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Encaminhados à Secretaria de
Serviços Públicos ficaram sem
resposta no segundo trimestre.
DOS CASOS
Ata de reunião do órgão aponta que departamento atua em condições precárias; diretor nega
Natan Dias
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
natan.dias@rac.com.br
Uma ata do Conselho Muni-
cipal de Meio Ambiente
(Comdema) publicado no
Diário Oficial da última
quarta-feira aponta que o
Departamento de Parques e
Jardins (DPJ) da Prefeitura
de Campinas agoniza, mer-
gulhado em problemas de
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tam que o departamento
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cientes — faltam técnicos
responsáveis para a elabora-
ção de laudos e acompanha-
mento nos serviços de poda,
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res —, os equipamentos e
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tado de conservação e não
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Fabiana Buzzo
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
fabiana.buzzo@rac.com.br
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Borges, de 19, e Ademir Doni-
zete Faria, de 31, foram pre-
sos em flagrante por recepta-
ção e formação de quadrilha.
Um adolescente de 15 anos
que trabalhava no lava-rápi-
do também foi detido e libera-
do na delegacia.
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no com anotações da movi-
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Segundo a polícia, o pré-
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ção entre os dois prédios.
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barracões, um dos homens
viu o policial e todos corre-
ram. Eles chegaram a pular
muros de algumas casas,
mas foram detidos por
uma viatura que fazia o cer-
co. Souza e Borges disse-
ram que haviam começado
a trabalhar no local ontem.
Faria e o adolescente alega-
ram que trabalhavam ape-
nas no lava-rápido.
O caso foi encaminhado
para o 2º Distrito Policial
de Hortolândia. A polícia
agora investiga quem é o
dono do desmanche e ou-
tros integrantes da quadri-
lha.
Rota prende mulher
acusada de chefiar
tráfico internacional
O NÚMERO
PM estoura desmanche de carros
Comdema acusa ‘falência’ no DPJ
49%
César Rodrigues/AAN
Michele da Silva, a Ninja, também
alugava armas para quadrilhas
Carlos Sousa Ramos/AAN
Fabiana Buzzo/AAN
CRIME ||| ORGANIZADO
Lava-rápido servia de fachada para quadrilha no Jd. São Sebastião, em Hortolândia
Policiais da Ronda Ostensiva
Tobias Aguiar (Rota) prende-
ram ontem Michele Maria da
Silva, de 30 anos, a Ninja, acu-
sada de chefiar uma quadri-
lha de tráfico de drogas com
ramificação no Paraguai e
também de locação de armas
e fuzis. Ela foi presa numa
chácara na Rua Antonio
Schiavon, no bairro Chácaras
Três Marias, em Campinas.
Na casa dela foram encon-
trados sete tijolos de maco-
nha escondidos dentro de
um saco de pancada. Outros
sete tijolos da droga estavam
em um cofre adaptado sob o
banco do motorista de um
Vectra usado por Michele. Se-
gundo a polícia, para abrir o
cofre era preciso uma sequên-
cia de comandos: ligar o veí-
culo, engatar a marcha ré e
colocar a alavanca da seta no
intermediário.
Também foi encontrado
na casa um notebook com to-
da a contabilidade do tráfico.
A ação da Rota em Campinas
foi feita em conjunto com ou-
tra operação em Itapecerica
da Serra, em que foram
apreendidos pelos policiais
10 fuzis, quatro pistolas, 23
carregadores de fuzis, 2,6 mil
munições para fuzis e outras
300 para pistolas. Uma mu-
lher e dois homens que esta-
vam na casa foram presos. Os
policiais chegaram até o es-
quema por meio de denúncia
anônima.
Michele alugava as armas
para quadrilhas que faziam
assaltos a bancos, caixas ele-
trônicos e a grande empresas.
A mulher também agenciava
e coordenava a entrada de ce-
lulares em cadeias. Na casa fo-
ram apreendidos pela polícia
manuais com instruções so-
bre em que tipo de material
enrolar os aparelhos, para
não serem detectados pelos
aparelhos de raio X das pri-
sões, e também sobre onde
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SERVIÇO PÚBLICO ||| CRÍTICAS
Funcionários do DPJ podam árvore na Rua Antonio Alvares Lobo, no Botafogo: falta de equipamento adequado prejudica os serviços
Edson Navarrete é o terceiro a assumir o cargo de diretor do DPJ este ano
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faltam funcionários
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ROUBO ||| PRISÃO
A8 CORREIO POPULAR CIDADES
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  • 1. Encaminhados à Secretaria de Serviços Públicos ficaram sem resposta no segundo trimestre. DOS CASOS Ata de reunião do órgão aponta que departamento atua em condições precárias; diretor nega Natan Dias DA AGÊNCIA ANHANGUERA natan.dias@rac.com.br Uma ata do Conselho Muni- cipal de Meio Ambiente (Comdema) publicado no Diário Oficial da última quarta-feira aponta que o Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da Prefeitura de Campinas agoniza, mer- gulhado em problemas de estrutura. Conselheiros rela- tam que o departamento não possui funcionários sufi- cientes — faltam técnicos responsáveis para a elabora- ção de laudos e acompanha- mento nos serviços de poda, plantação e retirada de árvo- res —, os equipamentos e máquinas estão em mau es- tado de conservação e não há verba para reformulação do órgão. No caso das podas das árvores do Município, por exemplo, há apenas dois técnicos para acompanha- mento. A cidade tem cerca de 5 milhões de árvores. O diretor Edson Roberto Navarrete — o terceiro a as- sumir o cargo este ano —, no entanto, nega que a situa- ção do departamento seja es- sa. “O DPJ não está falido e nunca vai estar. Pode ser que uma outra área esteja precária. O DPJ tem dificul- dades, mas funciona de ven- to em polpa. Mas é lógico que poderia ser melhor”, dis- se ele, que está no cargo há duas semanas. O departamento, além de produzir mudas, cuida de 20 milhões de m² de áreas ver- des da cidade, com mil fun- cionários: são áreas de Prote- ção Permanente (APP) e 23 parques e bosques (que pos- suem juntos 3 milhões de m²). Apesar do diagnóstico feito pelo Condema, o novo chefe do setor garante que a quantidade de servidores es- tá adequada para dar conta de todos os serviços, que ten- dem a aumentar com a che- gada de novos empreendi- mentos imobiliários. Segundo a conselheira Ro- seli Torres, bióloga e pesqui- sadora do Instituto Agronô- mico de Campinas (IAC), o DPJ não cumpre sua função. “Não há planejamento ou le- vantamento das árvores do Município, o viveiro que eles têm não está funcionan- do, faltam funcionários, má- quinas e fiscalização. O de- partamento está totalmente inoperante”, afirmou. Ela diz que a insistência por con- tratação de mais técnicos e para que seja seguida a Lei de Arborização Urbana é an- tiga. “É uma questão gravís- sima, pois implica em efei- tos no clima, enchentes mais agudas e muitos outros fatores. Não é só uma ques- tão de arvorezinha e passari- nho”, disse. Do outro lado, Navarrete contesta as afirmações do conselho e afirma que hoje há em torno de mil árvores no viveiro da Prefeitura. “Ho- je há mudas lá sim, mas é preciso que essas árvores maturem e cheguem a um nível determinado por um padrão para serem planta- das”, afirmou. Segundo ele, foram extraídas menos de mil árvores este ano em Campinas e plantadas cerca de 15 mil. “Mas é preciso ver em que estado estão essas árvo- res e que tipo elas são. Hoje (anteontem) tivemos uma reunião com o diretor e ele acha que esse título (de setor falido) não está correto, mas está”, afirmou Tereza Pen- teado, da Comissão Técnica de Arborização (CTA) e da ONG Resgate Cambuí. Ela afirma que o DPJ não possui equipamentos adequados para a realização dos servi- ços. “O serrote que eles usam dá até pena. Está tudo errado desde cima, da estru- tura do departamento. Só boa vontade não resolve”, afirmou. De acordo com Joaquim Teotônio Cavalcanti Neto, coordenador da CTA, a estru- tura do DPJ é precária. “Não é só deficitário. Basta ver a situação dos nossos bosques e praças. Há uma inoperân- cia completa. Quando há uma ação, ela é maligna, pre- judica, pois não há especia- listas para acompanhar os trabalhos que são feitos. Há apenas a boa vontade dos funcionários”, disse. Dados da Ouvidoria Geral do Município publicados on- tem no DO mostram que, no segundo trimestre, dos 339 casos encaminhados pa- ra a Secretaria de Serviços Públicos, da qual o DPJ faz parte, 165 (49%) ficaram sem resposta. Foram 101 ca- sos solucionados (30%). Equipamentos O departamento, informou Navarrete, possui 40 cami- nhões e 40 máquinas. Essa quantidade, afirmou, é sufi- ciente para suportar a de- manda do Município, de 300 milhões de m² de área urbana. “Hoje trabalhamos no limite que o contrato per- mite. Custa dinheiro para comprar bancos, arrumar iluminação e outras manu- tenções, mas temos que pe- dir que seja feita a compra e feita uma licitação, se preci- so”, disse. Funcionários do órgão, entretanto, reclamam. A quantidade de serviços, se- gundo eles, é muito grande. “Seria bom que contratas- sem mais gente, porque o número que tem hoje não dá conta. Principalmente na época em que começam a cair as árvores. Não dá mes- mo”, contou um funcioná- rio, que preferiu não se iden- tificar. “Às vezes falta equi- pamento sim. Um serrote, cordas, luvas... esse tipo de material que a gente tem de usar sempre. Aí o pessoal tem que ficar correndo atrás. Nem sempre é de qua- lidade, mas a gente faz o que pode”, relatou outro ser- vidor. Tereza ainda disse que o problema existe na falta de especialistas para emissão de laudos e acompanhamen- to dos trabalhos de poda rea- lizados na cidade. “Não tem laudo para várias podas por- que não tem técnico para acompanhar”, disse. Segun- do o diretor do DPJ, há cer- ca de 50 funcionários aptos a emitir laudos devido à “ex- periência adquirida”. “Eles não têm formação na área específica, mas têm expe- riência e sabem distinguir os problemas de uma árvo- re.” Ontem, o DPJ estava sem os dois especialistas: o enge- nheiro agrônomo, de férias, e o técnico responsável, de licença, por motivos pes- soais. Fabiana Buzzo DA AGÊNCIA ANHANGUERA fabiana.buzzo@rac.com.br O sistema de rastreamento de um Honda Fit roubado em Campinas levou a Polícia Mili- tar de Hortolândia a estourar, na tarde de ontem, um des- manche de carros na Rua Ota- viano Figueiredo Breda, no Jardim São Sebastião. Na fa- chada do prédio funcionava um lava-rápido que havia si- do inaugurado há cerca de uma semana. No local, foram encontradas dezenas de car- ros picados. A suspeita da po- lícia é de que o prédio era usa- do pelos bandidos para o des- manche há cerca de dois me- ses e que eram picados no lo- cal todos os dias uma média de 10 veículos roubados na re- gião de Campinas. Em um dos barracões foi montado uma espécie de quarto com isolamento acús- tico, onde os veículos eram desmontados para não cha- mar a atenção dos vizinhos. Jhonatan Fernando de Souza, de 19 anos, Valber Simões Borges, de 19, e Ademir Doni- zete Faria, de 31, foram pre- sos em flagrante por recepta- ção e formação de quadrilha. Um adolescente de 15 anos que trabalhava no lava-rápi- do também foi detido e libera- do na delegacia. O carro roubado anteon- tem em Campinas já estava completamente cortado quando foi localizado. Ape- nas a parte de baixo e algu- mas peças do motor continua- vam no lugar. A organização do local era tanta que as pe- ças estavam amontoadas em grupos, como peças de motor e partes da lataria. Segundo a PM, todos eram carros novos. O dono do desmanche não foi encontrado. No local tam- bém foi apreendido um cader- no com anotações da movi- mentação do desmanche. Segundo a polícia, o pré- dio foi alugado há cerca de dois meses. Ele fica no en- troncamento de duas ruas, com uma saída onde fun- cionava o lava-rápido de fa- chada e a outra onde fica- vam dois barracões, onde eram desmontados os car- ros. Uma escada fazia a liga- ção entre os dois prédios. A PM foi acionada pela empresa que fazia o rastrea- mento do carro. Assim que chegaram na entrada dos barracões, um dos homens viu o policial e todos corre- ram. Eles chegaram a pular muros de algumas casas, mas foram detidos por uma viatura que fazia o cer- co. Souza e Borges disse- ram que haviam começado a trabalhar no local ontem. Faria e o adolescente alega- ram que trabalhavam ape- nas no lava-rápido. O caso foi encaminhado para o 2º Distrito Policial de Hortolândia. A polícia agora investiga quem é o dono do desmanche e ou- tros integrantes da quadri- lha. Rota prende mulher acusada de chefiar tráfico internacional O NÚMERO PM estoura desmanche de carros Comdema acusa ‘falência’ no DPJ 49% César Rodrigues/AAN Michele da Silva, a Ninja, também alugava armas para quadrilhas Carlos Sousa Ramos/AAN Fabiana Buzzo/AAN CRIME ||| ORGANIZADO Lava-rápido servia de fachada para quadrilha no Jd. São Sebastião, em Hortolândia Policiais da Ronda Ostensiva Tobias Aguiar (Rota) prende- ram ontem Michele Maria da Silva, de 30 anos, a Ninja, acu- sada de chefiar uma quadri- lha de tráfico de drogas com ramificação no Paraguai e também de locação de armas e fuzis. Ela foi presa numa chácara na Rua Antonio Schiavon, no bairro Chácaras Três Marias, em Campinas. Na casa dela foram encon- trados sete tijolos de maco- nha escondidos dentro de um saco de pancada. Outros sete tijolos da droga estavam em um cofre adaptado sob o banco do motorista de um Vectra usado por Michele. Se- gundo a polícia, para abrir o cofre era preciso uma sequên- cia de comandos: ligar o veí- culo, engatar a marcha ré e colocar a alavanca da seta no intermediário. Também foi encontrado na casa um notebook com to- da a contabilidade do tráfico. A ação da Rota em Campinas foi feita em conjunto com ou- tra operação em Itapecerica da Serra, em que foram apreendidos pelos policiais 10 fuzis, quatro pistolas, 23 carregadores de fuzis, 2,6 mil munições para fuzis e outras 300 para pistolas. Uma mu- lher e dois homens que esta- vam na casa foram presos. Os policiais chegaram até o es- quema por meio de denúncia anônima. Michele alugava as armas para quadrilhas que faziam assaltos a bancos, caixas ele- trônicos e a grande empresas. A mulher também agenciava e coordenava a entrada de ce- lulares em cadeias. Na casa fo- ram apreendidos pela polícia manuais com instruções so- bre em que tipo de material enrolar os aparelhos, para não serem detectados pelos aparelhos de raio X das pri- sões, e também sobre onde escondê-los. (FB/AAN) SERVIÇO PÚBLICO ||| CRÍTICAS Funcionários do DPJ podam árvore na Rua Antonio Alvares Lobo, no Botafogo: falta de equipamento adequado prejudica os serviços Edson Navarrete é o terceiro a assumir o cargo de diretor do DPJ este ano Policial observa a quantidade de peças encontradas no barracão Segundo o conselho, faltam funcionários e equipamentos ROUBO ||| PRISÃO A8 CORREIO POPULAR CIDADES Campinas, sábado, 3 de setembro de 2011