Este documento contém vários artigos e seções da revista A Liahona de Outubro de 2009. Os artigos discutem as bênçãos do templo, como ministrar aos outros como o Profeta faz, e a importância de ver cada pessoa como um filho de Deus com potencial divino. Outras seções incluem uma mensagem da Primeira Presidência sobre obediência e uma mensagem das Professoras Visitantes sobre nutrir a nova geração.
1. As Bênçãos do
Templo, pp.7a21
Ministrar Como Nosso
Profeta, pp. 26, 30, A2
Não Existem Patinhos
Feios, p. 36
O Milagre da Tortilla
e o Templo, p. A6
As Bênçãos do
Templo, pp.7a21
Ministrar Como Nosso
Profeta, pp. 26, 30, A2
Não Existem Patinhos
Feios, p. 36
O Milagre da Tortilla
e o Templo, p. A6
A I g r e j a d e J e s u s C r i s t o d o s Sa n t o s d o s Ú l t i m o s Dia s • OUT u B RO d e 2 0 0 9
2. Jovens
A Liahona, Outubro de 2009
Adultos
Artigos
7 Vale a Pena Esperar Valeria Salerno
Fiquei impaciente por ter de esperar para fazer
batismos pelos mortos. Então, dei-me conta de que
as pessoas pelas quais fazíamos aquele trabalho
tinham esperado séculos.
8 Lugar de Paz Richard M. Romney
Um belo edifício ou um lembrete sagrado de suas
esperanças e seus sonhos? Para alguns jovens, o
templo é as duas coisas.
36 Patinho Feio ou Cisne Majestoso?
Depende de Você! Élder Errol S. Phippen
Você é um filho ou uma filha muito especial de
Deus. Decida viver à altura do potencial divino que
há dentro de você.
40 Começar com uma Oração Janet Thomas
“A oração é um ótimo hábito para se adquirir”,
dizem os adolescentes da Estaca Ottawa Ontário, ao
contarem como a oração lhes proporcionou cura,
consolo e um testemunho mais forte.
Seções
24 Pôster: Virtude — o Padrão Dourado
34 Perguntas e Respostas
Sou o mais novo da família. Todos são muitos anos
mais velhos do que eu. Sempre me sinto excluído
das atividades e conversas dos meus irmãos. O que
posso fazer para melhorar nosso relacionamento?
Mensagem da Primeira Presidência
2 Adquirir Força pela Obediência
Presidente Thomas S. Monson
Mensagem das Professoras Visitantes
25 Nutrir a Nova Geração
Artigos
12 As Bênçãos do Templo Élder Robert D. Hales
A oportunidade de entrar no templo e tomar sobre
nós os sagrados convênios que nele realizamos
é uma das maiores bênçãos que temos a nosso
alcance na mortalidade.
16 Meu Privilégio de Servir Michael R. Morris
A irmã Maria José de Araújo, que serve todos os dias
no Templo de Recife Brasil, diz que aqueles que ado-
ram regularmente no templo passam a compreender
seu verdadeiro significado e poder.
18 Um Povo Que Frequenta o Templo Ryan Carr
A integração, o trabalho de história da família e o
batismo pelos mortos inspiram os membros de uma
ala a receber as próprias investiduras.
22 O Novo Livro de Gravuras do Evangelho
Michael G. Madsen
Mais de 100 imagens neste novo livro podem aju-
dar-nos a ensinar e a aprender o evangelho.
26 As Bênçãos de Ministrar
Quatro histórias de santos dos últimos dias muda-
ram a vida de membros das respectivas alas.
30 Eu? Um Pastor em Israel? Élder Daniel L. Johnson
A ovelha que “iremos [buscar] (…) para trazê-la ao
redil” é amada pelo Pastor. O Senhor vai guiar-nos
e inspirar-nos para sabermos o que fazer a fim de
resgatar nossos irmãos e irmãs.
Seções
44 Vozes da Igreja
Uma ateia ora na floresta; curiosidade a respeito
do templo; esperava sentir algo especial; um jantar
internacional de Ação de Graças.
48 Como Utilizar Esta Edição
Sugestões para a noite familiar e tópicos desta edição.
Na capa
Primeira Capa: Ilustração fotográfica: Matthew Reier. Última Capa:
Mural no Templo de Los Angeles Califórnia; Fotografia das portas do
Templo da Cidade do Panamá, Panamá: Matthew Reier; é proibida a
reprodução das fotografias.iCA
5. A Liahona Outubro de 2009 3
Pre s i d e n te T h o mas S. Mo nso n
N
o mundo atual, grande ênfase se dá
à juventude. Todos querem parecer
jovens, sentir-se jovens e ser jovens.
Realmente, grandes somas em dinheiro
são gastas anualmente em produtos que as
pessoas esperam lhes restaurem a aparência
jovem. Bem que poderíamos nos perguntar:
“Essa busca pela juventude é algo novo para
nossos dias, para nossa geração?” Basta que
folheemos as páginas da história para encon-
trar a resposta.
Séculos atrás, na grande era da explo-
ração, expedições muito bem equipadas
e embarcações, contendo uma tripulação
confiante e aventureira, singravam mares
desconhecidos em busca de uma literal
fonte da juventude. Uma conhecida lenda
prometia que em algum lugar, na “vastidão
longínqua”, havia uma fonte mágica de
onde vertia a mais pura das águas, e tudo
o que alguém tinha de fazer para recupe-
rar o vigor da juventude e perpetuar essa
energia era beber o líquido vertente dessa
fonte.
Ponce de León, que velejou ao lado
de Colombo, fez seguidamente diversas
viagens exploratórias, procurando nas
Bahamas e em outras áreas do Caribe,
confiando seguramente na lenda de que
esse elixir da juventude pudesse ser
encontrado. Seus esforços, assim como
os de muitos outros, não alcançaram o
M e n sa g em da P r i me i ra P res i d ê n c i a
Adquirir Força
pela Obediência
êxito da descoberta, pois no plano divino
de nosso Deus, adentramos a existência
mortal para experimentar a juventude uma
vez somente.
A Fonte da Verdade
Embora não exista uma fonte da juventude
que possamos buscar usando de sabedoria,
existe outra fonte que contém uma água
mais preciosa, sim, as águas da vida eterna.
Trata-se da fonte da verdade.
O poeta capturou o real significado da
busca pela verdade ao escrever essas linhas
imortais:
A verdade, o que é? É o supremo dom
Que é dado ao mortal desejar.
Procurai no abismo, na treva e na luz,
Nas montanhas e vales o seu claro som
E grandeza ireis contemplar! (…)
A verdade, o que é? É o começo e fim
Para ela limites não há;
Pois que tudo se acabe, a terra e o céu,
Sempre resta a verdade que é luz para mim,
Dom supremo da vida será! 1
Em uma revelação dada por intermédio do
Profeta Joseph Smith em Kirtland, Ohio, em
maio de 1833, o Senhor declarou:
“E a verdade é o conhecimento das coisas
como são, como foram e como serão; (…)
Não precisamos
navegar por mares
desconhecidos para
encontrar a fonte da
verdade, porque um
Pai Celestial amoroso
traçou o curso e deu-
nos um mapa infalí-
vel: a obediência!
Àesquerda:fotografiaporMatthewReier;ImagemdeCristo,deHeinrichHofmann,
cortesiadeC.HarrisonConroyCo.;àdireita:ilustraçãodeJerryThompson
6. 4
E o Espírito da verdade é de Deus. (…) Ele [Jesus] rece-
beu a plenitude da verdade (…);
E homem algum recebe a plenitude a não ser que
guarde seus mandamentos.
Aquele que guarda seus mandamentos recebe verdade
e luz, até ser glorificado na verdade e conhecer todas as
coisas.” 2
Nesta era iluminada, na qual a plenitude do evangelho
foi restaurada, não há necessidade nem
para vocês nem para mim, de singrar mares
desconhecidos ou rodar por estradas não
mapeadas em busca da fonte da verdade.
Pois um Pai Celestial amoroso traçou para
nós um curso e providenciou um mapa
infalível: a obediência!
Sua palavra revelada descreve em cores
vivas as bênçãos que a obediência traz e
a dor e o desespero inevitáveis que acom-
panham o viajante que se desvia pelos
caminhos proibidos do pecado e do erro.
Para uma geração criada sob a tradição do
sacrifício animal, Samuel declarou deste-
midamente: “Obedecer é melhor do que o
sacrificar; e o atender melhor é do que a
gordura de carneiros”. 3
Os profetas, antigos e modernos, conhe-
ciam a força que advém da obediência. Pensem em Néfi:
“Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor”. 4
Ou na bela
descrição de Mórmon acerca da força que tinham os filhos
de Mosias:
“Haviam-se fortalecido no conhecimento da verdade;
porque eram homens de grande entendimento e haviam
examinado diligentemente as escrituras para conhecerem
a palavra de Deus.
Isto, porém, não é tudo; haviam-se devotado a muita
oração e jejum; por isso tinham o espírito de profecia e o
espírito de revelação; e quando ensinavam, faziam-no com
poder e autoridade de Deus.”
Cumprir os Mandamentos
O Presidente David O. McKay (1873–1970), em uma
de suas mensagens de abertura aos membros da Igreja,
durante uma conferência geral, deu-nos uma orientação
para os nossos dias que é simples e, contudo, vigorosa:
“Cumpram os mandamentos de Deus”. 6
Essa era a essência da mensagem do Salvador, ao decla-
rar: “Pois todos os que receberem uma bênção de minhas
mãos obedecerão à lei que foi designada para essa bênção
e suas condições, como instituídas desde antes da funda-
ção do mundo”. 7
As próprias ações do Mestre confirmam
Suas palavras. Ele demonstrou o genuíno
amor de Deus ao levar uma vida perfeita e
honrar a sagrada missão que tinha de cum-
prir. Jamais foi arrogante. Nunca Se encheu
de orgulho. Nunca foi desleal. Sempre foi
humilde. Sempre foi sincero. Sempre foi
verdadeiro.
Embora fosse tentado pelo mestre das
mentiras, sim, o diabo, embora estivesse
fisicamente enfraquecido por ter jejuado
por 40 dias e 40 noites e “depois [ter] fome”,
ainda assim, quando o maligno fez a Ele a
mais tentadora e sedutora proposta, Jesus
deixou-nos um exemplo divino de obe-
diência, recusando-Se a desviar-Se do que
sabia ser o certo. 8
Quando enfrentou a agonia do Getsê-
mani, quando suportou tanta dor que Seu suor se trans-
formou em grandes gotas de sangue que caíram ao chão,
Ele deu o exemplo de obediência filial ao dizer: “Pai, se
queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a
minha vontade, mas a tua”. 9
A Pedro, na Galileia, Jesus disse: “Segue-me”. Para
Filipe, Ele deu a mesma instrução: “Segue-me”. Ao publi-
cano Levi, que estava sentado na alfândega, foi feito o
convite: “Segue-me”. Até ao que foi correndo procurá-Lo,
aquele que tinha muitas posses, foram proferidas estas
palavras: “Segue-me”. 10
E para cada um nós essa mesma
voz, esse mesmo Jesus, diz: “Segue-me”. Estamos dispostos
a obedecer?
A obediência é a característica marcante dos profetas,
mas devemos reconhecer que essa fonte de forças está ao
nosso alcance hoje em dia.
A Pedro, na Galileia,
Jesus disse: “Segue-me”.
Para Filipe, Ele deu
a mesma instrução:
“Segue-me”. E para
cada um de nós, essa
mesma voz, esse mesmo
Jesus diz: “Segue-me”.
Estamos dispostos a
obedecer? DiAmTHwiHiij
7. Um Exemplo Moderno
Uma pessoa que apren-
deu muito bem a lição da
obediência e encontrou a
fonte da verdade foi um
homem bondoso e sincero
que vivia em situação muito
humilde. Ele se filiou à Igreja
na Europa e, economizando e
sacrificando-se diligentemente,
imigrou para a América do Norte
— uma terra nova, uma língua
estranha, costumes diferentes,
mas a mesma Igreja, sob a lide-
rança do mesmo Senhor, em Quem
Ele confiava e a Quem obedecia.
Tornou-se presidente de ramo de
um pequeno rebanho de santos
labutadores, em uma comunidade
um tanto hostil. Seguiu o programa
da Igreja, embora os membros fossem
poucos em número, e muitas fossem
as tarefas. Ele foi um exemplo para os
membros de seu ramo, um verdadeiro
cristão, e os membros retribuíram com
um amor poucas vezes visto.
Ele ganhava seu sustento como tra-
balhador braçal. Tinha poucas posses,
mas sempre pagava um dízimo integral
e fazia outras doações. Criou um fundo
DetalhedeCristoChamandoPedroeAndré,deJamesTaylorHaywood,cortesiadoMuseudeHistóriadaIgreja
8. 6
missionário em seu pequeno ramo e, por vários meses,
ele foi o único a fazer contribuições. Quando chegaram
missionários na cidade, ele os alimentou, e eles nunca
saíam de sua casa sem levar consigo uma doação tangível
para seu trabalho e bem-estar. Os membros de localida-
des distantes, que passavam pela cidade e visitavam seu
ramo, sempre recebiam sua hospitalidade e o calor de
seu espírito, e retomavam seu trajeto sabendo que tinham
conhecido um homem incomum, um dos servos obedien-
tes do Senhor.
Aqueles que o presidiram receberam seu profundo res-
peito e sua atenção especial. Ele os considerava emissários
do Senhor, ministrava em prol do conforto físico deles e
era especialmente solícito nas orações — que eram fre-
quentes — pelo bem-estar desses líderes. Certo domingo,
alguns líderes que visitavam seu ramo fizeram com ele
mais de uma dezena de orações nas diversas reuniões
e visitas feitas aos membros. No final do dia, os líderes
deixaram-no; desfrutavam de uma sensação de alegria
e leveza espiritual que ainda os alegrou durante todo o
trajeto de quatro horas de viagem sob o rigor do inverno e
que, ainda agora, depois de tantos anos, aquece o espírito
e agita o coração quando aquele dia é mencionado.
Homens instruídos e experientes procuravam aquele
humilde e iletrado homem de Deus e se consideravam
afortunados por poderem passar uma hora com ele. Sua
aparência era comum, falava o inglês com dificuldade e,
às vezes, era difícil compreender o que dizia. Sua casa era
simples e modesta. Não tinha carro nem televisão. Nunca
escreveu um livro ou fez discursos políticos ou nenhuma
das coisas que chamam a atenção do mundo. E, contudo,
os fiéis eram constantes no caminho que conduzia até
sua porta. Por quê? Porque queriam beber de sua fonte da
verdade. Não era tanto o que ele dizia que lhes agradava,
mas muito mais o que ele fazia; não era a substância dos
sermões que ele pregava, mas a força da vida que vivia.
Saber que um homem pobre, com alegria e constân-
cia, doava ao Senhor pelo menos o dobro de um décimo
de sua renda dá-nos uma ideia mais clara do verdadeiro
significado do dízimo. Vê-lo ministrar ao faminto e acolher
o estrangeiro leva-nos a crer que fez essas coisas como as
faria ao próprio Mestre. Orar com ele e partilhar de sua
confiança na intercessão divina era testemunhar um novo
meio de comunicação.
Bem se poderia dizer que ele cumpria o primeiro e
grande mandamento e o segundo, semelhante a este; 11
que suas entranhas eram cheias de caridade para com
todos os homens; que a virtude adornava seus pensa-
mentos incessantemente; e que, consequentemente, sua
confiança se fortalecia na presença de Deus. 12
Esse homem tinha o brilho da bondade e o fulgor da
retidão. Sua força era proveniente de sua obediência.
A força que buscamos ansiosamente hoje para ven-
cer os desafios de um mundo complexo e em constante
mudança pode ser nossa se, com coragem forte e resoluta,
nos erguermos e declararmos com Josué: “Porém eu e a
minha casa serviremos ao Senhor”. 13
◼
Notas
1. John Jaques, “A Verdade o Que É?” Hinos, nº 171.
2. D&C 93:24, 26–28.
3. I Samuel 15:22.
4. 1 Néfi 3:7.
5. Alma 17:2–3
6. David O. McKay, Conference Report, abril de 1957, p. 8; ou
Improvement Era, junho de 1957, p. 391.
7. D&C 132:5.
8. Ver Mateus 4:1–11.
9. Lucas 22:42
10. Mateus 4:19; 9:9; João 1:43; ver também Mateus 19:16–22; Marcos
2:14; Lucas 18:18–22.
11. Ver Mateus 22:37–40.
12. Ver D&C 121:45.
13. Josué 24:15.
I d e i as pa r a o s M es t r es
F am i l i a r es
Depois de estudá-la em espírito de oração, dê esta
mensagem utilizando um método que incentive a
participação daqueles a quem for ensinar. Seguem-se alguns
exemplos:
1. Você pode usar um recipiente de água como auxílio
visual. Conte a história de Ponce de León e explique: “há
outra fonte que contém uma água mais preciosa, sim, as
águas da vida eterna. É a fonte da verdade”. Discuta com a
família onde e como encontrar a verdade e o que o Presi-
dente Monson disse que precisamos fazer para encontrar
a “fonte da verdade”. Preste seu testemunho de como ser
obediente abençoou sua vida.
2. Leia a seção “Guardar os Mandamentos” e discuta
a pergunta do Presidente Monson: “Estamos dispostos a
obedecer?” Conte a história do final do artigo a respeito
do homem humilde. Como sua obediência e disposição de
seguir o Salvador abençoou as pessoas? Peça aos membros
da família que ponderem e façam coisas que mostrem que
estão dispostos a servir ao Senhor.
9. A Liahona Outubro de 2009 7
Q
uando entrei no Templo de Buenos Aires Argen-
tina com os jovens de minha ala, para fazer batis-
mos pelos mortos, esperamos alguns minutos na
recepção. Então, os oficiantes do templo nos pediram que
descêssemos até um saguão, onde havia várias cadeiras, e
esperamos de novo.
Como era sábado, muitas pessoas de todas as partes da
Argentina tinham ido ao templo. Esperamos ali por duas
horas e meia, sentados, em silêncio. Alguns pensamen-
tos não muito agradáveis começaram a surgir em minha
mente: “Como é que nos fazem esperar todo esse tempo?
Estou cansada. Acho que seria melhor não ter vindo, por-
que é uma perda de tempo”.
Levantei-me e comecei a andar pelo saguão. Pouco
depois, um oficiante apareceu e disse: “Jovens, por favor,
não fiquem impacientes. Sei que vocês esperaram muito
tempo, mas sabem de uma coisa? No mundo espiritual,
milhões de pessoas esperam esse momento há séculos, e
posso assegurar-lhes que estão muito ansiosos para que
chegue a vez deles. Os irmãos
estão batizando e confir-
mando, e não podem fazer
mais do que estão fazendo”.
Quando ele disse aquelas
palavras, senti-me envergo-
nhada. Dei-me conta de que
estava sendo egoísta, por não
querer doar algumas horas
para aquelas pessoas que
esperavam há tantos anos e
não tiveram a oportunidade
de ouvir falar da Igreja verda-
deira e ser batizadas aqui na
Terra.
O oficiante apareceu nova-
mente e começou a chamar
o nome de pessoas de nossa
ala. Uma irmã nos deu roupas
brancas, e fomos nos trocar.
Depois de nos vestirmos, ela prendeu nosso cabelo com
uma fita branca.
Depois, descalços, fomos até os bancos do batistério.
O tapete era tão macio e fofo que nem parecia estarmos
pisando no chão.
Quando chegou minha vez, eu estava tão nervosa
quanto no dia do meu próprio batismo. Mas os oficiantes
foram muito gentis e tiveram tanta paciência com cada um
de nós, que foi incrível.
Quando saí da pia batismal, uma irmã me esperava com
uma grande toalha branca e um enorme sorriso. Troquei
de roupa e fui para uma sala, onde fui confirmada. A
mesma irmã que me levara a toalha foi comigo e me agra-
deceu por estar disposta a fazer o trabalho do Senhor.
Quando saí do templo, percebi que tinha sido uma
das melhores experiências da minha vida. O templo é
um lugar sagrado, e o Espírito do Senhor está ali, diri-
gindo Sua grande obra. Toda aquela espera valeu
a pena. ◼
Ilustração:JohnZamudio
Vale a Pena EsperarValeria Salerno
10. 8
Lugar de Paz
Ri c h a rd M. R o mney
Revistas da Igreja
D
ilcia Soto, de 16 anos, ainda se lembra do dia em
que o templo foi dedicado em sua cidade, Santo
Domingo, na República Dominicana: “Eu tinha
só nove anos, mas disse, ‘Nossa! Um templo aqui!’
Eu estava acostumada a ver as pes-
soas viajarem para outros
países para serem seladas e
fazerem
ParaessasduasjovensdaRepública
Dominicana,otemploémuitomaisdoqueum
prédiobonito.Tambéméumlembretevívidode
seusmaissincerosanseioseesperanças.FiRiRm
11. convênios. Pensei: ‘Agora minha família e eu não teremos
de viajar para outro país, porque temos nosso próprio
templo aqui perto’”.
Hoje, esse templo se ergue majestoso e imponente na
capital do país, tão vistoso com sua torre e seus jardins
bem cuidados que muitas pessoas que passam por ele
imaginam que seja uma catedral. Dilcia fica contente em
explicar que para nós ele é mais do que uma catedral, ele
é sagrado. Nos jardins do templo há uma serena digni-
dade, que contrasta de modo marcante com a fervilhante
agitação das ruas e mercados do centro da cidade.
Foi nesse lugar de paz que Dilcia e sua amiga
Kelsia St. Gardien, de 14 anos, estiveram há pouco
tempo. As duas são membros da Ala Mirador,
Estaca Santo Domingo República Domi-
nicana Independencia. As duas já esti-
veram no templo para realizar batismos
pelos mortos. Mas hoje, elas foram
até lá simplesmente para passear
Fotografias:RichardM.Romney
12. 10
pelos
jardins,
conversar
e sentir do lado
de fora do templo o
Espírito que existe em
seu interior.
Os Anseios de Dilcia
“Sinto imenso amor pelo
Senhor e tenho muita gratidão
pelo que Ele fez em minha
vida”, afirma Dilcia. “Minha
família é da Igreja, mas minhas tias,
tios e primos não são. Quando eles
vêm-nos visitar, sempre tenho um Livro
de Mórmon à mão, porque pode haver
uma oportunidade de compartilhar o evan-
gelho com eles.” Ela também compartilha o
evangelho com os amigos e “com qualquer
pessoa que conheço que esteja realmente
interessada”. E toda vez que faz isso, ela
conta: “Sinto o Espírito muito forte. Toda vez
que presto testemunho, sinto novamente a
veracidade da Igreja”.
Ela se lembra de uma aula do seminá-
rio sobre o plano de salvação. “Antes de o
mundo existir, houve um grande Conselho
no Céu, e decidimos seguir o Pai Celestial e
aceitar o sacrifício que Jesus Cristo faria por
nós”, explica ela. “Nosso professor explicou
que poderíamos saber que obedecemos
ao Pai Celestial lá, porque estamos aqui na
Terra hoje, com um corpo de carne e ossos.
Quando ele disse isso, soube que era verdade.
Naquela noite, em minhas orações, chorei e
agradeci ao Senhor por esse conhecimento.”
Dilcia cita I Coríntios 3:16: “Não sabeis vós
que sois o templo de Deus e que o Espírito
de Deus habita em vós?” “Se também sou um
templo”, diz ela, “preciso ser tão pura e bela
como o templo. Que bênção maravilhosa é
estar nesta Igreja e ser uma jovem virtuosa!”
Ela conta que seu maior desejo é voltar
a viver na presença do Pai Celestial um dia.
“Sinto-me imensamente grata por Ele ter-
nos dado o templo para que possa-
mos fazer tudo o que pudermos
para voltar à presença Dele”, diz
ela. “A melhor maneira de agrade-
cer a Ele é viver da maneira que
Ele pede que vivamos.”
Dilcia declara: “O Senhor quer
que entremos em Sua casa, aprendamos a
respeito Dele e nos esforcemos para alcançar
a eternidade na presença Dele”. Ela diz que
gosta muito de participar dos batismos pelos
mortos porque “é um modo de ajudar os que
esperam do outro lado do véu e fazer algo por
eles que eles não podem fazer por si mesmos”.
O Comprometimento de Kelsia
Kelsia concorda. “Nossos antepassados
precisam de que façamos o trabalho, e sei
Dilcia cita I Coríntios 3:16: “Não sabeis vós
que sois o templo de Deus e que o Espírito
de Deus habita em vós?”
O Templo em Nós
“Se formos ao templo tão
frequentemente quanto a
distância e as circunstân-
cias individuais permiti-
rem, o templo estará em
nós. Então, sejam quais
forem os problemas que enfrentarmos
na vida, sempre estaremos em um lugar
sagrado.”
Élder Lance B. Wickman, dos Setenta, “In a
Holy Place”, New Era, abril de 2005, p. 45.
13. A Liahona Outubro de 2009 11
que vão nos agradecer”, explica ela. “Anseio particular-
mente ver minha avó, que não cheguei a conhecer em
vida. Vamos ao templo para certificar-nos de que todo o
trabalho do templo seja feito em favor dela.”
Kelsia fica muito emocionada ao falar sobre o
templo. “Assumi o compromisso de tomar
decisões que vão me ajudar a ser
selada a minha família”, diz ela.
“Temos de respeitar o evangelho
e observar os mandamentos al
pie de la letra [literalmente]”,
afirma ela. “Fazemos isso porque
amamos nosso Pai Celestial, e é
por meio da obediência que mostramos
nossa gratidão a Ele.”
Sua família filiou-se à Igreja em dezembro de 2006,
seis anos depois de seus pais mudarem-se do Haiti
para a República Dominicana. “Sinto-me extremamente
grata pelos missionários que bateram em nossa porta.
Foi ótimo sentir o Espírito e aprender o plano que o Pai
Celestial criou para nós. Desde que o evangelho entrou
em nossa vida, nossa família é muito mais unida. Sinto-me
grata por Ele ter-me dado uma família tão unida, mesmo
nos momentos difíceis. Pensar que temos o privilégio de
ser selados para a eternidade é para mim uma das maio-
res bênçãos que existem.”
Seus pais fazem agora o curso de preparação para o
templo, e isso a faz-se lembrar de preparar-se para o dia
em que ela própria se casará no templo. “Essa é minha
principal meta, que meu futuro marido e eu sejamos dig-
nos um do outro e de formarmos uma família eterna.”
Compartilhar Serenidade
As duas amigas passam pelo mastro onde a bandeira
de seu país se agita ao vento. “Até a bandeira do país, no
mastro do templo, nos lembra de sermos fiéis”, comenta
Dilcia. “É mais do que apenas as cores. Ela exibe o lema
Dios, Patria, Libertad [Deus, Pátria, Liberdade] juntamente
com uma cruz cristã e os Dez Mandamentos. Faz-nos lem-
brar que nosso país foi fundado por pessoas que acredita-
vam em Deus, e que Deus ainda é importante aqui.”
Também passeiam pela entrada do templo, onde as
palavras Santidad al Señor, la Casa del Señor [Santidade
ao Senhor, A Casa do Senhor] estão gravadas acima da
porta de entrada, como em todos
os templos.
“Sempre que leio essas palavras,
sinto um vigoroso testemunho de
que são verdadeiras”, comenta
Dilcia. “Lembro-me de quando
viemos aqui com nosso grupo da
Mutual, certa noite, apenas para
passear pelos jardins. Depois do
passeio, o bispo perguntou o que
sentimos aqui. Conversamos a
respeito disso e concluímos que a
resposta era: Paz.”
Kelsia e Dilcia se afastam pen-
sando nessa palavra-resposta per-
feita — perfeita porque o templo é
o lugar de paz. ◼
Para saber mais sobre os jovens da Igreja
na República Dominicana, ver “Busca e
Resgate” na edição de março de 2009.
14. 12
Élder Ro b ert D. Hales
Do Quórum dos Doze Apóstolos
A
s bênçãos da investidura
do templo são tão essen-
ciais para nós quanto
nosso batismo. Por esse motivo,
devemos preparar-nos a fim de
que estejamos limpos para entrar no templo
de Deus.
A oportunidade de entrar no templo e ali
fazer convênios sagrados é uma das maiores
bênçãos ao nosso alcance na mortalidade.
Então, depois de fazer esses convênios,
nossa obediência ao cumpri-los todos os
dias será uma demonstração de nossa fé,
devoção e comprometimento espiritual de
honrar nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus
Cristo. Nossa obediência também nos pre-
para para viver com Eles nas eternidades.
As ordenanças de salvação realizadas no
templo são essenciais para o plano eterno
de felicidade — sim, o foco central desse
plano.
A Doutrina do Templo
O templo é realmente o lugar no qual
estamos “no mundo sem ser do mundo”.
Quando enfrentamos problemas e preci-
samos tomar uma decisão crucial, que nos
aflige a mente e a alma, podemos levar
nossas preocupações ao templo e receber
orientação espiritual.
Precisamos adquirir um
reverente testemunho de que o
templo é a casa do Senhor. Para
preservar a santidade do templo
e convidar o Espírito a abençoar
os que entram no templo sagrado
para receber suas ordenanças
e convênios, somos ensinados que nada
impuro deve entrar nele. A reverência no
templo é um elemento primordial para con-
vidar o Espírito a nele habitar em todos os
momentos de todos os dias.
Quando eu era menino, meu pai levou-me
de Long Island, Nova York, até o terreno do
Templo de Salt Lake para tocar no edifício do
templo e falar da importância dele em minha
vida. Foi nessa ocasião que decidi que voltaria
um dia para receber as ordenanças do templo.
Ao longo da história, em todas as dispen-
sações, o Senhor ordenou aos profetas que
templos deveriam ser construídos para que
Seu povo pudesse receber as ordenanças
sagradas. Moisés e os israelitas foram aben-
çoados com um templo portátil, o taberná-
culo, onde era realizado o trabalho sagrado
de ordenanças segundo a lei de Moisés e
onde, ocasionalmente, o Senhor aparecia
para conversar com Moisés. O rei Salomão
construiu um belo templo em Jerusalém, que
posteriormente foi destruído. Então, durante
o ministério de Cristo, outro templo foi cons-
truído em Jerusalém.
O templo é um edi-
fício sagrado, um
lugar santo onde as
cerimônias e orde-
nanças essenciais
para a salvação são
realizadas com o pro-
pósito de preparar-
nos para a exaltação.
FotografiadoTemplodeSaltLake:WeldenC.Andersen;àdireita:ilustraçãofotográficaporJohnLuke
As Bênçãos
do
Templo
12
15. Aprendemos no Livro de Mórmon que
Néfi construiu um templo “conforme o
modelo do templo de Salomão” (2 Néfi 5:16).
Outros profetas nefitas, inclusive Jacó e o rei
Benjamim, ensinaram o povo no templo (ver
Jacó 1:17; Mosias 1:18).
É significativo que quando o Senhor Jesus
Cristo ressuscitado apareceu aos nefitas,
em 34 a.D, Ele o tenha feito no templo (ver
3 Néfi 11:1–11).
O Profeta Joseph Smith ensinou: “A Igreja
não está completamente organizada em sua
devida ordem nem poderá estar até que o
Templo esteja construído, no qual haverá
lugares para a administração das ordenanças
do Sacerdócio”. 1
O Templo de Kirtland foi o primeiro
templo nestes últimos dias e teve um papel
importante na restauração das chaves do
sacerdócio. Joseph Smith, como resposta a
sua oração, foi visitado por Jesus no Templo
de Kirtland, no dia 3 de abril de 1836 (ver
D&C 110). O Salvador apareceu em glória e
aceitou o Templo de Kirtland como Sua casa.
Na mesma ocasião, Moisés, Elias e Elias, o
profeta, também apareceram para conceder
as chaves do evangelho que possuíam. Elias,
o profeta, restaurou as chaves do poder sela-
dor, conforme prometido por Malaquias, a
fim de que pudéssemos desfrutar a plenitude
das bênçãos do templo em nossa vida.
Nossos antepassados pioneiros construí-
ram o Templo de Nauvoo e nele realizaram
ordenanças sagradas. O Templo de Nauvoo
foi o primeiro no qual se realizaram inves-
tiduras e selamentos, que muito fortalece-
ram os pioneiros que enfrentaram grande
dificuldade ao cruzar as planícies para chegar
a Sião, no Vale do Lago Salgado. Eles foram
investidos de poder no templo sagrado.
Marido e mulher foram selados um ao outro.
Filhos foram selados aos pais. Muitos deles
16. 14
perderam membros da família ao longo do
caminho, mas sabiam que não era o fim
para eles. Tinham sido selados no templo
para toda a eternidade. Mais tarde, por meio
de uma revelação recebida pelo Presidente
Brigham Young, os santos construíram outros
templos no Oeste dos Estados Unidos.
Hoje, há 130 templos em funcionamento,
o que permite que os membros fiéis da Igreja
do mundo inteiro entrem na casa do Senhor
para receber suas ordenanças do templo e
fazer convênios com Ele.
As Ordenanças do Templo
O principal propósito do templo é pro-
ver as ordenanças necessárias para nossa
exaltação no reino celestial. As ordenanças
do templo nos conduzem a nosso Salvador
e nos concedem as bênçãos decorrentes da
Expiação de Jesus Cristo. Os templos são a
maior universidade de aprendizado conhe-
cida pelo homem, que nos proporciona
conhecimento e sabedoria sobre a Criação
do mundo. As instruções da investidura nos
ensinam como devemos conduzir nossa vida
aqui na mortalidade. O significado da
palavra investidura é “dádiva”. A ordenança
consiste de uma série de instruções sobre
como devemos viver e os convênios que
devemos fazer para viver em retidão e seguir
nosso Salvador.
Outra ordenança importante é ser selado
para a eternidade no casamento celestial.
Esse convênio do casamento permite que os
filhos sejam selados aos pais e que os filhos
nascidos sob convênio se tornem parte de
uma família eterna.
Doutrina e Convênios nos ensina: “Tudo
o que selares na Terra será selado no céu; e
tudo o que ligares na Terra, em meu nome e
pela minha palavra, diz o Senhor, será ligado
eternamente nos céus” (D&C 132:46).
Quando um casal está ajoelhado no altar,
estou ciente, como selador, de meu papel
como representante do Senhor. Sei que o
que for selado na Terra será literalmente
selado no céu, para nunca ser desfeito, se as
pessoas que são seladas permanecerem fiéis
e perseverarem até o fim.
M
oisés e os
israelitas
foram
abençoados com
um templo portá-
til, o tabernáculo,
onde era realizado
o trabalho sagrado
de ordenanças
segundo a lei de
Moisés e onde,
ocasionalmente, o
Senhor aparecia
para conversar
com Moisés.
Ilustração:TedHenninger
17. Tenho observado ao longo dos anos
muitos casais que conseguiram manter um
casamento estável e forte por permanecerem
fiéis aos convênios que assumiram no tem-
plo. Esses casais bem-sucedidos têm várias
coisas em comum.
Primeiro, eles sabem individualmente
quem são: filhos e filhas de Deus. Estabele-
cem a meta eterna de viver novamente com
nosso Pai Celestial e Seu Filho Jesus Cristo.
Esforçam-se por abandonar os caminhos do
homem natural (ver Mosias 3:19).
Segundo, conhecem a doutrina e a
importância das ordenanças de salvação do
templo e dos convênios do templo, além
da necessidade que têm de atingir metas
eternas.
Terceiro, decidem obter as bênçãos
eternas do reino de Deus em vez das posses
temporárias do mundo.
Quarto, esses casais se dão conta de que,
quando são selados para esta vida e para
toda a eternidade, eles escolheram um
companheiro eterno: seus dias de despertar a
atenção de outras pessoas terminaram — não
há mais necessidade de procurar!
Quinto, esses casais pensam um no
outro antes de pensar em si mesmos. O
egoísmo sufoca os sentidos espirituais. Ao
comunicar-se com o Senhor em oração,
eles se tornam cada vez mais unidos, em
vez de se afastar um do outro. Conversam
entre si, portanto nunca permitem que as
coisas pequenas se tornem grandes. Con-
versam logo sobre as “pequenas mágoas”
com medo de causar ofensa. Desse modo,
quando as pressões aumentam e sinalizam
perigo, não há uma explosão de sentimen-
tos amargos. É muito melhor deixar escapar
um pouco de vapor, antes que a panela
de pressão venha a explodir. Estão dispos-
tos a pedir perdão e a perdoar se tiverem
ofendido a pessoa amada. Expressam amor
um pelo outro e se tornam mais íntimos.
Elevam e fortalecem um ao outro.
As Bênçãos do Templo
O templo é um edifício sagrado, um lugar
santo, onde cerimônias e ordenanças de
salvação essenciais são realizadas para prepa-
rar-nos para a exaltação. É importante que
adquiramos um conhecimento seguro de que
nossa preparação para entrar na casa sagrada
e que nossa participação nessas cerimônias e
convênios sejam as coisas mais significativas
que vivenciaremos em nossa vida mortal.
Viemos voluntariamente da presença de
Deus, o Pai, para esta provação mortal com
livre-arbítrio, sabendo que enfrentaríamos
“oposição em todas as coisas” (2 Néfi 2:11).
Nosso objetivo é vestir toda a armadura de
Deus e resistir aos “dardos inflamados do
maligno” com o escudo da fé e a espada do
Espírito (ver D&C 27:15–18), perseverar até o
fim e ser dignos de estar e viver na presença
de Deus, o Pai, e de Seu Filho Jesus Cristo
por toda a eternidade: alcançar o que é cha-
mado de vida eterna. ◼
Extraído de um discurso devocional proferido na
Universidade Brigham Young, em 15 de novembro de
2005. Para o texto integral do discurso em inglês, ver
http://speeches.byu.edu.
Nota
1. History of the Church, vol. 4, p. 603.THi
18. 16
Maria José de Araújo, que
trabalha diariamente como
voluntária no Templo de
Recife Brasil, “é um bom
exemplo de serviço ao pró-
ximo”, diz o registrador do
templo Cleto P. Oliveira, que
aparece aqui ao lado dela.
19. A Liahona Outubro de 2009 17
Mi c h a e l R. M o r r is
Revistas da Igreja
A
ntes de as portas do Templo de Recife Brasil se
abrirem para outro dia de ministração de ordenan-
ças de salvação, Maria José de Araújo, de 70 anos,
acorda para se preparar para outro dia de
serviço abnegado.
Para chegar ao templo, a irmã Maria
precisa viajar uma hora e meia e tomar
quatro ônibus diferentes desde sua casa, em
Cabo de Santo Agostinho, que fica ao sul de
Recife, na costa nordeste do Brasil. Mas antes
de sair, ela prepara a comida e deixa tudo
em ordem para uma prima cega, de quem
ela cuida em casa.
“A irmã Maria é um bom exemplo
de serviço ao próximo”, diz Cleto P.
Oliveira, registrador do templo. “Desde
que o templo foi dedicado, em dezembro
de 2000, ela se apresentou como voluntá-
ria para servir aqui em todos os dias em
que o templo esteja aberto. Ela vem até
nos feriados.”
Das 7h da manhã até as 3h da tarde, de
terça a sábado, ela trabalha no refeitório do
templo, lavando pratos e fazendo saladas. Ela
diz que gostaria de trabalhar mais, mas como
tem de percorrer uma longa distância de ôni-
bus na volta para casa, precisa sair cedo para
chegar antes do anoitecer.
O irmão Oliveira diz à irmã Maria que ela não precisa
ir todos os dias ao templo, mas admite que precisaria de
duas pessoas para substituí-la. “Ela apenas sorri e diz que
dedicou a vida ao Senhor”, diz ele.
Para ela, servir diariamente no templo é um grande
privilégio.
Meu Privilégio
de Servir
“Meu Pai Celestial me abençoou com boa saúde, e
minha meta é continuar a vir todos os dias enquanto
minha saúde permitir”, diz ela. “Fiz convênio de dedicar
todos os meus talentos e minhas habilida-
des para servir ao Senhor. Quando chego
em casa, depois de servir no templo, não
me sinto cansada. O Senhor me abençoou
assim.”
Anteriormente, nos seis anos em que
serviu no centro de história da família de
sua ala, a irmã Maria pesquisou sua linha-
gem familiar. Então, em muitas manhãs de
sábado antes de ir trabalhar no refeitório do
templo, ela fez o trabalho vicário do templo
para quatro gerações de antepassadas do
sexo feminino. Também cuidou para que o
trabalho fosse feito para quatro gerações de
antepassados do sexo masculino.
Quando começou a pesquisar sua histó-
ria da família, ela achava que a tarefa seria
impossível, especialmente por não conseguir
saber o nome de dois bisavôs. Mas certa
noite, os nomes completos deles lhe foram
revelados num sonho. A princípio, ela teve
dúvidas se os nomes estariam corretos,
mas ao pesquisar nos registros de sua mãe,
encontrou os nomes e pôde esclarecer os
vínculos familiares que a haviam confundido
antes. Ela acredita que o sonho veio como uma bênção
por seu empenho de servir ao Senhor e a Seus filhos.
“O templo é minha vida”, diz a irmã Maria. “As pessoas
que não vão ao templo estão perdendo uma grande opor-
tunidade e bênção. Ao servir no templo, compreendemos
o verdadeiro significado e poder do templo.” ◼
“As pessoas que
não vão ao templo
estão perdendo uma
grande oportuni-
dade e bênção”, diz
a irmã Maria José
de Araújo.
Fotografias:MichaelR.Morris,excetoquandoindicado;fotografiadoTemplodeRecifeBrasil:R.ValJohnson
20. 18
Ryan C a rr
Revistas da Igreja
G
ary e Jennifer Tucker tinham um
sonho. Ambos queriam uma famí-
lia eterna. Mas Jennifer quase havia
perdido as esperanças. Os passos necessários
para realizar esse sonho passavam pelo tem-
plo, algo para o qual Gary não estava pronto.
Então, o bispo deles foi inspirado com
uma ideia que ajudaria o casal Tucker e
muitas outras pessoas da Ala Forks III, Estaca
Bozeman Montana, a realizarem o sonho
de uma família eterna. Há poucos anos, o
bispo Aaron Baczuk estava em uma reunião
para bispos e recém-conversos na estaca. O
Setenta de Área que presidia perguntou a
um membro novo: “Você já esteve no templo para realizar
batismos pelos mortos?” Ele já havia estado.
O bispo Baczuk nunca havia pensado em levar adul-
tos sem investidura ao templo. Na semana seguinte, ele
marcou um horário no Templo de Billings Montana para
que os adultos de sua ala fossem realizar batismos pelos
mortos. A visita ao templo foi um sucesso, e nos meses
seguintes os élderes e sumos sacerdotes da ala acompa-
nharam mais adultos sem investidura ao templo. “Foi uma
experiência muito espiritual para eles, aumentando seu
desejo e compromisso de receber a investidura”, diz o
bispo Baczuk.
Um Povo que
Frequenta o Templo
Preparação
A fim de se prepararem, os membros
adultos trabalham com o bispo para tor-
narem-se dignos de ir ao templo. Depois,
fazem o curso de preparação para o templo.
Seu interesse pelo curso realmente aumenta
muito depois que realizam batismos pelos
mortos. Eles descobrem que falar sobre o
templo na sala de aula é uma coisa, mas real-
mente sentir o Espírito do Senhor no templo
é outra.
“Ter a opção de levar ao templo alguém
que não esteja preparado para receber
outros convênios, mas que possa ter a
experiência de participar de ordenanças é algo imen-
samente bom”, diz o bispo Baczuk. “Acho que isso
condiz com o sentimento que a Igreja procura transmi-
tir no livreto de preparação para o templo: ‘Venha ao
templo!’” 1
David Boyd, presidente do quórum de élderes da Ala
Forks III, diz que ir ao templo para realizar batismos torna
a meta tangível: “Eles começam a ver a possibilidade de
receber a própria investidura. Muitos deles nem sequer
haviam pisado no terreno do templo antes; portanto, essas
caravanas de batismos de adultos dão aos membros essa
oportunidade”.
História
da família,
integração e
batismos pelos
mortos inspiram
membros adultos
a receberem sua
investidura do
templo.
Fotografia:cortesiadafamíliaTucker
21. A Liahona Outubro de 2009 19
Muitos membros reativados recentemente
na ala realizam batismos pelos mortos antes
de receber a própria investidura. “Nunca
foi uma questão de dignidade”, diz o bispo
Baczuk. “Era uma questão de preparação.
Alguns estavam dignos e preparados para
fazer batismos, mas não estavam mental e
espiritualmente preparados para receber os
convênios da investidura.” Para os homens,
também é um momento de preparação para
receber o Sacerdócio de Melquisedeque.
A história da família também promove
o trabalho do templo. Os membros da ala,
como Larry e Carolyn Isom, trabalham no
centro de história da família da ala para
conseguir centenas de nomes de famílias.
Esses três empenhos — o curso de prepa-
ração para o templo, a história da família e
a adoração no templo — funcionam juntos.
As pessoas que fazem a história da família
ficam entusiasmadas em fornecer nomes para
os que vão ao templo. Os membros que vão
ao templo ficam entusiasmados por fazer o
trabalho do templo para os próprios antepas-
sados e para os dos demais membros da ala.
E estar no templo motiva os membros a se
prepararem para lá voltar.
Nos últimos anos, 22 membros da Ala
Forks III fizeram o curso de preparação para
o templo, e 14 deles começaram a frequentar
regularmente o templo para realizar batismos
pelos mortos. E, depois de terminar o curso,
13 dos 14 receberam a própria investidura.
Alguns deles são solteiros ou viúvos, mas
outros, como Gary e Jennifer Tucker, foram
selados como família.
Integração
Gary filiou-se à Igreja em 1992, alguns
meses antes de ele e Jennifer terem-se
Felizes por estarem
no Templo de Billings
Montana no dia de
seu selamento: Gary,
Jennifer, Cody e
Garrett Tucker.FiimiT
23. A Liahona Outubro de 2009 21
noites; (4) orar em família todas as
manhãs e noites; (5) ir à Igreja todos
os domingos em família; (6) realizar
a reunião de noite familiar todas as
segundas-feiras e (7) ir ao templo
todos os meses.
Gary viu que essas coisas ajuda-
riam sua família a ser mais unida,
algo que ele muito desejava. Por isso,
a família Tucker começou a orar em
família, estudar as escrituras e fazer a
reunião familiar. Essas coisas ajuda-
ram a preparar Gary a fim de aceitar
o convite do bispo para que se pre-
parasse para entrar no templo.
Em janeiro de 2006, a família
Tucker estava participando de um
serão na casa do bispo. O bispo
Baczuk chamou Gary para o lado e
conversou com ele sobre o templo.
Naquele exato momento, Gary entre-
gou ao bispo sua lata de fumo para
que deixasse de ser uma tentação
para ele. Fez muitas perguntas ao bispo naquele dia e em
entrevistas posteriores. O bispo enfatizou a importância de
que Gary cumprisse os convênios que fizera no batismo
para ser digno da companhia do Espírito.
A família Tucker iniciou o curso de preparação para o
templo, e Jennifer começou a ir ao templo com sua ala
todos os meses para realizar batismos pelos mortos. Gary
estava se empenhando para tornar-se digno de entrar
no templo. Sua filha, Cody, que tinha 11 anos na época,
estava entusiasmada com a possibilidade que logo teria
de ir ao templo para realizar batismos. Quando ela fez 12
anos, Gary pôde ir ao templo com ela. Foi a primeira vez
que os dois entraram no templo.
Cody diz: “Foi maravilhoso. Havia muita paz ali. Meu
pai também foi, por isso foi muito mais importante”. Gary
diz que sentiu “uma paz e alegria incríveis pela primeira
vez na vida”.
No domingo seguinte, no curso de preparação para
o templo, Gary era uma pessoa diferente. “Uma luz se
acendeu”, diz a irmã Elna Scoffield, que fora professora
do curso por vários anos. Gary ficou depois da aula para
fazer perguntas. Ele havia sentido o
Espírito no templo e queria voltar ali
— não só para realizar batismos, mas
também para receber sua investidura
e selar sua família a ele.
No mês seguinte, a família Tucker
voltou ao templo com o bispo e
outros membros da ala.
Vencer Provações
Nas semanas que antecederam o
dia em que o irmão e a irmã Tucker
receberiam sua investidura e seriam
selados, eles sentiram a oposição
do adversário. Gary estava fazendo
progressos, mas ainda tinha dúvidas
sobre sua dignidade de entrar no
templo. Seu sonho de uma família
eterna estava próximo, mas parecia
fora de alcance. A família Tucker
sabia que teriam de orar juntos com
mais frequência, pedindo forças.
“Sempre recebemos essa força por
meio de uma paz tranquilizadora e uma confirmação de
que todas as coisas estavam nas mãos do Senhor”, diz a
irmã Tucker. “Até o momento em que entramos no templo,
Seu Espírito consolador estava com toda a nossa família.”
Depois que Gary e Jennifer receberam a investidura,
ajoelharam-se na sala de selamento com seus filhos, Cody
e Garrett, todos vestidos de branco. Quando Garrett, de
seis anos, viu sua mãe chorar, ergueu a mão para enxu-
gar as lágrimas que lhe corriam pelo rosto. Gary e Cody
também estavam chorando de alegria. Até o selador estava
emocionado.
A família Tucker diz que agora tem um relacionamento
mais forte e melhor comunicação em sua casa. Gary diz:
“Somos mais felizes. Minha mulher e eu somos mais uni-
dos, e nossos filhos percebem isso”. Gary sente que é um
exemplo melhor para seus familiares que não são mem-
bros da Igreja e espera que outras famílias da ala desejem
as mesmas bênçãos que o Senhor concedeu a sua família
por intermédio do templo. ◼
Nota
1. Ver Preparação para Entrar no Templo Sagrado (livreto, 2002), p. 1.
Seremos
Pessoas
Melhores
“Espero que todos comecem a ir regu-
larmente ao templo. Espero que seus
filhos com mais de 12 anos tenham
a oportunidade de ir ao templo fazer
batismos pelos mortos. Se formos um
povo que vai ao templo, seremos pes-
soas melhores, seremos pais e maridos
melhores, seremos mães e esposas
melhores. Sei que sua vida é atare-
fada. Sei que vocês têm muitas coisas
para fazer. Mas prometo que, se forem
à casa do Senhor, serão abençoados, e
sua vida será melhor para vocês.”
Presidente Gordon B. Hinckley (1910–
2008), “Excerpts from Recent Addresses
of President Gordon B. Hinckley”, Ensign,
julho de 1997, p. 73.
24. 22
Mi c h a e l G . M adsen
Desenvolvimento de Currículo
da Igreja
N
o escritório do Presi-
dente Thomas S.
Monson há um qua-
dro do Salvador, pintado por
Heinrich Hofmann. O profeta
diz que aquela pintura o faz
lembrar o que o Salvador
espera que ele faça. As gravu-
ras podem ter uma vigorosa
influência em nossa vida, assim
como acontece com aquele
quadro na vida do Presidente
Monson.
No intuito de prover gravu-
ras acessíveis aos membros da
Igreja para ser usadas em suas
aulas e no lar, a Igreja colocou
à disposição deles o Livro de
O Novo Livro de Gravuras
do Evangelho
Gravuras do Evangelho, com
137 pinturas e fotografias.
Essas gravuras podem com-
plementar aulas dadas em
qualquer lugar, seja no curso de
Doutrina do Evangelho ou no
tempo de compartilhar da Pri-
mária. Elas também podem ser
usadas nas reuniões familiares,
no estudo pessoal das escritu-
ras, no trabalho missionário e
nas visitas de mestres familiares
e professoras visitantes.
Cada ilustração do livro nos
convida a um momento de
ensino: a oportunidade de contar
uma história das escrituras e
ensinar um princípio. Para nos
ajudar, o Livro de Gravuras do
Evangelho inclui uma lista que
relaciona cada gravura a seu
relato nas escrituras. O estudo
dessas escrituras vai aprofundar
nossa compreensão dos aconte-
cimentos e princípios do evange-
lho ilustrados em cada gravura.
Seguem-se três maneiras
pelas quais o Livro de Gravuras
do Evangelho pode ser usado
para dar uma aula:
1Você pode convidar as pes-
soas a examinar as escrituras
relacionadas a uma determinada
Um livro acessível com encadernação em espiral
agora permite que os santos dos últimos dias
tenham à disposição 137 gravuras coloridas para
usar no ensino e aprendizado do evangelho.
gravura. Pode pedir que
leiam a escritura em voz
alta ou que a resumam
quando trocarem ideias
sobre a gravura.
2Você pode pedir às
pessoas que
descrevam o que
veem na gravura.
Que princípios do
evangelho a gravura ensina?
Como podemos aplicar esses
princípios a nossa vida?
3Depois de ensinar um
determinado princípio do
evangelho, convide as pessoas
a examinar o Livro de Gravu-
ras do Evangelho à procura
de gravuras que ilustrem esse
princípio. Pergunte como elas
se sentem quando olham para a
gravura depois de terem conver-
sado sobre seu significado.
Toda vez que estivermos
ensinando ou aprendendo o
evangelho, busquemos fervo-
rosamente inspiração (ver D&C
42:14–17). Fazendo isso, o Espí-
rito Santo fará com que outras
ideias nos venham à mente para
atender às necessidades das pes-
soas a quem estamos ensinando.
O novo Livro de Gravuras do
Evangelho é uma importante
ferramenta que pode ajudar-nos
no empenho de auxiliar-nos
mutuamente a achegar-nos a
Cristo e a receber as bênçãos da
vida eterna. ◼
Apartirdaesquerda:ImagemdeCristo,deHeinrichHofmann,cortesiadeC.Harrison
ConroyCo.;ilustraçãofotográficadeMatthewReier,Hyun-GyuLeeeChristinaSmith
25. Como Posso Ter Acesso
ao Livro de Gravuras
do Evangelho?
1. Você pode encontrar uma
versão on-line na Internet, no ende-
reço www.gospelart.lds.org.
2. Você pode comprar o Livro
de Gravuras do Evangelho (código
nº 06048 059) em seu centro de
distribuição.
3. Nos Estados Unidos e
Canadá, você pode encomendar
o livro pela Internet, no endereço
www.ldscatalog.com ou ligando
para 1-800-537-5971.
A Força dos Auxílios Visuais
“Os professores que desejarem aumentar a capacidade de
compreensão e aprendizagem dos alunos devem utilizar tam-
bém auxílios visuais. A maioria das pessoas aprende melhor
e lembra-se das aulas por mais tempo quando as ideias são
apresentadas com o uso de gravuras, mapas, cartazes ou outros
auxílios visuais, em vez da mera narração oral.”
Ensino, Não Há Maior Chamado,
1999, p. 182.AiiHiiHmiCHiCCiiwRiHGLCiiSmi
27. A Liahona Outubro de 2009 25
M e n sa g em das P r o fess o ras V i s i ta n tes
Nutrir a Nova Geração
Ensine estas escrituras
e citações ou, se neces-
sário, outro princípio
que abençoe as irmãs
que você visita. Preste testemunho da
doutrina. Peça à pessoa a quem você
ensina que compartilhe o que sentiu e
aprendeu.
D&C 123:11: “E é também uma
obrigação imperiosa que temos
para com toda a geração que está
surgindo”.
Qual É Minha Responsabilidade
quanto à Nova Geração?
Élder Neal A. Maxwell (1926–
2004), do Quórum dos Doze Após-
tolos: “Após ter sido reservada pelo
Senhor para esta época, [a nova
geração] precisa agora ser preservada
(…) e preparada para este momento
especial da história da humanidade!
Foram reservados para vir nesta
época, mas agora precisam ser incen-
tivados a cumprir a tarefa que lhes foi
determinada. (…)
Os jovens não diferem dos con-
versos em perspectiva. Estão num
momento crítico em que sua alma
começa a inclinar-se para o Senhor
ou para longe Dele. Esse momento
de decisão não pode ser criado,
mas quando acontece, não deve ser
desperdiçado. Frequentemente, esse
momento ocorre numa conversa
serena e reverente com os pais, os
avós, o bispo, um líder adulto ou
um amigo íntegro” (“Unto the Rising
Generation,” Ensign, abril de 1985,
pp. 8, 10).
Élder Ronald A. Rasband, da
Presidência dos Setenta: “Nossa nova
geração merece todo o nosso empe-
nho em apoiá-los e fortalecê-los em
sua jornada para a vida adulta. (…)
Em todas as medidas que tomarmos,
em todos os lugares que formos, com
todos os jovens santos dos últimos
dias que conhecemos, precisamos
aumentar nossa percepção da neces-
sidade de fortalecê-los, de nutri-los
e de ser uma influência positiva na
vida de cada um deles” (“Nossa Nova
Geração”, A Liahona, maio de 2006,
p. 47).
Como Podemos Nutrir a Nova
Geração?
Presidente Gordon B. Hinckley
(1910–2008): “Nunca esqueçam que
esses pequeninos são filhos e filhas
de Deus e que vocês têm a responsa-
bilidade de cuidar deles; que Ele foi
Pai antes de vocês e não abdicou de
Seus direitos e interesses paternos em
relação a Seus amados pequeninos.
(…) Criem seus filhos com amor,
na doutrina e na admoestação do
Senhor. Cuidem de seus pequeninos.
Recebem-nos de braços abertos em
seu lar, instruam-nos e amem-nos
de todo o coração. Eles podem vir a
fazer, nos anos vindouros, algumas
coisas contrárias ao que vocês espe-
ram deles, mas sejam pacientes. Não
terão falhado, desde que se tenham
esforçado” (“Palavras do Profeta
Vivo”, A Liahona, maio de 1998,
pp. 26–27).
Julie B. Beck, presidente geral da
Sociedade de Socorro: “Nutrir signi-
fica cultivar, cuidar e fazer crescer.
(…) A nutrição exige organização,
paciência, amor e trabalho. Ajudar
no crescimento por meio da nutrição
é um papel realmente poderoso e
importante concedido às mulheres”
(“Mães Que Sabem”, A Liahona,
novembro de 2007, pp. 76–77).
Barbara Thompson, segunda
conselheira na presidência geral da
Sociedade de Socorro: “Como irmãs,
na Sociedade de Socorro, podemos
ajudar-nos mutuamente a fortalecer
as famílias. Temos a oportunidade
de servir em muitos cargos. Estamos
sempre em contato com crianças
e jovens que podem estar carentes
justamente daquilo que temos a ofe-
recer. Vocês, irmãs mais experientes,
têm experiência e bons conselhos
para dar às mães mais novas. Às
vezes, uma líder das Moças ou pro-
fessora da Primária diz ou faz exa-
tamente o que era necessário para
reforçar o que o pai ou a mãe está
tentando ensinar. E, evidentemente,
não precisamos de nenhum chamado
específico para estender a mão para
uma amiga ou vizinha” (“Eu Te Forta-
leço, e Te Ajudo”, A Liahona, novem-
bro de 2007, p. 117). ◼
Ilustraçãofotográficaefundo:CraigDimond
28. 26
O
ministério exemplar do
Presidente Thomas S. Monson
é bem conhecido entre os
membros de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias. Por mais
de seis décadas ele estendeu a mão
para os necessitados, dando consolo
e paz a inúmeras pessoas e minis-
trando pessoalmente aos enfermos e
aflitos. 1
“Atualmente existem corações que
anseiam por ser alegrados, há boas
obras a serem feitas e até mesmo
preciosas almas que precisam ser sal-
vas. Os enfermos, aflitos, famintos, os
que sentem frio, os feridos, solitários,
idosos ou viajores cansados, todos
suplicam que os ajudemos” 2
Em seu ministério pessoal, o Pre-
sidente Monson mostrou a diferença
entre administrar e ministrar. Os
membros da Igreja administram
programas e ordenanças, mas minis-
tram às pessoas, dando-lhes amor e
auxílio. Ao estender a mão para as
pessoas, o Presidente Monson imi-
tou o Salvador, que “não veio para
ser servido, mas para servir” (Marcos
10:45).
As Bênçãos
de MinistrarGTOs membros da Igreja abençoam vidas e
fortalecem testemunhos quando seguem o
exemplo do Salvador e ministram às pessoas.
29. A Liahona Outubro de 2009 27
Como ilustram os quatro rela-
tos abaixo, os santos dos últimos
dias que “[vão] e [fazem] da mesma
maneira” (Lucas 10:37) abençoam
outras pessoas, a Igreja e eles
próprios.
Serviço ao Próximo e Panquecas
Minha recuperação após uma
pequena cirurgia não foi tão fácil
quanto me fizeram acreditar. Mas
como presidente da Sociedade de
Socorro da ala, senti que devia
ajudar outras pessoas, e não pedir a
ajuda delas. Numa manhã de segun-
da-feira, três dias após minha cirur-
gia, eu tinha de aprontar sete filhos
para irem à escola. Fiquei me per-
guntando se teria de pedir a minha
filha mais velha que ficasse em casa
para ajudar-me com o bebê.
Quando esses pensamentos me
passavam pela cabeça, a campai-
nha tocou. Vickie Woodard, minha
primeira conselheira e grande amiga,
tinha vindo me ajudar. Disse que
tinha vindo fazer panquecas. Trazia
uma tigela de massa de panqueca e
perguntou onde estava a frigideira. As
crianças ficaram muito felizes.
Depois do desjejum, Vickie apron-
tou as crianças para irem à escola, fez
a faxina e levou o bebê para a casa
dela até a hora de ele tirar um cochilo,
à tarde. Depois, quando perguntei
quem estava cuidando dos filhos dela,
ela disse que seu marido tinha tirado
umas horas de licença do trabalho
para que ela pudesse me ajudar.
O serviço prestado por Vickie e
o marido naquele dia ajudou-me a
recuperar as forças e contribuiu para
minha rápida convalescência.
Beverly Ashcroft, Arizona, EUA
Ilustrações:GreggThorkelson
A Um Destes Meus Pequeninos
Certo dia, quando estava em
casa sozinha com meu filho caçula,
escorreguei na escada e caí. Fiquei
sentindo dores abdominais por vários
dias e, por isso, procurei um médico.
Eu estava grávida na época, e
os exames indicaram que eu havia
sofrido um descolamento de placenta.
Essa complicação na gravidez exige
repouso absoluto, caso contrário eu
poderia perder o bebê.
Fiquei preocupada porque tinha
três filhos pequenos e não podia con-
tratar uma pessoa para ajudar-me. As
irmãs de meu ramo, porém, souberam
do meu estado e, sem que lhes fosse
pedido, foram me ajudar. Organiza-
ram-se em três grupos que me ajuda-
vam pela manhã, à tarde e à noite.
Vinham a minha casa para lavar,
passar, cozinhar, limpar e ajudar
30. meus filhos com as lições de casa. Uma irmã chamada Rute,
que havia sido batizada na Igreja enquanto eu estava de
cama, tornou-se assídua em minha casa. Como Rute era
enfermeira, ela me ajudava à noite e aplicava as injeções
necessárias.
Não precisei pedir nada. As irmãs previam minhas neces-
sidades e cuidavam de tudo. Quando havia mais pessoas
para ajudar do que era preciso, uma irmã se sentava a meu
lado e ficava conversando comigo. Fizeram isso por três
meses.
Aquelas irmãs me deram forças, amor e dedicação.
Doaram seu tempo e talentos. Fizeram sacrifícios para estar
ali. Nunca pediram nada em troca. Elas amaram e serviram,
seguindo o exemplo do Senhor, que ensinou: “Em verdade
vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeni-
nos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25:40).
Enilze do Rocio Ferreira da Silva, Paraná, Brasil
Apenas Traga as Roupas
Quando meu marido, Brandon, estava em Orlando,
Flórida, a negócios, acordou certa noite com febre alta e
dificuldade para respirar. Chamou uma ambulância para
levá-lo ao hospital, onde ficou sabendo que estava com
uma grave pneumonia.
Como tínhamos filhos pequenos, eu não podia viajar
imediatamente de nossa casa, na Pensilvânia, para a Flórida.
Ligava para Brandon todos os dias, esperando que melho-
rasse e pudesse voltar para casa.
Mas o estado dele foi ficando pior. Quando uma enfer-
meira do hospital me ligou pedindo que eu fosse para lá o
mais rápido possível, comecei a pensar em quem poderia
cuidar de nossos filhos.
Minha mãe concordou em tirar licença do trabalho e
disse que viria assim que pudesse, mas meu voo partiria
antes que ela conseguisse chegar. Liguei para algumas ami-
gas para ver se poderiam cuidar de meus filhos até minha
mãe chegar. Uma amiga da Sociedade de Socorro, Jackie
Olds, disse que ficaria feliz em cuidar deles.
“Apenas traga as roupas deles e as fraldas”, disse ela, “e
vou cuidar deles durante todo o tempo em que você estiver
fora de casa”.
Comecei a dizer para aquela irmã que não seria preciso,
pois ela tinha seus próprios filhos e uma vida atarefada, mas
ela insistiu. Quando deixei meus filhos na casa dela, mais
31. A Liahona Outubro de 2009 29
sacerdotes ativos e menos ativos de
seu quórum.
“Vamos ao hospital ver o irmão
Anderson. Precisamos de todos. Você
vai?” repetia ele, a cada ligação.
“Não sei se vou poder”, disse um
sacerdote. “Acho que vou ter de
trabalhar.”
“Vamos então esperar até você sair
do trabalho”, respondeu Ryan. “Isso é
algo que precisamos fazer juntos.”
“Está bem”, respondeu o membro
do quórum. “Vou ver se consigo tro-
car de turno com outra pessoa.”
Todos os 11 sacerdotes foram
ao hospital. Tanto os menos ativos
quanto os que nunca faltavam a
uma reunião de domingo estavam
ali. Riram, choraram e oraram juntos
e fizeram planos para o futuro. Nos
meses que se seguiram, revezaram-se
na tarefa de massagear os pés do
irmão Anderson, quando sua circula-
ção ficou prejudicada, e nas longas
sessões de doação de plaquetas
sanguíneas, para que ele só rece-
besse sangue deles. Chegaram até
a viajar 32 km, na noite do baile da
escola, com as respectivas namoradas
(inclusive duas jovens que não eram
membros da Igreja), até o leito de
hospital dele para compartilharem
suas experiências da escola.
Em seus últimos dias, o irmão
Anderson pediu a eles que servis-
sem em uma missão, casassem no
templo e mantivessem contato uns
com os outros. Muitos anos depois,
após terem retornado da missão, de
terem-se casado no templo e for-
mado sua própria família, eles ainda
se recordam daquelas experiências
espirituais decisivas de serviço em
conjunto para seu amado líder. ◼
Norman Hill, Texas, EUA
Notas
1. Ver Quentin L. Cook, “Dar Ouvidos às
Palavras do Profeta”, A Liahona, maio de
2008, pp. 49–50.
2. Thomas S. Monson, “O Vosso Caminho de
Jericó”, A Liahona, setembro de 1989,
p. 6.
tarde, ela me consolou, dizendo:
“Não se preocupe com eles. Preo-
cupe-se em fazer com que Brandon
melhore e volte para casa. Já cuidei
de crianças pequenas”.
Eu sabia que meus filhos estariam
seguros e felizes e seriam bem cui-
dados, e realmente foram. Pude ficar
ao lado de meu marido, que estava
gravemente enfermo quando cheguei
ao hospital. Mas poucos dias depois,
estava suficientemente bem para
voltar para casa.
Sinto-me grata por uma boa amiga
que se dispôs a fazer muito mais
do que eu teria lhe pedido e que
nos ajudou naquele momento de
necessidade.
Kelly Parks, Pensilvânia, EUA
Prestar Serviço Junto ao Leito
O irmão Anderson, dinâmico pre-
sidente dos Rapazes de nossa ala, aos
35 anos, era o tipo de líder dos jovens
que todos admiravam: ex-missioná-
rio, pai de cinco filhos, empresário e
homem de espírito jovem. Mas ele
estava com leucemia. Depois de
ser informado pelo bispo, o
irmão Ryan Hill, primeiro
assistente do quórum de
sacerdotes, entrou em ação,
convocando todos os
32. 30
É LDER D A NIEL L. JO HNSO N
Dos Setenta
U
ma das práticas características de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é a
de termos pastores leigos. Não temos clero
remunerado nas alas, ramos, estacas e distritos da
Igreja, mas são os próprios membros que ministram
uns aos outros.
Todo membro de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias tem o chamado de ser um
pastor em Israel. Os membros servem como pasto-
res em bispados e presidências de
ramo, como líderes do sacerdócio
e auxiliares, como secretários e
todo tipo de professores, inclusive
mestres familiares e professoras
visitantes, e em inúmeros outros
cargos.
Os pastores leigos têm várias coisas
em comum. Cada um deles tem ovelhas
para nutrir, incentivar e servir. Cada um
deles foi chamado pelo Senhor por meio de
Seus servos autorizados. Cada um deles é res-
ponsável perante o Senhor por sua mordomia
como pastor.
Buscar a Ovelha Perdida
Em 1980, aos 19 anos, Joseph Serge Merilus partiu
do Haiti, onde nasceu, e mudou-se para a República
Dominicana à procura de trabalho. Dezoito meses
depois, retornou ao Haiti, apaixonou-se por Marie
Reymonde Esterlin e voltou para a República Domini-
cana recém-casado com ela.
Eu?Um Pastor
em Israel?
33. A LIAHONA OUTUBRO DE 2009 31
Ao começarem a vida de casados em
seu novo país, Joseph e a esposa ansiavam
por coisas espirituais. Ele e Marie visita-
ram várias igrejas, procurando satisfazer
esse anseio, mas sendo falantes de crioulo
haitiano num país de língua espanhola,
tiveram dificuldade para compreender as
pessoas e ser compreendidos por elas.
Acabaram conhecendo dois missionários
santos dos últimos dias que os convida-
ram para a Igreja. Depois de Joseph e
Marie terem assistido a várias reuniões, os
missionários pacientemente lhes ensina-
ram as palestras em espanhol, e eles foram
batizados em setembro de 1997.
Joseph foi chamado para servir na
presidência da Escola Dominical, depois
como conselheiro na presidência do ramo
e mais tarde como presidente do ramo. Mas
devido a uma série de mal-entendidos e
Fui testemunha e
participei de milha-
res de visitas como
pastor do rebanho.
Presto testemunho da
maravilhosa mani-
festação do Espírito
que as acompanha.
mágoas, em grande parte devido a proble-
mas de comunicação, Joseph, Marie e seus
cinco filhos deixaram de ser ativos, e os
membros locais da Igreja praticamente os
esqueceram.
Nos sete anos seguintes, o casal teve mais
filhos e acolheu em sua casa um sobri-
nho e uma sobrinha vindos do Haiti. Com
muito esforço, Joseph se tornou fluente em
espanhol e inglês e começou a dar aulas de
inglês e crioulo haitiano em uma empresa
local.
Em agosto de 2007, dois líderes do
sacerdócio, como parte do processo de
buscar as ovelhas perdidas do Senhor,
bateram à porta da casa da família. Desco-
briram que Joseph e Marie ainda tinham
um testemunho do evangelho, embora não
tivessem frequentado as reuniões por sete
anos. Os líderes convidaram a família a
voltar à Igreja, e eles fizeram isso já no dia
seguinte: todos os 13 membros da família.
A partir daquela época, tornaram-se ativos
na Igreja.
Hoje, Joseph é líder da missão do ramo
em Barahona, que fica ao sul da República
Dominicana. Seus dois filhos mais velhos
também servem na liderança do ramo, e seu
sobrinho, recém-ordenado élder, é o presi-
dente dos Rapazes. Recentemente, a família
viajou até o templo, onde foram selados
para a eternidade.
Pensem nisso, 13 ovelhas perdidas foram
encontradas porque dois membros pasto-
res estavam dispostos a procurar, nutrir e
levar aquela família de volta ao rebanho do
Senhor. Eles foram conduzidos a esse lar
assim como todos nós seremos conduzidos,
se buscarmos as ovelhas perdidas que são
de nossa responsabilidade.
Fui testemunha e participei de milhares
DETALHEDEESTRADAPARABELÉM,DEJOSEPHBRICKEY;ÀDIREITA:DETALHEDECAIMEABEL,DEROBERTT.BARRETT
34. 32
de visitas como pastor. Testifico-lhes que
o Espírito Se manifesta maravilhosamente
nessas visitas. Vi muitas ovelhas perdidas
retornarem e senti a alegria que acompa-
nha sua volta ao redil. Vi corações serem
tocados, bênçãos serem proferidas, lágrimas
serem derramadas, testemunhos serem pres-
tados, orações serem feitas e atendidas e
amor ser expresso. Testemunhei vidas serem
transformadas.
Alimentar o Rebanho
Entre 592 e 570 a.C., Deus falou a
Seu profeta Ezequiel a respeito dos
pastores negligentes. Devido à negli-
gência deles, o rebanho havia sido
disperso. A respeito desses pastores,
o Senhor disse:
“Filho do homem, profetiza
contra os pastores de Israel; profe-
tiza, e dize aos pastores: Assim diz
o Senhor Deus: (…) Não devem os
pastores apascentar as ovelhas? (…)
As fracas não fortalecestes, e a
doente não curastes, e a quebrada
não ligastes, e a desgarrada não
tornastes a trazer, e a perdida não
buscastes; (…).
(…) As minhas ovelhas andaram
espalhadas por toda a face da terra,
sem haver quem perguntasse por
elas, nem quem as buscasse.
Assim diz o Senhor Deus: (…) das
suas mãos demandarei as minhas
ovelhas” (Ezequiel 34:2, 4, 6, 10).
Em muitos aspectos, tornamo-nos
uma Igreja centralizada na capela.
Fazemos muitas coisas para prover
alimento espiritual e emocional aos
que são constantes, mas e quanto
aos que deixaram de frequentar a
capela?
Se recebo um chamado de servir na
Igreja, tenho ovelhas a quem tenho a
obrigação divina de ministrar e servir. Por
exemplo: como professor, sou pastor não
apenas dos que assistem a minhas aulas,
mas também daqueles que não as frequen-
tam. Tenho a responsabilidade de encontrá-
las, conhecê-las melhor, fazer amizade com
elas, ministrar suas necessidades e levá-las
de volta ao redil.
NÃOESTÁMAISPERDIDA,DEGREGK.OLSEN,REPRODUÇÃOPROIBIDA;ILUSTRAÇÃOFOTOGRÁFICA:LAURENIFOCHETTO
35. A LIAHONA OUTUBRO DE 2009 33
Como Levá-las de Volta
Como membros pastores, bem faríamos em lembrar e
ponderar os ensinamentos contidos em Lucas 15. Nesse
capítulo, o Senhor ensinou a parábola da ovelha perdida,
da dracma perdida e do filho pródigo. Todas as três se
referem ao “que estava perdido” e foi achado de novo.
Na parábola da ovelha perdida, o Senhor pergunta:
“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e
perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa
e nove, e não vai após a perdida até que venha a
achá-la?
E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso;
E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos,
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a
minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa
e nove justos que não necessitam de arrependimento”
(Lucas 15:4–7).
Na parábola, somente uma ovelha se desviou do
caminho e se perdeu, mas raramente é assim em nossas
alas e ramos. A aplicação da parábola é a mesma, seja
qual for o número de ovelhas que se desgarraram do
rebanho.
A parábola não diz quanto tempo levou o processo de
resgate. Em nosso trabalho de pastor, algumas ovelhas
vão retornar com uma única visita, ao passo que outras
vão precisar de anos de contato e gentil incentivo.
Nesse processo de resgate de nossos irmãos e
irmãs, não esqueçamos que “o Pastor [ama] as ove-
lhas” que “[trazemos de volta] ao redil”. 1
Ele conhece
cada uma individualmente. Ama cada uma delas com
perfeito amor. Como elas são Suas, Ele vai guiar-nos,
orientar-nos e inspirar-nos em relação ao que dizer,
se pedirmos e ouvirmos a voz do Espírito. Por meio
do poder do Espírito Santo, muitas atenderão ao
chamado quando lhes estendermos a mão sincera e
humildemente.
Lembremos nossas responsabilidades como pastores,
a fim de que possamos prestar contas ao Senhor da
nossa mordomia para com as ovelhas que Ele nos encar-
regou de cuidar. ◼
NOTA
1. “Ama o Pastor Seu Rebanho”, Hinos, nº 140.
ZELAR PELAS OVELHAS
“Somos pastores que cuidam de Israel.
As ovelhas famintas erguem a cabeça,
prontas para serem nutridas com o pão
da vida. (…) Nossa tarefa é estender a
mão para ajudar todos aqueles que,
por qualquer motivo, estejam precisando
de nosso auxílio.”
Presidente Thomas S. Monson, “Sejamos Leais às Nossas Respon-
sabilidades no Sacerdócio”, A Liahona, novembro de 2006,
pp. 57–58.
36. 34
Perguntas e Respostas
“Sou o mais novo da família. Todos são
muitos anos mais velhos do que eu. Sempre
me sinto excluído das atividades e conversas
dos meus irmãos. O que posso fazer para
melhorar nosso relacionamento?”
E
sse desafio pode ser uma oportunidade para
que você faça com que seus irmãos e irmãs
saibam que você quer se sentir mais envolvido
na vida deles. Pode ser que eles não percebam que
você se sente excluído. Você também pode conver-
sar com seus pais a esse respeito. Eles terão boas
ideias para você.
Sugira a seus irmãos algumas atividades que você
possa realizar com eles e pense em assuntos sobre
os quais gostaria de conversar com eles. Tenha
em mente a programação e os interesses deles ao
planejar maneiras de passarem um tempo juntos.
Ouvi-los e mostrar interesse pelas atividades deles
são coisas que não apenas melhoram seu rela-
cionamento com eles, como também o ajudam a
aprender. Eles estão passando por experiências
pelas quais você vai passar daqui a alguns anos.
Lembre-se de como a família é importante no
plano do Pai Celestial. Se você orar pedindo a
ajuda Dele, o Pai Celestial pode inspirá-lo com
ideias para melhorar seu relacionamento com
seus irmãos. Tenha coragem de colocar em prá-
tica a inspiração que receber.
Converse com Eles
Em minha família, eu também sou a mais
nova, com uma diferença de muitos anos,
mas descobri que meus irmãos querem
conhecer-me tanto quanto eu quero
conhecê-los. Seus irmãos provavelmente
vão ficar muito entusiasmados se você os
chamar simplesmente para conversar ou se os convidar
para almoçar fora algum dia. Conte-lhes o que está
acontecendo em sua vida. Vai significar muito para eles
saber que você se sente suficientemente à vontade para
compartilhar com eles seus sentimentos e pensamentos.
Converse com eles também sobre assuntos espirituais. Isso
vai ajudá-lo a aproximar-se não apenas deles, mas também
de seu Pai Celestial.
Kelsey H., 16 anos, Alberta, Canadá
Seja um Bom Exemplo
Também vivi essa situação difícil. Acho que o
melhor que podemos fazer é ser um exemplo
para nossos irmãos e irmãs mais velhos. Desse
modo, teremos muito amor e paz entre nós.
Devemos dizer-lhes o quanto nós os amamos e
tentar ser unidos como família. Cedo ou tarde,
eles se darão conta do quanto os amamos. Sei que essas coisas
funcionam passo a passo.
Ádám B., 16 anos, Gyor-Moson-Sopron, Hungria
As respostas são auxílios e pontos de vista, não pronunciamentos de
doutrina da Igreja.
37. A Liahona Outubro de 2009 35
Passem um Tempo Juntos
Às vezes é difícil passar um tempo
com os irmãos e irmãs mais velhos
por causa da escola e de outras
atividades diárias. Mas quando puder,
simplesmente vá conversar com eles,
conte-lhes como foi o seu dia e pro-
cure saber como eles estão. Se tiver
problemas com alguma coisa, você
pode pedir a opinião deles, para que
saibam que você valoriza as ideias
deles. Trate-os da maneira como quer
que eles tratem você. Convide-os
para jogar ou para passar um tempo
juntos — isso ajuda muito. Também
deve dizer-lhes o quanto você os
ama. Mas o mais importante é orar.
O Pai Celestial sempre vai ajudá-lo.
Katherine M., 14 anos, Idaho, EUA
Trate-os com Bondade
Como caçula da família,
às vezes me sinto
deixado de lado nas
atividades e conversas
de meus irmãos, e isso
me deixa triste. Mas
quando penso em Jesus Cristo,
dou-me conta de que, por comparti-
lharmos valores comuns com minha
família, podemos fortalecer e incenti-
var uns aos outros. Trate todos com
bondade e dignidade. Mostre inte-
resse por eles e faça com que saibam
que você se importa com eles.
Joseph M., 16 anos, Leyte, Filipinas
Desfrute Todos os Momentos Que
Passarem Juntos
Às vezes, sinto-me
esquecido porque
minhas irmãs têm suas
próprias atividades e
meus pais também.
Com o passar do
tempo, compreendi que todos eles
me amam e que não é que eles não
queiram passar um tempo comigo,
mas sim que há um tempo para todas
as coisas. É importante desfrutar
todos os momentos que você puder
estar com eles, rindo, sendo gentil,
sendo amoroso e acima de tudo
expressando-lhes seu amor. É
importante que você ore e peça a
ajuda do Pai para sentir-se mais
próximo de seus irmãos e irmãs. Ele
vai ouvir sua oração e ajudá-lo.
Roberto S., 18 anos, Santiago, Chile
Reserve um Tempo para Conversar
Sou a caçula de sete
filhos. Quando eu era
mais jovem, sentia-me
excluída, mas também
me dei conta de que
eles me amavam, mais
até do que eu imaginava. Talvez você
não consiga se relacionar bem com
eles agora, mas os melhores momen-
tos que tive com meus irmãos foram
durante nossas conversas. Dei-me
conta de que eles confiavam muito
em mim, e ainda confiam. Para
conversar com eles, eu procurava
ajudá-los em suas tarefas, era gentil
com eles, evitava ficar com raiva deles
e sempre os ajudava em algo, para
que também me ajudassem. Isso fazia
com que me sentisse amada e aceita.
Maria H., 19 anos, Cidade do México,
México
P r ó x i ma P e r g u n ta
“O que significa ‘ser testemunha
de Deus em todos os momentos’?”
(Mosias 18:9.)
Envie sua resposta até 15 de
novembro de 2009 para:
Liahona, Questions & Answers,
11/09
50 E. North Temple St., Rm. 2420
Salt Lake City, UT 84150-0024, USA
Ou envie um e-mail para: liahona@
ldschurch.org
As respostas podem ser editadas por
motivo de espaço ou clareza.
Inclua os seguintes dados e a per-
missão a seguir em sua carta ou seu
e-mail:
NOME COMPLETO
DATA DE NASCIMENTO
ALA (ou ramo)
ESTACA (ou distrito)
Dou permissão para a publicação da
resposta e da fotografia:
ASSINATURA
ASSINATURA DOS PAIS (para menores de 18 anos)
Procure Amá-los Mais
“É bem provável que alguns de vocês nem sempre consigam
se dar bem com seus irmãos e irmãs. Lembrem-se de que até
quando vocês brigam e discutem, eles são muito importantes
para vocês. Um dia, espero, eles vão-se tornar seus melhores
amigos.
Devemos tratar nossos familiares com amor, não apenas
por causa do mandamento de amarmos uns aos outros,
mas porque assim podemos ser felizes. Se tiver problemas com alguém, a melhor
maneira de resolvê-los não é tentar fazer com que a outra pessoa mude, mas pro-
curar amá-la mais.”
Élder Cecil O. Samuelson Jr., dos Setenta, “De um Amigo para Outro”, Friend, junho de
1996, p. 6.
38. 36
Élder Er r o l S. P hippen
Serviu como Setenta de Área de 2004 a 2009
Q
uando eu era criança, lembro que
minha mãe lia para mim a história
do “Patinho Feio”, de Hans Christian
Andersen. Talvez porque eu fosse tímido e
me sentisse deslocado, a lembrança e a
moral daquela história ficaram gravadas
para sempre em minha mente.
Patinho Feio
ou Cisne Majestoso?
Depende de Você!
esconder. Toda vez que encontrava alguém,
a experiência era negativa e desanima-
dora. Muitas vezes, ele pensava: “Todos me
odeiam porque sou feio”.
Então, um milagre aconteceu em sua
vida. Ele encontrou outros que eram exata-
mente iguais a ele, tanto na aparência quanto
Na versão que
lembro, a mamãe
pata esperava pacien-
temente seus ovos
chocarem para nasce-
rem vários patinhos.
Pouco depois, vários
patinhos amarelos e
fofinhos saíram dos ovos,
para deleite da mãe pata.
No entanto, havia um ovo
ligeiramente maior que
não se abriu. A mãe e os
patinhos esperaram aten-
tamente. Quando o ovo
finalmente se rompeu, os
patinhos perceberam que
aquele novo membro da
família era um pouco dife-
rente. Reuniram-se em volta
dele e disseram para o pai
e a mãe: “Ele não se parece
conosco. É muito feio”. Dei-
xaram-no sozinho no ninho e
nadaram para longe. O patinho
feio fugiu do ninho e tentou se
V
ocê é um filho
ou uma filha
muito espe-
cial de Deus. Decida
viver à altura do
potencial divino que
há dentro de você.HiiiGmiGmFGm
Desanimado
Consigo Mesmo?
Pense nisto: Você é um filho de Deus.
Com a ajuda Dele, você pode atingir seu
grande potencial (ver Romanos 8:16–17).
40. 38
não me mexi nem disse nada. Eu era muito
tímido e fiquei com vergonha. Não tinha sufi-
ciente confiança em mim mesmo para levan-
tar-me e dizer a todos que eu tinha o bilhete
premiado. O número vencedor foi anunciado
mais duas vezes, e a cada vez eu abaixava
o meu bilhete para que ninguém o visse.
Por fim, o apresentador leu outro número.
Um de meus amigos, que fora comigo ao
cinema, tinha o novo número. Ele deu um
pulo, gritou e correu até o palco para pegar
sua bicicleta. Aquela bicicleta poderia ter sido
minha!
Quando estávamos voltando a pé para
casa, naquele sábado, pensei na história do
patinho feio. Eu me sentia muito parecido
com aquele pequeno cisne. Tive vontade
de correr para o bosque para me esconder,
achando que ninguém gostava de mim. Não
percebia quem eu era e no que me tornaria.
Quando cheguei em casa, senti que algo
tinha de mudar. Lembro-me de ter pensado:
“Está na hora de eu crescer. Isso nunca mais
vai acontecer comigo de novo”.
Comecei a descobrir que havia outros ao
meu redor que me amavam e se importavam
comigo. O bispado de minha ala mostrou
interesse por mim, bem como meu presi-
dente de estaca, que morava perto de casa,
na mesma rua. Eles me ensinaram o evange-
lho. Prestaram-me testemunho da realidade
do Salvador e de Sua preciosa Expiação e do
que ela podia fazer por mim. Ensinaram-me
muitas vezes a história de Joseph Smith e sua
D
escobri que
eu tinha
o bilhete
premiado. Mas não
me mexi nem disse
nada. Eu era muito
tímido e estava com
vergonha.
41. A Liahona Outubro de 2009 39
visão no Bosque Sagrado. A partir daquela experiência,
desenvolvi o maravilhoso hábito de ler Joseph Smith—
História todas as semanas. Ao fazer isso, eu sabia que teria
forças para vencer qualquer coisa que viesse a enfrentar
durante a semana.
Naquela época de minha vida, quando eu precisava
desesperadamente de alguém, o Pai Celestial me aben-
çoou. Ele sabia quem eu era e enviou Seus servos para
ajudar-me a descobrir isso por mim mesmo. Eles me
envolveram em seus braços e me mostraram com suas
ações que eu não era um patinho feio e que, se fosse
digno e guardasse os mandamentos de Deus, eu me torna-
ria “o rei do lago”. A bênção e a compreensão da Expiação
começaram a dar-me mais forças e confiança.
Quando fiz 16 anos, aqueles bons homens me incenti-
varam a receber uma bênção patriarcal. Depois de receber
minha recomendação, peguei minha velha bicicleta e
pedalei vários quilômetros até a casa do patriarca. Ele me
explicou novamente o que era uma bênção patriarcal e
como ela abençoaria minha vida. Impôs as mãos sobre
minha cabeça. Depois daquela experiência, minha vida
nunca mais foi a mesma.
Aceitei um chamado para servir como missionário
na Escócia e tive uma experiência maravilhosa. Poucas
semanas depois de voltar para casa, conheci minha futura
esposa numa reunião da Igreja. Namoramos e eu a pedi
em casamento. Casamo-nos no Templo de Salt Lake.
Uma frase da minha bênção patriarcal dizia que eu
teria o privilégio de viver na mortalidade com um anjo. Na
época em que o patriarca me deu a bênção, eu não sabia
quem seria esse anjo, muito menos o significado dessa
frase. Quando saí do templo no dia em que minha mulher
e eu fomos selados, eu soube o que isso significava. Ela
tem sido a luz da minha vida. Graças a ela, tive o privilé-
gio de viver num ambiente cheio de luz. Ela proporcio-
nou alegria e felicidade para nossos 8 filhos, 25 netos e 2
bisnetos. Meus filhos chamam-na bem-aventurada. Dou
graças a Deus pelas bênçãos do evangelho e as bênçãos
eternas dos convênios e ordenanças do templo sagrado.
Satanás quer que acreditemos que somos patinhos
feios, sem chance alguma de nos tornarmos semelhantes
ao Pai Celestial e Seu Filho santo. Presto testemunho de
que Deus ama cada um de nós de modo muito especial.
Como o Élder Neal A. Maxwell
(1926–2004), do Quórum dos
Doze Apóstolos, disse muitas
vezes: “A influência pessoal e
modeladora de Deus é sentida
nos detalhes de nossa vida”. 1
Somos filhos Dele. Aprendi que
podemos erguer-nos acima de
nosso ambiente atual e tornar-nos “reis e rainhas do lago”
se seguirmos os mandamentos do evangelho.
Sei também outra coisa. Sei quem você é e de onde
você veio. As revelações nos lembram de nossa fidelidade
na vida pré-mortal (ver Apocalipse 12:7–11; D&C 138:56;
Abraão 3:22–23). Se vincularmos nosso testemunho a essa
grande verdade, todos os dias serão uma bênção maravi-
lhosa para cada um de nós.
Permaneça ao lado do Senhor. Se Ele foi capaz de cui-
dar de um menino envergonhado e tímido como eu era,
Ele vai cuidar de você hoje e no futuro. Você é um filho
muito especial de Deus. Decida viver à altura do potencial
divino que há dentro de você. ◼
Nota
1. Neal A. Maxwell, “Becoming a Disciple”, Ensign, junho de 1996, p. 17.
A
bênção e a
compreensão
da Expia-
ção começaram a
dar-me mais forças e
confiança.
DetalhedeCristonoGetsêmani,deHeinrichHofmann,cortesiadeC.HarrisonConroyCo.
42. 40
Começar
com uma
Oração
Você procura respostas? Estes adolescentes
de Ottawa, Canadá, dizem que devemos
começar com uma oração.
Acima: Bridgitte Leger, Jenni Holt, Dawson Lybbert,
Dayna Conway, Rebekah Wagoner e Alexander Richer-
Brule, bem como outros jovens da Estaca Ottawa Ontá-
rio (à esquerda), sabem que, para receberem a ajuda
do Pai Celestial, basta uma oração.FiTm
43. A Liahona Outubro de 2009 41
J an e t Th om as
Revistas da Igreja
Q
uando Jenni, de 15 anos, fala de res-
postas a orações, começa com um
pedido de desculpas. Ela lamenta ter
de admitir que não orou regularmente por
quase um ano. As coisas não iam bem em
sua vida, na escola, com as amigas e nem na
Igreja.
Certa noite, explica Jenni, ela quis assistir
a um filme. Agachou-se para escolher um
dos filmes que estavam na prateleira mais
baixa da estante, quando deparou com uma
foto do tio, que havia morrido tragicamente
pouco tempo antes. De repente, o peso de
todas as coisas que a preocupavam deixou-a
com vontade de chorar. “Soube naquele
instante que precisava orar”, diz Jenni. Ajoe-
lhou-se onde estava e orou.
Jenni conta como recebeu sua resposta:
“Assim que fiz isso, tive a resposta para
minhas dúvidas. Senti que tudo estava bem
de novo. Tudo ia dar certo. Tudo estava bem
com meu tio. Dei-me conta de que gostava
muito da escola e de meus amigos. Assim
que terminei de orar, soube que tinha de ir
para a Igreja porque era o lugar certo para
mim. Isso me tocou muito forte e tive uma
sensação de consolo e calor. Sei que meu
Pai Celestial me ama e que vai me ajudar a
enfrentar todas as coisas”.
Jenni queria proferir aquela oração, mas,
por algum motivo, não conseguia fazê-lo.
Agora, ao relembrar, ela tem novamente o
mesmo sentimento de consolo e a mesma
certeza de que a resposta veio do Senhor.
Jenni Holt é de Ottawa, Canadá, uma bela
cidade construída às margens arborizadas do
rio Ottawa. Ela e os amigos da Estaca Ottawa
Ontário conversaram com a equipe das revis-
tas da Igreja sobre como a oração influencia
sua vida.
De Onde Vêm as Respostas?
Uma das coisas mais interessantes que
os adolescentes de Ottawa comentaram foi
como recebiam respostas a suas orações.
Primeiro, Susan Brook disse: “Se quisermos
uma resposta, precisamos ouvi-la”.
Susan disse que suas respostas às vezes
vêm por meio da leitura das escrituras. Ela
tem um bom exemplo disso: “Certo dia, eu
estava muito cansada e fui rude com todo
mundo. Não queria conversar. Lembro-me
de ter lido nas escrituras, não lembro em que
parte, o seguinte: ‘Sê humilde’. Isso me tocou.
Foi a minha resposta” (ver D&C 112:10).
Ariana Keith ouve atentamente quando
está na Igreja. “Acho que a resposta de muitas
de nossas orações vem por intermédio dos
oradores, na Igreja”, disse ela. “Havia uma
época em que eu queria receber minha
bênção patriarcal. Então, uma semana antes
da data marcada, meu patriarca da estaca foi
o orador na minha ala. Eu tinha orado muito
por isso e foi ótimo poder ouvi-lo falar.”
Mackenzie Loftus disse que frequente-
mente recebe respostas a suas orações por
intermédio de sua família. Ela orou sobre
uma decisão familiar e conta: “Senti o Espírito
imediatamente e soube que a decisão que
tomáramos era a certa”.
Às vezes, a resposta literalmente cami-
nha até nós. Quando a família de Thomas
Acima, no alto: Fred King
e Ronan Filamont concor-
dam que a oração sacra-
mental é sagrada e deve
ser feita com reverência.
Kyffin de Souza sente
muita gratidão pelas
orações familiares.
Fotografias:JanetThomas