O filme retrata investigações de mortes misteriosas em um mosteiro na Idade Média, onde monges eram encontrados com dedos e línguas roxas. Um monge franciscano usa a razão e a ciência para solucionar os crimes, desagradando a Igreja e a Inquisição, que queriam manter o poder absoluto e cercear o conhecimento.
1. O NOME DA ROSA
Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano e renascentista, e Adso Von
Melk (Christian Slater), um noviço que o acompanha, chegam a um mosteiro beneditino no norte da
Itália para participar de um conclave e decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, contudo
várias mortes começam a ocorrer e as vítimas aparecem sempre com as pontas dos dedos e a língua
roxa, desta forma a atenção é totalmente desviada. Por sua maravilhosa capacidade de dedução
William de Baskerville e seu noviço começam a investigar os fatos, os mais religiosos acreditavam que
era obra do demônio, mas William de Baskerville não aceitava esta opinião.
A Baixa Idade Média (século XI ao XV) é marcada pela desintegração do feudalismo e formação do
capitalismo na Europa Ocidental. Nesse período ocorrem, transformações na esfera econômica
(crescimento do comércio monetário), social (projeção da burguesia e sua aliança com o rei), política
(formação das monarquias nacionais representadas pelos reis absolutistas).
Durante a Idade Média umas das práticas mais comuns nas bibliotecas dos mosteiros eram apagar
obras antigas escritas em pergaminhos e sobre elas escrever novos textos. Eram os chamados
palimpsestos, livretes em que textos científicos e filosóficos na Antigüidade clássica eram raspados das
páginas e substituídos por orações rituais litúrgicos. No O nome da Rosa, a biblioteca era um labirinto
e quem conseguia chegar ao final era morto. Só alguns tinham acesso.
A informação restrita a alguns poucos representava dominação e poder. Era a idade das trevas, em que
se deixava na ignorância todos os outros.
Antes que William de Baskerville conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o
Grão-Inquisidor, chega ao local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha
cometido assassinatos em nome do diabo. Considerando que ele não gosta de Baskerville, ele é
inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto
com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos
assassinatos é lentamente solucionado.
Mas no momento em que Bernardo Gui se prepara para acender a fogueira da Inquisição, William e
Adso voltam à biblioteca labirintesca e descobrem uma verdade extraordinária, ali estava todos os
livros proibidos, um saber que é ainda estritamente pagão (especialmente os textos de Aristóteles), e
que pode ameaçar a doutrina cristã. Como diz ao final Jorge de Burgos, o velho bibliotecário, acerca
do texto de Aristóteles – a comédia pode fazer com que as pessoas percam o temor a Deus e, portanto,
faz desmoronar todo esse mundo.
O filme é direto e bem claro quando aos acontecimentos da época, em que a Igreja controlava o
Estado, retirava do povo o direito do conhecimento, os hereges, julgados de forma aristocrática e
queimados sem piedade em fogueiras em praça pública. O homossexualismo, pedofilia e violência
sexual contra mulheres também eram comuns na época.
Movimentos ecléticos do século XIV, a luta contra a mistificação, o poder, o esvaziamento de valores
pela demagogia, são mostrados em um cenário sangrento sobre a política da historia da humanidade.
2. O filme “O nome da Rosa” trata da história ocorrida no ano de 1327 – Século XIV - num Mosteiro
Beneditino Italiano que continha, na época, o maior acervo Cristão do mundo. Poucos monges tinham
o acesso autorizado, devido às relíquias arquivadas naquela Biblioteca.
No Filme, um monge Franciscano e Renascentista, interpretado pelo ator Sean Conery, foi designado
para investigar vários crimes que estavam ocorrendo no mosteiro. Os mortos eram encontrados com a
língua e os dedos roxos e, no decorrer da história, verificamos que eles manuseavam (desfolhavam) os
livros, cujas páginas estavam envenenadas. Então, quem profanasse a determinação de “não ler o
livro”, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura.
O Livro havia sido escrito pelo Filósofo Aristóteles e falava sobre o riso: “Talvez a tarefa de quem
ama os homens seja fazer rir da verdade, porque a única verdade é aprendermos a nos libertar da
paixão insana pela verdade”.
Isso tudo sugeria, além de outras coisas, principalmente pela razão, que Jesus sorriu, pois Ele (Jesus),
além de amar todos os homens, desejava que todos encontrassem a verdade e, através dela (da
verdade), fossem libertos.
Acho que esta frase está ligada à máxima “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
E na história, por trás de “quem matou e quem morreu” aparecem nítidas disputas entre o misticismo,
o racionalismo, problemas econômicos, políticos e, principalmente, o desejo da Igreja em manter o
poder absoluto cerceando o direito à liberdade de todos.
A Igreja não aceitava que pessoas comuns tivessem acesso ao significado de seus dogmas
(fundamentos da religião) nem questionassem e fossem contra os mesmos e, por esse motivo, para
definir o poder sobre o povo, houve a instauração da Inquisição que foi criada para punir os crimes
praticados contra a Igreja Católica que se unia ao poder monárquico.
O período Renascentista que se desenvolveu na Europa entre 1300 e 1650, época em que se desenrola
o filme (1327), vinha de encontro a Igreja, exatamente porque o Renascimento pregava
a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural.
Dessa forma, o Monge Francisco e Renascentista, William de Baskerville, utilizava-se da Ciência e
conseqüentemente da razão para dar solução aos crimes do mosteiro e desagradava, em muito, a Santa
Inquisição, na figura do Inquisidor Bernardo Gui que realmente existiu e foi considerado um dos mais
severos inquisidores.
Entendi que na Biblioteca do Monastério haviam pergaminhos que falavam sobre a infalibilidade de
Deus e que não era preciso se ter uma fé cega em detrimento à figura do homem.
Para não se ter uma fé cega é preciso utilizar-se da Ciência como instrumento principal para se
desvendar os mistérios impostos pela religião.
Por esse motivo, creio eu, que a Ciência teve ascendência sobre a religião, pois através da razão vários
mistérios eram descortinados, inclusive o poder desenfreado da Igreja que, na verdade, só contribuiu
para o misticismo e o entrave do desenvolvimento intelectual de todo um período histórico,
principalmente o da Idade Média, cercado pela Inquisição e seu poderio absurdo e desmedido.
3. Resenha Crítica, O Nome Da Rosa
RESENHA CRÍTICA
O filme “O Nome da Rosa” retrata a força que a inquisição da igreja católica tinha no século XIV, e a
situação ao qual eram submetidos os Monges e o próprio povo que não podia sob hipótese alguma ir de
encontro com as leis da igreja nem tentar desvendar seus fundamentos místicos que em muitos casos
havia explicações cientificas para tais. O que chama muita atenção no filme é uma constante aparição
de mortos onde os cadáveres apresentavam manchas nos dedos e na língua.
Diante todo esse suspense o Monge Willian (Sean Connery), com ajuda de seu assistente, o noviço
Adso (Christian Slater) tenta investigar esses supostos assassinatos que vinha acontecendo dentro do
Mosteiro, onde o motivo principal era a leitura de um livro que tinha as paginas envenenadas. Devido
ao fato do livro ter veneno nas paginas, todos aqueles que o liam morriam antes mesmo de passar o
conteúdo do mesmo adiante. O livro em questão possuía para eles um “conteúdo improprio” do qual
tratava-se do riso, entre outros assuntos tidos como pagãos para época, que para eles (inquisidores) o
riso era algo demoníaco pois a comédia e o riso podia fazer com que as pessoas perdessem o temor a
Deus. Por conta desse livro e algumas outras obras serem restritas, poucos monges tinham acesso a
secreta biblioteca. Em meio a essa investigação o Monge Willian enfrentava alguns empecilhos como a
perseguição do Inquisidor Gui (F. Murray Abraham) e os desvios de conduta do noviço Adso que se
deixou cair pelas tentações de uma camponesa, do qual chegou a se deitar.
O segredo que as relíquias contidas dentro da biblioteca guardavam, despertava a curiosidade de
muitos, e se essas relíquias precisavam ser realmente trancadas a sete chaves é por que possivelmente
seu conteúdo contrariava os dogmas da Igreja Católica. Esses documentos fariam com que a sociedade
percebesse que não era realmente necessário todo aquele fervor pelo religioso sem ter um
embasamento cientifico, e ai devido a interpretação...
Resenha Crítica do filme “O Nome da Rosa”
O Nome da Rosa é um filme baseado no romance de Umberto Eco o qual foi lançado em 1980. Tem
como Título Original: Der Name Der Rose; Tempo de Duração: 130 minutos; Ano de Lançamento
(Alemanha): 1986; Direção: Jean-Jacques Annaud; Como contexto histórico o filme apresenta a Baixa
Idade Média (século XI ao XV) a qual é marcada pela desintegração do feudalismo e formação do
capitalismo na Europa Ocidental.
O filme é uma narrativa da vida religiosa, do século XIV. A trama se dá em um mosteiro italiano,
abrigo de uma imensa biblioteca formada por inúmeros livros e pergaminhos, que eram classificados
como proibidos, onde poucos monges tinham acesso a eles, devido ao conteúdo de suas informações.
Um monge franciscano (Sean Conery) chega ao mosteiro e faz com que muitas coisas sejam
observadas na rotina do mosteiro, este fora designado para a investigação de diversas mortes que
estavam acontecendo na instituição. As mortes eram muito semelhantes, as características sintomáticas
comuns, eram dedos e línguas roxos, o que apontava evidencias de que as mortes eram causadas pelo
mesmo motivo,era a leitura do livro envenenado, que fora escrito por Aristóteles e que exaltava a
subliminaridade do riso, o que quebraria todo um alicerce dogmático que a igreja católica afirmava. O
acesso a este livro era restrito, por ser considerado um ameaça ao segmento à doutrina cristã. A igreja
defendia que a comédia proporcionava ao homem a falta de temor a Deus, e isso enfraqueceria as
bases do poder da igreja sobre os cristãos.
A igreja guardara por muito tempo livros e escrituras, e não permitia em nenhuma circunstancia que
oscristãos fossem detentores de determinados conhecimentos, para que não houvesse questionamento a
respeito da doutrina e para garantir a existência dos fundamentos da religião. Quem questionasse ou
fosse contra dos dogmas da igreja era severamente punido pela inquisição que fora criada para garantir
que a igreja, que estreitava laços com o poder monárquico, permanecesse no topo da pirâmide
4. socioeconômica da época.
O renascimento que iniciou-se na Europa no início do século XIV, mesmo período que transcorre o
filme, atrita com a igreja. Enquanto movimento cultural, o renascimento resgata da antiguidade Greco-
romana, os valores antropocêntricos e racionais, que apresentados se opunha ao teocêntrismo e ao
dogmatismo medieval alicerçado e elevado pela igreja. Baseado na teoria renascentista o monge
franciscano Willian de Braskerville, usava da ciência para solucionar os crimes do mosteiro e
desagradava a santa inquisição na figura do inquisidor Bernardo Gui.
Foi através da ciência que diversos mistérios da igreja foram desvendados. O conhecimento que a
igreja dotava, foi adquirido da razão e da lógica, e ciente do grande poder que a sabedoria pode
oferecer a alguém, trancafiou-se muitos livros por muito tempo e junto com eles conhecimento, com o
intuito de permitir que a sociedade leiga continuasse ignorante, pois isso seria mai rentável para a
igreja.
As questões que orbitaram pela detenção do conhecimento, iam muito alem da obediência e do temor,
chegam a questões mais ousadas e egoístas, de caráter social e econômico. O que se aprisionou por
séculos nas bibliotecas eclesiásticas foi muito mais que livros, foram verdades, que possibilitariam ao
povo da época “sair da escuridão”.
A razão e a ciência tiveram ascendência sobre a religião, pois através destas muito se foi revelado,
inclusive o excessivo poderio da igreja, que contribuiu pra o misticismo e o embaraço do
desenvolvimento intelectual de séculos de existência, regado por muita proibição, ignorância e sangue.