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O que é a Psicologia?1

                                                                                                                                                                     Márcia Moraes2



              Resumo

              O artigo foi escrito para ser apresentado numa aula inaugural e tem o objetivo de apresentar uma discussão
              epistemológica acerca da definição da psicologia como ciência. Analisamos de modo positivo a dispersão no
              campo da psicologia, considerando como referenciais teóricos alguns trabalhos de Canguilhem e Foucault.

              Palavras-chave: Psicologia, Epistemologia, Ciência.


                                                                           What is Psychology?
              Abstract

              This paper was written to be presented in an opening class and has the purpose to present an epistemological
              discussion regarding the definition of psychology as a science. We take the dispersion in the field of psychology
              in a positive way, considering some works of Canguilhem and Foucault as our theoretical references.

              Keywords: Psychology, Epistemology, Science.




    Por que levantar essa questão? Para abordar este                                           Com essa história quero sublinhar o meu objetivo
    problema eu vou recorrer a um autor que eu gosto                                           aqui hoje: não tenho a pretensão de responder de
    muito, Rubem Alves – um psicanalista que                                                   modo definitivo à pergunta que dá título a esta aula,
    escreve sobre educação. Numa de suas crônicas                                              mas antes fazer com que esta pergunta insista, fazer
    este autor diz que os cozinheiros têm muito a                                              com que ela funcione como a fome da história do
    ensinar aos professores. Porque o bom cozinheiro,                                          Rubem Alves. O que pretendo, portanto é levantar um
    diz ele, sabe que os banquetes não começam com                                             problema, uma questão que nos leve a refletir sobre o
    a comida que é servida. Eles se iniciam com a                                              que nós estamos fazendo, por que estamos aqui, todos
    fome. O verdadeiro cozinheiro é aquele que sabe a                                          nós, num curso de Psicologia e não em outro.
    arte de produzir fome (Alves, 2003-a).




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Esta questão é para mim bastante intrigante. Se      Todas essas questões, a meu ver, colocam na ordem
nós observamos como a psicologia é inserida no       do dia a discussão do tema a que nos propomos hoje:
exame do vestibular, um fato chama a atenção.        O que é a psicologia?
Em alguns lugares a psicologia está ao lado das
ciências humanas – as provas são então               A psicologia como reflexão das contradições do
direcionadas para esta área. Em outros lugares a     homem com ele mesmo
psicologia é um saber ligado à área médica e as
provas são outras, completamente diferentes.         Num texto em que analisa a psicologia de 1850 a
                                                     1950, Foucault (1990) levanta questões importantes
Um outro fato, bastante atual, é também relevante    quanto ao tema da cientificidade da psicologia e seu
para o tema dessa aula. Como vocês sabem, os         estatuto polêmico. Segundo Foucault, a psicologia do
cursos de psicologia deverão passar em breve por     século XIX herdou do iluminismo a preocupação de
uma reforma curricular. No governo passado, o        encontrar no homem as mesmas leis que regem os
MEC apresentou um documento chamado                  fenômenos naturais. A psicologia então se ergueu
Diretrizes curriculares para os cursos de            como um esforço metodológico tomado de
graduação em psicologia. Esse documento              empréstimo das ciências da natureza e se assentou
apresentava as novas bases curriculares a serem      sobre dois postulados principais: em primeiro lugar,
implementadas em todos os cursos de graduação        que a verdade do homem se esgotava em seu ser
do país. O documento proposto pelo MEC gerou         natural e, em segundo lugar, que o caminho de todo
uma forte reação da comunidade psi: os               conhecimento      científico   devia    passar     pela
profissionais psi recusavam a concepção de           determinação de relações quantitativas, pela
psicologia presente no documento. Há muitos          construção de hipóteses e pela verificação
pontos polêmicos nessa história e vou selecionar     experimental. Foucault salienta que até a metade do
apenas um destes pontos.                             século XX a história da psicologia é a história
                                                     paradoxal das contradições entre o projeto de
No documento apresentado pelo MEC, na parte          reconhecer no homem as mesmas leis que regem a
que trata de justificar a pertinência das novas      natureza e os postulados que norteiam a construção da
diretrizes curriculares, os autores do documento     psicologia como ciência objetiva. Em outras palavras,
afirmam que a alteração curricular é fundamental     com o intuito de mostrar que o homem era uma
“para coibir a banalização, a superficialidade e o   extensão da natureza, a psicologia ergueu-se a partir
anticientificismo que freqüentemente caracterizam    dos postulados de rigor, objetividade, neutralidade.
a abordagem aos processos psicológicos em            No entanto, sua história foi marcada por sucessivos
importantes espaços públicos, com claros reflexos    impasses e dificuldades na execução desse projeto e
no espaço acadêmico” (Feitosa, 1999, p. 80). Ora,    daí decorre o caráter paradoxal e contraditório que
neste trecho chama a atenção o fato de ser           atravessa a história da psicologia. A precisão
necessário coibir a banalização da psicologia. Um    matemática e o rigor experimental encontravam
dos motivos que leva o MEC a pensar em novas         limites de aplicação no caso do saber psicológico.
bases curriculares diz respeito a um certo
anticientificismo que atravessa a psicologia.        A questão que importa ser ressaltada, não é retomar o
Precisamos, ao que parece, marcar as fronteiras      tema da inserção ou não do homem no domínio das
entre a psicologia e o senso comum.                  ciências naturais, mas sim de tomar como fio
                                                     condutor para a invenção de um novo estilo de ciência
Temos então que tentar entender o que é              os paradoxos enfrentados pela psicologia em seu
psicologia como ciência, suas relações com outras    projeto de se estabelecer como ciência experimental
áreas do saber, suas relações com o senso comum,     do psiquismo. Isso significa dizer que os embates e os
o anticientificismo. O que interessa mostrar é que   problemas enfrentados pela psicologia para fazer do
quando discutimos que tipo de profissional           sujeito uma extensão da ordem natural são antes a
queremos formar temos que tomar uma posição          condição para a invenção de um certo estilo de
que é de natureza epistemológica, ou seja, temos     ciência, que não se confunde com o modelo das
que dizer – de um modo ou de outro – o que           ciências naturais no século XIX. Nesse sentido,
pensamos ser a psicologia.                           Foucault (1990) registra que uma renovação radical

                                                      5HYLVW   ²   G   ³   3VLFRORJL   ²   G   ²   8Q
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da psicologia como ciência é uma tarefa               Wundt e Canguilhem: a insistência                                                         do
incompleta a cumprir e que está na ordem do dia.      problemático no saber psicológico

Foucault (1990) afirma que nos últimos 100 anos       Para avançarmos nas reflexões sobre estas questões
a psicologia estabeleceu relações novas com a         considero dois autores como nossos aliados: de um
prática: educação, medicina mental, organização       lado, um autor clássico na história da psicologia
dos grupos. Essa prática tem se apresentado como      chamado Wundt. E de outro lado, um autor também
o solo de fundação racional e científico da           clássico na epistemologia, chamado Canguilhem.
psicologia. Além disso, a psicologia se propõe        Estes dois autores são importantes para a nossa
questões oriundas dessas práticas: o problema do      reflexão porque, de modo diferente, ambos nos
êxito ou do fracasso escolar, problema da             permitem pensar que há na psicologia um campo
adaptação do homem às suas condições de               problemático que deve ser tematizado. Ou seja, as
trabalho, as relações entre o doente e a sociedade.   tensões e contradições que marcam a definição da
É interessante notar que, por esse laço constante     psicologia como ciência devem ser tomadas como
com a prática, pela reciprocidade de suas trocas, a   fios condutores que nos conduzem a afirmação da
psicologia no século XX se tornou semelhante a        psicologia a partir das suas contradições.
todas as ciências da natureza. Mas é preciso fazer
uma ressalva, conforme adverte Foucault (1990).       No século XIX Wundt (apud Figueiredo, 1986)
Enquanto as ciências naturais respondem apenas        definiu a psicologia como ciência intermediária, isto
pelos problemas colocados pelas dificuldades da       é, uma disciplina entre outras disciplinas. Mas é
prática, seus fracassos temporários, as limitações    importante entendermos o sentido de intermediária.
provisórias de sua experiência, a psicologia, ao      Não se trata para este autor de entender a psicologia
contrário, nasce no ponto em que a prática do         como uma disciplina entre outras, porque afinal, isto é
homem encontra sua própria contradição; no            próprio de qualquer ciência. As ciências convivem
ponto em que essa prática falha, erra. A psicologia   umas com as outras e, em determinados momentos,
do desenvolvimento nasceu como uma reflexão           várias disciplinas podem convergir para um mesmo
sobre as dificuldades do desenvolvimento; a           ponto. Quando Wundt (apud Figueiredo, 1986)
psicologia da conduta, como uma análise dos           aponta a psicologia como disciplina intermediária ele
desajustes, aquela da memória, da consciência, do     pretende afirmá-la como sendo constituída no e pelo
sentimento, do pensamento apareceu de início          entre. Wundt entendia (apud Figueiredo 1986) que a
como uma psicologia do esquecimento, do               psicologia se constituía ao mesmo tempo por suas
inconsciente, das perturbações afetivas e dos         relações com as ciências biológicas – nesse sentido, a
problemas do pensamento. Por isso, Foucault           psicologia era fisiológica, e por suas relações com as
(1990) conclui que a psicologia contemporânea é       ciências da cultura – nesse sentido, a psicologia era
uma reflexão das contradições do homem com ele        etnopsicologia, psicologia social ou psicologia dos
mesmo.                                                povos. A psicologia para definir-se deveria manter
                                                      relações tanto com as ciências biológicas quanto com
O que me parece importante é seguirmos a tese         as ciências da cultura. Esta tese é polêmica porque se
proposta no trabalho de Foucault (1990), isto é, os   trata de afirmar não que existem duas psicologias,
impasses e contradições encontrados pela              mas de afirmar que a psicologia só se estabelece
psicologia para definir-se como ciência devem ser     através destas relações com outras disciplinas.
tomados não como equívocos a serem superados,
mas como positividades, como aquilo mesmo de          Os trabalhos de Canguilhem (1972, 1976, 1990),
que é feita a psicologia.                             epistemológo francês, também nos indicam uma certa
                                                      maneira de tratar como positividades as contradições
Então há na psicologia um campo problemático          que estão na base da definição da psicologia como
que nós estamos propondo considerar como              ciência. Este autor dedicou boa parte de sua atividade
positivo. O que significa dizer isso?                 acadêmica a pesquisar a epistemologia das ciências da
                                                      vida. Ele apresenta uma tese interessante para nós.
                                                      Ele faz uma pergunta semelhante a que levantamos
                                                      aqui hoje, ele pergunta: o que é a vida? E mais ainda,

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a partir desta pergunta, ele avança e indaga: se há   Dito de outro modo, podemos afirmar que a
entre os vivos aqueles que são capazes de             psicologia é o que tolera a diferença, isto é, a
conhecer, temos que perguntar o que é o conhecer      psicologia é o que se constitui através da dispersão,
para estes seres? Então, as características da vida   da interface com outros saberes. Não é que existam
são também aquelas do conhecimento, porque o          muitas psicologias, mas que a psicologia só existe
conhecer está, do ponto de vista deste autor,         através dessa dispersão. Este é o seu destino e a sua
enraizado na vida.                                    positividade.

Para este autor a vida é o que tolera                 Considerações Finais
monstruosidades. Isto é, a vida é a capacidade de
errar, de derivar. A vida é experimentação,           Esta tese nos faz retomar o tema com que
experiência em todo o sentido. Para Canguilhem        começamos: e a formação em psicologia? Então como
(1990) o que define a vida é a incessante             podemos definir o profissional de psicologia? Onde e
capacidade de questionar as normas e instituir        como ele se forma? Como vimos, no vestibular a
outras normas, sempre locais, provisórias e           psicologia ora está com as ciências biológicas, ora
parciais. Assim, não é possível considerar o          com as ciências humanas. As instituições acadêmicas
normal como algo exterior à história de um            convivem mal com essa dispersão da psicologia.
indivíduo. Isto é, o normal só é normal para          Somos       organizados    institucionalmente     em
aquele indivíduo. E só é patológico aquilo que        coordenações, depar-tamentos, sub-divisões sempre
impede a vida de diferir. Assim sendo, nem toda       muito especializadas. E esta situação “entre” que
anomalia é patológica, porque nem toda anomalia       caracteriza a psicologia não casa bem com esse
impede a vida de derivar, de errar. O que é           modelo universitário. Como enquadrar em
interessante nesta tese é o estudo dessa deriva,      departamentos, áreas e sub-áreas uma disciplina que é
desse campo problemático que faz a vida diferir.      atravessada por outras, uma disciplina que, ao que
É nesse sentido, que o autor afirma que a vida        parece, está sempre indo além dos limites da
tolera monstruosidade (Canguilhem, 1976). A           disciplina?
vida tolera contradição, diferença. Viver não é
mais do que diferir. E se como dissemos acima, o      Luis Claudio Figueiredo, professor da PUC de São
conhecimento está enraizado na vida, é forçoso        Paulo, afirma que “para se manter viva e crescer a
concluir que o conhecer tolera a diferença. Isto é,   psicologia deve abrir-se para um pensamento e uma
o erro não é algo a ser expurgado do campo do         prática de pesquisa transdisciplinar, ou seja, para um
conhecimento. O conhecimento – o científico           pensamento capaz de circular, afetando e sendo
inclusive – só se produz através dos erros.           afetado por outros saberes” (Figueiredo, 1995, p. 82).
Interessante notar que quando este autor investiga
o conhecimento científico ele aponta o erro como      E é o mesmo autor paulista quem pergunta: “Aonde,
próprio do pensamento. Dito de outro modo, o          afinal, pode ir se formando um psicólogo?” E a
pensamento ele mesmo está inserido na deriva da       expressão ir se formando é intencional, serve para
vida.                                                 assinalar o fato de que nunca estamos completamente
                                                      formados. O profissional de psicologia se forma nos
Tanto Wundt (apud Figueiredo, 1986) quanto            cursos de graduação, nos estágios supervisionados,
Canguilhem (1972, 1990) são autores que nos           nas atividades de pesquisa e extensão. Certamente
permitem pensar o que é a psicologia longe de         estes procedimentos acadêmicos são indispensáveis à
qualquer estratégia purificadora que buscasse         formação do profissional. São necessários, mas não
encontrar no rigor do método científico ou na         suficientes. Se levarmos a cabo o que dissemos hoje é
estreiteza do objeto a definição última sobre o que   preciso considerar que o profissional de psicologia se
é a psicologia. Tanto um quanto outro apontam         forma também através da literatura, das artes, dos
para a possibilidade de pensarmos a psicologia        estudos em filosofia. Tarefa para uma vida inteira.
como aquilo que se define através das relações
com outros saberes.



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Para concluir eu gostaria de mais uma vez lembrar     Porque não existe nada mais sem graça que um
o psicanalista Rubem Alves, o mesmo que nos           brinquedo que dá certo sempre. Brinquedo, para ser
ajudou a começar esta aula. Ele conta a história do   brinquedo, tem de ser um desafio. Um brinquedo é
professor Pardal. É sabido que o “professor Pardal    um objeto que, olhando para mim, me diz: ‘Veja se
gostava muito do Huguinho, do Zezinho e do            você pode comigo!’. O brinquedo me põe à prova.
Luizinho e queria fazê-los felizes. Inventou,         Testa as minhas habilidades (Alves, 2003-b).” Eu
então, brinquedos que os fariam felizes para          perguntava no início: por que estamos aqui, todos
sempre, brinquedos que davam certo sempre: uma        nós, num curso de psicologia e não em outro? Talvez
pipa que voava sempre, um peão que rodava             porque para nós todos – veteranos e calouros – a
sempre e um taco de beisebol que acertava sempre      psicologia seja isso, um brinquedo que desafia a
na bola. Os três patinhos ficaram felicíssimos ao     inteligência.
receber os presentes e se puseram logo a brincar
com seus brinquedos que funcionavam sempre.           Desejo a todos um semestre letivo cheio desafios,
Mas a alegria durou pouco. Veio logo o enfado.        porque sem eles a inteligência não funciona.



Referências Bibliográficas

Alves, R. (2003-a). A arte de produzir fome. Disponível                                     na           World               Wide                Web
http://www.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/r_alves/index.htm.

Alves, R. (2003-b). É brincando que se aprende. Disponível                                          na   World               Wide                Web
http://www.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/r_alves/index.htm.

Canguilhem, G. (1972). O que é a Psicologia? Epistemologia 2. Revista Tempo Brasileiro, nº 30 /31, 104-
123.

Canguilhem, G. (1976). El Conocimiento de la Vida. Barcelona, Ed. Angrama.

Canguilhem, G. (1990). O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro, Forense Universitária.

Feitosa, M. A. G. et al. (1999). Notícia: Proposta de Diretrizes Curriculares para Curso de Graduação em
Psicologia e Projeto de Resolução para sua Regulamentação. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 15, 1, 79-86.

Figueiredo, L. C. (1992). Psicologia. Uma Introdução. São Paulo: Educ.

Figueiredo, L. C. (1995). Revisitando as psicologias. São Paulo, Educ.

Figueiredo, L. C. W. (1986). Wundt e alguns impasses permanentes da Psicologia: uma proposta de
interpretação. História da Psicologia, Cadernos da PUC - SP,23, 25-49.

Foucault, M. (1990). La Psychologie de 1850 a 1950. Revue Internationale de Philosophie, nº 173, 2, 159 -
176.



Recebido em:                       29/09/2003

Aceito em:                         27/02/2004




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Em tempo de Quaresma .
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O que é psicologia

  • 1. O que é a Psicologia?1 Márcia Moraes2 Resumo O artigo foi escrito para ser apresentado numa aula inaugural e tem o objetivo de apresentar uma discussão epistemológica acerca da definição da psicologia como ciência. Analisamos de modo positivo a dispersão no campo da psicologia, considerando como referenciais teóricos alguns trabalhos de Canguilhem e Foucault. Palavras-chave: Psicologia, Epistemologia, Ciência. What is Psychology? Abstract This paper was written to be presented in an opening class and has the purpose to present an epistemological discussion regarding the definition of psychology as a science. We take the dispersion in the field of psychology in a positive way, considering some works of Canguilhem and Foucault as our theoretical references. Keywords: Psychology, Epistemology, Science. Por que levantar essa questão? Para abordar este Com essa história quero sublinhar o meu objetivo problema eu vou recorrer a um autor que eu gosto aqui hoje: não tenho a pretensão de responder de muito, Rubem Alves – um psicanalista que modo definitivo à pergunta que dá título a esta aula, escreve sobre educação. Numa de suas crônicas mas antes fazer com que esta pergunta insista, fazer este autor diz que os cozinheiros têm muito a com que ela funcione como a fome da história do ensinar aos professores. Porque o bom cozinheiro, Rubem Alves. O que pretendo, portanto é levantar um diz ele, sabe que os banquetes não começam com problema, uma questão que nos leve a refletir sobre o a comida que é servida. Eles se iniciam com a que nós estamos fazendo, por que estamos aqui, todos fome. O verdadeiro cozinheiro é aquele que sabe a nós, num curso de Psicologia e não em outro. arte de produzir fome (Alves, 2003-a). t¥b#¥#!¥TRa08%WYq!E%Uh#f%(eB74b#BPPaHYXWVUTR702Q¥BP0H80F#4ED0B)A)08!80745420)('%#!¥©§ ¦ 6 ¨ I 6 s r $ 6 ¨ c p i c g 3 d c $ I@ ` 6 ¨ 6 $ C@ $ S 6 $ 6 1 I G $ 6 @ $ 9 C 9 $ $@ 9 $ $ $ 6 $ 3 1 $ ¨ UEWEu x w v v y 47l|70z¥!y 0Hˆ0d%˜E2EX2Q“ixfBt#„4h!twd4U¥4uB4s©¥!q0omlj)i720)Ved%˜0%EX2Q“‘ˆ4E„REY€ – † … ‡ v ‡ { ‡ v † v” ’ … ‡ ” g k † v †” — –  •” ’  ‡ v  ƒ g ‡ ‰ † ƒ … † h ‡ €  v † …  ’ ’ ‡ t  …  r q  p n ™ k  †– ‡ h † •” gf– ™ †” — –  •” ’  ‰ ‡ † …  ƒ ‚  ¢ YUX¡ f7!Ÿ%0œ¥7X4EY(” 2)h’„DUBq%U4„2(D7¥!!)(0b} –   ” •   ž ˜ ›ž › š ™ ˜ — – • ” “~‚ ‘   Ž  Œ ‹ †‚ Š ‰ „ ˆ‚ ‡ † „ … ƒ „ ƒ‚  €~ ¤ ¥£ ¤ ¤ 5HYLVW G 3VLFRORJL G 8Q YR Q S       ¡ ¢ ¢ ¢ ZZZQHDGXQFQHWEUUHYLVWDSVLFRORJLD
  • 2. ˜z0q%qu2¥F¨Rw£ ± ©¬ ° ®¯ ® ­¬ « ª © § ¦ ¥ ¤ 60 Esta questão é para mim bastante intrigante. Se Todas essas questões, a meu ver, colocam na ordem nós observamos como a psicologia é inserida no do dia a discussão do tema a que nos propomos hoje: exame do vestibular, um fato chama a atenção. O que é a psicologia? Em alguns lugares a psicologia está ao lado das ciências humanas – as provas são então A psicologia como reflexão das contradições do direcionadas para esta área. Em outros lugares a homem com ele mesmo psicologia é um saber ligado à área médica e as provas são outras, completamente diferentes. Num texto em que analisa a psicologia de 1850 a 1950, Foucault (1990) levanta questões importantes Um outro fato, bastante atual, é também relevante quanto ao tema da cientificidade da psicologia e seu para o tema dessa aula. Como vocês sabem, os estatuto polêmico. Segundo Foucault, a psicologia do cursos de psicologia deverão passar em breve por século XIX herdou do iluminismo a preocupação de uma reforma curricular. No governo passado, o encontrar no homem as mesmas leis que regem os MEC apresentou um documento chamado fenômenos naturais. A psicologia então se ergueu Diretrizes curriculares para os cursos de como um esforço metodológico tomado de graduação em psicologia. Esse documento empréstimo das ciências da natureza e se assentou apresentava as novas bases curriculares a serem sobre dois postulados principais: em primeiro lugar, implementadas em todos os cursos de graduação que a verdade do homem se esgotava em seu ser do país. O documento proposto pelo MEC gerou natural e, em segundo lugar, que o caminho de todo uma forte reação da comunidade psi: os conhecimento científico devia passar pela profissionais psi recusavam a concepção de determinação de relações quantitativas, pela psicologia presente no documento. Há muitos construção de hipóteses e pela verificação pontos polêmicos nessa história e vou selecionar experimental. Foucault salienta que até a metade do apenas um destes pontos. século XX a história da psicologia é a história paradoxal das contradições entre o projeto de No documento apresentado pelo MEC, na parte reconhecer no homem as mesmas leis que regem a que trata de justificar a pertinência das novas natureza e os postulados que norteiam a construção da diretrizes curriculares, os autores do documento psicologia como ciência objetiva. Em outras palavras, afirmam que a alteração curricular é fundamental com o intuito de mostrar que o homem era uma “para coibir a banalização, a superficialidade e o extensão da natureza, a psicologia ergueu-se a partir anticientificismo que freqüentemente caracterizam dos postulados de rigor, objetividade, neutralidade. a abordagem aos processos psicológicos em No entanto, sua história foi marcada por sucessivos importantes espaços públicos, com claros reflexos impasses e dificuldades na execução desse projeto e no espaço acadêmico” (Feitosa, 1999, p. 80). Ora, daí decorre o caráter paradoxal e contraditório que neste trecho chama a atenção o fato de ser atravessa a história da psicologia. A precisão necessário coibir a banalização da psicologia. Um matemática e o rigor experimental encontravam dos motivos que leva o MEC a pensar em novas limites de aplicação no caso do saber psicológico. bases curriculares diz respeito a um certo anticientificismo que atravessa a psicologia. A questão que importa ser ressaltada, não é retomar o Precisamos, ao que parece, marcar as fronteiras tema da inserção ou não do homem no domínio das entre a psicologia e o senso comum. ciências naturais, mas sim de tomar como fio condutor para a invenção de um novo estilo de ciência Temos então que tentar entender o que é os paradoxos enfrentados pela psicologia em seu psicologia como ciência, suas relações com outras projeto de se estabelecer como ciência experimental áreas do saber, suas relações com o senso comum, do psiquismo. Isso significa dizer que os embates e os o anticientificismo. O que interessa mostrar é que problemas enfrentados pela psicologia para fazer do quando discutimos que tipo de profissional sujeito uma extensão da ordem natural são antes a queremos formar temos que tomar uma posição condição para a invenção de um certo estilo de que é de natureza epistemológica, ou seja, temos ciência, que não se confunde com o modelo das que dizer – de um modo ou de outro – o que ciências naturais no século XIX. Nesse sentido, pensamos ser a psicologia. Foucault (1990) registra que uma renovação radical 5HYLVW ² G ³ 3VLFRORJL ² G ² 8Q ´ YR ¶ ¥µ ´ Q ¶ ´ S ¶ ZZZQHDGXQFQHWEUUHYLVWDSVLFRORJLD
  • 3. ˜z0q%qu2¥F¨Rw· Ä ¼¿ à Á Á À¿ ¾ ½ ¼ » º ¹ ¸ 61 da psicologia como ciência é uma tarefa Wundt e Canguilhem: a insistência do incompleta a cumprir e que está na ordem do dia. problemático no saber psicológico Foucault (1990) afirma que nos últimos 100 anos Para avançarmos nas reflexões sobre estas questões a psicologia estabeleceu relações novas com a considero dois autores como nossos aliados: de um prática: educação, medicina mental, organização lado, um autor clássico na história da psicologia dos grupos. Essa prática tem se apresentado como chamado Wundt. E de outro lado, um autor também o solo de fundação racional e científico da clássico na epistemologia, chamado Canguilhem. psicologia. Além disso, a psicologia se propõe Estes dois autores são importantes para a nossa questões oriundas dessas práticas: o problema do reflexão porque, de modo diferente, ambos nos êxito ou do fracasso escolar, problema da permitem pensar que há na psicologia um campo adaptação do homem às suas condições de problemático que deve ser tematizado. Ou seja, as trabalho, as relações entre o doente e a sociedade. tensões e contradições que marcam a definição da É interessante notar que, por esse laço constante psicologia como ciência devem ser tomadas como com a prática, pela reciprocidade de suas trocas, a fios condutores que nos conduzem a afirmação da psicologia no século XX se tornou semelhante a psicologia a partir das suas contradições. todas as ciências da natureza. Mas é preciso fazer uma ressalva, conforme adverte Foucault (1990). No século XIX Wundt (apud Figueiredo, 1986) Enquanto as ciências naturais respondem apenas definiu a psicologia como ciência intermediária, isto pelos problemas colocados pelas dificuldades da é, uma disciplina entre outras disciplinas. Mas é prática, seus fracassos temporários, as limitações importante entendermos o sentido de intermediária. provisórias de sua experiência, a psicologia, ao Não se trata para este autor de entender a psicologia contrário, nasce no ponto em que a prática do como uma disciplina entre outras, porque afinal, isto é homem encontra sua própria contradição; no próprio de qualquer ciência. As ciências convivem ponto em que essa prática falha, erra. A psicologia umas com as outras e, em determinados momentos, do desenvolvimento nasceu como uma reflexão várias disciplinas podem convergir para um mesmo sobre as dificuldades do desenvolvimento; a ponto. Quando Wundt (apud Figueiredo, 1986) psicologia da conduta, como uma análise dos aponta a psicologia como disciplina intermediária ele desajustes, aquela da memória, da consciência, do pretende afirmá-la como sendo constituída no e pelo sentimento, do pensamento apareceu de início entre. Wundt entendia (apud Figueiredo 1986) que a como uma psicologia do esquecimento, do psicologia se constituía ao mesmo tempo por suas inconsciente, das perturbações afetivas e dos relações com as ciências biológicas – nesse sentido, a problemas do pensamento. Por isso, Foucault psicologia era fisiológica, e por suas relações com as (1990) conclui que a psicologia contemporânea é ciências da cultura – nesse sentido, a psicologia era uma reflexão das contradições do homem com ele etnopsicologia, psicologia social ou psicologia dos mesmo. povos. A psicologia para definir-se deveria manter relações tanto com as ciências biológicas quanto com O que me parece importante é seguirmos a tese as ciências da cultura. Esta tese é polêmica porque se proposta no trabalho de Foucault (1990), isto é, os trata de afirmar não que existem duas psicologias, impasses e contradições encontrados pela mas de afirmar que a psicologia só se estabelece psicologia para definir-se como ciência devem ser através destas relações com outras disciplinas. tomados não como equívocos a serem superados, mas como positividades, como aquilo mesmo de Os trabalhos de Canguilhem (1972, 1976, 1990), que é feita a psicologia. epistemológo francês, também nos indicam uma certa maneira de tratar como positividades as contradições Então há na psicologia um campo problemático que estão na base da definição da psicologia como que nós estamos propondo considerar como ciência. Este autor dedicou boa parte de sua atividade positivo. O que significa dizer isso? acadêmica a pesquisar a epistemologia das ciências da vida. Ele apresenta uma tese interessante para nós. Ele faz uma pergunta semelhante a que levantamos aqui hoje, ele pergunta: o que é a vida? E mais ainda, 5HYLVW Å G Æ 3VLFRORJL Å G Å 8Q Ç YR É ¥È Ç Q É Ç S É ZZZQHDGXQFQHWEUUHYLVWDSVLFRORJLD
  • 4. ˜z0q%qu2¥F¨RwÊ × ÏÒ Ö ÔÕ Ô ÓÒ Ñ Ð Ï Î Í Ì Ë 62 a partir desta pergunta, ele avança e indaga: se há Dito de outro modo, podemos afirmar que a entre os vivos aqueles que são capazes de psicologia é o que tolera a diferença, isto é, a conhecer, temos que perguntar o que é o conhecer psicologia é o que se constitui através da dispersão, para estes seres? Então, as características da vida da interface com outros saberes. Não é que existam são também aquelas do conhecimento, porque o muitas psicologias, mas que a psicologia só existe conhecer está, do ponto de vista deste autor, através dessa dispersão. Este é o seu destino e a sua enraizado na vida. positividade. Para este autor a vida é o que tolera Considerações Finais monstruosidades. Isto é, a vida é a capacidade de errar, de derivar. A vida é experimentação, Esta tese nos faz retomar o tema com que experiência em todo o sentido. Para Canguilhem começamos: e a formação em psicologia? Então como (1990) o que define a vida é a incessante podemos definir o profissional de psicologia? Onde e capacidade de questionar as normas e instituir como ele se forma? Como vimos, no vestibular a outras normas, sempre locais, provisórias e psicologia ora está com as ciências biológicas, ora parciais. Assim, não é possível considerar o com as ciências humanas. As instituições acadêmicas normal como algo exterior à história de um convivem mal com essa dispersão da psicologia. indivíduo. Isto é, o normal só é normal para Somos organizados institucionalmente em aquele indivíduo. E só é patológico aquilo que coordenações, depar-tamentos, sub-divisões sempre impede a vida de diferir. Assim sendo, nem toda muito especializadas. E esta situação “entre” que anomalia é patológica, porque nem toda anomalia caracteriza a psicologia não casa bem com esse impede a vida de derivar, de errar. O que é modelo universitário. Como enquadrar em interessante nesta tese é o estudo dessa deriva, departamentos, áreas e sub-áreas uma disciplina que é desse campo problemático que faz a vida diferir. atravessada por outras, uma disciplina que, ao que É nesse sentido, que o autor afirma que a vida parece, está sempre indo além dos limites da tolera monstruosidade (Canguilhem, 1976). A disciplina? vida tolera contradição, diferença. Viver não é mais do que diferir. E se como dissemos acima, o Luis Claudio Figueiredo, professor da PUC de São conhecimento está enraizado na vida, é forçoso Paulo, afirma que “para se manter viva e crescer a concluir que o conhecer tolera a diferença. Isto é, psicologia deve abrir-se para um pensamento e uma o erro não é algo a ser expurgado do campo do prática de pesquisa transdisciplinar, ou seja, para um conhecimento. O conhecimento – o científico pensamento capaz de circular, afetando e sendo inclusive – só se produz através dos erros. afetado por outros saberes” (Figueiredo, 1995, p. 82). Interessante notar que quando este autor investiga o conhecimento científico ele aponta o erro como E é o mesmo autor paulista quem pergunta: “Aonde, próprio do pensamento. Dito de outro modo, o afinal, pode ir se formando um psicólogo?” E a pensamento ele mesmo está inserido na deriva da expressão ir se formando é intencional, serve para vida. assinalar o fato de que nunca estamos completamente formados. O profissional de psicologia se forma nos Tanto Wundt (apud Figueiredo, 1986) quanto cursos de graduação, nos estágios supervisionados, Canguilhem (1972, 1990) são autores que nos nas atividades de pesquisa e extensão. Certamente permitem pensar o que é a psicologia longe de estes procedimentos acadêmicos são indispensáveis à qualquer estratégia purificadora que buscasse formação do profissional. São necessários, mas não encontrar no rigor do método científico ou na suficientes. Se levarmos a cabo o que dissemos hoje é estreiteza do objeto a definição última sobre o que preciso considerar que o profissional de psicologia se é a psicologia. Tanto um quanto outro apontam forma também através da literatura, das artes, dos para a possibilidade de pensarmos a psicologia estudos em filosofia. Tarefa para uma vida inteira. como aquilo que se define através das relações com outros saberes. 5HYLVW Ø G Ù 3VLFRORJL Ø G Ø 8Q Ú YR Ü ¥Û Ú Q Ü Ú S Ü ZZZQHDGXQFQHWEUUHYLVWDSVLFRORJLD
  • 5. ˜z0q%qu2¥F¨RwÝ ê âå é çè ç æå ä ã â á à ß Þ 63 Para concluir eu gostaria de mais uma vez lembrar Porque não existe nada mais sem graça que um o psicanalista Rubem Alves, o mesmo que nos brinquedo que dá certo sempre. Brinquedo, para ser ajudou a começar esta aula. Ele conta a história do brinquedo, tem de ser um desafio. Um brinquedo é professor Pardal. É sabido que o “professor Pardal um objeto que, olhando para mim, me diz: ‘Veja se gostava muito do Huguinho, do Zezinho e do você pode comigo!’. O brinquedo me põe à prova. Luizinho e queria fazê-los felizes. Inventou, Testa as minhas habilidades (Alves, 2003-b).” Eu então, brinquedos que os fariam felizes para perguntava no início: por que estamos aqui, todos sempre, brinquedos que davam certo sempre: uma nós, num curso de psicologia e não em outro? Talvez pipa que voava sempre, um peão que rodava porque para nós todos – veteranos e calouros – a sempre e um taco de beisebol que acertava sempre psicologia seja isso, um brinquedo que desafia a na bola. Os três patinhos ficaram felicíssimos ao inteligência. receber os presentes e se puseram logo a brincar com seus brinquedos que funcionavam sempre. Desejo a todos um semestre letivo cheio desafios, Mas a alegria durou pouco. Veio logo o enfado. porque sem eles a inteligência não funciona. Referências Bibliográficas Alves, R. (2003-a). A arte de produzir fome. Disponível na World Wide Web http://www.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/r_alves/index.htm. Alves, R. (2003-b). É brincando que se aprende. Disponível na World Wide Web http://www.uol.com.br/aprendiz/n_colunas/r_alves/index.htm. Canguilhem, G. (1972). O que é a Psicologia? Epistemologia 2. Revista Tempo Brasileiro, nº 30 /31, 104- 123. Canguilhem, G. (1976). El Conocimiento de la Vida. Barcelona, Ed. Angrama. Canguilhem, G. (1990). O Normal e o Patológico. Rio de Janeiro, Forense Universitária. Feitosa, M. A. G. et al. (1999). Notícia: Proposta de Diretrizes Curriculares para Curso de Graduação em Psicologia e Projeto de Resolução para sua Regulamentação. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 15, 1, 79-86. Figueiredo, L. C. (1992). Psicologia. Uma Introdução. São Paulo: Educ. Figueiredo, L. C. (1995). Revisitando as psicologias. São Paulo, Educ. Figueiredo, L. C. W. (1986). Wundt e alguns impasses permanentes da Psicologia: uma proposta de interpretação. História da Psicologia, Cadernos da PUC - SP,23, 25-49. Foucault, M. (1990). La Psychologie de 1850 a 1950. Revue Internationale de Philosophie, nº 173, 2, 159 - 176. Recebido em: 29/09/2003 Aceito em: 27/02/2004 5HYLVW ë G ì 3VLFRORJL ë G ë 8Q í YR ï ¥î í Q ï í S ï ZZZQHDGXQFQHWEUUHYLVWDSVLFRORJLD