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Racismo Científico e
Apagamento Histórico
No século XIX, os primeiros
antropólogos buscaram entender a
diversidade humana por meio da
teoria de Darwin chamada
evolucionismo no campo da
Biologia. Segundo essa teoria de
Darwin as espécies procedem umas
das outras por evolução. Em virtude
da seleção natural sobrevivem os
indivíduos e as espécies melhor
adaptados.
Darwin e a Teoria Evolucionista
Charles Darwin ( 1809-1882)
Crítica à Teoria Evolucionista
Surgiram categorias sob a justificativa de uma trajetória e desenvolvimento
ascendente, como exemplo, selvagem-civilizado. Essa interpretação foi realizada pela
sociedade europeia que ocupava o lugar de auge de civilização. Os grupos chamados
selvagens eram os povos indígenas e Africanos.
Teoria Racialista
O conceito de evolucionismo serviu
para dividir em etapas o
desenvolvimento, portanto, os
evolucionistas encontraram no
conceito de raça uma fundamentação
científica para suas ideias. Ao
presenciarem outras sociedades com
organizações diferentes e costumes
distintos, acreditavam que essas
sociedades estavam em uma escala
inferior comparado com a Europa.
Teoria Racialista no
Brasil
Num país recém saído da escravidão cuja a população era em sua
maioria formada por negros e mestiços, considerados inferiores aos
brancos, a solução para esse desafio seria o "branqueamento".
Nesse cenário, aconteceu o primeiro Congresso Universal das
Raças em 1911 em Londres, reuniu representantes de diversos
países para discutir sobre o futuro dos países recém colonizados.
Deste modo, o médico e diretor do museu Nacional, João Baptista
de Lacerda, que participou representando o Brasil, propôs uma
tese qual sugeria que, dentro do perído de três década, o Brasil
seria um país totalmente branco.
Apagamento histórico da África
O imaginário do senso comum é que o continente africano é um país;
a História da África começa com a chegada dos europeus para
capturar escravos. Além disso, a imagem que se tem é de uma África
de homens “primitivos”, que andam nus e, quando encontram um
homem branco, o cozinham no caldeirão para comê-lo.
Esse tipo de imaginário comprova que o racismo construído pelos
brancos europeus também tinha como objetivo apagar a História de
uma parte da Humanidade. Pois, assim, facilitaria demonstrar que os
brancos sempre foram superiores. Esta é uma das características do
racismo, ou seja, apagar histórias, negar ao outro uma identidade e
uma raiz milenar cultural e social.
A verdadeira história da África
Foi neste continente que surgiu o Homo sapiens – habilidoso e com
muitas capacidades técnicas e culturais – se desenvolve e progride.
Somente milhares de anos depois com a migração desse homem e
sua adaptação ao clima, na Ásia, na Europa e nas Américas, é que
surge o Homo sapiens branco ou de pele mais clara.
Técnicas e cultura africana
As primeiras técnicas de metalurgia, de fundição de metais, a escrita,
os cálculos matemáticos, a engenharia e o comércio internacional.
Outra questão, que é silenciada na História ensinada, é que a grande
civilização egípcia, das pirâmides, dos faraós, era uma civilização
negro-africana.
As histórias da África e dos seus ancestrais não são contadas ou são
ignoradas, e isto sugere uma visão de que os negros e seus ancestrais
africanos são inferiores e sem cultura
Atividade
Utilizando do conto africano “Todos dependem da boca”, proponho a
atividade de leitura e uma interpretação reflexiva, para apresentação
oral do mesmo para a próxima aula.
Referências:
Bomeny, Helena; Freire-Medeiros, Bianca; Emerique, Raquel Balmant. Tempos
modernos, tempos de sociologia: ensino médio: volume único/ Helena Bomeny… [et
al.] – 3. ed.– São Paulo: Editora do Brasil, p.40 e 41, 2016.
Oliveira, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI : manual do professor / Luiz
Fernandes de Oliveira, Ricardo Cesar Rocha da Costa. - 4. ed. - Rio de Janeiro : Imperial Novo
Milênio p. 324 e 325, , 2016.
KARINA. Todos dependem da boca. Disponível em: <https://www.educlub.com.br/todos-
dependem-da-boca/>. Acesso em: 6 fev. 2024.

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  • 2. No século XIX, os primeiros antropólogos buscaram entender a diversidade humana por meio da teoria de Darwin chamada evolucionismo no campo da Biologia. Segundo essa teoria de Darwin as espécies procedem umas das outras por evolução. Em virtude da seleção natural sobrevivem os indivíduos e as espécies melhor adaptados. Darwin e a Teoria Evolucionista Charles Darwin ( 1809-1882)
  • 3. Crítica à Teoria Evolucionista Surgiram categorias sob a justificativa de uma trajetória e desenvolvimento ascendente, como exemplo, selvagem-civilizado. Essa interpretação foi realizada pela sociedade europeia que ocupava o lugar de auge de civilização. Os grupos chamados selvagens eram os povos indígenas e Africanos.
  • 4. Teoria Racialista O conceito de evolucionismo serviu para dividir em etapas o desenvolvimento, portanto, os evolucionistas encontraram no conceito de raça uma fundamentação científica para suas ideias. Ao presenciarem outras sociedades com organizações diferentes e costumes distintos, acreditavam que essas sociedades estavam em uma escala inferior comparado com a Europa.
  • 5. Teoria Racialista no Brasil Num país recém saído da escravidão cuja a população era em sua maioria formada por negros e mestiços, considerados inferiores aos brancos, a solução para esse desafio seria o "branqueamento". Nesse cenário, aconteceu o primeiro Congresso Universal das Raças em 1911 em Londres, reuniu representantes de diversos países para discutir sobre o futuro dos países recém colonizados. Deste modo, o médico e diretor do museu Nacional, João Baptista de Lacerda, que participou representando o Brasil, propôs uma tese qual sugeria que, dentro do perído de três década, o Brasil seria um país totalmente branco.
  • 6. Apagamento histórico da África O imaginário do senso comum é que o continente africano é um país; a História da África começa com a chegada dos europeus para capturar escravos. Além disso, a imagem que se tem é de uma África de homens “primitivos”, que andam nus e, quando encontram um homem branco, o cozinham no caldeirão para comê-lo. Esse tipo de imaginário comprova que o racismo construído pelos brancos europeus também tinha como objetivo apagar a História de uma parte da Humanidade. Pois, assim, facilitaria demonstrar que os brancos sempre foram superiores. Esta é uma das características do racismo, ou seja, apagar histórias, negar ao outro uma identidade e uma raiz milenar cultural e social.
  • 7. A verdadeira história da África Foi neste continente que surgiu o Homo sapiens – habilidoso e com muitas capacidades técnicas e culturais – se desenvolve e progride. Somente milhares de anos depois com a migração desse homem e sua adaptação ao clima, na Ásia, na Europa e nas Américas, é que surge o Homo sapiens branco ou de pele mais clara.
  • 8. Técnicas e cultura africana As primeiras técnicas de metalurgia, de fundição de metais, a escrita, os cálculos matemáticos, a engenharia e o comércio internacional. Outra questão, que é silenciada na História ensinada, é que a grande civilização egípcia, das pirâmides, dos faraós, era uma civilização negro-africana. As histórias da África e dos seus ancestrais não são contadas ou são ignoradas, e isto sugere uma visão de que os negros e seus ancestrais africanos são inferiores e sem cultura
  • 9. Atividade Utilizando do conto africano “Todos dependem da boca”, proponho a atividade de leitura e uma interpretação reflexiva, para apresentação oral do mesmo para a próxima aula.
  • 10. Referências: Bomeny, Helena; Freire-Medeiros, Bianca; Emerique, Raquel Balmant. Tempos modernos, tempos de sociologia: ensino médio: volume único/ Helena Bomeny… [et al.] – 3. ed.– São Paulo: Editora do Brasil, p.40 e 41, 2016. Oliveira, Luiz Fernandes de. Sociologia para jovens do século XXI : manual do professor / Luiz Fernandes de Oliveira, Ricardo Cesar Rocha da Costa. - 4. ed. - Rio de Janeiro : Imperial Novo Milênio p. 324 e 325, , 2016. KARINA. Todos dependem da boca. Disponível em: <https://www.educlub.com.br/todos- dependem-da-boca/>. Acesso em: 6 fev. 2024.