Em uma fazenda no passado, um fazendeiro e seu funcionário morreram em uma briga mortal sobre um cavalo. Após a morte, seus espíritos permaneceram presos em discussão por anos no além. Recentemente, eles foram compelidos a reencarnar em situações invertidas para quitarem seus débitos: o funcionário nasceu rico e o fazendeiro pobre. A reencarnação compulsória os forçou a experiências que podem levar ao desapego e evolução espiritual.

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REENCARNAÇÃO COMPULSÓRIA
A reencarnação é uma oportunidade para o progresso espiritual. Mas o que
vem a ser o progresso espiritual senão o desapego das vaidades e das
misérias humanas? Certa vez, em Baependi, um fazendeiro despediu seu
funcionário mais antigo, sem nenhuma indenização e sem nenhum direito.
O funcionário, segurando o chapéu na mão, pediu ao patrão que o deixasse
levar um velho cavalo com o qual trabalhou por anos a fio e ao qual se
afeiçoara, considerando-o um amigo. O fazendeiro não consentiu que ele
levasse o cavalo. Porém, o funcionário retrucou e disse que o cavalo lhe
pertencia e que o levaria de qualquer maneira, e saiu puxando as rédeas do
animal. O fazendeiro tirou uma faca que trazia na cintura e avançou sobre o
funcionário, o qual, de posse também de um facão, enfrentou o fazendeiro.
Os dois se atracaram e se feriram mortalmente. O patrão foi socorrido e
morreu, dias depois, no hospital, enquanto que o peão morreu na hora.
Nenhum dos dois ficou com o cavalo. Desencarnados, aqueles espíritos
ficaram no Umbral por anos a fio, discutindo e se atracando, sem
perceberem que estavam desencarnados, pois ficaram completamente
envolvidos naquela briga sem solução. Recentemente, o fazendeiro e o
funcionário reencarnaram. O fazendeiro reencarnou numa família pobre em
Baependi, cujo pai trabalha e mora numa fazenda, e sua mãe faz serviços
domésticos na casa principal. O funcionário que, após ser despedido,
apenas queria levar consigo o cavalo ao qual se afeiçoara, reencarnou como
filho dos donos da fazenda. Ele será o futuro patrão dessa criança. A
reencarnação deles não foi uma escolha própria, mas dos auxiliares
espirituais, e esse tipo de planejamento de reencarnação compulsória é
para que os espíritos em situações semelhantes possam deixar o Umbral,
reencarnar e quitar seus débitos de vidas passadas. É preciso tomar muito
cuidado com as atitudes. Por causa de um simples cavalo ou de um ciúmes
exagerado o espírito pode cometer tragédias e contrair débitos espirituais
na Terra, atrasando sua evolução.
Marco Aurélio Rodrigues Dias
Licenciatura em Pedagogia
E S P I R I T I S M O
c o m M a r c o A u r é l i o R o d r i g u e s D i a s