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Brasília-DF.
Prevenção e Controle de Riscos
em Máquinas e Equipamentos
Elaboração
Vagner Lisoski Duarte
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 6
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO.......................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
CALDEIRAS.............................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
VASOS DE PRESSÃO............................................................................................................... 17
UNIDADE II
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................................................................... 26
CAPÍTULO 1
ESTRUTURA E SUPERFÍCIES DE TRABALHO.................................................................................. 27
CAPÍTULO 2
SOLDAGEM E CORTE A QUENTE............................................................................................. 30
CAPÍTULO 3
TRANSPORTE DE FORMA GERAL E ARMAZENAMENTO.............................................................. 34
UNIDADE III
ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO...................................................................................................... 50
CAPÍTULO 1
COR, SINALIZAÇÃO E ROTULAGEM......................................................................................... 50
CAPÍTULO 2
EDIFICAÇÕES........................................................................................................................ 56
CAPÍTULO 3
FERRAMENTAS MANUAIS......................................................................................................... 57
CAPÍTULO 4
MANUTENÇÃO: PREVENTIVA, CORRETIVA E PREDITIVA............................................................... 63
CAPÍTULO 5
PLANT LAYOUT....................................................................................................................... 66
UNIDADE IV
MÁQUINAS......................................................................................................................................... 69
CAPÍTULO 1
MÁQUINAS............................................................................................................................ 69
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 103
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Pararefletir
Questõesinseridasnodecorrerdoestudoafimdequeoalunofaçaumapausaereflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestãodeestudocomplementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso,
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Textointegrador,aofinaldomódulo,quemotivaoalunoacontinuaraaprendizagem
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
Era uma vez um trabalhador que na execução de suas atividades perdeu o dedo mínimo e continuou
a carreira de trabalhador e sindicalista até virar presidente da república. Se foi acaso, sorte ou
proficiência, não há como precisar, contudo essa história de sucesso não se repete para outros
tantos Luízes, Franciscos e Josés, que na execução de suas atividades perdem membros, pedaços de
músculos, ou até mesmo a própria vida. Confiar somente na instrução, na prática, e no treinamento
do operador para a prevenção de acidentes com maquinas, é ímprobo, incerto e impreciso. A forma
mais simples para retirar o fator incerteza e sorte da variável é utilizar técnicas que reduzam a
exposição do trabalhador aos riscos associados às máquinas e equipamentos. Fácil seria dizer que
com um truque de mágica ou fórmula de bolo se chega ao resultado esperado, contudo não é o
caso. É preciso conhecimento de processo, estudo, aquisição de experiência em projetos, negociação
de conflitos e reconhecimento, para desta forma ser realmente efetivo na prevenção de acidentes.
Com o intuito de indicar um norte a ser seguido, esse material foi elaborado, propondo passar uma
visão desse vasto universo que envolve máquinas e equipamentos, esperando que ajude colegas e
profissionais, no trabalho de evitar acidentes com os trabalhadores.
Objetivos
»» Conhecer os tipos mais usuais de fornos, vasos de pressão e caldeiras, compreendendo
e mitigando os riscos relacionados à sua operação.
»» Ter a visão do funcionamento de um canteiro de obras e os riscos relacionados às
maquinas utilizadas na construção civil e métodos de prevenção do risco.
»» Identificar os fatores de risco à segurança e à saúde do trabalhador, relacionados
à utilização tanto de ferramentas manuais, quanto de máquinas elétricas e
pneumáticas.
»» Indicar as possíveis proteções e soluções para eliminar ou neutralizar os riscos
relacionados à utilização de máquinas e equipamentos.
»» Promover a vigilância da segurança dos trabalhadores.
»» Intervir nos ambientes de trabalho de forma a prevenir acidentes e doenças
do trabalho.
9
UNIDADE ICALDEIRAS E VASOS
DE PRESSÃO
CAPÍTULO 1
Caldeiras
As caldeiras são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à
atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos
similares utilizados em unidades de processo.
O vapor pode ser usado em diversas condições tais como: baixa pressão, alta pressão, saturado,
superaquecido etc. Ele pode ser produzido também por diferentes tipos de equipamentos nos quais
estão incluídas as caldeiras com diversas fontes de energia.
Não devem ser entendidos como caldeiras os seguintes equipamentos:
»» Trocadores de calor do tipo Reboiler, Kettle, Refervedores, TLE, e outras, cujo
projeto de construção é governado por critérios referentes a vasos de pressão.
»» Equipamentos com serpentina sujeita a chama direta ou gases aquecidos e que
geram, porém não acumulam vapor, tais como: fornos, geradores de circulação
forçada e outros.
»» Serpentinas de fornos ou de vasos de pressão que aproveitam o calor residual para
gerar ou superaquecer vapor.
»» Caldeiras que utilizam fluido térmico e não o vaporizam.
É importante ressaltar que na elaboração da NR-13, previa-se que o profissional habilitado (PH)
atuasse como referência técnica para o proprietário da caldeira. Quase sempre o proprietário carece
de conhecimentos técnicos necessários para as tomadas de decisões necessárias à segurança da
caldeira. O PH tomará essas decisões, responsabilizando-se por elas.
Para efeitos da NR-13, considera-se profissional habilitado aquele que tem competência legal
para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção,
acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e
vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país.
O PH, no exercício das atividades descritas, em algumas situações, pode delegar a execução de uma
determinada atividade para um preposto, técnico especializado. Entretanto, a responsabilidade e a
assinatura pelos serviços especializados serão sempre do PH.
10
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Dentro dos significados de uso comum relacionados às caldeiras devemos saber que: Pressão
Máxima de Trabalho Permitida (PMTP) – ou Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) – é
o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados,
as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais.
A PMTA é calculada ou determinada utilizando-se fórmulas e tabelas disponíveis no código de
projeto da caldeira. Essas fontes levam em consideração:
»» as dimensões e geometria de cada parte específica da caldeira (por exemplo:
diâmetro, espessura etc.);
»» resistência dos materiais (valores de tensão máxima admissível dependentes da
temperatura); e
»» outros fatores específicos para cada situação.
É importante destacar que o valor da PMTA pode alterar-se ao longo da vida da caldeira em função da
redução da resistência mecânica dos materiais, redução de espessuras dos diferentes componentes,
e outros fatores.
Quando ocorrer alteração no valor da PMTA da caldeira, deverão ser executados os ajustes
necessários nas pressões de abertura das válvulas de segurança, na placa de identificação e outros
elementos de controle dependentes deste valor.
O engenheiro de SST deve saber que constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos
seguintes itens:
»» Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior
à PMTA.
»» Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado.
»» Injetor ou outro meio de alimentação de água, independentemente do sistema
principal, em caldeiras a combustível sólido.
»» Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o
superaquecimento por alimentação deficiente.
As válvulas de segurança, mesmo que ajustadas para abertura na PMTA, deverão ser adequadamente
projetadas, ser adequadamente instaladas e ser adequadamente mantidas. Para casos onde essas
premissas não forem atendidas, a válvula de segurança será considerada como inexistente.
Caldeiras com superfície de aquecimento superior a 47m2
devem possuir duas válvulas de segurança.
Nesse caso, é permitido acréscimo de pressão durante a descarga, com as duas válvulas abertas de
no máximo 6% da PMTA.
O mostrador do instrumento indicador de pressão pode ser analógico ou digital e poderá ser
instalado na própria caldeira ou na sala de controle.
Entende-se por sistema de indicação de nível de água qualquer dispositivo com função equivalente
aos visores de coluna de água. Caso a coluna de água não consiga ser lida corretamente por
11
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
problemas de vazamento ou bloqueio, deverá ser imediatamente acionado o procedimento de
paralisação da caldeira.
Em seu corpo, toda caldeira deve ter afixada a placa de identificação indelével com no mínimo as
seguintes informações: fabricante, número de ordem dado pelo fabricante da caldeira, ano de
fabricação,PressãoMáximadeTrabalhoAdmissível(PMTA),pressãodetestehidrostático,capacidade
de produção de vapor, área da superfície de aquecimento, código de projeto e ano de edição.
Em conformidade com o Sistema Internacional de Unidades, a unidade oficial para pressão no
Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Pascal (Pa).
Alémdaplacadeidentificação,todacaldeiradeveráapresentarseunúmerooucódigodeidentificação
e sua respectiva categoria.
Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, a seguinte documentação,
devidamente atualizada:
»» Prontuário da caldeira que contenha as seguintes informações:
›› código de projeto e ano de edição;
›› especificação dos materiais;
›› procedimentosutilizadosnafabricação,montagem,inspeçãofinaledeterminação
da PMTA;
›› conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida
útil da caldeira;
›› características funcionais;
›› dados dos dispositivos de segurança;
›› ano de fabricação;
›› categoria da caldeira.
Em relação às categorias de caldeira, a classificação é feita de acordo com o gráfico apresentado:
Figura 1. Categorias de caldeira.
Figura representado o item 13.1.9 da NR13, redação de 27 de dezembro de 1994.
Fonte: Norma Regulamentadora no
13 (MTE).
12
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
»» Registro de segurança, em conformidade com o item 13.1.7 da NR-13.
»» Projeto de instalação, em conformidade com o item 13.2 da NR-13.
»» Projetos de alteração ou reparo, em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3
da NR-13.
»» Relatórios de inspeção, em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e 13.5.13
da NR-13.
Caso o estabelecimento, em que estiver instalada a caldeira, possua diversas unidades fabris
distantes umas das outras, os documentos deverão estar disponíveis na unidade onde a caldeira
estiver instalada para que possam ser facilmente consultados.
Se o estabelecimento não possuir essa documentação, parte dela deverá ser reconstituída. Quando
não for possível reconstituir alguns itens, tais como: procedimentos utilizados na fabricação e
montagem, especificações de materiais, deverão ser reconstituídos pelo menos as características
funcionais da caldeira, os dados de seus dispositivos de segurança e o procedimento para
determinação da PMTA.
A reconstituição dos documentos será sempre de responsabilidade do proprietário da caldeira. Para
tanto, ele poderá utilizar-se dos serviços do fabricante da caldeira ou caso esse seja indeterminado
ou já não exista, de um PH ou empresa especializada.
No caso de venda de caldeira o registro de segurança também poderá acompanhar a caldeira a
critério do estabelecimento onde ela esteve instalada. O projeto de instalação não acompanha a
caldeira porque deverá ser elaborado novo projeto, característico das novas instalações.
O registro de segurança deve ser constituído por livro com páginas numeradas, exclusivo para cada
caldeira. É importante que sejam registrados nesse livro somente as ocorrências relacionadas à
caldeira que possam afetar, positiva ou negativamente, a integridade física do ser humano.
É prática nas unidades industriais o preenchimento do Livro de Turno ou Livro de Passagem de
Serviço, ou similar, que poderá ser aceito como registro de segurança desde que atenda o disposto
no item 13.1.7 da NR-13.
São exemplos típicos de ocorrências importantes: explosões, incêndios, vazamentos, ruptura de
componentes da caldeira, operação em condições fora daquelas previstas pelo projeto, paradas de
emergência, realização de testes nas caldeiras e dispositivos de segurança.
Por ocasião da inspeção da caldeira, o PH, contratado pelo estabelecimento para fazer a inspeção da
caldeira ou o PH existente no serviço próprio de inspeção, deverá anotar no registro de segurança a
data e tipo da inspeção de segurança da caldeira que está sendo realizada.
O PH deverá solicitar a assinatura do operador da caldeira ou, na sua ausência, de outro operador,
no referido registro de segurança. A assinatura tem por objetivo comprovar que a caldeira está
sendo inspecionada e não implica qualquer responsabilidade por parte do operador na atividade
de inspeção.
13
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso futuro, o respectivo registro de
segurança deverá apresentar claramente os motivos pelos quais está sendo adotada tal decisão.
O encerramento formal do registro de segurança deverá ser feito por um PH e comunicado por
meio de Relatório de Inspeção de Segurança Extraordinária à representação sindical da categoria
profissional predominante no estabelecimento conforme estabelecido no item 13.5.12 e ao órgão
regional do MTE caso esse tenha exigido a apresentação dos documentos da caldeira anteriormente,
conforme previsto no subitem 13.1.6.3 da NR.
A documentação referida no subitem 13.1.6 da NR deve estar sempre à disposição para consulta.
Nos casos em que for necessária a retirada da documentação do estabelecimento, deverá ser
providenciada a sua duplicação.
A autoria de projeto de instalação de caldeiras é de responsabilidade de PH. O projeto de
instalação deverá conter todos os documentos, plantas, desenhos, cálculos, pareceres, relatórios,
análises, normas, especificações, relativos ao projeto, devidamente assinados pelos profissionais
legalmente habilitados.
A caldeira deverá ser instalada em casa de caldeiras, local reservado do estabelecimento, delimitado
por paredes ou divisórias e devidamente coberto, ou em área de caldeiras, local onde a caldeira não
esteja confinada, exposta ou não à ação do tempo.
A norma define claramente requisitos de afastamento e proteções para a instalação de caldeiras em
área de caldeiras ou casa de caldeiras. Dessa forma, devem ser utilizados os subitens 13.2.3 e 13.2.4
da NR-13 como referência ao se projetar ambos os locais destinados à instalação da caldeira.
Além da definição referente ao local, feita pelos itens anteriores, o item 13.2.5 define quais as
alíneas, que se não forem cumpridas por categoria, nos itens citados, são consideradas como risco
grave e iminente.
Como previsão de exceção a norma prevê que, quando o estabelecimento não puder atender ao
disposto nos subitens 13.2.3 ou 13.2.4, deverá ser elaborado Projeto Alternativo de Instalação com
medidas complementares de segurança que permitam a atenuação dos riscos.
As medidas complementares citadas neste item referem-se à prevenção e não à consequência de
eventuais explosões. Dessa forma, o projeto alternativo deve priorizar a implantação de medidas
que melhorem a confiabilidade operacional da caldeira. São exemplos de medidas concretas que
permitem a atenuação dos riscos:
»» realização de inspeções com maior frequência e maior rigor quanto à aplicação de
exames não destrutivos;
»» aperfeiçoamento dos sistemas de controle;
»» independentemente da pressão, atender a requisitos mais apurados de qualidade e
tratamento de água;
»» reduzir a pressão de operação quando possível;
»» empregar combustíveis de melhor qualidade entre outros.
14
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Toda caldeira classificada como categoria “A” deve possuir painel de instrumentos ou console
de sistema digital instalado em sala de controle. No caso de estabelecimentos com mais de uma
caldeira, é permitida a instalação dos instrumentos de todas as caldeiras na mesma sala de controle.
O projeto e a construção da sala de controle devem atender aos requisitos estabelecidos pelas NRs.
As portas devem abrir para fora e para o lado oposto ao das caldeiras.
O manual de operação da caldeira (ou das caldeiras) deve estar sempre disponível para consulta dos
operadores, em local próximo ao posto de trabalho. Os mesmos devem ser mantidos atualizados,
sendo que todas as alterações ocorridas nos procedimentos operacionais ou nas características das
caldeiras deverão ser de pleno conhecimento de seus operadores e prontamente incorporados aos
respectivos manuais.
Todos os instrumentos e controles que interfiram com a segurança da caldeira deverão ser calibrados
periodicamente e serem adequadamente mantidos.
A utilização de artifícios como, por exemplo, jumps, que neutralizem os sistemas de controle e
segurança, será considerada como risco grave e iminente e pode levar à interdição da caldeira.
Utilizar jumps transitórios em situações em que exista redundância ou está sendo feita manutenção
preventiva, não será considerado como “artifício que neutralize” sistema de controle e segurança
da caldeira.
A qualidade da água é fator determinante da vida da caldeira. Sempre que análises físico-químicas
e resultados das inspeções indicarem problemas de depósitos excessivos, corrosão e outras
deteriorações no lado água, atenção especial deverá ser dada a sua qualidade, em particular,
verificando se suas características estão de acordo com as requeridas pela caldeira.
A responsabilidade pela existência de operadores de caldeiras adequadamente treinados é do dono
do estabelecimento. A norma define que para ser operador de caldeira a pessoa necessita de curso
específico e com comprovação de estágio prático. O engenheiro de SST deve atentar que a norma
prevê que todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático na operação da própria
caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração mínima de:
»» Caldeiras Categoria “A”: 80 horas.
»» Caldeiras Categoria “B”: 60 horas.
»» Caldeiras Categoria “C”: 40 horas.
A empresa ou estabelecimento deverá arquivar ou reunir os documentos e emitir os certificados
que comprovem a participação de seus operadores no referido estágio. Caso um operador, treinado
de acordo com a NR-13, necessite operar outra caldeira, deverá frequentar estágio prático na nova
caldeira que irá operar, mesmo que esta seja da mesma categoria que a anterior.
O supervisor do estágio poderá ser, por exemplo, o chefe da operação, os operadores-chefe, o
engenheiro responsável pela planta, um operador mais experiente ou um profissional habilitado
(PH). O estabelecimento onde for realizado o Estágio Prático Supervisionado deve informar
previamente à representação sindical.
15
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
A operação de caldeiras em condições operacionais diferentes das previstas em seu projeto pode
ser extremamente perigosa. São exemplos dessas condições as pressões superiores às de operação,
as temperaturas de superaquecimento acima das de projeto a utilização de água ou outro fluido
diferente dos considerados no projeto e a alteração do combustível ou dos queimadores.
Caso a documentação da caldeira tenha se extraviado e não seja possível localizar o fabricante, os
reparos e alterações deverão respeitar a concepção original.
Antes da execução de qualquer reparo ou alteração que possam comprometer a segurança da
caldeira ou dos trabalhadores, deverá ser elaborado o respectivo projeto de alteração ou reparo que
passará a fazer parte da documentação da caldeira.
Os reparos que exigem projeto são aqueles que fogem aos procedimentos usuais de manutenção. Por
exemplo: não se fará projeto para a substituição de tubo furado. Em contrapartida, faz-se necessário
o projeto de alteração ou reparo, quando for necessário executar solda no tubulão de vapor.
O projeto de alteração ou reparo pode ser concebido por firma especializada, desde que a mesma
esteja registrada no CREA e disponha de responsável técnico legalmente habilitado.
Reparosoualteraçõesqueenvolvamasespecialidadesdeeletricidade,eletrônicaouquímicadeverãoser
concebidos e assinados por profissionais habilitados para cada campo específico. Independentemente
dessa necessidade, todo projeto de alteração ou reparo deverá ser assinado por PH.
A norma define exames aos quais as caldeiras devem ser submetidas. Esses exames compreendem
as inspeções de segurança inicial, periódica (prazos definidos no item 13.5.3) e extraordinária.
Exames internos, externos e teste hidrostático, efetuados nas dependências do fabricante da caldeira
são importantes e necessários, porém não constituem a inspeção de segurança inicial (definido nos
itens 13.5.1 e 13.5.2), uma vez que os componentes da caldeira podem sofrer avarias durante seu
transporte, armazenamento e montagem no local definitivo. A inspeção de segurança só poderá,
portanto, ser realizada quando a caldeira já estiver instalada em seu local definitivo.
O teste para determinação da pressão da abertura das válvulas de segurança poderá ser executado
com a caldeira em operação valendo-se de dispositivos hidráulicos apropriados.
Ao completar 25 anos de uso, as caldeiras devem ser submetidas à rigorosa avaliação de integridade
para determinar a sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam
em condições de uso.
As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas periodicamente mediante
acionamento manual da alavanca para categorias “B” e “C” e desmontando, inspecionando e
testando, em bancada, as válvulas flangeadas e, no campo, as válvulas soldadas para categorias “A”
e “B”. O acionamento manual da alavanca torna obrigatória a existência de alavancas em válvulas
de segurança instaladas em caldeiras de categorias “B” e “C”.
As válvulas de segurança instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação
em casos específicos definidos no item 13.5.8 (NR). O teste de acumulação é feito para verificar se
16
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
a válvula (ou válvulas) de segurança instalada em caldeiras tem capacidade de descarregar todo o
vapor gerado, na máxima taxa de queima, sem permitir que a pressão interna suba para valores
acima dos valores considerados no projeto (no caso de caldeiras projetadas pelo ASME, Seção I, este
valor corresponde a 6% acima da PMTA).
A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita sempre que a caldeira for danificada por
acidente ou outra ocorrência capaz de comprometer sua segurança; quando a caldeira for submetida
à alteração ou reparo importante capaz de alterar suas condições de segurança; antes de a caldeira
ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais de seis meses e quando
houver mudança de local de instalação da caldeira.
Inspecionada a caldeira, deve ser emitido relatório de inspeção. Ele deve ser encaminhado pelo
PH, num prazo máximo de 30 dias a contar do término da inspeção, à representação sindical da
categoria profissional predominante no estabelecimento. A data de conclusão do relatório técnico
não é considerada como data de término da inspeção.
17
CAPÍTULO 2
Vasos de pressão
Por definição, vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou
externa. Dessa forma, estão sempre submetidos simultaneamente à pressão interna e à pressão
externa. Mesmo vasos que operam com vácuo estão submetidos a essas pressões, pois não existe
vácuo absoluto. O que usualmente denomina-se vácuo é qualquer pressão inferior à atmosférica. O
vaso é dimensionado, considerando-se a pressão diferencial resultante que atua sobre as paredes,
que poderá ser maior interna ou externamente.
Podem ser construídos de materiais e formatos geométricos variados em função do tipo de utilização
a que se destinam. Dessa forma, existem vasos de pressão esféricos, cilíndricos e cônicos; construídos
em aço carbono, alumínio, aço inoxidável, fibra de vidro e outros materiais.
Os vasos de pressão podem conter líquidos, gases ou misturas destes. Algumas aplicações desses
vasos são: armazenamento final ou intermediário, amortecimento de pulsação, troca de calor,
contenção de reações, filtração, destilação, separação de fluidos, criogenia etc.
São classificados em categorias segundo o tipo de fluido e o potencial de risco:
»» CLASSE “A”:
›› fluidos inflamáveis;
›› combustível com temperatura superior ou igual a 200ºC;
›› fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20ppm;
›› hidrogênio;
›› acetileno.
»» CLASSE “B”:
›› fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200ºC;
›› fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20ppm.
»» CLASSE “C”:
›› vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.
»» CLASSE “D”:
›› água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou “C”, com
temperatura superior a 50ºC.
18
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em função do produto “P.V”,
onde “P” é a pressão máxima de operação em MPa, e “V”, o seu volume geométrico interno em m3
,
conforme segue:
»» GRUPO 1: P.V ≥ 100;
»» GRUPO 2: P.V < 100 e P.V ≥ 30;
»» GRUPO 3: P.V < 30 e P.V ≥ 2,5;
»» GRUPO 4: P.V < 2,5 e P.V ≥ 1;
»» GRUPO 5: P.V < 1.
As categorias dos vasos de pressão são definidas pela conjunção entre grupo e classe, de acordo com
tabela definida em norma, copiada abaixo.
Tabela 1. Categorias de vasos de pressão
Fonte: Norma Regulamentadora nº 13 - NR13.
Quando um vaso de pressão contiver mistura de fluido, deverá ser considerado para fins de
classificação o fluido que apresente maior risco aos trabalhadores, instalações e meio ambiente,
desde que sua concentração na mistura seja significativa, a critério do estabelecimento.	
Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
»» válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em
valor igual ou inferior ao PMTA, instalada diretamente no vaso ou no sistema que o
inclui. Entende-se por “outro dispositivo” de segurança os dispositivos que têm por
objetivo impedir que a pressão interna do vaso atinja valores que comprometam sua
integridade estrutural. São exemplos de “outros dispositivos”: discos de ruptura,
válvulas quebra-vácuo, plugues, fusíveis etc.;
19
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
»» dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando esta não
estiver instalada diretamente no vaso;
»» instrumento que indique a pressão de operação.
Válvulas de segurança-piloto operadas podem ser consideradas como “outro dispositivo”,
desde que mantenham a capacidade de funcionamento em qualquer condição de anormalidade
operacional.
Vasos com duas ou mais válvulas de segurança, com bloqueios independentes, são utilizados
quando se deseja facilidade de manutenção. Pode-se remover uma das válvulas de segurança para
reparo ou inspeção, mantendo-se as demais em operação. Nesse caso, as válvulas de segurança
remanescentes em conjunto, ou isoladamente, deverão ser projetadas com suficiente capacidade
para aliviar a pressão do vaso.
O “dispositivo que evite o bloqueio inadvertido” do dispositivo de segurança é aplicável a vasos de
pressão com dois ou mais dispositivos de segurança. São exemplos desses dispositivos: válvulas de
duas ou mais vias, válvulas-gaveta sem volante ou com volante travado por cadeado etc.
Quando o vaso de pressão possuir apenas uma válvula de segurança, não é recomendável a existência
de bloqueio entre a válvula de segurança e o vaso de pressão.
Os instrumentos para indicação de pressão, por exemplo, manômetros, poderão ter mostrador
analógico ou digital, e a instalação dos mesmos poderá ser feita no próprio vaso ou em sala de
controle apropriada.
Todo vaso de pressão deve ter placa de identificação com as informações do fabricante, do número
de identificação, do ano de fabricação, da pressão máxima de trabalho admissível, da pressão de
teste hidrostático, do código de projeto e ano de edição.
Obs.: número de identificação é a identificação alfanumérica, também conhecida como tag, item, ou
número de ordem atribuído pelo projetista ou estabelecimento ao vaso de pressão.
Para efeito do atendimento ao requisito do código de projeto e ano de edição, caso não seja conhecido
o ano de edição do código, o PH deverá verificar se o equipamento sob análise se enquadra nos
requisitosdaúltimaediçãopublicadaque precedeu o anode fabricação do vaso.Não sendo conhecido
o código de projeto original ou o ano de fabricação, o vaso deverá ser verificado de acordo com um
dos códigos existentes para vasos de pressão, que seja aceito internacionalmente.
As informações referentes à identificação do vaso e sua respectiva categoria deverão ser pintadas
em local onde possam ser facilmente identificadas. Opcionalmente à pintura, as informações
poderão ser inseridas numa placa com visualização equivalente. A pintura deve permitir a rápida
identificação do equipamento na unidade em situação de emergência.
Ocorrendo vazamentos, incêndio e outros eventos que produzam fumaça, vapores ou névoa, a
visão dos operadores será prejudicada. Nesses casos, equipes externas que entrem na unidade para
auxiliar em emergências também são auxiliadas pela boa pintura de identificação.
20
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a seguinte
documentação devidamente atualizada:
»» prontuário do vaso de pressão, a ser fornecido pelo fabricante;
»» registro de segurança, em conformidade com o subitem 13.6.5;
»» projeto de instalação, em conformidade com o item 13.7;
»» projetos de alteração ou reparo, em conformidade com os subitens 13.9.2 e 13.9.3;
»» relatórios de inspeção, em conformidade com o subitem 13.10.8.
Se o estabelecimento onde estiverem instalados os vasos de pressão possuir diversas unidades, os
documentos deverão estar disponíveis na unidade em que os vasos de pressão estiverem instalados,
para que possam ser prontamente consultados.
Se os operadores e responsáveis pelos equipamentos não permanecerem no local de instalação do
vaso de pressão, os documentos devem ficar próximos ao operador responsável.
O procedimento para determinação da PMTA deverá explicar o roteiro para seu estabelecimento,
passo a passo, incluindo tabelas, ábacos etc. que por ventura sejam consultados. Caso haja interesse
por parte do estabelecimento, poderá ser adotada como PMTA a pressão de projeto do vaso.
Entende-se por vida útil do vaso o período de tempo entre a data de fabricação e a data na qual o
vaso tenha sido considerado inadequado para uso. A documentação deve ser mantida durante toda
a vida útil do vaso de pressão.
A maior parte da documentação exigida, particularmente aquela englobada no prontuário do vaso,
deve ser fornecida de maneira detalhada pelo fabricante do vaso de pressão. Se o estabelecimento
não possuir essa documentação, parte da mesma deverá ser reconstituída. A reconstituição dos
documentos é sempre de responsabilidade do proprietário do vaso de pressão, o que se traduz em
serviço executado pelo engenheiro de segurança.
Normas técnicas reconhecidas internacionalmente indicam que o cálculo da PMTA deve considerar,
além da pressão, outros esforços solicitantes, devendo englobar todas as partes do equipamento,
tais como: conexões, flanges, pescoços de conexões, suportes e selas.
O registro de segurança pode ser constituído por um livro de páginas numeradas para cada vaso
de pressão ou de um livro de páginas numeradas para diversos vasos de pressão. É possível que a
empresa utilize outro sistema (por exemplo: informatizado) desde que, de fato, apresente a mesma
segurança contra burla e permita “assinatura eletrônica”.
É importante que sejam registradas nesse livro somente as ocorrências que possam afetar a
integridade física do ser humano. São exemplos típicos dessas ocorrências: explosões, incêndios,
vazamentos, ruptura de componentes, operação fora dos valores previstos, funcionamento irregular
das válvulas de segurança, serviços de manutenção efetuados.
21
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas de visita e
indicadores de nível, pressão e temperatura, quando existentes, sejam facilmente acessíveis. Os
acessórios, que possam exigir a presença do trabalhador para operação, manutenção ou inspeção,
devem permitir acesso fácil e seguro por meio de escadas, plataformas e outros em conformidade
com as NR’s.
Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes confinados, a instalação deve:
»» dispor de pelo menos duas saídas amplas, permanentemente desobstruídas e
dispostas em direções distintas. Objetiva-se, dessa forma, evitar que, ocorrendo
um vazamento, incêndio ou qualquer outra possibilidade de risco aos operadores,
eles não fiquem cercados pelo fogo ou vazamento, dispondo sempre de uma rota
de fuga alternativa;
»» dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção, operação e
inspeção, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões
que impeçam a queda de pessoas;
»» dispordeventilaçãopermanentecomentradasdearquenãopossamserbloqueadas;
»» dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
»» possuir sistema de iluminação de emergência. Deverá ser entendido como sistema
de iluminação de emergência, todo sistema que, em caso de falha no fornecimento de
energia elétrica, consiga manter adequadamente iluminado os pontos estratégicos
à operação do vaso de pressão. São exemplos desses sistemas: lâmpadas ligadas
a baterias que se autocarregam nos períodos de fornecimento normal de energia,
geradores movidos a vapor ou motores a combustão.
Se as condições citadas acima não forem cumpridas, constitui automaticamente em situação de
risco grave e iminente.
A autoria do projeto de instalação de vasos de pressão é de responsabilidade de PH. Sempre que,
na elaboração do projeto, o PH solicitar a participação de profissionais especializados e legalmente
habilitados, eles serão responsáveis pela parte que lhes diga respeito, devendo ser explicitamente
mencionados como autores das partes que tiverem executado.
O projeto de instalação deverá conter pelo menos a planta baixa do estabelecimento, com o
posicionamento e a categoria de cada vaso de pressão existente na instalação. A planta deverá
também posicionar instalações de segurança tais como: extintores, sistemas de sprinklers, canhões
de água, câmaras de espuma, hidrantes etc.
Todos os documentos que compõem o projeto de instalação deverão ser devidamente assinados
pelos profissionais legalmente habilitados.
22
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
Quando uma instalação já existente não possuir os desenhos ou documentos citados, ou quando
a identificação dos profissionais legalmente habilitados não estiver clara, o projeto de instalação
deverá ser reconstituído sob autoria de um PH.
Todo vaso de pressão enquadrado nas categorias “I” ou “II” deve possuir Manual de Operação
próprio que contenha:
»» os procedimentos de partidas e paradas;
»» os procedimentos e parâmetros operacionais e rotina;
»» os procedimentos para situações de emergência; e
»» os procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente.
O Manual deverá ser mantido atualizado, com todas as alterações ocorridas descritas nos
procedimentos operacionais ou nas características dos equipamentos. Esse requisito também é
aplicável a navios e a plataformas de exploração e produção de petróleo.
Todos os instrumentos e controles que interfiram com a segurança do vaso de pressão deverão ser
periodicamente calibrados e adequadamente mantidos.
A utilização de artifícios como, por exemplo, jumps que neutralizem instrumentos ou sistemas de
controle e segurança, será considerada como risco grave e iminente e pode acarretar a interdição
do equipamento.
A periodicidade de manutenção e a definição de quais instrumentos e controles dos vasos de
pressão deverão ser englobados são de responsabilidade de profissionais legalmente habilitados
para cada especialidade.
O responsável pela existência de operadores de unidades de processo treinados adequadamente é o
dono do estabelecimento ou seu representante legal.
O Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo deve obrigatoriamente ser:
»» supervisionado tecnicamente por PH;
»» ser ministrada por profissionais capacitados; e
»» obedecer, no mínimo, ao currículo no Anexo I-B da NR 13.
Deverão ser incluídas no treinamento outras matérias teóricas ou práticas que forem julgadas
relevantes pelo supervisor técnico do treinamento.
Todo profissional com treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo deve
cumprir estágio prático, supervisionado, com definição de carga horária de acordo com a norma.
A empresa ou estabelecimento deverá arquivar os documentos que comprovem a participação de
seus operadores no referido estágio. No caso de unidades que não possuam vasos de pressão de
categorias “I” ou “II”, não há necessidade de existirem profissionais com Treinamento de Segurança
23
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
na Operação de Unidades de Processo. Faz-se necessário, no entanto, o cumprimento de estágio
prático supervisionado de 100 horas. O supervisor de estágio poderá ser, por exemplo, o chefe da
operação, um operador chefe, um engenheiro responsável pelo processo, profissional habilitado, ou
operador mais experiente.
O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado deve informar previamente
à representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento o período,
responsável e nome dos participantes.
A norma define que a necessidade e ocasião da reciclagem são de responsabilidade do empregador.
Porém, ficando a reciclagem a cargo da empresa e esta não o fizer, é importante a observação por
parte do engenheiro de SST que com o passar do tempo existe tanto o esquecimento quanto a
obsolescência de procedimentos e o mesmo deve suscitar quando achar importante a realização
da reciclagem.
A operação de vasos de pressão em condições diferentes das previstas em seu projeto, por exemplo,
pressões superiores às de operação, temperaturas superiores às consideradas no projeto, utilização
de fluidos diferentes dos previstos originalmente, alterações de geometria, espessura e tipo de
material, pode ser extremamente perigosa. Sempre que forem efetuadas modificações no projeto do
vaso de pressão ou nas suas condições operacionais, deverão ser adotados todos os procedimentos
de segurança necessários. As modificações efetuadas deverão sempre fazer parte da documentação
do vaso de pressão.
Todos os reparos ou alterações em vasos de pressão devem respeitar ao respectivo código de
projeto de construção e às prescrições do fabricante. Deve ser considerada como “reparo” qualquer
intervenção que vise corrigir não conformidades com relação ao projeto original. Por exemplo,
reparos com solda para recompor áreas danificadas, remoção de defeitos em juntas soldadas ou no
metal-base, substituição de internos ou conexões corroídas etc.
Deve ser considerada como “alteração” qualquer intervenção que resulte em alterações no projeto
original, inclusive nos parâmetros operacionais do vaso. Por exemplo, alterações nas especificações
dos materiais, mudanças de internos ou conexões, mudanças de geometria etc.
Caso a documentação do vaso de pressão tenha se extraviado e não seja possível localizar o fabricante,
os reparos e alterações deverão respeitar a concepção adotada originalmente.
Com a constante evolução da tecnologia, em casos particulares e desde que embasado pelo PH,
poderão ser utilizados procedimentos de cálculo e tecnologias não previstas pelo código de projeto.
São exemplos desses procedimentos: técnicas de mecânica da fratura que permitam a convivência
com descontinuidades subcríticas, técnicas alternativas de soldagem que dispensem o alívio de
tensões, modelagem por elementos finitos etc.
O Projeto de alteração e reparo pode ser concebido por firma especializada, desde que ela esteja
registrada no CREA e disponha de responsável técnico legalmente habilitado.
Todas as intervenções que exijam soldagem em partes que operem sob pressão devem ser seguidas
de teste hidrostático, com características definidas pelo PH. Quando não definidos em normas
24
UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
ou códigos, caberá ao PH em função de sua experiência e conhecimento, definir os parâmetros
envolvidos no teste hidrostático. Nesses parâmetros deverão constar:
»» medidas de segurança necessárias para proteção das pessoas envolvidas na
realização do teste;
»» fluido a ser utilizado para pressurização;
»» taxa de subida da pressão e patamares, quando necessário;
»» pressão final do teste; e
»» tempo em que o equipamento ficará pressurizado.
As características e resultados do teste hidrostático deverão constar do relatório de inspeção de
segurança que compreende o teste, seja ela, inspeção inicial, periódica ou extraordinária.
O PH poderá dispensar o teste hidrostático, sob sua responsabilidade técnica, considerando os
aspectos do tipo de reparo efetuado, ensaios não destrutivos executados, qualificação de pessoal
envolvido, risco de falha do serviço executado etc.
Osvasosdepressãodevemsersubmetidosainspeçõesdesegurançainicial,periódicaeextraordinária.
A inspeção de segurança periódica, constituída por exame externo, interno e teste hidrostático, deve
obedecer aos seguintes prazos máximos estabelecidos para cada categoria (de I a V).
Categoria do Vaso Exame Externo Exame Interno
I 1 ano 3 anos
II 2 anos 4 anos
III 3 anos 6 anos
IV 4 anos 8 anos
V 5 anos 10 anos
Uma vez que, mesmo fora de operação, alguns vasos poderão sofrer desgaste corrosivo acentuado,
deverá ser considerada, para contagem do prazo de inspeção, a data da última inspeção de segurança
completa, e não a data de início ou retomada de operação.
Vasos de pressão que não permitam o exame interno ou externo por impossibilidade física devem
ser alternativamente submetidos a teste hidrostático (TH). São exemplos de vasos de pressão que
não permitem o exame interno:
»» aqueles que não possuem bocas de visita ou aberturas que permitam a passagem de
uma pessoa;
»» aqueles cujo diâmetro do casco não permite o acesso de uma pessoa;
»» trocadores de calor com espelho soldado ao casco.
Equipamentos enterrados são exemplos de equipamentos que não permitem acesso externo.
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CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I
Vasos com enchimento interno ou com catalisador podem ter a periodicidade de exame interno ou
de teste hidrostático ampliada, de forma a coincidir com a época da substituição de enchimentos ou
de catalisador, desde que esta ampliação não ultrapasse 20% do prazo estabelecido. São exemplos
de enchimento: argila, carvão ativado, aparas de aço, anéis de Raschig e enchimentos orientados.
Não deverão ser considerados como enchimento interno, acessórios desmontáveis, tais como:
bandejas, demister e distribuidores.
Vasos com revestimento interno higroscópico devem ser testados hidrostaticamente antes da
aplicação do mesmo, sendo os testes subsequentes substituídos por técnicas alternativas. Um
exemplo típico de revestimento interno higroscópico é o revestimento refratário.
O teste hidrostático pode ser substituído por outra técnica de ensaio sob a responsabilidade do
PH, como por exemplo: ensaio ultrassônico, radiográfico, com líquido penetrante, com partículas
magnéticas, de estanqueidade, apreciação do histórico de operação ou de inspeções anteriores e
técnicas de análise leakage before breaking (vazamento ocorre sempre antes da ruptura).
A norma prevê que o teste hidrostático não seja executado por motivos técnicos, por exemplo,
impossibilidade técnica de purga e secagem do sistema, ou existência de revestimento interno, entre
outros. Contudo, razões meramente econômicas não deverão ser consideradas como restrições
ao teste hidrostático. Se existirem sérias restrições econômicas, devem ser buscadas soluções
alternativas de segurança equivalente. Em contrapartida, não são consideradas razões técnicas que
inviabilizam o teste: a existência de revestimentos pintados, cladeados, lining etc.
Os vasos de pressão que operam abaixo de 0ºC, chamados vasos criogênicos, raramente estão
sujeitos à deterioração severa. A inspeção interna frequente e o teste hidrostático poderão provocar
fenômenos que comprometam sua vida útil. A NR-13 não prevê a obrigatoriedade da execução do
teste e estabelece prazos para inspeção interna de até 20 anos, valor este compatível com o previsto
em outras legislações internacionais.
As válvulas devem ser testadas por meio da remoção da válvula e deslocamento para oficina ou no
próprio local de instalação. Caso os detalhes construtivos da válvula de segurança e da unidade
permitam, poderá ser verificada a pressão de abertura, por meio de dispositivos hidráulicos, com o
vaso de pressão em operação.
A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades:
»» sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa
sua segurança;
»» quando o vaso for submetido a reparo ou alterações importantes, capazes de alterar
sua condição de segurança;
»» antes de o vaso ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por
mais de 12 meses; ou
»» quando houver alteração de local de instalação do vaso.
26
UNIDADE IITRABALHO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil apresenta grande importância social, em parte, devido à grande absorção da mão
de obra e ao poder de geração de empregos diretos e indiretos. Há de se observar uma característica
presente, que os trabalhadores são na maioria formados no local de trabalho, nos canteiros de obras.
Isto ocorre, pois na finalização de uma obra se desfaz o motivo principal da presença da firma que
está construindo, os trabalhadores são dispensados e a empresa fica apenas com parte de seu corpo
gerencial. Desta forma a empresa interfere pouco na formação, pois não há porque, teoricamente,
se investir em mão de obra temporária. Situação verificada por Vargas (1984) e que continua válida
para os dias de hoje.
Nesse ínterim, se apresenta a responsabilidade por parte do engenheiro de segurança de treinar
rapidamente esse corpo laboral para que este efetue as atividades e ao mesmo tempo consiga
interagir com a presença de máquinas e equipamentos em ambiente agitado e propenso a ocorrer
acidentes.
De forma a trabalhar organizadamente, abordaremos neste capítulo as estruturas e superfícies de
trabalho, o processo de soldagem e corte a quente e os equipamentos de guindar e transportar.
27
CAPÍTULO 1
Estrutura e superfícies de trabalho
Quando se está construindo uma edificação, independente da altura que se trabalhe, existe a
necessidade de fazer o fechamento e o acabamento laterais, com o operário trabalhando pelo lado
de fora da edificação. Quando temos o trabalho ao nível do solo, a parede externa está diretamente
acessível ao operário, contudo já bastando termos um pavimento acima que se torna necessária a
presença de uma estrutura ou uma superfície de trabalho. Estas podem se traduzir na utilização
de andaimes e plataformas de trabalho. Dependendo do tipo de serviço, de manutenção ou do
momento da obra, vai se optar pela escolha de um tipo específico.
Quando necessitamos colocar em risco um trabalhador, ao ter esse que trabalhar em uma superfície
de uso temporário, estamos falando ao mesmo tempo em uma estrutura que seja robusta e também
leve, ou seja, dimensionada para a situação. Ao falarmos em dimensionar algo, incorre diretamente
na presença de um engenheiro. De forma a tornar isso pragmático e independente da vontade de
quem precisa usar um andaime, por força de norma, é exigido que o dimensionamento seja feito por
profissional legalmente habilitado e ainda que se tenha a respectiva ART. Além disso, é necessário
que as empresas que fabriquem sejam inscritas no CREA.
Ao ser adquirido um andaime, é obrigatório a quem fornece, também por força de norma, fornecer
instruções técnicas por meio de manuais, contendo especificação de materiais, dimensões e posições
de ancoragens, entroncamentos e detalhes para operação e desmontagem. A melhor prática de
trabalho segue exatamente o ditado “siga o manual”.
Mencionados o projeto e a aquisição de um andaime, sempre temos associado a necessidade de
rastreamento posterior, desta forma temos que ter identificação do fabricante, referencia do tipo,
lote e ano de fabricação. Esses devem estar marcados em painéis, tubos, pisos e contraventamentos.
Um momento importante na utilização de andaime é a sua montagem e desmontagem, visto que
ainda não está completamente rígido. É importante então que na montagem estejam trabalhando
trabalhadores qualificados, utilizando cinto de segurança tipo paraquedista e ferramentas
exclusivamente manuais. A necessidade do trabalhador devidamente qualificado, não é apenas
pela exposição do mesmo ao risco, é importante ressaltar que após a montagem outros usuários
utilizarão o andaime e, sendo feita de forma indevida, o acidente é previsível.
Usar qualquer cinto paraquedista também não é recomendado, logo, o mesmo deve apresentar
duplo talabarte (alça), ganchos de abertura mínima de 50mm e dupla trava. A presença de
talabarte duplo possibilita que, sempre ao se deslocar, o trabalhador prenda um dos ganchos
em uma posição futura e desprenda o outro, sempre tendo pelo menos um dos ganchos presos.
O gancho com dimensão de 50mm vai facilitar a operação de prender e desprender. E por final a
dupla trava serve como importante redundância.
Ao utilizar as ferramentas exclusivamente manuais, o trabalhador evita o risco a que estaria exposto
ao utilizar ferramentas que necessitam de fonte de energia elétrica, hidráulica ou pneumática, além
de reduzir o peso transportado e facilitar o deslocamento.
28
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O que torna o andaime seguro para utilização são sua rigidez e proteções. Por isso nunca se deve
retirar qualquer dispositivo de segurança dos andaimes ou anular sua ação. A superfície do piso
do andaime deve ser rígida e antiderrapante, melhor forma é que este apresente estrutura do piso
metálica com forração completa, nivelado e travado. Nas laterais o guarda-corpo e rodapé evitam
tanto que o trabalhador caia como escorregue para fora do andaime.
O acesso deve ser feito por escada montada na estrutura do tipo marinheiro, externamente montada
ao andaime ou por escada de uso coletivo. Considere abominação utilizar escadas sobre andaime
para acessar lugares mais altos.  
Não se pode deixar de lembrar que, andaimes simplesmente apoiados devem estar apoiados em
sapatassobrebasesólidaeserfixadoàestruturadaedificaçãopormeiodeamarraçãoeestroncamento,
de modo a resistir aos esforços que estiverem submetidos. Caso um andaime seja do tipo móvel,
deve ser usado em superfícies planas, nunca em solo irregular e o mesmo deve apresentar travas,
desse modo é sempre importante verificar a manutenção das travas para certificar que estejam
agindo para travar o andaime.
Para andaimes do tipo fachadeiro é importante que estejam cobertos por tela, pois ajuda evitar
a queda de algum objeto em quem esteja no nível térreo. Também reduz um pouco a incidência
do vento e serve de anteparo tátil para o trabalhador perceber que ele está próximo a borda
do andaime.
Para andaimes suspensos é importante termos presente placa de identificação de forma a permitir
rastreamento e a mesma deve ter a capacidade de carga indicada. Para a segurança do trabalhador
ele deverá estar usando cinto tipo paraquedista ligado a um cabo guia com trava-quedas. O cabo
guia deve estar independentemente ligado à estrutura de fixação do andaime, pois se o andaime cair
o trabalhador apresenta chance de ficar pendurado. 
Ainda sobre andaimes suspensos, o engenheiro de segurança deve verificar se a fixação do mesmo
está de acordo com o especificado em projeto e garantir, por meio de algum procedimento, que
sempre ao iniciar o trabalho seja verificado o estado da instalação. Sempre baseado no projeto,
deve-se também garantir que o peso especificado para o contrapeso seja invariável e de material tipo
concreto, aço ou outro sólido não granulado, que não se desfaça por si só.
Os cabos dos andaimes suspensos devem sempre estar em bom estado, logo devem ser inspecionados
no início das tarefas, nunca devem ser utilizados cabos que não sejam de aço, ou seja, cabos de fibras
naturais ou artificiais não podem ser utilizados para este fim, pois não garantem a segurança. Vale
lembrar também que sempre devem existir pelo menos 6 voltas sobre o tambor em que o cabo esteja
enrolado, de forma que não possa ocorrer do cabo se desprender.
Ao ter que utilizar guinchos de elevação, o ideal, por questões de ergonomia e também por não
provocar o desgaste do trabalhador, seria ter andaimes suspensos motorizados. Contudo, na
ausência desses, é possível utilizar andaime com guinchos manuais. Os guinchos manuais devem
possuir segunda trava de segurança por catraca e dotado de capa de proteção que deve ser mantida
em bom estado de conservação. Qualquer possibilidade de dano deve ser verificada e corrigida por
empresa especializada no assunto.
29
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
Pela característica do ambiente da construção civil ser bastante agressivo, o andaime suspenso
motorizado deve apresentar cabos de alimentação de dupla isolação, tomadas e plugs blindados,
bom aterramento elétrico, uso de dispositivo diferencial residual (DR), de forma a evitar corrente
de fuga, fim de curso superior e batente. Além destas características deve evitar que o andaime
se incline acima de certo grau e também na ocorrência de pane, apresente algum mecanismo que
possibilite a descida com atuação manual.
Outra superfície de trabalho são as plataformas com sistema de movimentação vertical, que
utilizam pinhão e cremalheira e também as que utilizam força hidráulica como forma de propulsão.
Da mesma forma só devem ser operadas por trabalhador qualificado para tal atividade. Esse tipo
de equipamento é mais comum em outros países, pois não existem tantos fabricantes nacionais.
Caso sejam importados, devemos lembrar-nos da necessidade de apresentar manuais e que eles
sejam traduzidos para língua portuguesa, visto que torna mais fácil a passagem da instrução para
os trabalhadores brasileiros.
Da mesma forma que os andaimes, os trabalhadores devem utilizar cinto paraquedista com cabo
guia e trava em estrutura independente da estrutura de sustentação do equipamento. Como
o equipamento é em boa parte composto de partes metálicas deve ser observada com cuidado a
instalação na proximidade de redes elétricas.
Comooequipamentotemmuitaforça,éimportanteousodesinalizaçãosonoranasuamovimentação
e deve apresentar também botão de parada de emergência. Sendo equipamento movido por
eletricidade, os cuidados com a proteção de partes expostas de cabos de alimentação, aterramento,
dispositivos de proteção elétrica devem estar presentes.
Esses equipamentos são muito semelhantes a elevadores, de forma análoga devem apresentar
motofreio, freio automático de segurança e botoeira de comando de operação com atuação por
pressão contínua.
O engenheiro de segurança deve antever os possíveis riscos na operação desses equipamentos,
promover o treinamento antes da utilização e colocar na ordem de serviço relativa aos trabalhadores
que utilizarão os equipamentos as atribuições,  riscos e cuidados necessários. 
Outra opção para o trabalhador fazer manutenção externa da fachada do prédio é por meio de uma
cadeira suspensa, conhecida também como balancim. Nesse caso o uso de cabo de aço ou de fibra
sintética é possível como cabo de sustentação, pois o peso a ser sustentando é inferior.
O processo de subida e descida exige que no cabo tenha-se dupla trava de segurança, pois a
redundância garante que no caso de falha da primeira trava a segurança possa ser acionada. Na
situação de utilização da cadeira suspensa o trabalhador vai estar apenas sentado na cadeira, de
modo que o mesmo vai precisar ficar fixado por meio de cinto na cadeira. De forma análoga as
plataformas e andaimes, o mesmo deve utilizar cinto paraquedista com o trava-quedas acoplado a
um cabo guia independente. Caso a edificação seja elevada, os pontos de ancoragens já devem estar
previamente previstos antes da construção e os mesmos devem estar dimensionados para um fator
de segurança em torno de 15, que provoca que o mesmo seja capaz de suportar carga pontual de
1.500Kgf., isto de acordo com definido em norma.
30
CAPÍTULO 2
Soldagem e corte a quente
Em todo processo de construção existe a montagem de peças metálicas cuja união é feita por
soldagem. Para o entendimento dos riscos presentes neste processo, deve-se ter uma noção básica
dos tipos possíveis de solda, sendo as principais: arco elétrico, maçarico (oxiacetileno) e brasagem.
Esses processos não são exclusivos da construção civil, mas por questão da importância foi incluso
nessa unidade.
Tipos de processos
No processo por arco elétrico existe a fusão por corrente elétrica entre os metais, sendo com grande
consumo de eletrodo os processos MMA/SMAW (Manual Metal Arc, ou comumente eletrodo
revestido), MIG (Metal Inert Gas), MAG (Metal Active Gas) e com pouco consumo de eletrodo o
processo TIG (Tungstênio Inert Gas).
Figura 2. Solda MMA Figura 3. Solda MIG/MAG
Figura 4. Solda TIG Figura 5. Maçarico - Solda Oxiacetileno
Fonte: Okumura (1982)
No processo por arco maçarico tem-se a utilização de gás para criar a chama, podendo ser
composto por acetileno/GLP (ou outro) + O2
. Existem dois tipos de maçaricos: os misturadores e
os injetores, sendo um para solda (adição de metal com fusão) e o outro para o oxicorte (corte de
chapa por oxidação).
31
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
No processo por brasagem é feita a fusão de metal ou ligas com baixo ponto de fusão em relação
ao material que se deseja fazer uma união. Pode ser realizada a brasagem em fornos, por imersão
em banho de sal, por chama automática ou também por maçarico. Outro tipo de solda também
considerada no processo de brasagem é a de componentes eletrônicos com liga de Pb-Sn.
Riscos e prevenção associados ao processo
Dos processos mencionados tem-se a produção de fumos metálicos, podendo ser proveniente do
metal que está sendo soldado (por exemplo, se for uma chapa galvanizada, temos manganês, cromo,
níquel, zinco em altas concentrações) ou proveniente do tipo de eletrodo (comumente em solda a
arco elétrico, tendo-se maior quantidade de fumos se há consumo do eletrodo).
Os eletrodos têm composição variável, os mais comuns tem o interior (alma) de ferro e revestidos
de um fundente. Os usados em solda MAG e MIG são de um arame contínuo com alma de ferro
e fundente de cobre. Havendo ainda os tipos celulósicos (alto teor de material orgânico), rutílico
(alto teor de TiO2
), ilmenítico (ferro, titânio e manganês), básico (cal e fluorita) e pó de ferro (ferro
e silicatos).
Podem ainda existir eletrodos do tipo: carbono, níquel, silício, molibdênio, zircônio, alumínio,
cálcio, sódio, potássio, magnésio, cobre, cádmio e fluoretos.
A maior ou menor exposição a fumos varia com:
»» voltagem e amperagem da corrente elétrica;
»» composição das peças soldadas;
»» composição dos eletrodos;
»» consumo dos eletrodos;
»» prática do soldador (velocidade da soldagem);
»» ventilação do local;
»» processo de soldagem; e
»» existência de óleos (ou outras substâncias) protetores nas chapas.
Os tamanhos das partículas de fumos metálicos desprendidas das soldas por arco elétrico variam
entre 0,001 a 2 µm. A retenção alveolar é maior nas partículas de 1 a 5 µm, em geral sendo menor
que 10% do total.
Como exemplo de avaliação ambiental os autores Borras e Lopes em 1981, estimaram a probabilidade
de exceder-se o TLV (threshold limit value) de fumos de solda por consumo semanal de eletrodos,
com 30 Kg/semana teria 65% de probabilidade, com 50 Kg/semana 85% de probabilidade e com 75
Kg/semana 93% de probabilidade de exceder o TLV.
32
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
É importante que o engenheiro de segurança estude o tipo de composição do eletrodo utilizado no
processo de sua fábrica e então avaliar se pode ou não existir o risco ao expor os trabalhadores aos
fumos de solda.
Dependendo do tipo de fumos, as seguintes exposições estão associadas:
»» Exposição aos fluoretos: se o eletrodo é o básico (cal e fluorita), deve-se pensar
em risco de fluorose ocupacional – doença grave e incapacitante que leva a uma
calcificação dos ligamentos.
»» Exposição excessiva ao cromo hexavalente: altamente cancerígeno. No aço inox,
por exemplo, o nível de cromo hexavalente chega a 20 a 25%.
»» Exposição ao cádmio: extremamente lesivo aos rins e ao pulmão, causando enfisema
do cádmio. Também causa descoloração do colo dos dentes e anosmia (perda total
do olfato).
»» Exposição ao níquel: provoca febre dos fumos metálicos e sensibilização cutânea
(alergia). O aço inox tem também elevados teores deste metal, até 15%.
»» Exposição ao manganês: provoca manganismo, doença grave incapacitante e
irreversível (Parkinson Mangânico).
»» Exposição ao zinco: as chapas galvanizadas emitem grande quantidade de fumos
de zinco, mesmo em solda a ponto. É irritante e pode causar febre dos fumos
metálicos.
De forma a diminuir a exposição deve-se organizar o sitio de soldagem para que se possa fazer
a correta exaustão dos fumos. Desta maneira o engenheiro de SST deve atentar também ao
funcionamento correto de exautores e verificar se a exaustão é suficiente para retirar os fumos
do local. Uma exaustão correta ajuda na retirada dos fumos do local e contribui para diminuir a
temperatura que o trabalhador fica exposto.
Outro risco a ser observado no processo de soldagem é a presença das radiações não ionizantes, uma
vez que as radiações infravermelha e ultravioleta estão presentes em operações com solda elétrica.
Os efeitos da exposição a essas radiações são caracterizados por perturbações visuais (conjuntivites,
cataratas), queimaduras, lesões na pele, câncer de pele não melanoma e outras doenças crônicas.
Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tomem medidas
de proteção coletiva, por exemplo, isolamento da fonte de radiação (ex.: biombo protetor para
operação em solda), pois não só o soldador pode estar exposto, mas outro trabalhador que passa
pelo local deve estar protegido.
Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex.: avental, luva, perneira
e mangote de raspa para soldador, óculos para operadores de forno etc.).
Deve ser dada uma atenção especial ao tipo de máscara de soldagem utilizada, pois existem
diferentes graus de intensidade de luz que cada processo de solda produz. Por exemplo, existe um
33
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
modelo específico para uso com maçarico que não deve ser usado nos processos MIG/MAG, pois
não oferece proteção efetiva.
Deve ser dada atenção também às altas temperaturas, pois podem provocar desidratação, erupção da
pele, câimbras, fadiga física, distúrbios psiconeuróticos, problemas cardiocirculatórios e insolação.
Em ambientes de trabalho que envolva operação de soldagem, há a necessidade de disponibilizar
ao trabalhador o acesso a beber água, de forma a hidratar e ajudar no processo de resfriamento
corporal, uma vez que os EPIs para o processo de soldagem ajudam a proteger contra a radiação não
ionizante, mas aumentam muito a temperatura corpórea.
O conjunto oxi-acetilênico deve estar em carrinho apropriado, amarrado com corrente ou outro
dispositivo de fixação adequado. As mangueiras não devem ter rachaduras e devem ser fixadas
com abraçadeiras apropriadas. Quando não estiverem em uso, as mangueiras devem estar
despressurizadas. Devem dispor de válvulas de retrocesso e corta chama e dispor de unidades
extintoras e mangueiras de incêndio no local.
Asmangueirastêmcoresdistintas:verde/oxigênioevermelho/acetileno.Oequipamentodeoxigênio
não deve ser manipulado ou lubrificado com material de origem orgânica. Quando armazenado ou
fora de operação deve ser mantido com o capacete no lugar. O cilindro de acetileno não pode sofrer
choque ou aquecimento por chama direta. Deve-se verificar que o conjunto não faça contato com
nenhum circuito elétrico.
34
CAPÍTULO 3
Transporte de forma geral
e armazenamento
Não existe como ser feita qualquer construção sem o transporte de materiais e pessoas, desde
pequenos trabalhos, onde se exige o carregamento de ferramentas, materiais avulsos até grandes
empreendimentos de metros de altura. E vários são os meios de se fazer esta atividade podendo ser,
por exemplo, por elevadores, guindastes, transportadores industriais, ou máquinas transportadoras
e não menos importante o próprio trabalhador.
Equipamento de transporte - Empilhadeira
Um método de transporte é utilizando empilhadeira, para operá-la o trabalhador deve sempre portar
cartão de identificação em lugar visível, com nome e fotografia, de forma que não haja equivoco em
relação ao trabalhador habilitado a utilizar o equipamento.
As empilhadeiras devem portar buzina, que deve ser utilizada não apenas para solicitar que
alguém saia da frente do deslocamento da empilhadeira, deve também usar em situações onde a
empilhadeira esteja se deslocando e haja um cruzamento onde não é possível visualizar se existe
tráfego, já que a empilhadeira não permite frenagem brusca, nem tão pouco modificar a direção
devido à inércia e o centro de gravidade relativamente altos.
Em locais fechados não se deve utilizar empilhadeiras a combustão, visto que os gases liberados
são tóxicos e este modelo não apresenta tratamento no próprio equipamento que permita tornar os
gases liberados inertes, apresentando esse equipamento a empilhadeira poderá ser usada, contudo
o gasto com este tipo de instalação somada à compra da empilhadeira a combustão vai ser quase
igual à de adquirir uma empilhadeira elétrica.
A empilhadeira é construída segundo o princípio da “gangorra”, onde a carga, nos garfos, é
equilibrada pelo peso da máquina. O centro de rotação ou o “apoio da gangorra” é o centro das rodas
dianteiras. Mesmo a empilhadeira com 4 rodas segue este princípio. Caso a carga se encontre com
centro de carga fora do triangulo ela vai tombar.
Figura 6 Triângulo de estabilidade de empilhadeira.
Fonte: Adad (2001)
Não se deve utilizar a empilhadeira para transportar pessoas, mesmo que seja em contêineres
aramados fechados, as empilhadeiras são para transporte de carga, o trabalhador que está conduzindo
35
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
a empilhadeira está protegido pela célula de vida que envolve a cabine. Além da falta de proteção
que evite que o contêiner se desprenda do garfo e caia, haveria que ter uma proteção projetada por
profissional habilitado, de forma que protegesse o corpo inteiro em caso de uma queda. Na construção
civiloutrofatordeenormerelevânciaéairregularidadedoterrenooqueaumentamuitoainstabilidade
do equipamento tornando seu uso ainda mais inseguro para o transporte de pessoas.
Aproveito para elencar algumas recomendações para utilização da empilhadeira:
»» antes de operar a empilhadeira, faça a inspeção diária;
»» inspecione sempre toda a área ao redor da empilhadeira, antes de movimentá-la, e
lembre-se de que as partidas e paradas devem ser feitas de forma vagarosa e suave;
»» não deixe ferramentas ou outros equipamentos sobre empilhadeiras. Mantenha
desobstruído o acesso aos pedais, para maior segurança, e nunca opere com os pés
e as mãos molhados ou sujos de óleo ou graxa;
»» mantenha os garfos a mais ou menos 20cm do solo e a torre inclinada para trás,
quando a empilhadeira estiver em movimento. Nunca levante ou abaixe a carga
enquanto a empilhadeira estiver em movimento;
»» nunca faça acrobacias, corridas ou brincadeiras enquanto estiver operando a
empilhadeira;
»» ao elevar e/ou manobrar carga de grande largura, cuidado com o movimento da
mesma;
»» ao estacionar em área apropriada, incline a torre de elevação para a frente; abaixe
os garfos até o solo; aplique o freio de estacionamento; retire a chave do contato e
calce as rodas, quando em declive;
»» ao transportar cargas volumosas que lhe obstruam a visão, ao descer rampas, faça-o
de ré;
»» calce seguramente o veículo que está sendo carregado ou descarregado.
Equipamento de transporte - Elevadores
Ou sobe ou desce, são poucas opções, mas quando se relata um acidente com elevador de obra
é praticamente certo que se fala em morte. Devem-se redobrar precauções em relação a este
equipamento devido à gravidade do risco associado.
Como todo equipamento que envolve questões de risco de acidente fatal em caso de falha, os
elevadores sempre devem ter os serviços relacionados à montagem, instalação e desmontagem
sendo realizados por profissional habilitado qualificados e sob supervisão de profissional habilitado.
As empresas que trabalham nestes serviços também devem ser registradas no respectivo CREA. Ao
ter a tratativa com a empresa deve ser observado que a responsabilidade do profissional legalmente
habilitado seja na atribuição técnica compatível.
36
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A empresa usuária de equipamentos de movimentação e transporte de materiais e ou pessoas
deve possuir o seu “Programa de Manutenção Preventiva” conforme recomendação do locador,
importador ou fabricante. O Programa de Manutenção Preventiva deve ser mantido junto ao Livro
de Inspeção do Equipamento, a parte da organização de documentação deve ser verificada pelo
engenheiro de segurança, mesmo que faça parte de outra equipe da empresa, a exemplo, equipes
de manutenção.
Não deve ser permitido que se use chave do tipo comutadora e/ou reversora para comando elétrico
de subida, descida ou parada do elevador. Em empresas maiores não é comum que o uso venha
a ocorrer, mas existem empresas que na tentativa de cortar custos podem proceder da maneira
inadequada ao fazer a instalação do equipamento.
Na entrega, deve ser realizado teste dos freios de emergência dos elevadores para início de operação
e a cada noventa dias, no máximo, devendo o laudo referente a esses testes ser devidamente assinado
pelo responsável técnico pela manutenção do equipamento e os parâmetros utilizados devem ser
anexados ao Livro de Inspeção do Equipamento existente na obra.
Os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas só devem ser operados
por trabalhador qualificado, que terá sua função anotada em carteira de trabalho. Por obrigação
normativa todo operador de elevador deve passar por treinamento inicial com carga horária 16h e
atualização anual 4h.
Todos os equipamentos de guindar e transportar, o que contempla os elevadores, devem ter vistoria
diária, antes do início dos serviços, devendo ser registrada a vistoria em livro de inspeção do
equipamento, pelo operador.
Deve ser instalada uma proteção resistente desde a roldana livre até o tambor do guincho de forma
a evitar o contato acidental com suas partes, sendo a área isolada por anteparos rígidos de modo a
impedir a circulação de trabalhadores.
Figura 7. Proteção na área do tambor.
Fonte: Adad (2001)
Torres de elevadores devem ser montadas de maneira que a distância entre a face da cabine e a
face da edificação seja de, no máximo, 60cm. A base onde estão instalados o guincho, o suporte da
roldana livre e a torre dos elevadores tracionados a cabo, deve ser de concreto, nivelada, rígida e
dimensionada por PH. A parte da torre que ficar acima da última laje deve ser estaiada.
37
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
Figura 8. Exemplo de estaiamento de torre de elevador.
Fonte: Adad (2001)
Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada uma barreira que tenha, no
mínimo, um metro e oitenta centímetros de altura, impedindo que pessoas exponham alguma parte de
seu corpo no interior da mesma. Devido à característica das torres de elevadores destinada a transporte
de materiais de ficarem com as partes laterais expostas, deve-se ter proteção na cabine por painéis de 2
metros de altura e a torre revestida, evitando qualquer tipo de queda de material na região vizinha.
As cancelas de segurança (barreira) dos elevadores em torres devem estar equipadas com chave de
segurança do tipo com ruptura positiva. Além de controlar se a porta não está aberta, ela se destina
a evitar a abertura quando o elevador não estiver no pavimento. As chaves de ruptura positiva
apresentam simbologia que permite sua identificação.
Figura 9. Simbologia de chave de ruptura positiva.
Fonte: Adad (2001)
Os eixos de saída do redutor e do carretel nos elevadores tracionados a cabo, devido à possibilidade
de quebra, devem ser cuidadosamente monitorados. Eles devem ser rastreados, de forma que se evite
equivoco, pois os eixos originais são de material de maior resistência. No caso de manutenção não
devem ser trocados em hipótese alguma por material em aço de menor resistência. O monitoramento
dos eixos deve ser feito por ensaio mais moderno do tipo não destrutivo, a exemplo de ultrassom, analise
de vibração e análise de trincas. Laudos desses ensaios devem ser gerados e mantidos para registro. Não
se deve fazer economia em relação à contratação do profissional para realizar estes ensaios, pois se trata
de vidas a salvar e mais além é uma maneira de valorizar a profissão do engenheiro.
Elevador para transportar material é para transportar material, os trabalhadores não devem
utilizar o elevador de carga, exceção à regra são os elevadores do tipo cremalheira onde somente
o operador e o responsável pelo material a ser transportado podem subir junto com a carga, desde
que fisicamente isolados da mesma. Deve haver placas de forma indelével identificando a proibição
e deve ser fiscalizado o cumprimento do definido.
38
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Figura 10. Exemplo de placas de proibição.
Fonte: Adad (2001)
Nos elevadores tracionados a cabo, o sistema de frenagem deve estar funcionando corretamente,
e de acordo com instrução do profissional habilitado, devendo ser realizados testes periódicos de
funcionamento. O operador do elevador deve estar apto para realizar o referido teste diariamente,
para isso deve tratar com o profissional habilitado qual procedimento deve ser realizado.
Um avanço na prevenção de acidentes ocorreu na revisão de 2013 da NR 18, de forma a exigir
que haja intertravamento das proteções com o sistema elétrico, por meio de chaves de segurança
com ruptura positiva, que garantam que só se movimentem quando as portas, painéis e cancelas
estiverem fechadas. Deve existir sistema de segurança eletromecânica monitorado pela interface de
segurança no limite superior, instalado a dois metros abaixo da viga superior da torre do elevador.
Além dos sistemas intertravados, o elevador deve contar com dispositivo de tração na subida e
descida, interruptor nos fins de curso superior e inferior monitorado através de interface de
segurança, sistema de frenagem automática e sistema que impeça a movimentação do equipamento
quando a carga ultrapassar a capacidade permitida.
Aos edifícios em construção com mais de oito pavimentos passa a ser obrigatório que exista um
elevador para uso exclusivo de passageiros. Ele deve ser instalado quando concluída a laje do piso
do 5o
pavimento ou altura equivalente.
Quando forem utilizados os poços de elevadores e monta-cargas, temporariamente na obra, antes
da instalação do elevador final, as portas deverão ser cercadas em toda sua altura, exceto as portas
ou cancelas dos pavimentos, elas devem ser protegidas com corrimão quando a cabine do elevador
não estiver ao nível do pavimento.
Figura 11. Exemplos de porta.
Fonte: Adad (2001)
39
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
Finalizandooassuntosobreelevadores,ocabodeaço(elevadorestracionados)deveserinspecionado
para evitar avarias e sempre devem existir 6 voltas de enrolamento do tambor evitado que o cabo se
desprenda. A grande totalidade de acidentes fatais está relacionada ou a quebra do cabo de aço ou
da junta entre o cabo e o ponto fixação. Dessa forma todo cuidado é pouco.
Equipamento de Guindar - Gruas
O guindaste (também chamado de grua) é um equipamento utilizado para a elevação e a
movimentação de cargas e materiais pesados, assim como, a ponte rolante usando o princípio
da física no qual uma ou mais máquinas simples criam vantagem mecânica para mover cargas
além da capacidade humana. São comumente empregados nas indústrias, terminais portuários e
aeroportuários, onde se exige grande mobilidade no manuseio de cargas e transporte de uma fonte
primária a embarcação, trem ou elemento de transporte primário ou mesmo avião para uma fonte
secundária um veículo de transportes ou depósitos locais. Pode descarregar e carregar contêineres,
organizar material pesado em grandes depósitos, movimentação de cargas pesadas na construção
civil e as conhecidas pontes rolantes ou guindastes móvel, utilizados nas indústrias de laminação e
motores pesados.
Em hipótese alguma deve ser utilizada a grua para o transporte de pessoas. A exceção a esta regra
se faz com a utilização de cesto suspenso e com condições específicas de segurança nos sistemas de
funcionamento da grua. Em situação de trabalho sob intempérie ou outras condições desfavoráveis
que exponham os trabalhadores ao risco, o trabalho não deve ser executado. Se ventos com
velocidade superior a 42 km/h vierem a ocorrer, as atividades devem ser suspensas. A grua se destina
ao içamento, não devendo ser utilizada com cargas inclinadas ou em diagonal ou potencialmente
ancoradas como desforma de elementos pré-moldados.
Figura 12. Grua.
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Grua-Guindaste-crane.JPG>
40
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Considera-se essencial que o engenheiro de segurança não só compreenda que existe o risco
associado ao transporte de materiais, mas também tenha conhecimento mínimo de como funcionam
alguns processos relacionados ao transporte de materiais por içamento. É importante que se
saiba onde pode ocorrer uma falha fatal, pois esta acarretará em queda do material transportado
e consequentemente um acidente, envolvendo muitas vezes não somente materiais como vidas
também. Relevante atenção deve ser dada para os cabos e equipamentos de ligação, pois quando
ocorrer uma quebra ela provavelmente ocorrerá nesses locais. Seguindo esta linha de raciocínio faço
algumas considerações sobre o assunto.
A manilha é um acessório que serve para movimentação ou fixação de carga, formada por duas
partes facilmente desmontáveis, consistindo em corpo e pino.
Figura 13. Exemplo de manilha.
Fonte: Google images
Outro acessório é a satapa. Ela é um elemento utilizado na proteção para olhal de cabo de aço.
Figura 14. Exemplo de sapata.
Fonte: Google images
O superlaço é um olhal feito abrindo-se a ponta do cabo em duas metades. Uma metade é curvada
para formar um olhal, e em seguida a outra metade é entrelaçada no espaço vazio da primeira. No caso
de içamento de pessoas em cesto suspenso é obrigatório fazer um superlaço junto com uma sapata.
Figura 15. Fechamento de superlaço com sapata.
Fonte: Google images
41
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
É importantíssimo que se faça o plano de Rigging, dependendo da complexidade do material a
ser içado e transportado. Ele consiste no planejamento formalizado de uma movimentação com
guindaste móvel ou fixo, visando à otimização dos recursos aplicados na operação para se evitar
acidentes e perdas de tempo. Ele indica, por meio do estudo da carga a ser içada, das máquinas
disponíveis, dos acessórios, condições do solo e ação do vento, quais as melhores soluções para fazer
um içamento seguro e eficiente.
Devem ser utilizadas lingas apropriadas para o uso com o material específico. A eslinga, ou também
conhecida como linga ou lingada é um dispositivo composto de cabos e acessórios destinados a
promover a interligação entre o equipamento de guindar e a caçamba ou plataforma.
Figura 16. Exemplos de lingas.
Fonte: Google images
No uso prático, as lingas de cabos de aço são melhores para cargas com superfície lisa, oleosa ou
escorregadia, assim como laços de cabo de aço com ganchos para aplicação nos olhais da carga. As
lingas de correntes são apropriadas para materiais em altas temperaturas e cargas que não tenham
chapas ou perfis. As lingas de corrente com gancho podem ser acopladas aos olhais da carga. As lingas
de cintas e laços sintéticos são apropriadas para cargas com superfícies extremamente escorregadias
ou sensíveis, como por exemplo, cilindros de calandragem, eixos, peças prontas e pintadas. As lingas
de cordas de sisal e sintéticas são apropriadas para cargas com superfície sensível, de baixo peso, como
tubos, peças de aquecimento e refrigeração ou outras peças passíveis de amassamento. Combinações
podem ser utilizadas simultaneamente, a exemplo de combinação cabo e corrente para o transporte
de perfis e trefilados. Nesse caso a corrente deve ficar na área de desgaste onde possivelmente existam
cantos vivos e o cabo fica nas extremidades exercendo função de suporte e facilitando a passagem da
linga por baixo das cargas. Não se deve utilizar lingas nas configurações cabos de aço para materiais
com cantos vivos ou em altas temperaturas; correntes para cargas com superfície lisa ou escorregadia;
e cintas e laços sintéticos para cantos vivos e cargas em altas temperaturas.
Ao se fazer transporte de chapas na situação perpendicular deve-se utilizar grampos pega-chapa. A
pega (abertura) do grampo deve ser indicada na própria peça
Figura 17. Grampos pega-chapa.
Fonte: Google images
42
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Os cabos de aços são formados por perna e alma. A perna é o agrupamento de arames torcidos de
um cabo e a alma é o núcleo do cabo de aço. Um cabo é feito com diversas pernas ao redor de um
núcleo ou alma.
Figura 18. Partes do cabo de aço.
Fonte: Google images
Ao se fazer a identificação de um cabo de aço faz-se a leitura, como por exemplo, cabo 6 por 19 + AF.
O primeiro número (6) representa a quantidade de pernas de que é constituído o cabo e o segundo
número (19) especifica a quantidade de arames que compõe cada perna. Portanto, o cabo 6 x 19
tem 6 pernas, tendo cada uma delas 19 fios, ou seja, um total de 114 fios. A sigla AF representa a
classificação da alma do cabo.
Figura 19. Visualização em corte de cabo 6 x 19.
Fonte: Google images
A classificação dos cabos quanto à alma se faz da seguinte forma:
»» AF: alma de fibra (cânhamo) tem maior flexibilidade.
»» AA: alma de aço tem maior resistência à tração.
»» AACI: alma de aço com cabo independente combina flexibilidade e resistência à
tração.
Nota: Os cabos AA (alma de aço) têm 7,5% de resistência à tração a mais e 10% do
peso em relação aos AF (alma de fibra).
43
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
Os cabos podem ser de torção à direita ou de torção à esquerda.
»» Torção à DIREITA: quando as pernas são torcidas da esquerda para a direita.
»» Torção à ESQUERDA: quando as pernas são torcidas da direita para a esquerda.
Figura 20. Tipos de torção de cabos.
Fonte: Google images
A importância da direção de torção dos cabos é porque ao se fazer o enrolamento destes em tambores
eles devem ser enrolados de forma a diminuir ao máximo o stress no material.
Figura 21. Para cabo com torção à direita.
Fonte: Google images
Figura 22. Para cabo com torção à esquerda.
Fonte: Google images
Também existe diferenciação na forma como são enrolados os arames nas pernas do cabo.
»» Torção REGULAR: quando os fios de cada perna são torcidos em sentido oposto à
torção das próprias pernas. Apresentam maior estabilidade.
»» Torção LANG: quando os fios e as pernas são torcidos na mesma direção (paralelo).
A torção LANG tem por característica o aumento da resistência à abrasão e da
flexibilidade do cabo.
44
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Figura 23. Torções do tipo LANG.
Fonte: Google images
Lubrificação: A alma do cabo não tem somente função de apoio, mas funciona também como
reservatório de óleo. Quando o cabo é solicitado, as pernas comprimem a alma que libera o óleo, com
isso o atrito dentro do cabo é reduzido. Cabos velhos que já perderam seu óleo (por temperatura ou
evaporação) perderam vida útil. Por isso devemos periodicamente lubrificar os cabos externamente
com óleo adequado.
Os arames das pernas dos cabos podem não ser só de um único diâmetro e apenas um modelo de
agrupamento, existem mais de um tipo e com características mecânicas diferentes para aplicações
diferentes. Exemplo de tipos de cabos:
»» WARRINGTON: bastante flexível e menos resistente ao desgaste.
»» SEALE: menos flexível da série, porém mais resistente ao desgaste à abrasão.
»» FILLER: apresenta boa flexibilidade.
Figura 24. Tipo de cabo.
Fonte: Google images
Para definir a carga de trabalho de um cabo pelo seu diâmetro devemos medi-lo, conforme demonstrado
na figura abaixo. O cabo deverá ser substituído quando houver uma redução de 15% do diâmetro
nominal.
Figura 25. Forma de medir diâmetro de um cabo.
Fonte: Google images
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TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
Para se fazer olhais mais resistente nos cabos faz-se o superlaço utilizando conjuntamente com
uma sapata, na impossibilidade podem ser utilizados clips. Para a fixação existe uma forma mais
apropriada para usar os clips, devido à perda de capacidade, dependendo da forma de instalação.
Exemplo de utilização de clips:
Figura 26. Amarração utilizando clips.
Fonte: Google images
A amarração errada irá reduzir sua capacidade.
Figura 27. Capacidade de resistência x amarração.
Fonte: Google images
Quando se está trabalhando com lingas do tipo corrente, deve ser considerada a mesma capacidade
nominal, se esta for usada com olhal integrado a corrente, se esta estiver amarrada na carga como
um laço ou presa a um gancho, deve-se considerar 80% da capacidade.
Figura 28. Laço e olhal 80% carga nominal.
Figura 29. Dobra presa a gancho 80% carga nominal.
Figura 30. Laço e dobra presa a gancho 80% (não soma).
Fonte: Google images
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UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
No uso do gancho onde a linga for formada por mais de um cabo ou corrente, de forma que exista
ângulo maior que 30o
entre os cabos, o gancho deve ser colocado com a ponta virada para cima. Ao
prender um gancho em um olhal, o ângulo que o gancho toca o olhal influencia na carga máxima que
ele pode içar, de acordo com a figura abaixo.
Figura 31. Ângulo gancho x capacidade nominal.
Fonte: Google images
O assunto relativo ao içamento de materiais não é exaustivo, tendo sempre uma possibilidade de
aprofundamento no conhecimento do processo, logo a postura do engenheiro de segurança, nesse
caso, é procurar se especializar no conhecimento do processo laboral de forma que tenha mais
embasamento para fazer o reconhecimento dos riscos associados e a prevenção que deve ser tomada.
Transporte e manuseio manual de materiais
O mais básico método de transporte começa inicialmente pelo trabalhador, da mesma forma que as
máquinas, existe uma mecânica para o trabalho de forma manual e nunca é pouco relembrar sobre
este assunto, vejamos:
Ao erguer cargas ao nível do solo oriente que o trabalhador dobre os joelhos pegando a carga entre
as pernas, de forma que o esforço não se propague para a coluna (figura 32). Ao utilizar um carro de
mão, vale a mesma regra, dobre os joelhos para pegar a alça do carro (figura 33).
Figura 32. Manuseio de forma manual de carga no nível do solo.
Fonte: Iida (2005)
47
TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II
Figura 33. Manuseio de carro de mão.
Fonte: Iida (2005)
Ao trabalhar com a torção do tronco, quando, por exemplo, temos uma carga para ser passada de
um ponto para outro (figura 34), situação que ocorre muito em almoxarifados, deve-se posicionar os
pés a noventa graus entre eles de forma que o giro deixe de ser executado pelo movimento da coluna
e passe para a articulação entre o fêmur e a bacia. A articulação é muito melhor preparada para este
esforço e vai apresentar menor desgaste.
Figura 34. Posição pés. Figura 35. Carga próxima ao corpo.
Fonte: Iida (2005)
Ao realizar o transporte de um material, aproxime ao máximo o material ao corpo ao se deslocar,
pois vai diminuir o esforço, tanto nos braços, que cansarão menos, como o esforço na coluna, pois a
alavanca será menor (figura 35).
Se o trabalhador tiver que fazer operação de carga e descarga manual de sacas (consideremos o saco
de cimento para a construção civil) de vagões ou caminhões, nunca deixe o trabalhador realizar a
operação sem auxílio de um ajudante. Mesmo que este trabalhador se ache forte, o desgaste com
os anos irão ocorrer e o mesmo só poderá entender tardiamente, pois a saca normalmente tem
um peso aproximado de 50kg, o que já é comprovado ser um peso acima do recomendado ao ser
humano. Outra carga que apresenta peso elevado são tambores de óleo ou combustível, eles nunca
devem ser manuseados, apenas por um trabalhador, nem que a operação seja apenas para retirar o
tambor da posição deitada e colocar ele em pé. Na retirada deste material de cima de caminhões ou
48
UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
vagões (figura abaixo) também se deve tomar outros cuidados, não havendo algo como uma doca
disponível, faça uma rampa para o tambor poder ser escorregado, pode ser de madeira barata, que
atenderá muito bem a necessidade.
Figura 36. Descarga de tambores.
Fonte: Iida (2005)
A norma recomenda que não se transporte sacos ou sacas manualmente por distância superior a
60 metros, após essa distância devem ser usados vagonetes. Pessoalmente considero esta distância
elevada e por segurança considero recomendável utilizar para distâncias menores também, mesmo
não sendo exigido. Um motivo a mais é o fato de o canteiro de obras ser muito dinâmico e caso seja
necessário realocar o material o mesmo já está mais disponível.
Outra opção é a utilização da “girica”, carro de mão mais reforçado com grande capacidade de carga.
Uma nota deve ser feita em relação à segurança do trabalhador e também de terceiros, deve-se tomar
cuidado com a maneira que estão dispostas as rampas no canteiro, se existentes. Pessoalmente
já presenciei o trabalhador necessitar depositar material em contêiner fora da obra e o mesmo
não conseguiu segurar a girica devido à inclinação da rampa e então colidiu com um veículo em
movimento que passava na rua no momento.
Finalizando, em relação ao transporte feito pelo próprio operário, vale relembrar que não deve ser
permitido o transporte de ferramenta em bolsos da calça ou camisa, caso de uma queda ou pancada
inadvertida pode vir a machucar o operário.
Transporte, armazenagem e manuseio
de materiais.
No transporte, armazenagem e manuseio de materiais boas práticas devem ser seguidas, um exemplo
de referência que pode ser seguido é o da Petrobrás onde a movimentação de cargas e equipamentos
de transporte é operada por trabalhador qualificado, o qual terá sua função anotada em carteira.
»» O veículo de carga deve ter linha de vida e dispositivo trava-quedas.
»» Deve existir escada de acesso para subir e descer do caminhão.
»» Os trabalhadores devem usar cinto de segurança tipo paraquedista preso ao
travaquedas.
»» A área de movimentação deve estar isolada e sinalizada.
Prevencao e controle_de_riscos_em_maquinas_e_equipamentos_e_instalacoes
Prevencao e controle_de_riscos_em_maquinas_e_equipamentos_e_instalacoes
Prevencao e controle_de_riscos_em_maquinas_e_equipamentos_e_instalacoes
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  • 1. Brasília-DF. Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas e Equipamentos
  • 2. Elaboração Vagner Lisoski Duarte Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
  • 3. Sumário APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA...................................................................... 6 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 8 UNIDADE I CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO.......................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 CALDEIRAS.............................................................................................................................. 9 CAPÍTULO 2 VASOS DE PRESSÃO............................................................................................................... 17 UNIDADE II TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL...................................................................................................... 26 CAPÍTULO 1 ESTRUTURA E SUPERFÍCIES DE TRABALHO.................................................................................. 27 CAPÍTULO 2 SOLDAGEM E CORTE A QUENTE............................................................................................. 30 CAPÍTULO 3 TRANSPORTE DE FORMA GERAL E ARMAZENAMENTO.............................................................. 34 UNIDADE III ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO...................................................................................................... 50 CAPÍTULO 1 COR, SINALIZAÇÃO E ROTULAGEM......................................................................................... 50 CAPÍTULO 2 EDIFICAÇÕES........................................................................................................................ 56 CAPÍTULO 3 FERRAMENTAS MANUAIS......................................................................................................... 57 CAPÍTULO 4 MANUTENÇÃO: PREVENTIVA, CORRETIVA E PREDITIVA............................................................... 63 CAPÍTULO 5 PLANT LAYOUT....................................................................................................................... 66
  • 4. UNIDADE IV MÁQUINAS......................................................................................................................................... 69 CAPÍTULO 1 MÁQUINAS............................................................................................................................ 69 REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 103
  • 5. 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial
  • 6. 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Pararefletir Questõesinseridasnodecorrerdoestudoafimdequeoalunofaçaumapausaereflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestãodeestudocomplementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado.
  • 7. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fixação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certificação. Para (não) finalizar Textointegrador,aofinaldomódulo,quemotivaoalunoacontinuaraaprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
  • 8. 8 Introdução Era uma vez um trabalhador que na execução de suas atividades perdeu o dedo mínimo e continuou a carreira de trabalhador e sindicalista até virar presidente da república. Se foi acaso, sorte ou proficiência, não há como precisar, contudo essa história de sucesso não se repete para outros tantos Luízes, Franciscos e Josés, que na execução de suas atividades perdem membros, pedaços de músculos, ou até mesmo a própria vida. Confiar somente na instrução, na prática, e no treinamento do operador para a prevenção de acidentes com maquinas, é ímprobo, incerto e impreciso. A forma mais simples para retirar o fator incerteza e sorte da variável é utilizar técnicas que reduzam a exposição do trabalhador aos riscos associados às máquinas e equipamentos. Fácil seria dizer que com um truque de mágica ou fórmula de bolo se chega ao resultado esperado, contudo não é o caso. É preciso conhecimento de processo, estudo, aquisição de experiência em projetos, negociação de conflitos e reconhecimento, para desta forma ser realmente efetivo na prevenção de acidentes. Com o intuito de indicar um norte a ser seguido, esse material foi elaborado, propondo passar uma visão desse vasto universo que envolve máquinas e equipamentos, esperando que ajude colegas e profissionais, no trabalho de evitar acidentes com os trabalhadores. Objetivos »» Conhecer os tipos mais usuais de fornos, vasos de pressão e caldeiras, compreendendo e mitigando os riscos relacionados à sua operação. »» Ter a visão do funcionamento de um canteiro de obras e os riscos relacionados às maquinas utilizadas na construção civil e métodos de prevenção do risco. »» Identificar os fatores de risco à segurança e à saúde do trabalhador, relacionados à utilização tanto de ferramentas manuais, quanto de máquinas elétricas e pneumáticas. »» Indicar as possíveis proteções e soluções para eliminar ou neutralizar os riscos relacionados à utilização de máquinas e equipamentos. »» Promover a vigilância da segurança dos trabalhadores. »» Intervir nos ambientes de trabalho de forma a prevenir acidentes e doenças do trabalho.
  • 9. 9 UNIDADE ICALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO CAPÍTULO 1 Caldeiras As caldeiras são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo. O vapor pode ser usado em diversas condições tais como: baixa pressão, alta pressão, saturado, superaquecido etc. Ele pode ser produzido também por diferentes tipos de equipamentos nos quais estão incluídas as caldeiras com diversas fontes de energia. Não devem ser entendidos como caldeiras os seguintes equipamentos: »» Trocadores de calor do tipo Reboiler, Kettle, Refervedores, TLE, e outras, cujo projeto de construção é governado por critérios referentes a vasos de pressão. »» Equipamentos com serpentina sujeita a chama direta ou gases aquecidos e que geram, porém não acumulam vapor, tais como: fornos, geradores de circulação forçada e outros. »» Serpentinas de fornos ou de vasos de pressão que aproveitam o calor residual para gerar ou superaquecer vapor. »» Caldeiras que utilizam fluido térmico e não o vaporizam. É importante ressaltar que na elaboração da NR-13, previa-se que o profissional habilitado (PH) atuasse como referência técnica para o proprietário da caldeira. Quase sempre o proprietário carece de conhecimentos técnicos necessários para as tomadas de decisões necessárias à segurança da caldeira. O PH tomará essas decisões, responsabilizando-se por elas. Para efeitos da NR-13, considera-se profissional habilitado aquele que tem competência legal para o exercício da profissão de engenheiro nas atividades referentes a projeto de construção, acompanhamento de operação e manutenção, inspeção e supervisão de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país. O PH, no exercício das atividades descritas, em algumas situações, pode delegar a execução de uma determinada atividade para um preposto, técnico especializado. Entretanto, a responsabilidade e a assinatura pelos serviços especializados serão sempre do PH.
  • 10. 10 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Dentro dos significados de uso comum relacionados às caldeiras devemos saber que: Pressão Máxima de Trabalho Permitida (PMTP) – ou Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) – é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais. A PMTA é calculada ou determinada utilizando-se fórmulas e tabelas disponíveis no código de projeto da caldeira. Essas fontes levam em consideração: »» as dimensões e geometria de cada parte específica da caldeira (por exemplo: diâmetro, espessura etc.); »» resistência dos materiais (valores de tensão máxima admissível dependentes da temperatura); e »» outros fatores específicos para cada situação. É importante destacar que o valor da PMTA pode alterar-se ao longo da vida da caldeira em função da redução da resistência mecânica dos materiais, redução de espessuras dos diferentes componentes, e outros fatores. Quando ocorrer alteração no valor da PMTA da caldeira, deverão ser executados os ajustes necessários nas pressões de abertura das válvulas de segurança, na placa de identificação e outros elementos de controle dependentes deste valor. O engenheiro de SST deve saber que constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens: »» Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior à PMTA. »» Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado. »» Injetor ou outro meio de alimentação de água, independentemente do sistema principal, em caldeiras a combustível sólido. »» Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que evite o superaquecimento por alimentação deficiente. As válvulas de segurança, mesmo que ajustadas para abertura na PMTA, deverão ser adequadamente projetadas, ser adequadamente instaladas e ser adequadamente mantidas. Para casos onde essas premissas não forem atendidas, a válvula de segurança será considerada como inexistente. Caldeiras com superfície de aquecimento superior a 47m2 devem possuir duas válvulas de segurança. Nesse caso, é permitido acréscimo de pressão durante a descarga, com as duas válvulas abertas de no máximo 6% da PMTA. O mostrador do instrumento indicador de pressão pode ser analógico ou digital e poderá ser instalado na própria caldeira ou na sala de controle. Entende-se por sistema de indicação de nível de água qualquer dispositivo com função equivalente aos visores de coluna de água. Caso a coluna de água não consiga ser lida corretamente por
  • 11. 11 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I problemas de vazamento ou bloqueio, deverá ser imediatamente acionado o procedimento de paralisação da caldeira. Em seu corpo, toda caldeira deve ter afixada a placa de identificação indelével com no mínimo as seguintes informações: fabricante, número de ordem dado pelo fabricante da caldeira, ano de fabricação,PressãoMáximadeTrabalhoAdmissível(PMTA),pressãodetestehidrostático,capacidade de produção de vapor, área da superfície de aquecimento, código de projeto e ano de edição. Em conformidade com o Sistema Internacional de Unidades, a unidade oficial para pressão no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Pascal (Pa). Alémdaplacadeidentificação,todacaldeiradeveráapresentarseunúmerooucódigodeidentificação e sua respectiva categoria. Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalada, a seguinte documentação, devidamente atualizada: »» Prontuário da caldeira que contenha as seguintes informações: ›› código de projeto e ano de edição; ›› especificação dos materiais; ›› procedimentosutilizadosnafabricação,montagem,inspeçãofinaledeterminação da PMTA; ›› conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da vida útil da caldeira; ›› características funcionais; ›› dados dos dispositivos de segurança; ›› ano de fabricação; ›› categoria da caldeira. Em relação às categorias de caldeira, a classificação é feita de acordo com o gráfico apresentado: Figura 1. Categorias de caldeira. Figura representado o item 13.1.9 da NR13, redação de 27 de dezembro de 1994. Fonte: Norma Regulamentadora no 13 (MTE).
  • 12. 12 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO »» Registro de segurança, em conformidade com o item 13.1.7 da NR-13. »» Projeto de instalação, em conformidade com o item 13.2 da NR-13. »» Projetos de alteração ou reparo, em conformidade com os subitens 13.4.2 e 13.4.3 da NR-13. »» Relatórios de inspeção, em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12 e 13.5.13 da NR-13. Caso o estabelecimento, em que estiver instalada a caldeira, possua diversas unidades fabris distantes umas das outras, os documentos deverão estar disponíveis na unidade onde a caldeira estiver instalada para que possam ser facilmente consultados. Se o estabelecimento não possuir essa documentação, parte dela deverá ser reconstituída. Quando não for possível reconstituir alguns itens, tais como: procedimentos utilizados na fabricação e montagem, especificações de materiais, deverão ser reconstituídos pelo menos as características funcionais da caldeira, os dados de seus dispositivos de segurança e o procedimento para determinação da PMTA. A reconstituição dos documentos será sempre de responsabilidade do proprietário da caldeira. Para tanto, ele poderá utilizar-se dos serviços do fabricante da caldeira ou caso esse seja indeterminado ou já não exista, de um PH ou empresa especializada. No caso de venda de caldeira o registro de segurança também poderá acompanhar a caldeira a critério do estabelecimento onde ela esteve instalada. O projeto de instalação não acompanha a caldeira porque deverá ser elaborado novo projeto, característico das novas instalações. O registro de segurança deve ser constituído por livro com páginas numeradas, exclusivo para cada caldeira. É importante que sejam registrados nesse livro somente as ocorrências relacionadas à caldeira que possam afetar, positiva ou negativamente, a integridade física do ser humano. É prática nas unidades industriais o preenchimento do Livro de Turno ou Livro de Passagem de Serviço, ou similar, que poderá ser aceito como registro de segurança desde que atenda o disposto no item 13.1.7 da NR-13. São exemplos típicos de ocorrências importantes: explosões, incêndios, vazamentos, ruptura de componentes da caldeira, operação em condições fora daquelas previstas pelo projeto, paradas de emergência, realização de testes nas caldeiras e dispositivos de segurança. Por ocasião da inspeção da caldeira, o PH, contratado pelo estabelecimento para fazer a inspeção da caldeira ou o PH existente no serviço próprio de inspeção, deverá anotar no registro de segurança a data e tipo da inspeção de segurança da caldeira que está sendo realizada. O PH deverá solicitar a assinatura do operador da caldeira ou, na sua ausência, de outro operador, no referido registro de segurança. A assinatura tem por objetivo comprovar que a caldeira está sendo inspecionada e não implica qualquer responsabilidade por parte do operador na atividade de inspeção.
  • 13. 13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso futuro, o respectivo registro de segurança deverá apresentar claramente os motivos pelos quais está sendo adotada tal decisão. O encerramento formal do registro de segurança deverá ser feito por um PH e comunicado por meio de Relatório de Inspeção de Segurança Extraordinária à representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento conforme estabelecido no item 13.5.12 e ao órgão regional do MTE caso esse tenha exigido a apresentação dos documentos da caldeira anteriormente, conforme previsto no subitem 13.1.6.3 da NR. A documentação referida no subitem 13.1.6 da NR deve estar sempre à disposição para consulta. Nos casos em que for necessária a retirada da documentação do estabelecimento, deverá ser providenciada a sua duplicação. A autoria de projeto de instalação de caldeiras é de responsabilidade de PH. O projeto de instalação deverá conter todos os documentos, plantas, desenhos, cálculos, pareceres, relatórios, análises, normas, especificações, relativos ao projeto, devidamente assinados pelos profissionais legalmente habilitados. A caldeira deverá ser instalada em casa de caldeiras, local reservado do estabelecimento, delimitado por paredes ou divisórias e devidamente coberto, ou em área de caldeiras, local onde a caldeira não esteja confinada, exposta ou não à ação do tempo. A norma define claramente requisitos de afastamento e proteções para a instalação de caldeiras em área de caldeiras ou casa de caldeiras. Dessa forma, devem ser utilizados os subitens 13.2.3 e 13.2.4 da NR-13 como referência ao se projetar ambos os locais destinados à instalação da caldeira. Além da definição referente ao local, feita pelos itens anteriores, o item 13.2.5 define quais as alíneas, que se não forem cumpridas por categoria, nos itens citados, são consideradas como risco grave e iminente. Como previsão de exceção a norma prevê que, quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos subitens 13.2.3 ou 13.2.4, deverá ser elaborado Projeto Alternativo de Instalação com medidas complementares de segurança que permitam a atenuação dos riscos. As medidas complementares citadas neste item referem-se à prevenção e não à consequência de eventuais explosões. Dessa forma, o projeto alternativo deve priorizar a implantação de medidas que melhorem a confiabilidade operacional da caldeira. São exemplos de medidas concretas que permitem a atenuação dos riscos: »» realização de inspeções com maior frequência e maior rigor quanto à aplicação de exames não destrutivos; »» aperfeiçoamento dos sistemas de controle; »» independentemente da pressão, atender a requisitos mais apurados de qualidade e tratamento de água; »» reduzir a pressão de operação quando possível; »» empregar combustíveis de melhor qualidade entre outros.
  • 14. 14 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Toda caldeira classificada como categoria “A” deve possuir painel de instrumentos ou console de sistema digital instalado em sala de controle. No caso de estabelecimentos com mais de uma caldeira, é permitida a instalação dos instrumentos de todas as caldeiras na mesma sala de controle. O projeto e a construção da sala de controle devem atender aos requisitos estabelecidos pelas NRs. As portas devem abrir para fora e para o lado oposto ao das caldeiras. O manual de operação da caldeira (ou das caldeiras) deve estar sempre disponível para consulta dos operadores, em local próximo ao posto de trabalho. Os mesmos devem ser mantidos atualizados, sendo que todas as alterações ocorridas nos procedimentos operacionais ou nas características das caldeiras deverão ser de pleno conhecimento de seus operadores e prontamente incorporados aos respectivos manuais. Todos os instrumentos e controles que interfiram com a segurança da caldeira deverão ser calibrados periodicamente e serem adequadamente mantidos. A utilização de artifícios como, por exemplo, jumps, que neutralizem os sistemas de controle e segurança, será considerada como risco grave e iminente e pode levar à interdição da caldeira. Utilizar jumps transitórios em situações em que exista redundância ou está sendo feita manutenção preventiva, não será considerado como “artifício que neutralize” sistema de controle e segurança da caldeira. A qualidade da água é fator determinante da vida da caldeira. Sempre que análises físico-químicas e resultados das inspeções indicarem problemas de depósitos excessivos, corrosão e outras deteriorações no lado água, atenção especial deverá ser dada a sua qualidade, em particular, verificando se suas características estão de acordo com as requeridas pela caldeira. A responsabilidade pela existência de operadores de caldeiras adequadamente treinados é do dono do estabelecimento. A norma define que para ser operador de caldeira a pessoa necessita de curso específico e com comprovação de estágio prático. O engenheiro de SST deve atentar que a norma prevê que todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático na operação da própria caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter duração mínima de: »» Caldeiras Categoria “A”: 80 horas. »» Caldeiras Categoria “B”: 60 horas. »» Caldeiras Categoria “C”: 40 horas. A empresa ou estabelecimento deverá arquivar ou reunir os documentos e emitir os certificados que comprovem a participação de seus operadores no referido estágio. Caso um operador, treinado de acordo com a NR-13, necessite operar outra caldeira, deverá frequentar estágio prático na nova caldeira que irá operar, mesmo que esta seja da mesma categoria que a anterior. O supervisor do estágio poderá ser, por exemplo, o chefe da operação, os operadores-chefe, o engenheiro responsável pela planta, um operador mais experiente ou um profissional habilitado (PH). O estabelecimento onde for realizado o Estágio Prático Supervisionado deve informar previamente à representação sindical.
  • 15. 15 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I A operação de caldeiras em condições operacionais diferentes das previstas em seu projeto pode ser extremamente perigosa. São exemplos dessas condições as pressões superiores às de operação, as temperaturas de superaquecimento acima das de projeto a utilização de água ou outro fluido diferente dos considerados no projeto e a alteração do combustível ou dos queimadores. Caso a documentação da caldeira tenha se extraviado e não seja possível localizar o fabricante, os reparos e alterações deverão respeitar a concepção original. Antes da execução de qualquer reparo ou alteração que possam comprometer a segurança da caldeira ou dos trabalhadores, deverá ser elaborado o respectivo projeto de alteração ou reparo que passará a fazer parte da documentação da caldeira. Os reparos que exigem projeto são aqueles que fogem aos procedimentos usuais de manutenção. Por exemplo: não se fará projeto para a substituição de tubo furado. Em contrapartida, faz-se necessário o projeto de alteração ou reparo, quando for necessário executar solda no tubulão de vapor. O projeto de alteração ou reparo pode ser concebido por firma especializada, desde que a mesma esteja registrada no CREA e disponha de responsável técnico legalmente habilitado. Reparosoualteraçõesqueenvolvamasespecialidadesdeeletricidade,eletrônicaouquímicadeverãoser concebidos e assinados por profissionais habilitados para cada campo específico. Independentemente dessa necessidade, todo projeto de alteração ou reparo deverá ser assinado por PH. A norma define exames aos quais as caldeiras devem ser submetidas. Esses exames compreendem as inspeções de segurança inicial, periódica (prazos definidos no item 13.5.3) e extraordinária. Exames internos, externos e teste hidrostático, efetuados nas dependências do fabricante da caldeira são importantes e necessários, porém não constituem a inspeção de segurança inicial (definido nos itens 13.5.1 e 13.5.2), uma vez que os componentes da caldeira podem sofrer avarias durante seu transporte, armazenamento e montagem no local definitivo. A inspeção de segurança só poderá, portanto, ser realizada quando a caldeira já estiver instalada em seu local definitivo. O teste para determinação da pressão da abertura das válvulas de segurança poderá ser executado com a caldeira em operação valendo-se de dispositivos hidráulicos apropriados. Ao completar 25 anos de uso, as caldeiras devem ser submetidas à rigorosa avaliação de integridade para determinar a sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso. As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas periodicamente mediante acionamento manual da alavanca para categorias “B” e “C” e desmontando, inspecionando e testando, em bancada, as válvulas flangeadas e, no campo, as válvulas soldadas para categorias “A” e “B”. O acionamento manual da alavanca torna obrigatória a existência de alavancas em válvulas de segurança instaladas em caldeiras de categorias “B” e “C”. As válvulas de segurança instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação em casos específicos definidos no item 13.5.8 (NR). O teste de acumulação é feito para verificar se
  • 16. 16 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO a válvula (ou válvulas) de segurança instalada em caldeiras tem capacidade de descarregar todo o vapor gerado, na máxima taxa de queima, sem permitir que a pressão interna suba para valores acima dos valores considerados no projeto (no caso de caldeiras projetadas pelo ASME, Seção I, este valor corresponde a 6% acima da PMTA). A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência capaz de comprometer sua segurança; quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de alterar suas condições de segurança; antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer inativa por mais de seis meses e quando houver mudança de local de instalação da caldeira. Inspecionada a caldeira, deve ser emitido relatório de inspeção. Ele deve ser encaminhado pelo PH, num prazo máximo de 30 dias a contar do término da inspeção, à representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento. A data de conclusão do relatório técnico não é considerada como data de término da inspeção.
  • 17. 17 CAPÍTULO 2 Vasos de pressão Por definição, vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna ou externa. Dessa forma, estão sempre submetidos simultaneamente à pressão interna e à pressão externa. Mesmo vasos que operam com vácuo estão submetidos a essas pressões, pois não existe vácuo absoluto. O que usualmente denomina-se vácuo é qualquer pressão inferior à atmosférica. O vaso é dimensionado, considerando-se a pressão diferencial resultante que atua sobre as paredes, que poderá ser maior interna ou externamente. Podem ser construídos de materiais e formatos geométricos variados em função do tipo de utilização a que se destinam. Dessa forma, existem vasos de pressão esféricos, cilíndricos e cônicos; construídos em aço carbono, alumínio, aço inoxidável, fibra de vidro e outros materiais. Os vasos de pressão podem conter líquidos, gases ou misturas destes. Algumas aplicações desses vasos são: armazenamento final ou intermediário, amortecimento de pulsação, troca de calor, contenção de reações, filtração, destilação, separação de fluidos, criogenia etc. São classificados em categorias segundo o tipo de fluido e o potencial de risco: »» CLASSE “A”: ›› fluidos inflamáveis; ›› combustível com temperatura superior ou igual a 200ºC; ›› fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20ppm; ›› hidrogênio; ›› acetileno. »» CLASSE “B”: ›› fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200ºC; ›› fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20ppm. »» CLASSE “C”: ›› vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido. »» CLASSE “D”: ›› água ou outros fluidos não enquadrados nas classes “A”, “B” ou “C”, com temperatura superior a 50ºC.
  • 18. 18 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em função do produto “P.V”, onde “P” é a pressão máxima de operação em MPa, e “V”, o seu volume geométrico interno em m3 , conforme segue: »» GRUPO 1: P.V ≥ 100; »» GRUPO 2: P.V < 100 e P.V ≥ 30; »» GRUPO 3: P.V < 30 e P.V ≥ 2,5; »» GRUPO 4: P.V < 2,5 e P.V ≥ 1; »» GRUPO 5: P.V < 1. As categorias dos vasos de pressão são definidas pela conjunção entre grupo e classe, de acordo com tabela definida em norma, copiada abaixo. Tabela 1. Categorias de vasos de pressão Fonte: Norma Regulamentadora nº 13 - NR13. Quando um vaso de pressão contiver mistura de fluido, deverá ser considerado para fins de classificação o fluido que apresente maior risco aos trabalhadores, instalações e meio ambiente, desde que sua concentração na mistura seja significativa, a critério do estabelecimento. Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens: »» válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior ao PMTA, instalada diretamente no vaso ou no sistema que o inclui. Entende-se por “outro dispositivo” de segurança os dispositivos que têm por objetivo impedir que a pressão interna do vaso atinja valores que comprometam sua integridade estrutural. São exemplos de “outros dispositivos”: discos de ruptura, válvulas quebra-vácuo, plugues, fusíveis etc.;
  • 19. 19 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I »» dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando esta não estiver instalada diretamente no vaso; »» instrumento que indique a pressão de operação. Válvulas de segurança-piloto operadas podem ser consideradas como “outro dispositivo”, desde que mantenham a capacidade de funcionamento em qualquer condição de anormalidade operacional. Vasos com duas ou mais válvulas de segurança, com bloqueios independentes, são utilizados quando se deseja facilidade de manutenção. Pode-se remover uma das válvulas de segurança para reparo ou inspeção, mantendo-se as demais em operação. Nesse caso, as válvulas de segurança remanescentes em conjunto, ou isoladamente, deverão ser projetadas com suficiente capacidade para aliviar a pressão do vaso. O “dispositivo que evite o bloqueio inadvertido” do dispositivo de segurança é aplicável a vasos de pressão com dois ou mais dispositivos de segurança. São exemplos desses dispositivos: válvulas de duas ou mais vias, válvulas-gaveta sem volante ou com volante travado por cadeado etc. Quando o vaso de pressão possuir apenas uma válvula de segurança, não é recomendável a existência de bloqueio entre a válvula de segurança e o vaso de pressão. Os instrumentos para indicação de pressão, por exemplo, manômetros, poderão ter mostrador analógico ou digital, e a instalação dos mesmos poderá ser feita no próprio vaso ou em sala de controle apropriada. Todo vaso de pressão deve ter placa de identificação com as informações do fabricante, do número de identificação, do ano de fabricação, da pressão máxima de trabalho admissível, da pressão de teste hidrostático, do código de projeto e ano de edição. Obs.: número de identificação é a identificação alfanumérica, também conhecida como tag, item, ou número de ordem atribuído pelo projetista ou estabelecimento ao vaso de pressão. Para efeito do atendimento ao requisito do código de projeto e ano de edição, caso não seja conhecido o ano de edição do código, o PH deverá verificar se o equipamento sob análise se enquadra nos requisitosdaúltimaediçãopublicadaque precedeu o anode fabricação do vaso.Não sendo conhecido o código de projeto original ou o ano de fabricação, o vaso deverá ser verificado de acordo com um dos códigos existentes para vasos de pressão, que seja aceito internacionalmente. As informações referentes à identificação do vaso e sua respectiva categoria deverão ser pintadas em local onde possam ser facilmente identificadas. Opcionalmente à pintura, as informações poderão ser inseridas numa placa com visualização equivalente. A pintura deve permitir a rápida identificação do equipamento na unidade em situação de emergência. Ocorrendo vazamentos, incêndio e outros eventos que produzam fumaça, vapores ou névoa, a visão dos operadores será prejudicada. Nesses casos, equipes externas que entrem na unidade para auxiliar em emergências também são auxiliadas pela boa pintura de identificação.
  • 20. 20 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver instalado, a seguinte documentação devidamente atualizada: »» prontuário do vaso de pressão, a ser fornecido pelo fabricante; »» registro de segurança, em conformidade com o subitem 13.6.5; »» projeto de instalação, em conformidade com o item 13.7; »» projetos de alteração ou reparo, em conformidade com os subitens 13.9.2 e 13.9.3; »» relatórios de inspeção, em conformidade com o subitem 13.10.8. Se o estabelecimento onde estiverem instalados os vasos de pressão possuir diversas unidades, os documentos deverão estar disponíveis na unidade em que os vasos de pressão estiverem instalados, para que possam ser prontamente consultados. Se os operadores e responsáveis pelos equipamentos não permanecerem no local de instalação do vaso de pressão, os documentos devem ficar próximos ao operador responsável. O procedimento para determinação da PMTA deverá explicar o roteiro para seu estabelecimento, passo a passo, incluindo tabelas, ábacos etc. que por ventura sejam consultados. Caso haja interesse por parte do estabelecimento, poderá ser adotada como PMTA a pressão de projeto do vaso. Entende-se por vida útil do vaso o período de tempo entre a data de fabricação e a data na qual o vaso tenha sido considerado inadequado para uso. A documentação deve ser mantida durante toda a vida útil do vaso de pressão. A maior parte da documentação exigida, particularmente aquela englobada no prontuário do vaso, deve ser fornecida de maneira detalhada pelo fabricante do vaso de pressão. Se o estabelecimento não possuir essa documentação, parte da mesma deverá ser reconstituída. A reconstituição dos documentos é sempre de responsabilidade do proprietário do vaso de pressão, o que se traduz em serviço executado pelo engenheiro de segurança. Normas técnicas reconhecidas internacionalmente indicam que o cálculo da PMTA deve considerar, além da pressão, outros esforços solicitantes, devendo englobar todas as partes do equipamento, tais como: conexões, flanges, pescoços de conexões, suportes e selas. O registro de segurança pode ser constituído por um livro de páginas numeradas para cada vaso de pressão ou de um livro de páginas numeradas para diversos vasos de pressão. É possível que a empresa utilize outro sistema (por exemplo: informatizado) desde que, de fato, apresente a mesma segurança contra burla e permita “assinatura eletrônica”. É importante que sejam registradas nesse livro somente as ocorrências que possam afetar a integridade física do ser humano. São exemplos típicos dessas ocorrências: explosões, incêndios, vazamentos, ruptura de componentes, operação fora dos valores previstos, funcionamento irregular das válvulas de segurança, serviços de manutenção efetuados.
  • 21. 21 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos os drenos, respiros, bocas de visita e indicadores de nível, pressão e temperatura, quando existentes, sejam facilmente acessíveis. Os acessórios, que possam exigir a presença do trabalhador para operação, manutenção ou inspeção, devem permitir acesso fácil e seguro por meio de escadas, plataformas e outros em conformidade com as NR’s. Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes confinados, a instalação deve: »» dispor de pelo menos duas saídas amplas, permanentemente desobstruídas e dispostas em direções distintas. Objetiva-se, dessa forma, evitar que, ocorrendo um vazamento, incêndio ou qualquer outra possibilidade de risco aos operadores, eles não fiquem cercados pelo fogo ou vazamento, dispondo sempre de uma rota de fuga alternativa; »» dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção, operação e inspeção, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter dimensões que impeçam a queda de pessoas; »» dispordeventilaçãopermanentecomentradasdearquenãopossamserbloqueadas; »» dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes; »» possuir sistema de iluminação de emergência. Deverá ser entendido como sistema de iluminação de emergência, todo sistema que, em caso de falha no fornecimento de energia elétrica, consiga manter adequadamente iluminado os pontos estratégicos à operação do vaso de pressão. São exemplos desses sistemas: lâmpadas ligadas a baterias que se autocarregam nos períodos de fornecimento normal de energia, geradores movidos a vapor ou motores a combustão. Se as condições citadas acima não forem cumpridas, constitui automaticamente em situação de risco grave e iminente. A autoria do projeto de instalação de vasos de pressão é de responsabilidade de PH. Sempre que, na elaboração do projeto, o PH solicitar a participação de profissionais especializados e legalmente habilitados, eles serão responsáveis pela parte que lhes diga respeito, devendo ser explicitamente mencionados como autores das partes que tiverem executado. O projeto de instalação deverá conter pelo menos a planta baixa do estabelecimento, com o posicionamento e a categoria de cada vaso de pressão existente na instalação. A planta deverá também posicionar instalações de segurança tais como: extintores, sistemas de sprinklers, canhões de água, câmaras de espuma, hidrantes etc. Todos os documentos que compõem o projeto de instalação deverão ser devidamente assinados pelos profissionais legalmente habilitados.
  • 22. 22 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO Quando uma instalação já existente não possuir os desenhos ou documentos citados, ou quando a identificação dos profissionais legalmente habilitados não estiver clara, o projeto de instalação deverá ser reconstituído sob autoria de um PH. Todo vaso de pressão enquadrado nas categorias “I” ou “II” deve possuir Manual de Operação próprio que contenha: »» os procedimentos de partidas e paradas; »» os procedimentos e parâmetros operacionais e rotina; »» os procedimentos para situações de emergência; e »» os procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio ambiente. O Manual deverá ser mantido atualizado, com todas as alterações ocorridas descritas nos procedimentos operacionais ou nas características dos equipamentos. Esse requisito também é aplicável a navios e a plataformas de exploração e produção de petróleo. Todos os instrumentos e controles que interfiram com a segurança do vaso de pressão deverão ser periodicamente calibrados e adequadamente mantidos. A utilização de artifícios como, por exemplo, jumps que neutralizem instrumentos ou sistemas de controle e segurança, será considerada como risco grave e iminente e pode acarretar a interdição do equipamento. A periodicidade de manutenção e a definição de quais instrumentos e controles dos vasos de pressão deverão ser englobados são de responsabilidade de profissionais legalmente habilitados para cada especialidade. O responsável pela existência de operadores de unidades de processo treinados adequadamente é o dono do estabelecimento ou seu representante legal. O Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo deve obrigatoriamente ser: »» supervisionado tecnicamente por PH; »» ser ministrada por profissionais capacitados; e »» obedecer, no mínimo, ao currículo no Anexo I-B da NR 13. Deverão ser incluídas no treinamento outras matérias teóricas ou práticas que forem julgadas relevantes pelo supervisor técnico do treinamento. Todo profissional com treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo deve cumprir estágio prático, supervisionado, com definição de carga horária de acordo com a norma. A empresa ou estabelecimento deverá arquivar os documentos que comprovem a participação de seus operadores no referido estágio. No caso de unidades que não possuam vasos de pressão de categorias “I” ou “II”, não há necessidade de existirem profissionais com Treinamento de Segurança
  • 23. 23 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I na Operação de Unidades de Processo. Faz-se necessário, no entanto, o cumprimento de estágio prático supervisionado de 100 horas. O supervisor de estágio poderá ser, por exemplo, o chefe da operação, um operador chefe, um engenheiro responsável pelo processo, profissional habilitado, ou operador mais experiente. O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado deve informar previamente à representação sindical da categoria profissional predominante no estabelecimento o período, responsável e nome dos participantes. A norma define que a necessidade e ocasião da reciclagem são de responsabilidade do empregador. Porém, ficando a reciclagem a cargo da empresa e esta não o fizer, é importante a observação por parte do engenheiro de SST que com o passar do tempo existe tanto o esquecimento quanto a obsolescência de procedimentos e o mesmo deve suscitar quando achar importante a realização da reciclagem. A operação de vasos de pressão em condições diferentes das previstas em seu projeto, por exemplo, pressões superiores às de operação, temperaturas superiores às consideradas no projeto, utilização de fluidos diferentes dos previstos originalmente, alterações de geometria, espessura e tipo de material, pode ser extremamente perigosa. Sempre que forem efetuadas modificações no projeto do vaso de pressão ou nas suas condições operacionais, deverão ser adotados todos os procedimentos de segurança necessários. As modificações efetuadas deverão sempre fazer parte da documentação do vaso de pressão. Todos os reparos ou alterações em vasos de pressão devem respeitar ao respectivo código de projeto de construção e às prescrições do fabricante. Deve ser considerada como “reparo” qualquer intervenção que vise corrigir não conformidades com relação ao projeto original. Por exemplo, reparos com solda para recompor áreas danificadas, remoção de defeitos em juntas soldadas ou no metal-base, substituição de internos ou conexões corroídas etc. Deve ser considerada como “alteração” qualquer intervenção que resulte em alterações no projeto original, inclusive nos parâmetros operacionais do vaso. Por exemplo, alterações nas especificações dos materiais, mudanças de internos ou conexões, mudanças de geometria etc. Caso a documentação do vaso de pressão tenha se extraviado e não seja possível localizar o fabricante, os reparos e alterações deverão respeitar a concepção adotada originalmente. Com a constante evolução da tecnologia, em casos particulares e desde que embasado pelo PH, poderão ser utilizados procedimentos de cálculo e tecnologias não previstas pelo código de projeto. São exemplos desses procedimentos: técnicas de mecânica da fratura que permitam a convivência com descontinuidades subcríticas, técnicas alternativas de soldagem que dispensem o alívio de tensões, modelagem por elementos finitos etc. O Projeto de alteração e reparo pode ser concebido por firma especializada, desde que ela esteja registrada no CREA e disponha de responsável técnico legalmente habilitado. Todas as intervenções que exijam soldagem em partes que operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas pelo PH. Quando não definidos em normas
  • 24. 24 UNIDADE I │ CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO ou códigos, caberá ao PH em função de sua experiência e conhecimento, definir os parâmetros envolvidos no teste hidrostático. Nesses parâmetros deverão constar: »» medidas de segurança necessárias para proteção das pessoas envolvidas na realização do teste; »» fluido a ser utilizado para pressurização; »» taxa de subida da pressão e patamares, quando necessário; »» pressão final do teste; e »» tempo em que o equipamento ficará pressurizado. As características e resultados do teste hidrostático deverão constar do relatório de inspeção de segurança que compreende o teste, seja ela, inspeção inicial, periódica ou extraordinária. O PH poderá dispensar o teste hidrostático, sob sua responsabilidade técnica, considerando os aspectos do tipo de reparo efetuado, ensaios não destrutivos executados, qualificação de pessoal envolvido, risco de falha do serviço executado etc. Osvasosdepressãodevemsersubmetidosainspeçõesdesegurançainicial,periódicaeextraordinária. A inspeção de segurança periódica, constituída por exame externo, interno e teste hidrostático, deve obedecer aos seguintes prazos máximos estabelecidos para cada categoria (de I a V). Categoria do Vaso Exame Externo Exame Interno I 1 ano 3 anos II 2 anos 4 anos III 3 anos 6 anos IV 4 anos 8 anos V 5 anos 10 anos Uma vez que, mesmo fora de operação, alguns vasos poderão sofrer desgaste corrosivo acentuado, deverá ser considerada, para contagem do prazo de inspeção, a data da última inspeção de segurança completa, e não a data de início ou retomada de operação. Vasos de pressão que não permitam o exame interno ou externo por impossibilidade física devem ser alternativamente submetidos a teste hidrostático (TH). São exemplos de vasos de pressão que não permitem o exame interno: »» aqueles que não possuem bocas de visita ou aberturas que permitam a passagem de uma pessoa; »» aqueles cujo diâmetro do casco não permite o acesso de uma pessoa; »» trocadores de calor com espelho soldado ao casco. Equipamentos enterrados são exemplos de equipamentos que não permitem acesso externo.
  • 25. 25 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO │ UNIDADE I Vasos com enchimento interno ou com catalisador podem ter a periodicidade de exame interno ou de teste hidrostático ampliada, de forma a coincidir com a época da substituição de enchimentos ou de catalisador, desde que esta ampliação não ultrapasse 20% do prazo estabelecido. São exemplos de enchimento: argila, carvão ativado, aparas de aço, anéis de Raschig e enchimentos orientados. Não deverão ser considerados como enchimento interno, acessórios desmontáveis, tais como: bandejas, demister e distribuidores. Vasos com revestimento interno higroscópico devem ser testados hidrostaticamente antes da aplicação do mesmo, sendo os testes subsequentes substituídos por técnicas alternativas. Um exemplo típico de revestimento interno higroscópico é o revestimento refratário. O teste hidrostático pode ser substituído por outra técnica de ensaio sob a responsabilidade do PH, como por exemplo: ensaio ultrassônico, radiográfico, com líquido penetrante, com partículas magnéticas, de estanqueidade, apreciação do histórico de operação ou de inspeções anteriores e técnicas de análise leakage before breaking (vazamento ocorre sempre antes da ruptura). A norma prevê que o teste hidrostático não seja executado por motivos técnicos, por exemplo, impossibilidade técnica de purga e secagem do sistema, ou existência de revestimento interno, entre outros. Contudo, razões meramente econômicas não deverão ser consideradas como restrições ao teste hidrostático. Se existirem sérias restrições econômicas, devem ser buscadas soluções alternativas de segurança equivalente. Em contrapartida, não são consideradas razões técnicas que inviabilizam o teste: a existência de revestimentos pintados, cladeados, lining etc. Os vasos de pressão que operam abaixo de 0ºC, chamados vasos criogênicos, raramente estão sujeitos à deterioração severa. A inspeção interna frequente e o teste hidrostático poderão provocar fenômenos que comprometam sua vida útil. A NR-13 não prevê a obrigatoriedade da execução do teste e estabelece prazos para inspeção interna de até 20 anos, valor este compatível com o previsto em outras legislações internacionais. As válvulas devem ser testadas por meio da remoção da válvula e deslocamento para oficina ou no próprio local de instalação. Caso os detalhes construtivos da válvula de segurança e da unidade permitam, poderá ser verificada a pressão de abertura, por meio de dispositivos hidráulicos, com o vaso de pressão em operação. A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes oportunidades: »» sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa sua segurança; »» quando o vaso for submetido a reparo ou alterações importantes, capazes de alterar sua condição de segurança; »» antes de o vaso ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por mais de 12 meses; ou »» quando houver alteração de local de instalação do vaso.
  • 26. 26 UNIDADE IITRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL A construção civil apresenta grande importância social, em parte, devido à grande absorção da mão de obra e ao poder de geração de empregos diretos e indiretos. Há de se observar uma característica presente, que os trabalhadores são na maioria formados no local de trabalho, nos canteiros de obras. Isto ocorre, pois na finalização de uma obra se desfaz o motivo principal da presença da firma que está construindo, os trabalhadores são dispensados e a empresa fica apenas com parte de seu corpo gerencial. Desta forma a empresa interfere pouco na formação, pois não há porque, teoricamente, se investir em mão de obra temporária. Situação verificada por Vargas (1984) e que continua válida para os dias de hoje. Nesse ínterim, se apresenta a responsabilidade por parte do engenheiro de segurança de treinar rapidamente esse corpo laboral para que este efetue as atividades e ao mesmo tempo consiga interagir com a presença de máquinas e equipamentos em ambiente agitado e propenso a ocorrer acidentes. De forma a trabalhar organizadamente, abordaremos neste capítulo as estruturas e superfícies de trabalho, o processo de soldagem e corte a quente e os equipamentos de guindar e transportar.
  • 27. 27 CAPÍTULO 1 Estrutura e superfícies de trabalho Quando se está construindo uma edificação, independente da altura que se trabalhe, existe a necessidade de fazer o fechamento e o acabamento laterais, com o operário trabalhando pelo lado de fora da edificação. Quando temos o trabalho ao nível do solo, a parede externa está diretamente acessível ao operário, contudo já bastando termos um pavimento acima que se torna necessária a presença de uma estrutura ou uma superfície de trabalho. Estas podem se traduzir na utilização de andaimes e plataformas de trabalho. Dependendo do tipo de serviço, de manutenção ou do momento da obra, vai se optar pela escolha de um tipo específico. Quando necessitamos colocar em risco um trabalhador, ao ter esse que trabalhar em uma superfície de uso temporário, estamos falando ao mesmo tempo em uma estrutura que seja robusta e também leve, ou seja, dimensionada para a situação. Ao falarmos em dimensionar algo, incorre diretamente na presença de um engenheiro. De forma a tornar isso pragmático e independente da vontade de quem precisa usar um andaime, por força de norma, é exigido que o dimensionamento seja feito por profissional legalmente habilitado e ainda que se tenha a respectiva ART. Além disso, é necessário que as empresas que fabriquem sejam inscritas no CREA. Ao ser adquirido um andaime, é obrigatório a quem fornece, também por força de norma, fornecer instruções técnicas por meio de manuais, contendo especificação de materiais, dimensões e posições de ancoragens, entroncamentos e detalhes para operação e desmontagem. A melhor prática de trabalho segue exatamente o ditado “siga o manual”. Mencionados o projeto e a aquisição de um andaime, sempre temos associado a necessidade de rastreamento posterior, desta forma temos que ter identificação do fabricante, referencia do tipo, lote e ano de fabricação. Esses devem estar marcados em painéis, tubos, pisos e contraventamentos. Um momento importante na utilização de andaime é a sua montagem e desmontagem, visto que ainda não está completamente rígido. É importante então que na montagem estejam trabalhando trabalhadores qualificados, utilizando cinto de segurança tipo paraquedista e ferramentas exclusivamente manuais. A necessidade do trabalhador devidamente qualificado, não é apenas pela exposição do mesmo ao risco, é importante ressaltar que após a montagem outros usuários utilizarão o andaime e, sendo feita de forma indevida, o acidente é previsível. Usar qualquer cinto paraquedista também não é recomendado, logo, o mesmo deve apresentar duplo talabarte (alça), ganchos de abertura mínima de 50mm e dupla trava. A presença de talabarte duplo possibilita que, sempre ao se deslocar, o trabalhador prenda um dos ganchos em uma posição futura e desprenda o outro, sempre tendo pelo menos um dos ganchos presos. O gancho com dimensão de 50mm vai facilitar a operação de prender e desprender. E por final a dupla trava serve como importante redundância. Ao utilizar as ferramentas exclusivamente manuais, o trabalhador evita o risco a que estaria exposto ao utilizar ferramentas que necessitam de fonte de energia elétrica, hidráulica ou pneumática, além de reduzir o peso transportado e facilitar o deslocamento.
  • 28. 28 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL O que torna o andaime seguro para utilização são sua rigidez e proteções. Por isso nunca se deve retirar qualquer dispositivo de segurança dos andaimes ou anular sua ação. A superfície do piso do andaime deve ser rígida e antiderrapante, melhor forma é que este apresente estrutura do piso metálica com forração completa, nivelado e travado. Nas laterais o guarda-corpo e rodapé evitam tanto que o trabalhador caia como escorregue para fora do andaime. O acesso deve ser feito por escada montada na estrutura do tipo marinheiro, externamente montada ao andaime ou por escada de uso coletivo. Considere abominação utilizar escadas sobre andaime para acessar lugares mais altos.   Não se pode deixar de lembrar que, andaimes simplesmente apoiados devem estar apoiados em sapatassobrebasesólidaeserfixadoàestruturadaedificaçãopormeiodeamarraçãoeestroncamento, de modo a resistir aos esforços que estiverem submetidos. Caso um andaime seja do tipo móvel, deve ser usado em superfícies planas, nunca em solo irregular e o mesmo deve apresentar travas, desse modo é sempre importante verificar a manutenção das travas para certificar que estejam agindo para travar o andaime. Para andaimes do tipo fachadeiro é importante que estejam cobertos por tela, pois ajuda evitar a queda de algum objeto em quem esteja no nível térreo. Também reduz um pouco a incidência do vento e serve de anteparo tátil para o trabalhador perceber que ele está próximo a borda do andaime. Para andaimes suspensos é importante termos presente placa de identificação de forma a permitir rastreamento e a mesma deve ter a capacidade de carga indicada. Para a segurança do trabalhador ele deverá estar usando cinto tipo paraquedista ligado a um cabo guia com trava-quedas. O cabo guia deve estar independentemente ligado à estrutura de fixação do andaime, pois se o andaime cair o trabalhador apresenta chance de ficar pendurado.  Ainda sobre andaimes suspensos, o engenheiro de segurança deve verificar se a fixação do mesmo está de acordo com o especificado em projeto e garantir, por meio de algum procedimento, que sempre ao iniciar o trabalho seja verificado o estado da instalação. Sempre baseado no projeto, deve-se também garantir que o peso especificado para o contrapeso seja invariável e de material tipo concreto, aço ou outro sólido não granulado, que não se desfaça por si só. Os cabos dos andaimes suspensos devem sempre estar em bom estado, logo devem ser inspecionados no início das tarefas, nunca devem ser utilizados cabos que não sejam de aço, ou seja, cabos de fibras naturais ou artificiais não podem ser utilizados para este fim, pois não garantem a segurança. Vale lembrar também que sempre devem existir pelo menos 6 voltas sobre o tambor em que o cabo esteja enrolado, de forma que não possa ocorrer do cabo se desprender. Ao ter que utilizar guinchos de elevação, o ideal, por questões de ergonomia e também por não provocar o desgaste do trabalhador, seria ter andaimes suspensos motorizados. Contudo, na ausência desses, é possível utilizar andaime com guinchos manuais. Os guinchos manuais devem possuir segunda trava de segurança por catraca e dotado de capa de proteção que deve ser mantida em bom estado de conservação. Qualquer possibilidade de dano deve ser verificada e corrigida por empresa especializada no assunto.
  • 29. 29 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Pela característica do ambiente da construção civil ser bastante agressivo, o andaime suspenso motorizado deve apresentar cabos de alimentação de dupla isolação, tomadas e plugs blindados, bom aterramento elétrico, uso de dispositivo diferencial residual (DR), de forma a evitar corrente de fuga, fim de curso superior e batente. Além destas características deve evitar que o andaime se incline acima de certo grau e também na ocorrência de pane, apresente algum mecanismo que possibilite a descida com atuação manual. Outra superfície de trabalho são as plataformas com sistema de movimentação vertical, que utilizam pinhão e cremalheira e também as que utilizam força hidráulica como forma de propulsão. Da mesma forma só devem ser operadas por trabalhador qualificado para tal atividade. Esse tipo de equipamento é mais comum em outros países, pois não existem tantos fabricantes nacionais. Caso sejam importados, devemos lembrar-nos da necessidade de apresentar manuais e que eles sejam traduzidos para língua portuguesa, visto que torna mais fácil a passagem da instrução para os trabalhadores brasileiros. Da mesma forma que os andaimes, os trabalhadores devem utilizar cinto paraquedista com cabo guia e trava em estrutura independente da estrutura de sustentação do equipamento. Como o equipamento é em boa parte composto de partes metálicas deve ser observada com cuidado a instalação na proximidade de redes elétricas. Comooequipamentotemmuitaforça,éimportanteousodesinalizaçãosonoranasuamovimentação e deve apresentar também botão de parada de emergência. Sendo equipamento movido por eletricidade, os cuidados com a proteção de partes expostas de cabos de alimentação, aterramento, dispositivos de proteção elétrica devem estar presentes. Esses equipamentos são muito semelhantes a elevadores, de forma análoga devem apresentar motofreio, freio automático de segurança e botoeira de comando de operação com atuação por pressão contínua. O engenheiro de segurança deve antever os possíveis riscos na operação desses equipamentos, promover o treinamento antes da utilização e colocar na ordem de serviço relativa aos trabalhadores que utilizarão os equipamentos as atribuições,  riscos e cuidados necessários.  Outra opção para o trabalhador fazer manutenção externa da fachada do prédio é por meio de uma cadeira suspensa, conhecida também como balancim. Nesse caso o uso de cabo de aço ou de fibra sintética é possível como cabo de sustentação, pois o peso a ser sustentando é inferior. O processo de subida e descida exige que no cabo tenha-se dupla trava de segurança, pois a redundância garante que no caso de falha da primeira trava a segurança possa ser acionada. Na situação de utilização da cadeira suspensa o trabalhador vai estar apenas sentado na cadeira, de modo que o mesmo vai precisar ficar fixado por meio de cinto na cadeira. De forma análoga as plataformas e andaimes, o mesmo deve utilizar cinto paraquedista com o trava-quedas acoplado a um cabo guia independente. Caso a edificação seja elevada, os pontos de ancoragens já devem estar previamente previstos antes da construção e os mesmos devem estar dimensionados para um fator de segurança em torno de 15, que provoca que o mesmo seja capaz de suportar carga pontual de 1.500Kgf., isto de acordo com definido em norma.
  • 30. 30 CAPÍTULO 2 Soldagem e corte a quente Em todo processo de construção existe a montagem de peças metálicas cuja união é feita por soldagem. Para o entendimento dos riscos presentes neste processo, deve-se ter uma noção básica dos tipos possíveis de solda, sendo as principais: arco elétrico, maçarico (oxiacetileno) e brasagem. Esses processos não são exclusivos da construção civil, mas por questão da importância foi incluso nessa unidade. Tipos de processos No processo por arco elétrico existe a fusão por corrente elétrica entre os metais, sendo com grande consumo de eletrodo os processos MMA/SMAW (Manual Metal Arc, ou comumente eletrodo revestido), MIG (Metal Inert Gas), MAG (Metal Active Gas) e com pouco consumo de eletrodo o processo TIG (Tungstênio Inert Gas). Figura 2. Solda MMA Figura 3. Solda MIG/MAG Figura 4. Solda TIG Figura 5. Maçarico - Solda Oxiacetileno Fonte: Okumura (1982) No processo por arco maçarico tem-se a utilização de gás para criar a chama, podendo ser composto por acetileno/GLP (ou outro) + O2 . Existem dois tipos de maçaricos: os misturadores e os injetores, sendo um para solda (adição de metal com fusão) e o outro para o oxicorte (corte de chapa por oxidação).
  • 31. 31 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II No processo por brasagem é feita a fusão de metal ou ligas com baixo ponto de fusão em relação ao material que se deseja fazer uma união. Pode ser realizada a brasagem em fornos, por imersão em banho de sal, por chama automática ou também por maçarico. Outro tipo de solda também considerada no processo de brasagem é a de componentes eletrônicos com liga de Pb-Sn. Riscos e prevenção associados ao processo Dos processos mencionados tem-se a produção de fumos metálicos, podendo ser proveniente do metal que está sendo soldado (por exemplo, se for uma chapa galvanizada, temos manganês, cromo, níquel, zinco em altas concentrações) ou proveniente do tipo de eletrodo (comumente em solda a arco elétrico, tendo-se maior quantidade de fumos se há consumo do eletrodo). Os eletrodos têm composição variável, os mais comuns tem o interior (alma) de ferro e revestidos de um fundente. Os usados em solda MAG e MIG são de um arame contínuo com alma de ferro e fundente de cobre. Havendo ainda os tipos celulósicos (alto teor de material orgânico), rutílico (alto teor de TiO2 ), ilmenítico (ferro, titânio e manganês), básico (cal e fluorita) e pó de ferro (ferro e silicatos). Podem ainda existir eletrodos do tipo: carbono, níquel, silício, molibdênio, zircônio, alumínio, cálcio, sódio, potássio, magnésio, cobre, cádmio e fluoretos. A maior ou menor exposição a fumos varia com: »» voltagem e amperagem da corrente elétrica; »» composição das peças soldadas; »» composição dos eletrodos; »» consumo dos eletrodos; »» prática do soldador (velocidade da soldagem); »» ventilação do local; »» processo de soldagem; e »» existência de óleos (ou outras substâncias) protetores nas chapas. Os tamanhos das partículas de fumos metálicos desprendidas das soldas por arco elétrico variam entre 0,001 a 2 µm. A retenção alveolar é maior nas partículas de 1 a 5 µm, em geral sendo menor que 10% do total. Como exemplo de avaliação ambiental os autores Borras e Lopes em 1981, estimaram a probabilidade de exceder-se o TLV (threshold limit value) de fumos de solda por consumo semanal de eletrodos, com 30 Kg/semana teria 65% de probabilidade, com 50 Kg/semana 85% de probabilidade e com 75 Kg/semana 93% de probabilidade de exceder o TLV.
  • 32. 32 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL É importante que o engenheiro de segurança estude o tipo de composição do eletrodo utilizado no processo de sua fábrica e então avaliar se pode ou não existir o risco ao expor os trabalhadores aos fumos de solda. Dependendo do tipo de fumos, as seguintes exposições estão associadas: »» Exposição aos fluoretos: se o eletrodo é o básico (cal e fluorita), deve-se pensar em risco de fluorose ocupacional – doença grave e incapacitante que leva a uma calcificação dos ligamentos. »» Exposição excessiva ao cromo hexavalente: altamente cancerígeno. No aço inox, por exemplo, o nível de cromo hexavalente chega a 20 a 25%. »» Exposição ao cádmio: extremamente lesivo aos rins e ao pulmão, causando enfisema do cádmio. Também causa descoloração do colo dos dentes e anosmia (perda total do olfato). »» Exposição ao níquel: provoca febre dos fumos metálicos e sensibilização cutânea (alergia). O aço inox tem também elevados teores deste metal, até 15%. »» Exposição ao manganês: provoca manganismo, doença grave incapacitante e irreversível (Parkinson Mangânico). »» Exposição ao zinco: as chapas galvanizadas emitem grande quantidade de fumos de zinco, mesmo em solda a ponto. É irritante e pode causar febre dos fumos metálicos. De forma a diminuir a exposição deve-se organizar o sitio de soldagem para que se possa fazer a correta exaustão dos fumos. Desta maneira o engenheiro de SST deve atentar também ao funcionamento correto de exautores e verificar se a exaustão é suficiente para retirar os fumos do local. Uma exaustão correta ajuda na retirada dos fumos do local e contribui para diminuir a temperatura que o trabalhador fica exposto. Outro risco a ser observado no processo de soldagem é a presença das radiações não ionizantes, uma vez que as radiações infravermelha e ultravioleta estão presentes em operações com solda elétrica. Os efeitos da exposição a essas radiações são caracterizados por perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, câncer de pele não melanoma e outras doenças crônicas. Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tomem medidas de proteção coletiva, por exemplo, isolamento da fonte de radiação (ex.: biombo protetor para operação em solda), pois não só o soldador pode estar exposto, mas outro trabalhador que passa pelo local deve estar protegido. Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex.: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para operadores de forno etc.). Deve ser dada uma atenção especial ao tipo de máscara de soldagem utilizada, pois existem diferentes graus de intensidade de luz que cada processo de solda produz. Por exemplo, existe um
  • 33. 33 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II modelo específico para uso com maçarico que não deve ser usado nos processos MIG/MAG, pois não oferece proteção efetiva. Deve ser dada atenção também às altas temperaturas, pois podem provocar desidratação, erupção da pele, câimbras, fadiga física, distúrbios psiconeuróticos, problemas cardiocirculatórios e insolação. Em ambientes de trabalho que envolva operação de soldagem, há a necessidade de disponibilizar ao trabalhador o acesso a beber água, de forma a hidratar e ajudar no processo de resfriamento corporal, uma vez que os EPIs para o processo de soldagem ajudam a proteger contra a radiação não ionizante, mas aumentam muito a temperatura corpórea. O conjunto oxi-acetilênico deve estar em carrinho apropriado, amarrado com corrente ou outro dispositivo de fixação adequado. As mangueiras não devem ter rachaduras e devem ser fixadas com abraçadeiras apropriadas. Quando não estiverem em uso, as mangueiras devem estar despressurizadas. Devem dispor de válvulas de retrocesso e corta chama e dispor de unidades extintoras e mangueiras de incêndio no local. Asmangueirastêmcoresdistintas:verde/oxigênioevermelho/acetileno.Oequipamentodeoxigênio não deve ser manipulado ou lubrificado com material de origem orgânica. Quando armazenado ou fora de operação deve ser mantido com o capacete no lugar. O cilindro de acetileno não pode sofrer choque ou aquecimento por chama direta. Deve-se verificar que o conjunto não faça contato com nenhum circuito elétrico.
  • 34. 34 CAPÍTULO 3 Transporte de forma geral e armazenamento Não existe como ser feita qualquer construção sem o transporte de materiais e pessoas, desde pequenos trabalhos, onde se exige o carregamento de ferramentas, materiais avulsos até grandes empreendimentos de metros de altura. E vários são os meios de se fazer esta atividade podendo ser, por exemplo, por elevadores, guindastes, transportadores industriais, ou máquinas transportadoras e não menos importante o próprio trabalhador. Equipamento de transporte - Empilhadeira Um método de transporte é utilizando empilhadeira, para operá-la o trabalhador deve sempre portar cartão de identificação em lugar visível, com nome e fotografia, de forma que não haja equivoco em relação ao trabalhador habilitado a utilizar o equipamento. As empilhadeiras devem portar buzina, que deve ser utilizada não apenas para solicitar que alguém saia da frente do deslocamento da empilhadeira, deve também usar em situações onde a empilhadeira esteja se deslocando e haja um cruzamento onde não é possível visualizar se existe tráfego, já que a empilhadeira não permite frenagem brusca, nem tão pouco modificar a direção devido à inércia e o centro de gravidade relativamente altos. Em locais fechados não se deve utilizar empilhadeiras a combustão, visto que os gases liberados são tóxicos e este modelo não apresenta tratamento no próprio equipamento que permita tornar os gases liberados inertes, apresentando esse equipamento a empilhadeira poderá ser usada, contudo o gasto com este tipo de instalação somada à compra da empilhadeira a combustão vai ser quase igual à de adquirir uma empilhadeira elétrica. A empilhadeira é construída segundo o princípio da “gangorra”, onde a carga, nos garfos, é equilibrada pelo peso da máquina. O centro de rotação ou o “apoio da gangorra” é o centro das rodas dianteiras. Mesmo a empilhadeira com 4 rodas segue este princípio. Caso a carga se encontre com centro de carga fora do triangulo ela vai tombar. Figura 6 Triângulo de estabilidade de empilhadeira. Fonte: Adad (2001) Não se deve utilizar a empilhadeira para transportar pessoas, mesmo que seja em contêineres aramados fechados, as empilhadeiras são para transporte de carga, o trabalhador que está conduzindo
  • 35. 35 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II a empilhadeira está protegido pela célula de vida que envolve a cabine. Além da falta de proteção que evite que o contêiner se desprenda do garfo e caia, haveria que ter uma proteção projetada por profissional habilitado, de forma que protegesse o corpo inteiro em caso de uma queda. Na construção civiloutrofatordeenormerelevânciaéairregularidadedoterrenooqueaumentamuitoainstabilidade do equipamento tornando seu uso ainda mais inseguro para o transporte de pessoas. Aproveito para elencar algumas recomendações para utilização da empilhadeira: »» antes de operar a empilhadeira, faça a inspeção diária; »» inspecione sempre toda a área ao redor da empilhadeira, antes de movimentá-la, e lembre-se de que as partidas e paradas devem ser feitas de forma vagarosa e suave; »» não deixe ferramentas ou outros equipamentos sobre empilhadeiras. Mantenha desobstruído o acesso aos pedais, para maior segurança, e nunca opere com os pés e as mãos molhados ou sujos de óleo ou graxa; »» mantenha os garfos a mais ou menos 20cm do solo e a torre inclinada para trás, quando a empilhadeira estiver em movimento. Nunca levante ou abaixe a carga enquanto a empilhadeira estiver em movimento; »» nunca faça acrobacias, corridas ou brincadeiras enquanto estiver operando a empilhadeira; »» ao elevar e/ou manobrar carga de grande largura, cuidado com o movimento da mesma; »» ao estacionar em área apropriada, incline a torre de elevação para a frente; abaixe os garfos até o solo; aplique o freio de estacionamento; retire a chave do contato e calce as rodas, quando em declive; »» ao transportar cargas volumosas que lhe obstruam a visão, ao descer rampas, faça-o de ré; »» calce seguramente o veículo que está sendo carregado ou descarregado. Equipamento de transporte - Elevadores Ou sobe ou desce, são poucas opções, mas quando se relata um acidente com elevador de obra é praticamente certo que se fala em morte. Devem-se redobrar precauções em relação a este equipamento devido à gravidade do risco associado. Como todo equipamento que envolve questões de risco de acidente fatal em caso de falha, os elevadores sempre devem ter os serviços relacionados à montagem, instalação e desmontagem sendo realizados por profissional habilitado qualificados e sob supervisão de profissional habilitado. As empresas que trabalham nestes serviços também devem ser registradas no respectivo CREA. Ao ter a tratativa com a empresa deve ser observado que a responsabilidade do profissional legalmente habilitado seja na atribuição técnica compatível.
  • 36. 36 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL A empresa usuária de equipamentos de movimentação e transporte de materiais e ou pessoas deve possuir o seu “Programa de Manutenção Preventiva” conforme recomendação do locador, importador ou fabricante. O Programa de Manutenção Preventiva deve ser mantido junto ao Livro de Inspeção do Equipamento, a parte da organização de documentação deve ser verificada pelo engenheiro de segurança, mesmo que faça parte de outra equipe da empresa, a exemplo, equipes de manutenção. Não deve ser permitido que se use chave do tipo comutadora e/ou reversora para comando elétrico de subida, descida ou parada do elevador. Em empresas maiores não é comum que o uso venha a ocorrer, mas existem empresas que na tentativa de cortar custos podem proceder da maneira inadequada ao fazer a instalação do equipamento. Na entrega, deve ser realizado teste dos freios de emergência dos elevadores para início de operação e a cada noventa dias, no máximo, devendo o laudo referente a esses testes ser devidamente assinado pelo responsável técnico pela manutenção do equipamento e os parâmetros utilizados devem ser anexados ao Livro de Inspeção do Equipamento existente na obra. Os equipamentos de movimentação e transporte de materiais e pessoas só devem ser operados por trabalhador qualificado, que terá sua função anotada em carteira de trabalho. Por obrigação normativa todo operador de elevador deve passar por treinamento inicial com carga horária 16h e atualização anual 4h. Todos os equipamentos de guindar e transportar, o que contempla os elevadores, devem ter vistoria diária, antes do início dos serviços, devendo ser registrada a vistoria em livro de inspeção do equipamento, pelo operador. Deve ser instalada uma proteção resistente desde a roldana livre até o tambor do guincho de forma a evitar o contato acidental com suas partes, sendo a área isolada por anteparos rígidos de modo a impedir a circulação de trabalhadores. Figura 7. Proteção na área do tambor. Fonte: Adad (2001) Torres de elevadores devem ser montadas de maneira que a distância entre a face da cabine e a face da edificação seja de, no máximo, 60cm. A base onde estão instalados o guincho, o suporte da roldana livre e a torre dos elevadores tracionados a cabo, deve ser de concreto, nivelada, rígida e dimensionada por PH. A parte da torre que ficar acima da última laje deve ser estaiada.
  • 37. 37 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Figura 8. Exemplo de estaiamento de torre de elevador. Fonte: Adad (2001) Em todos os acessos de entrada à torre do elevador deve ser instalada uma barreira que tenha, no mínimo, um metro e oitenta centímetros de altura, impedindo que pessoas exponham alguma parte de seu corpo no interior da mesma. Devido à característica das torres de elevadores destinada a transporte de materiais de ficarem com as partes laterais expostas, deve-se ter proteção na cabine por painéis de 2 metros de altura e a torre revestida, evitando qualquer tipo de queda de material na região vizinha. As cancelas de segurança (barreira) dos elevadores em torres devem estar equipadas com chave de segurança do tipo com ruptura positiva. Além de controlar se a porta não está aberta, ela se destina a evitar a abertura quando o elevador não estiver no pavimento. As chaves de ruptura positiva apresentam simbologia que permite sua identificação. Figura 9. Simbologia de chave de ruptura positiva. Fonte: Adad (2001) Os eixos de saída do redutor e do carretel nos elevadores tracionados a cabo, devido à possibilidade de quebra, devem ser cuidadosamente monitorados. Eles devem ser rastreados, de forma que se evite equivoco, pois os eixos originais são de material de maior resistência. No caso de manutenção não devem ser trocados em hipótese alguma por material em aço de menor resistência. O monitoramento dos eixos deve ser feito por ensaio mais moderno do tipo não destrutivo, a exemplo de ultrassom, analise de vibração e análise de trincas. Laudos desses ensaios devem ser gerados e mantidos para registro. Não se deve fazer economia em relação à contratação do profissional para realizar estes ensaios, pois se trata de vidas a salvar e mais além é uma maneira de valorizar a profissão do engenheiro. Elevador para transportar material é para transportar material, os trabalhadores não devem utilizar o elevador de carga, exceção à regra são os elevadores do tipo cremalheira onde somente o operador e o responsável pelo material a ser transportado podem subir junto com a carga, desde que fisicamente isolados da mesma. Deve haver placas de forma indelével identificando a proibição e deve ser fiscalizado o cumprimento do definido.
  • 38. 38 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Figura 10. Exemplo de placas de proibição. Fonte: Adad (2001) Nos elevadores tracionados a cabo, o sistema de frenagem deve estar funcionando corretamente, e de acordo com instrução do profissional habilitado, devendo ser realizados testes periódicos de funcionamento. O operador do elevador deve estar apto para realizar o referido teste diariamente, para isso deve tratar com o profissional habilitado qual procedimento deve ser realizado. Um avanço na prevenção de acidentes ocorreu na revisão de 2013 da NR 18, de forma a exigir que haja intertravamento das proteções com o sistema elétrico, por meio de chaves de segurança com ruptura positiva, que garantam que só se movimentem quando as portas, painéis e cancelas estiverem fechadas. Deve existir sistema de segurança eletromecânica monitorado pela interface de segurança no limite superior, instalado a dois metros abaixo da viga superior da torre do elevador. Além dos sistemas intertravados, o elevador deve contar com dispositivo de tração na subida e descida, interruptor nos fins de curso superior e inferior monitorado através de interface de segurança, sistema de frenagem automática e sistema que impeça a movimentação do equipamento quando a carga ultrapassar a capacidade permitida. Aos edifícios em construção com mais de oito pavimentos passa a ser obrigatório que exista um elevador para uso exclusivo de passageiros. Ele deve ser instalado quando concluída a laje do piso do 5o pavimento ou altura equivalente. Quando forem utilizados os poços de elevadores e monta-cargas, temporariamente na obra, antes da instalação do elevador final, as portas deverão ser cercadas em toda sua altura, exceto as portas ou cancelas dos pavimentos, elas devem ser protegidas com corrimão quando a cabine do elevador não estiver ao nível do pavimento. Figura 11. Exemplos de porta. Fonte: Adad (2001)
  • 39. 39 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Finalizandooassuntosobreelevadores,ocabodeaço(elevadorestracionados)deveserinspecionado para evitar avarias e sempre devem existir 6 voltas de enrolamento do tambor evitado que o cabo se desprenda. A grande totalidade de acidentes fatais está relacionada ou a quebra do cabo de aço ou da junta entre o cabo e o ponto fixação. Dessa forma todo cuidado é pouco. Equipamento de Guindar - Gruas O guindaste (também chamado de grua) é um equipamento utilizado para a elevação e a movimentação de cargas e materiais pesados, assim como, a ponte rolante usando o princípio da física no qual uma ou mais máquinas simples criam vantagem mecânica para mover cargas além da capacidade humana. São comumente empregados nas indústrias, terminais portuários e aeroportuários, onde se exige grande mobilidade no manuseio de cargas e transporte de uma fonte primária a embarcação, trem ou elemento de transporte primário ou mesmo avião para uma fonte secundária um veículo de transportes ou depósitos locais. Pode descarregar e carregar contêineres, organizar material pesado em grandes depósitos, movimentação de cargas pesadas na construção civil e as conhecidas pontes rolantes ou guindastes móvel, utilizados nas indústrias de laminação e motores pesados. Em hipótese alguma deve ser utilizada a grua para o transporte de pessoas. A exceção a esta regra se faz com a utilização de cesto suspenso e com condições específicas de segurança nos sistemas de funcionamento da grua. Em situação de trabalho sob intempérie ou outras condições desfavoráveis que exponham os trabalhadores ao risco, o trabalho não deve ser executado. Se ventos com velocidade superior a 42 km/h vierem a ocorrer, as atividades devem ser suspensas. A grua se destina ao içamento, não devendo ser utilizada com cargas inclinadas ou em diagonal ou potencialmente ancoradas como desforma de elementos pré-moldados. Figura 12. Grua. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Grua-Guindaste-crane.JPG>
  • 40. 40 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Considera-se essencial que o engenheiro de segurança não só compreenda que existe o risco associado ao transporte de materiais, mas também tenha conhecimento mínimo de como funcionam alguns processos relacionados ao transporte de materiais por içamento. É importante que se saiba onde pode ocorrer uma falha fatal, pois esta acarretará em queda do material transportado e consequentemente um acidente, envolvendo muitas vezes não somente materiais como vidas também. Relevante atenção deve ser dada para os cabos e equipamentos de ligação, pois quando ocorrer uma quebra ela provavelmente ocorrerá nesses locais. Seguindo esta linha de raciocínio faço algumas considerações sobre o assunto. A manilha é um acessório que serve para movimentação ou fixação de carga, formada por duas partes facilmente desmontáveis, consistindo em corpo e pino. Figura 13. Exemplo de manilha. Fonte: Google images Outro acessório é a satapa. Ela é um elemento utilizado na proteção para olhal de cabo de aço. Figura 14. Exemplo de sapata. Fonte: Google images O superlaço é um olhal feito abrindo-se a ponta do cabo em duas metades. Uma metade é curvada para formar um olhal, e em seguida a outra metade é entrelaçada no espaço vazio da primeira. No caso de içamento de pessoas em cesto suspenso é obrigatório fazer um superlaço junto com uma sapata. Figura 15. Fechamento de superlaço com sapata. Fonte: Google images
  • 41. 41 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II É importantíssimo que se faça o plano de Rigging, dependendo da complexidade do material a ser içado e transportado. Ele consiste no planejamento formalizado de uma movimentação com guindaste móvel ou fixo, visando à otimização dos recursos aplicados na operação para se evitar acidentes e perdas de tempo. Ele indica, por meio do estudo da carga a ser içada, das máquinas disponíveis, dos acessórios, condições do solo e ação do vento, quais as melhores soluções para fazer um içamento seguro e eficiente. Devem ser utilizadas lingas apropriadas para o uso com o material específico. A eslinga, ou também conhecida como linga ou lingada é um dispositivo composto de cabos e acessórios destinados a promover a interligação entre o equipamento de guindar e a caçamba ou plataforma. Figura 16. Exemplos de lingas. Fonte: Google images No uso prático, as lingas de cabos de aço são melhores para cargas com superfície lisa, oleosa ou escorregadia, assim como laços de cabo de aço com ganchos para aplicação nos olhais da carga. As lingas de correntes são apropriadas para materiais em altas temperaturas e cargas que não tenham chapas ou perfis. As lingas de corrente com gancho podem ser acopladas aos olhais da carga. As lingas de cintas e laços sintéticos são apropriadas para cargas com superfícies extremamente escorregadias ou sensíveis, como por exemplo, cilindros de calandragem, eixos, peças prontas e pintadas. As lingas de cordas de sisal e sintéticas são apropriadas para cargas com superfície sensível, de baixo peso, como tubos, peças de aquecimento e refrigeração ou outras peças passíveis de amassamento. Combinações podem ser utilizadas simultaneamente, a exemplo de combinação cabo e corrente para o transporte de perfis e trefilados. Nesse caso a corrente deve ficar na área de desgaste onde possivelmente existam cantos vivos e o cabo fica nas extremidades exercendo função de suporte e facilitando a passagem da linga por baixo das cargas. Não se deve utilizar lingas nas configurações cabos de aço para materiais com cantos vivos ou em altas temperaturas; correntes para cargas com superfície lisa ou escorregadia; e cintas e laços sintéticos para cantos vivos e cargas em altas temperaturas. Ao se fazer transporte de chapas na situação perpendicular deve-se utilizar grampos pega-chapa. A pega (abertura) do grampo deve ser indicada na própria peça Figura 17. Grampos pega-chapa. Fonte: Google images
  • 42. 42 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Os cabos de aços são formados por perna e alma. A perna é o agrupamento de arames torcidos de um cabo e a alma é o núcleo do cabo de aço. Um cabo é feito com diversas pernas ao redor de um núcleo ou alma. Figura 18. Partes do cabo de aço. Fonte: Google images Ao se fazer a identificação de um cabo de aço faz-se a leitura, como por exemplo, cabo 6 por 19 + AF. O primeiro número (6) representa a quantidade de pernas de que é constituído o cabo e o segundo número (19) especifica a quantidade de arames que compõe cada perna. Portanto, o cabo 6 x 19 tem 6 pernas, tendo cada uma delas 19 fios, ou seja, um total de 114 fios. A sigla AF representa a classificação da alma do cabo. Figura 19. Visualização em corte de cabo 6 x 19. Fonte: Google images A classificação dos cabos quanto à alma se faz da seguinte forma: »» AF: alma de fibra (cânhamo) tem maior flexibilidade. »» AA: alma de aço tem maior resistência à tração. »» AACI: alma de aço com cabo independente combina flexibilidade e resistência à tração. Nota: Os cabos AA (alma de aço) têm 7,5% de resistência à tração a mais e 10% do peso em relação aos AF (alma de fibra).
  • 43. 43 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Os cabos podem ser de torção à direita ou de torção à esquerda. »» Torção à DIREITA: quando as pernas são torcidas da esquerda para a direita. »» Torção à ESQUERDA: quando as pernas são torcidas da direita para a esquerda. Figura 20. Tipos de torção de cabos. Fonte: Google images A importância da direção de torção dos cabos é porque ao se fazer o enrolamento destes em tambores eles devem ser enrolados de forma a diminuir ao máximo o stress no material. Figura 21. Para cabo com torção à direita. Fonte: Google images Figura 22. Para cabo com torção à esquerda. Fonte: Google images Também existe diferenciação na forma como são enrolados os arames nas pernas do cabo. »» Torção REGULAR: quando os fios de cada perna são torcidos em sentido oposto à torção das próprias pernas. Apresentam maior estabilidade. »» Torção LANG: quando os fios e as pernas são torcidos na mesma direção (paralelo). A torção LANG tem por característica o aumento da resistência à abrasão e da flexibilidade do cabo.
  • 44. 44 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL Figura 23. Torções do tipo LANG. Fonte: Google images Lubrificação: A alma do cabo não tem somente função de apoio, mas funciona também como reservatório de óleo. Quando o cabo é solicitado, as pernas comprimem a alma que libera o óleo, com isso o atrito dentro do cabo é reduzido. Cabos velhos que já perderam seu óleo (por temperatura ou evaporação) perderam vida útil. Por isso devemos periodicamente lubrificar os cabos externamente com óleo adequado. Os arames das pernas dos cabos podem não ser só de um único diâmetro e apenas um modelo de agrupamento, existem mais de um tipo e com características mecânicas diferentes para aplicações diferentes. Exemplo de tipos de cabos: »» WARRINGTON: bastante flexível e menos resistente ao desgaste. »» SEALE: menos flexível da série, porém mais resistente ao desgaste à abrasão. »» FILLER: apresenta boa flexibilidade. Figura 24. Tipo de cabo. Fonte: Google images Para definir a carga de trabalho de um cabo pelo seu diâmetro devemos medi-lo, conforme demonstrado na figura abaixo. O cabo deverá ser substituído quando houver uma redução de 15% do diâmetro nominal. Figura 25. Forma de medir diâmetro de um cabo. Fonte: Google images
  • 45. 45 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Para se fazer olhais mais resistente nos cabos faz-se o superlaço utilizando conjuntamente com uma sapata, na impossibilidade podem ser utilizados clips. Para a fixação existe uma forma mais apropriada para usar os clips, devido à perda de capacidade, dependendo da forma de instalação. Exemplo de utilização de clips: Figura 26. Amarração utilizando clips. Fonte: Google images A amarração errada irá reduzir sua capacidade. Figura 27. Capacidade de resistência x amarração. Fonte: Google images Quando se está trabalhando com lingas do tipo corrente, deve ser considerada a mesma capacidade nominal, se esta for usada com olhal integrado a corrente, se esta estiver amarrada na carga como um laço ou presa a um gancho, deve-se considerar 80% da capacidade. Figura 28. Laço e olhal 80% carga nominal. Figura 29. Dobra presa a gancho 80% carga nominal. Figura 30. Laço e dobra presa a gancho 80% (não soma). Fonte: Google images
  • 46. 46 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL No uso do gancho onde a linga for formada por mais de um cabo ou corrente, de forma que exista ângulo maior que 30o entre os cabos, o gancho deve ser colocado com a ponta virada para cima. Ao prender um gancho em um olhal, o ângulo que o gancho toca o olhal influencia na carga máxima que ele pode içar, de acordo com a figura abaixo. Figura 31. Ângulo gancho x capacidade nominal. Fonte: Google images O assunto relativo ao içamento de materiais não é exaustivo, tendo sempre uma possibilidade de aprofundamento no conhecimento do processo, logo a postura do engenheiro de segurança, nesse caso, é procurar se especializar no conhecimento do processo laboral de forma que tenha mais embasamento para fazer o reconhecimento dos riscos associados e a prevenção que deve ser tomada. Transporte e manuseio manual de materiais O mais básico método de transporte começa inicialmente pelo trabalhador, da mesma forma que as máquinas, existe uma mecânica para o trabalho de forma manual e nunca é pouco relembrar sobre este assunto, vejamos: Ao erguer cargas ao nível do solo oriente que o trabalhador dobre os joelhos pegando a carga entre as pernas, de forma que o esforço não se propague para a coluna (figura 32). Ao utilizar um carro de mão, vale a mesma regra, dobre os joelhos para pegar a alça do carro (figura 33). Figura 32. Manuseio de forma manual de carga no nível do solo. Fonte: Iida (2005)
  • 47. 47 TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL │ UNIDADE II Figura 33. Manuseio de carro de mão. Fonte: Iida (2005) Ao trabalhar com a torção do tronco, quando, por exemplo, temos uma carga para ser passada de um ponto para outro (figura 34), situação que ocorre muito em almoxarifados, deve-se posicionar os pés a noventa graus entre eles de forma que o giro deixe de ser executado pelo movimento da coluna e passe para a articulação entre o fêmur e a bacia. A articulação é muito melhor preparada para este esforço e vai apresentar menor desgaste. Figura 34. Posição pés. Figura 35. Carga próxima ao corpo. Fonte: Iida (2005) Ao realizar o transporte de um material, aproxime ao máximo o material ao corpo ao se deslocar, pois vai diminuir o esforço, tanto nos braços, que cansarão menos, como o esforço na coluna, pois a alavanca será menor (figura 35). Se o trabalhador tiver que fazer operação de carga e descarga manual de sacas (consideremos o saco de cimento para a construção civil) de vagões ou caminhões, nunca deixe o trabalhador realizar a operação sem auxílio de um ajudante. Mesmo que este trabalhador se ache forte, o desgaste com os anos irão ocorrer e o mesmo só poderá entender tardiamente, pois a saca normalmente tem um peso aproximado de 50kg, o que já é comprovado ser um peso acima do recomendado ao ser humano. Outra carga que apresenta peso elevado são tambores de óleo ou combustível, eles nunca devem ser manuseados, apenas por um trabalhador, nem que a operação seja apenas para retirar o tambor da posição deitada e colocar ele em pé. Na retirada deste material de cima de caminhões ou
  • 48. 48 UNIDADE II │ TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL vagões (figura abaixo) também se deve tomar outros cuidados, não havendo algo como uma doca disponível, faça uma rampa para o tambor poder ser escorregado, pode ser de madeira barata, que atenderá muito bem a necessidade. Figura 36. Descarga de tambores. Fonte: Iida (2005) A norma recomenda que não se transporte sacos ou sacas manualmente por distância superior a 60 metros, após essa distância devem ser usados vagonetes. Pessoalmente considero esta distância elevada e por segurança considero recomendável utilizar para distâncias menores também, mesmo não sendo exigido. Um motivo a mais é o fato de o canteiro de obras ser muito dinâmico e caso seja necessário realocar o material o mesmo já está mais disponível. Outra opção é a utilização da “girica”, carro de mão mais reforçado com grande capacidade de carga. Uma nota deve ser feita em relação à segurança do trabalhador e também de terceiros, deve-se tomar cuidado com a maneira que estão dispostas as rampas no canteiro, se existentes. Pessoalmente já presenciei o trabalhador necessitar depositar material em contêiner fora da obra e o mesmo não conseguiu segurar a girica devido à inclinação da rampa e então colidiu com um veículo em movimento que passava na rua no momento. Finalizando, em relação ao transporte feito pelo próprio operário, vale relembrar que não deve ser permitido o transporte de ferramenta em bolsos da calça ou camisa, caso de uma queda ou pancada inadvertida pode vir a machucar o operário. Transporte, armazenagem e manuseio de materiais. No transporte, armazenagem e manuseio de materiais boas práticas devem ser seguidas, um exemplo de referência que pode ser seguido é o da Petrobrás onde a movimentação de cargas e equipamentos de transporte é operada por trabalhador qualificado, o qual terá sua função anotada em carteira. »» O veículo de carga deve ter linha de vida e dispositivo trava-quedas. »» Deve existir escada de acesso para subir e descer do caminhão. »» Os trabalhadores devem usar cinto de segurança tipo paraquedista preso ao travaquedas. »» A área de movimentação deve estar isolada e sinalizada.