1. A4 CORREIO POPULAR
Campinas, terça-feira, 25 de setembro de 2012
Cidades
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MACROZONA 7 ||| USO DO SOLO
Plano urbaniza 3,5 milhões de m2
Anexação ao perímetro urbano de áreas rurais próximas a Viracopos visa abrir espaço a indústrias
Cedoc/RAC
Maria Teresa Costa
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
teresa@rac.com.br
Friburgo fica
Cerca de 3,5 milhões de me- na área rural
tros quadrados de áreas ru-
rais serão integradas ao perí- e protesta
metro urbano na região do
Aeroporto Internacional de Vi-
racopos, em Campinas, e a va- roprietários de
lorização que haverá nessas
terras com a alteração de uso
terá que ser ressarcida ao mu-
P terras de Friburgo,
bairro rural ao lado
do Aeroporto
nicípio. Essas áreas estão em Internacional de
parte da Fazenda Palmeira en- Viracopos, criticaram
tre o perímetro urbano e a Ro- ontem a equipe da
dovia Lix da Cunha, estão às Secretaria de
margens da Rodovia Santos Planejamento, que
Dumont e próximas ao Jar- manteve o bairro como
dim São Domingos. Elas es- rural no projeto da
tão entre as principais mu- Macrozona 7. Eles
danças que serão introduzi- querem que parte do
das na região pelo plano local bairro, no trecho entre a
de gestão da Macrozona 7 estrada municipal 182, a
(MZ-7), mas provocaram des- divisa com Monte Mor e o
contentamento em Friburgo, gasoduto, seja
que permanecerá rural. transformada em área
urbana destinada à
Proposta foi indústria e logística.
“Essas áreas atualmente
apresentada ontem não têm produção
em audiência pública agrícola e ficará cada vez
mais difícil viver ali com
O plano foi apresentado Moto passa por estrada no Friburgo, mantido na zona rural: moradores dizem que não há mais agricultura local e cobram urbanização a expansão do aeroporto.
ontem em audiência pública Elcio Alves/AAN O número de aviões que
no Salão Vermelho da Prefei- tórios estarão sujeitos à análi- passará por ali vai tornar
tura. A anexação dessas áreas se prévia da Prefeitura, após o lugar difícil de viver”,
visa garantir terras para indús- prévio parecer favorável do disse o representante dos
trias, comércios e serviços e Departamento de Aviação Ci- proprietários, Odair
também para moradia, e se- vil (DAC), e o projeto tem que Schaffer. São 12
rão inseridas mediante à ade- prever tratamento acústico. O propriedades utilizadas
são dos proprietários à Opera- uso comercial, de serviço e como chácaras pelos
ção Urbana Consorciada Vira- institucional de maior impac- descendentes dos
copos (OUCV). Essa operação to somente poderá ser permi- alemães que fundaram o
é um instrumento de planeja- tido após estudos específicos bairro. “Se mudar para
mento que cria uma alternati- da Prefeitura, atendidas as urbana, poderemos
va de financiamento para a restrições da legislação aero- vender as terras, caso
organização do transporte co- náutica. É proibido o uso ha- contrário, a
letivo, ampliação dos espaços bitacional nesta zona. desvalorização será
públicos, implantação de pro- A MZ-7 é constituída por imensa e ninguém terá
gramas habitacionais ou mes- áreas destinadas ao uso rural condições de viver ali”,
mo a melhoria da infraestru- e urbano, sendo 67% corres- disse. O secretário de
tura e do sistema viário. pondentes à zona rural e 33% Planejamento, Alair
De acordo com o projeto, à zona urbana. A porção ru- Godoy, disse que a
1 milhão de metros quadra- ral, que abrange a maior par- reivindicação será
dos que estão fora da curva te da macrozona, é formada estudada pela equipe.
de ruído do aeroporto e próxi- predominantemente por chá- O bairro, inicialmente,
caras e sítios. Essa macrozo- seria desapropriado, por
na destaca-se como polo aglu- estar dentro da curva de
67
tinador da cultura germânica ruído do aeroportos, mas
Público acompanha apresentação da Macrozona 7 no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas e suíça, em razão da perma- depois de muita
nência de descendentes de fa- negociação a comunidade
mo ao Jardim São Domingos das ou para desadensar nú- na 18, VC 02. Essa categoria mílias imigrantes que se insta- conseguiu tirar a igreja e
passarão a ter uso e ocupa- cleos que serão regulariza- de zoneamento é destinada laram no local no século 19. É a escola da
POR CENTO ção de Zona Especial de Inte- dos. Outros 2,5 milhões da Fa- somente aos usos comercial, possível verificar ainda a exis- desapropriação, junto
resse Social (Zeis) de Indu- zenda Palmeira e das mar- de serviço e institucional de tência de propriedades parti- com seu entorno.
Da Macrozona 7 são ção, para receber as famílias gens da Rodovia Santos Du- caráter local. Os estabeleci- culares de recreio e lazer na (MTC/AAN)
de áreas rurais residentes em áreas inadequa- mont passarão de rural a Zo- mentos que possuírem escri- área rural dessa macrozona.
Criação de APA e de dois parques é sancionada
Reservas são oficializadas no Campo Grande e Ouro Verde; áreas que não forem doadas poderão ser desapropriadas
Leandro Ferreira/AAN
A Área de Proteção Ambiental
(APA) do Campo Grande e os
parques naturais municipais
do Campo Grande e Jatobá fo-
ram criados ontem, com a
sanção do projeto de lei do
plano local de gestão da Ma-
crozona 5. As áreas dos dois
parques, que somam 236,7
hectares e serão de proteção
integral, poderão ser desapro-
priadas, caso a Prefeitura não
consiga a doação das terras.
Pela legislação, áreas de prote-
ção integral precisam ser pú-
blicas. Com as novas unida-
des, Campinas passará a ter
mais 1,2 mil hectares especial-
mente protegidos. Além des-
sas unidades, estão sendo cria-
dos 18 parques lineares ao lon-
go dos córregos da região do
Campo Grande e Ouro Verde.
Hoje Campinas tem 6,5 mil
hectares protegidos — a APA
de Sousas e Joaquim Egídio, a
Mata de Santa Genebra e Flo- Área de mata no Campo Grande, região que ganhou uma APA
resta Serra d’Água. Isso irá per-
mitir que, além da preserva- com 959 hectares, é uma re- de Hortolândia e Monte Mor. atividades agropastoril, ecotu- no Diário Oficial do Munici- — para ser investido na pró-
ção dos recursos naturais, a ci- gião de muitas nascentes — Ela será a segunda APA de rismo, presença de pousadas, pio ontem, a Macrozona 5 te- pria região. O pedágio da va-
dade possa disputar os repas- são cerca de 50 — onde as Campinas e cerca de 25% de restaurantes, atividades de la- rá 2,5 milhões de metros qua- lorização será exigido na
ses de verbas de compensa- áreas de preservação perma- sua área é formada por áreas zer. Ela irá permanecer como drados de áreas rurais trans- aprovação de empreendi-
ções ambientais arbitradas pe- nente estão livres, com mui- de proteção permanentes área rural, o que significa que formadas em urbanas, o que mentos, e poderá ser pago
la Câmara de Compensação tas áreas de matas preserva- (APP) e 17% de remanescen- loteamentos não serão autori- vai custar caro aos proprietá- em espécie ou em obras de
Ambiental (CCA) e recursos das. Ali prevalece uma vegeta- tes nativos. Há 13% da área, zados. A função de uma APA rios das áreas que tiveram o interesse da região. Se o em-
do Fundo Nacional de Meio ção de transição de Mata cerca de 130 hectares, que pre- é proteger a diversidade bioló- zoneamento alterado, que te- preendimento exigir estudos
Ambiente. As unidades de Atlântica para Cerrado. O prin- cisam ser reflorestados. gica, disciplinar o processo de rão que pagar uma contra- especiais, o empreendedor
conservação existentes são de cipal atributo dessa área, infor- Assim como Sousas e Joa- ocupação e assegurar a sus- partida de 70% da valoriza- precisará pagar mais uma
uso sustentável, o que impe- mou a Prefeitura, será impe- quim Egídio, a APA Campo tentabilidade do uso dos re- ção das terras — correspon- contrapartida, de 5% sobre o
de o repasse de verbas. dir a conurbação urbana da- Grande será de uso sustentá- cursos naturais. dente a diferença entre o pre- valor geral de venda (VGV).
A APA Campo Grande, quela região com as cidades vel, permitindo a agricultura, Com a sanção publicada ço da terra rural e a urbana (MTC/AAN)