O objetivo deste trabalho, portanto, é o de mapear, de modo exploratório, as influências do tema: culinária japonesa nas práticas alimentares brasileiras e, para tanto, valemo-nos do conceito de “Tecnologias” empregado por Foucault, balizando-o no modelo da Ontologia. Em pouco mais de 100 anos, a cultura japonesa produziu uma lenta, mas gradual amálgama com a cultura brasileira, e isso se evidencia em diversas práticas, em especial na culinária. Para Foucault, a Tecnologia se inicia em práticas discursivas, denominadas por ele por “normação”, como sendo aquilo que é normal. Em se tratando da culinária japonesa alimentos como o caqui, o morango, a cabotchan eram alimentos originários do cotidiano deste povo e seu consumo passou a ser regular também nos hábitos brasileiros. Esse “saber” popular oriental infiltra-se nos hábitos ocidentais e a partir do momento em que a população (japoneses e brasileiros) passa a consumir corriqueiramente esses produtos alimentícios, o poder estatal estabelece normas e leis para sua comercialização, e é isto que Foucault denomina por “normalização”. Contudo, ainda segundo o teórico, para essas normas serem aceitas no todo social, “técnicas” de difusão desses “saberes” precisam ser estabelecidas, como o marketing de produtos (por meio de sites, blogs, etc), aval da ciência médica e sanitária, estratégias para o aumento da produção visando satisfazer o mercado consumidor, etc.