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1
Parque Estadual da Serra da
Tiririca
Guia Didático
2
Guia Didático: Parque Estadual da Serra da Tiririca
Autores: Ana Olívia de Almeida Reis
Fellipe da Encarnação Lemos Flores
Rafael Augusto Rodrigues Brito
Saulo Felix de Almeida
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Formação de Professores
Orientadora: Regina Mendes
Departamento de Ciências-DCIEN
Designer: Ana Olívia de Almeida Reis
Fellipe da Encarnação Lemos Flores
Rafael Augusto Rodrigues Brito
Fotografias: Ana Olívia de Almeida Reis
Rafael Augusto Rodrigues Brito
3
Ana Olívia de Almeida Reis
Fellipe da Encarnação Lemos Flores
Rafael Augusto Rodrigues Brito
Saulo Felix de Almeida
Regina Mendes (coordenadora)
Guia Didático:
Parque Estadual da Serra da Tiririca
1ª edição
FFP-UERJ
São Gonçalo
2010
4
Objetivos do guia:
A proposta do guia didático é permitir, ao professor e aos
alunos, uma saída de campo bem sucedida, com as
informações necessárias para que tudo ocorra da melhor
maneira possível.
Tais informações estão relacionadas a elementos, ao longo
da trajetória, que sirvam para o professor de
Ciências/Biologia trabalhar temas de Ecologia e
Biodiversidade com seus alunos, além de aspectos relevantes
à visitação, como vestimentas adequadas, melhor maneira de
chegar, e etc.
Foto: Alto Mourão 1
5
Sumário:
1- Dados históricos .................................................... 6
2 - Criação do Parque ................................................. 8
3 - Dados geográficos ................................................13
4 - Fauna ...................................................................16
5 - Flora .....................................................................18
6 - Conhecendo o Parque ...........................................20
*Preparando a visita ................................................. 20
*Realizando a visita .................................................. 22
*Retornando da visita ............................................... 24
7 - Bibliografia ...........................................................26
6
Dados
Históricos
7
Dados Históricos
A região do Parque é abundante em vestígios de ambientes
arqueológicos com registros de populações pré-históricas com
tradições que se sucederam no local, principalmente em Itaipu,
onde há ocorrência de sambaquis que caracterizam a existência
deste povo. No início da colonização européia no Rio de Janeiro, a
tribo Tamoios habitava esta região e em meados do século XVI, os
jesuítas edificaram o local para a catequese dos índios que ali
residiam.
Antigos relatos mostram que a terra do Parque era conhecida
como Serra de Inoã ou de Maricá. Seu nome atual possui relação
com a travessia de tropas de burros na região que passavam por
caminhos repletos de vegetais da família das Cyperaceaes, que são
conhecidas popularmente como Tiriricas.
Até mesmo Charles Darwin, quando esteve no Brasil em 1832,
passou pela Serra da Tiririca, quando estava seguindo viagem até
Cabo Frio. Relatos das suas experiências e observações no local
foram publicados algum tempo depois.
Foto: Charles Darwin
8
Criação do
Parque
9
Criação do Parque
O Parque Estadual da Serra da Tiririca teve sua criação e
desenvolvimento como resultado de iniciativa popular. Entidades
ambientalistas em conjunto com associações de moradores se
uniram para denunciar abusos que estavam ocorrendo na Serra, os
quais tiveram início na década de 1980, como por exemplo
disputas políticas e econômicas, que envolvem tanto especulações
imobiliárias como ações ilegais de desmatamento, posse de terra e
crimes ambientais variados. Uma experiência pioneira e de efeito
ocorreu quando numa Ação Civil Pública, solicitada pela
comunidade local, alcançou-se êxito e a construção de um
loteamento ilegal foi proibida pelo Ministério Público.
Em 1989 houve a criação da Frente Tiririca, que contou com a
participação de ONGs e diversos grupos ambientalistas, porém no
ano seguinte as atividades desta Frente foram interrompidas por
conta de afastamentos decorrentes de crises políticas e partidárias
entre os integrantes.
A partir disso, uma comissão formada por diversos grupos de
ambientalistas, em conjunto com a equipe técnica do MCE
(Movimento Cidadania Ecológica), desenvolveu uma proposta, a
partir de estudos, para a criação do Parque.
Foto: Costão de itacoatiara 1
10
O projeto inicial foi encaminhado à Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e após análise e muita espera
houve a aprovação. Em 29 de novembro de 1991, a Serra da
Tiririca foi sancionada por meio da Lei Estadual nº 1901/91, que
criou o Parque Estadual da Serra da Tiririca.
No dia 10 de outubro de 1992, o Parque foi reconhecido
internacionalmente pela importância de seus ecossistemas e como
parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, sendo
homologado pela UNESCO. Hoje, o Parque está sob a
administração do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e uma sede
e uma sub-sede (em Itaipuaçu e em Itacoatiara, respectivamente)
foram construídas com recursos provenientes do Programa de
Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG). Os seus limites são
provisórios e conforme
previsto na lei que criou a
unidade, uma comissão
integrada por técnicos
ambientais e órgãos públicos
formulou uma proposta de
delimitação definitiva, onde o
Morro das Andorinhas (Itaipu
– Itacoatiara) é incorporado
ao Parque e áreas que faziam
parte de antigos loteamentos
são excluídas.
Foto: Alto Mourão 2
Os limites da área de estudos para a demarcação e do perímetro
definitivo do Parque estão dispostos no Decreto Estadual abaixo:
11
DECRETO ESTADUAL NO
18.598 – DE 19 DE ABRIL DE 1993
Art. 1o
– A área objeto de estudos para a demarcação do
perímetro definitivo do Parque Estadual da Serra da Tiririca, criada
pela Lei no
1.901, de 29.11.91, será composta de duas partes, uma
continental e outra marinha, apresentando as seguintes
delimitações:
I – PARTE CONTINENTAL: Inicia-se na Ponta de Itaipuaçu,
seguindo a orla marítima até encontrar o molhe de pedras da
margem direita do Canal da Costa; deste ponto sobe em linha reta
no sentido Leste até a cota 20, seguindo por esta pelo Morro do
Elefante até encontrar a estrada que liga Itaipuaçu e Itaipu,
seguindo por ela até entroncamento onde está situada a Escola
Pública de Itaipuaçu; deste ponto segue a estrada de terra que
contorna o Morro da Penha e o Brejo da Penha até atingir a rua 35,
deste ponto sobe em linha reta em sentido Norte até alcançar a
cota 25 do Morro do Telégrafo, seguindo sinuosamente por esta
até atingir a Estrada do Grotão; deste ponto sobe para a cota 50,
seguindo por esta pelos Morros da Serrinha e Catumbi até atingir a
RJ – 106 (Rodovia Amaral
Peixoto); daí desce em linha reta
no sentido Sul até a cota 125,
seguindo por esta, novamente,
pelos Morros do Catumbi e
Serrinha até encontrar a Estrada
G, deste ponto desce até a cota
100, seguindo, por ela pelos Morros da Serrinha e Cordovil até
encontrar a Avenida Central, encontrar a Avenida Central,
seguindo por esta até atingir a cota 50; deste ponto segue pela
cota 50 até atingir a Estrada do Vai e Vem (Estrada da Barrinha),
descendo por ela até a cota 25, prosseguindo pela cota 25 até
encontrar o limite Leste do Condomínio Ubá Floresta, deste ponto
segue em linha reta em sentido leste até atingir a Estrada do
Engenho do Mato, seguindo por ela até atingir a linha a Rua Y,
continuando por esta até atingir a Estrada Celso Peçanha, deste
12
ponto sobe em linha reta no sentido Oeste até alcançar a cota 15,
prosseguindo por esta até encontrar a Rua das Papoulas, em
Itacoatiara, prosseguindo, por esta até encontrar a Av. Beira-Mar;
deste ponto segue em linha formada pela interseção da Praia de
Itacoatiara com o costão rochoso da Pedra de Itacoatiara,
prosseguindo pela orla marítima até a Ponta de Itaipuaçu, no
Morro do Elefante.
II – PARTE MARINHA: Começa na Ponta de Itaipuaçu (Morro
do Elefante), seguindo pela orla marítima até encontrar a molhe
de pedras na margem direita do Canal da Costa; a partir deste
ponto segue por uma linha imaginária com sentido Noroeste-
Sudoeste que avança 1.700 metros de mar adentro; deste ponto
inflexiona 60º graus, sentido Oeste, seguindo por uma linha de
cerca de 3.300 m² até encontrar uma reta imaginária que alcança
o ponto de encontro na Praia de Itacoatiara com o costão rochoso
da Pedra de Itacoatiara, seguindo pela orla marítima até a Ponta
de Itaipuaçu (Morro do Elefante).
Foto: Mapa com localização e limites do Parque Estadual da
Serra da Tiririca
Fonte: IEF.
13
Dados
Geográficos
14
Dados Geográficos
Foto: Visão do Alto Morão para Itacoatiara e o Morro das Andorinhas.
Região:Sudeste
Estado: Rio de Janeiro
Município: Niterói e Maricá
Bioma: Floresta Atlântica e Ecossistemas Costeiros
Área: 2.400 hectares
Criação: Lei Estadual n.º1.901 (29/11/1991)
Unidade de Proteção Integral
A Serra da Tiririca está localizada nos municípios de Niterói e
Maricá, ambos situados no Estado do Rio de Janeiro, e apresenta
uma cobertura vegetal correspondente ao domínio da Floresta
Atlântica.
A Serra é formada por oito morros: Morro do elefante (412 m),
Alto Mourão (369 m), Costão de Itacoatiara (217 m), Morro do
Telégrafo (357 m), Morro do Catumbi (325 m), Morro do Cordovil
(202 m), Morro da Penha (128 m) e Morro da Serrinha (217 m), e
15
possui nascentes de rios das macrobacias da Região Oceânica de
Niterói e da Baía de Guanabara, que são protegidas pela vegetação
ali encontrada. A macrobacia da região oceânica apresenta os
seguintes rios com nascentes na Serra: Rio João Mendes, Córrego
Tiririca ou dos Colibris, Valão de Itacoatiara, Córrego da Moréia,
Córrego da Perereca Branca e Córrego Bebedouro dos
Caranguejos, que desaguam na Laguna de Itaipu. Em Maricá,
outros rios têm suas nascentes na Serra, tais como: Rio Inoã e Rio
Itaocaia. Existem também aqueles que, além de possuir suas
nascentes na Serra, deságuam na Baía de Guanabara. São eles: o
Rio do Ouro, Rio Várzea das Moças e Bacia do Rio Aldeia.
Este tipo de formação florestal ocorre na faixa de altitude entre
50 e 500 metros, no relevo da Serra do Mar. Muito da vegetação
original foi alterada por desmatamentos sucessivos, restando
alguns fragmentos florestais nativos ou com pouco grau de
perturbação. A maior parte da região é coberta por vegetação
regenerada, pasto, plantações de banana e outras culturas de
subsistência. As áreas próximas à
baixada estão sendo desmatadas e
ocupadas devido à expansão urbana de
Niterói e Maricá. Contudo, apesar da
maior parte corresponder a matas
secundárias, estas abrigam um valioso
patrimônio genético, representado pela
flora e fauna bastante diversificadas,
incluindo espécies raras e em perigo de
extinção. Em relação aos animais, ainda
podemos encontrar pacas, micos-estrela e tatus, além de um
grande número de aves. Mas algumas espécies como o mico-leão-
dourado, a jibóia e o gato-do-mato, já foram extintas na região.
16
Fauna
17
Fauna
Apesar dos poucos dados disponíveis na região sobre a fauna,
sabe-se que a entomofauna é considerável em espécies, porém
numericamente abundante em indivíduos. A fauna marinha
apresenta grande riqueza, destacando-se a presença das
tartarugas marinhas aruanã e tartaruga-de-couro. Na baixada de
Itaipuaçu, ainda existem raros exemplares do teiú e do ameaçado
jacaré-do-papo-amarelo.
Da avifauna foram identificadas e registradas
aproximadamente 130 espécies, destacando-se tucano-do-bico-
preto, jacupemba, maitaca, sanhaço e gavião-de-cauda-branca,
este último originário do interior, mas que invadiu a área litorânea
fugindo dos desmatamentos. São encontradas várias espécies
migratórias usando o Parque como ponto de invernada e local de
reprodução.
Há registros de espécies de maior porte como, por exemplo,
jaguarundi e preguiça. Algumas espécies ameaçadas relevantes
são preguiça, gato-do-mato, jabuti-de-cabeça-vermelha e
tamanduá-bandeira.
Foto: Siriema no Costão de Itacoatiara Foto: Preguiça
18
Flora
19
Flora
Estudos realizados pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro
identificaram 350 espécies vegetais nas imediações do Alto
Mourão, a maior parte delas típica de Mata Atlântica. Na região da
Pedra de Itacoatiara e da Enseada do Bananal pode-se encontrar
mata de restinga; e no topo do Morro do Elefante e em alguns
trechos da Pedra de Itacoatiara, uma vegetação herbácea rupícola.
Em afloramentos rochosos e encostas íngremes, observa-se a
presença de espécies cactáceas, sendo mais freqüentes Ripsalis
sp. e Austrocephalocereus fluminensis, e entre as bromélias, a
Vriesea regina, encontrada nos paredões e demais encostas
desprovidas de vegetação arbórea e arbustiva. Nessas áreas,
verifica-se a predominância de palmáceas.
Entre as espécies dos topos dos morros, destaca-se a baba-de-
boi ou jerivá. Em meio à mata regenerada são encontradas
espécies remanescentes do ciclo econômico do café, com a
presença de espécies quase desaparecidas da região, como
palmito e figueira-da-terra ou caiapiá.
A Serra da Tiririca apresenta uma cobertura vegetal
correspondente ao domínio da Mata Atlântica do tipo floresta
ombrófila densa, sendo classificada como Mata Atlântica Baixo-
Montana ou Submontana.
Foto: Vriesea regina Foto: Palmito
20
Conhecendo o
Parque
*Preparando a
visita
21
*Preparando a visita
A visita ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, no bairro de
Itacoatiara, Niterói, é gratuita e o horário de funcionamento é das
8:00 às 17:00 horas. A melhor maneira de se chegar à sede do
Parque é por veículos que não sejam muito grandes, como
microônibus, vans, carros de passeio e etc, visto que o local que se
tem para estacionar não comporta veículos muito grandes, como
um ônibus, por exemplo.
Antes da visita o professor pode abordar assuntos como
diversidade biológica, sucessão ecológica, degradação do meio
ambiente relacionando com os aspectos que vão ser observados e
analisados durante a caminhda.
Em relação ao que vestir, o ideal
são roupas confortáveis e tênis. O
uso de repelentes e de protetor
solar também é indicado.
Durante o percurso na Serra da
Tiririca, não há local para fazer
lanche e também, na região em que
ela se encontra, não há lugares para
se comprar água e comida. Portanto
recomenda-se que esses produtos
sejam adquiridos antes da chegada
ao Parque.
É importante ressaltar que, como toda Unidade de Proteção
Integral, algumas práticas são proibidas, como a da pesca, a do
acesso com animais domésticos, portar e fazer uso de bebidas
alcoólicas, fumar e fazer uso de fogo.
A caminhada é indicada para os alunos de idade mais avançada,
isto é, que não precisam ser “monitorados”, pois, apesar de existir
corrimão durante a subida na floresta, existem algumas partes
íngrimes e escorregadias, que devem ser percorridas com atenção,
principalmente na subida do Costão de Itacoatiara.
22
*Realizando a Visita
23
*Realizando a visita
Chegando ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, há uma sede
que pode ser visitada e pode servir como ponto de partida para o
trabalho a ser realizado, como a história da Instituição e etc.
Porém nem sempre ela está aberta.
Antes do ínicio deve-se alertar sobre os materias que deverão
estar em mãos, como por exemplo pranchetas para anotações, no
final será cobrado um relatório sobre o que foi visto e analisado e
máquinas fotográficas. No começo da subida, o professor pode
destacar o domínio da mata que rodeia a caminhada, no caso, a
Mata Atlântica e poderá até ser recebido por micos que habitam a
região.
É interessante observar todo o entorno, pois há elementos
importantes a serem ressaltados e contextualizados com os temas
de Ecologia e Biodiversidade, como a presença de fungos, a
umidade do local,a presença dos animais e em que região eles se
encontram, o domínio de determinadas árvores ou plantas, a
presença de líquens, que são grandes indicadores biológicos,etc.
As anotações dos alunos ao longo do trajeto também são
importantes, para que depois estas sejam discutidas e debatidas.
Além de servirem como base para o preparo dos relatórios que
serão entregues no final da visita.
Foto: Fungo Orelha-de-pau
24
*Retornando da
visita
25
*Retornando da Visita
No final da trajetória percorrida, o professor poderá entregar
um relatório com questões que farão o aluno aplicar o que foi
visualizado.
Este relatório pode se basear nas aulas a serem dadas, ou nas
que já foram dadas anteriormente à visita.
Temas que podem ser abordados, são os que dizem respeito à
Mata Atlântica, como vegetação nativa, fauna e flora, espécies
invasoras e também em relação às matas costeiras, tudo isso
relacionado aos temas de ecologia e biodiversidade .
O intuito é fazer com que o aluno consiga assimilar melhor a
teoria que é ensinada a partir da prática, de estar em contato com
um ambiente ilustrativo e real.
Foto: Costão de Itacoatiara( à noite)
26
Bibliografia:
IEF, lesgislação 
www.ief.rj.gov.br/legislacao/conteudo.htm
Projeto Flora Serra da Tiririca (FFP/UERJ – Profª Ana Angélica
Monteiro de Barros) 
www.meioambiente.uerj.br
Darwin na Serra da Tiririca 
http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE20/RBDE20_03
_SANDRA_ESCOVEDO_SELLES_E_MARTHA_ABREU.pdf
www.nitnews.com
www.ambientebrasil.com.br

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Guia Parque Tiririca

  • 1. 1 Parque Estadual da Serra da Tiririca Guia Didático
  • 2. 2 Guia Didático: Parque Estadual da Serra da Tiririca Autores: Ana Olívia de Almeida Reis Fellipe da Encarnação Lemos Flores Rafael Augusto Rodrigues Brito Saulo Felix de Almeida Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Formação de Professores Orientadora: Regina Mendes Departamento de Ciências-DCIEN Designer: Ana Olívia de Almeida Reis Fellipe da Encarnação Lemos Flores Rafael Augusto Rodrigues Brito Fotografias: Ana Olívia de Almeida Reis Rafael Augusto Rodrigues Brito
  • 3. 3 Ana Olívia de Almeida Reis Fellipe da Encarnação Lemos Flores Rafael Augusto Rodrigues Brito Saulo Felix de Almeida Regina Mendes (coordenadora) Guia Didático: Parque Estadual da Serra da Tiririca 1ª edição FFP-UERJ São Gonçalo 2010
  • 4. 4 Objetivos do guia: A proposta do guia didático é permitir, ao professor e aos alunos, uma saída de campo bem sucedida, com as informações necessárias para que tudo ocorra da melhor maneira possível. Tais informações estão relacionadas a elementos, ao longo da trajetória, que sirvam para o professor de Ciências/Biologia trabalhar temas de Ecologia e Biodiversidade com seus alunos, além de aspectos relevantes à visitação, como vestimentas adequadas, melhor maneira de chegar, e etc. Foto: Alto Mourão 1
  • 5. 5 Sumário: 1- Dados históricos .................................................... 6 2 - Criação do Parque ................................................. 8 3 - Dados geográficos ................................................13 4 - Fauna ...................................................................16 5 - Flora .....................................................................18 6 - Conhecendo o Parque ...........................................20 *Preparando a visita ................................................. 20 *Realizando a visita .................................................. 22 *Retornando da visita ............................................... 24 7 - Bibliografia ...........................................................26
  • 7. 7 Dados Históricos A região do Parque é abundante em vestígios de ambientes arqueológicos com registros de populações pré-históricas com tradições que se sucederam no local, principalmente em Itaipu, onde há ocorrência de sambaquis que caracterizam a existência deste povo. No início da colonização européia no Rio de Janeiro, a tribo Tamoios habitava esta região e em meados do século XVI, os jesuítas edificaram o local para a catequese dos índios que ali residiam. Antigos relatos mostram que a terra do Parque era conhecida como Serra de Inoã ou de Maricá. Seu nome atual possui relação com a travessia de tropas de burros na região que passavam por caminhos repletos de vegetais da família das Cyperaceaes, que são conhecidas popularmente como Tiriricas. Até mesmo Charles Darwin, quando esteve no Brasil em 1832, passou pela Serra da Tiririca, quando estava seguindo viagem até Cabo Frio. Relatos das suas experiências e observações no local foram publicados algum tempo depois. Foto: Charles Darwin
  • 9. 9 Criação do Parque O Parque Estadual da Serra da Tiririca teve sua criação e desenvolvimento como resultado de iniciativa popular. Entidades ambientalistas em conjunto com associações de moradores se uniram para denunciar abusos que estavam ocorrendo na Serra, os quais tiveram início na década de 1980, como por exemplo disputas políticas e econômicas, que envolvem tanto especulações imobiliárias como ações ilegais de desmatamento, posse de terra e crimes ambientais variados. Uma experiência pioneira e de efeito ocorreu quando numa Ação Civil Pública, solicitada pela comunidade local, alcançou-se êxito e a construção de um loteamento ilegal foi proibida pelo Ministério Público. Em 1989 houve a criação da Frente Tiririca, que contou com a participação de ONGs e diversos grupos ambientalistas, porém no ano seguinte as atividades desta Frente foram interrompidas por conta de afastamentos decorrentes de crises políticas e partidárias entre os integrantes. A partir disso, uma comissão formada por diversos grupos de ambientalistas, em conjunto com a equipe técnica do MCE (Movimento Cidadania Ecológica), desenvolveu uma proposta, a partir de estudos, para a criação do Parque. Foto: Costão de itacoatiara 1
  • 10. 10 O projeto inicial foi encaminhado à Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e após análise e muita espera houve a aprovação. Em 29 de novembro de 1991, a Serra da Tiririca foi sancionada por meio da Lei Estadual nº 1901/91, que criou o Parque Estadual da Serra da Tiririca. No dia 10 de outubro de 1992, o Parque foi reconhecido internacionalmente pela importância de seus ecossistemas e como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, sendo homologado pela UNESCO. Hoje, o Parque está sob a administração do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e uma sede e uma sub-sede (em Itaipuaçu e em Itacoatiara, respectivamente) foram construídas com recursos provenientes do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG). Os seus limites são provisórios e conforme previsto na lei que criou a unidade, uma comissão integrada por técnicos ambientais e órgãos públicos formulou uma proposta de delimitação definitiva, onde o Morro das Andorinhas (Itaipu – Itacoatiara) é incorporado ao Parque e áreas que faziam parte de antigos loteamentos são excluídas. Foto: Alto Mourão 2 Os limites da área de estudos para a demarcação e do perímetro definitivo do Parque estão dispostos no Decreto Estadual abaixo:
  • 11. 11 DECRETO ESTADUAL NO 18.598 – DE 19 DE ABRIL DE 1993 Art. 1o – A área objeto de estudos para a demarcação do perímetro definitivo do Parque Estadual da Serra da Tiririca, criada pela Lei no 1.901, de 29.11.91, será composta de duas partes, uma continental e outra marinha, apresentando as seguintes delimitações: I – PARTE CONTINENTAL: Inicia-se na Ponta de Itaipuaçu, seguindo a orla marítima até encontrar o molhe de pedras da margem direita do Canal da Costa; deste ponto sobe em linha reta no sentido Leste até a cota 20, seguindo por esta pelo Morro do Elefante até encontrar a estrada que liga Itaipuaçu e Itaipu, seguindo por ela até entroncamento onde está situada a Escola Pública de Itaipuaçu; deste ponto segue a estrada de terra que contorna o Morro da Penha e o Brejo da Penha até atingir a rua 35, deste ponto sobe em linha reta em sentido Norte até alcançar a cota 25 do Morro do Telégrafo, seguindo sinuosamente por esta até atingir a Estrada do Grotão; deste ponto sobe para a cota 50, seguindo por esta pelos Morros da Serrinha e Catumbi até atingir a RJ – 106 (Rodovia Amaral Peixoto); daí desce em linha reta no sentido Sul até a cota 125, seguindo por esta, novamente, pelos Morros do Catumbi e Serrinha até encontrar a Estrada G, deste ponto desce até a cota 100, seguindo, por ela pelos Morros da Serrinha e Cordovil até encontrar a Avenida Central, encontrar a Avenida Central, seguindo por esta até atingir a cota 50; deste ponto segue pela cota 50 até atingir a Estrada do Vai e Vem (Estrada da Barrinha), descendo por ela até a cota 25, prosseguindo pela cota 25 até encontrar o limite Leste do Condomínio Ubá Floresta, deste ponto segue em linha reta em sentido leste até atingir a Estrada do Engenho do Mato, seguindo por ela até atingir a linha a Rua Y, continuando por esta até atingir a Estrada Celso Peçanha, deste
  • 12. 12 ponto sobe em linha reta no sentido Oeste até alcançar a cota 15, prosseguindo por esta até encontrar a Rua das Papoulas, em Itacoatiara, prosseguindo, por esta até encontrar a Av. Beira-Mar; deste ponto segue em linha formada pela interseção da Praia de Itacoatiara com o costão rochoso da Pedra de Itacoatiara, prosseguindo pela orla marítima até a Ponta de Itaipuaçu, no Morro do Elefante. II – PARTE MARINHA: Começa na Ponta de Itaipuaçu (Morro do Elefante), seguindo pela orla marítima até encontrar a molhe de pedras na margem direita do Canal da Costa; a partir deste ponto segue por uma linha imaginária com sentido Noroeste- Sudoeste que avança 1.700 metros de mar adentro; deste ponto inflexiona 60º graus, sentido Oeste, seguindo por uma linha de cerca de 3.300 m² até encontrar uma reta imaginária que alcança o ponto de encontro na Praia de Itacoatiara com o costão rochoso da Pedra de Itacoatiara, seguindo pela orla marítima até a Ponta de Itaipuaçu (Morro do Elefante). Foto: Mapa com localização e limites do Parque Estadual da Serra da Tiririca Fonte: IEF.
  • 14. 14 Dados Geográficos Foto: Visão do Alto Morão para Itacoatiara e o Morro das Andorinhas. Região:Sudeste Estado: Rio de Janeiro Município: Niterói e Maricá Bioma: Floresta Atlântica e Ecossistemas Costeiros Área: 2.400 hectares Criação: Lei Estadual n.º1.901 (29/11/1991) Unidade de Proteção Integral A Serra da Tiririca está localizada nos municípios de Niterói e Maricá, ambos situados no Estado do Rio de Janeiro, e apresenta uma cobertura vegetal correspondente ao domínio da Floresta Atlântica. A Serra é formada por oito morros: Morro do elefante (412 m), Alto Mourão (369 m), Costão de Itacoatiara (217 m), Morro do Telégrafo (357 m), Morro do Catumbi (325 m), Morro do Cordovil (202 m), Morro da Penha (128 m) e Morro da Serrinha (217 m), e
  • 15. 15 possui nascentes de rios das macrobacias da Região Oceânica de Niterói e da Baía de Guanabara, que são protegidas pela vegetação ali encontrada. A macrobacia da região oceânica apresenta os seguintes rios com nascentes na Serra: Rio João Mendes, Córrego Tiririca ou dos Colibris, Valão de Itacoatiara, Córrego da Moréia, Córrego da Perereca Branca e Córrego Bebedouro dos Caranguejos, que desaguam na Laguna de Itaipu. Em Maricá, outros rios têm suas nascentes na Serra, tais como: Rio Inoã e Rio Itaocaia. Existem também aqueles que, além de possuir suas nascentes na Serra, deságuam na Baía de Guanabara. São eles: o Rio do Ouro, Rio Várzea das Moças e Bacia do Rio Aldeia. Este tipo de formação florestal ocorre na faixa de altitude entre 50 e 500 metros, no relevo da Serra do Mar. Muito da vegetação original foi alterada por desmatamentos sucessivos, restando alguns fragmentos florestais nativos ou com pouco grau de perturbação. A maior parte da região é coberta por vegetação regenerada, pasto, plantações de banana e outras culturas de subsistência. As áreas próximas à baixada estão sendo desmatadas e ocupadas devido à expansão urbana de Niterói e Maricá. Contudo, apesar da maior parte corresponder a matas secundárias, estas abrigam um valioso patrimônio genético, representado pela flora e fauna bastante diversificadas, incluindo espécies raras e em perigo de extinção. Em relação aos animais, ainda podemos encontrar pacas, micos-estrela e tatus, além de um grande número de aves. Mas algumas espécies como o mico-leão- dourado, a jibóia e o gato-do-mato, já foram extintas na região.
  • 17. 17 Fauna Apesar dos poucos dados disponíveis na região sobre a fauna, sabe-se que a entomofauna é considerável em espécies, porém numericamente abundante em indivíduos. A fauna marinha apresenta grande riqueza, destacando-se a presença das tartarugas marinhas aruanã e tartaruga-de-couro. Na baixada de Itaipuaçu, ainda existem raros exemplares do teiú e do ameaçado jacaré-do-papo-amarelo. Da avifauna foram identificadas e registradas aproximadamente 130 espécies, destacando-se tucano-do-bico- preto, jacupemba, maitaca, sanhaço e gavião-de-cauda-branca, este último originário do interior, mas que invadiu a área litorânea fugindo dos desmatamentos. São encontradas várias espécies migratórias usando o Parque como ponto de invernada e local de reprodução. Há registros de espécies de maior porte como, por exemplo, jaguarundi e preguiça. Algumas espécies ameaçadas relevantes são preguiça, gato-do-mato, jabuti-de-cabeça-vermelha e tamanduá-bandeira. Foto: Siriema no Costão de Itacoatiara Foto: Preguiça
  • 19. 19 Flora Estudos realizados pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro identificaram 350 espécies vegetais nas imediações do Alto Mourão, a maior parte delas típica de Mata Atlântica. Na região da Pedra de Itacoatiara e da Enseada do Bananal pode-se encontrar mata de restinga; e no topo do Morro do Elefante e em alguns trechos da Pedra de Itacoatiara, uma vegetação herbácea rupícola. Em afloramentos rochosos e encostas íngremes, observa-se a presença de espécies cactáceas, sendo mais freqüentes Ripsalis sp. e Austrocephalocereus fluminensis, e entre as bromélias, a Vriesea regina, encontrada nos paredões e demais encostas desprovidas de vegetação arbórea e arbustiva. Nessas áreas, verifica-se a predominância de palmáceas. Entre as espécies dos topos dos morros, destaca-se a baba-de- boi ou jerivá. Em meio à mata regenerada são encontradas espécies remanescentes do ciclo econômico do café, com a presença de espécies quase desaparecidas da região, como palmito e figueira-da-terra ou caiapiá. A Serra da Tiririca apresenta uma cobertura vegetal correspondente ao domínio da Mata Atlântica do tipo floresta ombrófila densa, sendo classificada como Mata Atlântica Baixo- Montana ou Submontana. Foto: Vriesea regina Foto: Palmito
  • 21. 21 *Preparando a visita A visita ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, no bairro de Itacoatiara, Niterói, é gratuita e o horário de funcionamento é das 8:00 às 17:00 horas. A melhor maneira de se chegar à sede do Parque é por veículos que não sejam muito grandes, como microônibus, vans, carros de passeio e etc, visto que o local que se tem para estacionar não comporta veículos muito grandes, como um ônibus, por exemplo. Antes da visita o professor pode abordar assuntos como diversidade biológica, sucessão ecológica, degradação do meio ambiente relacionando com os aspectos que vão ser observados e analisados durante a caminhda. Em relação ao que vestir, o ideal são roupas confortáveis e tênis. O uso de repelentes e de protetor solar também é indicado. Durante o percurso na Serra da Tiririca, não há local para fazer lanche e também, na região em que ela se encontra, não há lugares para se comprar água e comida. Portanto recomenda-se que esses produtos sejam adquiridos antes da chegada ao Parque. É importante ressaltar que, como toda Unidade de Proteção Integral, algumas práticas são proibidas, como a da pesca, a do acesso com animais domésticos, portar e fazer uso de bebidas alcoólicas, fumar e fazer uso de fogo. A caminhada é indicada para os alunos de idade mais avançada, isto é, que não precisam ser “monitorados”, pois, apesar de existir corrimão durante a subida na floresta, existem algumas partes íngrimes e escorregadias, que devem ser percorridas com atenção, principalmente na subida do Costão de Itacoatiara.
  • 23. 23 *Realizando a visita Chegando ao Parque Estadual da Serra da Tiririca, há uma sede que pode ser visitada e pode servir como ponto de partida para o trabalho a ser realizado, como a história da Instituição e etc. Porém nem sempre ela está aberta. Antes do ínicio deve-se alertar sobre os materias que deverão estar em mãos, como por exemplo pranchetas para anotações, no final será cobrado um relatório sobre o que foi visto e analisado e máquinas fotográficas. No começo da subida, o professor pode destacar o domínio da mata que rodeia a caminhada, no caso, a Mata Atlântica e poderá até ser recebido por micos que habitam a região. É interessante observar todo o entorno, pois há elementos importantes a serem ressaltados e contextualizados com os temas de Ecologia e Biodiversidade, como a presença de fungos, a umidade do local,a presença dos animais e em que região eles se encontram, o domínio de determinadas árvores ou plantas, a presença de líquens, que são grandes indicadores biológicos,etc. As anotações dos alunos ao longo do trajeto também são importantes, para que depois estas sejam discutidas e debatidas. Além de servirem como base para o preparo dos relatórios que serão entregues no final da visita. Foto: Fungo Orelha-de-pau
  • 25. 25 *Retornando da Visita No final da trajetória percorrida, o professor poderá entregar um relatório com questões que farão o aluno aplicar o que foi visualizado. Este relatório pode se basear nas aulas a serem dadas, ou nas que já foram dadas anteriormente à visita. Temas que podem ser abordados, são os que dizem respeito à Mata Atlântica, como vegetação nativa, fauna e flora, espécies invasoras e também em relação às matas costeiras, tudo isso relacionado aos temas de ecologia e biodiversidade . O intuito é fazer com que o aluno consiga assimilar melhor a teoria que é ensinada a partir da prática, de estar em contato com um ambiente ilustrativo e real. Foto: Costão de Itacoatiara( à noite)
  • 26. 26 Bibliografia: IEF, lesgislação  www.ief.rj.gov.br/legislacao/conteudo.htm Projeto Flora Serra da Tiririca (FFP/UERJ – Profª Ana Angélica Monteiro de Barros)  www.meioambiente.uerj.br Darwin na Serra da Tiririca  http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE20/RBDE20_03 _SANDRA_ESCOVEDO_SELLES_E_MARTHA_ABREU.pdf www.nitnews.com www.ambientebrasil.com.br