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Opinião 24 dez 2

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  1. 1. OPINIÃO ● 7Sábado, 24 de dezembro de 2011 O GLOBO ● OPINIÃO ● PÁGINA 7 - Edição: 24/12/2011 - Impresso: 23/12/2011 — 20: 54 h O GLOBO PRETO/BRANCO dades, se tenha a necessária compre- ensão do significado e da importância de se viver em uma cidade pacificada e socialmente integrada. Quanto ao plano de expansão do metrô em direção à Barra da Tijuca, pelo que se deduz do que foi noticia- do, o governo está disposto a manter a decisão tomada. Ao privilegiar um tra- çado que possibilita aferir maior ren- tabilidade, desprezou uma rara opor- tunidade para expandir o metrô em re- de como havia sido planejado original- mente. A expansão, anteriormente prevista, a partir da estação Botafogo, via Humaitá e Jardim Botânico, em tú- nel escavado na rocha até a Gávea, foi relegada a um futuro distante, da mes- ma forma que a ligação da estação Uruguai, na Tijuca, com a Gávea. Infelizmente, a opção escolhida é a que trará mais transtornos para os moradores de Ipanema e Leblon, agra- vada, ainda mais, pela absurda paralisação temporária das estações Cantagalo e General Osório para adequá-las ao novo traçado propos- to. Acrescente-se, tam- bém, o aumento consi- derável de passageiros nos já superlotados vagões, na medida em que o indefectível “linhão” irá se estender da Pavuna até a Barra da Ti- juca. Quem sabe ainda existam meios legais para reverter essa deplorável decisão? Não custa verificar. O projeto de revitalização da Marina da Glória trouxe a público uma nova polêmica, semelhante à que ocorreu por ocasião dos Jogos Pan-America- nos, no Rio, em 2007. Para transformar a Marina em um novo centro náutico e de eventos para a cidade, a empresa EBX, do empresário Eike Batista, arren- dou o lugar e promoveu um concurso privado de arquitetura para escolher o melhor projeto para o megaempreen- dimento idealizado. Infelizmente, a so- LUIZ FERNANDO JANOT E m meio ao grande número de notícias publicadas sobre o Rio destacamos algumas que, por envolver o cotidiano da cidade, certamente, ainda darão mui- to que falar: os recentes assaltos a es- tabelecimentos comerciais na Roci- nha, as obras para expansão do me- trô em Ipanema e Leblon e a proposta para a revitalização da Marina da Gló- ria. São fatos envolvendo assuntos polêmicos que exigem reflexão apura- da sobre os prováveis desdobramen- tos para a cidade. Com relação aos assaltos recorren- tes na Rocinha, apesar do espanto da população, era certo que esse tipo de delito não tardaria a acontecer. Desde que aquela comunidade se transformou em territó- rio livre do poder parale- lo, como qualquer outro bairro da cidade, a popu- lação local passou a in- corporar, efetivamente, as vantagens e desvanta- gens da cidade formal- mente constituída. Não há dúvida de que essa transição não será assi- milada facilmente por quem viveu toda a sua vida à margem da sociedade e tendo a informalidade como referência principal. A ausência do poder público nessas localidades levou os moradores a con- viverem com traficantes — muitas ve- zes de forma promíscua — e a desfru- tarem das benesses por eles ofereci- das. Uma delas era a proibição de rou- bos na comunidade, assegurada — manu militari — pelos justiceiros de plantão. Algumas pessoas ainda la- mentam a ausência desses Robin Ho- od das favelas diante da perda das vantagens que desfrutavam. A lei é du- ra, mas é a lei. Portanto, espera-se que, com o passar do tempo e a melhoria das condições de vida nessas comuni- TERESA BERGHER A prefeitura da cidade do Rio de Janeiro vive um momento trans. Capitaneado pelo alcai- de Eduardo Paes, o emprego do prefixo de origem latina está em alta na administração municipal e os quatro grandes corredores viários projetados para o Rio foram batizados pelos nomes de Transoeste, Transbrasil, Transcario- ca e Transolímpica. São grandes projetos, que exigem vul- tosos investimentos públicos, o que já recomendaria que fossem prévia e am- plamente discutidos junto à população carioca. Somente na obra viária que ligará a Barra a Deodoro, a Transolímpica, esti- ma-se um investimento de R$ 2 bilhões — sendo que, deste valor, a maior par- cela será de recursos públicos. Enquanto a prefeitura emprega o trans para designar os megaprojetos viários, contradiz, na prática, a acepção do prefixo, ficando muito aquém de cumprir seu dever constitucional, de dar transparência, assegurando a mais ampla publicidade de seus atos e que se vinculam à aprovação dos projetos. Exemplo disto foi a aprovação da lei 5.294 de 11 de julho de 2011, que auto- riza ao Poder Executivo a dar subsídios pecuniários ao ente privado no futuro contrato de concessão da Transolímpi- ca, sem que o Legislativo tivesse o mí- nimo de informações, seja quanto ao projeto, seja quanto aos limites da con- cessão dos subsídios. A pressa em aprovar projetos e conces- sões sem a devida transparência vem sen- do justificada pela prefeitura por conta da aproximação da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A importância extraordinária destes eventos esportivos para a nossa cidade é inquestionável, o que não significa que o poder público esteja autorizado a realizar despesas públicas sem controle e fiscalização. Para assegurar o amplo acesso da po- pulação aos elevados investimentos públi- cos destinados à realização da Copa e dos Jogos Olímpicos, apresentei em outubro do ano passado, na Câmara Municipal, um projeto de lei que instituiria o Portal Ele- trônico da Transparência Olímpica. O pro- jeto, que pretendia viabilizar o controle so- cial dos gastos públicos municipais com a Copa e as Olimpíadas, através da internet, foi mandado ao arquivo pelos vereadores da base governista. Isto depois de ter re- cebido uma emenda do líder do governo, que limitava a disponibilização de docu- mentos e dados no Portal. A transparência não serve ao governo nem à maioria do Legislativo. Mas não vamos desistir. O pro- jeto será reapresentado. Medida que se impõe à administração pública, a transparência constitui um dos pilares da gestão fiscal responsável, decorrente do princípio da publicidade. Que venham as trans, mas que, de igual forma, o governo adote em suas ações a transparência como prática irrestrita e ilimitada para facilitar o controle e a fis- calização da gestão da res publica. O legado que os Jogos Olímpicos po- dem deixar para a cidade tanto maior será quanto mais eficiente e transparen- te for a aplicação dos recursos. TERESA BERGHER é vereadora no Rio (PSDB). E-mail: teresa.bergher@camara.rj.gov.br. ciedade não teve a oportunidade de conhecer o trabalho vencedor, nem os demais trabalhos concorrentes, como é costume nos concursos públicos de arquitetura organizados pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. Talvez, esse desconhecimento do projeto tenha adiado, por quase um ano, as críticas feitas ao empreendimento. Como a Marina da Glória é parte in- tegrante do Parque do Flamengo, um conjunto paisagístico e arquitetônico tombado, qualquer intervenção no lo- cal deve ser submetida, preliminar- mente, à apreciação do Iphan — Ins- tituto do Patrimônio Histórico e Artís- tico Nacional. Enquanto o Ministério Público questionava aspectos da tra- mitação desse processo, era divulgado na internet um extenso documento produzido por uma arquiteta do Iphan afirmando que o estudo apresentado não era de revitalização de uma mari- na, mas de um grande complexo de negócios, com 45 mil metros quadra- dos, cerca de cinco pavimentos de al- tura e 2.400 vagas de estacionamento, sendo 1.500 em subsolo. Diante da divulgação das críticas na imprensa, o empresário Eike Batista declarou que já havia considerado in- viável o programa do megaempreendi- mento e que iria providenciar um no- vo projeto em menor escala, mas, por falha de comunicação, essa notícia não havia sido divulgada. Estranho, não? Mas, diante das circunstâncias, foi melhor que tenha sido assim. Em suma, quando se tratam de de- safios que interferem na vida cotidiana da cidade é imprescindível enfrentá- los com os recursos disponíveis nas sociedades democráticas. A imprensa, nesses casos, costuma desempenhar um papel fundamental para informar a sociedade e ajudá-la a encontrar os meios cabíveis para reverter proces- sos aparentemente irreversíveis. LUIZ FERNANDO JANOT é arquiteto urbanista e professor da FAU-UFRJ. E-mail: lfjanot@superig.com.br. Caso da Marina da Glória mostra que é imprescindível a imprensa na vida da comunidade Cavalcante Rio: contas abertas ZUENIR VENTURAFeliz 2013 A cidade como ela é PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. D esculpe, leitor, o título meio batido. É o que me ocorre neste apagar das luzes de um ano tumultuado para a economia mundial. 2012 dificilmente será melhor. Desde 2009, um ano não começa com nuvens tão carregadas. Não apenas a área do euro, mas to- das as principais economias enfrentam dificuldades. A China é uma incógnita para o resto do mundo (talvez para os próprios chineses). A ela se aplica a cé- lebre observação de Churchill sobre a Rússia: “É uma charada, envolta em um mistério, dentro de um enigma.” Feita a ressalva, parece claro que as perspec- tivas da China já não são mais tão bri- lhantes. Acumulam-se sinais de que a economia chinesa deve sofrer alguma desaceleração em 2012. Não se pode descartar um “pouso forçado” provo- cado pelo colapso de um boom espe- culativo na área imobiliária em diversas regiões do país. Uma queda acentuada do dinamismo da China afetaria os pre- ços das commodities, prejudicando de maneira importante países como Aus- trália, Brasil, Canadá. Nos EUA, as dificuldades parecem ainda maiores. A economia se recupera com grande dificuldade da recessão de 2008-2009. O crescimento é insuficiente para diminuir de forma expressiva os altos índices de desemprego. O quadro de polarização política atrapalha mui- to. Mesmo em assuntos menos contro- vertidos, o governo Obama enfrenta enormes dificuldades para passar suas propostas pelo Congresso, especial- mente pela Câmara de Representantes, dominada pelos republicanos. É quase tão difícil coordenar os partidos demo- crata e republicano quanto os países da área do euro. Mas a situação na Europa, claro, é muito mais grave. A recente decisão do Banco Central Europeu de ampliar substancialmente o aporte de liqui- dez aos bancos trouxe grande alívio, mas a crise da área do euro está lon- ge de resolvida. Um dos problemas é a adoção simul- tânea de políticas fiscais contracionis- tas e, portanto, pró-cíclicas em quase toda a Europa. Como se sabe, vários go- vernos vêm sendo pressionados pelos mercados e pela Alemanha a acelerar os seus planos de consolidação fiscal. Muitos governos estão tomando, ao mesmo tempo, medidas mais ambicio- sas de redução de gastos e de aumento de impostos. Inicialmente, os mercados reagem bem aos anúncios de austeridade, mas em seguida, quando a contração fiscal provoca recessão ou crescimento me- nor, os mercados reagem de forma ne- gativa. Algumas estimativas prelimina- res do FMI, informa Olivier Blanchard, economista-chefe da instituição, suge- rem que não são necessários multipli- cadores elevados para que os efeitos conjuntos da consolidação fiscal e do crescimento econômico menor levem, no final, a um aumento, e não a uma di- minuição dos prêmios de risco de títu- los soberanos. Paradoxalmente, uma política fiscal draconiana, de tipo ger- mânico, pode levar, em determinadas circunstâncias, a uma piora do crédito do governo. O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, continua se negando a atuar em grande escala como emprestador de última instância nos mercados de tí- tulos soberanos. Prevalece a visão rígi- da da Alemanha e do Bundesbank, o banco central alemão. Itália e Espanha continuam basicamente entregues à própria sorte, castigadas por taxas de juros extorsivas sobre seus títulos. Em discurso recente, Jens Weid- mann, presidente do banco central ale- mão, explicou: “Seria fatal remover completamente o efeito disciplinador das taxas de juros ascendentes. Quan- do o crédito se torna caro para os Es- tados, a atratividade de empréstimos adicionais afunda. O bom comporta- mento da política fiscal precisa ser re- compensado por meio do custo do cré- dito; o mau comportamento, punido.” Submetida a essa visão punitiva dos assuntos econômicos, a periferia euro- peia está passando um cortado. A crise já não é mais desse país ou daquele, mas atinge a área do euro como um to- do e repercute no resto do mundo. A Alemanha mantém por enquanto o san- gue-frio e está pagando para ver. Feliz 2013. PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. é economista e diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional, mas expressa os seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: paulonbjr@hotmail.com. Twitter: @paulonbjr. O GLOBO NA INTERNET OPINIÃO Leia mais artigos oglobo.com.br/opiniao Tudo sempre igual V ou me repetir mais uma vez. Todo ano é assim, parece reprise. Mas o que se há de fazer, se tudo nessa época é repetitivo: a música, a raba- nada, os amigos-ocultos, os presentinhos, os votos, os engarrafamentos, o movimento das lojas, sem falar no dinheirinho compulsório para os porteiros, o mendigo de estimação, o guardador de carro, os entregadores de jor- nais, de remédio, de pizza, garis e carteiros. Contrariando o que dizia o famoso soneto de Machado de Assis — “Mudaria o Natal ou mu- dei eu?” — não mudou o Natal nem mudei eu. Ainda por cima, a data cai sempre nos dias em que tenho de escrever ou publicar coluna: no próprio dia 25, como em 2010, e na vés- pera, como agora. Como evitar o tema? A exemplo dos Natais anteriores, o tempo e a paciência foram poucos para cumprir todos os compromissos de fim de ano, já não digo de compras, que minha mulher faz, mas o atendimento de convites. Parece que todos os lançamentos, todas as noites de autógra- fos, todas as exposições, todos os almoços e jantares de confraternização foram deixados para acontecer nesse período. Não poder ir a todos, ter que escolher uns em detrimento de outros é uma das aflições dessa época. Mas o pior do Natal é sua submissão ao consumo, o que acaba fazendo dele “um orçamento”, co- mo já dizia Nelson Rodrigues. Graças a isso, é a mais colonizada de nos- sas principais efemérides, a começar pelo Papai Noel. Não há figura mais inverossímil e anacrônica, inclusive pelo traje, do que o bom velhinho todo agasalhado, com aquele gorro ridículo, arrastando o saco nas costas no calor deste começo de verão e rosnando “Rou, rou, rou”. No entanto, continua popu- lar. Piegas e cafona, mas popular, mesmo en- tre os que não acreditam nele. Por que será? Talvez seja porque, se o réveillon é a eufo- ria, e o carnaval, a orgia, o Natal é o eterno retorno à infância — o momento da fantasia, do faz de conta. A verdade é que, apesar do desvirtuamen- to de sentido, a data continua impregnada de simbologia e significados, carregando so- nhos, desejos e esperança, tudo do que se precisa. Eu, por exemplo, não consigo dei- xar de fazer uma viagem nostálgica a um longínquo passado sempre que ouço o “Noi- te feliz”. É como se, ainda coroinha, estives- se ajudando uma missa de meia-noite reza- da em latim, claro, no colégio de padres de Ponte Nova, em Minas Gerais. Comecei repetindo e vou terminar da mesma maneira, desejando para vocês um nada original, mas sincero feliz Natal. ■ ■ ■ ■ ■ ■ Tristes perdas às vésperas do Natal: João- sinho Trinta, Sérgio Brito, André Urani, Cesária Évora. Uma pena. O espírito natalino que me perdoe, mas não dá para incluir nos lamentos a ida do tenebroso Kim Jong-il. ■ ■ ■ ■ ■ ■ O metrô poderia dar um presente às crianças e cadeirantes de Ipanema deixan- do a Praça N. S. da Paz... em paz. Os mora- dores iriam agradecer.

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