PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
Linguagem Literária e Não Literária (1).docx
1. Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do
caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais
do McDonald’s deposita na calçada dezenas de
sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos
de sanduíches. Isso acaba propiciando um
lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles
vão ali revirar o material e acabam deixando os
restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-
29/12/92)
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J.
Olympio/MEC, 1971, p.145)
História – Seca, fenômeno secular na vida dos
nordestinos
A história das secas na região Nordeste é uma prova
de fogo para quem lê ou escuta os relatos que vêm
desde o século 16. As duras consequências da falta de
água acentuaram um quadro que em diversos
momentos da biografia do semiárido chega a ser
assustador: migração desenfreada, epidemias, fome,
sede, miséria. Os relatos de pesquisadores e
historiadores datam da época da colonização
portuguesa na região. Até a primeira metade do
século 17, quem ocupava as áreas mais interioranas
do semiárido brasileiro era a população indígena.
Uma das primeiras secas que se tem notícia
aconteceu entre 1580 e 1583.
(Revista Ipea, Ano 6. Edição 48 – 10/03/2009, por
Pedro Henrique Barreto).
Capítulo I - Mudança
“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam
duas manchas verdes. Os infelizes tinham
caminhado o dia inteiro, estavam cansados e
famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas
como haviam repousado bastante na areia do rio
seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia
horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos
juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados
da catinga rala.
... Os juazeiros aproximaram-se, recuaram,
sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar,
sentou-se no chão.
—Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai.”
RAMOS, Graciliano.1976 ... Vidas Secas.
Mulher assassinada
“Policiais que faziam a ronda no centro no
centro da cidade, encontraram, na madrugada de
ontem, perto da Praça da Sé, o corpo de uma mulher
aparentando 30 anos de idade. Segundo
depoimentos de pessoas que trabalham nos bares
próximos, trata-se de uma prostituta conhecida por
Nenê. Ela foi assassinada a golpes de faca. A polícia
descarta a hipótese de assalto, pois sua bolsa, com a
carteira de dinheiro, foi encontrada junto ao corpo.
O caso está sendo investigado pelo delegado do
2º Distrito Policial.”
(JORNAL DA PARAÍBA, 2007)
CONSOADA
“Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou coroável),
Talvez sorria, ou diga:
Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(À noite com seus sortilégios).
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.”
(MANUEL BANDEIRA)