicos marcantes) pertencente à seção Cenozóica da Bacia do Espírito Santo (Formação Rio Doce, Eocenozóico; ou Formação Barreiras, Neocenozóico). A escarpa está sob intenso processo ativo de intemperismo e erosão marítima, que é representada por feição intempérica de case-hardenig, isto é, endurecimento da superfície por percolação de ferro e manganês (Motoki et al., 2007b). Ao longo do litoral sul da Bahia é largamente documentado na literatura geológica que grande parte dessas falésias pertence à seção quaternária, à Formação Barreiras. Recentemente Lima et al. (2006), através de análise faciológica das falésias aflorantes entre as cidades de Porto Seguro e Prado, identificou o predomínio de litofácies maciças em comparação às fácies de arenitos laminados e com estratificações cruzadas. Este autor considerou estas falésias inseridas no contexto da Formação Barreiras. A Formação Rio Doce não está representada nos mapas geológicos desta região (p. ex. Martin et. al., 1997). A razão para isso pode estar relacionada à escala de mapeamento adotada nestes mapas ou pelo
  • 2. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa fato de ocorrerem pontualmente e, em sua maioria, superpostos pelos depósitos da Formação Barreiras, sendo, portanto, englobados nesta unidade (Morais, 2007). Entretanto, trabalhos recentes registram que estes depósitos afloram em larga escala no norte do Espírito Santo (Morais, op. cit.). No entanto, segundo a maioria dos autores a Formação Barreiras constitui a unidade geológica de ocorrência mais expressiva da costa brasileira, aflorando desde o Estado do Rio de Janeiro até o Amapá (Suguio & Nogueira, 1999). Estes depósitos vêm sendo estudados por muitos pesquisadores, alguns dos quais, mais recentemente, chamaram atenção para a necessidade de caracterização das suas fácies, visando uma melhor interpretação dos sistemas deposicionais envolvidos e sua correlação regional. Estudos recentes têm demonstrado que esta unidade sofreu considerável deformação tectônica (Mello et al., 2005; Novais, 2005; Hatushika et al., 2007). Estes trabalhos mostram o risco do uso de feições geomorfológicas isoladamente para sua caracterização e os possíveis problemas para o seu mapeamento geológico. O estado do Espírito Santo tem sido alvo, nos últimos anos, de estudos sobre a influência de mecanismos neotectônicos na rede de drenagem e no relevo. Estes estudos têm sido realizados principalmente na região Norte do estado, onde se documentou a atuação de pelo menos dois eventos neotectônicos, sugerindo seu condicionamento sobre aspectos da rede de drenagem (Novais, 2005). Ampliando a discussão acerca desta unidade litoestratigráfica na região estudada, Klein (1999 apud Novais, 2008) reconheceu eventos vulcânicos recentes (de idade Neógena), com características de derrames no sul da Bahia, rochas estas também associadas aos sedimentos da Formação Barreiras. Mais recentemente, Novais et al. (2008) descreveram corpos tabulares aflorantes na porção leste da cidade de São Mateus e próximos das margens do Rio homônimo e do Rio do Norte. Esses corpos são ricos em cristais fragmentados, admitindo que os mesmos são registros terciários de depósitos de surges piroclásticos mais grosseiros, posteriormente oxidados. Ainda mais recentemente, Oliveira et al. (2012) e Brito Neves et al. (2011) reconheceram no sopé das falésias de Costa Dourada tratos francamente vulcânicos, onde as interdigitações (vulcânico-sedimentar/sedimento) são observadas nitidamente. Segundo esses mesmos autores, e de acordo com Martin et al. (op. cit.) estes depósitos foram descritos no passado como registros sedimentares pertencentes à Formação Barreiras e ou Rio Doce. Há, portanto, uma carência de estudos estratigráficos, sedimentológicos e petrográficos a respeito desta seção, particularmente no litoral Sul da Bahia. A grande variabilidade nos modelos paleoambientais atribuídos a esta unidade litoestratigráfica pode ser melhor entendida se considerarmos a evolução diagenética sofrida por essas rochas. Neste contexto, pretende-se caracterizar, em termos petrográficos, os arenitos cenozóicos da Formação Barreiras e contribuir com a evolução do conhecimento a respeito das seções Terciária e Quaternária (considerando que o uso dos termos “Terciário” e “Quaternário” são ainda hoje aceitos – www.stratigraphy.org – e estão sendo utilizados em seu sentido original, uma vez que os depósitos aqui estudados não possuem um claro posicionamento geocronológico, exceto serem considerados Cenozóicos).
  • 3. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 2 – Objetivos 1) Realizar a análise petrográfica dos depósitos areníticos presentes na falésia da Praia de Costa Dourada, litoral sul da Bahia; 2) desenvolver um modelo de evolução diagenética para as rochas estudadas; 3) gerar dados geológicos do Sul da Bahia para subsidiar mapeamentos posteriores; 4) ampliar o conhecimento faciológico e paleoambiental da Formação Barreiras. 3 – Área de Estudo A área estudada é a praia de Costa Dourada a qual está situada entre os paralelos S18°15.50’ e W39°37.57’, localizada no Município de Mucuri, no extremo sul do Estado da Bahia, região limítrofe entre as bacias de Mucuri e Espírito Santo. Esta localidade encontra-se a 8.3 km de distância a partir da divisa do estado, e a 56 km ao norte-nordeste de São Mateus, Estado do Espírito Santo (Figura 1). O acesso à região pode ser feito por uma estrada de terra com 40 km de extensão, que inicia na BR- 101, no povoado de 31 de Março no próprio município, e/ou atravessando a Foz do Rio Mucuri de lanchas, barcos ou canoa. Pode ter acesso também pela BR-101 na divisa ES/BA, seguindo 37 km de estrada de terra. 4 – Metodologia O presente trabalho foi desenvolvido em seis etapas, quais sejam: I.Pesquisa Bibliográfica Nesta fase foi realizada a pesquisa do material publicado sobre a caracterização diagenética reservatórios siliciclásticos, bem como sobre a geologia regional da Bacia do Espírito Santo e mucuri. Esta pesquisa forneceu um embasamento teórico fundamentado sobre o tema da pesquisa, subsidiando as futuras discussões e conclusões. II.Descrição sedimentológica dos afloramentos Esta etapa visou promover uma descrição sedimentológica detalhada das falésias aflorantes em Costa Dourada, com o objetivo de identificar os processos envolvidos na sedimentação e definir o padrão do empilhamento estratigráfico. Figura 1 – Localização da área de estudo amostras (Modificado de Mapa Geodiversidade do Brasil, 2006).
  • 4. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa III.Coleta de Amostras A coleta das amostras foi feita através de um trabalho de campo utilizando-se de uma metodologia muito comum na agricultura, no qual um tubo de PVC é usado para coletar amostras do solo (figura 2A). A segunda etapa da coleta consistiu no uso de um poliéster insaturado, junto com o uso de um catalisador a base de peróxido, com o objetivo de consolidar os sedimentos. A prática do uso da resina permite amostrar lâminas em rochas pouco consolidadas. IV.Caracterização petrográfica As amostras coletadas foram impregnadas para a obtenção de seções delgadas com o intuito de caracterizar o processo diagenético dos arenitos em questão. Esta caracterização forneceu dados para interpretar a história diagenética ocorrida e definir a influência da mesma na qualidade dos arenitos como reservatórios. Essas amostras foram analisadas em microscópio Diagtech com luz polarizada e refletida e fotografadas por câmera digital Nikon Coolpix 9900 e em seguida, individualizadas petrograficamente segundo classificação Wentworth (1922) e textural de Folk (1980). Para a cclassificação das rochas foi utilizado As amostras foram preparadas no Laboratório de Geral de Processamento de Amostras da UERJ (LGPA-UERJ). V.Microscopia Eletrônica de Varredura e detecção de energia dispersiva (MEV/EDS). Para melhor caracterização diagenética e mineralógica dos arenitos estudados, Figura 2 – Aspectos gerais da coleta das amostras. A) Tubo de PVC utilizado na amostragem; B) Coleta da amostra; C) Preparação do tubo de PVC com resina; D) Amostra após a retirada do tubo. Observar a função essencial da resina na aglutinação dos sedimentos; E) Resina envolvendo a amostra, essencial para a preparação de lâminas petrográficas de rochas pouco consolidadas. Figura 3 – Figura mostrando o interior da câmara de análises do MEV.
  • 5. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa foram empregadas análises de microscopia eletrônica de varredura (MEV). Essa etapa foi realizada no DEPA da UERJ. VI. Preparação do relatório final de pesquisa Esta última etapa, que na verdade acompanhou parcialmente o desenvolvimento das demais, compreendeu a elaboração de um texto contendo a integração de todos os dados obtidos. 5 – Contexto Geológico da Bacia de Mucuri A área estuda encontra-se numa região fronteiriça entre as bacias de Espírito Santo e Mucuri. No entanto, apesar de essas bacias terem sido divididas levando-se em conta mais aspectos geográficos (divisa Espírito Santo-Bahia) do que geológicos (Vieira et al., 1994), considerou-se nesta pesquisa que essas falésias são pertencentes à Bacia de Mucuri, pelo fato das mesmas estarem posicionadas, segundo França et al. (2007), nos limites da Bacia de Mucuri (ou seja, entre os paralelos 17º 35’ e 18º21’). A Bacia de Mucuri é uma das bacias de margens passivas, oriunda da separação continental Brasil- África. Está limitada a norte pela interseção com a linha de costa e o embasamento raso, a oeste pelo embasamento cristalino, a sul pela Bacia do Espírito Santo, e a leste pelo limite crosta continental/crosta oceânica, totalizando uma área aproximada de 14.800 km2 (França, 2006 apud França et al., 2007), dos quais 1.300 km2 referem-se à bacia terrestre. O embasamento cristalino da Bacia de Mucuri é constituído por rochas metamórficas da Faixa Araçuaí, que bordeja o sudeste do Cráton do São Francisco (França et al., 2007). Trata-se de rochas retrabalhadas durante o Ciclo Brasiliano que exibem paragêneses minerais de alto grau metamórfico, representadas por granitoides, gnaisses, migmatitos e granulitos. Com a contínua evolução do conhecimento acerca da tectônica das bacias sedimentares do Atlântico Sul foi possível estabelecer as principais fases relacionadas ao rifteamento e as feições formadas durante o processo. Assim, segundo França et al. (op. cit.), as unidades que preenchem a Bacia de Mucuri podem ser agrupadas em três supersequências denominadas de rift, pós-rift e drift. O modelo proposto por Cainelli & Mohriak (1999) para a fase rifte das bacias brasileiras apresenta uma sequência evolutiva Figura 4 – Carta estratigráfica da Bacia do Mucuri (Fonte: França et al., 2007)
  • 6. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa coerente, embora generalista, cujas sequências foram baseadas em modelos anteriores para outras margens passivas. Segundo estes modelos, o processo do rifteamento consistiu em 5 etapas principais: Fase I – soerguimento termal astenosférico, com afinamento regional da crosta continental e manto superior, chamada fase dúctil, e formação de falhas na crosta superior; Fase II – corresponde a fase rúptil, com um aumento do estiramento litosférico e a ocorrência de grandes falhas afetando a crosta continental, extrusões basálticas e formação de semi-grábens; Fase III – Intensa extensão litosférica, com geração de grandes falhas e rotação de blocos do rifte. A partir de então, esses autores admitem a ruptura que deu início à formação do assoalho oceânico. Fase IV – A concentração da extensão litosférica em um lócus leva à formação da Cordilheira Meso-Atlântica, concomitantemente ao extravasamento de crosta oceânica, estando associada nas bacias ao sul pelos seaward dipping reflectors (SDRs) e reativação de falhas regionais; Fase V – Contração termal da litosfera e aprofundamento da batimetria no final do albiano. É importante notar que esses autores incluem em todas as fases evolutivas o processo de underplating da base da litosfera. Especificamente a Bacia de Mucuri, inicialmente, foi preenchida por arenitos e folhelhos de idade rifte (Formação Cricaré) limitados, no topo, pela Discordância Pré-Alagoas (DPA). Sobrepostos, ocorrem sedimentos da fase drifte formados por evaporitos e arenitos da Formação Mariricu/Membros Mucuri e Itaúnas, arenitos associados com carbonatos de águas rasas (Grupo Barra Nova) e espessos intervalos de pelitos intercalados com lentes de carbonatos e de fluxos gravitacionais siliciclásticos (Formação Urucutuca); estes últimos limitados, na base, pela Discordância Pré-Urucutuca (DPU). O ciclo deposicional da bacia foi completado com a deposição de sedimentos terciários das formações Caravelas (carbonatos de água rasa), Rio Doce e Barreiras (siliciclásticos flúvioaluviais) (figura 4). De certa forma, eventos vulcânicos de diversas idades estão presentes em toda coluna estratigráfica dessa bacia. 5.1 – Formação Barreiras De maneira geral a Formação Barreiras é constituída, predominantemente, de arenitos quartzosos, cauliníticos (alteração de feldspatos), ora maciços, ora com estratificações, intercalados a lamitos. Os depósitos são bastante ferruginizados, apresentando cores variadas (vermelho ao alaranjado). Em trabalhos mais recentes, as rochas designadas de “Barreiras” foram reposicionadas na categoria de formação por Mabesoone et al. (1991). As unidades antes individualizadas representariam, segundo esses autores, apenas variações faciológicas dos diferentes sistemas deposicionais associados, corroborando a concepção estabelecida anteriormente por Kegel (1957). A idade da Formação Barreiras já foi admitida desde os fins do Mesozóico até o início do Quaternário (Matoso & Robertson, 1959), sendo atualmente aceita entre o Mioceno e o Plioceno. Estudos palinológicos na região do Pará (Arai et al., 1988) têm fornecido idades do Mioceno inicial a médio para a porção inferior do Barreiras, constituindo os dados de maior confiabilidade disponíveis. Morais et al. (2005) caracterizaram associações faciológicas de ambiente fluvial entrelaçado para os depósitos do Barreiras do estado do Espírito Santo, com participação de sedimentos depositados por fluxos de detritos e fáceis típicas de planícies de inundação.
  • 7. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 5.2 – Formação Rio Doce A Formação Rio Doce foi definida por Asmus et al. (1971) através de fósseis obtidos em poços perfurados na porção marítima. Com base nestes registros fossilíferos, estes autores situaram a Formação Rio Doce entre Paleoceno até o Mioceno inicial. Por meio de características litológicas distintivas foram divididas três sub-unidades informais: membros Piraúna, com intercalação de folhelhos e arenitos; Pirapitanga, com arenitos intercalados a folhelhos e calcários; e Piranha formado por arenitos muito grossos, esbranquiçados e acinzentados, quartzosos, feldspáticos e freqüentemente granatíferos. A Formação Rio Doce corresponde a arenitos médios a muitos grossos, quartzosos, feldspáticos, de cor cinza-esverdeada, maciços ou com estratificações cruzadas, mal selecionados, pouco lamosos e silicificados. Ocorrem também minoritariamente rochas conglemeráticas com seixos de 2 a 3 cm, com eventuais intercalações de camadas descontínuas de argilito verde. Os sedimentos desta unidade litoestratigráfica são mineralogicamente imaturos como é indicado pela abundância de grãos feldspáticos. O modelo sedimentar geral proposto para a Formação Rio Doce é de fluxos detríticos continentais de alta densidade. Seus sedimentos integram um ambiente de leques aluviais associados a rios entrelaçados, com acompanhamento gradual de pequenos sistemas lacustres rasos. 8 – Resultados e Discussões De maneira geral os depósitos costeiros localizados entre o Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia estão inseridos no contexto Cenozóico da Bacia do Espírito Santo, e são rotineiramente associados à Formação Barreiras Morais (op.cit.). No entanto, o arenito exposto nesta praia tem aspectos visuais muito similares ao arenito da Formação Rio Doce em São Mateus, ES. Em comparação com os arenitos da Formação Rio Doce, observados em São Mateus, a quantidade modal de quartzo é maior e de feldspato alcalino é menor. Observam-se níveis horizontais com notável concentração dos grãos grandes de quartzo com espessura de 20 cm e comprimento de 1 m no afloramento, sugerindo a estrutura sedimentar de canal. Essas observações indicam que a rocha original deste arenito situava-se em uma distancia relativamente curta. A diagênese do arenito é avançada fato este que corrobora a hipótese destes arenitos não estarem associados à Formação Barreiras. Outros fatores contribuem para a inferência destas rochas serem geocronologicamente mais antigas que a Formação Barreiras nesta região. Novais et Figura 5 – Mapa de localização da praia de Costa Dourada, Mucuri, Ba (S18°15.50’, W39°37.57’) em relação aos complexos vulcânicos adjacentes. Modificado de Clemente et al. (2011). A extensão da Província Vulcanica de São Mateus é conforme Motoki et al. (2007a) e Novais et al. (2008).
  • 8. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa al. (op. cit.) descrevem ocorrências, em superfície, de rochas vulcânicas ignibríticas na porção norte da Bacia do Espírito Santo, e atribuem a sua origem a uma descontinuidade crustal denominada Arco de São Mateus, que constituiria uma zona de profundas fissuras na crosta (figura 5). As reativações posteriores desta estrutura controlariam os fenômenos neotectônicos, o padrão de drenagem, a circulação de fluidos como também a geomorfologia da região. Novais et al. (op. cit.) admitem que há uma interrelação entre a sequência vulcanoclástica da Fm. Abrolhos e sedimentos terciários da Fm. Rio Doce que próxima do contato com as vulcânicas, encontra-se totalmente silicificada “cozida”. Desta maneira, o fato de estarem expostas falésias referentes à Formação Rio Doce ao invés da Formação Barreiras pode estar de alguma maneira relacionado com o forte tectonismo recente que ocorreu na bacia do Espírito Santo durante o Cenozóico devido a implantação do Complexo Vulcânico de Abrolhos (AVC) (Mello et al., 2005; Novais, 2005; Hatushika et al., 2007). Ou seja, grande parte da seção Quaternária (formalmente conhecida como Formação barreiras) teria erodido e fazendo com que aflorasse a seção terciária subjacente da Bacia (formalmente denominada Formação Rio Doce). 8.1 – Análise Petrográfica Geral De maneira geral, os arenitos da falésia de Costa Dourada apresentam-se com granulometria variando de fina a grânulo. O arredondamento dos grãos é em geral angular a subarredondado (Folk, 1980). Os contatos são nulos, pontuais ou flutuantes sugerindo um ambiente diagenético raso de pouco soterramento (evidenciado pelo elevado volume intergranular) o que teria conferido a estes depósitos uma compactação nula ou incipiente. Os grãos foram classificados como mal selecionados (Folk, 1968). Os grãos do arcabouço encontram-se imersos numa matriz argilosa de coloração variando de verde a castanho, com ausência de imbricamento dos grãos (Figura 6A). Observou-se que em todas as lâminas amostradas as rochas possuem elevada dissolução telodiagenética (figura 6A), provavelmente associada a alterações Figura 6 – aspectos petrográficos gerais das Falésias de Costa Dourada. A) Grão de quartzo com as bordas dissolvidas, dissolução telodiagenética e matriz. B) Hematita oxidando matriz e grãos de quartzo. C) Zircão em grão de quartzo. D) Vidro vulcânico com grande quantidade de zircão. E) Piroxênio com alta birrefringência e plano de clivagem aproximadamente 90 graus. F) Muscovita dissolvida com lamelas abertas sofrendo substituição por caolinita.
  • 9. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa intempéricas, numa região dominada por um clima dominantemente quente variando de superúmido a úmido (Nimer, 1972), bem como intensa presença de oxidação (figura 6B). Os grãos de quartzo possuem extinção reta a fracamente ondulante, sendo estes principalmente monocristalinos. O quartzo apresenta-se ora fragmentado com continuidade ótica e anguloso possivelmente representando uma fase alfa (idiomórficos), ora subarredondados provavelmente de uma fonte plutônica. Isto pode estar relacionado à existência de áreas-fonte distintas. Os grãos de quartzo fragmentados apresentam-se com extinção reta e os arredondados apresentam-se com extinção levemente ondulante. O mesmo encontra-se também com inclusões de zircão (figura 6C). A porcentagem média de quartzo é de 26,96%. Os feldspatos estão escassos em todas as lâminas possivelmente por estarem largamente dissolvidos devido ao forte presença do intemperismo químico. Os feldspatos identificados foram o ortoclásio e plagioclásios. A média geral dos feldspatos quantificados foi de 0,024%. Os fragmentos de rocha estão presentes na média de 12,78%, sendo a maior parte possivelmente fragmentos de vidro vulcânico, apresentando-se com extinção radial e de forma amorfa. Estes fragmentos de vidro estão sendo substituídos por caulinita e estão inseridos em uma matriz argilosa. Dentre os minerais acessórios, observa-se a muscovita com média de 0,26%. Os grãos de muscovita apresentam-se com as lamelas abertas e em sua grande maioria substituídas por caolinita (figura 6F). Isto estaria indicando um ambiente diagenético raso, favorável à abertura, provavelmente associada a uma fase eodiagenética. A muscovita por ser um mineral mais flexível é sujeita ao efeito da pressão mecânica sendo um bom indicador de compactação. Assim, outro fator que corroborou com a inferência de uma compactação incipiente nas rochas estudadas foi justamente a ausência de dobramento dos grãos de muscovita. Existe a ocorrência também de minerais pesados como zircão com média de 0,76%. Este mineral apresenta-se distribuído na maioria das lâminas como grão detrítico e na forma de inclusões em grãos de quartzo (figura 6C, D). Há também ocorrência de augita (figura 7 e tabela 2), mineral do grupo dos clinopiroxênios. Esta está presente em algumas lâminas, mas com maior intensidade nas lâminas 2A e 3A. Este mineral apresenta-se com plano de clivagem de aproximadamente 90 graus e com alta birrefringência, feições cristalográficas características deste mineral (Deer et al., 1996). A porcentagem média dos clinopiroxênios é de 0,69%. Figura 7 – Imagem MEV/EDS. (3) Grão de Augita sendo substituído por argilomineral. Notar o formato romboédrico. Tabela 1 – Percentual composicional dos elementos referentes ao ponto 3 (augita) da figura 7. Observar o elevado percentual de ferro.
  • 10. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 8.2 – Classificação Composicional O diagrama de Folk (op. cit.) determina a classificação mineralógica dos arenitos com base em um diagrama ternário do tipo QFL (quartzo, feldspato e líticos). Folk (op. cit.) utiliza outros três diagramas ternários para fazer uma correção na classificação das rochas. Os arenitos das Falésias da Praia de Costa Dourada foram classificados como litoarenitos e sublitarenitos (figura 8A). Par a esta classificação foi utilizado o software PETROLEDGE 2012 Version 3.2. Os dados da análise composicional foram plotados no diagrama ternário de Folk (op. cit.). É possível notar pequenas diferenças quanto à composição detríticas dos arenitos. Os arenitos da região de Mucuri possuem uma variação em relação à quantidade de fragmentos líticos. Nas lâminas 3C, 3D, 4B, 4C há uma diminuição na quantidade de líticos sendo estas classificadas como Sublitarenito. Segundo Folk (op. cit.), se a rocha for classificada no campo do Sublitarenito, Litoarenito ou Litoarenito Feldspático será necessário recalcular os fragmentos de rocha de granulação fina para 100% e depois plotar no diagrama ternário VRF/MRF/SRF (Fragmento de Rocha Vulcânica, Fragmento de Rocha Metamórfica e Fragmento de Rocha Sedimentar), e determinar se é um Volcanic-Arenite, um Phyllarenite ou um Sedarenite. Recalculando a porcentagem do fragmento de rocha e plotando no diagrama ternário de Folk (op. cit.) obtém-se um arenito vulcânico (Figura 8B), o que condiz com a geologia do entorno da região estudada. Figura 8. A) Diagrama ternário de classificação dos arenitos da região de Mucuri – Costa Dourada (Modificado de Folk, 1980); B) Diagrama ternário de reclassificação das amostras dos arenitos da região de Mucuri – Costa Dourada (Modificado de Folk, 1980) 8.2.1 – Proveniência Os relatórios gerados pelo software PETROLEDGE 2012 Version 3.2 reporta que aos arenitos das Falésias de Costa Dourada resultam de um orógeno reciclado (Figura 9). A reciclagem orogenética ocorre em muitas configurações tectônicas onde as rochas estratificadas são deformadas, soerguidas e erodidas (Potter, 1978 apud Dickinson et al, A B Figura 9 – Diagrama ternário de proveniência dos arenitos da região de Mucuri – Costa Dourada (Modificado de Dickinson et al, 1983 a)
  • 11. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 1985). Assim, sedimentos vindos de orógenos reciclados incluem varias proporções de materiais na qual sua composição reflete da derivação de uma região Cratônica, arcosiana ou vulcanoclástica, modificada em partes por processos metamórficos. Dado a diversidade de sedimentos de orógenos reciclados, é um grande desafio imaginar um esquema para a identificação e classificação que tenha validade empírica para a interpretação desses sedimentos (Mack, 1984 apud Dickinson, op. cit.). Os arenitos das Falésias de Costa Dourada são formados principalmente por sedimentos siliciclásticos provenientes da faixa Colatina composto por diques de diabásio e diques basálticos intrudidos em granito mesocrático (Novais et al, 2003), sedimentos vulcânicos da Formação Abrolhos localizada no extremo leste da Bacia do Espírito Santo/Mucuri (Vieira et al, op. cit.), além do Complexo Medina, Complexo Montanha, Complexo Paraíba do Sul e o Complexo Charnockítico de Aimorés do Cinturão Araçuaí/Ribeira compostos por rochas porfiríticas (Mello et al, 2011). A área fonte para o ortoclásio nas lâminas das Falésias de Costa Dourada, são provavelmente desses complexos ígneos citados por Novais et al (op. cit.), Vieira et al. (op. cit.) e por Mello et al. (op. cit.). Mello et al. (op. cit.) também cita a presença da Augita em tais rochas. A Augita também foi identificada nas Lâminas analisadas. A área fonte deste clinopiroxênio seria provavelmente proveniente dos complexos ígneos citados por este autor e da Formação Abrolhos, em que Mohriak, (2005) também descreve a presença de clinopiroxênios associados a basaltos porfiríticos. Os fragmentos de rocha descritos em todas as lâminas como fragmento de rocha vulcânica podem ser provenientes da formação Abrolhos, que foi responsável por um vulcanismo durante o Terciário de grande abrangência e com elevado volume de derrames e intrusões (Vieira et al, op. cit.). 8.2.1 – Constituintes diagenéticos 8.2.1.1 – Compactação mecânica Durante o processo de soterramento dos sedimentos, a pressão exercida na coluna sedimentar irá atuar como um importante agente no rearranjo textural dos grãos. Esse rearranjo, essencialmente físico, ocorre desde a deposição e representa o processo de maior redução de porosidade (Füchtbauer, 1967 apud Freitas Brazil, 2004). Esse processo, conhecido também como compactação mecânica, ocorre desde o início do soterramento dos sedimentos (eodiagênese), atinge um máximo (em profundidades rasas) e diminui logo após (mesodiagênese). Segundo Füchtbauer (1967 apud Freitas Brazil, op. cit.), a atuação da compactação mecânica concentra-se nos primeiros 1000 m de soterramento. Os principais processos de compactação responsáveis pela redução de porosidade são a rotação e deslizamento de grãos (principalmente relacionado a quartzo e feldspato), deformação de grãos dúcteis, deformação de grãos flexíveis, fratura de grãos resistentes e compactação química (dissolução por pressão ao longo dos contatos intergranulares). Nas amostras estudadas foi observada principalmente a deformação incipiente de grãos flexíveis, o que corroborou a hipótese de pouco soterramento da seção.
  • 12. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 8.2.1.2 – Caolinita e Porosidade secundária A caolinita é um argilomineral hidratado de alumínio, com estrutura 1:1, formado a partir da hidrólise parcial. Este argilomineral é o principal mineral formado na diagênese das rochas estudadas. Forma-se em condições climáticas úmidas pela ação ácida da água de poro em minerais detríticos de aluminosilicatos, tais como: feldspato, micas, fragmentos de rochas, intraclastos lamosos e minerais pesados (Worden & Morad, 2003). Ocorre na forma de fragmentos disseminados compostos por agregados vermiculares e em booklets, os quais podem ou não conter pequenos vestígios de micas e grãos de feldspato. Sua formação pode ser expressa pela seguinte reação, onde o potássio é totalmente eliminado através da quebra pela água, permanecendo a sílica no mineral: 2KAlSi3O8 + 11H2O → Si2Al2O5(OH)4 + 4H4SiO4 + 2K+ + 2OH- A caolinita é geralmente relacionada ao soerguimento dos depósitos arenosos na fase telodiagenética que, após terem sofrido as modificações eodiagenéticas e mesodiagenéticas (em menor escala nas areias estudadas), passam a sofrer influência da água meteórica. As alterações telodiagenéticas ocorrem desde centenas até dezenas de metros de profundidade (Morad et al., 2000). No entanto, a caolinita também pode estar relacionada à eodiagênese. Nesta fase ela ocorre associada à expansão de muscovitas (figura 9F). Por isso, torna-se muito difícil um posicionamento seguro da caolinita na seqüência diagenética. A água meteórica é geralmente muito diluída e oxidante, o que favorece a dissolução dos grãos instáveis do arcabouço (tais como feldspato e muscovita) gerando, dessa maneira, porosidade secundária (figuras 9A). Todavia, não foi possível determinar se a caolinita se formou tão somente pela atuação da água meteórica. 8.2.2.3 – Esmectita A esmectita é um argilomineral com estrutura 2:1 similar à das ilitas, mas com menos substituição do Si nos tetraedros, portanto menor deficiência de carga, compensada por menos cátions (Na, Ca, Mg, K) e mais água entre as camadas. São muito expansíveis, passando de 9,6 Å para até 21,6 Å (normalmente 14 Å), fixando-se em 17,7 Å com glicol (Deer et al., op. cit.). São características de ambientes com pouca água (intemperismo em climas sêcos) e/ou com abundância de íons (alteração de rochas vulcânicas): vulcânicas ácidas alteram-se a esmectitas dioctaédricas (Al); básicas, a esmectitas trioctaédricas (Fe, Mg). Tendem a ser substituídas por outras argilas na diagênese. Nas amostras estudas estas encontram-se largamente substituídas por caolinitas. 8.2.2.4 – Óxido de titânio Nos arenitos pesquisados, os minerais de titânio ocorrem como pequenos cristais agregados ou discretos, crescidos no espaço intergranular ou sobre os grãos, durante os estágios finais da mesodiagênese . De acordo com De Ros (1985), o titânio é um elemento de baixa mobilidade sob uma larga faixa de pH. A fonte mais óbvia de titânio é a dissolução de silicatos ferromagnesianos que possuem este elemento em teores subordinados na sua estrutura (e.g. piroxênio e biotita).
  • 13. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 8.2.4 – Modelo de evolução diagenética A ordem dos eventos diagenéticos foi obtida através das relações de contato e da superposição dos constituintes diagenéticos, observadas através de microscópio óptico. A história diagenética para os arenitos de Costa Dourada compreende os eventos eodiagenéticos relacionados: i) à precipitação esmectita; ii) substituição de moscovitas, feldspatos e fragmento líticos por caolinita; à fase eodiagenética tardia associada à compactação mecânica incipiente. Não foi possível observar elementos mesodiagenéticos marcantes nas rochas estudadas. As fases telodiagenéticas foram: i) geração de porosidade secundária e ii) precipitação de caolinita. 9 – Conclusões As observações de campo e a análise petrográfica da falésia da Praia de Costa Dourada apresentaram os seguintes resultados:  O fato de estarem expostas falésias referentes à Formação Rio Doce ao invés da Formação Barreiras pode estar de alguma maneira relacionado com o forte tectonismo recente que ocorreu na bacia do Espírito Santo durante o Cenozóico devido a implantação do Complexo Vulcânico de Abrolhos (AVC).  O arenito é caracterizado por fragmentos angulosos de quartzo de tamanho variável, desde micrométrico até 2 mm, não se observando significativa seleção granulométrica. A textura é classificada como suportada por cristais e matriz. Os grãos de quartzo são espalhados homogeneamente na matriz, sem formar os níveis de concentração. A matriz era constituída originalmente por esmectita e atualmente por caolinita devido à forte alteração intempérica.  De acordo Folk (1980), as rochas foram classificadas como Sublitarenito e Litoarenito, levando-se em conta quartzo, feldspato e grãos líticos; considerando apenas os fragmentos de rocha o arenito foi classificado como arenito vulcânico;  Considerou-se através da análise de proveniência que os arenitos das Falésias de Costa Dourada são formados principalmente por sedimentos siliciclásticos provenientes da faixa Colatina e por sedimentos vulcânicos da Formação Abrolhos.  Através da análise petrográfica foi considerado que tais rochas foram formadas em um ambiente diagenético raso de pouco soterramento (o qual foi evidenciado pelo elevado volume intergranular) o que teria conferido a estes depósitos uma compactação nula ou incipiente. O principal constituinte diagenético presente é a caolinita, a qual de forma heterogênea nas fases eo- e telodiagenéticas.  Há uma necessidade imperiosa de mapeamento geológico em escalas grandes da área em questão. Os ganhos com a solução destes problemas são muitos, de cunho científico e econômico inclusive, pois as falésias se encontram extremamente caulinizadas em vários perfis na região de Costa Dourada.
  • 14. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa 10 – Referências Bibliográficas ASMUS, H.E.; GOMES, J.B.; PEREIRA, A.C.B. Integração geológica regional da Bacia do Espírito Santo. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 25. 1971, São Paulo. BRITO NEVES, B. B., NOVAIS, L. C. C., MOTOKI, A., OLIVEIRA, L. C., OLIVEIRA, L. G. S., SILVA, C. A. M. Reconhecimento de campo da Bacia Terciária do Espírito Santo: ocorrências de registros da fase rifte e pós-rifte (rochas vulcânicas ignimbríticas) intercalados em arenitos da Fm. Rio Doce. PETROBRAS. Rel. interno. 2011CAINELLI, C., MOHRIAK, W. U. Some remarks on the evolution of sedimentary basins along the Eastern Brazilian continental margin. Episodes, United Kingdom, v. 22, p. 206–216.Sep. 1999. CLEMENTE, E.P. et al. Geoquímica dos solos da Ilha de Trindade, ES. Geociências, Rio Claro, 2011. (in press). DEER, W. A., HOWIE, R. A., ZUSSMAN, J. 1996. An Introduction to the Rock-Forming Minerals. Paperback , 2ª Ed. DE ROS, L.F. 1985. Petrologia e características dos reservatórios da Formação Sergi (Jurássico) no Campo de Sesmaría, Bacia do Recôncavo, Brasil. Ouro Preto, UFOP. 194p. (Dissertação de Mestrado). DICKINSON, W. R. 1985. Interpreting Provenance Relations from Detrital Modes of Sandstones. Laboratory of Geotectonics, Department of Geosciences, University of Arizona, Tucson, Arizona 85721, USA. FOLK, R. L. 1968. Bimodal supermature sandstones. Product of the desert floor. XXIII Internat. Geol. Cong. Proc. 8, 9–32. FOLK, R.L. 1980. Petrology of sedimentary rocks. Hemphill Publishing Company. Austin, Texas, EUA. 184p. FRANÇA, R.L. et.al. 2007, Bacia do Espírito Santo: Boletim de Geociências da Petrobras v. 15, no. 2, Rio de Janeiro, Brazil, p. 501-509. FREITAS BRAZIL, F. A. Estratigrafia de Seqüências e Processo Diagenético: Exemplo dos Arenitos Marinho-Rasos da Formação Ponta Grossa, Noroeste da Bacia do Paraná. dissertação de mestrado Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis Rio de Janeiro 2004. HATUSHIKA, R. S., SILVA, C. G. & MELLO, C. L. 2007. Sismoestratigrafia de alta resolução no Lago Juparanã, Linhares (ES - Brasil) como base para estudos sobre a sedimentação e tectônica quaternária. Revista Brasileira de Geofísica, 25(4): 433-442. KEGEL, W. Contribuição ao estudo da Bacia Costeira do Rio Grande do Norte. Rio de Janeiro: DGM, 1957. 52 p. (Boletim da Divisão de Geologia e Minerologia, 170). LIMA, C. C. U., BOAS, G. S. V., BEZERRA, F. H. R. Faciologia e Análise Tectônica Preliminar da Formação Barreiras no Litoral Sul do Estado da Bahia, Brasil. Geol. USP Sér. Cient., São Paulo, v. 6, n. 2, p. 71-80, outubro 2006. MABESOONE, J. M. (Coord.). Revisão geológica da faixa sedimentar costeira de Pernambuco, Paraíba e parte do Rio Grande do Norte. Estudos Geológicos (Série B, Estudos e Pesquisas), v. 10, 252 p. 1991. MARTIN, L. et al. Geologia do Quaternário Costeiro do Litoral Norte do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Belo Horizonte: CPRM. 1997.112p. MATOSO, S.Q. & ROBERTSON, F.S. 1959. Uso geológico do termo Berreiras. Bol. Técn. Petrobras, 2(3):37-43. MELLO, C. L., RODRIGUES, H. B., & HATUSHIKA R. S. Reativações Tectônicas Cenozóicas na Faixa de Lineamentos Colatina (ES). Anais do X Congresso do SNET/IV IST. CD-ROM. 2005. MELLO, F. M. et al. Petrografia e Geoquímica do Complexo Charnockítico de Aimorés: Um Exemplo de Plutonismo Pós-orogênico do Cinturão Araçuaí/Ribeira. Revista do Instituto de Geociências – USP. Geol. USP, Sér. cient. São Paulo. v. 11. n. 1. p. 33-57. Abril 2011.
  • 15. Universidade Federal do Espírito Santo Programa Institucional de Iniciação Científica Relatório Final de Pesquisa MOHRIAK. W.U. Interpretação geológica e geofísica da Bacia do Espírito Santo e da região de Abrolhos: petrografia, datação radiométrica e visualização sísmica das rochas vulcânicas. Boletim Geociências da Petrobras, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 133-142, nov. 2005/maio 2006. MORAD, S., KETZER, M., De ROS, F. 2000. Spatial and temporal distribution of diagenetic alterations in siliciclastic rocks: implications for mass transfer in sedimentary basins. Sedimentology, 47: 95- 120. MORAES, L. J. Serras e montanhas do nordeste. Rio de Janeiro, 1924. 1077 p. (Coleção Mossoroense, 35). MORAIS, R.M.O. et al. Estudos faciológicos de depósitos terciários (formação Barreiras e Rio Doce) aflorantes na porção emersa da bacia do Espírito Santo e na região emersa adjacente à porção norte da bacia de Campos. In: Congresso da ABEQUA – Associação Brasileira de Estudos do Quaternário, 10, Guarapari (ES). Anais..., 2005. MORAIS, R. M. O. Sistemas fluviais terciários na área emersa da Bacia do Espírito Santo (formação Rio Doce e Barreiras). Rio de Janeiro, 2007. 144p. Tese (Doutorado em Geologia) – Programa de Pós- graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 2007. MOTOKI, A. et al. Development of the tecnique for digital colour specification and the new nomenclatures of ornamental rock based on the measured colours. Geociências, Rio Claro, v. 26, n. 2, 151-160, 2007. (a) MOTOKI, A. et al. Weathering fabrics in felsic alkaline rocks of Nova Iguaçu, State of Rio de Janeiro, Brazil. REM-Revista Escola de Minas, Ouro Preto, v. 60, n. 3, p. 451-458, 2007. (b) MOTOKI, A. et al. Nepheline syenite magma differentiation process by continental crustal assimilation for the Cabo Frio Island intrusive complex, State of Rio de Janeiro, Brazil. Geociências, Rio Claro, 2011. (e) (in press). NIMER, E. 1972. Climatologia da Região Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Geografia. 34(2): 3- 48. NOVAIS, L. C. C. et al. Novas Ocorrências de Diques de Diabásio na Faixa Colatina – ES: Estruturas Rúpteis Associadas e Implicações Tectônicas para a Bacia de Campos e Espírito Santo. Boletim Geociências Petrobras, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p.191-194, Novembro. 2003/Maio 2004. NOVAIS, L. C. C. Lineamentos Transversais nas Porções Centro e Norte da Bacia do Espírito Santo e na Faixa Proterozóica Adjacente: Influência na Sedimentação e na Compartimentação Estrutural, Rio de Janeiro, 2005. [s.n.]. Dissertação (Mestrado em Análise de Bacias e Faixas Móveis) – Departamento de Geologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. NOVAIS, L.C.C. et al. Ocorrência de rochas vulcânicas ignimbríticas na porção norte da Bacia do Espírito Santo: evolução do modelo tectono-sedimentar. B. Geoci. Petrobras, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 139-156. 2008. OLIVEIRA, L. C. et al. Riolito piroclástico na praia da Costa Dourada, extremo sul do estado da Bahia. Revista de Geociências da UNESP. Em análise pelos referees. 2012. SUGUIO, K.; NOGUEIRA, A. C. R. Revisão crítica dos conhecimentos geológicos sobre a Formação (ou Grupo?) Barreiras do Neógeno e o seu possível significado como testemunho de alguns eventos geológicos mundiais.Geociências, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 439-460, 1999. VIEIRA, R. A. B. et al. Bacias do Espírito Santo e Mucuri. Boletim de Geociências da PETROBRAS. Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 195-202, jan. 1994. WORDEN, R.H. Morad, S. 2003. Clay minerals in sandstone: controls on formation, distribution and evolution. In: R.H. Worden & S. Morad (eds) Clay Mineral Cements in Sandstones. International Association of Sedimentologists Special Publication, 34, Editora Blackwell. pp. 3-41.