O documento discute o legado da Copa do Mundo no Brasil. Positivamente, promoveu a imagem do Brasil no exterior, mas negativamente muitas obras de infraestrutura prometidas não foram entregues a tempo. Isso revelou problemas de planejamento. Algumas cidades como Curitiba e São Paulo ainda têm obras incompletas.
Legado da Copa do Mundo no Brasil analisa problemas de planejamento
1. O legado da Copa do
Mundo no Brasil
Direito Financeiro e Econômico
Yury Kelerman Martins Ribeiro
9ºperíodo Noturno
2. Que legado a copa nos deixa?
Um legado indiscutivelmente positivo , é a promoção da imagem do Brasil no exterior. Segundo o
Mistério do turismo o país recebeu 1 milhão de estrangeiros, de 202 nacionalidades e 61% fizeram
sua primeira visita ao Brasil por Ocasião da Copa.
No ponto negativo ficou o legado urbanístico e de infraestrutura. Daquilo que nos havia sido
prometido como resultado da copa em termos de obras, não temos tanto para ver. O jornal folha de
São Paulo analisou 167 obras prometidas para o Mundial, das quais apenas 88 foram entregues a
tempo.
Isso nos leva a um terceiro legado : A copa nos mostrou , de forma escancarada e em uma
dimensão que nunca tenhamos visto antes, nossos problemas de planejamento. Em 2007 Lula e o
Ministro do Esporte Orlando Silva, disseram que não haveriam dinheiro publico nas arenas; mas
não foi o que aconteceu , todos os estádios contaram com porções mais ou menos generosas de
dinheiro o governo Federal - por meio de empréstimos a juros camaradas- dos governos estaduais
e de prefeituras.
3. Em Cuiabá, as obras da Copa são alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na
Assembleia Legislativa para investigar irregularidades nas construções – especialmente na do
VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ainda está no início e já consumiu mais R$ 1 bilhão do seu
orçamento, que era, inicialmente, de R$ 1,4 bilhão.
Das 12 cidades-sede, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo foram as únicas
que já entregaram o prometido. Mas no caso da capital mineira, problemas estruturais chegaram a
comprometer algumas das construções – incluindo a do viaduto de Guararapes, que desabou
durante o Mundial, e a do viaduto Montese, que ficou nove meses interditado para reparos.
Os dois são alvos de um inquérito da Polícia Civil, que indiciou o secretário de Obras e
Infraestrutura da cidade, José Lauro Nogueira, e outras 17 pessoas por homicídio com dolo
eventual e por tentativa de homicídio – duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas no acidente.
A investigação concluiu que o acidente foi causado por um erro de cálculo e que a prefeitura
chegou a ser alertada dos problemas – sem interditar as obras.
4. Cidades-sede Obras previstas Obras entregues
Belo Horizonte 7 7
Brasília 1 1
Cuiabá 3 0
Curitiba* 10 2
Fortaleza 6 0
Natal 2 0
Porto Alegre 2 2
Recife 7 3
Rio de Janeiro 3 3
Salvador 2 1
São Paulo 1 1
abaixo os principais casos de obras previstas que ainda
não ficaram prontas, 1 ano após a copa :
Fonte : http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150605_um_ano_copa_obras_rm ;
5. CURITIBA: Eram sete projetos no total, dos quais apenas a
expansão do BRT e a reforma da Rodoferroviária foram entregues
– ambas de responsabilidade da prefeitura. Os outros, divididos
entre governos municipal e estadual, estão em andamento – alguns
estão 70% concluídos –, com prazos de entrega entre o fim desse
ano e o início do próximo. Segundo o governo estadual, os
principais motivos dos atrasos foram "adequações de projetos;
trâmites burocráticos pendentes; problemas no pagamento e
problemas climáticos".
SÃO PAULO: cumpriu o que havia prometido, mas só deixou um
projeto de mobilidade na Matriz – as obras viárias em Itaquera, de
responsabilidade da prefeitura. O monotrilho (de responsabilidade
do governo estadual) que ligaria o aeroporto de Congonhas à
estação Morumbi de trem acabou virando um dos projetos de alto
perfil a serem retirados do documento por conta de atrasos na obra.
6. Apesar de muitas obras ainda não terem sido entregues, o Ministério do
Esporte disse, por meio de nota, que "a Copa do Mundo acelerou
projetos de infraestrutura nas cinco regiões do país" e que "há melhorias
visíveis nas cidades a partir dos investimentos do plano de legado".
RIO DE JANEIRO: sede da próxima Olimpíada, deixou suas principais
obras de mobilidade para serem feitas até os Jogos. Para a Copa,
foram feitas algumas reformas na região do Maracanã, além do BRT
Transcarioca, que liga o aeroporto Galeão à Barra da Tijuca. Quando
perguntado se havia chance de as obras de infraestrutura prometidas
para a Olimpíada ficarem para depois, o prefeito Eduardo Paes foi
taxativo: "Chance zero. Tudo será entregue antes do prazo."