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Judo Paraolímpico



Descrição



Modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais. As disputas respeitam
as mesmas regras do judo convencional. A vitória pode se dar por “ippon” ou
por duas diferentes pontuações: o “wazari” e o “yuko”. Há algumas
diferenças básicas para o judo convencional: os lutadores iniciam a luta já
com a pegada
estabelecida, a
luta é
interrompida
quando os
jogadores
perdem o
contacto total
um do outro, o
atleta não
pode ser
punido ao sair
da área de luta e o atleta cego total é identificado com um círculo vermelho
de 7 cm nas duas mangas do quimono. A organização do judo paraolímpico é
feita pela IBSA – International Blind Sport Federation, que rege o desporto em
consonância com a IJF – International Judo Federation e o IPC – International
Paralympic Committee.




Classificação funcional
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B
(blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.

B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a
percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma
mão a qualquer distância ou direcção.

B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a
forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5
graus.

B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a
6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.




Histórico



Esta arte marcial foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no
programa paraolímpico. Desde a década de 70 há o conhecimento desta
prática desportiva. A estreia em paraolimpíadas foi em 1988, na capital sul-
coreana Seul. Na ocasião, só os homens deficientes visuais lutavam. Esta
constante seguiu intacta em Barcelona, Atlanta e Sydney. Os Jogos
Paraolímpicos de Atenas-2004 marcam a entrada das mulheres nos tatamis
paraolímpicas. A entidade responsável pelo exporte é a Federação
Internacional de Desportos para Cegos, fundada em Paris, em 1981.




Assim como no resto do mundo, a década de 70 marcou o princípio do judo no
Brasil. Em 1987, houve a primeira saída dos judocas brasileiros para uma
competição internacional. Era o Torneio de Paris. Desde quando o desporto
passou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos, o País demonstra ser uma das
maiores potências do planeta. Já em Seul-88, Jaime de Oliveira (categoria até
60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram a
medalha de bronze. Com tais resultados, esta arte marcial de origem
japonesa passou a ser a quarta modalidade brasileira a subir no pódio
paraolímpico – Lawn Bowls, Atletismo e Natação são as outras. Atlanta-96 tem
um significado especial para o judo paraolímpico nacional. Isso porque foi a
Paraolimpíada na qual António Tenório da Silva ganhou o ouro na categoria
até 86kg. Em Sydney, Tenório voltou a ser campeão paraolímpico. Desta vez,
na categoria até 90kg. Entre as mulheres, um feito marcante foi a conquista
do Mundial da IBSA, em 2003, por Karla Cardoso (até 48kg), o que lhe garantiu
vaga em Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze e também
carimbou seu passaporte para a Grécia e a equipe feminina do País foi vice-
campeã do mundo.

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Judo Paraolímpico

  • 1. Judo Paraolímpico Descrição Modalidade exclusiva para cegos ou deficientes visuais. As disputas respeitam as mesmas regras do judo convencional. A vitória pode se dar por “ippon” ou por duas diferentes pontuações: o “wazari” e o “yuko”. Há algumas diferenças básicas para o judo convencional: os lutadores iniciam a luta já com a pegada estabelecida, a luta é interrompida quando os jogadores perdem o contacto total um do outro, o atleta não pode ser punido ao sair da área de luta e o atleta cego total é identificado com um círculo vermelho de 7 cm nas duas mangas do quimono. A organização do judo paraolímpico é feita pela IBSA – International Blind Sport Federation, que rege o desporto em consonância com a IJF – International Judo Federation e o IPC – International Paralympic Committee. Classificação funcional
  • 2. Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação. B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direcção. B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus. B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus. Histórico Esta arte marcial foi a primeira modalidade de origem asiática a entrar no programa paraolímpico. Desde a década de 70 há o conhecimento desta prática desportiva. A estreia em paraolimpíadas foi em 1988, na capital sul- coreana Seul. Na ocasião, só os homens deficientes visuais lutavam. Esta constante seguiu intacta em Barcelona, Atlanta e Sydney. Os Jogos Paraolímpicos de Atenas-2004 marcam a entrada das mulheres nos tatamis paraolímpicas. A entidade responsável pelo exporte é a Federação Internacional de Desportos para Cegos, fundada em Paris, em 1981. Assim como no resto do mundo, a década de 70 marcou o princípio do judo no Brasil. Em 1987, houve a primeira saída dos judocas brasileiros para uma competição internacional. Era o Torneio de Paris. Desde quando o desporto passou a fazer parte dos Jogos Paraolímpicos, o País demonstra ser uma das maiores potências do planeta. Já em Seul-88, Jaime de Oliveira (categoria até 60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram a medalha de bronze. Com tais resultados, esta arte marcial de origem
  • 3. japonesa passou a ser a quarta modalidade brasileira a subir no pódio paraolímpico – Lawn Bowls, Atletismo e Natação são as outras. Atlanta-96 tem um significado especial para o judo paraolímpico nacional. Isso porque foi a Paraolimpíada na qual António Tenório da Silva ganhou o ouro na categoria até 86kg. Em Sydney, Tenório voltou a ser campeão paraolímpico. Desta vez, na categoria até 90kg. Entre as mulheres, um feito marcante foi a conquista do Mundial da IBSA, em 2003, por Karla Cardoso (até 48kg), o que lhe garantiu vaga em Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze e também carimbou seu passaporte para a Grécia e a equipe feminina do País foi vice- campeã do mundo.