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MUNDOS DISTÓPICOS E CORPOS PÓS-
HUMANOS: UMA REFLEXÃO ACERCA DOS
NEOLOGISMOS NAS VERSÕES EM LÍNGUA
PORTUGUESA DE ORYX E CRAKE E O ANO
DO DILÚVIO DE ATWOOD
Profa. Ma. Sandra Mina Takakura
CONTEXTO DE INVESTIGAÇÃO
• Uma língua passa por sucessivas mudanças lexicais ao longo do tempo,
tendo a incorporação de novas palavras e o não uso de outras. Tal
processo é perceptível principalmente na fala informal e menos perceptível
na escrita, pois o uso constante daquela palavra pode resultar ou não
numa inclusão no arcabouço lexical de uma determinada língua.
• Em questões de literatura, os neologismos prefiguram um universo literário
que pode estar relacionado diretamente com o contexto e o período de
criação literária, o gênero literário que a escrita se enquadra, uma visão de
mundo específica de um determinado autor ou autora, podendo ou não
contemplar as marcas de gêneros desse autor, uma vez que as marcas de
gêneros masculinas podem ser consideradas de marca zero. Sendo os
neologismos uma marca da criatividade lexical de um determinado autor
ou autora, dificilmente será incorporada a uma linguagem formal ou figurar
num dicionário.
TRADUÇÃO
Ainda, em obras versadas à língua portuguesa, as escolhas acerca da
criatividade lexical também passam pelas mãos do tradutor ou tradutora.
De acordo com Jakobson (1971, p.64):
[. . .] o significado de um signo lingüístico não é mais que sua
tradução por um outro signo que lhe pode ser substituído,
especialmente um signo ‘no qual ele se ache desenvolvido de
modo mais completo’, como insistentemente afirmou Peirce, o
mais profundo investigador da essência dos signos. (...) Distinguimos
três maneiras de interpretar um signo verbal: ele pode ser traduzido
em outros signos da mesma língua, em outra língua, ou em outro
sistema de símbolos não-verbais
Ainda segundo Jakobson, (1971, p. 64-65):
1) A tradução intralingual ou reformulação (“rewording”) consiste
na interpretação dos signos verbais por meio de outros signos da
mesma língua. 2) A tradução interlingual ou tradução
propriamente dita consiste na interpretação dos signos verbais por
meio de alguma outra língua. 3) A tradução intersemiótica ou
transmutação consiste na interpretação dos signos verbais por
meio de sistemas de signos não verbais.
toda experiência cognitiva pode ser traduzida e
classificada em qualquer língua existente. Onde
houver uma deficiência, a terminologia poderá ser
modificada por empréstimos, calcos, neologismos,
transferências semânticas e, finalmente, por
circunlóquios. (JAKOBSON, 1971, p. 67)
TRADUÇÃO DE NEOLOGISMOS
O estudo parte do campo da estilística lexical em Martins (2005), Mattoso Jr.
(1877) em que os neologismos são considerados como recurso estítico da
língua resultados de escolhas do autor.
A estilística léxica ou da palavra estuda os aspectos
expressivos das palavras ligados aos seus
componentes semânticos e morfológicos os quais,
entretanto, não podem ser completamente
separados dos aspectos sintáticos e contextuais”
(MARTINS, 2005, p.97)
PALAVRAS GRAMATICAIS E
PALAVRAS LEXICAIS
As palavras gramaticais se referem às “palavras-formas, palavras vazias e
instrumentos gramaticais (ou não palavras)”, sendo que ‘[s]ua significação só é
apreendida no contexto linguístico, daí dizer-se que é intralinguística ou interna”
(MARTINS, 2005, p. 99).
As palavras lexicais são conhecidas como “lexicográficas, nocionais, reais, plenas,
mesmo isoladas, fora da frase, despertam em nossa mente uma representação, seja
de seres, seja de ações, seja de qualidade de seres ou modo de ações.” (idem, p.
104) Ainda, as palavras lexicais possuem uma “significação extralinguística ou
externa, visto que remetem a algo eu está fora da língua e que faz parte do mundo
físico, psíquico e social.” (ibidem).
Enquanto que para Lapa (1977, p. 6) as palavras reais se diferem dos instrumentos
gramaticais. As palavras reais ou semantemas são “fundamentais, que levam para si
toda a responsabilidade do sentido da frase”, enquanto que os instrumentos
gramaticais ou morfemas que são “encarregados de estabelecer a ligação entre as
ideias”.
• Outro aspecto a ser notado é a distinção entre significado e sentido
traçada por Tatiana Slama-Cazacu que será crucial no processo
investigativo dos léxicos e suas expressividades (1970, p, 209. In: MARTINS,
2005, p. 106):
A palavra é um signo sonoro, que contém um núcleo significativo,
que se atualiza e se completa pelo seu aparecimento em um
conjunto de linguagem concreta. As palavras exprimem a
realidade justamente porque podem moldar ou completar o
significado conforme a situação.
NEOLOGISMOS
Neologismo de acordo com Lapa (1977, p.
53) significa “novos meios de expressão,
inventados por quem fala e escreve um
idioma[...]”. São definidos como “a nova
palavra” resultante do “processo de criação
lexical [que] se dá o nome de neologia”
(ALVES, 2007, p. 5).
NEOLOGISMO DENOMINATIVO
[...] celui-ci s'impose au système linguistique comme en témoignent
les innombrables néologismes de forme ou de sens créés pour faire
face à l'évolution du monde contemporain, à la dénomination de
toutes les inventions scientifiques et techniques. C'est cette forme
de néologie que nous appelons dénominative, dont le trait
caractéris tique semble être que la forme esthétique du terme n'en
trave nullement sa diffusion puisque c'est la chose dif fusée qui
emporte avec elle son nom, même disgracieux, même étranger. La
masse parlante s'approprie le mot par différents procédés de
simplification (télé pour télévision, ciné pour cinéma, la pilule pour -
planning familial ou birth control). (GILBERT, 1973, p. 24-25)
NEOLOGISMO CONOTATIVO
Il existe une autre forme de néologie fondée sur la recherche de
l'expressivité pour traduire des pensers anciens d'une manière
nouvelle ou pour donner leur nom à des modes de penser ou de
sentir inédits. Cette néologie qui relève de la recherche stylistique
liée à l'originalité et à la personnalité du locuteur, pleine de
résonances affec tives, psychologiques, psychanalytiques même,
nous l'ap pellerons néologie connotative. (GILBERT, 1973, p. 25)
NEOLOGISMOS
Neologismos denominativos
• Situação corriqueira
• Comerciais
• Função referencial
• Objetivo de comunicar
• Possibilidade de desneologizar e ser
incorporado ao sistema linguístico
Neologismo conotativos
• Texto literário
• Poema e prosa
• Função emotiva
• Função conativa
• Dificilmente é incorporado ao
universo lexical de uma língua
MARGARET ATWOOD
• Margaret Atwood –
escritora canadense .
• Sua obra mais
conhecida é: The
Handmaid’s Tale (1985)
traduzido para o
português como A
história da Aia (1987) por
Márcia Serra lançada
pela editora Marco Zero.
CORPORA
• Oryx e Crake (2004) lançado no
Brasil e O Ano do Dilúvio (2011) pela
Editora Rocco fazem parte da
trilogia intitulada MaddAddam.
• Em língua inglesa originalmente
composta por Oryx and Crake
(2003), The Year of Flood (2009) e
MaddAddam (2013).
OBJETIVOS
• Estudar o gênero literário que Atwood escreve, os temas recorrentes em sua
obra acerca do corpo pós-humano, o ciborgue e do homem e da mulher
especificamente em Oryx e Crake e O Ano do Dilúvio.
• Mapear os processos de neologismos por empréstimos, neologismos
sintáticos (derivação, composição, composição sintagmática) e
semânticos (metáfora, metonímias, repetição, comparação) presentes na
obra.
FICÇÃO ESPECULATIVA
• Margaret Atwood resistiu em chamar a sua obra como escritas no gênero
ficção científica e preferiu as chamar de ficção especulativa. Atwood
(2004, p. 513) justifica a adoção desse termo num artigo intitulado: ‘The
Handmaid's Tale and Oryx and Crake "In Context”’, onde explica que a
ficção científica lida com questões que “ainda não podemos realizar ou
começar a realizar” como a conquista de Vênus, enquanto que a ficção
especulativa lida com temas cujos “meios que já possuímos mais ou menos
em mãos e acontecem no planeta Terra”, como a engenharia genética e o
mapeamento do DNA.
• Atwood (2004) admite a fluidez dos termos e que a ficção especulativa é
comumente usada para falar da ficção científica de forma geral, ou ainda
é subdividida em: “ficção científica, ficção científica fantasia e fantasia”.
A ficção especulativa “explora as consequencias de tecnologias novas e
propostas de forma gráfica, mostrando-os totalmente operacionais”; “explora
a natureza e os limites de sua signifcação do que é ser humano de forma
gráfica, indo até os seus limites”; “explora os relacionamentos do homem no
universo, uma exploração que frequentemente nos leva a direção de uma
religião e pode facilmente se misturar com a mitologia”; “explora as
propostas de mudanças em organizações sociais de forma gráfica,
mostrando como é viver nesses sistemas” (utopia e distopias); e “explora o
universo da imaginação nos levando corporalmente onde nenhum homem
foi antes” (ATWOOD, 2004).
• Atwood centra a narrativa de Oryx e Crake (2004) em torno de uma
personagem masculina Jimmy, O Homem das Neves, sendo que a questão
da mulher é suprimida e a voz da personagem feminina é reprimida num
mundo pós-apocalíptico, por esse fato, a obra pode ser considerada não
só pós-feminista, mas pós-humana. No entanto, os temas referentes como a
criação de uma nova civilização onde os defeitos dos homens e das
mulheres são corrigidos geneticamente, mostram um debate entre a cultura
e a predisposição genética, o que aponta que “discurso feminista é
constitutivo na obra de Atwood” (TOLAN, 2007, p. 274-297).
Oryx e Crake (2004), o primeiro livro da Trilogia MaddAddam segundo
Atwood (2004) contém elementos distópicos, mas não pode ser considerada
uma distopia clássica, por não dar uma visão geral da estrutura do sistema
naquela sociedade que vive sob o julgo de um poder opressor, as
personagens vivem em cantinhos, em seus pequenos mundos, muito similares
como os indivíduos contemporâneos vivem. Além do fato de que a autora
defende que a sua escrita partiu do gênero “adventure romance” (um
romance de aventura) (ATWOOD, 2004).
UTOPIA E DISTOPIA
• Utopia/eutopia = não lugar/lugar perfeito
*Utopia = Thomas Morus - deslocamento geográfico (guia)
*Looking Backward (1988) de Edward Bellamy e o mais politicamente
engajado News from Nowhere (1890) de William Morris.
“A figura do guia é substituída por duas outras personagens: uma que se
desloca até a utopia; e outra, que vem da utopia para o presente.” (FUNCK,
p. 37)
• Distopia : utopia crítica, não concretização da utopia.
ONDAS DISTÓPICAS
1º onda  Revolução francesa marca o começo da onda distópica;
 Críticas contra o Iluminismo;
 O socialismo e controle da população na obra de Malthus que influencia Darwin.
 Termina com a obra Frankenstein de Mary Shelley. (CLAEYS, 2010)
2º onda  Crítica ao socialismo
 Sistema opressor e controle do Estado da informação
 A narrativa foca em um personagem que desconhece que está inserido em um sistema
opressivo;
 A partir do momento que o personagem percebe que está aprisionado dentro de um
sistema, ele tenta resistir.
 Obras clássicas: 1984 de George Orwell, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, Laranja
Mecânica, etc. (CLAEYS, 2010)
 Critica a política/o sistema.
3º onda  Obras a partir da década de 1960.
 Foco muda da política/sistema para o corpo pós-humano e transumano. (MARQUES, 2013)
 O sistema econômico começa a penetrar no corpo, o indivíduo tem o corpo penetrado
pela tecnologia seja para melhorar a sua performance nos esportes no trabalho, seja para
desenvolver a sua capacidade intelectual ou para se alcançar um padrão de beleza
utópico. (JAMESON, 2005)
UTOPIA FEMINISTA
Explicitamente feministas ao atacarem não apenas o capitalismo
mas principalmente o caráter patriarcal da sociedade, tais
narrativas negam a validade dos discursos e instituições
hegemônicos ao mesmo tempo que promovem uma redistribuição
e reconceituação do poder. Conforme afirma Carol Pearson em
seu artigo "Women's Fantasies and Feminist Utopias", na sua crítica
ao patriarcado essas utopias imaginam um mundo melhor para as
mulheres ao enfatizar a divisão do poder; ultrapassando o modelo
estritamente "político", criam espaços imaginários onde o potencial
feminino pode ser atualizado. (FUNCK, 1993, p. 37)
DISTOPIA FEMINISTA
• Mostra a crítica a uma sociedade onde tema como a maternidade, o
corpo e a repressão são levadas em questão.
• No caso de Atwood a questão feminista vem imbricada com a questão
ecológica.
ORYX E CRAKE
romance de aventura
+ => ficção especulativa
cenário distópico
ORYX E CRAQUE
• Jimmy narra as estória como seu amigo Glenn se torna um cientista em um mundo
modificado pela tecnologia, onde os menos capazes frequentam escolas
profissionalizantes e os mais capazes se tornam cientistas. Glenn cria novos seres
azuis que em tese resolveriam os problemas afetivos da humanidade. Há uma
redução da capacidade cognitiva e uma animalização do corpo, uma vez que os
seres se tornam azuis no momento do cio quando todos copulam. Glenn se torna
Crake, e ao seu lado está Oryx uma menina do terceiro mundo que é vendida para
o primeiro mundo. Ela entra em conformidade com os discursos contornando a
situação para sobreviver. Ao final, Crake que havia usado Oryx para distribuir uma
droga que dizimou a população, corta o pescoço de Oryx, forçando Jimmy que
mantém um caso com Oryx a matá-lo. Jimmy se torna o Homem das Neves e
começa guiar os novos seres, os filhos de Crake fazendo com que eles adorem
Oryx como deusa e Crake como o pai morto.
O ANO DO DILÚVIO
• A narrativa é contada por Tobyy e por Ren, as duas alternam suas história
de abuso e de violência. Já se passou o apocalipse que se chama dilúvio
seco que dizimara a sociedade. Ren está presa em um clube adulto onde
se apresentava vestida de uma pele sintética verde, e Tobby sobrevive em
uma casa abandonada. Ren é regatada por Amanda que tivera um
relacionamento com Jimmy. Todas elas se encontrar e seguem e se
deparam com os cientistas que fugiram do grupo MadAdão de Glenn/
Crake. No começo todos são vegetarianos, e com o tempo para
sobreviverem começam a matar e a comer as guaxitacas. Por fim,
encontram-se com Jimmy, agora homem das Neves que delira com uma
mulher invisível e que escuta passos se aproximarem.
Inglês Oryx e craque Ano do dilúvio
Pleebland terra dos plebeus plebelândia
Wolvog (Wolf + dog) lobocães, mistos de lobos e
cães que são violentos
xxxxxxxxxxxx
Pigoons (pig+ ballon) porcões, porcos com células
humanas transplantadas
igualmente violentos.
balorco
Crakers/ children of Crake Filhos de Crake/ Crakers Filhos de Crake
Snow Man Homem das Neves Homem das Neves
rakunks = racoon+skunk
guaxitaca misto de jaritataca
e guaxinim
xxxxxxxxxxxx
AnooYoo Spa xxxxxxxxxxxx AnooYoo Spa
NooSkins
Helthwiser
NovaPeles, subsidiária da
MaiSaúde
HelthWyzer
chickieNob
chickieNobs
frango sem
cabeça/galetonob
MaddAddam DoidAdão Adão louco, MadAdão
Inglês Oryx e craque Ano do dilúvio
RejoovenEsense Compound
complexo REjoovenEsense xxxxxx
Rejooy Corp
xxxxxxxxxxxx Rejooy Corp
Waterless Flood xxxxxxxxxxxx Dilúvio Seco
a pet rakunk (racoon + skunk)
xxxxxxxxxxxx gambaxim, um misto de
gambá e guaxinim
Soybits and soydines xxxxxxxxxxxx produtos de soja
pleebmob business
xxxxxxxxxxxx
comerciantes da ralé
/populacho
polyberry / poliberries xxxxxxxxxxxx poliangos /frutinhas
non-dogs
xxxxxxxxxxxx arremedos de cão
CORPO TRANSUMANO E PÓA-
HUMANO
Arguably the best-known inheritor of the “cyborg” strand of posthumanism is
what is now being called “transhumanism”—a movement that is dedicated,
as the journalist and writer Joel Garreau puts it, to “the enhancement of
human intellectual, physical, and emotional capabilities, the elimination of
disease and unnecessary suffering, and the dramatic extension of life span.
What this network has in common,” Garreau continues, “is a belief in the
engineered evolution of ‘post-humans,’ defined as beings ‘whose basic
capacities so radically exceed those of present humans as to no longer be
unambiguously human by our current standards.’ “‘Transhuman,’” he
concludes, “is their description of those who are in the process of becoming
posthuman.” As one of the central figures associated with transhumanism, the
Oxford philosopher Nick Bostrom, makes clear, this sense of posthumanism
derives directly from ideals of human perfectibility, rationality, and agency
inherited from Renaissance humanism and the Enlightenment. (And in this, it
has little in common with Haraway’s playful, ironic, and ambivalent sensibility
in “A Cyborg Manifesto,” which is suspicious—to put it mildly—of the capacity
of reason to steer, much less optimize, what it hath wrought.) “(WOLFE, 2010, p.
xiii)
CORPO TRANSUMANO E PÓA-
HUMANO
[m]aterialism is already omnipresent in an attention to the body
which seeks to correct any idealism or spiritualism lingering in this
system. Utopian corporeality is however also a haunting, which
invests even the most subordinate and shamefaced products of
everyday life, such as aspirins, laxatives and deodorants, organ
transplants and plastic surgery, all harbouring muted promises of a
transfigured body. (JAMESON, 2005, p. 6)
BLENDS X JUSTAPOSIÇÃO
Blends: mais do que aglutinação, pode ocorrer perda da integridade morfonológica
do primeiro vocábulo.
• Cruzamentos lexicais/ Amálagamas (PRUVOST; SABAYROLLES, 2003)/ mesclagens
lexicais (GONÇALVES, 2006)/ Fusão ou intersecção lexical.
Ex.:
Varuçoba => vatapá + caruru + maniçoba
Em alguns casos necessita-se de um som semelhante para que o processo ocorra.
* Justaposição mantém intacta os vocábulos que formaram o neologismo: girassol,
guarda-chuva
• * Agluticação: Aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto)
• Pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre
RESULTADOS
• Processos morphofonológico:
• Blend = formação de vocábulos sem conservar as raízes dos vocábulos que deram
origem ao neologismo, cuja formação depende de sons semelhantes. O processo
neológico em inglês pode diferir na versão do português e até mesmo
desaparecer.
Soydine = soy + sardine => produtos de soja
rakunks = racoon + skunk => Guaxitaca = guaxinim + jaritataca
(guaxinim + gambá)
Tradução criativa, aproximada respeitando as peculiaridades da língua portuguesa.
Processo morfológico:
* Composição por justaposição.
NooSkins = new + skins => NovaPeles
tradução de sentidos
RESULTADOS
• Processo Semântico- sintático:
• Snow Man => Homem das Neves
• Children of Crake => Filhos de Crake
Processos que formam sintagmas na tradução.
Processo peculiar da língua inglesa que se perdeu na tradução:
Non-dogs => arremedos de cão
Prefixo “non” de negação
CONCLUSÃO
O processo de tradução das duas obras de Atwood mostraram a dificuldade
de se transporem os neologismos para a língua portuguesa. A língua
portuguesa que apresenta uma infinidade de possibilidades de formação
neológica morfológica derivacional ficou inexplorada até mesmo pela
diferença linguística na passagem do inglês , uma língua modal para a língua
portuguesa, uma língua flexional que privilegia a criação por meio da
derivação e por uma ampla possibilidade lexical. O trabalho do tradutor é
árduo, mas vale a pena se questionar acerca do impacto de se
desneologizar um termo no processo da tradução. Um dos temas mais
polêmicos na atualidade é a tradução do terceiro volume da trilogia Jogos
Vorazes, “Mocking Jay” que foi desneologizada no processo da tradução
para “Esperança”.
REFERÊNCIAS
• ALVES, Ieda Maria. Neologismo: Criação lexical. São Paulo: Ática, 2007.
• ATWOOD, Margaret. O Ano do Dilúvio. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2011.
• ______. The Year of the Flood. New York: Anchor Books, 2010.
• AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Dicionário Caldas Aulete. Dicionário analógico. Lexikon Editora Digital.
Disponível em: < http://www.aulete.com.br/> Acesso em 26 de janeiro de 2015.
• BACCOLINI, Raffaella and MOYLAN, Tom. “Introduction: Dystopia and Histories”. Baccolini, Raffaella and Moylan, Tom.
(Eds). Dark Horizons: Science Fiction and the Dystopian Imagination. New York: Routledge, 2003, p. 1-12.
• BALLY, Charles. Traité de stylistique française. Paris: Librairie C.Klincksieck, 1951.
• BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. 7ª edição. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2014.
• CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Contribuição à estilística portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1977.
• CARDOSO, Elis de Almeida. Rompimento do bloqueio lexical: expressividade e produção de sentido. In: Estudos
linguísticos (São Paulo), v. XXXV, p. 685-693, 2006.
• FUKUYAMA, F. O fim da História e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
• JAMESON, Fredric. Introduction: Utopia now. In: Archaelogies of the future. London: Verso, 2007, p. xi-xvi.
• _______. Varieties of the utopian. In: Archaelogies of the future. London: Verso, 2007, p. 1-9.
• HARAWAY, Donna J. Manifesto Ciborgue: Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: Antropologia do Ciborgue: As
Vertigens do Pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica. 2000, p. 34- 118.
• CLAEYS, Gregory. “The Origins of Dystopia: Wells, Huxley and Orwell”.
• Claeys, Gregory (Ed.). The Cambridge Companion to Utopian Literature Cambridge: U of Cambridge P, 2010, p.107-31.
• De MARQUES, Eduardo Marks. Da centralidade política à centralidade do corpo transumano: Movimentos da terceira virada distópica na
literatura. Anu. Lit., Florianópolis, v. 19, n. 1, p. 10-29, 2014.
• FITTING, Peter. Utopia, dystopia and science fiction. In: Claeys, Gregory (Ed.). The Cambridge Companion to Utopian Literature Cambridge:
U of Cambridge P, 2010, p. 135- 153.
• HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da língua portuguesa: contém CD-
ROM completo. Com a nova ortografia da língua portuguesa. Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
• HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. São Paulo: Biblioteca Azul, 2014.
• ILARI, Rodolfo; BASSO, Renato. O português da gente: A língua que estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Ed. Contexto, 2014.
• JAMESON, Fredric. Archaeologies of the Future: The Desire Called Utopia and Other Science Fictions. London: Verso, 2005.
• LAPA, Manuel Rodrigues. Estilística da língua portuguesa. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
• MARTINS, Nilce SantAnna. A Estilística da palavra. In: Introdução à estilística. São Paulo: EDUSP, 2005, p. 97-162.
• MARQUES, Eduardo de Marks. I Sing the Body Dystopic: Utopia and Posthuman Corporeality in P.D. James’s The Children of MenI. lha do
Desterro nº 65, p. 029-048, Florianópolis, jul/dez 2013.
• MORE, Max. On Becoming Posthuman. 1994. Disponível em: http://www.maxmore.com/becoming.htm>. Acesso em: 03 dez. 2007.
• ______. Transhumanism: Towards a Futurist Philosophy. 1990, 1996, Disponível em:
<http://www.futurology.it/Documentazione/Transhumanism%20-%20Toward%20a%20Futurist%20Philosophy.pdf > Acesso em 10 de janeiro de
2015.
• PIRES, Ana Maria Pinto; ISQUERDO, Aparecida Negri (orgs.) As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. 2 ed. Campo
Grande: Ed. UFMS, 2001.
• PRETI, Dino (org.). 5 Interação. Projetos Paralelos – NUR/SP. Núcleo USP. São Paulo: Humanitas, 2003.
• SANDMANN, José Antônio. Competência lexical: produtividade, restrições e bloqueio. Curitiba: Ed. Da UFPR, 1988.
• ______. Morforlogia lexical. São Paulo: Contexto, 1992.
• SARGENT, Lyman Tower. Utopianism: A very short introduction. Oxford: Oxford U. P. 2010.
• SEED, David. Science Fiction: A Very Short Introduction. Oxford: Oxford U. P., 2011.
• SHOWALTER, Elaine. “Feminist criticism in the wilderness”. Critical Inquiry. Winter vol. 8, n. 2. Writing
and Sexual Difference, University of Chicago Press. 1981, p. 179 – 205.
• ______. Introduction: The Rise of Gender. SHOWALTER, Elaine. In: Speaking of Gender. London:
Routledge, 1989, p. 1-13.
• ______. Twenty years on: “A Literature of Their Own” Revisited. In: Novel: A Forum on Fiction, vol. 31,
nº 3, Thirtieth Anniversary Issue: III. Summer, Duke University Press, 1998, p. 399-413.
• STERLING, Bruce. Preface. Mirroshades: The Cyberpunk Anthology. 1986. Disponível em: <
http://project.cyberpunk.ru/idb/mirrorshades_preface.html > Acesso em 9 de jan. 2015.
• TADEU, Tomaz. Antropologia do Ciborgue: As Vertigens do Pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica.
2000.
• ULLMANN, Stephen. Uma introdução à ciência do significado. Trad. De J. A. Osório Mateus. 2 ed.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1970.
• VIEIRA, Fatima. “The Concept of Utopia”. Claeys, Gregory (Ed.). The Cambridge Companion to
Utopian Literature. Cambridge: U of Cambridge P, 2010, p. 3-27.
• WOLFE, Cary. What is Posthumanism? Minneapolis: U of Minnesota P, 2010.

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Mundos distópicos e corpos pós-humanos

  • 1. MUNDOS DISTÓPICOS E CORPOS PÓS- HUMANOS: UMA REFLEXÃO ACERCA DOS NEOLOGISMOS NAS VERSÕES EM LÍNGUA PORTUGUESA DE ORYX E CRAKE E O ANO DO DILÚVIO DE ATWOOD Profa. Ma. Sandra Mina Takakura
  • 2. CONTEXTO DE INVESTIGAÇÃO • Uma língua passa por sucessivas mudanças lexicais ao longo do tempo, tendo a incorporação de novas palavras e o não uso de outras. Tal processo é perceptível principalmente na fala informal e menos perceptível na escrita, pois o uso constante daquela palavra pode resultar ou não numa inclusão no arcabouço lexical de uma determinada língua. • Em questões de literatura, os neologismos prefiguram um universo literário que pode estar relacionado diretamente com o contexto e o período de criação literária, o gênero literário que a escrita se enquadra, uma visão de mundo específica de um determinado autor ou autora, podendo ou não contemplar as marcas de gêneros desse autor, uma vez que as marcas de gêneros masculinas podem ser consideradas de marca zero. Sendo os neologismos uma marca da criatividade lexical de um determinado autor ou autora, dificilmente será incorporada a uma linguagem formal ou figurar num dicionário.
  • 3. TRADUÇÃO Ainda, em obras versadas à língua portuguesa, as escolhas acerca da criatividade lexical também passam pelas mãos do tradutor ou tradutora. De acordo com Jakobson (1971, p.64): [. . .] o significado de um signo lingüístico não é mais que sua tradução por um outro signo que lhe pode ser substituído, especialmente um signo ‘no qual ele se ache desenvolvido de modo mais completo’, como insistentemente afirmou Peirce, o mais profundo investigador da essência dos signos. (...) Distinguimos três maneiras de interpretar um signo verbal: ele pode ser traduzido em outros signos da mesma língua, em outra língua, ou em outro sistema de símbolos não-verbais
  • 4. Ainda segundo Jakobson, (1971, p. 64-65): 1) A tradução intralingual ou reformulação (“rewording”) consiste na interpretação dos signos verbais por meio de outros signos da mesma língua. 2) A tradução interlingual ou tradução propriamente dita consiste na interpretação dos signos verbais por meio de alguma outra língua. 3) A tradução intersemiótica ou transmutação consiste na interpretação dos signos verbais por meio de sistemas de signos não verbais.
  • 5. toda experiência cognitiva pode ser traduzida e classificada em qualquer língua existente. Onde houver uma deficiência, a terminologia poderá ser modificada por empréstimos, calcos, neologismos, transferências semânticas e, finalmente, por circunlóquios. (JAKOBSON, 1971, p. 67)
  • 6. TRADUÇÃO DE NEOLOGISMOS O estudo parte do campo da estilística lexical em Martins (2005), Mattoso Jr. (1877) em que os neologismos são considerados como recurso estítico da língua resultados de escolhas do autor. A estilística léxica ou da palavra estuda os aspectos expressivos das palavras ligados aos seus componentes semânticos e morfológicos os quais, entretanto, não podem ser completamente separados dos aspectos sintáticos e contextuais” (MARTINS, 2005, p.97)
  • 7. PALAVRAS GRAMATICAIS E PALAVRAS LEXICAIS As palavras gramaticais se referem às “palavras-formas, palavras vazias e instrumentos gramaticais (ou não palavras)”, sendo que ‘[s]ua significação só é apreendida no contexto linguístico, daí dizer-se que é intralinguística ou interna” (MARTINS, 2005, p. 99). As palavras lexicais são conhecidas como “lexicográficas, nocionais, reais, plenas, mesmo isoladas, fora da frase, despertam em nossa mente uma representação, seja de seres, seja de ações, seja de qualidade de seres ou modo de ações.” (idem, p. 104) Ainda, as palavras lexicais possuem uma “significação extralinguística ou externa, visto que remetem a algo eu está fora da língua e que faz parte do mundo físico, psíquico e social.” (ibidem). Enquanto que para Lapa (1977, p. 6) as palavras reais se diferem dos instrumentos gramaticais. As palavras reais ou semantemas são “fundamentais, que levam para si toda a responsabilidade do sentido da frase”, enquanto que os instrumentos gramaticais ou morfemas que são “encarregados de estabelecer a ligação entre as ideias”.
  • 8. • Outro aspecto a ser notado é a distinção entre significado e sentido traçada por Tatiana Slama-Cazacu que será crucial no processo investigativo dos léxicos e suas expressividades (1970, p, 209. In: MARTINS, 2005, p. 106): A palavra é um signo sonoro, que contém um núcleo significativo, que se atualiza e se completa pelo seu aparecimento em um conjunto de linguagem concreta. As palavras exprimem a realidade justamente porque podem moldar ou completar o significado conforme a situação.
  • 9. NEOLOGISMOS Neologismo de acordo com Lapa (1977, p. 53) significa “novos meios de expressão, inventados por quem fala e escreve um idioma[...]”. São definidos como “a nova palavra” resultante do “processo de criação lexical [que] se dá o nome de neologia” (ALVES, 2007, p. 5).
  • 10. NEOLOGISMO DENOMINATIVO [...] celui-ci s'impose au système linguistique comme en témoignent les innombrables néologismes de forme ou de sens créés pour faire face à l'évolution du monde contemporain, à la dénomination de toutes les inventions scientifiques et techniques. C'est cette forme de néologie que nous appelons dénominative, dont le trait caractéris tique semble être que la forme esthétique du terme n'en trave nullement sa diffusion puisque c'est la chose dif fusée qui emporte avec elle son nom, même disgracieux, même étranger. La masse parlante s'approprie le mot par différents procédés de simplification (télé pour télévision, ciné pour cinéma, la pilule pour - planning familial ou birth control). (GILBERT, 1973, p. 24-25)
  • 11. NEOLOGISMO CONOTATIVO Il existe une autre forme de néologie fondée sur la recherche de l'expressivité pour traduire des pensers anciens d'une manière nouvelle ou pour donner leur nom à des modes de penser ou de sentir inédits. Cette néologie qui relève de la recherche stylistique liée à l'originalité et à la personnalité du locuteur, pleine de résonances affec tives, psychologiques, psychanalytiques même, nous l'ap pellerons néologie connotative. (GILBERT, 1973, p. 25)
  • 12. NEOLOGISMOS Neologismos denominativos • Situação corriqueira • Comerciais • Função referencial • Objetivo de comunicar • Possibilidade de desneologizar e ser incorporado ao sistema linguístico Neologismo conotativos • Texto literário • Poema e prosa • Função emotiva • Função conativa • Dificilmente é incorporado ao universo lexical de uma língua
  • 13. MARGARET ATWOOD • Margaret Atwood – escritora canadense . • Sua obra mais conhecida é: The Handmaid’s Tale (1985) traduzido para o português como A história da Aia (1987) por Márcia Serra lançada pela editora Marco Zero.
  • 14. CORPORA • Oryx e Crake (2004) lançado no Brasil e O Ano do Dilúvio (2011) pela Editora Rocco fazem parte da trilogia intitulada MaddAddam. • Em língua inglesa originalmente composta por Oryx and Crake (2003), The Year of Flood (2009) e MaddAddam (2013).
  • 15. OBJETIVOS • Estudar o gênero literário que Atwood escreve, os temas recorrentes em sua obra acerca do corpo pós-humano, o ciborgue e do homem e da mulher especificamente em Oryx e Crake e O Ano do Dilúvio. • Mapear os processos de neologismos por empréstimos, neologismos sintáticos (derivação, composição, composição sintagmática) e semânticos (metáfora, metonímias, repetição, comparação) presentes na obra.
  • 16. FICÇÃO ESPECULATIVA • Margaret Atwood resistiu em chamar a sua obra como escritas no gênero ficção científica e preferiu as chamar de ficção especulativa. Atwood (2004, p. 513) justifica a adoção desse termo num artigo intitulado: ‘The Handmaid's Tale and Oryx and Crake "In Context”’, onde explica que a ficção científica lida com questões que “ainda não podemos realizar ou começar a realizar” como a conquista de Vênus, enquanto que a ficção especulativa lida com temas cujos “meios que já possuímos mais ou menos em mãos e acontecem no planeta Terra”, como a engenharia genética e o mapeamento do DNA. • Atwood (2004) admite a fluidez dos termos e que a ficção especulativa é comumente usada para falar da ficção científica de forma geral, ou ainda é subdividida em: “ficção científica, ficção científica fantasia e fantasia”.
  • 17. A ficção especulativa “explora as consequencias de tecnologias novas e propostas de forma gráfica, mostrando-os totalmente operacionais”; “explora a natureza e os limites de sua signifcação do que é ser humano de forma gráfica, indo até os seus limites”; “explora os relacionamentos do homem no universo, uma exploração que frequentemente nos leva a direção de uma religião e pode facilmente se misturar com a mitologia”; “explora as propostas de mudanças em organizações sociais de forma gráfica, mostrando como é viver nesses sistemas” (utopia e distopias); e “explora o universo da imaginação nos levando corporalmente onde nenhum homem foi antes” (ATWOOD, 2004).
  • 18. • Atwood centra a narrativa de Oryx e Crake (2004) em torno de uma personagem masculina Jimmy, O Homem das Neves, sendo que a questão da mulher é suprimida e a voz da personagem feminina é reprimida num mundo pós-apocalíptico, por esse fato, a obra pode ser considerada não só pós-feminista, mas pós-humana. No entanto, os temas referentes como a criação de uma nova civilização onde os defeitos dos homens e das mulheres são corrigidos geneticamente, mostram um debate entre a cultura e a predisposição genética, o que aponta que “discurso feminista é constitutivo na obra de Atwood” (TOLAN, 2007, p. 274-297).
  • 19. Oryx e Crake (2004), o primeiro livro da Trilogia MaddAddam segundo Atwood (2004) contém elementos distópicos, mas não pode ser considerada uma distopia clássica, por não dar uma visão geral da estrutura do sistema naquela sociedade que vive sob o julgo de um poder opressor, as personagens vivem em cantinhos, em seus pequenos mundos, muito similares como os indivíduos contemporâneos vivem. Além do fato de que a autora defende que a sua escrita partiu do gênero “adventure romance” (um romance de aventura) (ATWOOD, 2004).
  • 20. UTOPIA E DISTOPIA • Utopia/eutopia = não lugar/lugar perfeito *Utopia = Thomas Morus - deslocamento geográfico (guia) *Looking Backward (1988) de Edward Bellamy e o mais politicamente engajado News from Nowhere (1890) de William Morris. “A figura do guia é substituída por duas outras personagens: uma que se desloca até a utopia; e outra, que vem da utopia para o presente.” (FUNCK, p. 37) • Distopia : utopia crítica, não concretização da utopia.
  • 21. ONDAS DISTÓPICAS 1º onda  Revolução francesa marca o começo da onda distópica;  Críticas contra o Iluminismo;  O socialismo e controle da população na obra de Malthus que influencia Darwin.  Termina com a obra Frankenstein de Mary Shelley. (CLAEYS, 2010) 2º onda  Crítica ao socialismo  Sistema opressor e controle do Estado da informação  A narrativa foca em um personagem que desconhece que está inserido em um sistema opressivo;  A partir do momento que o personagem percebe que está aprisionado dentro de um sistema, ele tenta resistir.  Obras clássicas: 1984 de George Orwell, Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, Laranja Mecânica, etc. (CLAEYS, 2010)  Critica a política/o sistema. 3º onda  Obras a partir da década de 1960.  Foco muda da política/sistema para o corpo pós-humano e transumano. (MARQUES, 2013)  O sistema econômico começa a penetrar no corpo, o indivíduo tem o corpo penetrado pela tecnologia seja para melhorar a sua performance nos esportes no trabalho, seja para desenvolver a sua capacidade intelectual ou para se alcançar um padrão de beleza utópico. (JAMESON, 2005)
  • 22. UTOPIA FEMINISTA Explicitamente feministas ao atacarem não apenas o capitalismo mas principalmente o caráter patriarcal da sociedade, tais narrativas negam a validade dos discursos e instituições hegemônicos ao mesmo tempo que promovem uma redistribuição e reconceituação do poder. Conforme afirma Carol Pearson em seu artigo "Women's Fantasies and Feminist Utopias", na sua crítica ao patriarcado essas utopias imaginam um mundo melhor para as mulheres ao enfatizar a divisão do poder; ultrapassando o modelo estritamente "político", criam espaços imaginários onde o potencial feminino pode ser atualizado. (FUNCK, 1993, p. 37)
  • 23. DISTOPIA FEMINISTA • Mostra a crítica a uma sociedade onde tema como a maternidade, o corpo e a repressão são levadas em questão. • No caso de Atwood a questão feminista vem imbricada com a questão ecológica.
  • 24. ORYX E CRAKE romance de aventura + => ficção especulativa cenário distópico
  • 25. ORYX E CRAQUE • Jimmy narra as estória como seu amigo Glenn se torna um cientista em um mundo modificado pela tecnologia, onde os menos capazes frequentam escolas profissionalizantes e os mais capazes se tornam cientistas. Glenn cria novos seres azuis que em tese resolveriam os problemas afetivos da humanidade. Há uma redução da capacidade cognitiva e uma animalização do corpo, uma vez que os seres se tornam azuis no momento do cio quando todos copulam. Glenn se torna Crake, e ao seu lado está Oryx uma menina do terceiro mundo que é vendida para o primeiro mundo. Ela entra em conformidade com os discursos contornando a situação para sobreviver. Ao final, Crake que havia usado Oryx para distribuir uma droga que dizimou a população, corta o pescoço de Oryx, forçando Jimmy que mantém um caso com Oryx a matá-lo. Jimmy se torna o Homem das Neves e começa guiar os novos seres, os filhos de Crake fazendo com que eles adorem Oryx como deusa e Crake como o pai morto.
  • 26. O ANO DO DILÚVIO • A narrativa é contada por Tobyy e por Ren, as duas alternam suas história de abuso e de violência. Já se passou o apocalipse que se chama dilúvio seco que dizimara a sociedade. Ren está presa em um clube adulto onde se apresentava vestida de uma pele sintética verde, e Tobby sobrevive em uma casa abandonada. Ren é regatada por Amanda que tivera um relacionamento com Jimmy. Todas elas se encontrar e seguem e se deparam com os cientistas que fugiram do grupo MadAdão de Glenn/ Crake. No começo todos são vegetarianos, e com o tempo para sobreviverem começam a matar e a comer as guaxitacas. Por fim, encontram-se com Jimmy, agora homem das Neves que delira com uma mulher invisível e que escuta passos se aproximarem.
  • 27. Inglês Oryx e craque Ano do dilúvio Pleebland terra dos plebeus plebelândia Wolvog (Wolf + dog) lobocães, mistos de lobos e cães que são violentos xxxxxxxxxxxx Pigoons (pig+ ballon) porcões, porcos com células humanas transplantadas igualmente violentos. balorco Crakers/ children of Crake Filhos de Crake/ Crakers Filhos de Crake Snow Man Homem das Neves Homem das Neves rakunks = racoon+skunk guaxitaca misto de jaritataca e guaxinim xxxxxxxxxxxx AnooYoo Spa xxxxxxxxxxxx AnooYoo Spa NooSkins Helthwiser NovaPeles, subsidiária da MaiSaúde HelthWyzer chickieNob chickieNobs frango sem cabeça/galetonob MaddAddam DoidAdão Adão louco, MadAdão
  • 28. Inglês Oryx e craque Ano do dilúvio RejoovenEsense Compound complexo REjoovenEsense xxxxxx Rejooy Corp xxxxxxxxxxxx Rejooy Corp Waterless Flood xxxxxxxxxxxx Dilúvio Seco a pet rakunk (racoon + skunk) xxxxxxxxxxxx gambaxim, um misto de gambá e guaxinim Soybits and soydines xxxxxxxxxxxx produtos de soja pleebmob business xxxxxxxxxxxx comerciantes da ralé /populacho polyberry / poliberries xxxxxxxxxxxx poliangos /frutinhas non-dogs xxxxxxxxxxxx arremedos de cão
  • 29. CORPO TRANSUMANO E PÓA- HUMANO Arguably the best-known inheritor of the “cyborg” strand of posthumanism is what is now being called “transhumanism”—a movement that is dedicated, as the journalist and writer Joel Garreau puts it, to “the enhancement of human intellectual, physical, and emotional capabilities, the elimination of disease and unnecessary suffering, and the dramatic extension of life span. What this network has in common,” Garreau continues, “is a belief in the engineered evolution of ‘post-humans,’ defined as beings ‘whose basic capacities so radically exceed those of present humans as to no longer be unambiguously human by our current standards.’ “‘Transhuman,’” he concludes, “is their description of those who are in the process of becoming posthuman.” As one of the central figures associated with transhumanism, the Oxford philosopher Nick Bostrom, makes clear, this sense of posthumanism derives directly from ideals of human perfectibility, rationality, and agency inherited from Renaissance humanism and the Enlightenment. (And in this, it has little in common with Haraway’s playful, ironic, and ambivalent sensibility in “A Cyborg Manifesto,” which is suspicious—to put it mildly—of the capacity of reason to steer, much less optimize, what it hath wrought.) “(WOLFE, 2010, p. xiii)
  • 30. CORPO TRANSUMANO E PÓA- HUMANO [m]aterialism is already omnipresent in an attention to the body which seeks to correct any idealism or spiritualism lingering in this system. Utopian corporeality is however also a haunting, which invests even the most subordinate and shamefaced products of everyday life, such as aspirins, laxatives and deodorants, organ transplants and plastic surgery, all harbouring muted promises of a transfigured body. (JAMESON, 2005, p. 6)
  • 31. BLENDS X JUSTAPOSIÇÃO Blends: mais do que aglutinação, pode ocorrer perda da integridade morfonológica do primeiro vocábulo. • Cruzamentos lexicais/ Amálagamas (PRUVOST; SABAYROLLES, 2003)/ mesclagens lexicais (GONÇALVES, 2006)/ Fusão ou intersecção lexical. Ex.: Varuçoba => vatapá + caruru + maniçoba Em alguns casos necessita-se de um som semelhante para que o processo ocorra. * Justaposição mantém intacta os vocábulos que formaram o neologismo: girassol, guarda-chuva • * Agluticação: Aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto) • Pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre
  • 32. RESULTADOS • Processos morphofonológico: • Blend = formação de vocábulos sem conservar as raízes dos vocábulos que deram origem ao neologismo, cuja formação depende de sons semelhantes. O processo neológico em inglês pode diferir na versão do português e até mesmo desaparecer. Soydine = soy + sardine => produtos de soja rakunks = racoon + skunk => Guaxitaca = guaxinim + jaritataca (guaxinim + gambá) Tradução criativa, aproximada respeitando as peculiaridades da língua portuguesa. Processo morfológico: * Composição por justaposição. NooSkins = new + skins => NovaPeles tradução de sentidos
  • 33. RESULTADOS • Processo Semântico- sintático: • Snow Man => Homem das Neves • Children of Crake => Filhos de Crake Processos que formam sintagmas na tradução. Processo peculiar da língua inglesa que se perdeu na tradução: Non-dogs => arremedos de cão Prefixo “non” de negação
  • 34. CONCLUSÃO O processo de tradução das duas obras de Atwood mostraram a dificuldade de se transporem os neologismos para a língua portuguesa. A língua portuguesa que apresenta uma infinidade de possibilidades de formação neológica morfológica derivacional ficou inexplorada até mesmo pela diferença linguística na passagem do inglês , uma língua modal para a língua portuguesa, uma língua flexional que privilegia a criação por meio da derivação e por uma ampla possibilidade lexical. O trabalho do tradutor é árduo, mas vale a pena se questionar acerca do impacto de se desneologizar um termo no processo da tradução. Um dos temas mais polêmicos na atualidade é a tradução do terceiro volume da trilogia Jogos Vorazes, “Mocking Jay” que foi desneologizada no processo da tradução para “Esperança”.
  • 35. REFERÊNCIAS • ALVES, Ieda Maria. Neologismo: Criação lexical. São Paulo: Ática, 2007. • ATWOOD, Margaret. O Ano do Dilúvio. Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 2011. • ______. The Year of the Flood. New York: Anchor Books, 2010. • AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Dicionário Caldas Aulete. Dicionário analógico. Lexikon Editora Digital. Disponível em: < http://www.aulete.com.br/> Acesso em 26 de janeiro de 2015. • BACCOLINI, Raffaella and MOYLAN, Tom. “Introduction: Dystopia and Histories”. Baccolini, Raffaella and Moylan, Tom. (Eds). Dark Horizons: Science Fiction and the Dystopian Imagination. New York: Routledge, 2003, p. 1-12. • BALLY, Charles. Traité de stylistique française. Paris: Librairie C.Klincksieck, 1951. • BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. 7ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. • CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. Contribuição à estilística portuguesa. 3 ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1977. • CARDOSO, Elis de Almeida. Rompimento do bloqueio lexical: expressividade e produção de sentido. In: Estudos linguísticos (São Paulo), v. XXXV, p. 685-693, 2006. • FUKUYAMA, F. O fim da História e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992. • JAMESON, Fredric. Introduction: Utopia now. In: Archaelogies of the future. London: Verso, 2007, p. xi-xvi. • _______. Varieties of the utopian. In: Archaelogies of the future. London: Verso, 2007, p. 1-9.
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