2. A técnica do chiaroscuro (claro-escuro) foi desenvolvida
principalmente por Leonardo da Vinci no alto
Renascimento (século XVI), quando os artistas e os
arquitetos aperfeiçoaram as técnicas de representação
aplicadas à arte e à arquitetura.
A princípio podemos pensar que luzes e sombras são
elementos opostos, mas, na verdade, eles se
complementam: onde há luz, há sombra.
3. Luz, sombra e volume são recursos e
elementos formais tanto das linguagens
bidimensionais (desenho, pintura, gravura etc.),
quanto das linguagens tridimensionais
(escultura, modelagem etc.). Pessoas que
dominam esses recursos os aplicam para dar
ideia de profundidade, textura, transparência,
espessura etc., seja em cores, seja em preto e
branco. Observe atentamente as obras
reproduzidas ao lado para entender melhor.
Alegoria da pintura, de Johannes Vermeer
4. Na obra três esferas II, do artista holandês
Escher, os três objetos apresentam texturas
de materiais diferentes: uma esfera de vidro,
uma de metal e outra opaca.
Logo, trabalhando com luz e sombra, o artista recria
transparências, reflexos e volumes.
A transparência da esfera de vidro, à esquerda, faz com que a
sombra dela, projetada na mesa, seja a mais brilhante de todas.
Na esfera opaca, à direita, é apresentado um estudo acadêmico
de volume, sombra própria e sombra projetada. E, por fim, o
espelhamento da esfera de metal, ao centro, reproduz a própria
figura do artista, desenhando os objetos em sua mesa de
trabalho. Pura observação. Autorretrato numa esfera espelhada.
5. Escher, porém, não emprega luz e sombra
apenas para reproduzir imagens de maneira
naturalista e acadêmica. Ele faz uso desse
procedimento e desse conhecimento para
explorar o espaço e discutir
bidimensionalidade e tridimensionalidade,
criando sensações de ilusão de ótica, o que
nos leva a apreciar suas obras com mais
atenção.
Bidimensionalidade: tem duas dimensões –
altura e largura
Tridimensionalidade: tem três dimensões –
altura, largura e profundidade.
Maurits Cornelis Escher
6. Descobrir como pintar os efeitos de luz e sombra
sobre superfícies planas foi, por muito tempo, um
grande desafio para os artistas. Foi necessário
muito estudo, acompanhado de atenta
observação, para que os renascentistas (século
XV), fundamentassem o procedimento de luz e
sombra ou chiaroescuro (claro-escuro em italiano).
Foi uma estratégia inovadora na pintura de
Leonardo da Vinci, junto do sfumato. A técnica
consiste em reproduzir na pintura a passagem da
luz pelos objetos reproduzindo seu volume. No
Barroco (fim do século XVI até meados do século
XVIII), os princípios do chiaroescuro foram
levados ao extremo, principalmente na pintura de
Caravaggio, considerado “pintor da luz”.
7. Quando há luz, há também sombra, e essa conjugação dos dois elementos
permite a percepção do volume. Luz e sombra são companheiras inseparáveis.
Sempre que há uma mudança na fonte luminosa, há mudança na sombra, ou seja
à medida que a luz se modifica, a sombra também se transforma. Um mesmo
objeto exposto à luz do meio-dia, ou à luz do fim da tarde, ou à luz de uma vela ou
de uma lâmpada pode ser percebido com aspectos diferentes.
8.
9. Vejamos como é possível
“ler” uma obra de arte e,
com isso, aumentar sua
percepção. Em relação à
figura humana desta obra
de Rego Monteiro, os potes
de cerâmica estão nas
posições certical e
horizontal. Percebemos,
ainda, que o artista exalta
os pés e as mãos da figura
humana na obra, ao lado
da produção de cerâmica,
que evidencia a relação
social – o trabalhador e o
resultado de seu trabalho –
presente neste imagem.
Com apenas uma cor
(monocromia), o artista
conseguiu dar volume e
sensação de luz e sombra.
Obra: Vendedor de Cerâmica, 1960, Rego Monteiro
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13. Atividade prática de livre criação:
Com base nas técnicas apresentadas para criar sombras, escolha cinco
objetos, desenhe-os e desenvolva em cada um deles, uma técnica
diferente de sombreamento.