Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Porto seco na Ceasa agilizará exportação de frutas do Estado
1. Regiãotem a
maiorprodução
doEstado
Projeto da Ceasa agiliza
a exportação de frutas
PORTO ||| SECO
Letícia Guimarães
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
leticia.guimaraes@rac.com.br
A Prefeitura de Vinhedo anun-
ciou na tarde de ontem que vai
cancelar as multas geradas pe-
los radares instalados na Estra-
da da Boiada e na Avenida
Apparecida Tellau Seraphim a
partir do dia 28 de outubro. A
decisão foi tomada, segundo o
secretário de Transportes e De-
fesa Social, Junior Vendemiatti,
devido ao imbróglio travado
com o Departamento de Estra-
das e Rodagem (DER), que se-
ria o responsável pela conces-
são dos trechos. A Administra-
ção ainda não tem um balanço
de quantos autos de infração
serão cancelados.
Vendemiatti explica que a
discussão sobre a concessão se
arrasta há quase um ano, e que
o Conselho Estadual de Trânsi-
to (Cetran) havia estabelecido
a data para que a questão fosse
resolvida. “Como até agora isso
não foi acertado, resolvemos
cancelar as multas.” A Prefeitu-
ra informou em nota que “não
serão aplicados autos de infra-
ção até que haja um acordo fir-
mado entre a Prefeitura e o
DER a respeito da fiscalização
dessas vias”.
Os motoristas, porém, de-
vem ficar atentos, já que as vias
paralelas do portal de entrada
da cidade e também o trecho
da Boiada compreendido entre
o portal até a altura do Residen-
cial Aquário são de responsabi-
lidade da Prefeitura e não do
DER e, assim, não estão relacio-
nados nesta medida.
Um levantamento da Prefei-
tura mostrou que no mês de
outubro deste ano, na lomba-
da eletrônica do portal, foram
259 autuações. Já nos radares
da Tellau Seraphim, no mesmo
período, foram 9.967 multas,
sendo apenas 25% de veículos
com placas de Vinhedo. A esti-
mativa do Município é de 2 mi-
lhões de passagens de veículos
nessa via por mês.
Questionado sobre como es-
tão as tratativas com a Prefeitu-
ra para definir a concessão das
vias em questão e como o DER
se posiciona em relação ao ca-
so, o Departamento informou
apenas que “já notificou a Pre-
feitura de Vinhedo para a retira-
da dos equipamentos de fiscali-
zação (radares) instalados no
trecho administrado pelo DER
na Estrada da Boiada.”
Nesta semana, em uma reu-
nião entre a Prefeitura, Ministé-
rio Público (MP) e representan-
tes da empresa Sentran, que é
responsável pelos radares, fi-
cou definido que os equipa-
mentos em operação serão afe-
ridos pelo Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tec-
nologia (Inmetro). “Aqueles
equipamentos que estiverem
gerando dúvidas na popula-
ção, como as lombadas eletrô-
nicas, serão aferidos de manei-
ra aberta”, disse o secretário.
A Sentran informou que to-
dos os radares estão regulari-
zados e aferidos de acordo
com as normativas e procedi-
mentos do Inmetro, que são
comunicadas com antecedên-
cia pelo Instituto de Pesos e
Medidas do Estado de São
Paulo (Ipem-SP). Os fiscais
deste órgão realizam o proce-
dimento e divulgam o laudo
no site do Ipem. As medições
são a cada 12 meses. Uma das
reclamações da população se-
ria o grande número de moto-
ristas pegos trafegando a
58km/h, quando o limite seria
50km/h. Segundo a Sentran,
em trechos com velocidades
abaixo de 100km/h, a legisla-
ção estabelece tolerância de
até 7km/h.
Maria Teresa Costa
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
teresa@rac.com.br
A Ceasa de Campinas pre-
para a implantação de um por-
to seco destinado à exporta-
ção de hortifrúti para se trans-
formar em centro exportador
da produção de todo o Estado
de São Paulo, especialmente
de frutas. A proposta é que es-
se terminal intermodal, que
abrigará todos os serviços
aduaneiros, seja ligado ao Ae-
roporto Internacional de Vira-
copos, para receber os produ-
tos do exportador e armaze-
nar pelo período que ele dese-
jar, em regime de suspensão
de impostos.
O presidente do entreposto
na Rodovia D. Pedro, Wander
Villalba, informou ontem que
vai buscar o apoio do governo
do Estado para negociar, com
a concessionária Aeroporto
Brasil Viracopos (ABV), que ad-
ministra o aeroporto, condi-
ções especiais para o envio da
produção de hortifrúti do Esta-
do ao Exterior.
A ABV disse ontem que o ae-
roporto está à disposição da
Ceasa, pois tem capacidade e
infraestrutura necessária para
realizar esse tipo de operação.
Em nota informou que o termi-
nal de carga já trabalha com
exportação de diversos alimen-
tos, entre eles frutas, e dará to-
do o apoio técnico que a Cea-
sa precisar. Entre as frutas já
exportadas por Viracopos, es-
tão limão, melão, uva e man-
ga.
O projeto inicial era implan-
tar uma aduana e criar as con-
dições necessárias, na Ceasa,
para facilitar as exportações
de frutas, mas Villalba avalia
que o entreposto de Campi-
nas tem condições de criar
uma estrutura exportadora pa-
ra ampliar as variedades de
produtos a serem colocados
no mercado externo. “O Brasil
é o quarto maior produtor de
hortifrúti do mundo, mas é
apenas o 23º exportador. Ou
seja, o maior consumo é inter-
no, o que significa que os pro-
dutores têm condições de cres-
cer para vender no Exterior”,
afirmou.
Há um mês, a Ceasa reuniu
cerca de cem produtores, exe-
cutivos e especialistas para de-
bater os desafios e as soluções
que visam a ampliação da ex-
portação de produtos brasilei-
ros. Eles debateram temas co-
mo promoção, legislação e
procedimentos sanitários, lo-
gística e divulgação de produ-
tos brasileiros no Exterior. Nes-
se encontro, o produtor de fi-
go e goiaba de Valinhos, Salva-
dor Orlando Brotto, que tam-
bém é comerciante da Ceasa
Campinas, falou sobre as difi-
culdades e desafios de ser ex-
portador. “O figo é muito sen-
sível, tudo tem que ser ma-
nual. A dificuldade para em-
barque também é enorme.
Embarcamos tudo por Guaru-
lhos, embora minha produção
seja quase do lado de Viraco-
pos. O que acontece é que os
voos de Viracopos para a Euro-
pa são poucos”, contou.
Os produtores, disse Villal-
ba, têm muito interesse em
ter, dentro da Ceasa, uma
aduana que facilite suas expor-
tações. “A logística será mais
interessante, porque teremos
essa estrutura de Viracopos
junto aos produtores dentro
da Ceasa”, afirmou.
Desburocratização
Portos secos contam com um
posto fixo da Receita Federal
que faz com que o desembara-
ço da mercadoria ganhe
maior agilidade. A desburocra-
tização também contribui pa-
ra agilizar o trâmite de cada
processo. Por ser mais rápido
do que nas zonas primárias,
os custos com a armazena-
gem da sua mercadoria são na-
turalmente reduzidos.
A Ceasa ainda não tem um
levantamento do investimen-
to que será necessário para
montar a estrutura, especial-
mente em área de armazena-
gem e recepção da produção.
“Nossa meta é criar condições
para que o produtor chegue
ao mercado internacional”,
disse.
O porto seco é um terminal
intermodal terrestre ligado
com o aeroporto e que recebe
a mercadoria do exportador e
a armazena pelo período que
ele desejar, em regime de sus-
pensão de impostos. A partir
do momento em que a carga
entra no porto seco, todos os
documentos referentes à tran-
sação podem ser negociados
normalmente como se a mer-
cadoria já estivesse embarca-
da.
Nas regras desse sistema, o
custo de armazenagem fica a
cargo do importador e, assim
que a carga é colocada dentro
do porto seco, cessam as res-
ponsabilidades do exportador
sobre ela. O sistema é pouco
utilizado, porque os exportado-
res ainda não o conhecem
bem. Além de seu papel na car-
ga de transbordo, portos secos
podem também incluir instala-
ções para armazenamento e
consolidação de mercadorias,
manutenção de transportado-
res rodoviários ou ferroviários
de carga e de serviços de desal-
fandegamento.
Um acordo de cooperação
técnico-científica entre o Insti-
tuto Agronômico de Campi-
nas (IAC) e a Ceasa está em
vias de ser formalizado, visan-
do à integração e ao desenvol-
vimento de estudos de padro-
nização no setor de frutas, le-
gumes e verduras (FLV). O ob-
jetivo é unificar a linguagem
de mercado, a transparência
na comercialização, a obten-
ção de melhores preços para
produtores e consumidores,
além de redução do desperdí-
cio, melhoria da qualidade e
estabelecimento de normas e
regras de boas práticas para
pequenos produtores.
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Frutas em banca na Ceasa: o porto seco conta com um posto fixo da Receita Federal, que faz com que o desembaraço das mercadorias seja mais ágil
Lombada eletrônica na entrada de Vinhedo: Prefeitura não tem balanço de quantas infrações serão canceladas
Multas de radares em Vinhedo serão canceladas
TRÂNSITO ||| POLÊMICA
Cidades
Ideia é implantar terminal intermodal com todos serviços aduaneiros
Cedoc/RAC
Dominique Torquato/AAN
Administração busca
apoio do governo e
parceria com Viracopos
A
produção de frutas é
uma atividade
agrícola forte na
Região Metropolitana de
Campinas (RMC) e está
concentrada especialmente
em Valinhos, cidade que é
responsável por exportar
manga, mamão, limão,
figo, gengibre, batata-doce,
entre outras. O Circuito das
Frutas (formado pelos
municípios de Indaiatuba,
Itatiba, Itupeva, Jarinu,
Jundiaí, Louveira,
Morungaba, Valinhos e
Vinhedo) é o principal polo
da produção de frutas
paulista onde são
produzidos figos,
morangos, caquis, goiabas,
ameixa, pêssego e uva.
Nessa região são
produzidas cerca de 236
mil toneladas de frutas,
correspondendo a 40% da
produção nacional de
frutas de mesa.
Em Morungaba, por
exemplo, produz figos,
uvas, pêssego e laranjas,
mas a fruta que lhe dá fama
para todo o Brasil é o
maracujá. Indaiatuba é a
cidade das acerolas, e é
considerada uma cidade
modelo. Atibaia é
reconhecida como a capital
nacional do morango. O
forte de Jundiaí é a uva
niágara, e de Itatiba é o
caqui, com produção de 5
mil toneladas e em Jarinu a
ameixa Rubimel.
(MTC/AAN)
Mas essa medida vale apenas para os aparelhos instalados na Estrada da Boiada e na Avenida Apparecida Tellau Seraphim
A4 CORREIO POPULARA4 Campinas, sexta-feira, 24 de novembro de 2017