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 Quem de nós nunca se deparou com o fato de
julgar, de ser julgado ou de ser “aferido”
socialmente, de acordo com o veículo que
tem? Raramente tenho ouvido um não como
resposta a este questionamento.
 Num país capitalista como é o Brasil, não é de se
espantar que a cultura do ter infelizmente se
sobreponha à cultura do ser. Há décadas o carro
tem sido visto como símbolo de status social e
de elemento de consumo. Para muitos,
transmite a idéia da supremacia sobre os outros.
 Os automóveis prometem altas velocidades, dando a sensação de
superação dos limites, apesar de que na maioria das estradas não
é permitido mais do que 110 km por hora.
A cada dia aumenta a frota de veículos circulando e aumentam
também os problemas gerados pelo uso do automóvel, como a
emissão de gases poluentes, o aquecimento global, o estresse,
caos urbano etc.
Uma grande parte dos motoristas circulam pelo espaço urbano
avançando sobre os pedestres, xingando e fechando os outros
motoristas, com a falsa sensação de que a máquina é uma
armadura.Vivendo num contexto que estimula o individualismo e
a competição, para alguns, manter um comportamento ético e
solidário torna-se um desafio!
 Diante do mito do carro, objeto e símbolo de poder e
status, o ser humano fica relegado a um segundo
plano. O carro passou a ser o dono das ruas e o
homem faz de tudo para tê-lo. O ser humano deixou
de ser o senhor para ser o servo da máquina. Ou
seja, o homem vale a potência de seu carro e sua
habilidade ao volante. As diferenças sociais
reforçam ainda mais a desvalorização do ser humano
como cidadão. Desta forma, o trânsito reflete a nossa
sociedade extremamente desigual, implícita
através do individualismo, da impunidade e da falta
de solidariedade e respeito. Até quando a "lei do mais
forte" ou do “mais esperto” vai continuar imperando?
Brasil – país de heranças coloniais, uma
minoria privilegiada e detrimento de uma
maioria que trabalha
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escravista e
aristocrática
 Assim, quem anda a
pé, se locomove de
bicicleta ou utiliza os
meios de transportes
coletivos, via de regra,
é visto em nossa
sociedade como um
ser menos importante
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social.
Mas a situação
pode piorar, é
comum ver carros
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ou que não havia
percebido
 Rua, concebida dentro de um contexto
igualitário aberto a todos, pode se tornar
hierarquizada e como a violência e a loucura
dos condutores e pedestres têm crescido em
decorrência disso.
 No Brasil, a utilização do carro como principal
instrumento de transporte é seguido por uma
série de concepções ligadas aos modelos
aristocrático e individualista, personificados
na ocupação do espaço público realizado por
dona Carlota Joaquina
 O carro faz com que os
indivíduos não entrem
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da liberdade e a
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cidadão repleto de
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deveres.
 - soc. Aristocrática não obedecer leis é sinônimo
de superioridade
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obediência = inferioridade
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algemado se atravessar a rua indevidamente
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penal, acidentar alguém era até a pouco tempo
uma coisa como um “acidente”, uma fatalidade!
 dificuldade do brasileiro em cumprir leis, bem
como a mentalidade hierárquica que classifica
objetos e pessoas como superiores ou inferiores,
resultando disso uma situação de constante
conflito e tensão, num espaço onde,
presumidamente, acredita-se ser o espaço de
igualdade para todos

 Se no Carnaval o
brasileiro é visto em
toda sua cordialidade
como um sujeito alegre
e sem preocupações, no
trânsito esse mesmo
sujeito torna-se
agressivo e tem a
necessidade de
ultrapassar todos os
obstáculos que estão na
sua frente (pedestres,
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inocente passeando com a família, e sem querer...UMA FATALIDADE !
 Entre a concepção de rua como um espaço
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aristocrática.Além disso, há no Brasil uma
crença compartilhada por condutores de
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  • 2.
  • 3.  Quem de nós nunca se deparou com o fato de julgar, de ser julgado ou de ser “aferido” socialmente, de acordo com o veículo que tem? Raramente tenho ouvido um não como resposta a este questionamento.  Num país capitalista como é o Brasil, não é de se espantar que a cultura do ter infelizmente se sobreponha à cultura do ser. Há décadas o carro tem sido visto como símbolo de status social e de elemento de consumo. Para muitos, transmite a idéia da supremacia sobre os outros.
  • 4.  Os automóveis prometem altas velocidades, dando a sensação de superação dos limites, apesar de que na maioria das estradas não é permitido mais do que 110 km por hora. A cada dia aumenta a frota de veículos circulando e aumentam também os problemas gerados pelo uso do automóvel, como a emissão de gases poluentes, o aquecimento global, o estresse, caos urbano etc. Uma grande parte dos motoristas circulam pelo espaço urbano avançando sobre os pedestres, xingando e fechando os outros motoristas, com a falsa sensação de que a máquina é uma armadura.Vivendo num contexto que estimula o individualismo e a competição, para alguns, manter um comportamento ético e solidário torna-se um desafio!
  • 5.  Diante do mito do carro, objeto e símbolo de poder e status, o ser humano fica relegado a um segundo plano. O carro passou a ser o dono das ruas e o homem faz de tudo para tê-lo. O ser humano deixou de ser o senhor para ser o servo da máquina. Ou seja, o homem vale a potência de seu carro e sua habilidade ao volante. As diferenças sociais reforçam ainda mais a desvalorização do ser humano como cidadão. Desta forma, o trânsito reflete a nossa sociedade extremamente desigual, implícita através do individualismo, da impunidade e da falta de solidariedade e respeito. Até quando a "lei do mais forte" ou do “mais esperto” vai continuar imperando?
  • 6.
  • 7. Brasil – país de heranças coloniais, uma minoria privilegiada e detrimento de uma maioria que trabalha sociedades escravista e aristocrática
  • 8.  Assim, quem anda a pé, se locomove de bicicleta ou utiliza os meios de transportes coletivos, via de regra, é visto em nossa sociedade como um ser menos importante ou de menos poder social.
  • 9. Mas a situação pode piorar, é comum ver carros parados em vagas para deficientes, e a história é sempre a mesma, de que foi rápido ou que não havia percebido
  • 10.  Rua, concebida dentro de um contexto igualitário aberto a todos, pode se tornar hierarquizada e como a violência e a loucura dos condutores e pedestres têm crescido em decorrência disso.
  • 11.  No Brasil, a utilização do carro como principal instrumento de transporte é seguido por uma série de concepções ligadas aos modelos aristocrático e individualista, personificados na ocupação do espaço público realizado por dona Carlota Joaquina
  • 12.
  • 13.  O carro faz com que os indivíduos não entrem em contato uns com os outros, mas por outro lado possibilita o poder da liberdade e a consequência disso é um cidadão repleto de direitos e vazio de deveres.
  • 14.  - soc. Aristocrática não obedecer leis é sinônimo de superioridade  - não somos socializados para obedecer normas, obediência = inferioridade  - qto mais se desobedece mais importante.  - países como Alemanha vc é levado a delegacia algemado se atravessar a rua indevidamente  a palavra guarda vem de “guardião das normas”
  • 15.
  • 16.  Os crimes de trânsito são recentes no código penal, acidentar alguém era até a pouco tempo uma coisa como um “acidente”, uma fatalidade!  dificuldade do brasileiro em cumprir leis, bem como a mentalidade hierárquica que classifica objetos e pessoas como superiores ou inferiores, resultando disso uma situação de constante conflito e tensão, num espaço onde, presumidamente, acredita-se ser o espaço de igualdade para todos 
  • 17.  Se no Carnaval o brasileiro é visto em toda sua cordialidade como um sujeito alegre e sem preocupações, no trânsito esse mesmo sujeito torna-se agressivo e tem a necessidade de ultrapassar todos os obstáculos que estão na sua frente (pedestres, ciclistas, semáforos etc.).
  • 18. ( Lei seca é uma lei recente, beber e dirigir era muito normal, um indívíduo inocente passeando com a família, e sem querer...UMA FATALIDADE !
  • 19.  Entre a concepção de rua como um espaço construído para todos, e indivíduos com uma mentalidade marcada pela hierarquia aristocrática.Além disso, há no Brasil uma crença compartilhada por condutores de veículos, motociclistas e pedestres: a de que os problemas do trânsito estão relacionados a fatores externos – ausência de políticas públicas relacionadas à questão.
  • 20.  A sociedade muda o Estado e não o contrário, quem faz o Estado é o povo, é preciso mudar os valores, compreender nosso comportamento diário e suas implicâncias, no caso do trânsito, dirigir não é seguir normas mas agir racionalmente, no trânsito atitudes de superioridade produz perdas e destruição
  • 21. Situações de injustiça e crueldade que já passamos ou impusemos a alguém Além da experiência de alteridade, podemos experimentar a sensação de estranhamento, visto que, de uma forma geral, ao sair de casa, estamos preparados para tudo e não nos damos conta do nível de insensatez e selvageria que toma conta das ruas, onde o carro é o principal instrumento de status e opressão.