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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
        CENTRO DE TECNOLOGIA
        ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL




   Prof. Belarmino Barbosa Lira
         belarminoblira@yahoo.com.br
GEOLOGIA APLICADA
Propriedades dos minerais
Mineral – corpo sólido, natural, com composição química definida
        ou variável dentro de certos limites, inorgânico e com
        textura cristalina característica.

                         Mineral




       Minerais herdados             Minerais de
                                     neoformação


            Rochas
Minerais herdados – minerais que fazem parte de rochas sedimentares
e que provieram de rochas preexistentes, tendo sido modificados
fisicamente devido ao transporte.


Exemplos: quartzo, feldspatos e micas, especialmente a moscovite, as
anfíbolas, as piroxenas, a calcite, etc.


Minerais de neoformação – minerais novos, que fazem parte de rocha
sedimentar e originados devido a reacções químicas ocorridas na fase
de sedimentogénese ou de diagénese.


Exemplos: calcite, dolomite, minerais de argila, halite e gesso.
Na caracterização das rochas, é imprescindível o
conhecimento da sua composição mineralógica.

A composição química e a organização estrutural
da matéria cristalina conferem aos minerais
determinadas propriedades físicas e químicas que
auxiliam na sua identificação.
A composição química e o arranjo estrutural das partículas
constituintes dos minerais são próprias de cada mineral.



A determinação destas características requer o uso de
equipamento de laboratório.


Pode fazer-se a identificação de minerais recorrendo a
determinadas propriedades físicas ou químicas que, de algum
modo, reflectem a sua composição e estrutura, fazendo ensaios
simples.


É possível fazer a observação de algumas dessas propriedades
  no campo, enquanto que outras devem ser realizadas em
                         laboratório.
Para identificar um mineral podem utilizar-se
             quatro tipos de técnicas:


Análise dos caracteres físicos macroscópicos;
Estudo das propriedades ópticas com o
 microscópio petrográfico;
Estudos por raios X;
Ensaios químicos para determinar a sua
 composição.
Propriedades físicas
Entre as propriedades físicas mais utilizadas na
 identificação de minerais, podemos destacar:

Propriedades ópticas – cor, risca e brilho;

Propriedades mecânicas – dureza, clivagem,
 fractura;

Densidade.
Cor dos minerais
Idiocromático – mineral que        Alocromático – mineral
apresenta cor constante.           que apresenta cor variável.

Exemplos:                          Exemplos:
•Verde para a malaquite;           •Quartzo – incolor, branco,
                                   róseo, violeta, amarelo ou
•Cinzento para a galenite;
                                   negro.
•Amarelo de latão para a pirite.
A diversidade da cor pode ser:

Devido a variações na composição química, em que
certos elementos são substituídos na rede cristalina


    Como a cor raramente é única para cada mineral e
      porque a verdadeira cor pode ser alterada, esta
  característica não constitui uma propriedade confiável
                na identificação de minerais.
Risco ou traço

- cor do mineral reduzido a pó;
- a cor do traço de um mineral não coincide sempre com a
sua cor;
- diferentes variedades da mesma espécie mineral exibem
sempre o traço com a mesma cor;
O traço é uma propriedade constante, enquanto que a cor
pode ser uma propriedade variável.
Exemplo: a pirite tem cor amarelo – latão e o risca é preto.
Para se determinar a cor do traço, risca-se com o mineral a
superfície despolida de uma porcelana. Método aplicável nos
        minerais com dureza inferior à da porcelana.
Brilho ou lustre

O brilho consiste no efeito produzido pela qualidade e intensidade
da luz reflectida numa superfície de fractura recente do mineral.




Reflexão da luz nos minerais.
Os minerais podem ter
Brilho metálico, brilho intenso semelhante ao observado nos metais
    Brilho não metálico ou vulgar, característico dos minerais
                 transparentes ou translúcidos.
Em certos casos, o brilho é o do tipo metálico, mas sensivelmente
       mais fraco, designando-se por brilho submetálico.
                       Exemplos de brilhos:



            A: Brilho metálico                 B: Brilho submetálico
            (pirite)                           (wolframita)




            C: Brilho adamantino                D: Brilho vítreo
            (diamante)                          (quartzo)
BRILHO
CLIVAGEM


- tendência de alguns minerais
fragmentarem;

- devido à aplicação de uma
força mecânica;

- segundo superfícies planas e
brilhantes, de direcções bem
definidas e constantes.
CLIVAGEM
Os planos de clivagem são sempre paralelos a uma face,
            efectiva ou possível, do cristal.

   Os tipos de clivagem podem ser definidos em:

   Perfeita - quando a ruptura ocorre segundo superfícies
    de clivagem lisas e brilhantes; raramente os minerais
    clivam de outro modo. Ex.: mica, calcite, galena;

    Imperfeita - a ruptura ocorre segundo superfícies de
    clivagem com algumas irregularidades. Ex.: granada,
    anfíbolios, piroxenios;

   Inexistente - o mineral não cliva. Ex.: quartzo.
FRACTURA
 Designa-se por fractura, ao modo pelo qual um mineral se rompe, quando a
ruptura não ocorre ao longo de superfícies de clivagem.

As superfícies de factura não correspondem, contrariamente às superfícies de clivagem, 
a planos reticulares da estrutura do mineral, mas sim a superfícies que os intersectam e 
segundo as quais as ligações químicas são mais fracas.  
        
Podem ser definidos, essencialmente, quatro tipos de fractura:

Conchoidal - superfícies de fractura lisas e curvas semelhantes à superfície interna de 
uma concha (exemplos: quartzo);  

Fibrosa - as superfícies de fractura assemelham-se a estilhaços ou fibras;  

Serrilhada - superfícies de fractura dentadas, com bordos cortantes;

Irregular - superfícies de fractura rugosas, irregulares.
O quartzo não apresenta clivagem visível e, quando percutido, 
 desagrega-se em fragmentos com superfícies mais ou menos 
           irregulares, sem direcção privilegiada.

                                 Fractura 
                                 Revela que todas as ligações 
                                 são igualmente fortes, qualquer 
                                 que seja a direcção 
                                 considerada.

                                 As superfícies de fractura não 
                                 se repetem paralelamente a si 
                                 mesmas e podem apresentar 
                                 diferentes aspectos.
DUREZA



- Resistência que o mineral oferece ao ser riscado (sulcado) por 
outro mineral ou por determinados objectos. 



- É condicionada pela estrutura e pelo tipo de ligações entre as 
partículas e, por isso, pode variar com a direcção considerada.
DUREZA

 A utilização da escala de Mohs apenas proporciona valores 
              relativos e não valores absolutos. 


A determinação de valores absolutos de dureza é complexa e 
  implica a utilização de aparelhos muito especializados.


 Uma desvantagem da utilização da escala de Mohs é que o 
aumento da dureza absoluta entre os diferentes termos não é 
  sempre o mesmo, fazendo-se de um modo descontínuo.
A determinação da 
                                                dureza dos minerais 
                                                é feita em relação 
                                                aos termos de uma 
                                                escala de dureza;



- uma das escalas de dureza relativa mais conhecidas é a escala de
Mohs, em homenagem ao mineralogista Friedrich Von Mohs;
- esta escala é constituída por 10 termos, colocados por ordem crescente 
de dureza, desde o menos duro, o talco, até ao diamante, que é o corpo 
natural mais duro que se conhece;
- qualquer mineral da escala risca todos os que estão abaixo dele, não 
sendo riscado por eles.
- um mineral é mais duro que outro se, e só se, o riscar, sem se deixar riscar por ele;
- dois minerais têm a mesma dureza se se riscam ou não se riscam mutuamente;
- determina-se seleccionando-se uma aresta viva, com a qual se experimenta riscar os 
sucessivos termos da escala de Mohs;

- os termos da escala devem ser percorridos no sentido decrescente de dureza, para se 
evitar o constante desgaste dos minerais menos duros;

- quando não se dispõe de uma escala de Mohs, podem utilizar-se diferentes materiais, 
como:
Escala de Mohs comparada com uma escala de dureza
                      absoluta.



A diferença de dureza 
   absoluta entre o 
corindo e o diamante é 
 muito maior do que 
aquela que existe entre 
o topázio e o corindo.
DENSIDADE


A densidade absoluta, ou massa volúmica, de uma substância traduz 
a massa por unidade de volume. 


 A densidade depende da dureza das partículas (átomos ou iões) que 
    constituem o mineral e do tipo de arranjo dessas partículas.


  Para a identificação dos minerais, recorre-se à densidade relativa, 
     podendo utilizar-se qualquer dos métodos usados em física.
Um dos  métodos possíveis para avaliar a densidade 
                consiste em determinar:

•O peso do mineral no ar – P;
•O peso do mineral mergulhado na água – P’.
A diferença P - P’ dá o valor da impulsão (I), ou seja, o valor do peso 
de um volume de água igual ao volume do mineral mergulhado.
A densidade relativa é calculada através da seguinte fórmula:
No laboratório de Mineralogia recorre-se muitas vezes a um 
                 instrumento, balança de Jolly.

Funciona como um dinamómetro, permitindo determinar o peso de 
     uma amostra de mineral pela deformação de uma mola.

 A densidade do mineral, consiste na relação entre o peso de um 
determinado volume do mineral e o peso de igual volume de água 
                            a 4 ºC.
                                                                   .
PROPRIEDADES QUÍMICAS


     Alguns testes podem ser utilizados para fazer o
                diagnóstico de minerais.



É o caso do teste do sabor salgado para a halite (NaCl) ou
 da efervescência produzida por ação do ácido clorídrico
                     sobre a calcite.
Dedução de uma fórmula química
Análise da calcopirita   S:Cu:Fe = 2:1:1   =>   CuFeS2
1           2            3                   4
Percentagem Peso Atômico Proporções Atômicas Relação Atômica

Ca=34,30       63,54         =0,5398            ~   1
Fe=30,59       55,85         =0,5477            ~   1
S=34,82        32,07         =1,0857            ~   2


Se o mineral for um composto oxigenado
Gipsita

1               2                  3              4
%               Peso               Proporções     Relação
                Molecular          Moleculares    molecular

Cao = 32,44         56,10             =   0,578        ~1
SO4 = 46,61         80,06             =   0,582        ~1
H2O = 20,74         18,00             =   1,152        ~2

CaO.SO4.2H2O


Composição Teórica de um Mineral
A calcite e outros carbonatos reagem com o ácido clorídrico,
fazendo efervescência devido à libertação de CO2 durante a
reacção.


 A calcite e a
 aragonite, reagem a
 frio de forma
 evidente, com
 efervescência
 abundante.
 Na dolomite, a
 efervescência só se
 verifica a quente ou
                            O calcário faz efervescência com os ácidos.
 quando o mineral é
 reduzido a pó.
Determinadas as propriedades dos minerais, a sua identificação é
 possível utilizando consulta de tabelas em que estão registadas as
         principais características dos diferentes minerais.


Actualmente existem também programas de software que permitem a
     identificação de minerais, tendo em consideração as suas
                          propriedades.
Os principais minerais

Feldspato:

 O feldspato é na verdade um grupo grande de minerais de
propriedades químicas e físicas parecidas.

É o mais comum dos minerais na crosta terrestre.

Silicato de Al, P, Na ou Ca.

É um mineral com duas boas clivagens, dureza 6 na escala
de Mohs.

Facilmente decomposto pelo intemperismo químico,
transformando-se em argila.
Quartzo:

Segundo mineral mais importante na formação
das rochas magmáticas.

Sua fórmula química é Si O² (Dióxido de silício),
tem dureza 7 na escala de Mohs, sendo portanto
mais duro do que os feldspatos
Mica

Mineral escuro, que se rompe facilmente em finas
lâminas flexíveis devido à sua boa clivagem
placóide, facilmente alterada pelo intemperismo
químico em climas úmidos e quentes, dando
origem a argilas.

É um silicato hidratado de Al, Fe e Mg, podendo
conter também Mn e Ti

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Propriedades dos Minerais

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL  Prof. Belarmino Barbosa Lira belarminoblira@yahoo.com.br
  • 3. Mineral – corpo sólido, natural, com composição química definida ou variável dentro de certos limites, inorgânico e com textura cristalina característica. Mineral Minerais herdados Minerais de neoformação Rochas
  • 4. Minerais herdados – minerais que fazem parte de rochas sedimentares e que provieram de rochas preexistentes, tendo sido modificados fisicamente devido ao transporte. Exemplos: quartzo, feldspatos e micas, especialmente a moscovite, as anfíbolas, as piroxenas, a calcite, etc. Minerais de neoformação – minerais novos, que fazem parte de rocha sedimentar e originados devido a reacções químicas ocorridas na fase de sedimentogénese ou de diagénese. Exemplos: calcite, dolomite, minerais de argila, halite e gesso.
  • 5. Na caracterização das rochas, é imprescindível o conhecimento da sua composição mineralógica. A composição química e a organização estrutural da matéria cristalina conferem aos minerais determinadas propriedades físicas e químicas que auxiliam na sua identificação.
  • 6.
  • 7. A composição química e o arranjo estrutural das partículas constituintes dos minerais são próprias de cada mineral. A determinação destas características requer o uso de equipamento de laboratório. Pode fazer-se a identificação de minerais recorrendo a determinadas propriedades físicas ou químicas que, de algum modo, reflectem a sua composição e estrutura, fazendo ensaios simples. É possível fazer a observação de algumas dessas propriedades no campo, enquanto que outras devem ser realizadas em laboratório.
  • 8. Para identificar um mineral podem utilizar-se quatro tipos de técnicas: Análise dos caracteres físicos macroscópicos; Estudo das propriedades ópticas com o microscópio petrográfico; Estudos por raios X; Ensaios químicos para determinar a sua composição.
  • 9. Propriedades físicas Entre as propriedades físicas mais utilizadas na identificação de minerais, podemos destacar: Propriedades ópticas – cor, risca e brilho; Propriedades mecânicas – dureza, clivagem, fractura; Densidade.
  • 10. Cor dos minerais Idiocromático – mineral que Alocromático – mineral apresenta cor constante. que apresenta cor variável. Exemplos: Exemplos: •Verde para a malaquite; •Quartzo – incolor, branco, róseo, violeta, amarelo ou •Cinzento para a galenite; negro. •Amarelo de latão para a pirite.
  • 11. A diversidade da cor pode ser: Devido a variações na composição química, em que certos elementos são substituídos na rede cristalina Como a cor raramente é única para cada mineral e porque a verdadeira cor pode ser alterada, esta característica não constitui uma propriedade confiável na identificação de minerais.
  • 12. Risco ou traço - cor do mineral reduzido a pó; - a cor do traço de um mineral não coincide sempre com a sua cor; - diferentes variedades da mesma espécie mineral exibem sempre o traço com a mesma cor; O traço é uma propriedade constante, enquanto que a cor pode ser uma propriedade variável. Exemplo: a pirite tem cor amarelo – latão e o risca é preto.
  • 13. Para se determinar a cor do traço, risca-se com o mineral a superfície despolida de uma porcelana. Método aplicável nos minerais com dureza inferior à da porcelana.
  • 14. Brilho ou lustre O brilho consiste no efeito produzido pela qualidade e intensidade da luz reflectida numa superfície de fractura recente do mineral. Reflexão da luz nos minerais.
  • 15. Os minerais podem ter Brilho metálico, brilho intenso semelhante ao observado nos metais Brilho não metálico ou vulgar, característico dos minerais transparentes ou translúcidos.
  • 16. Em certos casos, o brilho é o do tipo metálico, mas sensivelmente mais fraco, designando-se por brilho submetálico. Exemplos de brilhos: A: Brilho metálico B: Brilho submetálico (pirite) (wolframita) C: Brilho adamantino D: Brilho vítreo (diamante) (quartzo)
  • 18.
  • 19. CLIVAGEM - tendência de alguns minerais fragmentarem; - devido à aplicação de uma força mecânica; - segundo superfícies planas e brilhantes, de direcções bem definidas e constantes.
  • 21. Os planos de clivagem são sempre paralelos a uma face, efectiva ou possível, do cristal.  Os tipos de clivagem podem ser definidos em:  Perfeita - quando a ruptura ocorre segundo superfícies de clivagem lisas e brilhantes; raramente os minerais clivam de outro modo. Ex.: mica, calcite, galena;  Imperfeita - a ruptura ocorre segundo superfícies de clivagem com algumas irregularidades. Ex.: granada, anfíbolios, piroxenios;  Inexistente - o mineral não cliva. Ex.: quartzo.
  • 22.
  • 23. FRACTURA  Designa-se por fractura, ao modo pelo qual um mineral se rompe, quando a ruptura não ocorre ao longo de superfícies de clivagem. As superfícies de factura não correspondem, contrariamente às superfícies de clivagem,  a planos reticulares da estrutura do mineral, mas sim a superfícies que os intersectam e  segundo as quais as ligações químicas são mais fracas.            Podem ser definidos, essencialmente, quatro tipos de fractura: Conchoidal - superfícies de fractura lisas e curvas semelhantes à superfície interna de  uma concha (exemplos: quartzo);   Fibrosa - as superfícies de fractura assemelham-se a estilhaços ou fibras;   Serrilhada - superfícies de fractura dentadas, com bordos cortantes; Irregular - superfícies de fractura rugosas, irregulares.
  • 24. O quartzo não apresenta clivagem visível e, quando percutido,  desagrega-se em fragmentos com superfícies mais ou menos  irregulares, sem direcção privilegiada. Fractura  Revela que todas as ligações  são igualmente fortes, qualquer  que seja a direcção  considerada. As superfícies de fractura não  se repetem paralelamente a si  mesmas e podem apresentar  diferentes aspectos.
  • 26. DUREZA A utilização da escala de Mohs apenas proporciona valores  relativos e não valores absolutos.  A determinação de valores absolutos de dureza é complexa e  implica a utilização de aparelhos muito especializados. Uma desvantagem da utilização da escala de Mohs é que o  aumento da dureza absoluta entre os diferentes termos não é  sempre o mesmo, fazendo-se de um modo descontínuo.
  • 27. A determinação da  dureza dos minerais  é feita em relação  aos termos de uma  escala de dureza; - uma das escalas de dureza relativa mais conhecidas é a escala de Mohs, em homenagem ao mineralogista Friedrich Von Mohs; - esta escala é constituída por 10 termos, colocados por ordem crescente  de dureza, desde o menos duro, o talco, até ao diamante, que é o corpo  natural mais duro que se conhece; - qualquer mineral da escala risca todos os que estão abaixo dele, não  sendo riscado por eles.
  • 29. Escala de Mohs comparada com uma escala de dureza absoluta. A diferença de dureza  absoluta entre o  corindo e o diamante é  muito maior do que  aquela que existe entre  o topázio e o corindo.
  • 30. DENSIDADE A densidade absoluta, ou massa volúmica, de uma substância traduz  a massa por unidade de volume.  A densidade depende da dureza das partículas (átomos ou iões) que  constituem o mineral e do tipo de arranjo dessas partículas. Para a identificação dos minerais, recorre-se à densidade relativa,  podendo utilizar-se qualquer dos métodos usados em física.
  • 31. Um dos  métodos possíveis para avaliar a densidade  consiste em determinar: •O peso do mineral no ar – P; •O peso do mineral mergulhado na água – P’. A diferença P - P’ dá o valor da impulsão (I), ou seja, o valor do peso  de um volume de água igual ao volume do mineral mergulhado. A densidade relativa é calculada através da seguinte fórmula:
  • 32. No laboratório de Mineralogia recorre-se muitas vezes a um  instrumento, balança de Jolly. Funciona como um dinamómetro, permitindo determinar o peso de  uma amostra de mineral pela deformação de uma mola. A densidade do mineral, consiste na relação entre o peso de um  determinado volume do mineral e o peso de igual volume de água  a 4 ºC. .
  • 33. PROPRIEDADES QUÍMICAS Alguns testes podem ser utilizados para fazer o diagnóstico de minerais. É o caso do teste do sabor salgado para a halite (NaCl) ou da efervescência produzida por ação do ácido clorídrico sobre a calcite.
  • 34. Dedução de uma fórmula química Análise da calcopirita S:Cu:Fe = 2:1:1 => CuFeS2 1 2 3 4 Percentagem Peso Atômico Proporções Atômicas Relação Atômica Ca=34,30 63,54 =0,5398 ~ 1 Fe=30,59 55,85 =0,5477 ~ 1 S=34,82 32,07 =1,0857 ~ 2 Se o mineral for um composto oxigenado
  • 35. Gipsita 1 2 3 4 % Peso Proporções Relação Molecular Moleculares molecular Cao = 32,44 56,10 = 0,578 ~1 SO4 = 46,61 80,06 = 0,582 ~1 H2O = 20,74 18,00 = 1,152 ~2 CaO.SO4.2H2O Composição Teórica de um Mineral
  • 36. A calcite e outros carbonatos reagem com o ácido clorídrico, fazendo efervescência devido à libertação de CO2 durante a reacção. A calcite e a aragonite, reagem a frio de forma evidente, com efervescência abundante. Na dolomite, a efervescência só se verifica a quente ou O calcário faz efervescência com os ácidos. quando o mineral é reduzido a pó.
  • 37. Determinadas as propriedades dos minerais, a sua identificação é possível utilizando consulta de tabelas em que estão registadas as principais características dos diferentes minerais. Actualmente existem também programas de software que permitem a identificação de minerais, tendo em consideração as suas propriedades.
  • 38.
  • 39. Os principais minerais Feldspato: O feldspato é na verdade um grupo grande de minerais de propriedades químicas e físicas parecidas. É o mais comum dos minerais na crosta terrestre. Silicato de Al, P, Na ou Ca. É um mineral com duas boas clivagens, dureza 6 na escala de Mohs. Facilmente decomposto pelo intemperismo químico, transformando-se em argila.
  • 40. Quartzo: Segundo mineral mais importante na formação das rochas magmáticas. Sua fórmula química é Si O² (Dióxido de silício), tem dureza 7 na escala de Mohs, sendo portanto mais duro do que os feldspatos
  • 41. Mica Mineral escuro, que se rompe facilmente em finas lâminas flexíveis devido à sua boa clivagem placóide, facilmente alterada pelo intemperismo químico em climas úmidos e quentes, dando origem a argilas. É um silicato hidratado de Al, Fe e Mg, podendo conter também Mn e Ti