O documento discute as políticas públicas no Brasil, dividindo o assunto em três blocos: 1) A herança das políticas públicas no Brasil, caracterizada pelo Estado desenvolvimentista, conservador, centralizador e autoritário, com foco no crescimento econômico em vez do bem-estar social. 2) As novas tendências da economia mundial como a globalização, reestruturação produtiva e financeirização da riqueza e suas repercussões nas políticas públicas brasileiras. 3) Os desafios e oportunidades para o movimento
1. O documento apresenta a Política Nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional do Brasil, que tem como objetivo promover o desenvolvimento equilibrado das regiões do país e reduzir as desigualdades regionais.
2. A política se baseia em um diagnóstico das desigualdades regionais brasileiras realizado a partir de variáveis socioeconômicas, como renda, educação e dinamismo econômico em nível municipal e microrregional.
3. A política definirá espaços sub-regionais priorit
Este documento resume a resolução política aprovada no 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores no Brasil. O documento celebra os avanços dos governos Lula e Dilma, como o crescimento econômico, a redução da pobreza e a ampliação dos direitos trabalhistas e sociais. Ele também reconhece desafios como a influência do pensamento conservador e a corrupção política.
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTPT Paraná
Este documento resume a resolução política aprovada no 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores no Brasil. O documento celebra os avanços dos governos Lula e Dilma, como o crescimento econômico, a redução da pobreza e a ampliação dos direitos trabalhistas e sociais. Além disso, reconhece os desafios atuais como a crise econômica global e a necessidade de continuar enfrentando a desigualdade e a corrupção.
Resolução politica 4_congresso_versao_finalDaniel Guedes
O documento é uma resolução política aprovada no 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores. Ele resume os principais pontos da primeira fase do congresso, como a aprovação de Dilma Rousseff como candidata à presidência, e avalia os desafios atuais do governo Dilma, como a crise econômica internacional e a necessidade de continuar as políticas de inclusão social e fortalecimento do mercado interno.
1) O documento analisa a situação de desenvolvimento do município de Itapecerica e propõe uma agenda para promover o crescimento sustentável da cidade. 2) Nos últimos anos, as cidades vizinhas experimentaram crescimento acentuado, mas Itapecerica ficou estagnada devido a administrações paralisadas e programas obsoletos. 3) O PT propõe atrair investimentos federais, promover o turismo histórico e cultural, e implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para impulsionar a
O documento resume a resolução política do 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores no Brasil. Ele celebra os avanços econômicos e sociais sob os governos Lula e Dilma, como o crescimento econômico, a redução da pobreza e a promoção dos direitos das mulheres. No entanto, também reconhece desafios como a crise econômica global e a necessidade de reduzir juros e controlar o câmbio.
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IUFPB
As ações do Estado e dos diversos movimentos sociais não podem ser consideradas antagônicas, apesar de opostas, pois surgem em um cenário de interdependência entre si e são fruto do atual momento histórico e do arranjo de forças do capitalismo no Brasil e no mundo, com reverberações sócio culturais no campo da política. Essa não é uma provocação ao debate para aqueles que comemoram dados espetaculares e estatísticas em relação a outros países, que acham bacana a “corrida maluca” por índices como o de Gini ou PIB, os quais foram criados como forma de medir, ranquear e julgar o desenvolvimento capitalista dos “países em desenvolvimento” em relação aos “países desenvolvidos”.
O documento discute as políticas públicas no Brasil, dividindo o assunto em três blocos: 1) A herança das políticas públicas no Brasil, caracterizada pelo Estado desenvolvimentista, conservador, centralizador e autoritário, com foco no crescimento econômico em vez do bem-estar social. 2) As novas tendências da economia mundial como a globalização, reestruturação produtiva e financeirização da riqueza e suas repercussões nas políticas públicas brasileiras. 3) Os desafios e oportunidades para o movimento
1. O documento apresenta a Política Nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional do Brasil, que tem como objetivo promover o desenvolvimento equilibrado das regiões do país e reduzir as desigualdades regionais.
2. A política se baseia em um diagnóstico das desigualdades regionais brasileiras realizado a partir de variáveis socioeconômicas, como renda, educação e dinamismo econômico em nível municipal e microrregional.
3. A política definirá espaços sub-regionais priorit
Este documento resume a resolução política aprovada no 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores no Brasil. O documento celebra os avanços dos governos Lula e Dilma, como o crescimento econômico, a redução da pobreza e a ampliação dos direitos trabalhistas e sociais. Ele também reconhece desafios como a influência do pensamento conservador e a corrupção política.
Resolução Política do 4º Congresso Nacional do PTPT Paraná
Este documento resume a resolução política aprovada no 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores no Brasil. O documento celebra os avanços dos governos Lula e Dilma, como o crescimento econômico, a redução da pobreza e a ampliação dos direitos trabalhistas e sociais. Além disso, reconhece os desafios atuais como a crise econômica global e a necessidade de continuar enfrentando a desigualdade e a corrupção.
Resolução politica 4_congresso_versao_finalDaniel Guedes
O documento é uma resolução política aprovada no 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores. Ele resume os principais pontos da primeira fase do congresso, como a aprovação de Dilma Rousseff como candidata à presidência, e avalia os desafios atuais do governo Dilma, como a crise econômica internacional e a necessidade de continuar as políticas de inclusão social e fortalecimento do mercado interno.
1) O documento analisa a situação de desenvolvimento do município de Itapecerica e propõe uma agenda para promover o crescimento sustentável da cidade. 2) Nos últimos anos, as cidades vizinhas experimentaram crescimento acentuado, mas Itapecerica ficou estagnada devido a administrações paralisadas e programas obsoletos. 3) O PT propõe atrair investimentos federais, promover o turismo histórico e cultural, e implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para impulsionar a
O documento resume a resolução política do 4o Congresso Extraordinário do Partido dos Trabalhadores no Brasil. Ele celebra os avanços econômicos e sociais sob os governos Lula e Dilma, como o crescimento econômico, a redução da pobreza e a promoção dos direitos das mulheres. No entanto, também reconhece desafios como a crise econômica global e a necessidade de reduzir juros e controlar o câmbio.
Política, manifestações e o pensamento conservador no Brasil - Parte IUFPB
As ações do Estado e dos diversos movimentos sociais não podem ser consideradas antagônicas, apesar de opostas, pois surgem em um cenário de interdependência entre si e são fruto do atual momento histórico e do arranjo de forças do capitalismo no Brasil e no mundo, com reverberações sócio culturais no campo da política. Essa não é uma provocação ao debate para aqueles que comemoram dados espetaculares e estatísticas em relação a outros países, que acham bacana a “corrida maluca” por índices como o de Gini ou PIB, os quais foram criados como forma de medir, ranquear e julgar o desenvolvimento capitalista dos “países em desenvolvimento” em relação aos “países desenvolvidos”.
Um balanço dos dez anos de experiência de op em serra ppla r038Cristiano Bodart
Este documento apresenta um resumo de 10 anos de experiência de orçamento participativo no município de Serra, ES, analisando se a ampliação das receitas municipais aumentou a democratização dos recursos. Apresenta breve histórico do orçamento participativo no Brasil e caracteriza a prática no município de Serra, comparando valores destinados ao OP versus investimentos e receita totais.
Este documento apresenta um resumo de uma proposta de programa de reforma do estado e da administração pública em Portugal elaborado pelo Grupo de Trabalho de Administração Pública do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP). O documento introduz o contexto e diagnóstico da situação atual, propõe uma visão de "boa governação" para combater os atuais défices, e esboça uma agenda estratégica inicial com possíveis soluções políticas.
O discurso do senador Armando Monteiro Neto apresenta:
1) Seus agradecimentos ao povo de Pernambuco por seu mandato como senador e seu compromisso em honrar o estado;
2) Uma retrospectiva histórica do papel de Pernambuco na luta pela liberdade e democracia no Brasil desde o século XVII;
3) Sua determinação em defender uma agenda da cidadania tanto na dimensão política quanto econômica no Senado.
"Unir para vencer" - Pronunciamento do Deputado Marcus Pestana - 10/2DepMarcusPestana
Marcus Pestana, presidente do PSDB-MG, fez pronunciamento, no dia 10 de fevereiro, retirando sua pré-candidatura ao governo do Estado e reafirmando a unidade do PSDB, além de seu apoio incondicional em torno do nome de Pimenta da Veiga.
O documento discute as políticas públicas de educação no Brasil ao longo da história. Aborda o histórico da educação no período colonial e imperial, a criação dos três poderes e a democratização no século XX, e as leis e programas implementados pelos governos do PT, como o FUNDEB, Bolsa Família e Universidade para Todos. Conclui que, apesar dos esforços, a qualidade da educação brasileira permaneceu baixa.
1) O documento descreve os principais avanços econômicos e sociais do Brasil sob os governos Lula e Dilma, como a criação de empregos, redução da pobreza e da desigualdade.
2) Apresenta 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para dar continuidade e aprofundar as transformações iniciadas, como expandir a democracia, promover crescimento econômico sustentável e reduzir desigualdades regionais.
3) Defende que a eleição de Dilma garantirá dar
1. O documento discute a necessidade de o Brasil ter uma estratégia de desenvolvimento.
2. Vários autores apresentam diferentes visões sobre o papel do Estado na economia e qual estratégia deveria ser adotada para promover o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
3. As opiniões variam entre aqueles que defendem um menor envolvimento do Estado na economia e aqueles que veem um papel mais ativo do Estado como essencial para o desenvolvimento em países periféricos e dependentes como o Brasil.
O documento descreve a estrutura do programa de governo de Aloizio Mercadante para o estado de São Paulo. Apresenta três partes principais: I) o legado positivo do governo Lula no Brasil; II) um breve diagnóstico dos problemas em São Paulo sob gestão do PSDB; III) as diretrizes gerais do programa de Mercadante para transformar São Paulo, seguindo o exemplo de Lula.
1. O documento descreve o contexto político em Portugal e na Europa, criticando as políticas de austeridade implementadas em resposta à crise econômica. 2. Defende-se uma alternativa socialista, com foco em educação, ciência e proteção social, em contraste com a agenda neoliberal de desregulamentação e cortes. 3. O documento analisa os desafios de 2014, incluindo as eleições para o Parlamento Europeu e a conclusão do programa de ajuda externa, argumentando que isto pode levar a mais austeridade com pouco sucesso em consolidar as
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...Edinho Silva
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Avanços recentes no emprego e na distribuição dos rendimentos
Autores: POCHMANN, Marcio
Sinopse:
Com a formação do governo Lula, o tema da plena ocupação da mão de obra e da injustiça na repartição da renda retornou à agenda nacional. Neste volume de Brasil em Debate, os rumos do trabalho antes e durante a hegemonia do neoliberalismo no país; o ponto de ruptura realizado pelo governo Lula em relação à regressão neoliberal do trabalho e o novo ciclo de desenvolvimento nacional; e os desafios das políticas públicas diante das profundas transformações do mundo do trabalho no país.
Fundação Perseu Abramo
A Moção de Estratégia Global que aqui se apresenta aos militantes do PSD cumpre uma prática que vem desde a fundação do partido, e que visa apresentar as linhas de ação política que o presidente do PPD/PSD e a sua direção nacional se propõem seguir ao longo do seu mandato. Esta é, pois, a proposta de moção política que é colocada à discussão de todos os militantes, e que, por imperativo estatutário, deverá ser apreciada e votada no congresso de fevereiro, subsequente às eleições diretas de janeiro próximo. Uma moção política não é um programa partidário, e muito menos um programa de governo. É um documento que resulta de uma reflexão sobre a realidade política portuguesa no tempo que passa, e que implica desde logo uma análise de diagnóstico aos principais constrangimentos que estão a dificultar o desenvolvimento e a modernização do país, visando a melhoria do bem-estar de todos os portugueses, qualquer que seja a sua condição. Não é, pois, este o momento para apresentar as propostas setoriais de um programa partidário, e ainda menos um programa de governação. Esses serão documentos que a seu tempo, e no lugar certo, serão apresentados ao partido e ao país. De resto, são compromissos que, pela sua natureza, devem ser cuidadosamente preparados por equipas setoriais, com o contributo de todos os militantes que o quiserem fazer, de todos os órgãos do partido, (concelhios, distritais e nacionais), e com a ajuda de especialistas sobretudo nas áreas de elevada complexidade técnica. Os partidos não podem continuar a fazer um imenso rol de promessas simpáticas que, depois, ficam pelo caminho, com o argumento de que 'se desconhecia a grave realidade que se herdou'. Cumpre-me, neste momento, deixar um agradecimento muito sincero a todos os que contribuíram com as suas ideias para a elaboração desta moção, e sobretudo à equipa que comigo trabalhou para a versão final do documento, sob a orientação empenhadíssima do nosso companheiro, professor doutor David Justino.
O documento descreve as transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil nos últimos 12 anos sob governos do PT, incluindo a redução da pobreza e desigualdade, aumento do emprego e salários, e expansão de políticas sociais. A candidata Dilma propõe dar continuidade a esse modelo, focando também na competitividade produtiva por meio de investimentos em infraestrutura, educação e inovação.
1. O documento descreve os principais avanços econômicos e sociais do Brasil sob os governos de Lula e Dilma Rousseff, incluindo a criação de empregos, redução da pobreza e das desigualdades, e expansão dos programas sociais e de educação.
2. A candidata Dilma Rousseff apresenta 13 compromissos programáticos para dar continuidade e aprofundar as transformações iniciadas, entre eles expandir a democracia, promover crescimento econômico sustentável com geração de emp
O documento anuncia um seminário da CartaCapital sobre as oportunidades e desafios do Centro-Oeste do Brasil, que tem crescido acima da média nacional impulsionado pelo agronegócio. O evento contará com a participação de empresários, autoridades e especialistas para debater como conciliar o crescimento do agronegócio com ganhos sociais e ambientais na região.
Neste artigo, gostaria de expor minha visão sobre como funciona de fato o sistema de metas de inflação e os difíceis dilemas de política eco nômica que surgirão caso haja interesse em que a economia brasileira retome uma trajetória de desenvolvimento sustentado, com taxas de crescimento elevadas, maior inclusão social e redução das desigualdades.
O documento propõe um plano para o futuro de Itapecerica com foco em 4 eixos: 1) gestão eficiente, 2) cidade solidária com saúde, educação e desenvolvimento econômico, 3) ligar Itapecerica ao Brasil em desenvolvimento e 4) criticar governos anteriores por falta de progresso e propor mudanças para aproveitar oportunidades.
1) O documento discute os avanços econômicos e sociais ocorridos sob os governos do PT, como o aumento real do salário mínimo, a redução da pobreza e da desigualdade social, e o crescimento econômico inclusivo.
2) Apresenta estatísticas que mostram como o salário mínimo teve maior poder de compra nos governos do PT do que no governo FHC, beneficiando milhões de trabalhadores.
3) Também destaca programas sociais como o Bolsa Família e invest
Este documento fornece uma visão geral do módulo Lavoura do ERP PSGA, descrevendo suas principais funcionalidades como cadastro de campos, planejamento de safra, formação de custos de lavoura e maquinário, monitoramento de pragas, colheita e saída de produção.
El documento describe el proceso de negociación entre Synergy Group y Avianca. Synergy Group es un conglomerado económico brasileño que posee varias unidades de negocio como petroleras, aerolíneas, agroindustria y construcción. Adquirió Avianca en 2009 cuando esta estaba en crisis. Avianca es la aerolínea bandera de Colombia que ofrece servicios aéreos nacionales e internacionales. El proceso de negociación permitió que Synergy Group adquiriera Avianca y la integrara a su portafolio de aerolíne
Este documento resume um estudo sobre as unidades de alimentação e nutrição nos campi da Universidade Federal da Bahia no Brasil. O estudo avaliou 20 das 22 unidades existentes e encontrou condições insatisfatórias como a presença de insetos e roedores, falta de controle de qualidade da água e práticas de manipulação e armazenamento de alimentos que poderiam colocar em risco a segurança alimentar. Embora muitos funcionários tenham recebido treinamento, as deficiências observadas refletiram negativamente na qualidade e segurança
Um balanço dos dez anos de experiência de op em serra ppla r038Cristiano Bodart
Este documento apresenta um resumo de 10 anos de experiência de orçamento participativo no município de Serra, ES, analisando se a ampliação das receitas municipais aumentou a democratização dos recursos. Apresenta breve histórico do orçamento participativo no Brasil e caracteriza a prática no município de Serra, comparando valores destinados ao OP versus investimentos e receita totais.
Este documento apresenta um resumo de uma proposta de programa de reforma do estado e da administração pública em Portugal elaborado pelo Grupo de Trabalho de Administração Pública do Laboratório de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP). O documento introduz o contexto e diagnóstico da situação atual, propõe uma visão de "boa governação" para combater os atuais défices, e esboça uma agenda estratégica inicial com possíveis soluções políticas.
O discurso do senador Armando Monteiro Neto apresenta:
1) Seus agradecimentos ao povo de Pernambuco por seu mandato como senador e seu compromisso em honrar o estado;
2) Uma retrospectiva histórica do papel de Pernambuco na luta pela liberdade e democracia no Brasil desde o século XVII;
3) Sua determinação em defender uma agenda da cidadania tanto na dimensão política quanto econômica no Senado.
"Unir para vencer" - Pronunciamento do Deputado Marcus Pestana - 10/2DepMarcusPestana
Marcus Pestana, presidente do PSDB-MG, fez pronunciamento, no dia 10 de fevereiro, retirando sua pré-candidatura ao governo do Estado e reafirmando a unidade do PSDB, além de seu apoio incondicional em torno do nome de Pimenta da Veiga.
O documento discute as políticas públicas de educação no Brasil ao longo da história. Aborda o histórico da educação no período colonial e imperial, a criação dos três poderes e a democratização no século XX, e as leis e programas implementados pelos governos do PT, como o FUNDEB, Bolsa Família e Universidade para Todos. Conclui que, apesar dos esforços, a qualidade da educação brasileira permaneceu baixa.
1) O documento descreve os principais avanços econômicos e sociais do Brasil sob os governos Lula e Dilma, como a criação de empregos, redução da pobreza e da desigualdade.
2) Apresenta 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para dar continuidade e aprofundar as transformações iniciadas, como expandir a democracia, promover crescimento econômico sustentável e reduzir desigualdades regionais.
3) Defende que a eleição de Dilma garantirá dar
1. O documento discute a necessidade de o Brasil ter uma estratégia de desenvolvimento.
2. Vários autores apresentam diferentes visões sobre o papel do Estado na economia e qual estratégia deveria ser adotada para promover o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
3. As opiniões variam entre aqueles que defendem um menor envolvimento do Estado na economia e aqueles que veem um papel mais ativo do Estado como essencial para o desenvolvimento em países periféricos e dependentes como o Brasil.
O documento descreve a estrutura do programa de governo de Aloizio Mercadante para o estado de São Paulo. Apresenta três partes principais: I) o legado positivo do governo Lula no Brasil; II) um breve diagnóstico dos problemas em São Paulo sob gestão do PSDB; III) as diretrizes gerais do programa de Mercadante para transformar São Paulo, seguindo o exemplo de Lula.
1. O documento descreve o contexto político em Portugal e na Europa, criticando as políticas de austeridade implementadas em resposta à crise econômica. 2. Defende-se uma alternativa socialista, com foco em educação, ciência e proteção social, em contraste com a agenda neoliberal de desregulamentação e cortes. 3. O documento analisa os desafios de 2014, incluindo as eleições para o Parlamento Europeu e a conclusão do programa de ajuda externa, argumentando que isto pode levar a mais austeridade com pouco sucesso em consolidar as
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Av...Edinho Silva
Brasil em Debate - volume 2: Desenvolvimento, Trabalho e Renda no Brasil - Avanços recentes no emprego e na distribuição dos rendimentos
Autores: POCHMANN, Marcio
Sinopse:
Com a formação do governo Lula, o tema da plena ocupação da mão de obra e da injustiça na repartição da renda retornou à agenda nacional. Neste volume de Brasil em Debate, os rumos do trabalho antes e durante a hegemonia do neoliberalismo no país; o ponto de ruptura realizado pelo governo Lula em relação à regressão neoliberal do trabalho e o novo ciclo de desenvolvimento nacional; e os desafios das políticas públicas diante das profundas transformações do mundo do trabalho no país.
Fundação Perseu Abramo
A Moção de Estratégia Global que aqui se apresenta aos militantes do PSD cumpre uma prática que vem desde a fundação do partido, e que visa apresentar as linhas de ação política que o presidente do PPD/PSD e a sua direção nacional se propõem seguir ao longo do seu mandato. Esta é, pois, a proposta de moção política que é colocada à discussão de todos os militantes, e que, por imperativo estatutário, deverá ser apreciada e votada no congresso de fevereiro, subsequente às eleições diretas de janeiro próximo. Uma moção política não é um programa partidário, e muito menos um programa de governo. É um documento que resulta de uma reflexão sobre a realidade política portuguesa no tempo que passa, e que implica desde logo uma análise de diagnóstico aos principais constrangimentos que estão a dificultar o desenvolvimento e a modernização do país, visando a melhoria do bem-estar de todos os portugueses, qualquer que seja a sua condição. Não é, pois, este o momento para apresentar as propostas setoriais de um programa partidário, e ainda menos um programa de governação. Esses serão documentos que a seu tempo, e no lugar certo, serão apresentados ao partido e ao país. De resto, são compromissos que, pela sua natureza, devem ser cuidadosamente preparados por equipas setoriais, com o contributo de todos os militantes que o quiserem fazer, de todos os órgãos do partido, (concelhios, distritais e nacionais), e com a ajuda de especialistas sobretudo nas áreas de elevada complexidade técnica. Os partidos não podem continuar a fazer um imenso rol de promessas simpáticas que, depois, ficam pelo caminho, com o argumento de que 'se desconhecia a grave realidade que se herdou'. Cumpre-me, neste momento, deixar um agradecimento muito sincero a todos os que contribuíram com as suas ideias para a elaboração desta moção, e sobretudo à equipa que comigo trabalhou para a versão final do documento, sob a orientação empenhadíssima do nosso companheiro, professor doutor David Justino.
O documento descreve as transformações econômicas e sociais ocorridas no Brasil nos últimos 12 anos sob governos do PT, incluindo a redução da pobreza e desigualdade, aumento do emprego e salários, e expansão de políticas sociais. A candidata Dilma propõe dar continuidade a esse modelo, focando também na competitividade produtiva por meio de investimentos em infraestrutura, educação e inovação.
1. O documento descreve os principais avanços econômicos e sociais do Brasil sob os governos de Lula e Dilma Rousseff, incluindo a criação de empregos, redução da pobreza e das desigualdades, e expansão dos programas sociais e de educação.
2. A candidata Dilma Rousseff apresenta 13 compromissos programáticos para dar continuidade e aprofundar as transformações iniciadas, entre eles expandir a democracia, promover crescimento econômico sustentável com geração de emp
O documento anuncia um seminário da CartaCapital sobre as oportunidades e desafios do Centro-Oeste do Brasil, que tem crescido acima da média nacional impulsionado pelo agronegócio. O evento contará com a participação de empresários, autoridades e especialistas para debater como conciliar o crescimento do agronegócio com ganhos sociais e ambientais na região.
Neste artigo, gostaria de expor minha visão sobre como funciona de fato o sistema de metas de inflação e os difíceis dilemas de política eco nômica que surgirão caso haja interesse em que a economia brasileira retome uma trajetória de desenvolvimento sustentado, com taxas de crescimento elevadas, maior inclusão social e redução das desigualdades.
O documento propõe um plano para o futuro de Itapecerica com foco em 4 eixos: 1) gestão eficiente, 2) cidade solidária com saúde, educação e desenvolvimento econômico, 3) ligar Itapecerica ao Brasil em desenvolvimento e 4) criticar governos anteriores por falta de progresso e propor mudanças para aproveitar oportunidades.
1) O documento discute os avanços econômicos e sociais ocorridos sob os governos do PT, como o aumento real do salário mínimo, a redução da pobreza e da desigualdade social, e o crescimento econômico inclusivo.
2) Apresenta estatísticas que mostram como o salário mínimo teve maior poder de compra nos governos do PT do que no governo FHC, beneficiando milhões de trabalhadores.
3) Também destaca programas sociais como o Bolsa Família e invest
Este documento fornece uma visão geral do módulo Lavoura do ERP PSGA, descrevendo suas principais funcionalidades como cadastro de campos, planejamento de safra, formação de custos de lavoura e maquinário, monitoramento de pragas, colheita e saída de produção.
El documento describe el proceso de negociación entre Synergy Group y Avianca. Synergy Group es un conglomerado económico brasileño que posee varias unidades de negocio como petroleras, aerolíneas, agroindustria y construcción. Adquirió Avianca en 2009 cuando esta estaba en crisis. Avianca es la aerolínea bandera de Colombia que ofrece servicios aéreos nacionales e internacionales. El proceso de negociación permitió que Synergy Group adquiriera Avianca y la integrara a su portafolio de aerolíne
Este documento resume um estudo sobre as unidades de alimentação e nutrição nos campi da Universidade Federal da Bahia no Brasil. O estudo avaliou 20 das 22 unidades existentes e encontrou condições insatisfatórias como a presença de insetos e roedores, falta de controle de qualidade da água e práticas de manipulação e armazenamento de alimentos que poderiam colocar em risco a segurança alimentar. Embora muitos funcionários tenham recebido treinamento, as deficiências observadas refletiram negativamente na qualidade e segurança
A União Europeia está preocupada com o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho. Estudos mostram que muitos empregos podem ser automatizados nos próximos anos, mas também que novos empregos serão criados. A UE está trabalhando em novas políticas para garantir que os benefícios da IA sejam compartilhados amplamente e que os trabalhadores possam ser requalificados para as novas oportunidades.
O documento lista vários links de notícias de diferentes veículos de comunicação sobre dificuldades para fechar empresas no Brasil entre os dias 1 e 31 de maio de 2011. As notícias discutem os desafios enfrentados por empresários brasileiros ao tentar encerrar seus negócios.
O documento fornece informações sobre o estado de Santa Catarina no Brasil. Ele destaca que Santa Catarina está entre os estados brasileiros com maior desenvolvimento humano e econômico, e possui alta qualidade de vida. O documento também descreve a localização estratégica de Santa Catarina na região Sul do Brasil e sua proximidade com grandes mercados da América do Sul. Finalmente, ressalta a diversidade cultural de Santa Catarina devido às diferentes ondas migratórias ao longo da história.
MPT combate trabalho infantil em Santa Cruz do CapibaribePaulo Veras
Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho foi realizada em Santa Cruz do Capibaribe entre 23 e 27 de setembro de 2013 para combater o alto índice de trabalho infantil. A equipe inspecionou locais e flagrou 37 crianças trabalhando. O município se comprometeu a implementar políticas como orçamento para erradicação do trabalho infantil e condicionar alvarás ao não emprego de menores.
O documento descreve a evolução e as características do design brasileiro em 3 frases:
1) O design brasileiro é multifacetado, com influências do design vernacular, contemporâneo e arte, destacando-se designers como Sergio Rodrigues.
2) Há diversidade regional no design brasileiro, com o sul tendo maior desenvolvimento industrial e o norte tendo produtos mais artesanais.
3) Recentemente, o Brasil tem se destacado internacionalmente no design e está entre os 10 países mais premiados, impulsionado por designers consagrados e empresas que
O documento apresenta um editorial de aniversário de 1 ano da Revista TOP, agradecendo aos leitores, anunciantes e equipe pelo sucesso. Também resume alguns dos principais artigos da edição, incluindo dicas para cuidados capilares após o verão e como o cálcio pode ajudar na perda de peso.
Este documento fornece informações sobre a USITEP INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, incluindo sua localização, dados de contato, máquinas e equipamentos, e alguns de seus principais clientes. Ele lista 37 máquinas, como torno CNC, fresadoras, mandrilhadoras e centros de usinagem, e menciona parceiros como a Abengoa Bioenergia, Caterpillar Brasil e Andritz Hydro.
El documento describe varias estrategias relacionadas al producto, precio, plaza y comunicación. Para el producto, se mencionan incluir nuevas características, atributos, líneas o servicios. Para el precio, se proponen lanzar nuevos productos a bajo o alto precio, o reducir precios. Para la plaza, se sugieren canales como internet, intermediarios y tipos de distribución. Finalmente, para la comunicación se enumeran ofertas, descuentos, publicidad y eventos.
A empresa anunciou um novo produto que combina hardware e software para fornecer uma solução completa para clientes. O produto oferece recursos avançados de inteligência artificial e aprendizado de máquina para ajudar os usuários a automatizar tarefas complexas. Analistas acreditam que o produto pode ser um sucesso comercial se for fácil de usar e entregar resultados precisos como prometido.
Este documento presenta un resumen de las actividades y proyectos del Grupo Médico 13, un grupo de estudiantes de medicina de la Universidad Autónoma de Guadalajara. El grupo ha creado sitios web como Infemed.com y Gpo13.com para ofrecer recursos adicionales de estudio. Entre sus proyectos se encuentran publicar material de más de 30 asignaturas médicas en línea, promover la prevención de enfermedades, participar en eventos de reforestación y deportivos, y trabajar en la creación de una fundación
NEWS 227: Bomix, AVL, Produflex e muito lançamento, Feiplastic e JPR.mkt_refrisat
O documento descreve um equipamento especial produzido pela REFRISAT para a AVL que abre mais portas para projetos exclusivos. O equipamento foi projetado especificamente para as necessidades da AVL e incluiu vários componentes personalizados. A parceria bem-sucedida entre as empresas permitiu que a REFRISAT ganhasse experiência e conhecimento para projetos similares no futuro.
This document provides specifications for locating pins with diameters ranging from 6mm to 19mm. It includes dimensions for the pins like radii, depth, and tolerances. Charts list National Aerospace and Defense Contractors Accreditation Program (NAAMS) codes, dimensions, and weights for each pin size. Pins are made of SAE 8620 steel and hardened to 58-62 Rockwell C.
O documento discute a implementação da nova Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil a partir de 2014, incluindo a criação de grupos de trabalho para definir regras para cinco grupos de resíduos e a logística reversa, que visa aumentar a reciclagem no país. Gestores de logística veem a política de forma positiva, apesar de apontarem a necessidade de mais detalhes e incentivos governamentais devido aos altos custos de cumprimento.
O documento descreve o Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) no Brasil, que tem como objetivo promover o acesso ao livro, a leitura e fortalecer a cadeia produtiva do livro. O PNLL busca integrar ações do estado e da sociedade para desenvolver a leitura no país, que enfrenta desafios como baixos índices de leitura e acesso limitado a bibliotecas. O programa Mais Cultura é destacado como exemplo de ações indutoras do PNLL para modernizar bibliotec
1. O documento discute a necessidade de o Brasil ter uma estratégia de desenvolvimento.
2. Vários autores contribuem com suas perspectivas sobre como deve ser essa estratégia, debatendo questões como o papel do Estado, reformas necessárias e prioridades de políticas públicas.
3. Há divergências entre visões mais liberais, que defendem um Estado menor e mercados mais livres, e visões heterodoxas, que veem um papel importante do Estado na promoção do desenvolvimento.
O autor argumenta que o Brasil poderia se beneficiar de uma estratégia de desenvolvimento para dar consistência às políticas públicas e objetivos de longo prazo. No entanto, é necessário que tal estratégia seja consistente com a história e situação atual do país, levando em conta os avanços e gargalos existentes. Além disso, é importante definir claramente o que se entende por desenvolvimento econômico para que a estratégia tenha um alvo claro.
1. O documento discute os desafios contemporâneos da profissão de serviço social no Brasil, incluindo as mudanças no mercado de trabalho e na educação devido à globalização e avanço do neoliberalismo.
2. É analisado como essas transformações sociais afetam as políticas públicas e os direitos sociais no país, e como o serviço social deve se adaptar para lidar com essas mudanças e novas demandas emergentes.
3. Defende-se a importância de uma formação contínua e interdisciplinar para os
O documento apresenta as diretrizes de uma aliança política entre o PSB e o REDE que tem como objetivos: (1) manter e fazer avançar as conquistas democráticas, sociais e econômicas das últimas décadas no Brasil; (2) democratizar a democracia atualizando os processos decisórios; e (3) construir as bases para um desenvolvimento sustentável com ampla participação social. A aliança propõe um método de co-construção de políticas públicas com diálogo permanente com a sociedade.
O documento apresenta as diretrizes de uma aliança política entre o PSB e o REDE que tem como objetivos: (1) manter e fazer avançar as conquistas democráticas, sociais e econômicas das últimas décadas no Brasil; (2) democratizar a democracia atualizando os processos decisórios; e (3) construir as bases para um desenvolvimento sustentável com ampla participação social. A aliança propõe um método de co-construção de políticas públicas com diálogo permanente com a sociedade.
Diretrizes para o programa de governo de Eduardo CamposPaulo Veras
O documento apresenta as diretrizes de uma aliança política entre o PSB e o REDE que tem como objetivos: (1) manter e fazer avançar as conquistas democráticas, sociais e econômicas das últimas décadas no Brasil; (2) democratizar a democracia atualizando os processos decisórios; e (3) construir as bases para um desenvolvimento sustentável com ampla participação social. A aliança propõe um método de co-construção de políticas públicas com diálogo permanente com a sociedade.
1. O documento discute a necessidade de renovação do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco, propondo maior diálogo com a base e movimentos sociais.
2. A chapa "Partido de Cara Nova" defende a candidatura de Wladimir Quirino à presidência do diretório estadual do PT como alternativa de renovação.
3. São propostas ações como maior investimento nos setoriais, seminários, campanhas de filiação e retomada do engajamento em movimentos para renovar o PT.
1. O documento discute a necessidade de renovação do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco.
2. É proposta a candidatura de Wladimir Quirino à presidência do diretório estadual como uma alternativa de renovação.
3. Treze pontos de ação são propostos para fortalecer a participação da base, aproximar o partido dos movimentos sociais e promover a renovação.
O documento fornece diretrizes para a elaboração de uma proposta de intervenção em uma redação do ENEM, incluindo a necessidade de respeitar os direitos humanos e fornecer detalhes sobre como a proposta poderia ser implementada. Além disso, discute como o texto será avaliado com base na presença ou ausência de uma proposta e no nível de detalhamento fornecido.
O documento discute o planejamento governamental e estratégico no Brasil contemporâneo. Aborda o pensamento estratégico nacional, a ação estatal no contexto do desenvolvimento e da democracia, e os desafios da qualidade da lei para o desenvolvimento no século XXI. Também analisa a história da política e do planejamento no Brasil e propõe melhorias ao Plano Plurianual 2020-2023, além de discutir os conflitos entre planejamento formal e real na gestão governamental brasileira.
1. O documento descreve os objetivos e diretrizes de uma coligação política formada por diversos partidos de esquerda no Brasil.
2. A coligação defende um modelo de desenvolvimento sustentável que promova justiça social e ambiental através de reformas democráticas e econômicas.
3. O programa de governo da coligação está sendo elaborado de forma colaborativa e aberta à participação da sociedade, com o objetivo de construir um plano que incorpore as demandas e aspirações do povo brasileiro.
Este livro analisa o período da Era Lula no Brasil entre 2002-2010, combinando a experiência do autor como deputado federal com sua perspectiva acadêmica. O livro discute os avanços da democracia brasileira neste período, mas também as limitações persistentes nas instituições e cultura política. Ele argumenta que as políticas de Lula promoveram o desenvolvimento econômico e inclusão social, mas que ainda há desafios como reformas tributária, eleitoral e do estado para aprofundar a democracia e justiça social.
Este documento apresenta diretrizes programáticas para o Partido Verde brasileiro em 2014. As diretrizes incluem: 1) Reforma política para aumentar a democracia com menos parlamentares e salários mais baixos; 2) Fortalecimento da administração das políticas públicas nos municípios para aumentar a participação democrática; 3) Desenvolvimento sustentável que equilibre fatores ecológicos, sociais e econômicos.
Conselhos de Juventude: Espaço de Participação JuvenilAniervson Santos
O documento discute a participação juvenil nos Conselhos de Juventude no Brasil. Os Conselhos de Juventude oferecem uma oportunidade para os jovens participarem do processo político e influenciarem políticas públicas que beneficiem os jovens. No entanto, a participação juvenil nesses conselhos é recente e os jovens ainda enfrentam estereótipos que dificultam seu engajamento político.
Palestra na Escola Lacaniana de Psicanálise- RJPaulo Hartung
O documento discute os desafios atuais da política no Brasil, incluindo a crise de representatividade política, a corrupção e a necessidade de renovar a prática política para se adequar às demandas da sociedade contemporânea, principalmente dos jovens.
Este documento discute economia política e desenvolvimento de três maneiras:
1) Aborda perguntas fundamentais sobre como medir crescimento e desenvolvimento e explora as razões para o desenvolvimento.
2) Examina a história do desenvolvimento econômico a partir da perspectiva da economia política.
3) Analisa a busca tortuosa pelo desenvolvimento, desde o neoliberalismo até o novo desenvolvimentismo, e como este último pode ser aplicado a um capitalismo antigo.
O documento apresenta o roteiro de orientação para um debate sobre política e sociedade no Brasil. Ele discute a importância da política para a organização da sociedade e a construção do bem comum, mas também reconhece que a política vive uma crise de representatividade e precisa se atualizar diante dos novos desafios globais e das demandas da população, especialmente dos jovens.
Qual a importância dos jovens na política e como tem sido sua participação na mesma?
Integrantes:
Luiz Felipe Callado Cabral
Monique Borges da Silva
Thamyris Rafaele Lopes Diniz
Orientadora: Margarida Maria Rocha Bandeira de Araújo
O documento descreve os objetivos e princípios da coligação política "Unidos Pelo Brasil", formada por vários partidos. A coligação visa promover um modelo de desenvolvimento sustentável e justo socialmente através de um programa de governo elaborado de forma colaborativa com a sociedade, com o objetivo de enfrentar os desafios econômicos, sociais e ambientais do Brasil.
Enunciados EstratéGicos Para O Desenvolvimento 08 1 .2006Luis Nassif
Este documento apresenta os Enunciados Estratégicos para o Desenvolvimento elaborados pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). O documento descreve o processo de elaboração dos enunciados, que envolveu reuniões regionais e plenárias com conselheiros para debater e propor diretrizes. Os 24 enunciados finais tratam de temas como reforma política, modelo de desenvolvimento, redução das desigualdades sociais e infraestrutura. O objetivo é um crescimento econômico de 6% ao ano até
Palestra Empreendedorismo e Economia em RedePaulo Hartung
O documento discute o empreendedorismo e economia em rede. Explica que o empreendedorismo envolve assumir riscos para iniciar algo novo e inovar. A economia em rede refere-se a como as atividades econômicas estão interconectadas globalmente através da internet. Lições de empreendedores de sucesso incluem focar nas pessoas, ter uma visão grande, cultura meritocrática e disciplina.
O documento descreve o crescimento econômico do Espírito Santo nos últimos anos, com foco no setor de petróleo e gás. O Estado passou por um período de crise nos anos 1990-2000, mas retomou o crescimento a partir de 2003 com investimentos em infraestrutura, indústria e inclusão social. Recentemente, grandes descobertas de petróleo e gás fizeram o Espírito Santo se tornar um importante produtor, gerando bilhões em royalties e atraindo novos investimentos.
O documento discute a liderança a partir da perspectiva de Oscar Motomura e de lições aprendidas com grandes líderes empresariais brasileiros. Motomura argumenta que todos temos o potencial para ser líderes e que a liderança é uma decisão de agir para resolver problemas crônicos da nação. As lições dos empresários incluem investir em pessoas, criar uma cultura meritocrática e manter foco em criar algo grande ao invés de apenas administrar dinheiro.
O documento discute a importância de lembrar do período da ditadura militar no Brasil para evitar que tais eventos se repitam. O autor descreve sua participação na luta pela democracia durante esse período e ressalta que, apesar dos avanços desde a redemocratização, desafios permanecem na consolidação de uma democracia plena no país.
O documento discute os desafios da educação brasileira e apresenta exemplos de iniciativas bem-sucedidas no Espírito Santo para melhorar a qualidade do ensino. São apontadas três áreas principais para inovação: gestão, corpo docente e currículo/atratividade das escolas. Além disso, destaca a importância de investir na formação de professores, uso de tecnologia, educação técnica e atividades culturais e esportivas.
Claudio de Moura Castro - As Causas da Riqueza das NaçõesPaulo Hartung
Este documento discute vários tópicos relacionados ao desenvolvimento econômico, incluindo:
1) A importância da educação, especialmente nos primeiros anos, para o desenvolvimento de um país;
2) Os desafios da formação profissional no Brasil, como a fraca educação básica e a dificuldade em combinar oferta e demanda;
3) A importância do profissionalismo e da ética do trabalho bem feito para a produtividade e felicidade.
3. Sumário
Apresentação – Paulo Hartung
05
Prefácio – Claudio Porto
09
Introdução
17
Capítulo 1 – Entre Gerações
Organiz ação e edição:
Revisão:
Foto:
Capítulo 3 – Planejamento – Rumo e Estratégia
69
Capítulo 4 – Gestão – Investimento Decisivo
Alair Caliari
Impre ssão:
79
Link Editoração
GSA Gráfica e Editora
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária responsável: Amanda Luiza de Souza Mattioli
G633r
GOMES, Paulo César Hartung, 1957Recortes / Paulo César Hartung Gomes ; organização, José
Antonio Martinuzzo. - Vitória, ES : Econos, 2012. -
152 p. ; 24 cm.
1. dministração pública – Economia – Planejamento
A
Estratégico – Gestão – Educação – Política.
I. Martinuzzo, José Antonio. II. Título
55
Márcia Rocha
Projeto gr áfico e di agr am ação:
Capítulo 2 – Economia – Desafios e Oportunidades
José Antonio Martinuzzo
21
ISBN 978-85-8173-024-0
E c o n o s – J a n e i r o d e 2012
Capítulo 5 – Educação e Juventude – Determinantes do Futuro101
Capítulo 6 – Política – Conquista Histórica Desafiada
121
129
Referências bibliográficas
CDD - 350
Posfácio – Ana Paula Vescovi
152
4. Apresentação
O
ano de 2011 marca no calendário da minha jornada um
tempo de inovação. Findo o período de dois mandatos à frente do governo do Estado do Espírito Santo
(2003-2010), coloquei minha vida em novo curso, embora seguindo os mesmos valores que estão a orientá-la desde a juventude, pautados pela construção da
igualdade de oportunidade para todos.
Como consequência da decisão de não me candidatar a cargo ele-
tivo em 2010, dei início ao terceiro período da minha vida profissional
sem mandato – antes da minha primeira eleição, em 1982, atuei como
microempresário; em 1997, após deixar a Prefeitura de Vitória, assumi
a Diretoria Social do BNDES, até a disputa para o Senado. Neste atual
período distante dos cargos eletivos, entraram em pauta os estudos, as
atividades como economista e palestrante.
Ao voltar do período de três meses de estudos no exterior, associei-me, na Econos, a um dos grandes economistas deste País, José Teófilo Oliveira. Deste posto de trabalho e observação, tenho atuado segundo minha formação acadêmica. Em razão do momento que estamos vivendo, a dedicação às atividades de economista tem me proporcionado
um tempo de muito dinamismo e entusiasmo.
Experimentamos uma era de superação do paradigma pós-Segunda Guerra e, dentre as muitas mudanças registradas, a China ganha um
papel destacado na economia mundial e novas janelas de oportunidades de investimentos e dinamização produtiva se abrem aos emergentes, com resultados positivos para os brasileiros.
Apresentação
7
5. De outra sorte, trata-se de um período desafiador à atividade de
palestras, depoimentos, estudos, entrevistas, registram-se valores, ide-
economista, tendo em vista o desenrolar da crise financeira mundial,
ais, informações, percepções e avaliações acerca da desafiante vida atu-
cujos epicentros espalham-se no mundo desenvolvido (EUA, União Eu-
al, em âmbito estadual, nacional e internacional.
ropeia e Japão), exigindo dos especialistas um acompanhamento siste-
Trata-se de pontos de vista consolidados a partir de minha vida fa-
mático e profundo de um quadro fluido e complexo numa realidade de
miliar, formação acadêmica, na busca do conhecimento, militância so-
globalização econômica.
cial, trabalho nas esferas pública e privada. Enfim, são visões referen-
Enfim, ações como planejar, analisar, estudar cenários, verificar
possibilidades, desenhar projetos, entre tantas outras atribuições de economista que são, costumeiramente, inspiradoras e desafiantes, em um
tempo como o atual tornam-se atividades ainda mais vibrantes.
ciadas à minha ação política, esta entendida como o próprio e inexorável ato de viver em coletividade como cidadão.
Para mim, a política é condição da existência humana e se pratica não apenas nos partidos, na militância ou na esfera governativa. Ela
Como uma ação de responsabilidade social, e por considerar a edu-
perpassa todos os âmbitos da vida, constituindo-se como meio e exi-
cação a grande prioridade nacional, dedico-me também a fazer palestras à
gência do existir civilizado. Nesse sentido, coloco-me como um eterno
juventude, buscando o despertar para o olhar atento aos fenômenos socio-
militante de política emancipatória, de base republicana e democrática.
econômicos e político-culturais que modelam a nossa vida cotidianamente
Quanto à política relativa aos partidos e instituições governamen-
e, fundamentalmente, a relevância da instrução na vida contemporânea.
tais, reafirmo minha crença neste processo, visto como uma conquis-
Nesta caminhada de atividade na vida privada, com estudos, leitu-
ta da humanidade, um avanço da civilização. Saliento, no entanto, que
ras, reciclagens e interfaces profissionais com os mais variados públicos,
o atual sistema político brasileiro está ultrapassado e precário, incapaz
tenho me dedicado, ainda, a compartilhar o conhecimento que acumulei
de dar conta das tarefas do presente. É urgente a sua atualização, ten-
ao longo de quase 30 anos de mandatos conquistados em sete eleições, es-
do em vista o paradigma socioeconômico e tecnológico da atualidade.
pecialmente os dois períodos em que estive à frente do Executivo estadual.
Nessa conjuntura, decidi não disputar as eleições em 2010. Primei-
Como ex-governador, assumi uma postura que considero adequa-
ramente, pelo meu compromisso com a política de qualidade, de base re-
da a essa posição, evitando avaliações e palpites sobre os rumos da ad-
publicana, tendo em vista que considerava simbólico e necessário con-
ministração pública no Estado. De outra sorte, coloco-me sempre pron-
cluir os dois mandatos de governador a mim outorgados pelos capixabas.
to, quando solicitado, a continuar contribuindo para o desenvolvimento
Tinha uma missão a cumprir em sua totalidade, qual seja, liderar
do Espírito Santo, que, mesmo enfrentando os desafios comuns ao dia a
a reconstrução do Espírito Santo e entregar o Estado financeira, insti-
dia, vive um tempo de oportunidades ímpares em seus quase cinco sé-
tucional e administrativamente organizado ao meu sucessor, garantin-
culos de história. O treinamento que acumulei ao longo de minha cami-
do os fundamentos e as condições de continuidade deste novo tempo
nhada também tem sido disponibilizado a outros Estados da Federação.
de nossa história que começamos a construir coletivamente em 2003.
A publicação desta coletânea de algumas das produções do ano de
2011 ocorre exatamente nessa direção do compartilhamento. Por meio de
8
E também decidi não me candidatar por enxergar um enorme descompasso entre a política partidária e institucional e as marcas da vida
Recortes
Paulo Hartung
Apresentação
9
6. Prefácio
contemporânea. Esse distanciamento tem levado a um evidente desprestígio das instituições políticas junto à população e, tão grave quanto isso, ao abandono de uma agenda de reformas modernizantes do País.
Não custa lembrar que foi a execução de parte dessa agenda nos
anos 1990 e 2000 que criou as condições para que o Brasil pudesse viver os avanços sociais e econômicos dos últimos anos e até mesmo sentir com menos intensidade os efeitos da atual crise mundial. Tal fato
mostra a urgência da retomada da agenda das reformas para a modernização do Brasil, e também para a atualização do seu sistema político.
Enfim, acredito na política como princípio e meio de vida em
coletividade, mas o quadro geral da atividade política no País me parece hoje pouco inspirador, particularmente no que se refere à representação parlamentar.
H
á um consenso entre especialistas, estudiosos, formadores de opinião e lideranças políticas e empresariais que, entre 2003 e 2010, o Espírito Santo passou por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e institucionais que mudaram positiva e decisivamente a face do Estado.
Muitos fatos sustentam essa evidência. Nesse período, o PIB capixaba
cresceu 49% enquanto o brasileiro expandiu 36%. O emprego formal no
No entanto, essa fragilidade do sistema político não pode turvar
Estado cresceu quase 60%, doze pontos a mais do que a taxa verificada
nosso olhar para a importância da política no processo de transforma-
para o Brasil. Quase 440 mil capixabas saíram da pobreza, cerca de 173
ção da realidade, como bem mostra a história recente do Espírito San-
mil deixaram de ser indigentes e, o mais valioso, mais de meio milhão
to, a partir de 2003, e do Brasil, pós-estabilidade da moeda.
ascenderam à classe média. Do ponto de vista fiscal, o Espírito Santo foi
Nesse sentido, é que, mesmo optando pela atividade privada, con-
um dos estados do País com maior crescimento na capacidade de inves-
tinuo militando pela atualização do sistema político brasileiro e pela re-
timento com recursos próprios: de menos de 1% da arrecadação desti-
tomada das ações que ampliem a competitividade do Brasil no mundo.
nado a investimentos em 2003 para 16% em 2010.
Para fazer política não é preciso ocupar cargos eletivos. É possí-
No bojo dessas transformações, o Espírito Santo iniciou um novo
vel contribuir para a evolução da vida em sociedade em quaisquer ativi-
ciclo de desenvolvimento, que marca a passagem de um modelo de in-
dades que desempenhamos. Basta que se tenha a consciência do lugar
dustrialização baseado apenas em grandes empreendimentos estatais ou
da política, qual seja, o caminhar nosso de todo dia, a história que es-
privados com foco em commodities para uma economia diversificada e
crevemos cotidianamente, nas casas, nas praças, nas ruas, nas redes so-
próspera, com crescente integração competitiva e maior valor agrega-
ciais, nos partidos, nas organizações sociais, nas empresas, nas institui-
do, que é sustentada por um acervo de capital humano, social e institu-
ções públicas. Afinal, a ação política é decisiva ao caminhar civilizatório.
cional com qualidade cada vez melhor. Este novo ciclo está associado a
um ambiente de negócios dinâmico e saudável, construído nos últimos
Paulo Hartung
Economista, ex-governador do Estado do Espírito Santo (2003-2010)
10
Recortes
anos e que faz desse Estado um locus competitivo de atração de investimentos produtivos privados. Estou convencido – já o disse em várias en-
Paulo Hartung
Prefácio
11
7. trevistas com jornalistas e em diversos eventos públicos – que o Espírito
tentativa de intimidar os poderes e a sociedade da imensa tarefa de en-
Santo tem grandes chances de ser o primeiro estado brasileiro a alcançar
frentamento do crime organizado e de descontaminação da administra-
indicadores de primeiro mundo em qualidade de vida, educação, acesso
ção pública que então se impunha.
a bons serviços de saúde, habitação, renda per capita e meio ambiente.
O que mais me chamou a atenção, naquele cenário, foi a percep-
Tive a sorte e o privilégio de ser ao mesmo tempo um observador
ção que tive da atitude do então governador ao nos receber e conversar
próximo e um partícipe coadjuvante dessas grandes transformações.
conosco: uma pessoa simples mas muito firme, que demonstrava sere-
Essa foi uma das experiências mais ricas e estimulantes que vivenciei ao
nidade, objetividade e confiança na capacidade de sua equipe e dos ca-
longo de mais de 40 anos de vida profissional, seja como consultor seja
pixabas superarem a crise. E muita clareza do que tinha de ser feito.
como estudioso dos processos de desenvolvimento de nosso País e de
Palavras ditas por Paulo Hartung na entrevista daquele dia 19 de
seus estados e regiões. E foi justamente por conta dela que conheci Pau-
março: “nosso Estado possui um perfil econômico contemporâneo e com
lo Hartung e sua equipe de governo, com os quais convivi ao longo des-
excelentes condições competitivas. E, de fato, só há um gargalo que está
ses oito anos, que vão de 2003 a 2010.
comprometendo a nossa capacidade de desenvolvimento: a falência ou
Conheci Paulo Hartung pessoalmente no dia 19 de março de 2003,
destruição do Poder Público Estadual nas esferas do Executivo, do Legis-
no Palácio Anchieta, quando fui entrevistá-lo1 para colher suas diretrizes
lativo e do Judiciário. Nos últimos anos o setor público estadual foi ‘toma-
e orientações estratégicas para o primeiro ciclo de planejamento de seu
do de assalto’ pelas forças da corrupção e do crime organizado. Por essa
governo. O ambiente f ísico e emocional no palácio refletia bem o grave
razão, e já falei no meu discurso de posse, precisamos fazer do Governo
momento que atravessava o Espírito Santo: instalações precárias e mui-
do Estado um modelo de administração pública honrada, competente,
to deterioradas; forte tensão no ar e muita correria e senso de urgência
moderna e capaz de promover a igualdade de oportunidades para todos
das equipes, que me lembrava o funcionamento dos hospitais de emer-
os cidadãos. Este é o elo que falta para completar as condições sistêmicas
gência. Isto por conta da grave crise sistêmica que reinava no Estado, e
de competitividade e de desenvolvimento sustentado do Espírito Santo”.
não era para menos: o novo governo havia recebido uma dívida venci-
Nessa mesma ocasião, o governador nos falou longa e cuidadosa-
da de R$ 1,2 bilhão que incluía salários atrasados de servidores, faturas
mente da necessidade de administrar as expectativas da sociedade e, so-
não quitadas junto a fornecedores e prestadores de serviços; e o Estado
bretudo, dos valores que orientariam todo o seu governo. Falar e cuidar
estava inadimplente com a União, que por isso fazia a retenção dos seus
de valores, infelizmente, é um cuidado cada vez mais raro nos âmbitos
recursos no Fundo de Participação. Uma evidência da gravidade da si-
público e privado nesses ‘tempos pós-modernos’ que estamos vivendo.
tuação e da intensidade da crise: exatamente cinco dias depois dessa en-
O que se seguiu, ao longo deste percurso, é uma história de sucesso
trevista, foi assassinado o juiz Alexandre Martins de Castro Filho, uma
que foi construída todos os dias com muito trabalho, entusiasmo, energia, foco e método. E, o mais importante, foi uma construção coletiva
1 essa entrevista juntamente com José Paulo Silveira e na companhia de Ricardo de Oliveira,
Fiz
Guilherme Dias, Dayse Lemos e Cezar Vasquez.
12
Recortes
Paulo Hartung
que engajou ‘pessoas f ísicas e jurídicas’ dentro e fora do governo e para
além das fronteiras capixabas. Esse foi um dos mais importantes traços
Prefácio
13
8. característicos da transformação recente do Espírito Santo: ela resultou
gia de longo prazo, tanto por conta da densidade técnica das suas pro-
de um processo social de concertação e convergência, em grande parte
posições, como também porque integra uma visão ampla de cenários e
fruto de uma mobilização e engajamento espontâneos, porém estimu-
uma macroestratégia antecipatória, com metas quantificadas e desdo-
lados e conduzidos pela liderança agregadora e habilidade política de
bradas em uma carteira de 93 projetos para 20 anos, todos eles com re-
Paulo Hartung. E que ganharam impulso e visão de futuro de longo pra-
sultados e recursos dimensionados.
zo com a elaboração do Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025.
A participação de Hartung e sua equipe foi muito intensa na for-
O trabalho de formulação do ES 2025 começou nos primeiros me-
mulação do Plano. Mas a diferença mais valiosa veio a seguir com dois
ses de 2005, logo após superados os principais sintomas e causas mais
movimentos paralelos. De um lado, Paulo Hartung tornou-se o maior e
agudas das crises ética, fiscal, financeira e institucional do Estado. E nessa
o melhor comunicador e disseminador do Plano ES 2025. Assumiu este
iniciativa está uma outra valiosa lição: embora desfrutando de crescen-
papel com desenvoltura e gosto tanto dentro do governo como fora dele.
te popularidade no Espírito Santo e de amplo reconhecimento nacional
Tanto porque havia estudado e conhecia todo o conteúdo gerado, mas,
por conta do grande feito de ter superado a crise estrutural e sistêmica,
sobretudo, porque acreditava nele. E os efeitos desta ‘catequese estraté-
e ainda com uma densa agenda de prioridades imediatas, Paulo Hartung
gica’ foram muito significativos: a estratégia de longo prazo foi-se enrai-
e sua equipe não se aprisionaram ao imediatismo nem se acomodaram
zando tanto entre os executivos e gestores públicos (entre os quais mui-
com as conquistas já alcançadas e que não eram pequenas. Pelo contrá-
tos prefeitos) como nas lideranças empresariais, nos formadores de opi-
rio, assim que se abriu um ‘espaço mental e emocional’, lançaram-se na
nião e na sociedade civil, que dela se apropriaram como referência rele-
construção de uma agenda muito mais ambiciosa e para além dos pró-
vante para suas decisões de médio e longo prazos.
prios horizontes do mandato do governante. Prevaleceu a visão dos in-
Em paralelo, e ainda mais impactante, o governador Hartung deu
teresses do Estado, que são mais permanentes, em vez da agenda cir-
o melhor exemplo de valorização da estratégia de longo prazo, ao fazê-
cunstancial do governo, que tem horizonte temporal finito.
-la marco de referência obrigatório para o desdobramento das priori-
O Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025 foi uma iniciati-
dades de governo em 20 projetos estratégicos, que passaram a ser obje-
va do Governo do Estado em parceria com o Movimento Espírito Santo
to de gerenciamento e monitoramento intensivos segundo as melhores
em Ação, com o patrocínio da Petrobras. Foi construído de forma com-
práticas e com os melhores instrumentos técnicos disponíveis, num es-
partilhada entre diversos atores da sociedade capixaba. Ao todo, envol-
forço coordenado diretamente pelo próprio governador e pelo seu vice
veu uma equipe técnica de consultoria de 25 pessoas, uma dezena de es-
Ricardo Ferraço num arranjo organizacional denominado Pró-Gestão.
pecialistas e quase 300 pessoas. Todas as etapas e produtos desse tra-
O foco principal era fazer a estratégia acontecer, no que ela dependia do
balho cooperativo estão amplamente documentados e são facilmente
governo, e dar velocidade e eficácia à execução dos projetos.
acessíveis no Portal www.espiritosanto2025.com.br. Até hoje o ES 2025
é fonte de muitas consultas e é considerado, em muitos outros gover-
Secretarias e demais órgãos da administração estadual com a elabora-
nos estaduais e municipais, como um modelo de qualidade em estraté14
A partir de então a cada ano era feito o alinhamento de todas as
ção participativa de planos anuais que definiram as entregas prioritárias
Recortes
Paulo Hartung
Prefácio
15
9. do governo para a sociedade capixaba em 2008, 2009 e 2010, tendo mais
mente, a grande cooperação e a convergência de vontades e interesses
uma vez a estratégia de longo prazo como referência principal. Este ali-
de atores políticos, econômicos e sociais na reconstrução institucional,
nhamento ocorria em oficinas de trabalho estruturadas, com forte pre-
ética e financeira do Estado também tiveram peso relevante.
paração prévia de todos, envolvendo toda a equipe do governo – cerca
Mas, entre os fatores críticos dessa história capixaba de suces-
de 150 executivos e gestores. Ao final de cada oficina, o próprio Hartung,
so, não tenho dúvida quanto a importância decisiva de Paulo Hartung
que sempre participou ativamente dos momentos decisivos em todas as
como líder e protagonista dessa travessia. Esta é a minha convicção,
oficinas, anunciava os principais compromissos de entrega em entrevis-
construída numa convivência de trabalho prolongada e mais inten-
tas coletivas à imprensa. E, mais importante ainda, seguia uma rotina de
sa no seu segundo mandato; e também quando comparo suas quali-
monitoramento e a gestão das entregas, na qual se envolvia pessoalmen-
dades e limitações com as de outros bons políticos e gestores públi-
te em reuniões com secretários e seus principais gestores.
cos e de empresas privadas com os quais convivi ao longo da minha
Os resultados alcançados com esse modelo de gestão – motiva-
vida profissional.
dor e mobilizador de toda a equipe, porém disciplinador e ancorado em
No Hartung político, admiro e aprecio a sua capacidade agrega-
bons métodos e ferramentas – foram muito expressivos. Dois exemplos:
dora e como exerce bem o soft power, que é a habilidade de influenciar
a execução de investimentos saltou de R$ 758 milhões em 2007 para R$
o comportamento de outras pessoas ou instituições por meio do con-
1,59 bilhão em 2010; e a velocidade de execução dos projetos estratégi-
vencimento, do uso do conhecimento ou de bons argumentos ideológi-
cos aumentou em 40% no mesmo período.
cos. É um estilo de liderança mais sutil, mas que não abdica do senso de
Michel Godet, um dos mais respeitados especialistas em análise
autoridade, que, aliás, ele não hesita em utilizar quando indispensável.
prospectiva no mundo, nos oferece na tríade antecipação-apropriação-
No gestor público, ressalto sua habilidade em identificar e manter
-ação, construída como uma elegante aplicação da ideia do “Triângulo
o foco no que faz a diferença; de agir com método e disciplina; além de
Grego” (logos = razão; epithumia = desejo; e erga = realização), um es-
ser um excelente formador, motivador e condutor de equipes. Raras ve-
quema conceitual que explica o sucesso estratégico. Podemos identifi-
zes, como profissional, trabalhei com uma equipe tão alinhada, coesa e
car os três vértices desse triângulo na história da transformação bem-
motivada como a do seu governo.
-sucedida do Espírito Santo de 2003 a 2010: (1) a antecipação de novos
Na ‘pessoa f ísica’, destaco como traços característicos sua integri-
horizontes de possibilidades para o desenvolvimento do Estado; (2) sua
dade e sua simplicidade no trato com as outras pessoas, além de ser um
apropriação por protagonistas de relevante peso político e econômico;
estudioso e economista com uma saudável obsessão com o rigor intelec-
e (3) a transformação das possibilidades em ações e resultados de im-
tual. Essas, aliás, são também as percepções de grande parte dos analis-
pacto por meio da gestão intensiva da execução dos projetos e entregas
tas e jornalistas especializados em política no Brasil, às quais tive aces-
prioritárias do governo.
so por meio de pesquisas periódicas.
Nessa trajetória de mudança, os contextos global e nacional, predominantemente favoráveis no período, contribuíram muito. E, segura16
Paulo Hartung com quem convivi também tem defeitos e falhas,
e quem não os tem? De várias pessoas já ouvi comentários e críticas
Recortes
Paulo Hartung
Prefácio
17
10. Introdução
quanto ao seu estilo e algumas escolhas políticas ou ao perfil gerencial.
Mas aqui não é o caso de se fazer um balanço das suas virtudes e defeitos. Nem isso é o que importa. Em seu livro mais recente, “A soma e o
resto”, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso destaca que para um intelectual ou um político o único julgamento que interessa é o da história.
No caso de Paulo Hartung, acredito que a história lhe será grata
e generosa, por conta do legado que já deixou: uma transformação positiva, sustentável e oxalá irreversível no seu Estado; e um bom exemplo como político e gestor público para todo o Brasil, algo muito valioso neste momento de forte escassez de exemplos inspiradores e de uma
grande desilusão da sociedade com a política.
E
sta publicação reúne reflexões do economista e ex-governador Paulo Hartung sobre fatos, ideias e eventos que movimentaram o dia a dia do cenário estadual, nacional e internacional no ano de 2011. Traz abordagens sobre temas
candentes na vida contemporânea, como economia, planejamento, gestão, educação, política, entre outros.
Esses pontos de vista são oriundos de análises, estudos de con-
Mas a história ainda não acabou nem tampouco o trabalho do Paulo Hartung. E este livro, que nos traz uma amostra de sua produção em
juntura, formulação de projetos, entre outras ações de um economista, sendo expressos em situações as mais diversas: palestras, publica-
2011, é uma evidência da sua vitalidade política e da fecundidade das suas
ções, encontros organizacionais, entre outros. Os públicos também fo-
reflexões intelectuais. Esta é uma leitura que recomendo com entusiasmo.
ram bastante diversificados: de empreendedores a estudantes, passando por lideranças sociais e políticas.
Claudio Porto
O livro reúne parte dessa produção intelectual, numa edição
orientada a fornecer um painel das ideias e atividades do ex-governador
do Espírito Santo. Nem tudo foi contemplado, como estudos acerca das
oportunidades de desenvolvimento apresentados a governos estaduais,
tendo como base a experiência capixaba entre os anos de 2003 e 2010.
O atento leitor poderá notar que alguns pronunciamentos apresentam raciocínios e citações semelhantes, o que se explica pelo fato de
que resumem o pensamento consolidado acerca de determinado tema,
portando análises que merecem ser enfatizadas quanto mais se puder.
As variações decorrem de ajustes com relação a públicos e também em
função de novas leituras e reflexões sobre os assuntos.
A publicação vem prefaciada pelo especialista em planejamento estratégico Claudio Porto. Economista, Porto coordenou mais de
18
Recortes
Paulo Hartung
Introdução
19
11. 110 projetos de construção de cenários, estratégias e gestão para re-
Afinal, mais que esperar por um futuro melhor, um dos caminhos
sultados para instituições públicas e privadas em várias regiões do
mais indicados pelas lições da história é tentar interpretar os dias vivi-
País, incluindo o Plano de Desenvolvimento Espírito Santo 2025. É
dos – os antigos e os recentes – para construir as jornadas que virão de
coorganizador do livro 2022 Propostas para um Brasil melhor no ano
maneira cada vez mais sábia e eficaz. Boa leitura!
do Bicentenário.
O organizador
O posfácio é de Ana Paula Vescovi, mestre em Administração Pública (FGV/Ebap-RJ) e mestre em Economia do Setor Público (UnB), com atuações na Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e no Governo do Estado do Espírito Santo (Secretaria de Governo, Secretaria Extraordinária para o Combate à Pobreza, diretora-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves), uma
das mais lúcidas e competentes estudiosas da condição socioeconômica do Espírito Santo.
Em meio à contribuição desses destacados profissionais, o conteúdo relativo às atividades do ex-governador em 2011 é apresentado segundo temáticas específicas. O livro é aberto com uma longa entrevista
de Paulo Hartung a Rodrigo Taveira Rocha, então estudante de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo, na qual lança um olhar
em panorâmica ao longo de sua vida militante de quase quatro décadas,
do movimento estudantil ao Palácio Anchieta.
Em seguida, há dois textos referenciados à economia, sua atual
área de trabalho. Na terceira seção, estão reflexões sobre planejamento
estratégico. Gestão é o tema do quarto capítulo. Na quinta parte, os assuntos são educação e juventude. Finalizando a publicação, uma análise acerca da condição da política na atualidade.
A proposta é, nestes tempos de correnteza velocíssima e percepções fugazes da “modernidade líquida”, expressão paradigmática de Bauman, fixar nas páginas da impressão um lugar de encontro com memórias recentes de um presente peculiar por sua dinamicidade e determinante por seus desafios.
20
Recortes
Paulo Hartung
Introdução
21
12. Cap. 1
Entre Gerações
D
a retrospectiva às perspectivas, numa conversa entre personagens de gerações distintas, mas conectadas pela mesma formação (Economia), na mesma
universidade (Ufes). Neste capítulo, reproduz-se a
entrevista concedida por Paulo Hartung a Rodrigo
Taveira Rocha, com vistas à elaboração de seu tra-
balho de conclusão de curso em 2011.
Trajetória política, agenda econômica, história recente, desafios
capixabas, questões nacionais, futuro, projetos... Com suas perguntas de pesquisador, perscrutador e jovem atento às questões da atualidade, Rodrigo Taveira Rocha constituiu um denso painel, com dados históricos, reflexões sobre passagens contemporâneas e análises
prospectivas, incluindo informações e revelações feitas pela primeira vez por Paulo Hartung após o término dos dois mandatos à frente
do Executivo capixaba.
A entrevista foi feita em 14 de novembro de 2011, para constituição da monografia “Política e Desenvolvimento Econômico: Uma análise do Estado do Espírito Santo no Governo Paulo Hartung (2003-2010)”,
defendida em 01/12/2011, no Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com observações e esclarecimentos
entre parênteses feitas pelo próprio pesquisador. A íntegra da entrevista
faz parte dos anexos da monografia de Rodrigo Taveira Rocha.
Cap.1
Entre Gerações
23
13. Fale um p o uco s obre sua hist ór i a
no passado (risos). Fui escolhido para representar o campus no ENE (En-
e tr a jetór ia p olític a .
contro Nacional dos Estudantes), encontro de reorganização da UNE, em
Belo Horizonte (MG). Fomos eu, pelo campus (de Goiabeiras), e o Adauto
A minha história política tem a ver com a minha relação familiar, mui-
Emerich, hoje dentista, pelo CBM (Centro Biomédico, atualmente Cen-
to embora não haja em meu núcleo familiar alguém que tenha exercido
tro de Ciências da Saúde, correspondendo ao campus de Maruípe). Era
mandatos. O meu pai, Paulo, formado em Contabilidade, filho de um pe-
mais ou menos isso, o movimento era muito lá e cá. O CBM tinha um de-
queno proprietário rural no Sul do Estado, em Iúna, sempre se interessou
senvolvimento maior de lideranças, e nós estávamos organizando o pes-
pelo debate político. Encantou-se pelo Socialismo, mantendo uma rela-
soal do campus de Goiabeiras. Sobre a ida a Belo Horizonte, nós fomos
ção de proximidade com o Partido Comunista Brasileiro, o PCB, para o
presos, não participamos do encontro. Acho que o encontro nem acon-
qual contribuiu durante sua vida. Esse é um laço importante.
teceu. Foram algumas passeatas, algumas manifestações. Fomos presos,
Minha primeira atividade de militância foi ainda na vida estudantil,
passamos uma noite detidos na capital mineira e fomos soltos no dia se-
no ensino médio, mas algo bem incipiente. Fui dirigente do grêmio do Co-
guinte. Coincidiu com a vinda da primeira-dama dos Estados Unidos ao
légio Salesiano, mas o foco era o es-
Brasil, a esposa do Carter – se não me engano, o nome dela era Rosalynn
Minha primeira atividade de militân-
porte. Também havia algo no campo
Carter. E aí o governo brasileiro correu para soltar os estudantes, porque
cia foi ainda no ensino médio. Uma
da literatura, com os nossos colegas
era um escândalo aquele monte de estudantes presos em Belo Horizon-
militância política real veio com a en-
poetas. Tínhamos uma pequena pu-
te em função da proibição da realização de uma reunião.
trada na Universidade.
blicação que circulava no Salesiano.
Isso foi criando um envolvimento muito grande. Nós conseguimos
Uma militância política real
reorganizar o Diretório Central dos Estudantes na Ufes. Eu fui eleito o
veio com a minha entrada na Universidade. Quando eu cheguei à facul-
primeiro presidente do DCE, numa disputa bem acirrada, com cinco cha-
dade, existia um movimento para reorganizar as entidades estudantis.
pas se não me engano. A nossa chapa acabou conseguindo mais de 70%
Na verdade, também havia algumas entidades, como era o nosso caso
dos votos. Foi um resultado muito importante. O nome da nossa cha-
lá no CCJE, que estavam funcionando, mas com grupos de direita, liga-
pa era “Construção”. A primeira chapa que nós fizemos lá no CCJE era
dos de alguma forma ao que se passava no Espírito Santo e no País na-
“Gota D’água”. Chico Buarque estava na nossa cabeça. O nome da cha-
quele momento (ditadura militar).
pa do DCE foi inspirado em “Construção”, uma música muito bonita e
Dessa forma, o primeiro movimento de que participei foi de uma
campanha para poder organizar o Diretório Acadêmico (na época não
litância política, para a luta pela melhoria da qualidade do ensino e ao
era Centro Acadêmico, era Diretório Acadêmico – DA) do Centro de Ci-
mesmo tempo pela redemocratização do nosso País. Nós também aca-
ências Jurídicas e Econômicas (CCJE). A partir daí, ingressamos no mo-
bamos participando da decisiva luta pela anistia. Fomos ao Rio de Janei-
vimento pela reconstrução da UNE. Acabei mesmo sendo representan-
ro receber alguns dos exilados, cujas chegadas se tornaram verdadeiras
te de esportes na chapa do DA do CCJE, o que era até motivo de gozação
24
expressiva do Chico. Enfim, esse movimento foi nos levando para a mi-
manifestações no aeroporto do Galeão.
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
25
14. Então, o fundamento vem daí: o laço familiar, a questão do mo-
ra eleição. No início do processo de debate, meu nome foi colocado para
vimento estudantil, a conjuntura do nosso tempo, uma época de luta
ser candidato a vereador em Vitória. Depois, por uma pressão de lideran-
pela liberdade, pela democracia, pela reconstrução das instituições de-
ças do interior, de onde eu nasci, em Guaçuí, a minha campanha de vere-
mocráticas no nosso País.
ador virou campanha de deputado estadual. A gente, de certa forma, fez
Eu me formei em Economia. Fiz duas provas para entrar no serviço
essa migração de candidatura porque não entendia absolutamente nada de
público. Uma no Instituto Jones dos Santos Neves e outra no Bandes, que
eleição. Se entendesse, não faria – você veja como as coisas são. Mas deu
eram os objetos de desejo de quem fazia Economia à época. Dentro do ser-
certo. Eu me elegi deputado estadual com uma votação estrondosa, e por
viço público, essas duas instituições
vários motivos. Eu tive votos onde nunca tinha ido na vida. Eu tive votos
O fundamento vem daí: o laço fami-
eram as que chamavam a atenção. Eu
em todos os municípios do Estado, muitos dos quais nem conhecia. Isso
liar, a questão do movimento estudan-
passei nas duas seleções, mas elas fo-
porque os estudantes da Universidade, que tinham votado em mim para
til, a conjuntura do nosso tempo, uma
ram anuladas pelo governador de en-
presidente do DCE e que participavam junto comigo dos movimentos,
época de luta pela liberdade, pela de-
tão. Segundo informações que recebi
das assembleias, das passeatas, não só votaram em mim como também
mocracia, pela reconstrução das ins-
muito posteriormente, o motivo se-
foram lá no interior pedir ao pai, à mãe, ao tio, que não sabiam nem quem
tituições democráticas no nosso País.
ria a aprovação de muitos, entre as-
eu era, para fazer a mesma coisa. Então, eu tive voto espalhado por todo o
pas, “subversivos” “comunistas” Com
,
.
território capixaba. Foram mais de 20 mil votos para deputado estadual.
a anulação dessas provas, não fui para o serviço público e acabei montan-
Quando estava terminando o meu primeiro mandato, o governa-
do uma microempresa, uma gráfica. Até nesse movimento, a inspiração
dor Gerson Camata se licenciou do governo para poder ser candidato a
política estava presente, pois gráfica dialoga com movimento político da
senador. Assumiu o vice, que tinha diferenças políticas comigo; e eu com
época. Assim, acabamos imprimindo material clandestino, jornais. Nós
ele. O plano era que eu fosse disputar uma vaga na Câmara Federal, mas
tínhamos um jornal do PCB, do Partidão, que, salvo engano, se chama-
acabei numa posição mais conservadora em função da realidade políti-
va “Voz do Trabalhador” Era escrito por alguns intelectuais e alguns pro.
ca. Eu repeti a disputa para deputado estadual, e novamente fui muito
fessores da Universidade. Então, eu acabei indo para um setor que dialo-
bem votado. Na primeira eleição, fui o quarto mais votado do Estado.
ga com a militância política, a partir da necessidade de ter papel, panfle-
Na segunda, fui o segundo mais votado, repetindo a votação, com vinte
to, jornal, essas coisas que têm muito a ver com a militância daquele pe-
mil votos e alguma coisa. Mas algumas bases eleitorais da primeira elei-
ríodo. Se fosse hoje, não precisava disso, bastava entrar numa rede social.
ção não se repetiram na segunda. Mudou muito em função da atuação
Atuando no setor gráfico e mantendo as conexões políticas, chega-
do governador de então, que operou tentando fazer com que eu não me
ram as primeiras eleições de 1982. Não havia pleitos para presidente da
elegesse mais. A votação dos estudantes também não se repetiu, porque
República nem para prefeitos de capitais, mas era uma eleição quase geral.
já eram quatro anos à frente, outra realidade, assim por diante.
Havia disputas para vereador, prefeito (com exceção das capitais), deputado estadual, deputado federal, senador e governador. Foi a minha primei26
Disputei a primeira eleição pelo PMDB. Eu já havia saído do PCB,
mas o partido me apoiou, o que foi importante. Com a segunda eleição,
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
27
15. criou-se uma base bem mais sólida. Dessa forma, na eleição seguinte,
De certa forma, agora eu estou repetindo a experiência que eu tive
fui candidato a deputado federal. Foram cinquenta e tantos mil votos.
quando saí da prefeitura. Estou estudando muito, trabalhando numa coi-
Muito voto em Vitória. Aliás, em todas as eleições, desde a primeira, a
sa absolutamente diferenciada do que eu vinha fazendo no governo. E
minha votação em Vitória e na Grande Vitória é muito forte. Não con-
está sendo bacana, muito rico, muito interessante.
cluí esse mandato de quatro anos para a Câmara Federal, pois, no meio
do período, me elegi prefeito de Vitória. Terminada a gestão à frente da
capital, fiquei sem mandato. Um período igual a este que estou vivendo
Ao se eleger g overnad or e m 2 0 02, o senhor
agora. Foram dois anos sem mandato, pois não havia reeleição naque-
conseguiu for m ar um a a mpl a ba se aliada que se
la época. Elegemos o sucessor, e fui trabalhar como diretor da área so-
sustentou dur ante o s oito ano s de g overno . Por
cial do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Fiquei um ano
que e como foi p o ssí vel construir e ssa coaliz ão?
lá, numa experiência profissional muito rica. Pude voltar a estudar economia. Estudei Economia na facul-
Na verdade a coalizão começou a ser montada na sociedade, muito antes
De certa forma, agora eu estou repe-
dade e, depois, voltei a estudar mui-
da minha chegada ao governo. Eu vou dar dois exemplos da sociedade
tindo a experiência que eu tive quan-
to nesse período, assim como havia
civil: primeiro o movimento “Reage Espírito Santo”, que nasceu conec-
do saí da prefeitura. Estou estudando
ocorrido no mandato de deputado
tando a OAB, que era o centro, do Dr. Agesandro da Costa Pereira, uma
muito, trabalhando numa coisa abso-
federal. Na Câmara, integrei a Co-
figura emblemática, e a Igreja Católica, do arcebispo de então, Dom Sil-
lutamente diferenciada do que eu vi-
missão de Finanças, que era muito
vestre Scandian. Também tínhamos o apoio de um conjunto de igrejas
nha fazendo no governo.
bem composta à época. Vou dar al-
evangélicas, com lideranças como o pastor Oliveira e o pastor Joaquim
guns nomes que estavam lá: Rober-
Beato. Havia ainda movimentos sociais, movimentos políticos, lideran-
to Campos, Delfim Netto, José Serra, Francisco Dornelles, César Maia,
ças políticas. Eu era senador nesse período. O nome do movimento in-
Aloizio Mercadante. Então, tive de correr muito atrás. Nesses anos, tra-
dicava bem a situação do Estado. Uma situação dramática: corrupção,
balhei com gente muito qualificada, com um corpo técnico muito bem
crime organizado, desorganização completa, uma falta de perspectiva
montado do BNDES. Foi muito rica essa experiência.
absoluta, empresas saindo do Espírito Santo em função de chantagens.
Depois disso, eu me desincompatibilizei do BNDES para vir disputar o Governo do Estado. Vim muito bem avaliado em pesquisas,
Enfim, o quadro era insustentável, e a sociedade organizada já articulava um movimento muito forte.
mas perdi a convenção do PSDB. Depois, o partido me chamou para
ser candidato a senador. Fui para o Senado, mas também não concluí
pírito Santo em Ação”, que depois virou uma ONG. Vou dar um exemplo
o mandato. Dos oito anos previstos, fiquei quatro, pois saí para a dis-
do que acontecia com relação ao meio produtivo. Fez-se uma lei que dizia
puta do Governo do Estado, à frente do qual fiquei oito anos como go-
que não se podia plantar eucalipto. Eu não lembro exatamente o termo
vernador (2003-2010).
28
Outro movimento que eu acho importante é o nascimento do “Es-
da lei, mas é engraçado: podia-se plantar eucalipto, podia vender euca-
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
29
16. lipto para qualquer um, mas não podia ter eucalipto para Aracruz. Quer
à ditadura militar para tentar trazer de volta a democracia ao País. Ou
dizer, o que se queria com aquela lei não era nenhuma discussão sobre o
seja, a minha formação pessoal, familiar, política é devota à articulação
eucalipto, sobre a questão ambiental, sobre a monocultura. O que se que-
de forças. Além disso, o clima na sociedade também facilitava a cone-
ria ali era uma chantagem com relação à empresa, que, à época, se cha-
xão de um conjunto de forças que reagiam aos desmandos.
mava Aracruz Celulose, e agora se chama Fibria. Era uma ilegalidade fla-
Houve problema durante a minha primeira campanha ao governo.
grante, tanto que o Supremo Tribu-
Forças políticas que estavam juntas inicialmente se movimentaram e se se-
O quadro era insustentável, e a so-
nal Federal (STF) derrubou essa lei.
pararam no correr do processo. Quando acabou a campanha, fiz um movi-
ciedade organizada já articulava um
Os empresários também se levanta-
mento para trazer muitas dessas forças para nos ajudar no processo de re-
movimento muito forte. O intuito era
ram. Montaram um movimento di-
construção política, administrativa e institucional do Estado. E talvez o mais
buscar a superação daquele quadro
ferente das federações, sindicatos.
importante tenha sido trazer o PT. O PT não esteve comigo na minha pri-
dramático que o Estado vivia.
Fizeram um movimento transver-
meira eleição; esteve na segunda. O PT foi contra a minha primeira campa-
sal, colocando em diálogo agricul-
nha. A minha relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vinha lá de
tura, indústria, serviço, todas as áreas da atividade econômica. O intui-
trás, uma relação muito sólida. Ao término da campanha, fui a São Paulo,
to era buscar a superação daquele quadro dramático que o Estado vivia.
eu eleito e o presidente Lula eleito. Ele me recebeu no escritório, que era um
A minha chegada ao governo é produto disso. O Estado já vinha
escritório de campanha. Pedi apoio, porque sabia que iria enfrentar um qua-
numa situação dramática, de dois governos que haviam dado errado. Aí
dro dramático no Espírito Santo. De certa forma, exemplifiquei com aquilo
eu perdi a convenção, e depois entra um terceiro governo que também
que o Fernando Henrique tinha feito lá no Acre, com o Jorge Viana, quatro
deu errado. Então, ao final de três governos problemáticos, o clima era
anos antes. Eu precisava da mesma presença que o governo federal teve no
de unir o Estado, independentemente do líder que fosse colocado no go-
Acre, no desmonte de uma teia cor-
verno para poder superar aquele quadro. É claro que o meu jeito de fazer
rupta, violenta, de desarticulação do
Desde cedo eu aprendi, com meu saudo-
política é buscar associar forças políticas em função dos objetivos que
crime organizado. Fiz esse pedido ao
so pai, que, se você tem uma tarefa com-
nós temos. Desde cedo eu aprendi, com meu saudoso pai, que, se você
presidente Lula e ele se comprometeu
plicada, não vá sozinho. O que quer di-
tem uma tarefa complicada, não vá sozinho. O que quer dizer isso? Não
a ajudar o Espírito Santo. E, no dia em
zer isso? Não adianta o voluntarismo.
adianta o voluntarismo. Isso não muda a realidade social de uma comu-
que eu o visitei, falei: “olha, eu vou ten-
nidade, de um Estado, de um país. Não adianta apenas ter uma boa cau-
tar trazer o PT lá do Estado para a minha base de trabalho” Na volta, con.
sa. É preciso ter gente agregada em torno dessas boas causas. Boas cau-
versei com o PT, conversei com as forças políticas que tinham me apoia-
sas sem mobilização ficam aí mofando em gavetas a vida inteira. É claro
do. Mostrei que o PT tinha como contribuir para aquele momento, até pela
que eu sou forjado nisso. A escola do velho Partidão é isso. Eu sou um
história do partido. E o PT reivindicou a presidência da Assembleia, como
quadro formado na escola do Partido Comunista Brasileiro, um parti-
mecanismo para participar daquele movimento. A eleição do Claudio Ve-
do que não foi para a luta armada, que buscou unir as forças contrárias
reza veio daí. Nós aceitamos como um caminho – foi um caminho difícil.
30
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
31
17. Além disso, também fiz movimentos em direção ao PDT. Tive uma longa
trutura governativa estadual durante mais de década. Com esse bloco de
conversa com o líder do PDT no Estado, o prefeito da Serra, Sérgio Vidigal.
forças, aí sim nós conseguimos quebrar a coluna vertebral daquele esque-
Conversei com o PL (atualmente PR), que na época era o partido do atual
ma, enfraquecendo-o. Não acabamos com ele, ele está aí, vira e mexe está
senador Magno Malta. Eles não quiseram vir integrar o movimento. Mui-
tentando se articular. É visível isso, inclusive no presente. Mas nós con-
to embora tenham se comprometido a não ser obstáculo ao trabalho. Isso
seguimos enfraquecer esse sistema, que tinha laços dentro das institui-
ajuda. Na vida, quem não apoia, mas também não é pedra no caminho, na
ções, para além do Executivo, dentro das outras instituições públicas do
minha visão, na minha maneira de pensar, está ajudando.
Estado. A Assembleia era o mais visí-
De certa forma, buscamos o maior leque de aliança possível para
vel, mas não era, infelizmente, o úni-
Foi uma longa jornada. Foi possível
poder enfrentar a desorganização. Quando eu falo desorganização, não
co ponto de articulação e força des-
porque nós conseguimos uma enge-
é uma coisa burocrática. Desorganização tem dono, a gente tem que ter
se esquema. Tivemos que enfraque-
nharia política bem montada, que
clareza disso. Quando o Estado estava quebrado, desorganizado, tinha
cer esse esquema para poder ir para
dialogou com o estado de espírito do
gente ganhando muito dinheiro com isso, se aproveitando daquela si-
um processo de reconstrução e pro-
capixaba, das lideranças capixabas.
tuação. Articulamos para enfrentar
fissionalização da máquina pública,
Conseguimos montar uma base sóli-
Buscamos o maior leque de aliança
todo um conjunto de leis, de regula-
de planejamento, de colocar a estru-
da que nos permitiu avançar.
possível para poder enfrentar a de-
mentos que tinham sido feitos para
tura de Estado, de governo, e de ins-
sorganização, que não era uma coisa
beneficiar grupos, dando privilégios
tituições públicas a serviço do cidadão capixaba. Foi uma longa jorna-
burocrática. Desorganização tinha
a segmentos da sociedade. Nós tive-
da. Foi possível porque nós conseguimos uma engenharia política bem
dono. Tinha gente ganhando muito
mos que desmontar isso tudo. Em
montada, que dialogou com o estado de espírito do capixaba, das lide-
dinheiro com isso, se aproveitando
um decreto nós cancelamos 450 re-
ranças capixabas, com a angústia, o mal-estar com aquele descalabro que
daquela situação.
gimes especiais de ICMS. Isso é uma
vivíamos. Conseguimos montar uma base sólida que nos permitiu avan-
coisa que parece técnica, mas era um
çar. Enfim, acho que a composição política, a origem dela, está posta aí.
privilégio que foi dado sem nenhum critério. Na época, era a Assembleia
Legislativa que dava esses privilégios. Eu tive de fazer uma lei para trazer
de volta a administração tributária do Estado para a Secretaria da Fazen-
A in da s o b re a c oa l iz ã o , c omo e r a a re l a ç ã o d o
da, porque ela estava nas mãos da Assembleia Legislativa, mais precisa-
se n h o r c om o g ov e rn o fe de r a l , e m e spe c ia l o
mente na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa. Em função
pre side n te L ul a ? E a re l a ç ã o c om a s l ide r a n ç a s
da gravidade da situação, precisávamos de respaldo, e a gente buscou a
l o c a is d o E sta d o ?
maior coalizão política, partidária e social.
O enfrentamento era complexo, contra pessoas que se assenhorearam da máquina pública do Estado, faziam o que bem entendiam da es32
A relação foi boa, porque o presidente Lula cumpriu mais ou menos o
que acertou com a gente. No quarto mês de governo, eu recebi o pre-
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
33
18. sidente Lula no Estado. Ele veio, ficou, pernoitou na residência oficial
nômico e social. Isso não é um problema do governo A, B, C ou D, isso é
da Praia da Costa, em Vila Velha. Era uma coisa simbólica, mas impor-
um problema histórico. E também não foi nesse momento que essa re-
tante. Não era trazer dinheiro; o governo federal não nos deu dinhei-
lação foi mudada, tendo em vista as nossas potencialidades, as nossas
ro. “Toma um dinheiro aí para pagar os servidores!” – não, ele não nos
vocações. Por exemplo, temos a questão da estrutura portuária, que é
deu. O governo federal comprou um ativo do Estado, recebíveis futuros
uma vocação que o Estado tem, funcionando como uma porta impor-
da produção do petróleo. Pagou bem? Pagou nada. É matemática finan-
tante de entrada e saída da região central do Brasil.
ceira: trouxe para valor presente, pagou com títulos do governo federal,
Eu só quero pontuar que a relação foi importante e que eu a valori-
vencendo em parcela durante dois anos. O único dinheiro que entrou
zo, mas registro que ela não promoveu a superação desse certo abandono
foi porque nós usamos, logo no início, uma parte desses títulos para pa-
do poder central em relação ao destino dos capixabas. Isso é histórico, vem
gar uma dívida que o Estado tinha no Clube de Paris, um endividamen-
lá da chegada dos portugueses ao Brasil e perpassou todos esses anos. Se
to que tinha uma caução. Essa caução da dívida foi liberada e entrou no
você olhar, os nossos vizinhos todos já foram apoiados pelo governo cen-
caixa. Mas nada foi dado ao Espíri-
tral: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, só para colocar os três vizinhos
O movimento presencial do presiden-
to Santo para que se resolvesse o im-
que fazem divisa com a gente. Eles já tiveram presença sólida. Quando foi
te Lula no Estado deu um sinal de que
bróglio administrativo, financeiro, e
feito o polo petroquímico de Camaçari, que está no II PND, se não me en-
nós não estávamos sozinhos na bri-
assim por diante. Eu fiz uma tenta-
gano, isso foi uma coisa importante, estruturante para a economia baiana.
ga para reorganizar o Espírito Santo.
tiva de passar o Banestes para o go-
Agora, recentemente, levou-se a fábrica da Ford para a Bahia com incen-
verno federal, que não foi aceita pelo
tivos criados especificamente para que isso acontecesse naquele estado.
ministro Antonio Palocci – nós é que tivemos de reestruturar o Banestes.
Então, a relação foi boa, importante na sustentação do enfrenta-
Agora, nos foi dada uma coisa muito relevante, que eu sempre va-
mento que estávamos fazendo aqui. E eu sou agradecido por isso, mas
lorizei: esse movimento presencial do presidente Lula no Estado deu
até hoje não conseguimos quebrar essa relação de pouco apoio do go-
um sinal de que nós não estávamos sozinhos na briga para reorganizar
verno central ao nosso Estado.
o Espírito Santo. Deu um sinal para esse segmento que destruiu a má-
Do ponto de vista da infraestrutura, nós estamos com problema
quina pública capixaba de que o governador não era um menino bem-
no aeroporto, que se arrasta há não sei quantos anos; problema na dra-
-intencionado e isolado no jogo da política nacional. Isso eu devo, e nós
gagem do canal de evolução do Porto de Vitória. Estamos aí, agora, com
devemos, ao presidente Lula, porque ele foi correto, nesse sentido, com
chance de ser licitada a BR 101, que é uma BR estrangulada já há mais de
o movimento que nós estávamos fazendo aqui. Ele deixou claro, ao vir
década; a BR 262 que está caminhando na mesma direção. Então é dis-
aqui, que ele e o governo dele estariam ao lado da gente nesse embate.
so que eu estou tratando.
Eu estou falando isso porque o Espírito Santo tem uma história
longa de ser colocado à margem do desenvolvimento nacional. O Espí-
nós nos reorganizamos, do ponto de vista fiscal, com os nossos recur-
rito Santo poucas vezes foi visto e apoiado no seu desenvolvimento eco34
Enfim, acho que foi importante o apoio do presidente Lula. Mas
sos. Como é que se reorganizou o Espírito Santo? Como é que nós saí-
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
35
19. mos do penúltimo lugar no ranking do Tesouro Nacional para virar se-
verno do Estado com a administração da Presidência da República. Na
gundo, terceiro lugar? Foi com o nosso esforço. “Ah, com royalties de
verdade, é muito complexo administrar um governo estadual, bastando
petróleo?” – não, não é com royalties de petróleo. É com ICMS, com
que se note que, depois da Constituição de 1988, o que se tem são trans-
combate à sonegação, com reor-
ferências de obrigações para Estados e municípios sem o devido acom-
Com reestruturação da máquina ar-
ganização da máquina fazendária,
panhamento de transferências de recursos que financiem essas novas
recadadora, com planejamento e con-
com profissionalização do setor pú-
competências. No caso dos Estados federados, há uma incumbência na
trole dos gastos, com sentido de prio-
blico, com controle de gastos, com
área de financiamento de saúde pública, segurança pública e educação
ridade, o Espírito Santo se reorgani-
senso de planejamento, de priorida-
que é um desafio que não é pequeno. Mas eu não quero comparar, não
zou, se qualificou, se tornou o Esta-
des. Foi isso que colocou esse Esta-
acho que vá contribuir para o debate.
do com maior capacidade de investi-
do de pé. Somente neste 2011, é que
Primeiramente, eu vou separar: nós não fizemos esse movimen-
mento com recursos próprios, basica-
temos um volume maior de royal-
to que foi feito em nível nacional. Nós não fizemos, nós tínhamos uma
mente com ICMS.
ties. O Espírito Santo se reorgani-
base sólida, e essa base não nos levou a produzir feudos dentro do go-
zou, se qualificou, se tornou o Es-
verno. Feudos: entrega a secretaria ao partido tal e o partido é dono
tado com maior capacidade de investimento com recursos próprios,
da secretaria. Não teve isso no nosso governo. É importante dizer isso.
basicamente com ICMS. Com reestruturação da máquina arrecadado-
Nós usamos uma base sólida, inclusive para profissionalizar a máqui-
ra, com planejamento e controle dos gastos públicos, com sentido de
na pública, para trazer quadros dos mais diversos partidos. Quadros
prioridade, e assim por diante.
que nunca tiveram filiação partidária, mas que tinham competência
para poder compor uma equipe extraordinária de governo. E conseguimos fazer isso. Não é a primeira
Recentemente, o senhor deu uma entrevista na
vez que eu faço, eu fiz durante oito
Governar não é administrar uma em-
qual criticava o modelo de gestão do governo
anos como governador e fiz como
presa privada. Na minha visão, repetin-
federal, que acaba por lotear ministérios e cargos
prefeito da capital. Esse modelo me
do o que disse o ex-presidente Fox: “go-
em função de privilegiar os partidos que fazem
acompanha por onde eu passei até
vernar é muito mais complexo do que
parte da base aliada. Como o senhor administrou
agora. Inclusive nos meus mandatos
administrar uma empresa privada”
.
isso durante os seus oito anos à frente do
parlamentares, sempre me esmerei
Executivo estadual, visto que também contava com
em ter uma assessoria qualificada. Mas eu não estou fazendo compara-
uma vasta gama de partidos que o apoiavam?
ção de uma coisa com a outra. Aqui, o nosso modelo foi esse: foco na
profissionalização, foco em buscar pessoas e quadros dos mais diver-
Eu não quero ser simplista, porque essa não é uma questão simples. É absolutamente complexa. Eu não quero comparar a administração do Go36
Recortes
Paulo Hartung
sos pensamentos políticos, mas com competência para tocar.
Eu queria fazer uma observação antes de ir para o nacional: goverCap.1
Entre Gerações
37
20. nar não é administrar uma empresa privada. Na minha visão, repetin-
cialismo. E eu via na rua que nós íamos perder feio, porque as pesso-
do o que disse o ex-presidente do México Vicente Fox: “governar é mui-
as diziam assim: “prefeito, o senhor está pedindo a gente para entre-
to mais complexo do que administrar uma empresa privada”. Você pode
gar o governo aos deputados?” (risos). Quer dizer, era como o pesso-
ter um bom projeto, mas você precisa legitimá-lo e construir um leque
al que estava fazendo campanha para o presidencialismo passou essa
de apoio para que ele deixe de ser um projeto e passe a ser uma ação de
imagem para a população. E aí a população votou no presidencialis-
governo, em benef ício da sociedade. Eu não acredito num governo de
mo. Então, nós ficamos com uma Constituição com formato de par-
tecnocratas, não é isso que eu estou dizendo. E eu nunca fiz governo de
lamentarismo e com o Executivo de presidencialismo. Aí você preci-
tecnocrata. Eu acho que para montar uma equipe você precisa levar gen-
sa de medida provisória, os presidentes governando a partir de medi-
te que tenha conhecimento da área, e de preferência muito mais conhe-
da provisória, o orçamento é um orçamento autorizativo.
cimento do que o líder, porque o líder não é obrigado a ter um conheci-
Dessa forma, eu acho que é essa questão que precisa ser debatida
mento vertical de todas as questões que vão ser tratadas, ele precisa ter
no País novamente. Veio um esgotamento profundo já no segundo go-
um conhecimento horizontal. Mas esse quadro que vai ocupar uma fun-
verno do presidente Lula. Não foi percebido porque o País estava cres-
ção precisa ter conhecimento técnico, mas também precisa ter capaci-
cendo, aumentando emprego, aumentando a renda, aumentando a classe
dade política, sensibilidade política, para ocupar uma função em gover-
média, e por aí vai. Mas é a mesma classe média que traz novos valores,
no. Então, eu não estou propondo governo de tecnocrata, eu não acre-
e traz ética para o debate da política, na minha visão. É a contradição da
dito nisso. O que eu estou colocando é que precisa ter formação técni-
vida. Foi isso que eu debati numa entrevista recente que eu concedi. Eu
ca, precisa ter sensibilidade política, e não pode ter feudo. Não pode ter
acho que precisamos aprofundar essa visão. Para resolver isso, é preci-
feudo para nenhum tipo de ação de governo. Foi assim que nós fizemos
so equacionar o problema da estrutura político-eleitoral do País. O nos-
aqui; esse é o modelo em que eu acredito.
so sistema político é dos mais atrasa-
O que vem sendo feito em Brasília, que eu chamo “presidencia-
É preciso equacionar o problema da
lismo de coalizão”, é uma coisa que no limite já está dando errado, e
solver o problema de financiamen-
estrutura político-eleitoral do País.
vai dar cada vez mais errado nos próximos anos no nosso País, na mi-
to de campanha. Não tem não me
O nosso sistema político é dos mais
nha visão. Usando a linguagem dos engenheiros, esse modelo já deu
toque, não adianta fazer demagogia
atrasados do planeta.
fadiga de material. E eu acho que quanto mais rápido o País debater
com a população e dizer que “ah, vai
isso em profundidade, melhor. Não acho que isso seja responsabilida-
tirar o dinheiro de tal setor para pagar campanha eleitoral”. Campanha
de do PT, ou do PSDB, ou de quem quer que seja. Isso vem do nosso
eleitoral tem custo. Nós optamos pela democracia, nós precisamos saber
debate da Constituição de 1988, quando nós começamos a preparar
como se financia um processo eleitoral. Isso precisa ser um debate cla-
uma constituição parlamentarista, e veio o plebiscito. Eu era prefeito
ro e transparente se a gente quiser evoluir com a democracia brasileira.
de Vitória quando veio o plebiscito. Eu defendi o parlamentarismo, e
Foi essa discussão que eu coloquei, o que, na minha visão, preci-
o parlamentarismo tomou uma surra no Brasil. Ganhou o presiden38
dos do planeta. Nós precisamos re-
sa ser resolvido em nível nacional. Nós temos aí sei lá quantos minis-
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
39
21. tros que já caíram neste governo. É quase um roteiro único, um rotei-
País continuar avançando. O País está avançando nesses últimos anos.
ro se repetindo. Não tem nem roteiro diferente, a novela repete o ro-
Eu reputo que desde o governo do presidente Itamar Franco, desde o
teiro em cada caso, e eu não sei em quantos ministérios vai acontecer
Plano Real, o Brasil vem avançando do ponto de vista econômico, do
a mesma coisa. Para mim está claro. Por isso, eu falei que esse cami-
ponto de vista social, da diminuição da miséria, da pobreza. Colocamos
nho se esgotou. Precisamos rediscutir e colocar uma coisa melhor. E
as crianças no ensino fundamental. Há um problema de qualidade, um
para colocar uma coisa melhor, evidentemente tem de melhorar o sis-
problema sério de qualidade no ensino de Português, de Matemática,
tema político, eleitoral, partidário do País. Tem de aperfeiçoar, tem de
mas as crianças estão na escola. Há avanços dignos de registro no País.
resolver essa questão do financiamento de campanha, e tem de pro-
Mortalidade infantil em queda, expectativa de vida em alta, tem mui-
fissionalizar o setor público. Grosso modo, nos países desenvolvidos,
ta coisa digna de registro nesse período. Mas é evidente que aquilo que
você muda um primeiro-ministro, mas não muda a burocracia. Essa
nos fez chegar a esses registros positivos é insuficiente para continuar a
coisa de loteamento partidário de
caminhada. Nós precisamos refazer esse modelo para seguir em frente.
A questão da gestão precisa entrar no
estruturas públicas, isso é o atraso
debate nacional. Como é que você vai
do atraso do atraso. Você precisa
fazer as coisas, quanto vai custar, quais
caminhar no sentido da profissiona-
O se n h o r in gre s s o u f o r m a l me n te n a v ida
são as outras maneiras de fazer? Qual
lização da máquina pública. Tem de
p o l ític a n a dé c a da de 8 0 , a o se fil ia r a o
o retorno que vai dar para a socieda-
ter eficiência. O setor público tem
PMD B . D e p o is pa s s o u vá rio s a n o s n o P S D B ,
de? Tem que ter meta, objetivo.
de fazer as coisas e ter avaliação do
te v e fil ia ç õ e s me n o s dur a d o ur a s n o PP S e P S B ,
que ele está fazendo, tem de olhar
te n d o vo lta d o p o ste rio r me n te a o PMD B , o n de
quanto está custando aquilo. Porque é público não tem que olhar isso?
se e n c o n tr a a g o r a . Q ua l é a o pin iã o d o se n h o r
Claro que tem, acho que tem de olhar mais, na minha modesta visão.
s o b re o s pa rtid o s p o l ític o s h oje n o B r a sil ,
A questão da gestão precisa entrar no debate nacional. Nos oito
anos à frente do governo do Espírito Santo, ela recebeu prioridade. Como
de m a n e ir a ge r a l ? Q ua is p o n t o s me re c e m se r
de sta c a d o s , p o siti va o u n e g ati va me n te ?
é que você vai fazer as coisas, quanto vai custar, quais são as outras maneiras de fazer? Qual o retorno que vai dar para a sociedade? Tem que
Eu comecei no PCB. Quando eu era estudante, na militância estudantil,
ter meta, objetivo. É preciso utilizar as mesmas ferramentas de traba-
eu me filiei ao PCB. Me filiei, assim, não tinha ficha não, era clandesti-
lho da iniciativa privada.
no. Me filiei ali, de passar à militância, e tudo. E depois, em algum mo-
Então, eu acho que esse modelo que está lá em cima já está completamente ultrapassado, fazendo água. E isso é visível para a sociedade,
va. A militância no MDB, no PMDB, foi uma militância que muitas for-
independentemente de ficar botando a culpa em A ou em B, em parti-
ças de esquerda tiveram porque estavam na clandestinidade e o espaço
do. Não quero saber de quem é a culpa, precisamos resolver isso para o
40
mento, eu refleti que aquele caminho não era o caminho que eu pensa-
legal de atuação era o MDB, depois o PMDB. Na verdade eu vim da mi-
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
41
22. litância socialista para a militância social-democrata, é onde eu estou
to na Câmara dos Deputados. (Na verdade, com os recém-criados PSD
agora. Essa é a minha história, eu virei um social-democrata.
e PPL, o Brasil conta com 29 partidos oficiais, sendo que 23 têm repre-
A questão partidária no País, o retrato dela, é o PSD, criado ago-
sentação na Câmara dos Deputados). Talvez possamos ter um núme-
ra pelo Gilberto Kassab. Proibiram a mudança partidária de quem tinha
ro menor, mas ter partidos com uma relação programática mais bem
mandato, mas abriu uma janela para, criando um partido novo, você poder
estabelecida. E eu acho que aí é de certa forma dar uma olhada no que
mudar. Acho que eles colocaram quarenta deputados federais no partido,
está acontecendo no mundo.
quarenta e tantos. Isso é quase 10% da Câmara, você imagina. Então isso
aí é um sinal do que virou a vida partidária. Depois do mensalão, o PT, que
bém está mudando velozmente com as novas tecnologias. Quando você
tinha uma vida partidária mais organizada, perdeu muito do carisma que
pensa, por exemplo, que a função do Legislativo está em discussão na
tinha com a sociedade. A vida partidária brasileira está muito desorgani-
sociedade... Deixe-me fazer aqui uma simplificação histórica: mudou
zada. O que eu vejo de bom nela hoje?! Eu não vejo nada, sinceramente. O
muito da assembleia da Grécia An-
que eu vejo é que se precisa reestruturar a vida partidária brasileira, den-
tiga, quando todos os poucos cida-
Os partidos hoje são pouco progra-
tro daquilo que eu falei, da necessidade de uma reestruturação da políti-
dãos decidiam tudo pessoalmente
máticos. Eles se tornaram uma espé-
ca no País, dos partidos, da legislação eleitoral, do financiamento de cam-
a todo tempo, à democracia repre-
cie de cartório. Compete ao País ter
panha, de como organizar uma campanha eleitoral. Eu acho que esse é o
sentativa nos parlamentos, em que
capacidade de reformular as leis que
desafio. Os partidos hoje são pouco programáticos. Eles se tornaram qua-
você escolhe uma pessoa para re-
regem a estrutura política.
se uma visão de uma coisa burocrática que nós temos no País, e em certos
presentá-lo, você dá uma procura-
pontos muito atrasada. Eles se tornaram uma espécie de cartório da polí-
ção para o cara ir lá votar em seu nome, decidir em seu nome. Ocorre
tica. Tem o cartório de registro de imóveis, tem o cartório de outras coi-
que, hoje, você tem, no meio disso tudo, a possibilidade de as pessoas
sas, então o partido se tornou quase um cartório. O cara tem necessida-
serem mais consultadas sobre os mais diversos temas. Pelo volume de
de de ter uma filiação partidária para poder ser candidato, independente-
gente que tem esses celulares modernos, a possibilidade de você con-
mente se ele sabe o que está escrito no programa do partido, e assim por
sultar a população está aumentando, está se aproximando de um nú-
diante. Essa é uma coisa que esses anos de democracia trouxeram para a
mero grande de pessoas para poder falar sobre o que pensam disso ou
luz do dia. Compete ao País ter capacidade de reformular as leis que re-
daquilo. Essas novas possibilidades precisam entrar no debate da refor-
gem a estrutura política. É isso que precisa ser feito, não tenho dúvida. A
ma política. E a própria discussão desse novo parlamento. Você vê, os
visão que tenho da questão partidária é essa. Você olha as coligações par-
meninos vão para a rua, acampam lá na Espanha, mas vão para a porta
tidárias hoje, e elas são feitas em cima de um episódio eleitoral. O PMDB
do parlamento espanhol fazer protesto. E o protesto diz assim: “nós não
esteve com o Fernando Henrique, esteve com o Lula, e está com a Dilma.
nos sentimos representados por essa instituição”. Então isso tem de le-
Essa estrutura precisa ser reorganizada. E aí você ter talvez um
var a uma discussão, quando a gente repensa essa questão da democra-
número menor de partidos. Hoje o País tem 28, 29 partidos com assen42
Não tem vida muito fácil nesse assunto porque o mundo tam-
cia representativa, nós precisamos levar em conta todos esses aspectos.
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
43
23. E e spec i fi c a mente s obre o parti d o d o
se nh o r , o PM DB? C omo o avalia , tan to
O se n h o r de i xo u o G ov e rn o d o E sta d o c om um
a ltís simo n í v e l de a prova ç ã o , e f o i q ue stio n a d o
na c i ona l m ente quant o regional m e n te ?
muita s v e z e s pe l a q ue stã o da un a n imida de , de
O PMDB teve um papel muito importante no processo de democrati-
se n h o r ava l ia e s sa s dua s c o isa s ?
g ov e rn a r pr atic a me n te se m o p o siç ã o . Como o
zação do País. Não como partido, mas como movimento, como frente. Isso foi um papel muito relevante e histórico do PMDB. A partir daí
Quem tiver em uma luta política com desafios gigantescos, como nós ti-
ele virou um partido que se acopla aos projetos, como eu disse. Aco-
vemos de enfrentar, e não buscar apoio, não tiver humildade para buscar
plou ao projeto do ex-presidente Fernando Henrique, deu número no
apoio em outras forças políticas, em grupos sociais, em instituições da
Parlamento para aprovar medidas que foram muito importantes para
sociedade, está fadado ao insucesso. Essa é a minha visão, como de certa
o País. Reformas que ajudaram o Brasil a se reestruturar. Muitas delas
forma já está construído no meu raciocínio lá atrás, na minha outra res-
que permitiram ao País passar melhor pela crise de 2008, como, por
posta. Quem tem desafios gigantes-
exemplo, a reforma do sistema bancário brasileiro.
cos pela frente, que não vá sozinho
Quem tiver em uma luta política com
Então o PMDB esteve lá nesse momento reformista que o País
pra ele. Isso é máxima-chave que eu
desafios gigantescos, como nós tive-
viveu. Mas é um partido, por exemplo, que há muitos anos não aspi-
aprendi na minha casa, com meu sau-
mos de enfrentar, e não tiver humil-
ra ao poder nacional, não disputa a Presidência da República à vera
doso pai. E foi isso que nós buscamos.
dade para buscar apoio em outras
mesmo, colocando-se sempre como caudatário do movimento de ou-
São críticas vazias, absoluta-
forças políticas, em grupos sociais,
mente inconsistentes. Se você busca
em instituições da sociedade, está fa-
Eu acho que é isso, está dentro dessa geleia geral partidária a
o apoio, e o tem, é porque você tem
dado ao insucesso.
que eu me referi, desse sistema partidário gelatinoso que precisa ser
uma proposta que aquele interlocu-
reestruturado. Então acho que não faz diferença. O PMDB teve um
tor que você buscou entende como uma coisa importante, que tem re-
papel histórico. O PSDB teve um papel histórico, desmembrando-se
percussão para a sociedade. Porque, se você vai buscar apoio para uma
do PMDB para ser uma coisa diferente, fez esse governo do Fernan-
proposta equivocada, por um caminho que se revela um descaminho,
do Henrique. O PT teve o seu papel também importante, mas todos
você não junta gente. Você junta gente quando o objetivo é uma von-
perderam o brilho ao longo dessa caminhada. Por isso, talvez o me-
tade social, que tem reflexo na vida do cidadão. O que eu fiz foi mobi-
lhor fosse reestruturar a vida partidária e eleitoral, o sistema político
lizar o Estado, e ter humildade para procurar, conversar, explicar o ca-
do País como um todo. Eu acho que esse sistema em que estamos vi-
minho que eu queria seguir a políticos, partidos, entidades da socie-
vendo deixa muito a desejar.
dade civil, jornalistas, igrejas, universidade, faculdades. O que eu fiz
tros segmentos.
foi isso, e recebi o apoio. Um sinal de que a proposta fazia sentido. E a
história está aí: onde estava o Espírito Santo, e onde o Espírito Santo
44
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
45
24. está hoje? De onde nós saímos e aonde nós chegamos? Então acho que
versavam, eu conversava pessoalmente, e me dava ao trabalho do con-
a crítica não tem consistência, ela não se fundamenta em nada. Mui-
vencimento. Porque essa é a questão do governar, é você convencer as
tas vezes, são críticas feitas por pessoas que em outros momentos da
pessoas do caminho que você acha que deve seguir. Então trabalhamos
política tentaram a mesma coisa. Uns não conseguiram, porque não
com muito apoio, mas muito longe do comentário feito.
tiveram capacidade de mobilizar a sociedade; não conseguiram con-
Sempre trabalhamos com a oposição forte. Forte no sentido de que
vencer a sociedade do caminho, não trabalharam com bons argumen-
a oposição ao nosso trabalho foi e é justamente esse conjunto de forças
tos. Outros chegaram a conseguir apoios importantes para conseguir
políticas que mandou no Espírito Santo durante mais de uma década.
coisas que precisavam ser feitas.
Mandaram e desmandaram, mais desmandaram, durante mais de uma
Eu acho que a crítica muitas vezes é útil para consertar algumas
década. Não é gente frágil. É gente acerca da qual nós buscamos real-
coisas, mas é preciso que haja fundamento. O Lula governou com mui-
mente uma forma para que se enfraquecessem no jogo de poder do Es-
to apoio, no estilo dele. Então, se a crítica fosse assim: “Para ter apoio, o
tado. Óbvio, caso contrário não conseguiríamos botar de pé essa estru-
Paulo Hartung fez coisas absurdas. Deu a Secretaria da Saúde para o cara
tura nova que nós propusemos.
fazer coisa errada lá dentro”. Mas isso não existiu, nem esse tipo de crítica existe. Não foi feita, inclusive por quem se diz oposição ao trabalho
se conseguiu aprovação? Com trabalho. A pessoa não recebia o salário,
que nós realizamos. Se eu tivesse trabalhado com uma equipe que tives-
passou a receber em dia. Tinha uns atrasados de salário, recebeu. Ti-
se sido uma politicagem só, aí haveria motivo. Podem até dizer que tive
nha uns atrasados de plano de cargos e de salários, recebeu. Toda vez
apoio amplo, mas reconhecem o valor da equipe. Também se argumen-
que o Estado podia avançar, ia lá e reestruturava o plano de cargos e de
tou: “Ah, porque ele teve muito apoio na Assembleia Legislativa”. Mas eu
salários, dentro das nossas possibilidades. E o Estado conseguiu se re-
trabalhei para ter apoio na Assembleia Legislativa. Eu ficava até dez ho-
organizar, fazer os concursos públicos, repor a força de trabalho que a
ras da noite atendendo parlamentar. Muitas vezes, não para fazer o que
máquina pública precisava, e ao mesmo tempo voltou a ser provedor
ele me pedia, mas para explicar o que era possível e o que não era possí-
de serviços para a sociedade. Então, o cidadão, na outra ponta, via que
vel atender, inclusive mostrando que aquilo fortaleceria o mandato de-
o Estado ia lá e construía uma unidade de saúde, reconstruía uma es-
les. E isso se revelou na prática, tanto que muitos deles disputaram a ree-
cola, construía uma escola nova, comprava equipamento para o hospi-
leição e foram bem-sucedidos. Quer dizer, mostrou também que eu não
tal, fazia estrada, levava energia para onde não tinha. O Estado voltou
aconselhei errado, que eu não vendi ilusões para líderes políticos. Falei:
a funcionar. Os órgãos da área da agricultura começaram a fazer polí-
“Olha, vamos trabalhar nessa direção aqui. Nessa direção você também
ticas inovadoras para melhorar a qualidade dos nossos produtos, seja
vai refazer o seu mandato político. Não é isso que você quer?”. E muitas
o café, o milho, a banana, e os diversos polos de fruticultura. O Estado
vezes o que vinha sendo proposto era uma coisa que ia destruir o rumo
voltou a funcionar. Então isso é que deu prestígio. O que dá prestígio
do que estava sendo feito, de profissionalização, de planejamento, de me-
é isso, não é gogó, não é discurso bonito. Com isso a população já está
tas, e assim por diante. Mas eu gastava tempo, os meus secretários con46
Acho que a aprovação também é uma coisa positiva. Como é que
impaciente. Não aguenta conversa fiada.
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
47
25. Por que o governo do Lula ganhou prestígio? Porque aumentou a
En tr a n d o n o c a mp o e c o n ômic o , o B r a sil
renda, aumentou o emprego. Por isso ganhou prestígio. Esse eu acho que
e o E spírit o S a n t o se de sta c a m h oje c omo
é o desafio, chegar à vida das pessoas, positivamente. Isso que dá prestígio
gr a n de s e xp o rta d o re s de c ommo ditie s . A l g un s
a governo, a governante. E eu não vejo mal nenhum, pois se há prestígio é
e spe c ia l ista s a p o n ta m pa r a um a te n dê n c ia de
porque se está trabalhando direito. Porque o povo é também um consumi-
re prim a riz a ç ã o da pau ta de e xp o rta ç õ e s , e q ue
dor de produtos e serviços de responsabilidade do governo. E a população
is s o p o de ria te r c o n se q uê n c ia s n e g ati va s pa r a
não é intransigente, fato importante de se ressaltar. Sabe-se que ninguém
o Pa ís e pa r a o E sta d o , n o l o n g o pr a z o . Como o
vai resolver tudo. Nós ficamos oito
se n h o r ava l ia e s sa q ue stã o ?
Eu não vejo mal nenhum em ter muito
anos no governo e não resolvemos
apoio, desde que isso não esteja ligado
todos os problemas; não tem como.
Eu concordo com os analistas. Tenho uma grande preocupação com isso.
ao fisiologismo, ao clientelismo, às prá-
Você acaba de resolver um problema
Com esse fato de se ter hoje como principal produto de exportação do
ticas equivocadas tão comuns da vida
e aparece um novo; a sociabilidade é
País o minério de ferro. Nos últimos doze meses, só para dar um núme-
pública brasileira. Não tenho proble-
dinâmica. Mas a população também
ro, nós fizemos 40 bilhões de dólares de exportação de minério de ferro.
ma nenhum em ter apoio de partidos,
percebe que as coisas estão andando
Essa é uma pauta que preocupa o Brasil e o Espírito Santo. Como se su-
de lideranças políticas, da sociedade.
para frente. Quem usa o SUS sabe o
pera isso? Modernizando o País. Precisa-se de uma agenda nova para o
quanto o hospital público melhorou.
País. Isso dialoga com o que eu falei em respostas anteriores. Nós passa-
Quem não usa fala que isso é um caos, e ponto. Ele vê que tem problema;
mos bem pela crise de 2008, pelo que nós fizemos lá atrás, desde a esta-
então isso é um caos. É fácil falar que é um caos, mas quem usa no dia a
bilização da moeda. Nós podemos passar melhor agora por essa conti-
dia sabe a hora que não tinha uma tomografia e passou a ter, que os exa-
nuidade da crise, que está expressa nos episódios da Europa, principal-
mes estão sendo feitos, que ninguém está ficando num leito hospitalar
mente, e dos Estados Unidos, ainda por conta do que fizemos no passa-
para esperar durante 60 dias um exame. Na hora que melhora, a peque-
do. Mas precisamos de uma nova geração de reformas. No caso, inclusi-
na melhora é percebida por quem usa, e entra na avaliação do governo.
ve, acho que mais microeconômicas do que macroeconômicas. Nós pre-
Dessa forma, eu não vejo mal nenhum em ter muito apoio, desde que isso aí não esteja ligado ao fisiologismo, ao clientelismo, às práti-
cisamos melhorar o Estado brasileiro, o funcionamento dele, para poder
aumentar a competitividade do País. A nossa competitividade é baixa.
cas equivocadas tão comuns da vida pública brasileira. Não tenho problema nenhum em ter apoio de partidos, de lideranças políticas, da so-
vale para o Brasil e para o Espírito Santo. O maior desafio que temos é
ciedade. E só vejo bem num governo bem avaliado. Aliás, nós trabalha-
a educação. Nós precisamos melhorar a educação pública do País, co-
mos, era um objetivo estratégico da gente ter uma boa avaliação com a
meçando lá com o ensino da Matemática e do Português. É o progra-
população. E acho que todo governo deve ter isso. Agora, tivemos opo-
ma que nós estruturamos aqui no Estado, “Ler, Escrever e Contar”, que
sição, e temos oposição ao que fizemos, e não é pequena.
48
Vou dizer, grosso modo, o que eu acho que precisa ser feito, e
dialoga com isso. Nós precisamos melhorar a educação. Nós precisa-
Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
49
26. mos investir mais em ciência e tecnologia, setor em que o País inves-
não aconteça. Eu espero que esse período de bonança empurre o País
te pouco. Se nós estamos hoje “bombando” nas commodities agríco-
para novas reformas modernizantes, que nos deem mais competitivida-
las e metálicas, e vamos ter pré-sal daqui a pouco tempo, nós precisa-
de. Que o País pare de flertar com o caminho fácil, porque não existe ca-
mos usar o dinheiro dessas commodities para aumentar o investimento
minho fácil. A vida é dura mesmo. Tanto é dura que o Fernando Henri-
em educação, ciência e tecnologia
que, que liderou o País em tantas reformas importantes, não tem popu-
Nossa competitividade é baixa. O
no País. Aliás, temos experiências
laridade. Talvez a obra dele vá ser reconhecida daqui a 30 anos. Mas não
maior desafio que temos é a educação.
boas. Quando você olha a Empre-
tem jeito, esse é o desafio. E a presidenta Dilma está terminando o pri-
Nós precisamos melhorar a educação
sa Brasileira de Agropecuária (Em-
meiro ano de governo com um estoque de mudanças muito pequeno, e
pública do País, começando lá com o
brapa), é uma experiência boa, que
uma sensação ruim, com esse monte de ministro envolvido em coisa er-
ensino da Matemática e do Português.
aproximou inclusive a Academia da
rada. Isso já é um quarto do governo. Veja você, como o tempo em gover-
área produtiva. A Empresa Brasilei-
no é um negócio rápido. Quando você abre o olho, já acabou o governo.
ra de Aeronáutica (Embraer) é uma boa experiência. A exploração de
Nós precisamos levantar a cabeça, olhar esse quadro de competi-
petróleo em águas profundas é outra boa experiência. São três experi-
tividade global. Eu não tenho inveja nenhuma da China. China não é ca-
ências, eu poderia citar outras, que nós precisamos replicar em outros
minho para a gente. Não é a isso que
setores em busca de competitividade mundo afora. Esse é um desafio.
eu estou me referindo. Eu não tenho
Nós precisamos desburocratizar o
Nós precisamos desburocratizar o País. Você não pode gastar dois
inveja de um país que não tem leis
País, melhorar o acesso ao crédito e
anos para conceder uma licença ambiental, não ter prazo para as coisas.
trabalhistas – está lá o sujeito traba-
investir na infraestrutura econômica
O Governo Federal agora começou a tentar encarar esse problema. Foram
lhando 14, 15 horas por dia. Não te-
do País, que é precaríssima.
feitas portarias da ministra de Meio Ambiente nesse sentido. Precisamos
nho inveja de um país que não tem
melhorar o sistema tributário brasileiro. Precisamos melhorar o acesso
legislação ambiental, não tem legislação previdenciária, não é isso. Mas,
ao crédito no Brasil. Tem um conjunto de tarefas sobre as quais precisa-
tendo legislação trabalhista, ambiental, previdenciária, nós precisamos
mos nos debruçar, estou citando algumas delas rapidamente. E, por últi-
saber como é que damos competitividade aos nossos serviços, aos bens
mo, não estou dizendo nem por ordem de importância, mas a gente pre-
que produzimos aqui. Falo de competitividade planetária ao nosso País,
cisa melhorar a infraestrutura econômica do País, que é precaríssima. E
para que a gente não vá para um reducionismo de voltar a ter uma agenda
esse crescimento recente que nós tivemos só fez aflorar o problema. Por-
exportadora de produtos primários, como nós falávamos no nosso tempo
tos, aeroportos, rodovias, ferrovias, energia cara. Nós temos problemas
de estudante de Economia. São as commodities agrícolas, metálicas, sendo
de infraestrutura econômica que são gravíssimos. Se a gente não se de-
que, talvez, a gente vire exportador de petróleo um pouco mais à frente.
dicar a essa agenda, reformista, modernizante, é possível que esse perío-
Isso vale para o Brasil e vale para o Espírito Santo. Eu acho que o
do de bonança de 18, 19 anos que estamos vivendo vire mais uma vez um
maior obstáculo que o País tem, o obstáculo número um, é a instrução
período sobre o qual ficaremos falando no futuro. E eu espero que isso
do nosso povo, da nossa gente.
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Recortes
Paulo Hartung
Cap.1
Entre Gerações
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27. Como o senhor enxerga o futuro do Espírito Santo?
Argentina, está entrando nos Estados Unidos, ou já está lá, e agora tem
um parque fabril em Linhares. A Itatiaia anunciou um investimento
Eu enxergo positivamente. Vou dizer a você por quê. Nós temos esse
em Sooretama, para fabricar geladeiras e fogões, de olho no mercado
novo momento de turbulência internacional, e isso afeta o Espírito San-
interno brasileiro, dinamizado pelo crescimento da classe C. Em Ara-
to, temos que ter claro isso. Quando o mundo vai pra frente, o Espíri-
cruz, teremos a inauguração do terminal de GLP e C5+, agora nos pró-
to Santo costuma andar na frente do Brasil, e quando o mundo arrefe-
ximos dois ou três meses, uma base importante para o Estado. A Ca-
ce o desenvolvimento a gente costuma sofrer um pouco mais do que
rioca Engenharia apresentou um
o País. Em face da crise em curso, nós precisamos observar, ter caute-
projeto para fabricar módulos de
Quando o mundo vai pra frente, o Es-
la, e saber que ela afeta o Brasil e o Espírito Santo. Tem a questão dos
plataformas de petróleo, em Barra
pírito Santo costuma andar na frente
royalties. Só para a gente balizar direito, essa proposta do senador Vi-
do Riacho, também em Aracruz. A
do Brasil, e quando o mundo arrefece
tal do Rêgo – que eu acho que não vai prevalecer; acho que vamos ga-
Jurong está na iminência de come-
o desenvolvimento a gente costuma so-
nhar essa briga –, mas considerando que ela prevaleça, perdem mais
çar a sua obra. Na ponta de Tubarão
frer um pouco mais do que o País.
os municípios do que o Governo do Estado. Quando se fala que o Espí-
estão construindo a oitava usina de
rito Santo está perdendo R$ 500 milhões, R$ 300 milhões são dos mu-
pelotização e na ponta de Ubu estão construindo a quarta. Há a pos-
nicípios, uns 14, 15 municípios que recebem royalties no nosso Estado.
sibilidade de instalação da Ferrous no extremo sul do Espírito Santo.
E mesmo no caso do Fundo de Desenvolvimento de Atividades Portu-
O setor público está organizado, e essa ambiência que nós criamos
árias (Fundap), que seria uma terceira frente de problema que nós terí-
no Espírito Santo para atração de investimento privado está possibili-
amos de enfrentar aí, esse é um problema quase só municipal. Tirando
tando uma grande diversificação da economia. Até o final de 2012, co-
o Bandes, que sofre numa hipótese de perder o Fundap, em termos de
meça a construção do polo gás-químico em Linhares – já estamos com
receita pública o Governo do Estado aufere muito pouco. Justamente a
capacidade de processar 18 milhões de m³ de gás. Temos capacidade de
parte do Governo do Estado é a parte do incentivo. A máquina do Go-
processar 3 milhões aqui na UTG Sul, e mais 18 milhões lá. E lá vamos
verno do Estado se estruturou nesses últimos anos. Do ponto de vis-
ter um polo gás-químico, para processar matéria-prima para fazer fer-
ta fiscal, somos um dos dois ou três estados mais organizados do País,
tilizante, tinta, cola, entre outros. Quer dizer, um importante exemplo
hoje. Somos o Estado com maior capacidade de investimentos com re-
de diversificação da nossa economia.
cursos próprios do Brasil. São elementos que apontam na direção de
um futuro positivo para o Espírito Santo.
Com o setor público organizado, o setor privado entrou em amplo processo de diversificação da nossa economia, permitindo ao Es-
Mas há coisas mais importantes que essas. O Estado está conseguindo diversificar a sua economia. Há poucos dias inaugurou-se o
do em que, depois da chegada dos portugueses, durante 300 anos não
parque fabril da WEG Motores, em Linhares. A WEG é uma empre-
ocorreu nada, praticamente nada, tirando os jesuítas que construí-
sa brasileira presente no mundo inteiro. Está na Europa, na China, na
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tado enfrentar um grave problema na nossa história. Somos um Esta-
ram o Palácio Anchieta com o excedente das suas fazendas organiza-
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Paulo Hartung
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28. das. Depois disso, passamos a plantar café, e o fizemos isso por mais
caso dos indicadores sociais, em uma boa parte deles nesses anos nós li-
de 100 anos. Com a planta de Tubarão nós começamos a diversifica-
deramos o País, inclusive na diminuição da pobreza.
ção da nossa economia, muito lentamente. Hoje nós estamos vivendo
Tudo isso me leva a acreditar no Estado. Eu tenho usado a ex-
outro tipo de dinamismo. Na nova sede da Petrobras, em Vitória, vão
pressão de que “o futuro do Espírito Santo está praticamente contra-
trabalhar mais de 1.800 técnicos. Isso quer dizer que nós vamos pro-
tado”. Por que praticamente? Porque isso é uma luta do dia a dia. Você
duzir petróleo mais uns 30 anos para frente. Então, nós temos opor-
tem de todo dia trabalhar para, de certa forma, conservar as conquis-
tunidades significativas nos próximos anos.
tas, garantir as vitórias que você já teve e ao mesmo tempo continuar
Setor público organizado, setor privado em diversificação, um
essa caminhada. Mas eu vejo, por tudo que está acontecendo na eco-
plano estratégico extraordinário, o ES 2025. Quer dizer, hoje o Espírito
nomia capixaba, independentemente do desfecho de crise internacio-
Santo conta, não é o governo, é o Estado que tem um plano estratégico
nal, royalties, Fundap – é claro que essas questões mexem –, mas inde-
organizado, com metas na educação, na questão da erradicação da po-
pendentemente disso, teremos um futuro importante de ampliação e
breza, na diversificação da nossa economia, na interiorização do desen-
democratização das oportunidades.
volvimento do Estado, que é outro desafio, porque ele está concentrado
na Grande Vitória e no litoral sul e norte, agora. Então cada ponto desses dá fé no futuro do Espírito SanO futuro do Espírito Santo está prati-
to. Fechando esses pontos, um quar-
camente contratado. Por que pratica-
to ponto são os indicadores, econô-
mente? Você tem de todo dia trabalhar
micos e sociais. Econômicos, eu vou
para, de certa forma, conservar as con-
apresentar dois: de 2003 a 2010, pe-
quistas, garantir as vitórias e ao mes-
ríodo do nosso governo, nós lidera-
mo tempo continuar essa caminhada.
mos o País no crescimento econômico. Nesse período, o crescimento
do PIB capixaba foi de 48,9% contra 36,5% do Brasil. Nosso PIB, quando
nós tomamos posse, era de 40,2 bilhões de reais, e foi para R$ 85,6 bilhões, mais que dobrou nesse período. Outro dado econômico importante, econômico e social, é a geração de empregos. Entre 2002 e 2010 o
Espírito Santo apresentou crescimento acumulado de 59,5% do nível de
empregados com carteira assinada, sendo superior à taxa verificada no
Brasil, de 47,7%. Então, quando você vai pegando os indicadores econômicos e sociais, vê que em todos eles nós operamos positivamente. No
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29. Cap. 2
Economia
Desafios e oportunidades
E
sta seção reúne palestras dedicadas à análise das atuais
condições econômicas, afetadas em maior ou menor escala pela crise mundial eclodida em 2008. O ex-governador Paulo Hartung fala da origem e da natureza da crise e
seus rebatimentos nas conjunturas local, nacional e internacional, considerando de maneira especial os interesses
dos capixabas, em particular, e dos brasileiros em geral.
O primeiro texto foi apresentado no Encontro de Lideranças Em-
presariais, promovido pela Rede Gazeta de Comunicações. Em seguida, está reproduzido o pronunciamento feito em encontro no Conselho
Regional dos Corretores de Imóveis no Espírito Santo.
Co nj un t ur a e c o n ômic a :
in te rfa c e s e n tre o B r a sil e o mun d o
Gostaria de parabenizar os organizadores por mais esta edição do Encontro de Lideranças Empresariais, repetindo o sucesso dos encontros
anteriores. Este momento de reflexão, neste início de novembro, coincide com o período em que gestores públicos e privados fazem uma avaliação do ano que está acabando e estudam os cenários socioeconômicos e políticos tendo em vista o planejamento.
Cap.2
Economia – Desafios e oportunidades
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30. É uma ação que busca o desenvolvimento capixaba, com dinami-
Cortes em políticas públicas e redução de investimentos, entre ou-
zação e desconcentração do crescimento econômico, melhoria da qua-
tros, são algumas das medidas tomadas ou previstas que vêm modifican-
lidade de vida, ampliação e democratização das oportunidades.
do o ambiente econômico e gerando reações mundo afora.
Estive em todas as edições anteriores como governador do Espí-
Como se vê, o enfrentamento dessa situação não guarda relação
rito Santo. Participo desta como economista, muito bem acompanhado
com as estratégias que se utilizaram para enfrentar a turbulência de três
do professor Luiz Carlos Mendonça de Barros. Durante sua gestão na
anos atrás. Nesse contexto, o mundo está vivendo um processo de desa-
presidência do BNDES, tive a oportunidade de estar à frente da direto-
celeração da atividade econômica.
ria Social do banco, num tempo de rico e sólido aprendizado.
No caso dos Estados Unidos, a aguerrida e precoce disputa políti-
A nossa tarefa aqui é propor uma agenda para reflexão acerca da
co-eleitoral, que ficou evidente no impasse gerado durante a negociação
atual contingência econômica e seus reflexos entre nós. Registro que
do limite da dívida, tem dificultado a adoção de medidas e uma ação co-
a atual crise guarda diferenças significativas com relação àquela vivida
ordenada para que o país saia mais rapidamente da crise. Dessa forma,
em 2008, muito embora seja um desdobramento daquele momento de
acredito que uma efetiva agenda de enfrentamento da crise seja imple-
graves turbulências.
mentada somente após o pleito presidencial, previsto para o final de 2012.
Há três anos, o que tivemos foi um travamento mundial do crédi-
Na Europa, responsável pelo quadro mais grave, as lideranças po-
to, desencadeado pelo colapso do sistema de financiamento imobiliário
líticas produziram um plano que prescreve, entre outros, um deságio
norte-americano, com a quebra do Lehman Brothers.
de 50% da dívida grega, a capitalização de bancos e a ampliação do fun-
Como resposta à crise, os governos alocaram recursos para cobrir
os rombos dos bancos e tomaram medidas anticíclicas. Com essas e ou-
do de estabilização europeu, que passaria de 400 bilhões de euros para
um trilhão de euros.
tras ações, os governos se endivida-
É um passo importante, mas ainda faltam respostas acerca desse
Um dos fatores centrais para o co-
ram e, como está evidente, muitos
plano e alguns já sinalizam que ele não seria o bastante. O último imbró-
lapso das operações do mercado imo-
deles já não têm condições de hon-
glio em torno do pacote foi a tentativa do primeiro-ministro grego de fa-
biliário norte-americano, que mar-
rar seus compromissos.
zer um referendo sobre os termos da proposta de ajuda e ajustes à Gré-
cou o começo de toda essa história,
Vale ressaltar, ainda, que um
cia, o que, de certa forma, poderia travar o desenvolvimento do plano.
foi a desregulamentação do sistema
dos fatores centrais para o colapso
Um indicador mostra a gravidade da situação na zona do euro: há 16 mi-
financeiro, ocorrida principalmente
das operações do mercado imobili-
lhões de desempregados, ou 10,2% da população economicamente ativa.
a partir dos anos 1970.
ário norte-americano, que marcou
O Japão, que acumula um longo período de baixo crescimento,
o começo de toda essa história, foi a
experimentou no início do ano um dramático desastre natural, também
desregulamentação do sistema financeiro, ocorrida principalmente a par-
com reflexos na economia. A China, que passou a ser vista como deci-
tir dos anos 1970. De certa forma, essa é a origem e a natureza dos pro-
siva na questão da ampliação do fundo para resgate de países europeus
blemas vividos atualmente.
em dificuldades, também dá sinais de que registra problemas. O descon-
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