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Citologia Oncótica Clínica
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Histologia
A histologia (do grego: hydton = tecido + logos = estudos) é a ciência que
estuda os tecidos biológicos, desde a sua formação (origem), estrutura (tipos
diferenciados de células) e funcionamento.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Preparado histológico:
São lâminas retangulares de vidro sobre as quais há fatias extremamente finas
de tecidos e órgãos, células espalhadas ou estruturas bastante delgadas, como
por exemplo uma alga muito delgada.,
Para a obtenção de um preparado permanente, fragmentos de tecidos e de
órgãos necessitam ser fixados por processos químicos ou físicos. Em seguida
são submetidos a vários procedimentos após os quais os fragmentos podem ser
cortados em um aparelho chamado micrótomo para obtenção das fatias que
podem ser observadas em um microscópio de luz. Como a maioria dos cortes
de tecidos e órgãos são incolores, os cortes precisam ser corados para que
possam ser observados em um microscópio de luz.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Coloração para microscopia de luz (óptica):
Hematoxilina e Eosina (HE ou H&E):
Hematoxilina: cora em azul-arroxeado e tem caráter básico, tendo afinidade
com os componentes ácidos dos cortes, estas estruturas são denominadas
Basófilas, por exemplo núcleos, ergastoplasma e matriz extracelular da
cartilagem; Outros corantes como: azul de toluidina e azul de metileno
desenvolvem o mesmo papel;
Eosina: cora em tons avermelhados à rosa e é um corante de caráter ácido,
assim como Orange G, as estruturas coradas por estes corantes são chamadas
acidófilas ou eosinófilas, por exemplo o citoplasma, as mitocôndrias e as fibras
colágenas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Carbol chromotrope 2R
Grânulos de eosinófilos ficam vermelhos;
Núcleos ficam de azul a preto;
Hemácias ficam pálidas.
Romanowsky
A coloração mais comum é de MGG.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Ácido Periódico (PAS)
Ácido periódico (HlO4)–1% aquoso
Reagente de Schiff: leucofucsina ou fucsina que reage com aldeídos e forma
um produto vermelho
Hematoxilina de Mayer
Cora os núcleos de azul até preto, o fundo de amarelo ou branco e os aldeídos
(glicogênio) de vermelho brilhante;
Reage com tecido epiteliais e conjuntivos;
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Corantes Tricrômicos:
Dentre as inúmeras soluções corantes que foram desenvolvidas para coloração
de preparados histológicos, destacam-se os tricrômicos, que são constituídos
de três corantes. Uma das grandes vantagens deste e de alguns outros
tricrômicos é permitir uma diferenciação melhor entre tecidos, especialmente
entre o tecido conjuntivo e o tecido muscular.
Dentre os tricrômicos estão: Tricrômico de Masson, de Mallory (mais
conhecido), Tricrômico de Gomori.
Como são uma combinação, a coloração depende do tipo de tecido, variando
suas cores nas lâminas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Corantes Especiais para Lipídeos:
Nile Blue Fosfato: gordura neutra, óleos e colesterol coram em vermelho, já os
ácidos graxos, fosfolipídeos e mucina ácida coram de azul, assim como a
queratina;
Oil Red O: lipídeos neutros e óleo mineral coram de vermelho brilhantes, os
fosfolípideos de rosa pink e os núcleos de azul;
Sudan Black: lipídeos neutros coram em preto, fosfolipídeos em cinza e
núcleos em vermelho;
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
TECIDO EPITELIAL
Se caracteriza por células muito próximas entre si; quantidade muito pequena
de matriz extracelular, com funções como revestimento da superfície externa
do corpo ou de superfícies internas e secreção.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Principais características:
Possui células justapostas com muitas junções intercelulares e pouco
material extracelular;
Não contem vasos sanguíneos;
As células epiteliais se apoiam em uma lâmina basal que é um complexo de
macromoléculas, quando esta lâmina se junta com as fibras do tecido
conjuntivo chama-se membrana basal;
A célula possui um região basal, que a parte que se apoia na lâmina basal, e
um porção apical (região apical);
O contato das células epiteliais com a lâmina basal provoca uma organização
específica na grande maioria das células epiteliais, denominada polaridade.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Funções:
Revestimento de superfícies: oferecer proteção mecânica à superfície
revestida; funcionar como uma barreira separando compartimentos no corpo;
agir como um local de absorção de moléculas transportando-as de um
compartimento para o outro; oferecer proteção para algumas superfícies
impedindo seu dessecamento;
Secreção e transporte de moléculas e íons: reunir pequenas moléculas e
sintetizar moléculas maiores (macromoléculas) que serão eliminadas
(secretadas) pelas células; transformar moléculas pela adição, retirada ou
substituição de seus componentes e secretá-las; transporte de moléculas,
partículas e íons entre a luz de vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo no caso
de células que revestem internamente vasos sanguíneos e linfáticos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Epitelial de Revestimento
Simples: são definidos como epitélios superficiais constituídos de uma única
camada de células. São quase sempre encontrados em superfícies absorventes
ou secretoras e fornecem pequena proteção contra abrasão mecânica.
Epitélio Simples Cúbico: formado por apenas uma camada de células cúbicas,
e apresenta núcleos esféricos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Epitélio Simples Pavimentoso: formado por uma única camada de células
planas, semelhantes a ladrilhos, porém de formas irregulares.
São células muito delgadas e, por esta razão, frequentemente não é possível
observar bem seu citoplasma ao microscópio. Seus núcleos, geralmente
alongados ou elípticos, são mais espessos que o citoplasma e fazem saliência
na superfície da célula.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Epitélio Simples Prismático ou Colunar ou Cilíndrico: é formado por uma
camada de células prismáticas, altas, apoiadas sobre uma membrana basal.
Seus núcleos são elípticos. Note como os núcleos alongados acompanham o
maior eixo das células. É um tipo de epitélio bastante frequente no corpo
constituindo, por exemplo, o revestimento interno do estômago, intestinos e de
vários outros órgãos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Estratificado: Contém mais de uma camada de células, tem principalmente
função protetora e o grau e a natureza da estratificação se relacionam com os
tipos de desgastes físicos aos quais a superfície se expõe.
Epitélio Estratificado Cúbico ou Colunar: É delgado, consistindo somente de 2
ou 3 camadas de células cúbicas ou cilíndricas. Presente no revestimento de
canais excretores de glândulas exócrinas, como as glândulas salivares, o
pâncreas e as glândulas sudoríparas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Epitélio Estratificado Pavimentoso: Consiste em um número variável de
camadas celulares que sofre transição morfológica e funcional desde as células
cúbicas da base para as células superficiais achatadas. Este epitélio existe em
locais sujeitos a atrito ou forças mecânicas, como por exemplo na cavidade
oral e esôfago. A espessura deste epitélio, isto é, o número de camadas
celulares, costuma ser maior em locais expostos a maiores forças.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Epitélio de Transição: reveste internamente a bexiga e outros órgãos do
aparelho urinário. É especializado para sofrer distensões e a resistir à
toxicidade da urina. Ele tem, no entanto, duas particularidades que o
diferenciam de outros epitélios estratificados. Uma particularidade é a
presença de células de dimensões grandes na camada mais superficial do
epitélio, com o formato de cúpula ou abóboda, a outra é a capacidade de se
rearranjar nos diferentes estados de preenchimento da bexiga, quanto mais
cheia mais achatadas ficam as células.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Pseudoestratificado: em este nome porque parece ser estratificado, pois
mostra núcleos em diferentes alturas da camada epitelial. Há só uma camada
de células (é, portanto, um epitélio simples), porém as suas células tem alturas
diferentes, o que resulta na distribuição variada de seus núcleos, dando a falsa
impressão de estratificação. Tanto as células altas como as células menores
(células basais) estão apoiadas na membrana basal.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Especializações da superfície celular:
Inter digitações das membranas de células vizinhas;
Junções intercelulares;
Dobras da membrana;
Hemidesmossomos;
Cílios;
Microvilosidades;
Estereocílios
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Epitelial Glandular ou Secretor
Grande proximidade e adesão entre as células, pequena quantidade de matriz,
extracelular entre as células, polaridade das células, presença de uma lâmina
basal. As células tem arranjo tridimensional formando as glândulas.
Formação: síntese de moléculas novas a partir de precursores menores; síntese
de proteínas; a modificação de moléculas preexistentes; o transporte de íons.
É constituído pelas células caliciformes que estão no epitélio respiratório e
também revestimento interno dos intestinos e as células do epitélio simples
prismático que revestem a cavidade do estômago.
Células caliciformes: têm a forma de um cálice. Seu citoplasma é pouco
corado, porque o muco não se cora bem por H&E. Seus núcleos são muito
corados e ficam na base da célula.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
As células epiteliais secretoras podem portanto assumir vários tipos de arranjo:
• Estar isoladas e dispersas entre outras células (ex.: caliciformes);
• Formar um epitélio de revestimento (ex.: mucosa do estomago);
• Constituir entidades ou grandes órgãos especializados em secreção 
glândulas;
Glândula: é o nome que se dá a uma estrutura anatômica formada por um ou
por vários conjuntos de células epiteliais e seus ductos excretores.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Classificação das glândulas:
Unicelulares ou Multicelulares
Endócrina (sem porção excretora): Cordonal ou Folicular
Exócrina (com porção excretora – ductos): Simples  Tubular: simples,
enovelada ou ramificada; Acinosa/Alveolar: simples ou ramificada;
Composta  Tubular; Acinosa/Alveolar; Tubuloacinosa/Tuboalveolar
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Coloração de Gram
Exemplos de Glândulas Endócrinas
Glândula endócrina folicular:
Tireóide
Glândula endócrina cordonal:
ilhota de Langerhans
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Glândulas tubulosas
simples do intestino
Pâncreas: ácinos serosos
Exemplos de Glândulas Exócrinas
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Coloração de Gram
TECIDO CONJUNTIVO
Se caracteriza pela grande quantidade de matriz extracelular existente entre
suas células. Neste tecido tanto as células como a matriz exercem funções
muito importantes para o funcionamento de outros tecidos, órgãos e do
organismo como um todo. O tecido conjuntivo é, portanto, um tecido de
origem fundamentalmente mesodérmica, constituído de diferentes tipos de
células e de uma matriz extracelular complexa, com muitos componentes
moleculares e muito organizada.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Características e componentes do tecido conjuntivo
O tecido conjuntivo se origina do mesênquima, um tecido primitivo com
potencialidade de formar os variados tipos e subtipos de tecido conjuntivo. As
células mesenquimais, são formadas a partir de células do folheto
intermediário do embrião, o mesoderma, no fim do primeiro mês de vida
intrauterina. Células mesenquimais persistem durante toda a vida do indivíduo
e funcionam como células-tronco para a reposição ou nova formação de tecido
conjuntivo. As células mesenquimais fazem parte da população de células-
tronco do organismo. Pode-se dividir as células do tecido conjuntivo em duas
populações: células residentes e células transientes. Formando o Tecido
Conjuntivo Propriamente Dito.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
As células residentes são componentes habituais e permanentes do tecido
conjuntivo. Nos vários outros tipos e subtipos de tecido conjuntivo podem
existir outras células residentes, como por exemplo, as células cartilaginosas
na cartilagem, células ósseas no osso e assim por diante.
Em um tecido conjuntivo do tipo propriamente dito, as células residentes são o
fibroblasto, o macrófago, o mastócito e a célula mesenquimal. A maioria
das células residentes tem vida longa, mas em caso de necessidade, por
exemplo uma solicitação de aumento de atividade durante uma inflamação ou
cicatrização, seu número pode aumentar à custa de células-tronco
mesenquimais ou a partir de células progenitoras vindas da medula
hemopoiética.
Fibroblasto: é a célula mais comum do tecido conjuntivo propriamente dito
normal. É importante pois sintetiza e secreta a maior parte da sua matriz
extracelular e também digere e reabsorve a matriz, ou seja, controla quantidade
e a qualidade da matriz, obedecendo a sinais emitidos pelo organismo ou a
sinais originados localmente.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Em rosa (eosina): fibras colágenas
Em roxo (hematoxilina): fibroblastos,
com núcleo alongado e citoplasma
praticamente não-visível
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Macrófago: é uma células derivada do monócito, que é formado na medula
hematopoiética. Os monócitos circulantes saem do sangue atravessando a
parede dos vasos sanguíneos e se estabelecem no tecido conjuntivo. No tecido
conjuntivo se transformam em macrófagos.
Os macrófagos são considerados fagócitos, isto é, células cuja função primária
é a de fagocitar partículas, sejam elas restos celulares, partículas inertes ou
microrganismos. Além de fagocitar, tem papel na resposta imunitária
produzindo e secretando um grande número de moléculas que, entre outras
funções: atraem outras células para um local em que esteja ocorrendo uma
reação inflamatória, regulam o funcionamento e induzem a produção das
células envolvidas. Também são células apresentadoras de antígenos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
O macrófago é uma célula esférica e relativamente grande em comparação com
uma hemácia ou um linfócito, os quais têm cerca de 7 µm de diâmetro. Seu
citoplasma é eosinófilo e seu núcleo esférico às vezes é excêntrico, isto é, situa-
se fora do centro da célula, próximo à membrana celular.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Mastócito: célula que participa da reação inflamatória secretando para a matriz
várias das moléculas acumuladas no seu citoplasma, como por exemplo a
histamina. O mastócito geralmente é reconhecido pelos seus grânulos. Devido
ao conteúdo dos grânulos estes não se coram bem por hematoxilina e eosina e
portanto o mastócito não é facilmente reconhecido em cortes corados por estes
corantes. Os corantes indicados são: o azul de toluidina e o Alcyan blue.
Devido ao arranjo especial das moléculas nos grânulos certos corantes como o
azul de toluidina coram estruturas celulares ou extracelulares de uma outra cor,
em vez da coloração que seria esperada. No caso do azul de toluidina, em vez
da coloração azul as estruturas se coram em violeta. Esta propriedade de
coloração por uma cor diferente é denominada metacromasia. Os grânulos
dos mastócitos são metacromáticos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
É uma célula de forma ovalada, tem um núcleo central e uma grande
quantidade de grânulos no citoplasma. Localiza-se preferencialmente próximo
de vasos sanguíneos.
Na segunda imagem a coloração utilizada foi Hematoxilina & Eosina, e mostra
o citoplasma preenchido de grânulos, embora seja difícil observar por esta
técnica de coloração.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
As células transientes são células que estão migrando pelo tecido conjuntivo,
vindas principalmente do sangue. Fazem parte destas células os leucócitos ou
glóbulos brancos do sangue. A função destas células na defesa do organismo
contra moléculas estranhas e microorganismos é exercida quase que
inteiramente no tecido conjuntivo. A presença destas células nos diferentes
locais de tecido conjuntivo do corpo é variável e depende frequentemente de
sinais químicos transmitidos por exemplo por células inflamatórias, que
estimulam a saída dos leucócitos dos vasos sanguíneos e seu acúmulo no
tecido conjuntivo. Este acumulo é chamado de infiltrado inflamatório.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Infiltrado inflamatório
destacado em amarelo
Células gigantes multinucleadas
formadas pela fusão dos macrófagos
 Reação Inflamatória
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Matriz celular: é composta principalmente de macromoléculas, água, íons,
peptídeos, pequenos carboidratos e outras pequenas moléculas. Uma parte
destas moléculas se origina do plasma sanguíneo.
As macromoléculas que mais caracterizam a matriz extracelular do tecido
conjuntivo são glicoproteínas, glicosaminoglicanas e proteoglicanas, cuja
composição molecular, quantidade e proporção relativa variam nos diferentes
tipos de tecido conjuntivo e nos diferentes locais e órgãos do organismo.
Várias das proteínas se organizam em longas estruturas de espessura e
comprimento variáveis formando filamentos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Várias das proteínas se organizam em longas estruturas de espessura e
comprimento variáveis formando filamentos. Os filamentos mais calibrosos
são visíveis ao microscópio de luz e são chamados de fibras do tecido
conjuntivo e que constituem a matriz extracelular fibrilar.
Uma parte da matriz extracelular é formada por macromoléculas,
principalmente glicosaminoglicanas e proteoglicanas, que não se organizam
em filamentos e é denominada matriz extracelular fundamental
(ou amorfa). Esta parte nem sempre se cora muito bem pela hematoxilina e
eosina. É pouco visível nos preparados rotineiros onde é responsável pelo
aspecto aparentemente "vazio" de muitos locais da matriz. Vários de seus
componentes podem ser visualizados por outras colorações e técnicas
histoquímicas ou imunohistoquímicas.
Matriz Extracelular Fibrilar: predomina em volume sobre a matriz fundamental
na maioria dos tipos de tecido conjuntivo. Esta matriz é composta de três tipos
de fibras: colágenas, elásticas e reticulares.
A classificação das fibras da matriz fibrilar se originou quando estas fibras
foram descritas pela microscopia de luz. Alguns tipos de fibras somente são
visíveis após colorações especiais ou tratamentos especiais dos cortes.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Fibras colágenas: São constituídas pela proteína colágeno, denominação que
na verdade se refere a uma família de pelo menos 20 moléculas que têm várias
características em comum. É sintetizado e secretado por células do tecido
conjuntivo, principalmente pelos fibroblastos, células do tecido ósseo e do
tecido cartilaginoso, assim como por células de outros tecidos. A proteína mais
comum desta família é o colágeno tipo I.
As moléculas de colágeno tipo I associadas a moléculas de outros tipos
formam fibrilas visíveis ao microscópio eletrônico. As fibrilas se reúnem
em fibras de calibres bastante diversos, visíveis ao microscópio de luz. As
fibras, por sua vez, podem se reunir em feixes. As fibras colágenas têm
diâmetro bastante variável e aparecem bem coradas por corantes ácidos como
é o caso da eosina e da técnica do picro-Sirius (são portanto acidófilas).
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
As fibras colágenas estão coradas em vermelho pelo corante Sirius red
(acidófilas), e predominam sobre as elásticas em roxo. Diferenças: fibras
colágenas tem espessura variável, trajeto tortuoso.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Corado pela técnica do
tricrômico de Masson, que
mostra as fibras de colágeno
em verde.
Corado pela técnica do
tricrômico de Mallory, que
mostra as fibras de colágeno
em azul ou amarelo.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Fibras elásticas: são constituídas por um outro grupo de proteínas que se
reúnem em fibras de diferentes tipos e que em conjunto constituem o que se
chama de sistema elástico. As fibras elásticas são os elementos mais
complexos deste sistema por serem construídas de várias proteínas do sistema
elástico. As outras fibras do sistema elástico são denominadas fibras
elaunínicas e fibras oxitalânicas. As fibras do sistema elástico costumam ser
evidenciadas ao microscópio de luz por meio de técnicas especiais de
coloração e eventualmente as fibras elásticas podem também ser observadas
em cortes corados por hematoxilina e eosina. São dotadas de elasticidade e, da
mesma forma como molas, voltam ao tamanho e forma originais após sofrerem
pressão ou distensão.
Fragmento de mesentério corado para demonstrar fibras elásticas. Estas
aparecem coradas em púrpura, seu calibre é muito homogêneo e podem ser
ramificadas, organizando-se como uma rede (coloração usada neste preparado
foi desenvolvida especificamente para demonstrar fibras elásticas).
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
PULMÃO
TRAQUÉIA
AORTA
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Fibras reticulares: são muito delgadas e têm este nome por que quase sempre
se organizam em redes tridimensionais encontradas em vários órgãos. Os
espaços das malhas destas redes são ocupados por células que se apoiam nas
fibras. As fibras são compostas principalmente de colágeno tipo III associado a
outros tipos de colágeno e a moléculas não-colagênicas. Provavelmente devido
a sua composição química, não são coradas por hematoxilina e eosina, mas
podem ser visibilizadas por técnicas de impregnação de prata, técnicas em que
prata metálica é precipitada sobre as fibras. Por esta razão, estas fibras são
também chamadas de argirófilas. As fibras reticulares podem também ser
evidenciadas pela técnica do PAS, provavelmente devido à sua riqueza em
carboidratos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Os cortes foram submetidos a uma
técnica de impregnação metálica
durante a qual prata metálica
precipita nas fibras  fibras
argirófilas.
Em branco fibras reticulares
dispostas tridimensionalmente em
torne dos sinusóides do baço.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Mesentério: é uma delgada membrana semitransparente de tecido conjuntivo
revestida por mesotélio em ambas faces. O mesentério prende as alças
intestinais à parede interna da cavidade abdominal e no seu interior passam
vasos e nervos. Serve para manter em seu lugar os intestinos, nutri-los e
inervá-los.
O mesentério é rico em fibras e células do tecido conjuntivo. É possível cortar
um pequeno fragmento de mesentério, fixá-lo com fixador histológico, corá-lo
e colocá-lo sobre uma lâmina histológica. Não há necessidade de fazer cortes
histológicos deste material, pois, sendo delgado é translúcido e pode ser
observado ao microscópio de luz. Este tipo de preparado em que se coloca um
fragmento de órgão ou tecido sobre a lâmina de vidro é
denominado preparado total.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Visualização em menor aumento
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Funções:
Sustentação de outros tecidos e órgãos e do corpo como um todo;
Preenchimento de espaços entre outros tecidos e estruturas e adesão entre
tecidos para estruturação dos órgãos;
Meio de passagem de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos;
Exerce um papel importante na nutrição de células de outros tecidos
facilitando a difusão de gases, nutrientes e metabólitos;
Reserva energética de células adiposas;
Defesa do organismo através do sistema linfático (que pertence ao tecido
conjuntivo) e através das células de resposta inflamatória;
Produção de células sanguíneas pela medula hematopoiética.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Classificação dos Tecidos Conjuntivos
Tecido Conjuntivo Propriamente dito  é o tipo que foi visto até aqui
TCPD Frouxo
TCPD Denso: Modelado ou Não modelado
Tecido Conjuntivo de Propriedades especiais
Subtipos: Tecido Mucoso; Elástico; Reticular; Adiposo
Tecido Cartilaginoso;
Tecido Ósseo
Tecido Sanguíneo / Hematopoiético
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Frouxo
Se caracteriza por muitas células residentes e transientes de diversos tipos,
predominando os fibroblastos, pouca matriz extracelular, representada
principalmente por fibras colágenas delgadas e matriz extracelular
fundamental (não-fibrilar).
Devido à falta de uma grande população de fibras colágenas o tecido
conjuntivo frouxo não é apropriado para resistir a pressões mecânicas e trações
intensas. É encontrado em muitos locais do organismo, sendo as suas funções
principalmente o suporte de epitélios de revestimento e glandulares e a
condução de vasos e nervos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
O tecido conjuntivo é composto quase que só de células, sendo difícil
observar fibras do tecido conjuntivo. As fibras são poucas e delgadas. É,
portanto, um tecido conjuntivo frouxo.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Denso
Modelado
É constituído de uma grande quantidade de matriz extracelular, representada
principalmente por espessas fibras de colágeno tipo I e poucas células. No
tecido denso modelado as fibras colágenas são muito organizadas, geralmente
muito espessas e dispostas paralelamente entre si. Entre as fibras há
fibroblastos e fibrócitos bastante alongados, dos quais geralmente o
componente visível são seus núcleos. Estas células são as responsáveis pela
produção e manutenção das fibras colágenas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Um bom exemplo de tecido conjuntivo denso modelado é encontrado
nos tendões, estruturas que unem músculos esqueléticos a ossos, realizando,
portanto, a inserção dos músculos nos ossos.
As espessas fibras colágenas organizadas paralelamente são responsáveis pela
grande resistência dos tendões a trações, comparável à de aço.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Outro exemplo são órgãos que são revestidos por uma cápsula que mantem
seus componente unidos e protegidos de pressões mecânicas. Por exemplo, as
glândulas salivares, fígado, baço e linfonodos.
Porém nestes casos as fibras colágenas não são espessas e organizadas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Denso Não-
Modelado
Possui muita matriz extracelular que é composta principalmente de fibras
colágenas de diferentes espessuras e desordenadas. As células residentes são as
mesmas encontradas no tecido conjuntivo frouxo, com grande predomínio de
fibroblastos e fibrócitos.
É um tecido muito encontrado no organismo. Devido à orientação diversa de
suas fibras colágenas este tecido costuma estar presente em locais sujeitos a
pressões mecânicas e trações originadas de várias direções.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
A presença dos dois tipos permite que a camada epitelial sofra compressão e
mobilidade quando o órgão está cheio de urina. Por outro lado, na mesma
condição o tecido conjuntivo denso logo abaixo resiste a pressões mecânicas
provocadas pela urina na bexiga cheia.
Corte de bexiga: Abaixo do
epitélio de transição da bexiga
há uma camada de tecido
conjuntivo frouxo que se
continua com um tecido
conjuntivo denso.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Conjuntivo de Propriedade Especiais
Tecido Mucoso
É um tecido conjuntivo onde predomina amplamente hialuronato sobre as
outras moléculas da matriz.
Um componente importante da matriz extracelular fundamental é a molécula
hialuronato, antigamente denominado ácido hialurônico. Esta molécula garante
muitas das propriedades do tecido conjuntivo, entre as quais a retenção de
grande quantidade de água neste tecido e que é importante para a difusão de
outras moléculas pelo tecido conjuntivo.
O tecido mucoso é encontrado no cordão umbilical e na polpa dental.
Também é conhecido por Geleia de Wharton.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Cordão umbilical a termo que mostra uma grande quantidade de espaços e
regiões muito pouco coradas. O hialuronato é de difícil preservação nos
fragmentos destinados à preparação de cortes e não se cora bem pelos corantes
usuais.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Elástico
É encontrado no ligamento suspensor do pênis, em um dos tipos de ligamentos
intervertebrais e em alguns dos ligamentos das cartilagens da laringe. Alguns
autores classificam de tecido elástico a parede de artérias de grande calibre,
ricas em lâminas de material elástico, como ocorre na aorta. É composto de
grande quantidade de material elástico, principalmente sob a forma de fibras
elásticas entremeadas por fibras colágenas. O material elástico confere a estas
estruturas uma cor amarelada.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Reticular
É rico em fibras reticulares que formam uma rede tridimensional a qual
suporta células livres em suas malhas. É encontrado nos órgãos linfoides e
hematopoiéticos (isto é produtores de células sanguíneas) e será visto com
detalhes em outros módulos.
Na medula óssea vermelha, esse tecido recebe o nome de tecido mieloide, rico
em células precursoras de todos os elementos do sangue: hemácias (glóbulos
vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Nos órgãos linfáticos,
recebe o nome de tecido linfoide, rico em linfócitos em diferentes fases de
maturação, em macrófagos e plasmócitos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Fibras Reticulares
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido Adiposo
É constituído de células denominadas adipócitos, separadas entre si por
pequena quantidade de matriz extracelular. Esta é constituída em grande parte
por uma rede de delgadas fibras reticulares formadas principalmente por
colágeno tipo III e pouco observáveis ao microscópio de luz com colorações
rotineiras. Os adipócitos se caracterizam por acumular lipídios em seu
citoplasma, sob forma de pequenas gotas suspensas no citosol. Estas gotas não
são revestidas por membranas e são, portanto, consideradas inclusões. Estes
lipídios são em sua maior parte triglicerídios, também chamados gorduras
neutras, formados por moléculas de glicerol unidas por ligações éster a cadeias
de ácidos graxos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
O número e tamanho das gotas de lipídios nos adipócitos pode variar
consideravelmente. Quando os adipócitos se desenvolvem acumulam lipídios e
há numerosas pequenas gotas deste material no citoplasma.
Tecido adiposo unilocular: estas gotas acabam se fundindo em uma grande
gota que ocupa a maior parte do adipócito, deslocando o restante do
citoplasma e o núcleo para a periferia da célula;
Tecido adiposo multilocular: os adipócitos mantêm muitas pequenas gotas de
lipídios no citoplasma e o núcleo ocupa diferentes posições na célula, seja no
centro ou na periferia.
*Os tecidos adiposos uni e multilocular têm grandes diferenças funcionais,
além da diferente distribuição e tamanho das gotas de lipídios.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Tecido unilocular: predomina muito em quantidade sobre o multilocular.
Constitui o que se chama habitualmente de "gordura". Macroscopicamente sua
cor é frequentemente amarela devido a pigmentos e vitaminas dissolvidas nos
lipídeos  gordura amarela. É o principal reservatório de lipídios para serem
usados como fonte de energia.
É encontrado espalhado em quase todo o organismo e, além disso, concentra-
se em algumas partes onde forma coxins de apoio, na cavidade abdominal, nas
camadas profundas da pele e na parte posterior dos globos oculares. Também
serve para preenchimento de locais entre órgãos e sustentação de órgãos.
~ 20-25% peso corporal ♀ ~ 15-20 peso corporal ♂
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Coloração de Gram
Os adipócitos do tecido adiposo unilocular contém uma grande gota de
gordura. Como esta gordura é dissolvida durante a confecção de preparados
histológicos rotineiros, observa-se um espaço vazio no local onde estava
depositada a gordura.
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Coloração de Gram
Tecido multilocular: encontrado quase que somente em recém nascidos e
regularmente em espécies animais que hibernam. Sua localização é geralmente
na região das cinturas pélvica e escapular. Sua função conhecida é "reanimar"
animais que estejam no fim da fase de hibernação, por meio do aquecimento
do sangue que passa pelos numerosos capilares existentes neste tecido. Ao fim
da hibernação os adipócitos deste subtipo de tecido adiposo recebem
sinalização para metabolizar os lipídios e liberar energia térmica que é
transmitida para o sangue, assim lentamente elevando a temperatura do resto
do corpo. A coloração é mais escura  gordura marrom ou parda.
As mitocôndrias das células deste tecido transformam a maior parte da energia
dos lipídios em energia térmica, diferente do que acontece na maioria das
outras células, inclusive nas células do tecido adiposo unilocular.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
O tecido unilocular é facilmente diagnosticável: células com uma faixa delgada
de citoplasma, uma grande cavidade central "vazia" e núcleos periféricos. Por
vezes, os núcleos ocupam diferentes locais da células. Apresenta muitas
vesículas de perfil circular que são as gotas de gordura.
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Coloração de Gram
Tecido Cartilaginoso
É um tipo de tecido conjuntivo constituído por células
denominadas condrócitos e por grande quantidade de matriz extracelular
que tem consistência mais rígida que a do tecido conjuntivo propriamente
dito. Devido a isto os condrócitos se alojam em pequenas cavidades da matriz
denominadas lacunas. Há três tipos de tecido cartilaginoso:
Cartilagem hialina: é o tipo mais comum de cartilagem no organismo e possui
fibrilas de colágeno tipo II em sua matriz extracelular;
Cartilagem elástica: além de fibrilas colágenas e muito material elástico;
Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem: possui espessas fibras de colágeno tipo
I, entre as quais se localizam fileiras de células cartilaginosas.
Localização: existe no corpo sob forma de peças cartilaginosas de tamanhos
muito variados. Não é irrigado por vasos sanguíneos e é uma das razões pelas
quais as peças cartilaginosas tendem a ser pequenas em comprimento e quase
sempre são delgadas. Desta maneira, são pequenas as distâncias que os
nutrientes, metabólitos e gases devem percorrer para se difundir no interior da
matriz cartilaginosa a partir dos vasos sanguíneos localizados no tecido
conjuntivo propriamente dito que envolve a cartilagem, para atingirem os
condrócitos que estão no interior da cartilagem.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
1- superfícies articulares
2- zonas de crescimento longitudinal de
ossos longos
3- orelha
4- nariz
5- epiglote
6- laringe
7- traqueia
8- brônquios extrapulmonares e
intrapulmonares
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Funções do tecido cartilaginoso:
Oferecer apoio e manutenção da forma de vários componentes do corpo;
Revestir superfícies articulares, como a superfície das peças cartilaginosas é
muito lisa ela interage com outra superfície cartilaginosa quase sem atrito,
também há quase sempre líquido que contribui para o deslizamento adequado
entre as superfícies cartilaginosas;
Durante a vida fetal uma grande parte do sistema esquelético é formada por
tecido cartilaginoso. As peças cartilaginosas tem a forma dos futuros ossos e
servem de molde para o desenvolvimento do tecido ósseo e de grande parte do
sistema esquelético definitivo.
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Coloração de Gram
Grande quantidade de células e matriz extracelular;
Coloração azulada da matriz em cortes corados por hematoxilina e eosina.
Cartilagem da traqueia Cartilagem de brônquio
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Componentes do Tecido Cartilaginoso:
Condrócitos: células residentes, esféricas ou poliédricas;
Se localizam em pequenas cavidades na matriz, denominadas lacunas ou
condroplastos.
A retração que ocorre durante o processo de obtenção e fixação dos tecidos e
durante a preparação de blocos de parafina é diferente na matriz extracelular e
nos condrócitos. Os condrócitos geralmente sofrem mais retração que a matriz.
Por isto, quando se observam cortes histológicos, parece que eles não ocupam
todo o espaço da sua lacuna. Quando vivos, no entanto, eles ocupam todo o
espaço da lacuna.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Devido à retração dos condrócitos observam-se muitas porções das lacunas que
aparecem vazias, não ocupadas por condrócitos, ressaltadas em cor
turquesa. Matriz extracelular entre os condrócitos: é homogênea, sem fibras
visíveis e basófila, de cor azul ou arroxeada, conforme a região da matriz.
Citoplasma e o núcleo de
alguns condrócitos são
ressaltados respectivamente
em vermelho e azul.
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Coloração de Gram
Grupos Isógenos: há duas maneiras de crescimento das peças cartilaginosas:
Crescimento por aposição: ocorre por diferenciação de células situadas na
superfície das peças cartilaginosas que têm potencialidade para se desenvolver
em condrócitos, que são novamente adicionados à superfície da cartilagem
Estas células, chamadas condroblastos, se comportam como células-tronco de
cartilagem;
Crescimento intersticial: as células resultantes de uma divisão tendem a
permanecer próximas entre si, pois devido à consistência semirrígida da matriz
elas tendem a ficar próximas de seu local de origem, formando pequenos
grupos de células denominados grupos isógenos que provavelmente são
resultantes da divisão de uma única célula e, portanto, são pequenos clones de
condrócitos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Em destaque os grupos isógenos. Não há como saber quantas células foram um
grupo isógeno pois há mais condrócitos na frente e atrás de cada corte
histológico.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Matriz Extracelular e Cartilagem Hialina: é produzida e mantida pelos
condrócitos.
Na cartilagem do tipo hialino e na cartilagem do tipo elástico o colágeno é
constituído principalmente por moléculas de colágeno do tipo II. Estas
moléculas formam fibrilas muito delgadas, mas não chegam a constituir fibras
e por isto são dificilmente visíveis por microscopia de luz.
Frequentemente há um acúmulo de matriz em torno de condrócitos isolados ou
em torno de grupos isógenos. Possivelmente se trata de matriz recentemente
secretada que se acumula em torno das células  Matriz territorial, já a
matriz mais afastada das células é chamada de Matriz Interterritorial
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Na cartilagem hialina a matriz é bastante homogênea e se cora em azul/roxo
pela hematoxilina. Na matriz fundamental existem muitos radicais ácidos,
portanto na coloração por H&E a matriz tem cor azulada.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Pericôndrio: Constituído por células e fibras é o revestimento de quase todas as
peças cartilaginosas, exceto em superfície de cartilagens articulares e
cartilagem fibrosa.
Além de proporcionar o crescimento aposicional da cartilagem fornecendo
novos condrócitos, o pericôndrio tem outra função importante: ao contrário do
interior da cartilagem, que é avascular, o pericôndrio é irrigado por vasos
sanguíneos. Estes vasos fornecem O2, nutrientes e outras moléculas que podem
difundir em direção aos condrócitos através da matriz, assim como recolher
CO2 e metabólitos provenientes do interior da peça cartilaginosa.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
1
2
3
4
Limites aproximados do
pericôndrio de uma
cartilagem hialina.
1. Fibroblastos e fibras colágenas;
2. Células Alongadas cercadas por
matriz cartilaginosa;
3. Células Alongadas cercadas por
matriz cartilaginosa com cápsulas;
4. Condrócito maduro, indicado na
ponta da seta.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Cartilagem Elástica: é a presença em sua matriz de material elástico,
principalmente sob a forma de fibras elásticas, além de quantidades variáveis
de colágeno. Esta peculiaridade fornece às peças de cartilagem elástica uma
elasticidade maior que a encontrada em peças de cartilagem hialina. É
encontrada, por exemplo, na laringe, epiglote, orelha.
Para diferenciar cartilagem hialina de elástica, a melhor maneira é observar
suas fibras elásticas coradas por corantes especiais. Na cartilagem hialina a
matriz é bastante homogênea enquanto que na elástica a matriz tem uma
composição menos homogênea. Na cartilagem hialina os grupos isógenos
costumam ser bem mais definidos que na cartilagem elástica e a distribuição
das células é mais regular que na elástica
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Grande quantidade de fibras elásticas na matriz extracelular, além de
condrócitos destacados em laranja;
As fibra elásticas não são coradas por hematoxilina e eosina, é necessário usar
corantes: Verhoeff ou Weigert para melhor diferenciação com as hialinas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Cartilagem Fibrosa: também chamada de fibrocartilagem, é formada por
condrócitos dispostos em fila (Lacunas) entre fibras colágenas bastante
espessas. Pode-se imaginar muito bem que este tipo de cartilagem, reunindo
fibras colágenas e componentes da matriz extracelular cartilaginosa, tenha uma
grande capacidade de resistência à pressão mecânica, torção e tensão. É,
portanto, uma estrutura bastante forte, o que explica a sua localização em locais
muito sujeitos a forças físicas: discos intervertebrais, sínfise pubiana, inserção
de tendões em ossos, na articulação têmporo-mandibular e na articulação
coxofemoral.
Este tipo de cartilagem, pela sua construção e composição, poderia ser
considerado como um híbrido entre tecido cartilaginoso e o TCPD modelado
encontrado nos tendões, porém a cartilagem é formada por condrócitos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Disco intervertebral: células e fibras
colágenas, matriz extracelular não é
basófila, como nos demais tipos de
cartilagem, pois é formada
principalmente pela proteína colágeno.
Há condrócitos alinhados entre
espessas fibras colágenas acidófilas. É
possível observar muito bem que os
condrócitos se localizam em
pequenas lacunas.
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Coloração de Gram
Tecido Ósseo
O tecido ósseo possui células residentes maduras plenamente diferenciadas e
funcionantes e células imaturas, menos diferenciadas. As células imaturas,
quando solicitadas, podem entrar em atividade e sofrer diferenciação em
células ósseas maduras. Da mesma forma, as células maduras podem, em
diferentes momentos de sua vida, estar em maior ou menor atividade
funcional, fato que pode ser percebido pela sua morfologia. Além disso, há um
terceiro tipo de célula óssea, especializada em destruir e reabsorver tecido
ósseo. A matriz celular do tecido óssea é extremamente rígida, e suas células
habitam pequenas lacunas na matriz.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Este tecido é extraordinariamente dinâmico. Partes dos ossos estão o tempo
todo sendo reabsorvidas e ao mesmo tempo novas porções de osso são
adicionadas. Esta remodelação constante do osso decorre em resposta a vários
estímulos, tais como tensão e pressão mecânicas, fatores nutricionais e
endócrinos, fraturas. Além disso uma parte do cálcio existente nos ossos é
constantemente retirada e transportada para o sangue e vice-versa, para que a
concentração de cálcio no plasma e no organismo como um todo seja mantida
em níveis constantes. Para a manutenção dos níveis de cálcio entram em jogo
vários mecanismos entre os quais a absorção de cálcio no intestino, excreção de
cálcio nos rins, deposição e reabsorção óssea sob controle de vários hormônios.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Principais funções dos ossos:
Estrutural formando um eixo rígido dotado de flexibilidade (a coluna vertebral),
suporte para os membros superiores e inferiores e para a cabeça;
Movimento, como local de ancoragem e transferência de forças dos músculos
esqueléticos por meio de tendões e efetivação do movimento por meio de
articulações;
Proteção de órgãos internos como os da cabeça, tórax e abdômen;
Reserva de íons importantes para o organismo, principalmente cálcio e fosfato;
Locais de produção de sangue através do tecido hematopoiético alojado em
cavidades do osso (medula óssea hematogênica).
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Matriz celular: formada uma porção orgânica e outra mineralizada.
Características principais:
• Predomínio de colágeno do tipo I organizado em fibras, sendo pouco ou
altamente organizado; Também contem moléculas proteoglicanas e
glicoproteínas;
• A matriz óssea calcifica devido a exposição de cristais de hidroxiapatita
sobre as fibras colágenas da matriz;
• Impermeabilidade por ser mineralizada e como consequência há
necessidade de cada célula óssea ficar muito próxima a um vaso sanguíneo.
Por esta razão há sempre muitas cavidades no osso as quais contêm vasos
sanguíneos situados próximos das células.
Matriz Óssea
Componentes Orgânicos (35%):
Fibras colágenas tipo I (90%);
Proteoglicanas (condroitin sulfato, queratan sulfato) e ácido hialurônico;
Glicoproteínas: osteocalcina, osteopontina e osteonectina;
Sialoproteína óssea
Componentes Inorgânicos (65%):
Predominantemente: fosfato de cálcio - cristais da hidroxiapatita;
Íons: Mg, K, Na, carbonato e citrato.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
As fibras colágenas do tipo I são acidófilas e se coram bem pela eosina. Isto
significa que após coloração por hematoxilina e eosina a matriz óssea fica cor
de rosa ou alaranjada;
Presença de cavidades de tamanhos muito variados no tecido ósseo. O tecido
ósseo que delimita as cavidades tem a forma de pequenas agulhas
(chamadas espículas ósseas), ou pequenas traves ou placas, chamadas traves
ósseas ou trabéculas ósseas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Osso esponjoso
Canal medular
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Coloração de Gram
Populações de células do tecido ósseo
Células Osteoprogenitoras:
Mesênquima;
Periósteo e endósteo;
Capacidade de reativação;
Fusiformes, núcleo alongado, ↓Citoplasma:
RER ↓ ; Golgi ↓; Ribossomos livres ↑
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Osteócitos: situados no interior e envolvidos por matriz óssea ocupando
pequenos espaços (lacunas). São considerados como células adultas, secretam
pouca matriz e tem a função de manter a matriz nos níveis adequados de
mineralização;
Osteoblastos: células pequenas situadas na superfície do osso, podem ser de
forma cúbica ou arredondados (achatados). Produzem a matriz óssea que se
deposita em torno da própria célula, após serem totalmente envolvidas pela
matriz passam a ser osteócitos;
Osteoclastos: células muito grandes e com muitos núcleos. Se situa na
superfície do osso e tem a função de destruir a matriz óssea e promover sua
reabsorção.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
1
2
3
1 – Matriz óssea
2 – Osteócito
3 – Osteoblastos
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Coloração de Gram
Fator Efeito sobre a
reabsorção óssea
Efeito sobre a
formação óssea
PTH Aumenta Diminui
vitamina D Aumenta Aumenta
Calcitonina Diminui Aumenta
Glicocorticóides Aumentam Diminuem
Regulação da Remodelação Óssea
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Coloração de Gram
Tipos de Ossos
Macroscopicamente
* Curtos
* Longos
* Chatos
* Compacto
* Esponjoso
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Periósteo
Camada Interna Celular: osteoblastos em contato com o osso; durante o
crescimento: camada osteogênica e na fase adulta apresenta células inativas do
TC com potencial osteogênico;
Camada Externa Fibrosa: ↑ vasos sanguíneos e fibras colágenas I (fibras de
Sharpey);
Endósteo
Células pavimentosas (osteobastos e osteogênicas);
Reveste as paredes do osso esponjoso;
Estende-se para todas as cavidades ósseas.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Microscopicamente:
Osso Lamelar ou Secundário: forma lamelas, típico do osso compacto ou
maduro;
Osso Trabecular ou Primário: osso em desenvolvimento.
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Coloração de Gram
Tecido Sanguíneo
Muitos autores consideram o sangue como uma variedade de tecido conjuntivo
em que o material intercelular é substituído por um líquido de composição
bastante específica.
Funções: transporte de oxigênio e gás carbônico; transporte e distribuição de
nutriente, hormônios e metabólitos; mensageiro
químico; regulador na distribuição de calor, equilíbrio
de pH e equilíbrio osmótico dos tecidos
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Coloração de Gram
Células do sangue
Glóbulos vermelhos ou hemácias, eritrócitos: estruturas anucleadas que
contém grande quantidade de hemoglobina no seu interior;
Glóbulos brancos ou leucócitos: grupo constituído por vários tipos celulares.
Conforme suas características do núcleo e citoplasma são subdivididos em:
Granulócitos ou polimorfonucleares: neutrófilos; eosinófilos; basófilos;
Agranulócitos ou mononucleares: linfócitos; monócitos
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Coloração de Gram
Hemocitopoese ou Hemopoese
É o processo de formação de células do sangue a partir de células tronco
indiferenciadas comprometidas com a formação de células sanguíneas.
Cada tipo de célula do sangue tem a sua linhagem própria de diferenciação: há
uma linhagem eritrocítica, uma linhagem granulocítica, uma monocítica e uma
linfocítica. Em cada uma destas linhagens as respectivas células-tronco sofrem
mitoses e gradativamente se diferenciam em células adultas.
Além disto há o processo de produção das plaquetas as quais se originam a
partir de fragmentos do citoplasma que se soltam de células
denominadas megacariócitos.
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Coloração de Gram
Eritropoese
Os proeritroblastos diminuem bastante de tamanho, a cromatina dos núcleos se
torna cada vez mais densa (escura e granulosa), o citoplasma basófilo pois há
um aumento da quantidade de RNA. Conforme estas células se diferenciam
elas iniciam a síntese de hemoglobina, e o citoplasma passa a se corar por uma
mistura de corantes basófilos e acidófilos por causa da coexistência de RNA e
hemoglobina. Com a perda gradual do RNA citoplasmático as células atingem
a cor de uma hemácia e por último expulsam o núcleo e originam a hemácia de
fato.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
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Coloração de Gram
Granulocitopoese
A célula tronco da linhagem granulocítica é uma célula grande, com núcleo
volumoso de cromatina frouxa e citoplasma basófilo, porém menos que o
citoplasma do proeritroblasto. Esta célula é denominada mieloblasto. Depois a
célula diminui de tamanho, a cromatina do núcleo se torna mais densa e há o
progressivo acúmulo de grânulos específicos. Os mieloblastos originam
os promielócitos, diferentes para cada sublinhagem: promielocito neutrófilo,
eosinófilo e basófilo. Nos mielócitos os núcleos apresentam uma chanfradura.
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Coloração de Gram
Na fase seguinte, de metamielócito, as células são bastante menores, de
tamanho aproximado ao de uma hemácia ou de um neutrófilo. As células da
fase seguinte já são encontradas em pequena quantidade no sangue circulante:
células com núcleo em bastão ou bastonetes. Os bastonetes neutrófilos
existem em pequena porcentagem no sangue normal, o que não ocorre com os
bastonetes eosinófilos. A última fase é aquela que corresponde às células
normalmente encontradas no sangue circulante: neutrófilo segmentado,
eosinófilo segmentado e basófilo segmentado.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
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Coloração de Gram
TECIDO MUSCULAR
Nomenclatura especial:
Sarcolema: membrana plasmática
Sarcoplasma: citosol (exceto as miofibrilas)
Retículo Sarcoplasmático: REL
Sarcossomas: mitocôndrias
É um tecido dos animais caracterizado pela sua contratilidade, ou seja, pela
capacidade de se contrair segundo alguns estímulos claros e utilizando
o ATP (molécula orgânica responsável pelo armazenamento de energia nas
suas ligações químicas); e pela sua excitabilidade, ou seja, capacidade de
responder a um estímulo nervoso.
Funções:
Produção dos movimentos corporais: andar....correr;
Estabilização das posições corporais: as contrações dos músculos esqueléticos
estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições;
Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas dos
músculos lisos pode impedir a saída do conteúdo de órgão oco;
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Movimento de substâncias dentro do corpo: as contrações do músculos lisos
também podem mover alimentos, urina, e gametas do sistema reprodutivo. Os
músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o
coração;
Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e
grande parte deste calor liberado pelo musculo é usado na manutenção da
temperatura corporal.
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Coloração de Gram
Células musculares:
Alongadas e chamadas de fibras musculares. Todas as fibras musculares tem
em comum: Presença de grande quantidade de proteínas contráteis,
representadas principalmente por miosina e actina. A maneira como estas
proteínas se organizam nas células musculares varia nos diferentes tipos de
tecido muscular;
Capacidade de gerar movimento ou tensão em consequência da contração. Se
as células se contraem sem que seja permitido um encurtamento, elas geram
tensão (tônus).
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Coloração de Gram
Tecido muscular estriado esquelético
40% do peso corporal;
Associados ao esqueleto;
Propriedade contrátil;
Contração rápida;
Metabolismo aeróbico/anaeróbico;
Diferenças no tamanho do músculo: idade, sexo, estado de nutrição,
treinamento físico.
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Coloração de Gram
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Tecido muscular estriado cardíaco
Involuntário;
Coração e porção inicial das Veias Pulmonares;
Estriações transversais;
Contração rápida;
Metabolismo aeróbico;
Fibras musculares longas, ramificadas e anastomosadas;
Tem 15 μm diâmetro x 80 μm comprimento
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Coloração de Gram
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Tecido muscular liso
Involuntário;
Paredes das vísceras ocas, derme, ductos, vias respiratórias;
Sem estriações, sem sarcômeros;
Contração lenta;
30 μm diâmetro x 20 – 500 μm de comprimento;
> Fonte de cálcio é extracelular (Cavéolos)
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TECIDO NERVOSO
A principal característica do tecido nervoso é a presença de células
denominadas neurônios. Os neurônios são células com prolongamentos e que
têm a capacidade de serem estimuladas por substâncias químicas ou estímulos
elétricos geralmente originados em outras células e, por sua vez, gerar um
potencial de ação ("impulso nervoso") que é transmitido ao longo da membrana
plasmática que recobre seus prolongamentos.
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Coloração de Gram
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Células do Sistema Nervoso
Neurônios: são constituídos por um corpo celular, também chamado pericárdio
e por prolongamentos. No corpo celular se situa o núcleo e uma grande porção
de citoplasma que o envolve. Há dois tipos de prolongamentos nos neurônios,
os dendritos que são curtos e bastante ramificados e sua espessura diminui a
medida que se afasta do corpo celular, já os axônios, são geralmente únicos e
tem espessura constante, somente se ramifica na sua extremidade onde
estabelece sinapses;
Células da neuroglia: também chamadas de células da glia, exercem funções
importantes no tecido nervoso, tais como suporte e nutrição dos neurônios,
isolamento, fagocitose e reparação do tecido nervoso.
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Fibras nervosas: Axônio + célula de revestimento
Os axônios são sempre envolvidos por outras células, como geralmente são
compridos há sempre necessidade de muitas células para revestir sua extensão.
Sistema Nervoso Central (SNC): revestimento é feito pela célula da neuroglia
 oligodendrócito;
Sistema Nervoso Periférico (SNP): exercem esta função as células de
Schwann.
Estas células podem produzir um material composto de várias moléculas de
lipídeos complexos, denominado mielina. As fibras nervosas cujas células de
revestimento contêm mielina são chamadas fibras nervosas
mielínicas ou mielinizadas, ao contrário das fibras nervosas não-
mielinizadas ou amielínicas cujas células de revestimento não contêm mielina.
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Localização do sistema nervoso
Sistema Nervoso Central: formado por duas porções contínuas, uma situada no
interior da caixa craniana, o encéfalo, e a outra constituindo a medula
espinhal. No sistema nervoso central há corpos celulares e prolongamentos de
neurônios além de muitas células da neuróglia. Os neurônios do cérebro estão
concentrados no córtex e em agrupamentos de tamanhos variados
denominados núcleos. Seus órgãos são revestidos por meninges;
Sistema Nervoso Periférico: é distribuído pelo corpo sob forma de:
nervos, que são formados por fibras nervosas e gânglios nervosos que são
acúmulos de corpos celulares de neurônios situados fora do sistema nervoso
central.
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Organização do Sistema Nervoso Central
No sistema nervoso central o tecido nervoso está organizado de tal maneira que
os corpos celulares dos neurônios ficam agrupados em várias regiões, estas
regiões constituindo a substância cinzenta do sistema nervoso central.
Os prolongamentos dos neurônios (principalmente seus axônios) também se
organizam constituindo regiões denominadas de substância branca. Na
substância branca os axônios formam feixes de diferentes calibres.
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Substância Cinzenta: regiões com alta concentração de corpos celulares de
neurônios, e são denominadas desta maneira pois quando realizado o corte
histológico estas regiões apresentam cor acinzentada. É o local de recepção e
integração de informações e respostas. Esta localizada na periferia do cérebro
logo abaixo do córtex cerebral e em núcleos no interior do cérebro;
Substância Branca: regiões com grande quantidade de prolongamentos de
neurônios, principalmente axônios. Em órgãos frescos esta região tem cor
esbranquiçada devido a grande quantidade de mielina, e em conjunto formam
então a substância branca. Constitui as vias de comunicação entre o SNC e os
locais externos do SNC. Ocupa o interior do cérebro abaixo do córtex em torno
dos núcleos.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Substância cinzenta revela núcleos grandes, esféricos, com muita cromatina
frouxa, com nucléolos evidentes. O citoplasma das células não está muito
evidente, porém a característica destes núcleos associados ao material cor de
rosa contendo pequenos núcleos assim como trechos de espessos axônios
indica que se trata de substância cinzenta do cérebro.
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Camada molecular
Camada células de Purkinje
Camada Granular
Substância Branca
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Coloração de Gram
A medula espinal ou espinhal é uma porção alongada do sistema nervoso
central que se continua com o tronco cerebral. Inicia-se na altura na primeira
vértebra cervical e termina na altura das primeiras vértebras lombares.
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Coloração de Gram
Tipos de neurônios
Unipolares: possuem um corpo celular e um axônio. Não são muito frequentes e
constituem, por exemplo, as células sensoriais da retina e mucosa olfatória.
Bipolares: possuem um dendrito, um corpo celular e um axônio. São frequentes
nas estruturas sensoriais (retina, mucosa olfatória).
Pseudounipolares: possuem um corpo celular e somente um prolongamento, que
se comporta como dendrito em uma de suas porções e como axônio na outra
porção. Um exemplo típico deste tipo é representado pelos neurônios sensitivos
dos gânglios sensitivos da medula espinal, responsáveis pela condução de
impulsos nervosos de teto, pressão, calor frio etc.
Multipolares: possuem um corpo celular, vários dendritos e um axônio.
Constituem a maioria dos neurônios do tecido nervoso.
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Coloração de Gram
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Coloração de Gram
Neuróglia
Uma grande população de células do tecido nervoso é constituída pelas células
da neuróglia ou simplesmente células da glia. Estas células não têm as
propriedades dos neurônios: não são estimuladas por estímulos elétricos ou
químicos e não transmitem estímulos ao longo de seus prolongamentos.
As células da glia exercem importantes funções na nutrição e tropismo dos
neurônios, sustentação do tecido nervoso e uma população especial de células
da glia age como macrófagos dentro do tecido nervoso.
As células da neuróglia estão presentes no sistema nervoso central. No sistema
nervoso periférico há células equivalentes, que alguns autores incluem na
classificação de células da neuróglia e outros consideram como uma categoria
separada.
Há várias populações de células da neuróglia no sistema nervoso central:
Astróglia: é constituída por células denominadas astrócitos. São encarregados
de sustentação e nutrição dos neurônios. Há dois tipos principais,
chamados astrócitos protoplasmáticos: substância cinzenta e astrócitos
fibrosos: substância branca;
Oligodendróglia: suas células, são os oligodendrócitos presentes na substância
cinzenta e em muito maior quantidade na substância branca do sistema
nervoso central. Sua função principal é envolver os axônios dos neurônios de
maneira a isolá-los do microambiente do tecido nervoso;
Micróglia: é constituída por células que agem como macrófagos, participando,
portanto, da defesa do tecido nervoso.
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Astróglia
Astrócitos Protoplasmáticos: são células com muitos prolongamentos
ramificados e que ocupam um grande volume do espaço extracelular.
Frequentemente há um precipitado exagerado de metais sobre a superfície de
algumas destas células, que em consequência aparecem como borrões, sem
permitir a visualização dos prolongamentos. Podem ser distinguidos em cortes
após tratamentos especiais que resultam na precipitação de metais sobre sua
superfície. A coloração amarelada do corte é consequência da presença destes
metais
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Corte de substância cinzenta do cérebro
1- Astrócitos protoplasmáticos
2 - Neurônios
1
1
1
2
2
2
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Coloração de Gram
Astrócitos Fibrosos: têm quantidade muito menor de prolongamentos que os
astrócitos protoplasmáticos. Seus prolongamentos são longos e ramificados.
Os astrócitos fibrosos são encontrados com maior frequência na substância
branca do sistema nervoso central enquanto que os astrócitos protoplasmáticos
são mais frequentes na substância cinzenta.
Corpo celular
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OLIGODENDRÓGLIA
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MICRÓGLIA
Organização do Sistema Nervoso Periférico (SNP)
Células de Schwann: Cada célula de Schwann envolve um pequeno trecho de
um axônio de modo que cada axônio é envolvido por uma longa fileira de
células de Schwann. Há um pequeno espaço entre uma célula de Schwann e a
seguinte. Este pequeno espaço, de grande significado fisiológico, se
denomina nó de Ranvier.
Nervos: são revestidos por tecido conjuntivo e existe tecido conjuntivo no
interior dos nervos.
Gânglios nervosos: são acúmulos de corpos celulares de neurônios situados fora
do sistema nervoso central.
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Coloração de Gram
Todas ou quase todas fibras que aparecem na imagem são fibras mielínicas.
No interior de quase todas as fibras é possível observar um pequeno círculo
bastante corado: é o axônio seccionado transversalmente. O axônio deveria
estar no centro da bainha de mielina, porém se deslocou durante a preparação
da lâmina.
Célula de Schwann
Bainha de
Mielina
Axônio
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Gânglio nervoso com uma grande quantidade de corpos celulares de neurônios.
São células grandes e mesmo com um aumento pequeno é possível observar
vários de seus núcleos.
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Corpos celulares de neurônios, vários núcleos grandes de cromatina frouxa e
nucléolos volumosos. Uma característica importante dos neurônios
ganglionares é a presença em sua volta de pequenas células que recobrem os
neurônios. São denominadas células satélites de neurônios ou células
satélites gliais.
Células satélites
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Coloração de Gram
Técnicas de Coloração de
Gram
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Coloração de Gram
Coloração de Gram
A coloração de Gram é uma técnica utilizada para a diferenciação de
microrganismos através de cores quando observadas em microscópio óptico. A
técnica recebeu este nome em homenagem a Cristian Joaquim Gram, que
observou que as bactérias após serem tratadas com os mesmos corantes
adquiriam cores diferenciadas.
Determinou-se então que as bactérias que ficavam roxas são Gram-positivas e
as que ficavam vermelhas Gram-negativas.
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Coloração de Gram
Principio de funcionamento:
O mecanismo da coloração de Gram se refere à composição da parede celular,
sendo que as Gram-positivas possuem uma espessa camada de peptideoglicano
e ácido teicóico, e as Gram-negativas, uma fina camada de peptideoglicano,
sobre a qual se encontra uma camada composta por lipoproteínas,
fosfolipídeos, proteínas e lipopolissacarídeos. Durante o processo de coloração,
o tratamento com álcool-acetona extrai os lipídeos, daí resultando uma
porosidade ou permeabilidade aumentada da parede celular das bactérias
Gram-negativas. Assim, o complexo cristal violeta-iodo (CVI) pode ser
retirado e as bactérias Gram-negativas são descoradas.
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A parede celular das bactérias gram-positivas, em virtude de sua composição
diferente, torna-se desidratada durante o tratamento com álcool-acetona, a
porosidade diminui, a permeabilidade é reduzida e o complexo CVI não pode
ser extraído.
Outra explicação baseia-se também em diferenças de permeabilidade entre os
dois grupos de bactérias. Nas Gram-positivas, o complexo CVI é retido na
parede após tratamento pelo álcool-acetona, o que causa, provavelmente, uma
diminuição do diâmetro dos poros da camada de glicopeptídeo ou
peptideoglicano da parede celular. A parede das bactérias Gram-negativas
permanece com porosidade suficientemente grande, mesmo depois do
tratamento com álcool acetona, possibilitando a extração do complexo CV-l.
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Coloração de Gram
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Procedimento:
1. Cubra o esfregaço com violeta genciana ou cristal violeta e deixe por 1
minutos;
2. Escorra o corante e lave em um filete de água corrente;
3. Cubra a lâmina com lugol e deixe agir por aproximadamente 1 minuto;
4. Escorra o lugol e lave em um filete de água corrente;
5. Adicione álcool-acetona sobre a lâmina; descorando-a, até que não
desprenda mais corante;
6. Lave em um filete de água corrente;
7. Cubra com fucsina ou safranina por 20 segundos;
8. Lavar com água destilada, secar no ambiente ou com papel filtro.
*Utilizar a objetiva de 100x com óleo de imersão sobre a lâmina.
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Resultado:
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Patologia Geral
Estudo (logos) do sofrimento (patos) = Estudo das doenças
Estudo de alterações estruturais e funcionais em células, tecido e órgãos.
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Dentro da patologia estuda-se a etiologia (genética, infecciosa, ambiental ou
física) da doença, a patogênese (mecanismo pelos quais o agente etiológico
produz as manifestações da doença), as alterações morfológicas (estruturais) e
as consequências funcionais (significância clínica- sinais e sintomas, curso da
doença e prognóstico);
Doença: é um processo patológico definido com um conjunto de características
de sinais e sintomas, que pode afetar o corpo todo ou algumas de suas partes;
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Respostas Celulares: Adaptação, Lesão e Morte
A célula normal é capaz de dar conta das demandas fisiológicas, mantendo um
estado normal chamado de homeostasia. As adaptações são respostas
estruturais e funcionais reversíveis, a estresses fisiológicos mais excessivos e a
alguns estímulos patológicos, durante os quais estados constantes novos,
porém alterados, são alcançados, permitindo que a célula sobreviva e continue
a funcionar. A resposta adaptativa pode consistir no aumento ou
diminuição das células ou ainda alteração de fenótipo.
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Quando o estresse é eliminado, a célula pode retornar a seu estado original,
sem ter sofrido qualquer consequência danosa. Se os limites da resposta
adaptativa forem ultrapassados ou se as células forem expostas a agentes
lesivos ou estresse, privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem
comprometidas por mutações que afetam os constituintes celulares essenciais,
sobrevém uma sequência de eventos, chamada lesão celular. A lesão celular é
reversível até um certo ponto, mas se o estímulo persistir ou for intenso o
suficiente desde o início, a célula sofre lesão irreversível e, finalmente, morte
celular.
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Adaptações do Crescimento Celular e Diferenciação Celular
Atrofia ou hipotrofia: redução no volume ou na função de uma célula ou
órgão. É resultante da resposta adaptativa da célula ao estresse persistente, que
leva a redução de suas funções e das necessidades energéticas e consequente
diminuição do volume. O estresse pode ser causado por insuficiência vascular,
inflamação crônica ou desuso. Uma vez restaurada a normalidade as células
atróficas podem reassumir suas funções normais e retornar ao volume inicial.

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Atrofia por diminuição da carga de trabalho: aparelho gessado/tala que leva a
atrofia muscular. Menor estímulo circulatório resulta em menor nutrição
celular;
Perda da inervação: na poliomielite e neuropatia diabética e vasculopatia
diabética;
Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia): redução do cérebro
(aterosclerose carótida), redução do rim (aterosclerose das artérias renais);
Nutrição inadequada: menor oferta alimentar-inanição. Primeiro no tecido
gorduroso, depois músculos, tecido linfoide, pele, glândulas, ossos, pulmões,
coração e cérebro; ou caquexia (emagrecimento agudo em doenças graves ou
câncer);
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Perda da estimulação endócrina: hipofisária, que ocorre por destruição parcial
da hipófise ou atrofia dos órgãos alvo (tireoide, adrenais, ovários); OU
ovariana com a atrofia das mamas, útero e genitália externa;
Atrofia Senil: redução volumétrica orgânica do cérebro, ossos e mucosas;
Compressão: mecânica e vascular sobre um tecido ou órgão. Exemplo: atrofia
cerebral (hidrocefalia), cálculos na vesícula (atrofia da parede), fecaloma no
cólon (dilata e atrofia a parede) e em hidronefrose por cálculo ou estenose do
ureter.
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Hipertrofia: aumento dos constituintes celulares (volume celular) que
consequentemente leva ao aumento do órgão como um todo. Depende do
aporte de O2 e nutrientes do tecido. A adaptação do tecido à maior exigência
de trabalho, podendo ser:
Hipertrofia fisiológica: células musculares de atletas e trabalhadores braçais,
por aumento da exigência de trabalho, exemplo hipertrofia do músculo do
útero na gestação;
Hipertrofia patológica: Miocárdio: sobrecarga do coração; Musculatura
esquelética: braço do ferreiro, problemas de coluna vertebral; Musculatura lisa:
bexiga na obstrução da uretra; Células nervosas: plexos mioentéricos;
Hepatócitos: após o uso de barbitúricos.
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Cardiomiopatia hipertrófica
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Hiperplasia: aumento no número de células, em consequência do aumento do
número de divisões celulares com manutenção do seu padrão morfofuncional,
mas as células conservam o controle da divisão celular. Decorrente da
sobrecarga de trabalho, as vezes concomitante com hipertrofia. Ocorre
somente em órgãos com capacidade replicavativa. É REVERSÍVEL.
Hiperplasia fisiológica: útero na gestação, mamas na lactação; hiperplasia
compensadora na hepatectomia parcial;
Hiperplasia patológica: secundárias à hiperestimulação hormonal. Exemplos:
hiperfunção de hipófise, síndrome de Cushing, córtex adrenal, produção
excessiva de TSH, Tireoide, hipertireoidismo, excesso de estrógenos (mama e
endotélio). Também em inflamações, papilomas e pólipos.
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Hiperplasia nodular focal forma mista
(hiperplásica/adenomatosa
Hiperplasia linfoide folicular
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Hipoplasia: diminuição do volume de um órgão ou tecido devido a redução do
número de células. Como na embriogênese: defeito de formação, hipoplasia
pulmonar, renal OU diminuição no ritmo de renovação celular e aumento da
taxa de morte celular.
Hipoplasia fisiológica: involução do timo a partir da puberdade, involução das
gônadas no climatério, senilidade (junto a hipotrofia);
Hipoplasia Patológica: Medula óssea: anemia hipoplásicas (aplasia de
medula); redução dos órgãos linfoides na AIDS.
• Muitas vezes ocorre juntamente com a hipotrofia.
• Sinônimos: aplasia, agenesia
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Aplasia de medula
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Metaplasia: é a transformação total de um tipo de tecido para outro tipo de
tecido de mesma linhagem. Pode ser reversível quando cessado o estímulo que
a provocou.
Metaplasia do tipo epitelial: ocorre após irritação crônica, como transformação
do epitélio respiratório em pavimentoso estratificado por inalação de agentes
irritantes;
Metaplasia mesenquimal cartilaginosa: observada em cicatrizes, cápsula
sinovial e pseudo-artroses;
Hiperplasia mesenquimal óssea: é observada em qualquer tecido ósseo onde
haja depósito de cálcio ou sobre qualquer cartilagem.
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Metaplasia do epitélio colunar
(esquerda) para o epitélio
escamoso (direita).
Metaplasia intestinal no estômago.
Grande número de células caliciformes
(contendo vacúolos claros no
citoplasma) e células absortivas, com
borda em escova, que não existem na
mucosa gástrica normal.
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Displasia: é a organização anormal ou uma diferenciação desordenada de
células ou tecido presente eu um órgão, com crescimento exacerbado, levando
a perda de polaridade, uniformidade das células e da orientação arquitetônica.,
os núcleos ficam grande e hipercromático. Lesão na qual parte da espessura do
epitélio é substituída por células com graus variados de atipia. Considerada
uma lesão pré-neoplásica.
• É frequente em epitélio metaplásico, mas nem todo o epitélio metaplásico é
displásico.
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Colo uterino
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Neoplasia: multiplicação celular que ocorre constantemente. Indispensável
para repor células que morrem. Proliferação é descontrolada e ocorre perda da
diferenciação pela influência de agentes interno e externos as células (fatores
de crescimento locais e endócrinos). As células neoplásica sofrem alterações
que conseguem evitar a apoptose, tornado uma proliferação constitutiva.
A classificação é determinada pelo comportamento clínico (maligno ou
benigno), pelo aspecto microscópico ou pela origem da neoplasia.
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Neoplasia benigna: crescem de maneira localizada, circunscrita. Não são letais
nem causam transtornos ao hospedeiro, podem evoluir despercebidas por
muito tempo;
Neoplasia malignas: crescimento muito acelerado, infiltram tecidos vizinhos e
sofrem metástase, provocando perturbações homeostáticas graves que podem
levar a morte;
Tumor: qualquer lesão que tem como consequência aumento de volume,
inclusive uma inflamação localizada;
Câncer: normalmente este termo é utilizado para designar neoplasia maligna.
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Nomenclatura:
Nome da célula, tecido ou órgão + OMA
OMA= qualquer neoplasia, maligna ou benigna;
SARCOMA = neoplasia maligna de células de origem mesenquimal: osso,
cartilagem, gordura, musculo, vascular. Ocorre em 1% dos casos;
CARCINOMA = neoplasia maligna de tecidos de epitélio de revestimento:
linfoma (células sanguínea que maturam na medula linfoide), leucemia
(células sanguínea que maturam na circulação mieloide);
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Robbins e Cotran, 2010
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Neoplasia benignas: células não tão diferentes do tecido original que crescem
unidas entre si de maneira lenta e não infiltram em tecidos vizinhos;
Compressão do tecido adjacente forma cápsula fibrosa. Tem boa
vascularização, não criando regiões de necrose e hemorragias. Pode haver
migração somente em caso de lesão ou rompimento.
Consequências: Compressão de órgãos e vasos ou produção de excesso de
alguma substância.
Exemplos:
Tumores pancreáticos: Secretores de insulina (hipoglicemia fatal);
Gliomas: localizados em regiões profundas do encéfalo, tem difícil remoção
podendo causar compressão, necrose de regiões vitais e morte.
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Neoplasia Malignas: multiplicação fora do controle normal do organismo,
gerando tumores não tão diferenciados que tem ritmo rápido de crescimento.
As células malignas induzem angiogênese para garantir suprimento durante a
fase de rápido crescimento.
Grau 1
Bem
diferenciado
Grau 2
Moderadamente
diferenciado
Grau 3
Pouco
diferenciado
Grau 4
Não diferenciado
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Características e propriedades das células malignas
Adesividade: é reduzida, com irregularidades na membrana, diminuição de
estruturas juncionais, redução de moléculas de adesão e redução da adesão ao
interstício;
Função celular: perda da diferenciação pode estar associada a perda da função
parcial ou total. Ex: adenoma ou carcinoma da suprarrenal que continua com
função de produção de hormônios esteroides, porém se tornam insensíveis aos
mecanismos de controle, e como consequência níveis excessivos na circulação;
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Bioquímicas: captam mais aminoácidos, realizam mais glicólise (células
cancerosas consomem muita glicose e este consumo permite rastrear
localização), tem características de células embrionárias (proliferação e
metabolismo rápido);
Motilidade: devido a menor adesividade e modificação da estrutura, podem
infiltrar tecidos adjacentes, primeiro passo para disseminação, e podem
originar novas colônias tumorais.
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Propagação e disseminação de neoplasia
Metástase
Mudança de lugar. Formação de nova lesão tumoral a partir de uma primeira
sem continuidade entre as duas. Processo de metastização pode iniciar
precocemente, e as células podem continuar se diferenciando no foco
secundário e originar uma colônia com características diferentes. A migração
da metástase para o tecido hóspede não é aleatória, alguns tecido são mais
preparados para receber a metástase, e constituem o chamado nicho pré-
metastático  Teoria da Semente e do Terreno.
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Metástase Cerebral
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Processos:
1. Destacamento de células tumorais do tumor primitivo: células normais estão
aderidas umas as outras. A inibição das moléculas que fazem a adesão celular e
expressão daquelas que aumentam adesão a MEC e emissão de pseudópodes;
2. Deslocamento de células isoladas: é feito por movimentos ameboides
orientados por agentes quimiotáticos de origem na própria célula e no estroma;
2.1. Deslocamento em blocos: células migram em conjunto. Depende da
expressão de MMP e moléculas de adesão especificas. Moléculas TIMP
inibem expressão de MMP, e quanto mais TIMP menor a invasividade de
células tumorais. As células conseguem se deslocar entre as fibras do MEC
sem destruí-las;
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3. Invasão de vasos sanguíneos e linfáticos: a migração para os vasos se dá por
atração em quimiocinas produzidas em células endoteliais, principalmente em
capilares e vênulas de parede fina.
Os macrófagos associados as células tumorais auxiliam a penetração das
células nos vasos: secretam MMPs e fatores de crescimento;
4. Sobrevivência de células tumorais na circulação: na circulação as células
tumorais são destruídas pelo sistema complemento.
Células tumorais estimulam coagulação, formação da capa de fibrina e
plaquetas que protegem as células do ataque. 99% das células tumorais na
circulação morrem!
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5. Saída de células tumorais para os órgãos: deve ter moléculas de adesão que
permitam se ligar ao endotélio no local de extravasamento, depende também
de fatores quimiotáticos secretados no órgão de destino. Exemplo: carcinoma
colorretal  tecido hepático.
Células tumorais pouco diferenciadas migram para nichos (medula óssea) de
onde se alojam e depois migram para os tecidos definitivos;
6. Nicho pré-metastático: célula tumoral induz modificação a distância no
órgão alvo que antecede a saída das células na circulação. A formação deste
nicho indica local de instalação da metástase.
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Vias de disseminação das neoplasias:
Via Linfática: principal via de disseminação. Os linfonodos acometidos tem
volume aumentado, mas nem todo o volume significa metástase;
Via Sanguínea: as que penetram podem ir a qualquer parte do corpo, mas 99%
das células tumorais na circulação morrem, mas existem em grande numero na
fase de progressão do tumor.
Estágio 0
Carcinoma in situ
Remoção cirúrgica
Estágio 1
Localizado
Remoção cirúrgica
Estágio 2
Localizado
Avanço inicial
Estágio 3
Localizado
Avanço tardio
Estágio 4
Metastizado
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A. Tumor benigno de útero: bem diferenciado, contém feixes entrelaçados de
células musculares lisas neoplásicas que são virtualmente idênticas em
aparência às células do músculo liso normal do miométrio;
B. Tumor maligno do cólon: as glândulas cancerosas são irregulares em sua
forma e tamanho e não lembram as glândulas normais. Esse tumor é
considerado diferenciado, pois se observa formação de glândulas. As glândulas
malignas invadiram a camada muscular do cólon.
A. B.
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C. Tumor benigno da tireoide: folículos tireoidianos de aspecto normal (bem
diferenciados), preenchidos por coloide;
D. Carcinoma de células escamosas: células bem diferenciado da pele. As
células tumorais são notavelmente similares às células epiteliais escamosas
normais, com pontes intercelulares e ninhos de pérolas de queratina (seta).
C. D.
F.
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E. Tumor anaplásico do músculo esquelético (rabdomiossarcoma): marcante
pleomorfismo celular e nuclear, os núcleos hipercromáticos e as células
gigantes tumorais;
F. Tumor anaplásico: variação celular e nuclear de tamanho e de forma. A
célula proeminente no centro do campo possui um fuso tripolar anormal.
E.
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Visão Geral da Lesão e Morte Celulares
A lesão celular ocorre quando as células são estressadas de maneira tão
excessiva que não são mais capazes de se adaptar, quando são expostas a
agentes nocivos a sua natureza, ou ainda se prejudicadas por anomalias
intrínsecas. A lesão pode progredir para um estágio irreversível e culminar em
morte celular.
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Lesão celular reversível: ocorre nos estágios iniciais ou nas formas leves da
lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis quando
bloqueado o estímulo. Os principais marcos da lesão reversível são a redução
da fosforilação oxidativa, depleção do ATP, hiper-hidratação celular e várias
alterações nas organelas intracelulares.
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Morte celular: se o dano persiste a lesão torna-se irreversível, impedindo a
recuperação da célula. Existem dois tipos principais de morte celular a necrose
e a apoptose. Necrose é quando as enzimas extravasam para o citoplasma e
digerem a célula, escapando todo o conteúdo celular, e é sempre patológica.
Quando o DNA ou as proteínas celulares são lesados ocorre apoptose, onde a
célula sofre dissolução nuclear, é fragmentada mas sem perda da membrana
(suicídio da célula), que muitas vezes auxilia nas funções normais.
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Causas da lesão celular
Privação do oxigênio: a hipóxia é uma deficiência de oxigênio que causa lesão
celular por reduzir a respiração oxidativa aeróbica. É uma causa comum e
importante da lesão celular, pois interferem no fluxo sanguíneo, na oxigenação
do sangue e na redução da capacidade de transporte de oxigênio no sangue.
Exemplo: se uma artéria for estreitada, o tecido suprido por esse vaso pode
diminuir de tamanho (atrofia), mas uma hipóxia súbita e acentuada induz lesão
e morte celular;
Agentes físicos: traumatismos mecânicos, extremos de temperatura, alterações
bruscas da pressão atmosférica, radiação e choque elétrico;
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Agentes químicos e drogas: substâncias simples como glicose e sal em
concentrações hipertônicas podem lesar a célula diretamente ou causar um
desequilíbrio eletrolítico das células. Quantidades residuais de venenos podem
destruir células dentro de minutos a horas em números suficientes para causar
morte. Outras substâncias como poluentes no ambiente, inseticidas, herbicidas,
riscos ocupacionais (monóxido de carbono) e drogas sociais como álcool
também lesam a célula;
Agentes infecciosos: desde vírus até parasitas como a tênia.
Reações imunológicas: assim como exerce função de defesa o sistema imune
pode causar lesão celular, como as doenças autoimunes. As reações imunes a
muitos agentes externos são outra ação que pode resultar em lesão à célula.
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Defeitos genéticos: os defeitos genéticos geram lesão celular devido a
deficiência de proteínas funcionais como nos erros inatos do metabolismo ou
acumulação de DNA danificado que disparam a morte celular quando
irreparáveis. Estas variações genéticas influenciam também a suscetibilidade a
lesão por substâncias químicas e outros insultos ambientais;
Desequilíbrios nutricionais: principais causas de lesão celular. As deficiências
de proteínas, calorias e vitaminas geram um numero espantoso de mortes,
principalmente em populações desfavorecidas. Também a anorexia nervosa,
excesso de colesterol, obesidade, induzem importantes lesões celulares e
contribuem para o desenvolvimento de uma série doenças.
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Alterações morfológicas na lesão celular
Patologia Geral e Histologia / Técnica de
Coloração de Gram
Mecanismo da Lesão Celular
A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e
sua gravidade. Pequenas doses de uma toxina química ou breves períodos de
isquemia podem induzir lesão celular reversível, enquanto altas doses da
mesma toxina ou uma isquemia mais prolongada resultam em morte celular
instantânea ou em lenta lesão celular irreversível, levando, com o tempo à
morte celular;
As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade
da célula lesada. O estado nutricional e hormonal celular e suas necessidades
metabólicas são importantes na sua resposta à lesão. As variações genéticas
também interferem nas consequências da lesão celular.
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Patologia Geral e Histologia Técnica de GRAM.pdf

  • 1. Citologia Oncótica Clínica Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 2. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Histologia A histologia (do grego: hydton = tecido + logos = estudos) é a ciência que estuda os tecidos biológicos, desde a sua formação (origem), estrutura (tipos diferenciados de células) e funcionamento.
  • 3. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Preparado histológico: São lâminas retangulares de vidro sobre as quais há fatias extremamente finas de tecidos e órgãos, células espalhadas ou estruturas bastante delgadas, como por exemplo uma alga muito delgada., Para a obtenção de um preparado permanente, fragmentos de tecidos e de órgãos necessitam ser fixados por processos químicos ou físicos. Em seguida são submetidos a vários procedimentos após os quais os fragmentos podem ser cortados em um aparelho chamado micrótomo para obtenção das fatias que podem ser observadas em um microscópio de luz. Como a maioria dos cortes de tecidos e órgãos são incolores, os cortes precisam ser corados para que possam ser observados em um microscópio de luz.
  • 4. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Coloração para microscopia de luz (óptica): Hematoxilina e Eosina (HE ou H&E): Hematoxilina: cora em azul-arroxeado e tem caráter básico, tendo afinidade com os componentes ácidos dos cortes, estas estruturas são denominadas Basófilas, por exemplo núcleos, ergastoplasma e matriz extracelular da cartilagem; Outros corantes como: azul de toluidina e azul de metileno desenvolvem o mesmo papel; Eosina: cora em tons avermelhados à rosa e é um corante de caráter ácido, assim como Orange G, as estruturas coradas por estes corantes são chamadas acidófilas ou eosinófilas, por exemplo o citoplasma, as mitocôndrias e as fibras colágenas.
  • 5. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Carbol chromotrope 2R Grânulos de eosinófilos ficam vermelhos; Núcleos ficam de azul a preto; Hemácias ficam pálidas. Romanowsky A coloração mais comum é de MGG.
  • 6. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Ácido Periódico (PAS) Ácido periódico (HlO4)–1% aquoso Reagente de Schiff: leucofucsina ou fucsina que reage com aldeídos e forma um produto vermelho Hematoxilina de Mayer Cora os núcleos de azul até preto, o fundo de amarelo ou branco e os aldeídos (glicogênio) de vermelho brilhante; Reage com tecido epiteliais e conjuntivos;
  • 7. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Corantes Tricrômicos: Dentre as inúmeras soluções corantes que foram desenvolvidas para coloração de preparados histológicos, destacam-se os tricrômicos, que são constituídos de três corantes. Uma das grandes vantagens deste e de alguns outros tricrômicos é permitir uma diferenciação melhor entre tecidos, especialmente entre o tecido conjuntivo e o tecido muscular. Dentre os tricrômicos estão: Tricrômico de Masson, de Mallory (mais conhecido), Tricrômico de Gomori. Como são uma combinação, a coloração depende do tipo de tecido, variando suas cores nas lâminas.
  • 8. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Corantes Especiais para Lipídeos: Nile Blue Fosfato: gordura neutra, óleos e colesterol coram em vermelho, já os ácidos graxos, fosfolipídeos e mucina ácida coram de azul, assim como a queratina; Oil Red O: lipídeos neutros e óleo mineral coram de vermelho brilhantes, os fosfolípideos de rosa pink e os núcleos de azul; Sudan Black: lipídeos neutros coram em preto, fosfolipídeos em cinza e núcleos em vermelho;
  • 9. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram TECIDO EPITELIAL Se caracteriza por células muito próximas entre si; quantidade muito pequena de matriz extracelular, com funções como revestimento da superfície externa do corpo ou de superfícies internas e secreção.
  • 10. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Principais características: Possui células justapostas com muitas junções intercelulares e pouco material extracelular; Não contem vasos sanguíneos; As células epiteliais se apoiam em uma lâmina basal que é um complexo de macromoléculas, quando esta lâmina se junta com as fibras do tecido conjuntivo chama-se membrana basal; A célula possui um região basal, que a parte que se apoia na lâmina basal, e um porção apical (região apical); O contato das células epiteliais com a lâmina basal provoca uma organização específica na grande maioria das células epiteliais, denominada polaridade.
  • 11. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Funções: Revestimento de superfícies: oferecer proteção mecânica à superfície revestida; funcionar como uma barreira separando compartimentos no corpo; agir como um local de absorção de moléculas transportando-as de um compartimento para o outro; oferecer proteção para algumas superfícies impedindo seu dessecamento; Secreção e transporte de moléculas e íons: reunir pequenas moléculas e sintetizar moléculas maiores (macromoléculas) que serão eliminadas (secretadas) pelas células; transformar moléculas pela adição, retirada ou substituição de seus componentes e secretá-las; transporte de moléculas, partículas e íons entre a luz de vasos sanguíneos e o tecido conjuntivo no caso de células que revestem internamente vasos sanguíneos e linfáticos.
  • 12. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Epitelial de Revestimento Simples: são definidos como epitélios superficiais constituídos de uma única camada de células. São quase sempre encontrados em superfícies absorventes ou secretoras e fornecem pequena proteção contra abrasão mecânica. Epitélio Simples Cúbico: formado por apenas uma camada de células cúbicas, e apresenta núcleos esféricos.
  • 13. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Epitélio Simples Pavimentoso: formado por uma única camada de células planas, semelhantes a ladrilhos, porém de formas irregulares. São células muito delgadas e, por esta razão, frequentemente não é possível observar bem seu citoplasma ao microscópio. Seus núcleos, geralmente alongados ou elípticos, são mais espessos que o citoplasma e fazem saliência na superfície da célula.
  • 14. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Epitélio Simples Prismático ou Colunar ou Cilíndrico: é formado por uma camada de células prismáticas, altas, apoiadas sobre uma membrana basal. Seus núcleos são elípticos. Note como os núcleos alongados acompanham o maior eixo das células. É um tipo de epitélio bastante frequente no corpo constituindo, por exemplo, o revestimento interno do estômago, intestinos e de vários outros órgãos.
  • 15. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Estratificado: Contém mais de uma camada de células, tem principalmente função protetora e o grau e a natureza da estratificação se relacionam com os tipos de desgastes físicos aos quais a superfície se expõe. Epitélio Estratificado Cúbico ou Colunar: É delgado, consistindo somente de 2 ou 3 camadas de células cúbicas ou cilíndricas. Presente no revestimento de canais excretores de glândulas exócrinas, como as glândulas salivares, o pâncreas e as glândulas sudoríparas.
  • 16. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Epitélio Estratificado Pavimentoso: Consiste em um número variável de camadas celulares que sofre transição morfológica e funcional desde as células cúbicas da base para as células superficiais achatadas. Este epitélio existe em locais sujeitos a atrito ou forças mecânicas, como por exemplo na cavidade oral e esôfago. A espessura deste epitélio, isto é, o número de camadas celulares, costuma ser maior em locais expostos a maiores forças.
  • 17. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Epitélio de Transição: reveste internamente a bexiga e outros órgãos do aparelho urinário. É especializado para sofrer distensões e a resistir à toxicidade da urina. Ele tem, no entanto, duas particularidades que o diferenciam de outros epitélios estratificados. Uma particularidade é a presença de células de dimensões grandes na camada mais superficial do epitélio, com o formato de cúpula ou abóboda, a outra é a capacidade de se rearranjar nos diferentes estados de preenchimento da bexiga, quanto mais cheia mais achatadas ficam as células.
  • 18. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Pseudoestratificado: em este nome porque parece ser estratificado, pois mostra núcleos em diferentes alturas da camada epitelial. Há só uma camada de células (é, portanto, um epitélio simples), porém as suas células tem alturas diferentes, o que resulta na distribuição variada de seus núcleos, dando a falsa impressão de estratificação. Tanto as células altas como as células menores (células basais) estão apoiadas na membrana basal.
  • 19. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Especializações da superfície celular: Inter digitações das membranas de células vizinhas; Junções intercelulares; Dobras da membrana; Hemidesmossomos; Cílios; Microvilosidades; Estereocílios
  • 20. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Epitelial Glandular ou Secretor Grande proximidade e adesão entre as células, pequena quantidade de matriz, extracelular entre as células, polaridade das células, presença de uma lâmina basal. As células tem arranjo tridimensional formando as glândulas. Formação: síntese de moléculas novas a partir de precursores menores; síntese de proteínas; a modificação de moléculas preexistentes; o transporte de íons. É constituído pelas células caliciformes que estão no epitélio respiratório e também revestimento interno dos intestinos e as células do epitélio simples prismático que revestem a cavidade do estômago.
  • 21. Células caliciformes: têm a forma de um cálice. Seu citoplasma é pouco corado, porque o muco não se cora bem por H&E. Seus núcleos são muito corados e ficam na base da célula. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 22. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram As células epiteliais secretoras podem portanto assumir vários tipos de arranjo: • Estar isoladas e dispersas entre outras células (ex.: caliciformes); • Formar um epitélio de revestimento (ex.: mucosa do estomago); • Constituir entidades ou grandes órgãos especializados em secreção  glândulas; Glândula: é o nome que se dá a uma estrutura anatômica formada por um ou por vários conjuntos de células epiteliais e seus ductos excretores.
  • 23. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Classificação das glândulas: Unicelulares ou Multicelulares Endócrina (sem porção excretora): Cordonal ou Folicular Exócrina (com porção excretora – ductos): Simples  Tubular: simples, enovelada ou ramificada; Acinosa/Alveolar: simples ou ramificada; Composta  Tubular; Acinosa/Alveolar; Tubuloacinosa/Tuboalveolar
  • 24. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Exemplos de Glândulas Endócrinas Glândula endócrina folicular: Tireóide Glândula endócrina cordonal: ilhota de Langerhans
  • 25. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Glândulas tubulosas simples do intestino Pâncreas: ácinos serosos Exemplos de Glândulas Exócrinas
  • 26. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram TECIDO CONJUNTIVO Se caracteriza pela grande quantidade de matriz extracelular existente entre suas células. Neste tecido tanto as células como a matriz exercem funções muito importantes para o funcionamento de outros tecidos, órgãos e do organismo como um todo. O tecido conjuntivo é, portanto, um tecido de origem fundamentalmente mesodérmica, constituído de diferentes tipos de células e de uma matriz extracelular complexa, com muitos componentes moleculares e muito organizada.
  • 27. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Características e componentes do tecido conjuntivo O tecido conjuntivo se origina do mesênquima, um tecido primitivo com potencialidade de formar os variados tipos e subtipos de tecido conjuntivo. As células mesenquimais, são formadas a partir de células do folheto intermediário do embrião, o mesoderma, no fim do primeiro mês de vida intrauterina. Células mesenquimais persistem durante toda a vida do indivíduo e funcionam como células-tronco para a reposição ou nova formação de tecido conjuntivo. As células mesenquimais fazem parte da população de células- tronco do organismo. Pode-se dividir as células do tecido conjuntivo em duas populações: células residentes e células transientes. Formando o Tecido Conjuntivo Propriamente Dito.
  • 28. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram As células residentes são componentes habituais e permanentes do tecido conjuntivo. Nos vários outros tipos e subtipos de tecido conjuntivo podem existir outras células residentes, como por exemplo, as células cartilaginosas na cartilagem, células ósseas no osso e assim por diante. Em um tecido conjuntivo do tipo propriamente dito, as células residentes são o fibroblasto, o macrófago, o mastócito e a célula mesenquimal. A maioria das células residentes tem vida longa, mas em caso de necessidade, por exemplo uma solicitação de aumento de atividade durante uma inflamação ou cicatrização, seu número pode aumentar à custa de células-tronco mesenquimais ou a partir de células progenitoras vindas da medula hemopoiética.
  • 29. Fibroblasto: é a célula mais comum do tecido conjuntivo propriamente dito normal. É importante pois sintetiza e secreta a maior parte da sua matriz extracelular e também digere e reabsorve a matriz, ou seja, controla quantidade e a qualidade da matriz, obedecendo a sinais emitidos pelo organismo ou a sinais originados localmente. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Em rosa (eosina): fibras colágenas Em roxo (hematoxilina): fibroblastos, com núcleo alongado e citoplasma praticamente não-visível
  • 30. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Macrófago: é uma células derivada do monócito, que é formado na medula hematopoiética. Os monócitos circulantes saem do sangue atravessando a parede dos vasos sanguíneos e se estabelecem no tecido conjuntivo. No tecido conjuntivo se transformam em macrófagos. Os macrófagos são considerados fagócitos, isto é, células cuja função primária é a de fagocitar partículas, sejam elas restos celulares, partículas inertes ou microrganismos. Além de fagocitar, tem papel na resposta imunitária produzindo e secretando um grande número de moléculas que, entre outras funções: atraem outras células para um local em que esteja ocorrendo uma reação inflamatória, regulam o funcionamento e induzem a produção das células envolvidas. Também são células apresentadoras de antígenos.
  • 31. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram O macrófago é uma célula esférica e relativamente grande em comparação com uma hemácia ou um linfócito, os quais têm cerca de 7 µm de diâmetro. Seu citoplasma é eosinófilo e seu núcleo esférico às vezes é excêntrico, isto é, situa- se fora do centro da célula, próximo à membrana celular.
  • 32. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Mastócito: célula que participa da reação inflamatória secretando para a matriz várias das moléculas acumuladas no seu citoplasma, como por exemplo a histamina. O mastócito geralmente é reconhecido pelos seus grânulos. Devido ao conteúdo dos grânulos estes não se coram bem por hematoxilina e eosina e portanto o mastócito não é facilmente reconhecido em cortes corados por estes corantes. Os corantes indicados são: o azul de toluidina e o Alcyan blue. Devido ao arranjo especial das moléculas nos grânulos certos corantes como o azul de toluidina coram estruturas celulares ou extracelulares de uma outra cor, em vez da coloração que seria esperada. No caso do azul de toluidina, em vez da coloração azul as estruturas se coram em violeta. Esta propriedade de coloração por uma cor diferente é denominada metacromasia. Os grânulos dos mastócitos são metacromáticos.
  • 33. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram É uma célula de forma ovalada, tem um núcleo central e uma grande quantidade de grânulos no citoplasma. Localiza-se preferencialmente próximo de vasos sanguíneos. Na segunda imagem a coloração utilizada foi Hematoxilina & Eosina, e mostra o citoplasma preenchido de grânulos, embora seja difícil observar por esta técnica de coloração.
  • 34. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram As células transientes são células que estão migrando pelo tecido conjuntivo, vindas principalmente do sangue. Fazem parte destas células os leucócitos ou glóbulos brancos do sangue. A função destas células na defesa do organismo contra moléculas estranhas e microorganismos é exercida quase que inteiramente no tecido conjuntivo. A presença destas células nos diferentes locais de tecido conjuntivo do corpo é variável e depende frequentemente de sinais químicos transmitidos por exemplo por células inflamatórias, que estimulam a saída dos leucócitos dos vasos sanguíneos e seu acúmulo no tecido conjuntivo. Este acumulo é chamado de infiltrado inflamatório.
  • 35. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Infiltrado inflamatório destacado em amarelo Células gigantes multinucleadas formadas pela fusão dos macrófagos  Reação Inflamatória
  • 36. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Matriz celular: é composta principalmente de macromoléculas, água, íons, peptídeos, pequenos carboidratos e outras pequenas moléculas. Uma parte destas moléculas se origina do plasma sanguíneo. As macromoléculas que mais caracterizam a matriz extracelular do tecido conjuntivo são glicoproteínas, glicosaminoglicanas e proteoglicanas, cuja composição molecular, quantidade e proporção relativa variam nos diferentes tipos de tecido conjuntivo e nos diferentes locais e órgãos do organismo. Várias das proteínas se organizam em longas estruturas de espessura e comprimento variáveis formando filamentos.
  • 37. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Várias das proteínas se organizam em longas estruturas de espessura e comprimento variáveis formando filamentos. Os filamentos mais calibrosos são visíveis ao microscópio de luz e são chamados de fibras do tecido conjuntivo e que constituem a matriz extracelular fibrilar. Uma parte da matriz extracelular é formada por macromoléculas, principalmente glicosaminoglicanas e proteoglicanas, que não se organizam em filamentos e é denominada matriz extracelular fundamental (ou amorfa). Esta parte nem sempre se cora muito bem pela hematoxilina e eosina. É pouco visível nos preparados rotineiros onde é responsável pelo aspecto aparentemente "vazio" de muitos locais da matriz. Vários de seus componentes podem ser visualizados por outras colorações e técnicas histoquímicas ou imunohistoquímicas.
  • 38. Matriz Extracelular Fibrilar: predomina em volume sobre a matriz fundamental na maioria dos tipos de tecido conjuntivo. Esta matriz é composta de três tipos de fibras: colágenas, elásticas e reticulares. A classificação das fibras da matriz fibrilar se originou quando estas fibras foram descritas pela microscopia de luz. Alguns tipos de fibras somente são visíveis após colorações especiais ou tratamentos especiais dos cortes. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 39. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Fibras colágenas: São constituídas pela proteína colágeno, denominação que na verdade se refere a uma família de pelo menos 20 moléculas que têm várias características em comum. É sintetizado e secretado por células do tecido conjuntivo, principalmente pelos fibroblastos, células do tecido ósseo e do tecido cartilaginoso, assim como por células de outros tecidos. A proteína mais comum desta família é o colágeno tipo I. As moléculas de colágeno tipo I associadas a moléculas de outros tipos formam fibrilas visíveis ao microscópio eletrônico. As fibrilas se reúnem em fibras de calibres bastante diversos, visíveis ao microscópio de luz. As fibras, por sua vez, podem se reunir em feixes. As fibras colágenas têm diâmetro bastante variável e aparecem bem coradas por corantes ácidos como é o caso da eosina e da técnica do picro-Sirius (são portanto acidófilas).
  • 40. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram As fibras colágenas estão coradas em vermelho pelo corante Sirius red (acidófilas), e predominam sobre as elásticas em roxo. Diferenças: fibras colágenas tem espessura variável, trajeto tortuoso.
  • 41. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Corado pela técnica do tricrômico de Masson, que mostra as fibras de colágeno em verde. Corado pela técnica do tricrômico de Mallory, que mostra as fibras de colágeno em azul ou amarelo.
  • 42. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Fibras elásticas: são constituídas por um outro grupo de proteínas que se reúnem em fibras de diferentes tipos e que em conjunto constituem o que se chama de sistema elástico. As fibras elásticas são os elementos mais complexos deste sistema por serem construídas de várias proteínas do sistema elástico. As outras fibras do sistema elástico são denominadas fibras elaunínicas e fibras oxitalânicas. As fibras do sistema elástico costumam ser evidenciadas ao microscópio de luz por meio de técnicas especiais de coloração e eventualmente as fibras elásticas podem também ser observadas em cortes corados por hematoxilina e eosina. São dotadas de elasticidade e, da mesma forma como molas, voltam ao tamanho e forma originais após sofrerem pressão ou distensão.
  • 43. Fragmento de mesentério corado para demonstrar fibras elásticas. Estas aparecem coradas em púrpura, seu calibre é muito homogêneo e podem ser ramificadas, organizando-se como uma rede (coloração usada neste preparado foi desenvolvida especificamente para demonstrar fibras elásticas). Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 44. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram PULMÃO TRAQUÉIA AORTA
  • 45. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Fibras reticulares: são muito delgadas e têm este nome por que quase sempre se organizam em redes tridimensionais encontradas em vários órgãos. Os espaços das malhas destas redes são ocupados por células que se apoiam nas fibras. As fibras são compostas principalmente de colágeno tipo III associado a outros tipos de colágeno e a moléculas não-colagênicas. Provavelmente devido a sua composição química, não são coradas por hematoxilina e eosina, mas podem ser visibilizadas por técnicas de impregnação de prata, técnicas em que prata metálica é precipitada sobre as fibras. Por esta razão, estas fibras são também chamadas de argirófilas. As fibras reticulares podem também ser evidenciadas pela técnica do PAS, provavelmente devido à sua riqueza em carboidratos.
  • 46. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Os cortes foram submetidos a uma técnica de impregnação metálica durante a qual prata metálica precipita nas fibras  fibras argirófilas. Em branco fibras reticulares dispostas tridimensionalmente em torne dos sinusóides do baço.
  • 47. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Mesentério: é uma delgada membrana semitransparente de tecido conjuntivo revestida por mesotélio em ambas faces. O mesentério prende as alças intestinais à parede interna da cavidade abdominal e no seu interior passam vasos e nervos. Serve para manter em seu lugar os intestinos, nutri-los e inervá-los. O mesentério é rico em fibras e células do tecido conjuntivo. É possível cortar um pequeno fragmento de mesentério, fixá-lo com fixador histológico, corá-lo e colocá-lo sobre uma lâmina histológica. Não há necessidade de fazer cortes histológicos deste material, pois, sendo delgado é translúcido e pode ser observado ao microscópio de luz. Este tipo de preparado em que se coloca um fragmento de órgão ou tecido sobre a lâmina de vidro é denominado preparado total.
  • 48. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Visualização em menor aumento
  • 49. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Funções: Sustentação de outros tecidos e órgãos e do corpo como um todo; Preenchimento de espaços entre outros tecidos e estruturas e adesão entre tecidos para estruturação dos órgãos; Meio de passagem de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos; Exerce um papel importante na nutrição de células de outros tecidos facilitando a difusão de gases, nutrientes e metabólitos; Reserva energética de células adiposas; Defesa do organismo através do sistema linfático (que pertence ao tecido conjuntivo) e através das células de resposta inflamatória; Produção de células sanguíneas pela medula hematopoiética.
  • 50. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Classificação dos Tecidos Conjuntivos Tecido Conjuntivo Propriamente dito  é o tipo que foi visto até aqui TCPD Frouxo TCPD Denso: Modelado ou Não modelado Tecido Conjuntivo de Propriedades especiais Subtipos: Tecido Mucoso; Elástico; Reticular; Adiposo Tecido Cartilaginoso; Tecido Ósseo Tecido Sanguíneo / Hematopoiético
  • 51. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Frouxo Se caracteriza por muitas células residentes e transientes de diversos tipos, predominando os fibroblastos, pouca matriz extracelular, representada principalmente por fibras colágenas delgadas e matriz extracelular fundamental (não-fibrilar). Devido à falta de uma grande população de fibras colágenas o tecido conjuntivo frouxo não é apropriado para resistir a pressões mecânicas e trações intensas. É encontrado em muitos locais do organismo, sendo as suas funções principalmente o suporte de epitélios de revestimento e glandulares e a condução de vasos e nervos.
  • 52. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram O tecido conjuntivo é composto quase que só de células, sendo difícil observar fibras do tecido conjuntivo. As fibras são poucas e delgadas. É, portanto, um tecido conjuntivo frouxo.
  • 53. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Denso Modelado É constituído de uma grande quantidade de matriz extracelular, representada principalmente por espessas fibras de colágeno tipo I e poucas células. No tecido denso modelado as fibras colágenas são muito organizadas, geralmente muito espessas e dispostas paralelamente entre si. Entre as fibras há fibroblastos e fibrócitos bastante alongados, dos quais geralmente o componente visível são seus núcleos. Estas células são as responsáveis pela produção e manutenção das fibras colágenas.
  • 54. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Um bom exemplo de tecido conjuntivo denso modelado é encontrado nos tendões, estruturas que unem músculos esqueléticos a ossos, realizando, portanto, a inserção dos músculos nos ossos. As espessas fibras colágenas organizadas paralelamente são responsáveis pela grande resistência dos tendões a trações, comparável à de aço.
  • 55. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Outro exemplo são órgãos que são revestidos por uma cápsula que mantem seus componente unidos e protegidos de pressões mecânicas. Por exemplo, as glândulas salivares, fígado, baço e linfonodos. Porém nestes casos as fibras colágenas não são espessas e organizadas.
  • 56. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Conjuntivo Propriamente Dito Denso Não- Modelado Possui muita matriz extracelular que é composta principalmente de fibras colágenas de diferentes espessuras e desordenadas. As células residentes são as mesmas encontradas no tecido conjuntivo frouxo, com grande predomínio de fibroblastos e fibrócitos. É um tecido muito encontrado no organismo. Devido à orientação diversa de suas fibras colágenas este tecido costuma estar presente em locais sujeitos a pressões mecânicas e trações originadas de várias direções.
  • 57. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 58. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram A presença dos dois tipos permite que a camada epitelial sofra compressão e mobilidade quando o órgão está cheio de urina. Por outro lado, na mesma condição o tecido conjuntivo denso logo abaixo resiste a pressões mecânicas provocadas pela urina na bexiga cheia. Corte de bexiga: Abaixo do epitélio de transição da bexiga há uma camada de tecido conjuntivo frouxo que se continua com um tecido conjuntivo denso.
  • 59. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Conjuntivo de Propriedade Especiais Tecido Mucoso É um tecido conjuntivo onde predomina amplamente hialuronato sobre as outras moléculas da matriz. Um componente importante da matriz extracelular fundamental é a molécula hialuronato, antigamente denominado ácido hialurônico. Esta molécula garante muitas das propriedades do tecido conjuntivo, entre as quais a retenção de grande quantidade de água neste tecido e que é importante para a difusão de outras moléculas pelo tecido conjuntivo. O tecido mucoso é encontrado no cordão umbilical e na polpa dental. Também é conhecido por Geleia de Wharton.
  • 60. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Cordão umbilical a termo que mostra uma grande quantidade de espaços e regiões muito pouco coradas. O hialuronato é de difícil preservação nos fragmentos destinados à preparação de cortes e não se cora bem pelos corantes usuais.
  • 61. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Elástico É encontrado no ligamento suspensor do pênis, em um dos tipos de ligamentos intervertebrais e em alguns dos ligamentos das cartilagens da laringe. Alguns autores classificam de tecido elástico a parede de artérias de grande calibre, ricas em lâminas de material elástico, como ocorre na aorta. É composto de grande quantidade de material elástico, principalmente sob a forma de fibras elásticas entremeadas por fibras colágenas. O material elástico confere a estas estruturas uma cor amarelada.
  • 62. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 63. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Reticular É rico em fibras reticulares que formam uma rede tridimensional a qual suporta células livres em suas malhas. É encontrado nos órgãos linfoides e hematopoiéticos (isto é produtores de células sanguíneas) e será visto com detalhes em outros módulos. Na medula óssea vermelha, esse tecido recebe o nome de tecido mieloide, rico em células precursoras de todos os elementos do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Nos órgãos linfáticos, recebe o nome de tecido linfoide, rico em linfócitos em diferentes fases de maturação, em macrófagos e plasmócitos.
  • 64. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Fibras Reticulares
  • 65. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Adiposo É constituído de células denominadas adipócitos, separadas entre si por pequena quantidade de matriz extracelular. Esta é constituída em grande parte por uma rede de delgadas fibras reticulares formadas principalmente por colágeno tipo III e pouco observáveis ao microscópio de luz com colorações rotineiras. Os adipócitos se caracterizam por acumular lipídios em seu citoplasma, sob forma de pequenas gotas suspensas no citosol. Estas gotas não são revestidas por membranas e são, portanto, consideradas inclusões. Estes lipídios são em sua maior parte triglicerídios, também chamados gorduras neutras, formados por moléculas de glicerol unidas por ligações éster a cadeias de ácidos graxos.
  • 66. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram O número e tamanho das gotas de lipídios nos adipócitos pode variar consideravelmente. Quando os adipócitos se desenvolvem acumulam lipídios e há numerosas pequenas gotas deste material no citoplasma. Tecido adiposo unilocular: estas gotas acabam se fundindo em uma grande gota que ocupa a maior parte do adipócito, deslocando o restante do citoplasma e o núcleo para a periferia da célula; Tecido adiposo multilocular: os adipócitos mantêm muitas pequenas gotas de lipídios no citoplasma e o núcleo ocupa diferentes posições na célula, seja no centro ou na periferia. *Os tecidos adiposos uni e multilocular têm grandes diferenças funcionais, além da diferente distribuição e tamanho das gotas de lipídios.
  • 67. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido unilocular: predomina muito em quantidade sobre o multilocular. Constitui o que se chama habitualmente de "gordura". Macroscopicamente sua cor é frequentemente amarela devido a pigmentos e vitaminas dissolvidas nos lipídeos  gordura amarela. É o principal reservatório de lipídios para serem usados como fonte de energia. É encontrado espalhado em quase todo o organismo e, além disso, concentra- se em algumas partes onde forma coxins de apoio, na cavidade abdominal, nas camadas profundas da pele e na parte posterior dos globos oculares. Também serve para preenchimento de locais entre órgãos e sustentação de órgãos. ~ 20-25% peso corporal ♀ ~ 15-20 peso corporal ♂
  • 68. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Os adipócitos do tecido adiposo unilocular contém uma grande gota de gordura. Como esta gordura é dissolvida durante a confecção de preparados histológicos rotineiros, observa-se um espaço vazio no local onde estava depositada a gordura.
  • 69. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido multilocular: encontrado quase que somente em recém nascidos e regularmente em espécies animais que hibernam. Sua localização é geralmente na região das cinturas pélvica e escapular. Sua função conhecida é "reanimar" animais que estejam no fim da fase de hibernação, por meio do aquecimento do sangue que passa pelos numerosos capilares existentes neste tecido. Ao fim da hibernação os adipócitos deste subtipo de tecido adiposo recebem sinalização para metabolizar os lipídios e liberar energia térmica que é transmitida para o sangue, assim lentamente elevando a temperatura do resto do corpo. A coloração é mais escura  gordura marrom ou parda. As mitocôndrias das células deste tecido transformam a maior parte da energia dos lipídios em energia térmica, diferente do que acontece na maioria das outras células, inclusive nas células do tecido adiposo unilocular.
  • 70. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram O tecido unilocular é facilmente diagnosticável: células com uma faixa delgada de citoplasma, uma grande cavidade central "vazia" e núcleos periféricos. Por vezes, os núcleos ocupam diferentes locais da células. Apresenta muitas vesículas de perfil circular que são as gotas de gordura.
  • 71. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Cartilaginoso É um tipo de tecido conjuntivo constituído por células denominadas condrócitos e por grande quantidade de matriz extracelular que tem consistência mais rígida que a do tecido conjuntivo propriamente dito. Devido a isto os condrócitos se alojam em pequenas cavidades da matriz denominadas lacunas. Há três tipos de tecido cartilaginoso: Cartilagem hialina: é o tipo mais comum de cartilagem no organismo e possui fibrilas de colágeno tipo II em sua matriz extracelular; Cartilagem elástica: além de fibrilas colágenas e muito material elástico; Cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem: possui espessas fibras de colágeno tipo I, entre as quais se localizam fileiras de células cartilaginosas.
  • 72. Localização: existe no corpo sob forma de peças cartilaginosas de tamanhos muito variados. Não é irrigado por vasos sanguíneos e é uma das razões pelas quais as peças cartilaginosas tendem a ser pequenas em comprimento e quase sempre são delgadas. Desta maneira, são pequenas as distâncias que os nutrientes, metabólitos e gases devem percorrer para se difundir no interior da matriz cartilaginosa a partir dos vasos sanguíneos localizados no tecido conjuntivo propriamente dito que envolve a cartilagem, para atingirem os condrócitos que estão no interior da cartilagem. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 73. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram 1- superfícies articulares 2- zonas de crescimento longitudinal de ossos longos 3- orelha 4- nariz 5- epiglote 6- laringe 7- traqueia 8- brônquios extrapulmonares e intrapulmonares
  • 74. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Funções do tecido cartilaginoso: Oferecer apoio e manutenção da forma de vários componentes do corpo; Revestir superfícies articulares, como a superfície das peças cartilaginosas é muito lisa ela interage com outra superfície cartilaginosa quase sem atrito, também há quase sempre líquido que contribui para o deslizamento adequado entre as superfícies cartilaginosas; Durante a vida fetal uma grande parte do sistema esquelético é formada por tecido cartilaginoso. As peças cartilaginosas tem a forma dos futuros ossos e servem de molde para o desenvolvimento do tecido ósseo e de grande parte do sistema esquelético definitivo.
  • 75. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Grande quantidade de células e matriz extracelular; Coloração azulada da matriz em cortes corados por hematoxilina e eosina. Cartilagem da traqueia Cartilagem de brônquio
  • 76. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Componentes do Tecido Cartilaginoso: Condrócitos: células residentes, esféricas ou poliédricas; Se localizam em pequenas cavidades na matriz, denominadas lacunas ou condroplastos. A retração que ocorre durante o processo de obtenção e fixação dos tecidos e durante a preparação de blocos de parafina é diferente na matriz extracelular e nos condrócitos. Os condrócitos geralmente sofrem mais retração que a matriz. Por isto, quando se observam cortes histológicos, parece que eles não ocupam todo o espaço da sua lacuna. Quando vivos, no entanto, eles ocupam todo o espaço da lacuna.
  • 77. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Devido à retração dos condrócitos observam-se muitas porções das lacunas que aparecem vazias, não ocupadas por condrócitos, ressaltadas em cor turquesa. Matriz extracelular entre os condrócitos: é homogênea, sem fibras visíveis e basófila, de cor azul ou arroxeada, conforme a região da matriz. Citoplasma e o núcleo de alguns condrócitos são ressaltados respectivamente em vermelho e azul.
  • 78. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Grupos Isógenos: há duas maneiras de crescimento das peças cartilaginosas: Crescimento por aposição: ocorre por diferenciação de células situadas na superfície das peças cartilaginosas que têm potencialidade para se desenvolver em condrócitos, que são novamente adicionados à superfície da cartilagem Estas células, chamadas condroblastos, se comportam como células-tronco de cartilagem; Crescimento intersticial: as células resultantes de uma divisão tendem a permanecer próximas entre si, pois devido à consistência semirrígida da matriz elas tendem a ficar próximas de seu local de origem, formando pequenos grupos de células denominados grupos isógenos que provavelmente são resultantes da divisão de uma única célula e, portanto, são pequenos clones de condrócitos.
  • 79. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Em destaque os grupos isógenos. Não há como saber quantas células foram um grupo isógeno pois há mais condrócitos na frente e atrás de cada corte histológico.
  • 80. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Matriz Extracelular e Cartilagem Hialina: é produzida e mantida pelos condrócitos. Na cartilagem do tipo hialino e na cartilagem do tipo elástico o colágeno é constituído principalmente por moléculas de colágeno do tipo II. Estas moléculas formam fibrilas muito delgadas, mas não chegam a constituir fibras e por isto são dificilmente visíveis por microscopia de luz. Frequentemente há um acúmulo de matriz em torno de condrócitos isolados ou em torno de grupos isógenos. Possivelmente se trata de matriz recentemente secretada que se acumula em torno das células  Matriz territorial, já a matriz mais afastada das células é chamada de Matriz Interterritorial
  • 81. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Na cartilagem hialina a matriz é bastante homogênea e se cora em azul/roxo pela hematoxilina. Na matriz fundamental existem muitos radicais ácidos, portanto na coloração por H&E a matriz tem cor azulada.
  • 82. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Pericôndrio: Constituído por células e fibras é o revestimento de quase todas as peças cartilaginosas, exceto em superfície de cartilagens articulares e cartilagem fibrosa. Além de proporcionar o crescimento aposicional da cartilagem fornecendo novos condrócitos, o pericôndrio tem outra função importante: ao contrário do interior da cartilagem, que é avascular, o pericôndrio é irrigado por vasos sanguíneos. Estes vasos fornecem O2, nutrientes e outras moléculas que podem difundir em direção aos condrócitos através da matriz, assim como recolher CO2 e metabólitos provenientes do interior da peça cartilaginosa.
  • 83. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram 1 2 3 4 Limites aproximados do pericôndrio de uma cartilagem hialina. 1. Fibroblastos e fibras colágenas; 2. Células Alongadas cercadas por matriz cartilaginosa; 3. Células Alongadas cercadas por matriz cartilaginosa com cápsulas; 4. Condrócito maduro, indicado na ponta da seta.
  • 84. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Cartilagem Elástica: é a presença em sua matriz de material elástico, principalmente sob a forma de fibras elásticas, além de quantidades variáveis de colágeno. Esta peculiaridade fornece às peças de cartilagem elástica uma elasticidade maior que a encontrada em peças de cartilagem hialina. É encontrada, por exemplo, na laringe, epiglote, orelha. Para diferenciar cartilagem hialina de elástica, a melhor maneira é observar suas fibras elásticas coradas por corantes especiais. Na cartilagem hialina a matriz é bastante homogênea enquanto que na elástica a matriz tem uma composição menos homogênea. Na cartilagem hialina os grupos isógenos costumam ser bem mais definidos que na cartilagem elástica e a distribuição das células é mais regular que na elástica
  • 85. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Grande quantidade de fibras elásticas na matriz extracelular, além de condrócitos destacados em laranja; As fibra elásticas não são coradas por hematoxilina e eosina, é necessário usar corantes: Verhoeff ou Weigert para melhor diferenciação com as hialinas.
  • 86. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Cartilagem Fibrosa: também chamada de fibrocartilagem, é formada por condrócitos dispostos em fila (Lacunas) entre fibras colágenas bastante espessas. Pode-se imaginar muito bem que este tipo de cartilagem, reunindo fibras colágenas e componentes da matriz extracelular cartilaginosa, tenha uma grande capacidade de resistência à pressão mecânica, torção e tensão. É, portanto, uma estrutura bastante forte, o que explica a sua localização em locais muito sujeitos a forças físicas: discos intervertebrais, sínfise pubiana, inserção de tendões em ossos, na articulação têmporo-mandibular e na articulação coxofemoral. Este tipo de cartilagem, pela sua construção e composição, poderia ser considerado como um híbrido entre tecido cartilaginoso e o TCPD modelado encontrado nos tendões, porém a cartilagem é formada por condrócitos.
  • 87. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Disco intervertebral: células e fibras colágenas, matriz extracelular não é basófila, como nos demais tipos de cartilagem, pois é formada principalmente pela proteína colágeno. Há condrócitos alinhados entre espessas fibras colágenas acidófilas. É possível observar muito bem que os condrócitos se localizam em pequenas lacunas.
  • 88. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Ósseo O tecido ósseo possui células residentes maduras plenamente diferenciadas e funcionantes e células imaturas, menos diferenciadas. As células imaturas, quando solicitadas, podem entrar em atividade e sofrer diferenciação em células ósseas maduras. Da mesma forma, as células maduras podem, em diferentes momentos de sua vida, estar em maior ou menor atividade funcional, fato que pode ser percebido pela sua morfologia. Além disso, há um terceiro tipo de célula óssea, especializada em destruir e reabsorver tecido ósseo. A matriz celular do tecido óssea é extremamente rígida, e suas células habitam pequenas lacunas na matriz.
  • 89. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Este tecido é extraordinariamente dinâmico. Partes dos ossos estão o tempo todo sendo reabsorvidas e ao mesmo tempo novas porções de osso são adicionadas. Esta remodelação constante do osso decorre em resposta a vários estímulos, tais como tensão e pressão mecânicas, fatores nutricionais e endócrinos, fraturas. Além disso uma parte do cálcio existente nos ossos é constantemente retirada e transportada para o sangue e vice-versa, para que a concentração de cálcio no plasma e no organismo como um todo seja mantida em níveis constantes. Para a manutenção dos níveis de cálcio entram em jogo vários mecanismos entre os quais a absorção de cálcio no intestino, excreção de cálcio nos rins, deposição e reabsorção óssea sob controle de vários hormônios.
  • 90. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Principais funções dos ossos: Estrutural formando um eixo rígido dotado de flexibilidade (a coluna vertebral), suporte para os membros superiores e inferiores e para a cabeça; Movimento, como local de ancoragem e transferência de forças dos músculos esqueléticos por meio de tendões e efetivação do movimento por meio de articulações; Proteção de órgãos internos como os da cabeça, tórax e abdômen; Reserva de íons importantes para o organismo, principalmente cálcio e fosfato; Locais de produção de sangue através do tecido hematopoiético alojado em cavidades do osso (medula óssea hematogênica).
  • 91. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Matriz celular: formada uma porção orgânica e outra mineralizada. Características principais: • Predomínio de colágeno do tipo I organizado em fibras, sendo pouco ou altamente organizado; Também contem moléculas proteoglicanas e glicoproteínas; • A matriz óssea calcifica devido a exposição de cristais de hidroxiapatita sobre as fibras colágenas da matriz; • Impermeabilidade por ser mineralizada e como consequência há necessidade de cada célula óssea ficar muito próxima a um vaso sanguíneo. Por esta razão há sempre muitas cavidades no osso as quais contêm vasos sanguíneos situados próximos das células.
  • 92. Matriz Óssea Componentes Orgânicos (35%): Fibras colágenas tipo I (90%); Proteoglicanas (condroitin sulfato, queratan sulfato) e ácido hialurônico; Glicoproteínas: osteocalcina, osteopontina e osteonectina; Sialoproteína óssea Componentes Inorgânicos (65%): Predominantemente: fosfato de cálcio - cristais da hidroxiapatita; Íons: Mg, K, Na, carbonato e citrato. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 93. As fibras colágenas do tipo I são acidófilas e se coram bem pela eosina. Isto significa que após coloração por hematoxilina e eosina a matriz óssea fica cor de rosa ou alaranjada; Presença de cavidades de tamanhos muito variados no tecido ósseo. O tecido ósseo que delimita as cavidades tem a forma de pequenas agulhas (chamadas espículas ósseas), ou pequenas traves ou placas, chamadas traves ósseas ou trabéculas ósseas. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 94. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Osso esponjoso Canal medular
  • 95. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Populações de células do tecido ósseo Células Osteoprogenitoras: Mesênquima; Periósteo e endósteo; Capacidade de reativação; Fusiformes, núcleo alongado, ↓Citoplasma: RER ↓ ; Golgi ↓; Ribossomos livres ↑
  • 96. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Osteócitos: situados no interior e envolvidos por matriz óssea ocupando pequenos espaços (lacunas). São considerados como células adultas, secretam pouca matriz e tem a função de manter a matriz nos níveis adequados de mineralização; Osteoblastos: células pequenas situadas na superfície do osso, podem ser de forma cúbica ou arredondados (achatados). Produzem a matriz óssea que se deposita em torno da própria célula, após serem totalmente envolvidas pela matriz passam a ser osteócitos; Osteoclastos: células muito grandes e com muitos núcleos. Se situa na superfície do osso e tem a função de destruir a matriz óssea e promover sua reabsorção.
  • 97. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram 1 2 3 1 – Matriz óssea 2 – Osteócito 3 – Osteoblastos
  • 98. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Fator Efeito sobre a reabsorção óssea Efeito sobre a formação óssea PTH Aumenta Diminui vitamina D Aumenta Aumenta Calcitonina Diminui Aumenta Glicocorticóides Aumentam Diminuem Regulação da Remodelação Óssea
  • 99. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tipos de Ossos Macroscopicamente * Curtos * Longos * Chatos * Compacto * Esponjoso
  • 100. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Periósteo Camada Interna Celular: osteoblastos em contato com o osso; durante o crescimento: camada osteogênica e na fase adulta apresenta células inativas do TC com potencial osteogênico; Camada Externa Fibrosa: ↑ vasos sanguíneos e fibras colágenas I (fibras de Sharpey); Endósteo Células pavimentosas (osteobastos e osteogênicas); Reveste as paredes do osso esponjoso; Estende-se para todas as cavidades ósseas.
  • 101. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 102. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Microscopicamente: Osso Lamelar ou Secundário: forma lamelas, típico do osso compacto ou maduro; Osso Trabecular ou Primário: osso em desenvolvimento.
  • 103. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido Sanguíneo Muitos autores consideram o sangue como uma variedade de tecido conjuntivo em que o material intercelular é substituído por um líquido de composição bastante específica. Funções: transporte de oxigênio e gás carbônico; transporte e distribuição de nutriente, hormônios e metabólitos; mensageiro químico; regulador na distribuição de calor, equilíbrio de pH e equilíbrio osmótico dos tecidos
  • 104. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Células do sangue Glóbulos vermelhos ou hemácias, eritrócitos: estruturas anucleadas que contém grande quantidade de hemoglobina no seu interior; Glóbulos brancos ou leucócitos: grupo constituído por vários tipos celulares. Conforme suas características do núcleo e citoplasma são subdivididos em: Granulócitos ou polimorfonucleares: neutrófilos; eosinófilos; basófilos; Agranulócitos ou mononucleares: linfócitos; monócitos
  • 105. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Hemocitopoese ou Hemopoese É o processo de formação de células do sangue a partir de células tronco indiferenciadas comprometidas com a formação de células sanguíneas. Cada tipo de célula do sangue tem a sua linhagem própria de diferenciação: há uma linhagem eritrocítica, uma linhagem granulocítica, uma monocítica e uma linfocítica. Em cada uma destas linhagens as respectivas células-tronco sofrem mitoses e gradativamente se diferenciam em células adultas. Além disto há o processo de produção das plaquetas as quais se originam a partir de fragmentos do citoplasma que se soltam de células denominadas megacariócitos.
  • 106. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Eritropoese Os proeritroblastos diminuem bastante de tamanho, a cromatina dos núcleos se torna cada vez mais densa (escura e granulosa), o citoplasma basófilo pois há um aumento da quantidade de RNA. Conforme estas células se diferenciam elas iniciam a síntese de hemoglobina, e o citoplasma passa a se corar por uma mistura de corantes basófilos e acidófilos por causa da coexistência de RNA e hemoglobina. Com a perda gradual do RNA citoplasmático as células atingem a cor de uma hemácia e por último expulsam o núcleo e originam a hemácia de fato.
  • 107. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 108. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Granulocitopoese A célula tronco da linhagem granulocítica é uma célula grande, com núcleo volumoso de cromatina frouxa e citoplasma basófilo, porém menos que o citoplasma do proeritroblasto. Esta célula é denominada mieloblasto. Depois a célula diminui de tamanho, a cromatina do núcleo se torna mais densa e há o progressivo acúmulo de grânulos específicos. Os mieloblastos originam os promielócitos, diferentes para cada sublinhagem: promielocito neutrófilo, eosinófilo e basófilo. Nos mielócitos os núcleos apresentam uma chanfradura.
  • 109. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Na fase seguinte, de metamielócito, as células são bastante menores, de tamanho aproximado ao de uma hemácia ou de um neutrófilo. As células da fase seguinte já são encontradas em pequena quantidade no sangue circulante: células com núcleo em bastão ou bastonetes. Os bastonetes neutrófilos existem em pequena porcentagem no sangue normal, o que não ocorre com os bastonetes eosinófilos. A última fase é aquela que corresponde às células normalmente encontradas no sangue circulante: neutrófilo segmentado, eosinófilo segmentado e basófilo segmentado.
  • 110. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 111. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 112. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram TECIDO MUSCULAR Nomenclatura especial: Sarcolema: membrana plasmática Sarcoplasma: citosol (exceto as miofibrilas) Retículo Sarcoplasmático: REL Sarcossomas: mitocôndrias
  • 113. É um tecido dos animais caracterizado pela sua contratilidade, ou seja, pela capacidade de se contrair segundo alguns estímulos claros e utilizando o ATP (molécula orgânica responsável pelo armazenamento de energia nas suas ligações químicas); e pela sua excitabilidade, ou seja, capacidade de responder a um estímulo nervoso. Funções: Produção dos movimentos corporais: andar....correr; Estabilização das posições corporais: as contrações dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições; Regulação do volume dos órgãos: a contração sustentada das faixas dos músculos lisos pode impedir a saída do conteúdo de órgão oco; Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 114. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Movimento de substâncias dentro do corpo: as contrações do músculos lisos também podem mover alimentos, urina, e gametas do sistema reprodutivo. Os músculos esqueléticos promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração; Produção de calor: quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte deste calor liberado pelo musculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
  • 115. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Células musculares: Alongadas e chamadas de fibras musculares. Todas as fibras musculares tem em comum: Presença de grande quantidade de proteínas contráteis, representadas principalmente por miosina e actina. A maneira como estas proteínas se organizam nas células musculares varia nos diferentes tipos de tecido muscular; Capacidade de gerar movimento ou tensão em consequência da contração. Se as células se contraem sem que seja permitido um encurtamento, elas geram tensão (tônus).
  • 116. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido muscular estriado esquelético 40% do peso corporal; Associados ao esqueleto; Propriedade contrátil; Contração rápida; Metabolismo aeróbico/anaeróbico; Diferenças no tamanho do músculo: idade, sexo, estado de nutrição, treinamento físico.
  • 117. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 118. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido muscular estriado cardíaco Involuntário; Coração e porção inicial das Veias Pulmonares; Estriações transversais; Contração rápida; Metabolismo aeróbico; Fibras musculares longas, ramificadas e anastomosadas; Tem 15 μm diâmetro x 80 μm comprimento
  • 119. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 120. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tecido muscular liso Involuntário; Paredes das vísceras ocas, derme, ductos, vias respiratórias; Sem estriações, sem sarcômeros; Contração lenta; 30 μm diâmetro x 20 – 500 μm de comprimento; > Fonte de cálcio é extracelular (Cavéolos)
  • 121. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 122. TECIDO NERVOSO A principal característica do tecido nervoso é a presença de células denominadas neurônios. Os neurônios são células com prolongamentos e que têm a capacidade de serem estimuladas por substâncias químicas ou estímulos elétricos geralmente originados em outras células e, por sua vez, gerar um potencial de ação ("impulso nervoso") que é transmitido ao longo da membrana plasmática que recobre seus prolongamentos. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 123. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Células do Sistema Nervoso Neurônios: são constituídos por um corpo celular, também chamado pericárdio e por prolongamentos. No corpo celular se situa o núcleo e uma grande porção de citoplasma que o envolve. Há dois tipos de prolongamentos nos neurônios, os dendritos que são curtos e bastante ramificados e sua espessura diminui a medida que se afasta do corpo celular, já os axônios, são geralmente únicos e tem espessura constante, somente se ramifica na sua extremidade onde estabelece sinapses; Células da neuroglia: também chamadas de células da glia, exercem funções importantes no tecido nervoso, tais como suporte e nutrição dos neurônios, isolamento, fagocitose e reparação do tecido nervoso.
  • 124. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Fibras nervosas: Axônio + célula de revestimento Os axônios são sempre envolvidos por outras células, como geralmente são compridos há sempre necessidade de muitas células para revestir sua extensão. Sistema Nervoso Central (SNC): revestimento é feito pela célula da neuroglia  oligodendrócito; Sistema Nervoso Periférico (SNP): exercem esta função as células de Schwann. Estas células podem produzir um material composto de várias moléculas de lipídeos complexos, denominado mielina. As fibras nervosas cujas células de revestimento contêm mielina são chamadas fibras nervosas mielínicas ou mielinizadas, ao contrário das fibras nervosas não- mielinizadas ou amielínicas cujas células de revestimento não contêm mielina.
  • 125. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 126. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Localização do sistema nervoso Sistema Nervoso Central: formado por duas porções contínuas, uma situada no interior da caixa craniana, o encéfalo, e a outra constituindo a medula espinhal. No sistema nervoso central há corpos celulares e prolongamentos de neurônios além de muitas células da neuróglia. Os neurônios do cérebro estão concentrados no córtex e em agrupamentos de tamanhos variados denominados núcleos. Seus órgãos são revestidos por meninges; Sistema Nervoso Periférico: é distribuído pelo corpo sob forma de: nervos, que são formados por fibras nervosas e gânglios nervosos que são acúmulos de corpos celulares de neurônios situados fora do sistema nervoso central.
  • 127. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Organização do Sistema Nervoso Central No sistema nervoso central o tecido nervoso está organizado de tal maneira que os corpos celulares dos neurônios ficam agrupados em várias regiões, estas regiões constituindo a substância cinzenta do sistema nervoso central. Os prolongamentos dos neurônios (principalmente seus axônios) também se organizam constituindo regiões denominadas de substância branca. Na substância branca os axônios formam feixes de diferentes calibres.
  • 128. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Substância Cinzenta: regiões com alta concentração de corpos celulares de neurônios, e são denominadas desta maneira pois quando realizado o corte histológico estas regiões apresentam cor acinzentada. É o local de recepção e integração de informações e respostas. Esta localizada na periferia do cérebro logo abaixo do córtex cerebral e em núcleos no interior do cérebro; Substância Branca: regiões com grande quantidade de prolongamentos de neurônios, principalmente axônios. Em órgãos frescos esta região tem cor esbranquiçada devido a grande quantidade de mielina, e em conjunto formam então a substância branca. Constitui as vias de comunicação entre o SNC e os locais externos do SNC. Ocupa o interior do cérebro abaixo do córtex em torno dos núcleos.
  • 129. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 130. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 131. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Substância cinzenta revela núcleos grandes, esféricos, com muita cromatina frouxa, com nucléolos evidentes. O citoplasma das células não está muito evidente, porém a característica destes núcleos associados ao material cor de rosa contendo pequenos núcleos assim como trechos de espessos axônios indica que se trata de substância cinzenta do cérebro.
  • 132. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Camada molecular Camada células de Purkinje Camada Granular Substância Branca
  • 133. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram A medula espinal ou espinhal é uma porção alongada do sistema nervoso central que se continua com o tronco cerebral. Inicia-se na altura na primeira vértebra cervical e termina na altura das primeiras vértebras lombares.
  • 134. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 135. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Tipos de neurônios Unipolares: possuem um corpo celular e um axônio. Não são muito frequentes e constituem, por exemplo, as células sensoriais da retina e mucosa olfatória. Bipolares: possuem um dendrito, um corpo celular e um axônio. São frequentes nas estruturas sensoriais (retina, mucosa olfatória). Pseudounipolares: possuem um corpo celular e somente um prolongamento, que se comporta como dendrito em uma de suas porções e como axônio na outra porção. Um exemplo típico deste tipo é representado pelos neurônios sensitivos dos gânglios sensitivos da medula espinal, responsáveis pela condução de impulsos nervosos de teto, pressão, calor frio etc. Multipolares: possuem um corpo celular, vários dendritos e um axônio. Constituem a maioria dos neurônios do tecido nervoso.
  • 136. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 137. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 138. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Neuróglia Uma grande população de células do tecido nervoso é constituída pelas células da neuróglia ou simplesmente células da glia. Estas células não têm as propriedades dos neurônios: não são estimuladas por estímulos elétricos ou químicos e não transmitem estímulos ao longo de seus prolongamentos. As células da glia exercem importantes funções na nutrição e tropismo dos neurônios, sustentação do tecido nervoso e uma população especial de células da glia age como macrófagos dentro do tecido nervoso. As células da neuróglia estão presentes no sistema nervoso central. No sistema nervoso periférico há células equivalentes, que alguns autores incluem na classificação de células da neuróglia e outros consideram como uma categoria separada.
  • 139. Há várias populações de células da neuróglia no sistema nervoso central: Astróglia: é constituída por células denominadas astrócitos. São encarregados de sustentação e nutrição dos neurônios. Há dois tipos principais, chamados astrócitos protoplasmáticos: substância cinzenta e astrócitos fibrosos: substância branca; Oligodendróglia: suas células, são os oligodendrócitos presentes na substância cinzenta e em muito maior quantidade na substância branca do sistema nervoso central. Sua função principal é envolver os axônios dos neurônios de maneira a isolá-los do microambiente do tecido nervoso; Micróglia: é constituída por células que agem como macrófagos, participando, portanto, da defesa do tecido nervoso. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 140. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Astróglia Astrócitos Protoplasmáticos: são células com muitos prolongamentos ramificados e que ocupam um grande volume do espaço extracelular. Frequentemente há um precipitado exagerado de metais sobre a superfície de algumas destas células, que em consequência aparecem como borrões, sem permitir a visualização dos prolongamentos. Podem ser distinguidos em cortes após tratamentos especiais que resultam na precipitação de metais sobre sua superfície. A coloração amarelada do corte é consequência da presença destes metais
  • 141. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Corte de substância cinzenta do cérebro 1- Astrócitos protoplasmáticos 2 - Neurônios 1 1 1 2 2 2
  • 142. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Astrócitos Fibrosos: têm quantidade muito menor de prolongamentos que os astrócitos protoplasmáticos. Seus prolongamentos são longos e ramificados. Os astrócitos fibrosos são encontrados com maior frequência na substância branca do sistema nervoso central enquanto que os astrócitos protoplasmáticos são mais frequentes na substância cinzenta. Corpo celular
  • 143. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram OLIGODENDRÓGLIA
  • 144. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram MICRÓGLIA
  • 145. Organização do Sistema Nervoso Periférico (SNP) Células de Schwann: Cada célula de Schwann envolve um pequeno trecho de um axônio de modo que cada axônio é envolvido por uma longa fileira de células de Schwann. Há um pequeno espaço entre uma célula de Schwann e a seguinte. Este pequeno espaço, de grande significado fisiológico, se denomina nó de Ranvier. Nervos: são revestidos por tecido conjuntivo e existe tecido conjuntivo no interior dos nervos. Gânglios nervosos: são acúmulos de corpos celulares de neurônios situados fora do sistema nervoso central. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 146. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 147. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Todas ou quase todas fibras que aparecem na imagem são fibras mielínicas. No interior de quase todas as fibras é possível observar um pequeno círculo bastante corado: é o axônio seccionado transversalmente. O axônio deveria estar no centro da bainha de mielina, porém se deslocou durante a preparação da lâmina. Célula de Schwann Bainha de Mielina Axônio
  • 148. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Gânglio nervoso com uma grande quantidade de corpos celulares de neurônios. São células grandes e mesmo com um aumento pequeno é possível observar vários de seus núcleos.
  • 149. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Corpos celulares de neurônios, vários núcleos grandes de cromatina frouxa e nucléolos volumosos. Uma característica importante dos neurônios ganglionares é a presença em sua volta de pequenas células que recobrem os neurônios. São denominadas células satélites de neurônios ou células satélites gliais. Células satélites
  • 150. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Técnicas de Coloração de Gram
  • 151. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Coloração de Gram A coloração de Gram é uma técnica utilizada para a diferenciação de microrganismos através de cores quando observadas em microscópio óptico. A técnica recebeu este nome em homenagem a Cristian Joaquim Gram, que observou que as bactérias após serem tratadas com os mesmos corantes adquiriam cores diferenciadas. Determinou-se então que as bactérias que ficavam roxas são Gram-positivas e as que ficavam vermelhas Gram-negativas.
  • 152. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Principio de funcionamento: O mecanismo da coloração de Gram se refere à composição da parede celular, sendo que as Gram-positivas possuem uma espessa camada de peptideoglicano e ácido teicóico, e as Gram-negativas, uma fina camada de peptideoglicano, sobre a qual se encontra uma camada composta por lipoproteínas, fosfolipídeos, proteínas e lipopolissacarídeos. Durante o processo de coloração, o tratamento com álcool-acetona extrai os lipídeos, daí resultando uma porosidade ou permeabilidade aumentada da parede celular das bactérias Gram-negativas. Assim, o complexo cristal violeta-iodo (CVI) pode ser retirado e as bactérias Gram-negativas são descoradas.
  • 153. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram A parede celular das bactérias gram-positivas, em virtude de sua composição diferente, torna-se desidratada durante o tratamento com álcool-acetona, a porosidade diminui, a permeabilidade é reduzida e o complexo CVI não pode ser extraído. Outra explicação baseia-se também em diferenças de permeabilidade entre os dois grupos de bactérias. Nas Gram-positivas, o complexo CVI é retido na parede após tratamento pelo álcool-acetona, o que causa, provavelmente, uma diminuição do diâmetro dos poros da camada de glicopeptídeo ou peptideoglicano da parede celular. A parede das bactérias Gram-negativas permanece com porosidade suficientemente grande, mesmo depois do tratamento com álcool acetona, possibilitando a extração do complexo CV-l.
  • 154. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 155. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 156. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Procedimento: 1. Cubra o esfregaço com violeta genciana ou cristal violeta e deixe por 1 minutos; 2. Escorra o corante e lave em um filete de água corrente; 3. Cubra a lâmina com lugol e deixe agir por aproximadamente 1 minuto; 4. Escorra o lugol e lave em um filete de água corrente; 5. Adicione álcool-acetona sobre a lâmina; descorando-a, até que não desprenda mais corante; 6. Lave em um filete de água corrente; 7. Cubra com fucsina ou safranina por 20 segundos; 8. Lavar com água destilada, secar no ambiente ou com papel filtro. *Utilizar a objetiva de 100x com óleo de imersão sobre a lâmina.
  • 157. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Resultado:
  • 158. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Patologia Geral Estudo (logos) do sofrimento (patos) = Estudo das doenças Estudo de alterações estruturais e funcionais em células, tecido e órgãos.
  • 159. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Dentro da patologia estuda-se a etiologia (genética, infecciosa, ambiental ou física) da doença, a patogênese (mecanismo pelos quais o agente etiológico produz as manifestações da doença), as alterações morfológicas (estruturais) e as consequências funcionais (significância clínica- sinais e sintomas, curso da doença e prognóstico); Doença: é um processo patológico definido com um conjunto de características de sinais e sintomas, que pode afetar o corpo todo ou algumas de suas partes;
  • 160. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Respostas Celulares: Adaptação, Lesão e Morte A célula normal é capaz de dar conta das demandas fisiológicas, mantendo um estado normal chamado de homeostasia. As adaptações são respostas estruturais e funcionais reversíveis, a estresses fisiológicos mais excessivos e a alguns estímulos patológicos, durante os quais estados constantes novos, porém alterados, são alcançados, permitindo que a célula sobreviva e continue a funcionar. A resposta adaptativa pode consistir no aumento ou diminuição das células ou ainda alteração de fenótipo.
  • 161. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Quando o estresse é eliminado, a célula pode retornar a seu estado original, sem ter sofrido qualquer consequência danosa. Se os limites da resposta adaptativa forem ultrapassados ou se as células forem expostas a agentes lesivos ou estresse, privadas de nutrientes essenciais, ou ficarem comprometidas por mutações que afetam os constituintes celulares essenciais, sobrevém uma sequência de eventos, chamada lesão celular. A lesão celular é reversível até um certo ponto, mas se o estímulo persistir ou for intenso o suficiente desde o início, a célula sofre lesão irreversível e, finalmente, morte celular.
  • 162. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Adaptações do Crescimento Celular e Diferenciação Celular Atrofia ou hipotrofia: redução no volume ou na função de uma célula ou órgão. É resultante da resposta adaptativa da célula ao estresse persistente, que leva a redução de suas funções e das necessidades energéticas e consequente diminuição do volume. O estresse pode ser causado por insuficiência vascular, inflamação crônica ou desuso. Uma vez restaurada a normalidade as células atróficas podem reassumir suas funções normais e retornar ao volume inicial. 
  • 163. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Atrofia por diminuição da carga de trabalho: aparelho gessado/tala que leva a atrofia muscular. Menor estímulo circulatório resulta em menor nutrição celular; Perda da inervação: na poliomielite e neuropatia diabética e vasculopatia diabética; Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia): redução do cérebro (aterosclerose carótida), redução do rim (aterosclerose das artérias renais); Nutrição inadequada: menor oferta alimentar-inanição. Primeiro no tecido gorduroso, depois músculos, tecido linfoide, pele, glândulas, ossos, pulmões, coração e cérebro; ou caquexia (emagrecimento agudo em doenças graves ou câncer);
  • 164. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Perda da estimulação endócrina: hipofisária, que ocorre por destruição parcial da hipófise ou atrofia dos órgãos alvo (tireoide, adrenais, ovários); OU ovariana com a atrofia das mamas, útero e genitália externa; Atrofia Senil: redução volumétrica orgânica do cérebro, ossos e mucosas; Compressão: mecânica e vascular sobre um tecido ou órgão. Exemplo: atrofia cerebral (hidrocefalia), cálculos na vesícula (atrofia da parede), fecaloma no cólon (dilata e atrofia a parede) e em hidronefrose por cálculo ou estenose do ureter.
  • 165. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 166. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Hipertrofia: aumento dos constituintes celulares (volume celular) que consequentemente leva ao aumento do órgão como um todo. Depende do aporte de O2 e nutrientes do tecido. A adaptação do tecido à maior exigência de trabalho, podendo ser: Hipertrofia fisiológica: células musculares de atletas e trabalhadores braçais, por aumento da exigência de trabalho, exemplo hipertrofia do músculo do útero na gestação; Hipertrofia patológica: Miocárdio: sobrecarga do coração; Musculatura esquelética: braço do ferreiro, problemas de coluna vertebral; Musculatura lisa: bexiga na obstrução da uretra; Células nervosas: plexos mioentéricos; Hepatócitos: após o uso de barbitúricos.
  • 167. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Cardiomiopatia hipertrófica
  • 168. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Hiperplasia: aumento no número de células, em consequência do aumento do número de divisões celulares com manutenção do seu padrão morfofuncional, mas as células conservam o controle da divisão celular. Decorrente da sobrecarga de trabalho, as vezes concomitante com hipertrofia. Ocorre somente em órgãos com capacidade replicavativa. É REVERSÍVEL. Hiperplasia fisiológica: útero na gestação, mamas na lactação; hiperplasia compensadora na hepatectomia parcial; Hiperplasia patológica: secundárias à hiperestimulação hormonal. Exemplos: hiperfunção de hipófise, síndrome de Cushing, córtex adrenal, produção excessiva de TSH, Tireoide, hipertireoidismo, excesso de estrógenos (mama e endotélio). Também em inflamações, papilomas e pólipos.
  • 169. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Hiperplasia nodular focal forma mista (hiperplásica/adenomatosa Hiperplasia linfoide folicular
  • 170. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Hipoplasia: diminuição do volume de um órgão ou tecido devido a redução do número de células. Como na embriogênese: defeito de formação, hipoplasia pulmonar, renal OU diminuição no ritmo de renovação celular e aumento da taxa de morte celular. Hipoplasia fisiológica: involução do timo a partir da puberdade, involução das gônadas no climatério, senilidade (junto a hipotrofia); Hipoplasia Patológica: Medula óssea: anemia hipoplásicas (aplasia de medula); redução dos órgãos linfoides na AIDS. • Muitas vezes ocorre juntamente com a hipotrofia. • Sinônimos: aplasia, agenesia
  • 171. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Aplasia de medula
  • 172. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Metaplasia: é a transformação total de um tipo de tecido para outro tipo de tecido de mesma linhagem. Pode ser reversível quando cessado o estímulo que a provocou. Metaplasia do tipo epitelial: ocorre após irritação crônica, como transformação do epitélio respiratório em pavimentoso estratificado por inalação de agentes irritantes; Metaplasia mesenquimal cartilaginosa: observada em cicatrizes, cápsula sinovial e pseudo-artroses; Hiperplasia mesenquimal óssea: é observada em qualquer tecido ósseo onde haja depósito de cálcio ou sobre qualquer cartilagem.
  • 173. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Metaplasia do epitélio colunar (esquerda) para o epitélio escamoso (direita). Metaplasia intestinal no estômago. Grande número de células caliciformes (contendo vacúolos claros no citoplasma) e células absortivas, com borda em escova, que não existem na mucosa gástrica normal.
  • 174. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Displasia: é a organização anormal ou uma diferenciação desordenada de células ou tecido presente eu um órgão, com crescimento exacerbado, levando a perda de polaridade, uniformidade das células e da orientação arquitetônica., os núcleos ficam grande e hipercromático. Lesão na qual parte da espessura do epitélio é substituída por células com graus variados de atipia. Considerada uma lesão pré-neoplásica. • É frequente em epitélio metaplásico, mas nem todo o epitélio metaplásico é displásico.
  • 175. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Colo uterino
  • 176. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Neoplasia: multiplicação celular que ocorre constantemente. Indispensável para repor células que morrem. Proliferação é descontrolada e ocorre perda da diferenciação pela influência de agentes interno e externos as células (fatores de crescimento locais e endócrinos). As células neoplásica sofrem alterações que conseguem evitar a apoptose, tornado uma proliferação constitutiva. A classificação é determinada pelo comportamento clínico (maligno ou benigno), pelo aspecto microscópico ou pela origem da neoplasia.
  • 177. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Neoplasia benigna: crescem de maneira localizada, circunscrita. Não são letais nem causam transtornos ao hospedeiro, podem evoluir despercebidas por muito tempo; Neoplasia malignas: crescimento muito acelerado, infiltram tecidos vizinhos e sofrem metástase, provocando perturbações homeostáticas graves que podem levar a morte; Tumor: qualquer lesão que tem como consequência aumento de volume, inclusive uma inflamação localizada; Câncer: normalmente este termo é utilizado para designar neoplasia maligna.
  • 178. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Nomenclatura: Nome da célula, tecido ou órgão + OMA OMA= qualquer neoplasia, maligna ou benigna; SARCOMA = neoplasia maligna de células de origem mesenquimal: osso, cartilagem, gordura, musculo, vascular. Ocorre em 1% dos casos; CARCINOMA = neoplasia maligna de tecidos de epitélio de revestimento: linfoma (células sanguínea que maturam na medula linfoide), leucemia (células sanguínea que maturam na circulação mieloide);
  • 179. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Robbins e Cotran, 2010
  • 180. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Neoplasia benignas: células não tão diferentes do tecido original que crescem unidas entre si de maneira lenta e não infiltram em tecidos vizinhos; Compressão do tecido adjacente forma cápsula fibrosa. Tem boa vascularização, não criando regiões de necrose e hemorragias. Pode haver migração somente em caso de lesão ou rompimento. Consequências: Compressão de órgãos e vasos ou produção de excesso de alguma substância. Exemplos: Tumores pancreáticos: Secretores de insulina (hipoglicemia fatal); Gliomas: localizados em regiões profundas do encéfalo, tem difícil remoção podendo causar compressão, necrose de regiões vitais e morte.
  • 181. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Neoplasia Malignas: multiplicação fora do controle normal do organismo, gerando tumores não tão diferenciados que tem ritmo rápido de crescimento. As células malignas induzem angiogênese para garantir suprimento durante a fase de rápido crescimento. Grau 1 Bem diferenciado Grau 2 Moderadamente diferenciado Grau 3 Pouco diferenciado Grau 4 Não diferenciado
  • 182. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 183. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Características e propriedades das células malignas Adesividade: é reduzida, com irregularidades na membrana, diminuição de estruturas juncionais, redução de moléculas de adesão e redução da adesão ao interstício; Função celular: perda da diferenciação pode estar associada a perda da função parcial ou total. Ex: adenoma ou carcinoma da suprarrenal que continua com função de produção de hormônios esteroides, porém se tornam insensíveis aos mecanismos de controle, e como consequência níveis excessivos na circulação;
  • 184. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Bioquímicas: captam mais aminoácidos, realizam mais glicólise (células cancerosas consomem muita glicose e este consumo permite rastrear localização), tem características de células embrionárias (proliferação e metabolismo rápido); Motilidade: devido a menor adesividade e modificação da estrutura, podem infiltrar tecidos adjacentes, primeiro passo para disseminação, e podem originar novas colônias tumorais.
  • 185. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Propagação e disseminação de neoplasia Metástase Mudança de lugar. Formação de nova lesão tumoral a partir de uma primeira sem continuidade entre as duas. Processo de metastização pode iniciar precocemente, e as células podem continuar se diferenciando no foco secundário e originar uma colônia com características diferentes. A migração da metástase para o tecido hóspede não é aleatória, alguns tecido são mais preparados para receber a metástase, e constituem o chamado nicho pré- metastático  Teoria da Semente e do Terreno.
  • 186. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Metástase Cerebral
  • 187. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Processos: 1. Destacamento de células tumorais do tumor primitivo: células normais estão aderidas umas as outras. A inibição das moléculas que fazem a adesão celular e expressão daquelas que aumentam adesão a MEC e emissão de pseudópodes; 2. Deslocamento de células isoladas: é feito por movimentos ameboides orientados por agentes quimiotáticos de origem na própria célula e no estroma; 2.1. Deslocamento em blocos: células migram em conjunto. Depende da expressão de MMP e moléculas de adesão especificas. Moléculas TIMP inibem expressão de MMP, e quanto mais TIMP menor a invasividade de células tumorais. As células conseguem se deslocar entre as fibras do MEC sem destruí-las;
  • 188. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram 3. Invasão de vasos sanguíneos e linfáticos: a migração para os vasos se dá por atração em quimiocinas produzidas em células endoteliais, principalmente em capilares e vênulas de parede fina. Os macrófagos associados as células tumorais auxiliam a penetração das células nos vasos: secretam MMPs e fatores de crescimento; 4. Sobrevivência de células tumorais na circulação: na circulação as células tumorais são destruídas pelo sistema complemento. Células tumorais estimulam coagulação, formação da capa de fibrina e plaquetas que protegem as células do ataque. 99% das células tumorais na circulação morrem!
  • 189. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram 5. Saída de células tumorais para os órgãos: deve ter moléculas de adesão que permitam se ligar ao endotélio no local de extravasamento, depende também de fatores quimiotáticos secretados no órgão de destino. Exemplo: carcinoma colorretal  tecido hepático. Células tumorais pouco diferenciadas migram para nichos (medula óssea) de onde se alojam e depois migram para os tecidos definitivos; 6. Nicho pré-metastático: célula tumoral induz modificação a distância no órgão alvo que antecede a saída das células na circulação. A formação deste nicho indica local de instalação da metástase.
  • 190. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Vias de disseminação das neoplasias: Via Linfática: principal via de disseminação. Os linfonodos acometidos tem volume aumentado, mas nem todo o volume significa metástase; Via Sanguínea: as que penetram podem ir a qualquer parte do corpo, mas 99% das células tumorais na circulação morrem, mas existem em grande numero na fase de progressão do tumor. Estágio 0 Carcinoma in situ Remoção cirúrgica Estágio 1 Localizado Remoção cirúrgica Estágio 2 Localizado Avanço inicial Estágio 3 Localizado Avanço tardio Estágio 4 Metastizado
  • 191. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram A. Tumor benigno de útero: bem diferenciado, contém feixes entrelaçados de células musculares lisas neoplásicas que são virtualmente idênticas em aparência às células do músculo liso normal do miométrio; B. Tumor maligno do cólon: as glândulas cancerosas são irregulares em sua forma e tamanho e não lembram as glândulas normais. Esse tumor é considerado diferenciado, pois se observa formação de glândulas. As glândulas malignas invadiram a camada muscular do cólon. A. B.
  • 192. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram C. Tumor benigno da tireoide: folículos tireoidianos de aspecto normal (bem diferenciados), preenchidos por coloide; D. Carcinoma de células escamosas: células bem diferenciado da pele. As células tumorais são notavelmente similares às células epiteliais escamosas normais, com pontes intercelulares e ninhos de pérolas de queratina (seta). C. D.
  • 193. F. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram E. Tumor anaplásico do músculo esquelético (rabdomiossarcoma): marcante pleomorfismo celular e nuclear, os núcleos hipercromáticos e as células gigantes tumorais; F. Tumor anaplásico: variação celular e nuclear de tamanho e de forma. A célula proeminente no centro do campo possui um fuso tripolar anormal. E.
  • 194. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Visão Geral da Lesão e Morte Celulares A lesão celular ocorre quando as células são estressadas de maneira tão excessiva que não são mais capazes de se adaptar, quando são expostas a agentes nocivos a sua natureza, ou ainda se prejudicadas por anomalias intrínsecas. A lesão pode progredir para um estágio irreversível e culminar em morte celular.
  • 195. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram
  • 196. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Lesão celular reversível: ocorre nos estágios iniciais ou nas formas leves da lesão, as alterações morfológicas e funcionais são reversíveis quando bloqueado o estímulo. Os principais marcos da lesão reversível são a redução da fosforilação oxidativa, depleção do ATP, hiper-hidratação celular e várias alterações nas organelas intracelulares.
  • 197. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Morte celular: se o dano persiste a lesão torna-se irreversível, impedindo a recuperação da célula. Existem dois tipos principais de morte celular a necrose e a apoptose. Necrose é quando as enzimas extravasam para o citoplasma e digerem a célula, escapando todo o conteúdo celular, e é sempre patológica. Quando o DNA ou as proteínas celulares são lesados ocorre apoptose, onde a célula sofre dissolução nuclear, é fragmentada mas sem perda da membrana (suicídio da célula), que muitas vezes auxilia nas funções normais.
  • 198. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Causas da lesão celular Privação do oxigênio: a hipóxia é uma deficiência de oxigênio que causa lesão celular por reduzir a respiração oxidativa aeróbica. É uma causa comum e importante da lesão celular, pois interferem no fluxo sanguíneo, na oxigenação do sangue e na redução da capacidade de transporte de oxigênio no sangue. Exemplo: se uma artéria for estreitada, o tecido suprido por esse vaso pode diminuir de tamanho (atrofia), mas uma hipóxia súbita e acentuada induz lesão e morte celular; Agentes físicos: traumatismos mecânicos, extremos de temperatura, alterações bruscas da pressão atmosférica, radiação e choque elétrico;
  • 199. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Agentes químicos e drogas: substâncias simples como glicose e sal em concentrações hipertônicas podem lesar a célula diretamente ou causar um desequilíbrio eletrolítico das células. Quantidades residuais de venenos podem destruir células dentro de minutos a horas em números suficientes para causar morte. Outras substâncias como poluentes no ambiente, inseticidas, herbicidas, riscos ocupacionais (monóxido de carbono) e drogas sociais como álcool também lesam a célula; Agentes infecciosos: desde vírus até parasitas como a tênia. Reações imunológicas: assim como exerce função de defesa o sistema imune pode causar lesão celular, como as doenças autoimunes. As reações imunes a muitos agentes externos são outra ação que pode resultar em lesão à célula.
  • 200. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Defeitos genéticos: os defeitos genéticos geram lesão celular devido a deficiência de proteínas funcionais como nos erros inatos do metabolismo ou acumulação de DNA danificado que disparam a morte celular quando irreparáveis. Estas variações genéticas influenciam também a suscetibilidade a lesão por substâncias químicas e outros insultos ambientais; Desequilíbrios nutricionais: principais causas de lesão celular. As deficiências de proteínas, calorias e vitaminas geram um numero espantoso de mortes, principalmente em populações desfavorecidas. Também a anorexia nervosa, excesso de colesterol, obesidade, induzem importantes lesões celulares e contribuem para o desenvolvimento de uma série doenças.
  • 201. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Alterações morfológicas na lesão celular
  • 202. Patologia Geral e Histologia / Técnica de Coloração de Gram Mecanismo da Lesão Celular A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e sua gravidade. Pequenas doses de uma toxina química ou breves períodos de isquemia podem induzir lesão celular reversível, enquanto altas doses da mesma toxina ou uma isquemia mais prolongada resultam em morte celular instantânea ou em lenta lesão celular irreversível, levando, com o tempo à morte celular; As consequências da lesão celular dependem do tipo, estado e adaptabilidade da célula lesada. O estado nutricional e hormonal celular e suas necessidades metabólicas são importantes na sua resposta à lesão. As variações genéticas também interferem nas consequências da lesão celular.