SlideShare uma empresa Scribd logo
O manejo do Estresse Pós-Traumático na
Criança, Adolescente e no Adulto
Profa. Dra. Márcia M. Bignotto
IPCS Campinas
Transtorno de Estresse Pós-
Traumático (TEPT)
 As lembranças recorrem por mais de um mês
e iniciam no prazo de até seis meses do
evento.
 Eventos de risco à vida ou ferimentos graves
podem causar angústia intensa e de longa
duração.
 As pessoas afetadas podem reviver o evento,
ter pesadelos frequentes e evitar qualquer
coisa que possa lembrá-las do evento.
 Eventos traumáticos de risco à vida ou lesões graves
podem afetar as pessoas muito tempo depois de tais
eventos terem ocorrido.
 A pessoa pode vivenciar o evento diretamente (por
exemplo, quando a pessoa sofre uma lesão séria) ou
indiretamente (por exemplo, quando a pessoa
testemunha um assassinato ou fica sabendo que
familiares ou amigos próximos sofreram um evento
traumático).
 O medo intenso, o desamparo ou o horror sentidos
durante o evento traumático podem atormentá-las.
Os eventos que podem causar o transtorno do
estresse pós-traumático incluem:
 Sofrer ou testemunhar violência sexual
ou física
 Presenciar um desastre, seja natural
(inundações, deslizamentos de terras,
tornados, por exemplo) ou causado
pelo homem (um acidente de
automóvel grave, por exemplo)
 Participar de guerra
 O TEPT afeta aproximadamente 9% das
pessoas em algum momento de suas
vidas, incluindo a infância/adolescência.
 Aproximadamente 4% dos adultos
sofrem desse transtorno anualmente.
 Muitas pessoas que sofrem ou testemunham
eventos traumáticos, como veteranos de
guerra e vítimas de estupro e outros atos
violentos, desenvolvem o TEPT.
 O TEPT pode não desaparecer
completamente, mas geralmente fica
menos intenso com o passar do tempo,
mesmo sem tratamento.
 Algumas pessoas, entretanto, ficam
gravemente incapacitadas pelo
transtorno.
As pessoas podem ter diversos tipos de
sintomas no transtorno de estresse pós-
traumático:
 Sintomas intrusivos (o evento invade
seus pensamentos de maneira repetida
e incontrolável);
 Evitar qualquer coisa que as relembre
do evento;
 Efeitos negativos sobre o pensamento e
o humor;
 Alterações no estado de alerta e nas
reações.
Outros sintomas
 Algumas pessoas desenvolvem atos
rituais com a intenção de aliviar sua
ansiedade.
 Por exemplo, vítimas de violência sexual
podem tomar banhos repetidamente
para tentar remover a sensação de
sujeira.
O profissional faz o
Diagnóstico do TEPT quando:
 A pessoa foi exposta direta ou
indiretamente ao evento traumático.
 Os sintomas têm ocorrido por um mês
ou mais.
 Os sintomas causam angústia
significativa ou prejudicam o
desempenho de atividades de modo
significativo.
 A pessoa apresenta alguns sintomas de cada
tipo de sintoma associado com o TEPT
(sintomas de intrusão, sintomas de esquiva,
efeitos negativos sobre o pensamento e o
humor e alterações no estado de alerta e nas
reações).
Tratamento do TEPT
 O tratamento envolve
psicoterapia (especialmente
terapia de exposição) e terapia
medicamentosa.
Psicoterapia
 Na terapia de exposição: o terapeuta
pede para as pessoas afetadas
imaginarem estar nas situações ou na
presença das pessoas que elas evitam
por associarem essas situações ou
pessoas ao trauma.
 O terapeuta também incentiva a
pessoa a reimaginar o próprio evento
traumático.
 Devido à ansiedade, muitas vezes
intensa, associada a memórias
traumáticas, o suporte psicoterápico
desempenha um papel especialmente
importante no tratamento.
 O terapeuta deve ser francamente
empático e disposto a reconhecer o
sofrimento psicológico.
 O terapeuta tranquiliza as pessoas
afetadas e explica que sua reação é
justificada, mas as encoraja a
enfrentarem suas lembranças (como
uma forma de terapia de exposição).
 São também ensinados alguns métodos
para controlar a ansiedade, medida que
ajuda as pessoas a integrarem as
memórias dolorosas à sua
personalidade.
 A terapia de exposição também inclui a
prevenção da realização de quaisquer
rituais que as pessoas tenham
desenvolvido.
 Reestruturação Cognitiva:
 Se a pessoa sofre de culpa do
sobrevivente, a psicoterapia pode
ajudá-la a compreender e a alterar seus
pensamentos negativos e distorcidos.
 Dessensibilização e
reprocessamento por meio dos
movimentos oculares (EMDR) é
uma forma de terapia de exposição.
 Na EMDR, as pessoas seguem o dedo
do terapeuta em movimento com os
olhos enquanto imaginam estar
expostas ao trauma.
 Alguns especialistas acreditam que os
movimentos dos olhos em si ajudam na
dessensibilização, mas a EMDR é eficaz
provavelmente devido à exposição, não
aos movimentos dos olhos.
Terapia Medicamentosa
 Antidepressivos, particularmente
inibidores seletivos de recaptação de
serotonina (ISRSs), são especialmente
úteis.
 Prazosina (também usada para tratar
hipertensão arterial) pode ajudar a
reduzir a frequência de pesadelos.
 Foram tentados muitos outros
medicamentos, incluindo estabilizadores
de humor (como valproato) ou os que
tratam transtornos psicóticos, mas sua
eficácia ainda não está comprovada.
TEPT na Criança/Adolescente
 O conceito desse transtorno encontra-
se ainda em evolução, pois a maioria
das conclusões são baseadas de
adaptações dos estudos com adultos.
Acontecimentos estressantes mais comuns que
podem produzir esse transtorno na
infância/Adolescência
 Desastres naturais
 Acidentes aéreos, automobilísticos e com outros tipos
de transportes
 Atentados terroristas
 Acidentes com ferimentos ou danos pessoais graves
à criança ou à pessoas queridas (mãe, pai,...)
 Violência urbana ( assaltos, sequestros, tiroteios...)
 Violência doméstica
 Abusos sexuais, de negligência e psicológicos.
Características específicas do TEPT infantil
 O diagnóstico para o transtorno de stress
pós – traumático infantil necessita da
identificação de uma situação como
acontecimento desencadeante, classificado
como um estímulo estressante traumático.
Características específicas do TEPT infantil
 Terr (1979) = sistematizou uma das primeiras
descrições do Transtorno de stress pós-
traumático infantil, após o sequestro de um
grupo de crianças na Califórnia ocorrido em
1976.
 Nessa sistematização ele foi capaz de:
Características específicas do TEPT infantil
 1- Verificar que as crianças tinham a
tendência a reexperimentar ou reviver o
acontecimento através de formas
estereotipadas e repetitivas maneiras de
brincadeiras;
Características específicas do TEPT infantil
 2- Observar o surgimento de
comportamentos regressivos = a perda de
habilidades já adquiridas pela criança;
Características específicas do TEPT infantil
 3- Perceber nas crianças menores que os
sonhos perturbadores com o trauma
poderiam, dentro das semanas subsequentes,
tornarem-se pesadelos simbolizados por
monstros; por ameaças de morte para si
mesmas e outras pessoas;
Características específicas do TEPT infantil
4- Ocorrer o aparecimento de sintomas físicos
e psicofisiológicos: dores de cabeça, dores
musculares, enurese, tensão muscular, dores
abdominais;...
5- Diminuição da narrativa da criança.
O TEPT infantil no Brasil
EPIDEMIOLOGIA
 Quanto a epidemiologia no Brasil podemos sugerir
que esteja ocorrendo um aumento desse transtorno,
por ser detectada uma elevação no índice da
violência urbana, social e familiar; estimando-se que
em 20% de atos violentos exista uma criança como
vítima ou testemunha.
GRANDE DÚVIDA:
 Por que não são todas as crianças que vivenciam um
evento traumático que desenvolvem o TEPT?
TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
 As concepções teóricas mais recentes acreditam que
os acontecimentos traumáticos criam redes de
distorções cognitivas que são facilmente ativáveis
devido ao grande número de interconexões formadas
mediante condicionamento e generalização, além das
mensagens de socialização e história de vida da
criança.
TRATAMENTO DO TEPT NA INFÂNCIA
BASES EMPÍRICAS
 O primeiro aspecto do tratamento deve
ser a clareza e o conhecimento que o
profissional deve possuir quanto a
etapa do desenvolvimento psicológico
do paciente infantil.
Técnicas comportamentais e Técnicas
cognitivos comportamentais:
 1- A Exposição (na imaginação ou ao
vivo)
 2- O Treinamento em Relaxamento.
 3- A técnica da Reestruturação
Cognitiva quanto as crenças irracionais
apresentadas pela criança.
 4- O Treino de Expressão de
Sentimentos.
 5- O Treino de Resolução de Problemas.
 6- O Treino em Habilidades Sociais.
 7- O Treino de Controle da Ansiedade.
 A forma de tratamento deve ser
conduzida com base no nível do seu
desenvolvimento infantil. Assim haverá
crianças em que serão necessários
recorrer a outros recursos, tais como:
desenhos, atividades lúdicas e não
somente a leitura e escrita.
PAPEL DOS PAIS
 Os pais possuem um papel fundamental
no tratamento da criança com TEPT.
 Eles facilitam o fortalecimento das
habilidades treinadas nas sessões
terapêuticas.
Necessitam serem instruídos quanto as
práticas parentais adequadas que
devem ter com a criança.
Na maioria das situações uma terapia
individual com os pais também é
necessária.
 Assim, a integração criança – família e
profissional deve ser permanente e
coerente para o sucesso do tratamento.
MENSAGEM FINAL PARA A CRIANÇA
 O objetivo mais importante do tratamento
é conseguir transmitir à criança que
vivenciou um stress pós – traumático que
esse foi um momento em sua vida
acontecido e que não deverá causar-lhe
sofrimento ao longo de toda a sua vida.
Referências
 Bibliografia básica do prorama
 Bibliografia complementar:
 Breslau, N., Davis, G. C., Andreski, P. & Peterson, E. (1991). Traumatic
events and posttraumatic stress disorder in an urban population of
young adults. Archives of General Psychiatry, 48, 216-222.
 Ehlers, A. & Clark, D. M. (2000). A cognitive model of posttraumatic
stress disorder. Behaviour Research and Therapy, 38, 319-345.
 Sher, L. (2004). Recognizing post-traumatic stress disorder. QJM: An
International Journal of Medicine, 97, 1-5.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a O manejo do TEPT na criança. adolescente e adulto.pdf

ELETIVAS – a vida em movimento.pptx
ELETIVAS – a vida em movimento.pptxELETIVAS – a vida em movimento.pptx
ELETIVAS – a vida em movimento.pptx
Suzy De Abreu Santana
 
Ebook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem Progressiva
Ebook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem ProgressivaEbook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem Progressiva
Ebook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem Progressiva
Espaço da Mente
 
doenças mentais
doenças mentaisdoenças mentais
doenças mentais
Renata Fernandes
 
Transtornos ansiosos
Transtornos ansiososTranstornos ansiosos
Transtornos ansiosos
Aroldo Gavioli
 
E-book bem-estar .pdf
E-book bem-estar .pdfE-book bem-estar .pdf
E-book bem-estar .pdf
EmanuelleRocha16
 
Trabalho Psicologia.docx
Trabalho Psicologia.docxTrabalho Psicologia.docx
Trabalho Psicologia.docx
TeresaGalvo4
 
Depressão e Espiritismo
Depressão e EspiritismoDepressão e Espiritismo
Depressão e Espiritismo
Fernando Vieira Filho
 
A depressao-e-uma-doenca-que-se-trata
A depressao-e-uma-doenca-que-se-trataA depressao-e-uma-doenca-que-se-trata
A depressao-e-uma-doenca-que-se-trata
Cosmo Palasio
 
Transtornos de estresse agudo e transtornos de estresse
Transtornos de estresse agudo e transtornos de estresseTranstornos de estresse agudo e transtornos de estresse
Transtornos de estresse agudo e transtornos de estresseCláudio Costa
 
Transtorno da ansiedade
Transtorno da ansiedadeTranstorno da ansiedade
Transtorno da ansiedade
Alany Silva
 
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptx
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptxTranstorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptx
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptx
CepsSalom1
 
eBook - Tratamentos para a Depressão
eBook - Tratamentos para a DepressãoeBook - Tratamentos para a Depressão
eBook - Tratamentos para a Depressão
GnTech
 
Guia pratico sobre psicoses
Guia pratico sobre psicosesGuia pratico sobre psicoses
Guia pratico sobre psicoses
SUELI SANTOS
 
Centro de psicooncologia
Centro de psicooncologiaCentro de psicooncologia
Organograma slid1
Organograma slid1Organograma slid1
Organograma slid1
Cristiane Blanco
 
Transtornos.pptx
Transtornos.pptxTranstornos.pptx
Transtornos.pptx
ALCIELYPSICOLOGIA
 

Semelhante a O manejo do TEPT na criança. adolescente e adulto.pdf (20)

ELETIVAS – a vida em movimento.pptx
ELETIVAS – a vida em movimento.pptxELETIVAS – a vida em movimento.pptx
ELETIVAS – a vida em movimento.pptx
 
Tept slides
Tept   slidesTept   slides
Tept slides
 
Ebook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem Progressiva
Ebook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem ProgressivaEbook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem Progressiva
Ebook - Trauma Complexo - EMDR Abordagem Progressiva
 
doenças mentais
doenças mentaisdoenças mentais
doenças mentais
 
Transtornos ansiosos
Transtornos ansiososTranstornos ansiosos
Transtornos ansiosos
 
Principais técnicas cognitivo
Principais técnicas cognitivoPrincipais técnicas cognitivo
Principais técnicas cognitivo
 
E-book bem-estar .pdf
E-book bem-estar .pdfE-book bem-estar .pdf
E-book bem-estar .pdf
 
Trabalho Psicologia.docx
Trabalho Psicologia.docxTrabalho Psicologia.docx
Trabalho Psicologia.docx
 
Depressão e Espiritismo
Depressão e EspiritismoDepressão e Espiritismo
Depressão e Espiritismo
 
A depressao-e-uma-doenca-que-se-trata
A depressao-e-uma-doenca-que-se-trataA depressao-e-uma-doenca-que-se-trata
A depressao-e-uma-doenca-que-se-trata
 
Transtornos de estresse agudo e transtornos de estresse
Transtornos de estresse agudo e transtornos de estresseTranstornos de estresse agudo e transtornos de estresse
Transtornos de estresse agudo e transtornos de estresse
 
Transtorno da ansiedade
Transtorno da ansiedadeTranstorno da ansiedade
Transtorno da ansiedade
 
Palestra DepressãO
Palestra DepressãOPalestra DepressãO
Palestra DepressãO
 
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptx
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptxTranstorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptx
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).pptx
 
eBook - Tratamentos para a Depressão
eBook - Tratamentos para a DepressãoeBook - Tratamentos para a Depressão
eBook - Tratamentos para a Depressão
 
Guia pratico sobre psicoses
Guia pratico sobre psicosesGuia pratico sobre psicoses
Guia pratico sobre psicoses
 
Centro de psicooncologia
Centro de psicooncologiaCentro de psicooncologia
Centro de psicooncologia
 
Organograma slid1
Organograma slid1Organograma slid1
Organograma slid1
 
Stress 1
Stress 1Stress 1
Stress 1
 
Transtornos.pptx
Transtornos.pptxTranstornos.pptx
Transtornos.pptx
 

Último

Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolenciaViolência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
THIALYMARIASILVADACU
 
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
rafapr7799
 
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
mariastephanie335
 
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdfCartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Camila Lorranna
 
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptxdoenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
ccursog
 
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdfApostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
josi572362
 
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdfAPOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
PatrickVieira30
 
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptxAULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
DiegoFernandes857616
 
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdfAcidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
GabryellaNeves2
 
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed FísicaPrincipios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
AllanNovais4
 
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na EnfermagemMICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
sidneyjmg
 

Último (11)

Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolenciaViolência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
Violência contra os idosos.pptxtiposdeviolencia
 
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
35 Receitas Saudáveis Para Emagrecer Em Casa E Perder Peso Com Saúde.
 
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
SAUDE MENTAL - REDES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL (RAPS)
 
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdfCartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
Cartilha Digital exercícios para OMBRO.pdf
 
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptxdoenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
doenças transmitidas pelas arboviroses ARBOVIROSES - GALGON.pptx
 
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdfApostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
Apostila uSO DE ÁCIDOS NA PODOLOGIA000.pdf
 
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdfAPOSTILA Citologia Clà nica  didatico.pdf
APOSTILA Citologia Clà nica didatico.pdf
 
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptxAULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
AULA BANHO NO LEITO DE ENFERMAGEM...pptx
 
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdfAcidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
Acidente Vascular Encefálico AVC - AVE.pdf
 
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed FísicaPrincipios do treinamento desportivo. Ed Física
Principios do treinamento desportivo. Ed Física
 
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na EnfermagemMICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA na Enfermagem
 

O manejo do TEPT na criança. adolescente e adulto.pdf

  • 1. O manejo do Estresse Pós-Traumático na Criança, Adolescente e no Adulto Profa. Dra. Márcia M. Bignotto IPCS Campinas
  • 2.
  • 3. Transtorno de Estresse Pós- Traumático (TEPT)
  • 4.  As lembranças recorrem por mais de um mês e iniciam no prazo de até seis meses do evento.  Eventos de risco à vida ou ferimentos graves podem causar angústia intensa e de longa duração.  As pessoas afetadas podem reviver o evento, ter pesadelos frequentes e evitar qualquer coisa que possa lembrá-las do evento.
  • 5.  Eventos traumáticos de risco à vida ou lesões graves podem afetar as pessoas muito tempo depois de tais eventos terem ocorrido.  A pessoa pode vivenciar o evento diretamente (por exemplo, quando a pessoa sofre uma lesão séria) ou indiretamente (por exemplo, quando a pessoa testemunha um assassinato ou fica sabendo que familiares ou amigos próximos sofreram um evento traumático).  O medo intenso, o desamparo ou o horror sentidos durante o evento traumático podem atormentá-las.
  • 6. Os eventos que podem causar o transtorno do estresse pós-traumático incluem:  Sofrer ou testemunhar violência sexual ou física  Presenciar um desastre, seja natural (inundações, deslizamentos de terras, tornados, por exemplo) ou causado pelo homem (um acidente de automóvel grave, por exemplo)  Participar de guerra
  • 7.  O TEPT afeta aproximadamente 9% das pessoas em algum momento de suas vidas, incluindo a infância/adolescência.  Aproximadamente 4% dos adultos sofrem desse transtorno anualmente.  Muitas pessoas que sofrem ou testemunham eventos traumáticos, como veteranos de guerra e vítimas de estupro e outros atos violentos, desenvolvem o TEPT.
  • 8.  O TEPT pode não desaparecer completamente, mas geralmente fica menos intenso com o passar do tempo, mesmo sem tratamento.  Algumas pessoas, entretanto, ficam gravemente incapacitadas pelo transtorno.
  • 9. As pessoas podem ter diversos tipos de sintomas no transtorno de estresse pós- traumático:  Sintomas intrusivos (o evento invade seus pensamentos de maneira repetida e incontrolável);  Evitar qualquer coisa que as relembre do evento;  Efeitos negativos sobre o pensamento e o humor;  Alterações no estado de alerta e nas reações.
  • 10. Outros sintomas  Algumas pessoas desenvolvem atos rituais com a intenção de aliviar sua ansiedade.  Por exemplo, vítimas de violência sexual podem tomar banhos repetidamente para tentar remover a sensação de sujeira.
  • 11. O profissional faz o Diagnóstico do TEPT quando:  A pessoa foi exposta direta ou indiretamente ao evento traumático.  Os sintomas têm ocorrido por um mês ou mais.
  • 12.  Os sintomas causam angústia significativa ou prejudicam o desempenho de atividades de modo significativo.  A pessoa apresenta alguns sintomas de cada tipo de sintoma associado com o TEPT (sintomas de intrusão, sintomas de esquiva, efeitos negativos sobre o pensamento e o humor e alterações no estado de alerta e nas reações).
  • 13. Tratamento do TEPT  O tratamento envolve psicoterapia (especialmente terapia de exposição) e terapia medicamentosa.
  • 14. Psicoterapia  Na terapia de exposição: o terapeuta pede para as pessoas afetadas imaginarem estar nas situações ou na presença das pessoas que elas evitam por associarem essas situações ou pessoas ao trauma.
  • 15.  O terapeuta também incentiva a pessoa a reimaginar o próprio evento traumático.  Devido à ansiedade, muitas vezes intensa, associada a memórias traumáticas, o suporte psicoterápico desempenha um papel especialmente importante no tratamento.
  • 16.  O terapeuta deve ser francamente empático e disposto a reconhecer o sofrimento psicológico.  O terapeuta tranquiliza as pessoas afetadas e explica que sua reação é justificada, mas as encoraja a enfrentarem suas lembranças (como uma forma de terapia de exposição).
  • 17.  São também ensinados alguns métodos para controlar a ansiedade, medida que ajuda as pessoas a integrarem as memórias dolorosas à sua personalidade.  A terapia de exposição também inclui a prevenção da realização de quaisquer rituais que as pessoas tenham desenvolvido.
  • 18.  Reestruturação Cognitiva:  Se a pessoa sofre de culpa do sobrevivente, a psicoterapia pode ajudá-la a compreender e a alterar seus pensamentos negativos e distorcidos.
  • 19.  Dessensibilização e reprocessamento por meio dos movimentos oculares (EMDR) é uma forma de terapia de exposição.  Na EMDR, as pessoas seguem o dedo do terapeuta em movimento com os olhos enquanto imaginam estar expostas ao trauma.
  • 20.  Alguns especialistas acreditam que os movimentos dos olhos em si ajudam na dessensibilização, mas a EMDR é eficaz provavelmente devido à exposição, não aos movimentos dos olhos.
  • 21. Terapia Medicamentosa  Antidepressivos, particularmente inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), são especialmente úteis.  Prazosina (também usada para tratar hipertensão arterial) pode ajudar a reduzir a frequência de pesadelos.
  • 22.  Foram tentados muitos outros medicamentos, incluindo estabilizadores de humor (como valproato) ou os que tratam transtornos psicóticos, mas sua eficácia ainda não está comprovada.
  • 23. TEPT na Criança/Adolescente  O conceito desse transtorno encontra- se ainda em evolução, pois a maioria das conclusões são baseadas de adaptações dos estudos com adultos.
  • 24. Acontecimentos estressantes mais comuns que podem produzir esse transtorno na infância/Adolescência  Desastres naturais  Acidentes aéreos, automobilísticos e com outros tipos de transportes  Atentados terroristas  Acidentes com ferimentos ou danos pessoais graves à criança ou à pessoas queridas (mãe, pai,...)  Violência urbana ( assaltos, sequestros, tiroteios...)  Violência doméstica  Abusos sexuais, de negligência e psicológicos.
  • 25. Características específicas do TEPT infantil  O diagnóstico para o transtorno de stress pós – traumático infantil necessita da identificação de uma situação como acontecimento desencadeante, classificado como um estímulo estressante traumático.
  • 26. Características específicas do TEPT infantil  Terr (1979) = sistematizou uma das primeiras descrições do Transtorno de stress pós- traumático infantil, após o sequestro de um grupo de crianças na Califórnia ocorrido em 1976.  Nessa sistematização ele foi capaz de:
  • 27. Características específicas do TEPT infantil  1- Verificar que as crianças tinham a tendência a reexperimentar ou reviver o acontecimento através de formas estereotipadas e repetitivas maneiras de brincadeiras;
  • 28. Características específicas do TEPT infantil  2- Observar o surgimento de comportamentos regressivos = a perda de habilidades já adquiridas pela criança;
  • 29. Características específicas do TEPT infantil  3- Perceber nas crianças menores que os sonhos perturbadores com o trauma poderiam, dentro das semanas subsequentes, tornarem-se pesadelos simbolizados por monstros; por ameaças de morte para si mesmas e outras pessoas;
  • 30. Características específicas do TEPT infantil 4- Ocorrer o aparecimento de sintomas físicos e psicofisiológicos: dores de cabeça, dores musculares, enurese, tensão muscular, dores abdominais;... 5- Diminuição da narrativa da criança.
  • 31. O TEPT infantil no Brasil EPIDEMIOLOGIA  Quanto a epidemiologia no Brasil podemos sugerir que esteja ocorrendo um aumento desse transtorno, por ser detectada uma elevação no índice da violência urbana, social e familiar; estimando-se que em 20% de atos violentos exista uma criança como vítima ou testemunha.
  • 32. GRANDE DÚVIDA:  Por que não são todas as crianças que vivenciam um evento traumático que desenvolvem o TEPT?
  • 33. TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL  As concepções teóricas mais recentes acreditam que os acontecimentos traumáticos criam redes de distorções cognitivas que são facilmente ativáveis devido ao grande número de interconexões formadas mediante condicionamento e generalização, além das mensagens de socialização e história de vida da criança.
  • 34. TRATAMENTO DO TEPT NA INFÂNCIA BASES EMPÍRICAS  O primeiro aspecto do tratamento deve ser a clareza e o conhecimento que o profissional deve possuir quanto a etapa do desenvolvimento psicológico do paciente infantil.
  • 35. Técnicas comportamentais e Técnicas cognitivos comportamentais:  1- A Exposição (na imaginação ou ao vivo)  2- O Treinamento em Relaxamento.
  • 36.  3- A técnica da Reestruturação Cognitiva quanto as crenças irracionais apresentadas pela criança.  4- O Treino de Expressão de Sentimentos.
  • 37.  5- O Treino de Resolução de Problemas.  6- O Treino em Habilidades Sociais.
  • 38.  7- O Treino de Controle da Ansiedade.  A forma de tratamento deve ser conduzida com base no nível do seu desenvolvimento infantil. Assim haverá crianças em que serão necessários recorrer a outros recursos, tais como: desenhos, atividades lúdicas e não somente a leitura e escrita.
  • 39. PAPEL DOS PAIS  Os pais possuem um papel fundamental no tratamento da criança com TEPT.  Eles facilitam o fortalecimento das habilidades treinadas nas sessões terapêuticas.
  • 40. Necessitam serem instruídos quanto as práticas parentais adequadas que devem ter com a criança. Na maioria das situações uma terapia individual com os pais também é necessária.
  • 41.  Assim, a integração criança – família e profissional deve ser permanente e coerente para o sucesso do tratamento.
  • 42. MENSAGEM FINAL PARA A CRIANÇA  O objetivo mais importante do tratamento é conseguir transmitir à criança que vivenciou um stress pós – traumático que esse foi um momento em sua vida acontecido e que não deverá causar-lhe sofrimento ao longo de toda a sua vida.
  • 43. Referências  Bibliografia básica do prorama  Bibliografia complementar:  Breslau, N., Davis, G. C., Andreski, P. & Peterson, E. (1991). Traumatic events and posttraumatic stress disorder in an urban population of young adults. Archives of General Psychiatry, 48, 216-222.  Ehlers, A. & Clark, D. M. (2000). A cognitive model of posttraumatic stress disorder. Behaviour Research and Therapy, 38, 319-345.  Sher, L. (2004). Recognizing post-traumatic stress disorder. QJM: An International Journal of Medicine, 97, 1-5.