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Aloisio Magalhães: o artista, a arte e o design 

                  brasileiros na ópt ica de seus contemporâneos 

                                                                                                    Isis Fernandes Braga

                      Apresento, neste ensaio, fragmentos de depoimentos sobre Aloisio Magalhões
                    (Recife, 1927 - Pádua, Itália, I 1982), destaque em todos os campos nos quais
                  atuou, atingindo o apogeu como primeiro secretário de Cultura do Brasil, A ele o
               país deve iniciativas em design e cultura nõo ultrapassados até hoje, No bojo dessa
                              análise, troço uma breve trajetória de quem foi nosso maior designe r,

                                                                             A l OISIO lv1ogolhóes, Orle, design, c ultur a b ra silei r o,




               I A personalidade e a capacidade                             I. 2 Sua trajetória
               criadora de Aloisio Magalhães
                                                                            o apresentado aqui é enfocado sob tratamento
               Criador de formas, artista plástico, incentivador            metod ológico no qual aspectos marcantes de
               e produtor cultural, homem público, primeiro                 sua presença foram determinantes para a
               secretário de Cultura do Brasil, a personalidade             procura da identidade do designer no Brasil: sua
               polimorfa de A loisio Magalhães contém                       vida familiar é traçada desde o Recife, PE, onde
               coerente unidade, Sua capacidade de inovar foi               ele nasceu, usando a idéia de mosaico social,
               inesgotável , Falar a respeito de design no Brasil é         categoria analítica que muito deve às pesquisas
               falar em Aloisio Magalhães: todo o nosso design              desenvolvidas na década de 1930 3
               gráfico teve sua innuência; a maioria das marcas
               produzidas pessoalmente ou por seu escritório                A rede de relações da qual Aloisio foi o centro
               de design é usada até hoje,                                  possibilitou dar sentido, extrair uma lógica ao
                                                                            mesmo tempo retrospectiva e prospectiva, uma
               Curiosamente, talvez por sua origem                          consistência e uma constância, estabelecendo
               pernambucana, Aloisio voltou-se para a direção               relações inteligíveis, como a do efeito à causa
               do fazer simples, para as bases do bom                       eficiente ou final entre os estados sucessivos,
               artesanato, instigando designers a se voltar para            assim constituídos em etapas de um
               aspectos da cultura brasileira no que lhe é mais             desenvolVimento necessário, Mas o Interesse
               peculiar, ou seja, sua pluralidade,                          primordial do récit, ou da narrativa, é o que ela
                                                                            constrói, como é sua traJetória" e o que orienta
               Essas afirmativas não são resultantes de minhas              a série de relações objetivas unificadoras dos
               vivências, pois não o conheci pessoalmente, mas              estados sucessivos do campo no qual ela se
               a elas chegue i de maneira invertida: para                   desenrolou, Esses pressupostos justificaram
               organizar os assuntos que compõem os tópicos                 transformar um procedimento usual no âmbito
               elaborados visando dar uma forma ordenada ao                 da pesquisa de campo, a entrevista, dando-lhe
               estudo de sua vida, foi necessário redesenhar a              forma de depoimento,
               rede de relações com a qual Aloisio teceu sua
               vida pessoal, social e política, Nela experimenta­           Realizei 28 entrevistas com familiares, amigos e
               se mais claramente a sensação de um biografado               colaboradores dos diferentes níveis profissionais
               mais vivo, mais próximo, o que torna viáve l                 em que ele atuou, das quais selecio nei algumas
               redigir um levantamento biográfico na forma                  para este ensaio, Apresentei uma única
               sugerida por Franco Ferrarotti, que propõe uma               pergunta: "Como foi seu relacionamento com
               biografi a construída como Interação, Isso quer              Aloisio Magalhães?", A pluralidade dos
               dizer que "a biografia sociológica não é                     entrevistados fica patente, e o envolvimento
               unicamente uma narração de experiências                      com eles cresce à medida que se começa a
               vividas, ela é, igualnrente, uma "microrrelação" social, 2   entender mais a vasta rede de relações cultivada




                                                                              A RT I G   o •    I 5 I 5   F E R N A N D E 5   8 RA G A        33

("-   -   -­
a/e    R E V 1ST A   DO   P Ro G RAMA   DE   P6 5 -G RA DUAç Ã o    EM     A RT E 5   VI5 UAI5   EBA   •   U F RI   •   2   oo 4



       por Aloisio durante sua vida. Dito assim, o                       consdentizada mais tarde em sua vida. Do
       trabalho de campo parece uma coisa simples                        outro, o pai, o Dr. Aggeu de Magalhães,
       que, no entanto, não o é. Na publicação de                        médico e professor, herdou a radonalidade
       Gilberto Velho e Karina Kuschinir Pesquisas                       intelectual. Da mãe querida, D. Henriqueta,
       Urbanos, há um artigo de Maria Laura Viveiros                     de quem era o caçula de quatro filhos, todos
       de Castro Cavalcanti 5 que explica essa questão:                  homens, cultivou o atendimento aos sentidos.
       "o trabalho de campo exerce , em antropologia,                    Do meio da elite, Aloisio trafegou ern direção
       lugar análogo ao dos ritos na sociedade".                         aos traços mais originais da cultura
                                                                         pernambucana.
       o trabalho de campo, a mim apresentado
       desde a pesquisa sobre a Denison Propaganda, 6              Na Faculdade de Direito, Aloisio e colegas de
       foi um verdadeiro rito de iniciação, que me                 estudo agitaram a vida cultural da cidade.
       proporcionou buscar o outro, ao mesmo tempo                 Cenógrafo e figurinista do TEp,9 ele se tornou
       que desfazia o estranhamento do desconhecido                pintor premiado, recebeu bolsa para estudar
       e eu passava a me conhecer melhor. A tese que               museologia no Louvre, em Paris, e voltou com
       se seguiu foi uma decorrência, Já que o design              idéias sobre design, tornando-se membro da O
       gráfico brasileiro continuou o objeto das                   GráfiCO Amador, editora inovadora,
       pesquisas. Ao estudar a figura de Aloisio                   experimental. A experiência na O Gráfico
       Magalhães, o fato se repetiu, sentia-me como                Amador veio amadurecer em Aloisio a vontade
       tendo transposto ritos de passagem. Essas                   de produzir para um público maior, para o povo
       entrevistas começaram pela pessoa mais                      - fazer designo Foi o primeiro do grupo a deixar
       próxima do designer, sua viúva, Solange                     a editora e mudar-se para o Rio de Janeiro, aqui
       Magalhães.? Em Pernambuco, viagem                           criando seu primeiro escritório de design, em
       indispensável para conhecer as origens de                    1960. 10
       Aloisio, foi identificada uma rede de relações
       estreitas de amizade e de parentesco, incluindo             Em 1956 nos Estados Unidos, ele visitara o
       seu irmão Dr. Ageu de Magalhães, que relatou                Museu e a Escola de Artes de Filadélfia, cujo
       fatos de sua infância e juventude:                          diretor convidou-o a ministrar um curso de
                                                                   gráfica, o que ele fez em 1957 e repetiu em
            Eu estava sentado na mesa, com ele, mamãe              anos posteriores, 1959 e 1962. Nessa época
            e papai, que virou-se para Aloisio e disse:            Aloisio teve contato com o moderno design e
            'Você predsa seguir uma faculdade, você está           intuiu sua importância para a sociedade;
            com esse neg6do de pintura, mas precisa                conheceu Eugene Feldman, diretor da Falcon
            seguir uma faculdade, porque enriqueceria o            Press, expert na técnica offset, com o qual
            seu lado realmente cultural". AI foi a grande          realizou publicações premiadas. Nesse ínterim,
            tragédia, porque Aloisio não foi s6 um artista,        como pintor participou de várias exposições nos
            ele também tinha uma cultura geral. Isso deu           Estados Unidos e da delegação brasileira na 30'
            a ele uma chance de realmente aparecer ­               Bienal de Veneza (1960); fez individual na Petite
            por que s6 pintura? Ele precisava mais!                Galerie, no Rio de Janeiro; já participara da 3ª
                                                                   Bienal de São Paulo e do Salão Nacional de Arte
       Esse depoimento nos revela o ambiente erudito               Modema do Rio de Janeiro; um quadro seu,
       no qual Aloisio se desenvolveu, o convívio                  Paisagem (1956), foi adquirido pelo Museu de
       familiar com a elite cultural de Pernambuco:                Arte Moderna - MoMA, de Nova York.
       Gilberto Freyre, Barbosa Lima Sobrinho, Assis               Segundo Solange Magalhães,
       Chateaubriand, o governador da Paraíba, José
       Américo de Almeida, o governador Carlos de                        Ele era um pintor consagrado, importante, e
       Lima, de Pemambuco. A esse respeito escreveu                      vivia de sua pintura. Isso diz tudo! Quando eu
       o designer João de Souza Leite: 8                                 o conheci, em 61, ele j6 tinha tido um
                                                                         contato muito importante com o design, seu
            Sobrinho de polftico famoso, era filho de pai                primeiro contato com design foi na Europa,
            irrfluente. Do primeiro, o China Gordo, como                 quando foi com uma bolsa (...). A gente se
            era conhecido Agamenon de Magalhães,                         conheceu no Brasil. Ele foi para a França em
            fundador do PSD de Pemambuco, de quem                        50 e quanto? M! Foi em 52. Mas quando eu
            puxou os olhos miúdos, achinesados, herdou a                 o conhed ele j6 estava, a bem dizer... ele...
            arte da condliação, da moderação entre                       na época, eu vi uma exposição dele na Petite
            opostos, desde cedo manifestada, mos                         Galerie, importante, grande.




      34


r
o  design era cada vez mais importante em sua      2.A arte e o designer
vida. O escritório, com seu amigo Artur Lício
Pontual, foi ampliado e mudou -se para a Ladeira   Esse escritório foi mantido por 10 anos. Ao
Ari Barroso. Entrou como sócio Luiz Fe mando       ganhar o concurso para o símbolo da Bienal de
Noronha: Magalhães + N oronha + P     ontual.      São P aulo, Aloisio declarou : "O desenho
Depois do casamento, em 1962 com a                 industrial é uma atividade recente, surgida após a
francesa Solange Valborg, os espaços do            guerra e tomou-se a melhor forma para a
escritório, também sua morada, foram               comunicação visual" . 1 Solange Magalhães
                                                                          3
reformulados: ali cresceram suas duas fi lhas,     também falou sobre trabalhos de design , como
Clarice e Carolina. Com a saída dos sócios em      o desenvolvido para o projeto de renovação da
 1970, o nome mudou para AMPVDIII e para           programação visual de nosso dinheiro, e a forma
PVDI1 em 1978, quando ele elegeu Joaquim
       2                                           diplomática pela qual ele conduziu essa
Redig e Rafael Rodrigues seus novos sócios.        negociação, os problemas de impressão e
                                                          segurança, e como daí tirou uma obra
                                                          inédita, que ficou como uma espécie de
                                                          "marca registrada" de Aloisio, os
                                                          Cortemos:

                                                         Você sabe como surgiram os Cartemas?
                                                         (.. .) Ele mudou tudo... a própria tecnologia,
                                                         concepção de dinheiro! Sim, hoje em dia
                                                         acabou, mas naquela época foi uma coisa
                                                         revolucionária mesmo na Europa, mesmo
                                                         no conceito do mundo inteiro. Aloisio foi lá,
                                                         não me lembro mais em que cidade da
                                                         Holanda, mas não importa, pararam as
                                                         máquinas e fizeram a impressão. São
                                                         chapas, eu não sei quantas, são várias
                                                         cédulas iguais, que passam na máquina.
                                                         Aloisio ficou olhando aquilo e vendo essa
                                                         coisa indo, e tudo repetido, e ar, foi ar que
                                                         surgiu a idéia do Cartema, naquela hora
                                                         olhando, ele pensou, "Cartão", porque o
                                                         nome veio depois, o nome foi o Antmio
                                                         Houaiss quem inventou...

                                                         Aloisio utilizava rebatimentos e seqüências
                                                         de imagens, usando cartões-postais que
                                                         adquiria em bancas de jornais. Esses
                                                         cartões idênticos, colados lado a lado,
                                                         criam novas imagens, de extrema beleza.
                                                         A série brasileira, de cartões coloridos,
                                                         possui uma variedade de gamas delicadas.
                                                         A série em preto-e-branco, fotos
                                                         pertencentes à GalJ erie Agathe Gaillard, 1
                                                                                                   4
                                                         em Paris , linda, foi exposta também no
                                                         Rio de Janeiro.

                                                         3. O d esigner e o homem público

                                                         Aloisio começou a deixar de lado seu
                                                         trabalho no escritório de design, voltando­
                                                         se para a área da cultura. Sua grande
                                                         experiência como designer na área pública
                                                         trouxe-lhe uma visão das necessidades do
                                                         país nesse campo. Ele Influenciou uma




                                                                                                          35
a/e    REV I S T A   DO   PROG R AM A   DE   POS-GRADUAÇAO    EM    A RTES   V I SU A I S   EBA   •   UfRJ   •   2 004




       infinidade de designers e até mesmo, segundo          declarou em discurso 16 "Urna cultura é feita dos
       Roberto Verschleisser, 15 a criação do Curso de       elementos compostos do passado que são vistos
       Design na Escola de Belas Artes da UFRJ. Seu          pelos homens transitórios do presente e que
       sócio e professor do Curso de Design da               desenham o caminhar prOJetivo". Nessa
       Pontifícia Universidade Católica, Joaquim Redig,      afirmação nota-se o uso de vocabulário próprio
       testemunhou:                                          do designo 17 A cultura precisa, para seu
                                                             desenvolvimento, da consciência do passado
            Praticamente a minha cabeça, a parte             histórico. Foi esse o pressuposto que norteou
            profissional, se formou com ele: eu trabalhei    seus atos durante todo o tempo em que foi
            com ele desde 20 até 35 anos - não só um         diretor do CNRC e nos cargos de gestão
            perfodo longo, como o per(odo da formação.       cultural que ocupou, preocupando-se também
            Foi uma pessoa muito importante para minha       em tombar bens imateriais, coisa que agora vem
            formação e uma pessoa que foi muito              sendo reconhecida como de suma importância,
            importante para a formação do design no          como Clara Alvim enfatlza em sua entrevista:
            Brasil. Eu acho que foi o designer mais
            importante que o Brasil já teve não só no              A criação do CNRC deu-se de maneira
            sentido do design da prática, mas também da            simples. Os projetos foram se desenvolvendo
            reflexão, porque ele era um pensador; não era          com velocidade de raio; no in(cio os relatórios
            só um projetista, era também um pensador.              ficaram muito bonitos, e o primeiro grupo de
                                                                   financiadores aprovou um convênio, hOlNe um
       Aloisio foi um dos fundadores da Escola Superior            segundo convênio, e começou a haver o
       de Desenho Industrial - Esdi/Uerj e nela                    grande perigo... nós tfnhamos que trespassar
       professor. Colhi depoimentos de alguns alunos,              ou transpassar uma coisa complicada que era
       como Leonardo Visconti, Roberto Verschleiser,               passado de uma experiência, eminentemente
       Freddy van Kamp, Arísio Rabin. Todos                        de pesquisa intelectual, de experiência para
       enfatizaram a excelência de seu trabalho como               uma coisa polftica mesmo e... Aloisio ficou
       professor e também na PVDI , sucursal não                   com uma outra palavra-chave, que foi a
       oficial da Esdi. O designer Aloisio continuava a            palavra fresta. Nós estávamos na ditadura
       vencer concorrências; sua atuação comprova a                mais completa, e Aloisio achava que era
       complexidade da implantação de uma área nova                possfvel encontrar uma fresta, onde se
       em nosso país. Ele teve a visão dos                         pudesse penetrar sem ser puxado para trás,
       desdobramentos que tal trabalho poderia ter, e              sem agredir a direita para que ela impedisse o
       o design, tal como é conceituado hOJe, muito                trabalho, e sem agredir a esquerda.
       deve a sua atuação. Segundo Verschleisser, a
       capacidade de aproveitar as oportunidades era         Aloisio foi presidente do Iphan, bem como da
       inerente ao designer:                                 Pró-Memória, que ele mesmo criou. O Iphan
                                                             era um órgão normativo, tinha a função de
            E ele era, no meu entender, um homem             representante do Estado na política de
            extremamente criativo, do ponto de vista de      preservação. O CNRC podia agir e acabou
            idéias, eu me lembro de Fumas: ele estava        sendo incorporado à Fundação Pró-Memória.
            sentado no escritório, olhou o prédio de
            Fumas - a PVDI havia se mudado para o            Sempre voltava a Olinda, onde possuía uma
            Humaitá, e do outro lado da rua está a sede      casa. Traba lhava com equipes de pessoas
            administrativa de Fumas. O olhar do designer     competentes e tão idealistas quanto ele, como
            intuiu a necessidade de uma marca para a         Augusto Silva Telles; Glauco Campello, Irapoan
            estatal, e ele, criativamente, colocou mãos à    Cavalcanti de Lyra, José Q uintas, Fausto Alvirn e
            obra, falando a seus estagiários: "meninada,     Joaquim Falcão, arnigo até o fi nal da vida, que
            vamos fazer uma marca para esta empresa".        relata:
            Prepararam o trabalho todo sem ser
            contratado, levaram o projeto, funcionou, e            E o fato de eu morar em Olinda e estar fora
            está a( até hoje, é um excelente projeto, a            do circuito do poder dava para ele a
            marca de Fumas é super bem colocada.                   possibilidade de ter um interlocutor com o
                                                                   qual ele podia abrir seu coração das lutas
       Cada vez mais a área de cultura tornava-se 
                mais intestinas, passfvel de revelar suas
       importante para ele. Era como se estivesse 
                fraquezas porque eu nem era fUncionário dele,
       cumprindo um destino, uma missão. Aloisio 
                 nem concorrente dele, nada, eu era apenas




      36
uma pessoa que o via.. . então nós dois                               Notas
      ficávamos ruminando estratégias e tóticas,
      etc. e tal.                                                           I Ele fora palt lcipar de um congresso de ministros da C::,, "a
                                                                                  da Amél'ica Latina promOVido pela O rganização das
                                                                                  Nações Unidas para a Educação Ciência e C-1::~:'a -
Joaquim Falcão escrevia para o jo rn al Folha de S.
                                                                                  Unesco em Vene za . e foi levado às pl'essas para um
Paulo e estava inteirado do que se passava no                                     hospital espeCializado em Pádua. No momento em que
pod er. É analista político e como tal muito                                        sofreu o derrame , AlOisio dirigia o congresso, eleito
ajud o u Al o isio em suas decisões; sua atuação fo i                               pelos part Clpan tes.
de am igo e co nfidente:
                                                                            2 Ferra rotti . :-:1" ..::1(0. Hlsrotre et hisw;res de vie : la méthode
                                                                                    biographique dans les sciences soclales. [Traduit de
      Quando ele, com lrapoan Cavalcanti, resolveu                                  I'italien par Mananne Modack], Pans: l ibrairie des
      fazer a reforma da Secretaria, aí há essa                                     Méridiens.1 98 1· 52.
      questão de amizade de famllia que nós dois                            J   Em 193 I no Depaltamento de Sociologia da Unlver;idade
      herdamos; à interlocução de estratégia                                      de Chicago.
      polltica que era conveniente para nós dois se
                                                                            , Cf. Bourdleu, Plerre . A il usão b l ográ~ca. In Amado. janaína e
      acresceu um terceiro dado, que era a
                                                                                  Ferreira, Marreta de Moraes (or·gs.). Usos e abusos do
      reformulação institucional, e a minha                                       história orol. RIO de janeiro: FGV: 1998; 183.
      formação de jurista também era algo que ele
      lançava mão; então, na Fundação Pro­                                  s Cavalcanti. Marra Laura Viveiros de Castro. Conhece r
                                                                                    desconhecendo: a etnografia do ' pintlSmo e do carnaval
      Memória, decretos, leis, portarias,
                                                                                    carroca. In Velho. G. e Kusr nir. K. Pesquisas Urbanas .
      estratégias... foram pontos também que nos                                    Rio de janeiro: Zahar. 2003: 118.
      uniram muito.
                                                                            6   Essa agênCia de design , ~xando·se em um único clien te. a
                                                                                    fábrica de chocolates Garoto. fechou pouco depois da
N omeado secretário de C ultura, o primeiro do
                                                                                    pesquIsa que ali realizei para a dissertação de mestrado
Brasil, tinha poderes de ministro. Seu vice fo i                                    no PPGAV/EBA: "O caso da DenlSon: d€Slgn e
Irapoan Cavalcanti de Lyra , que informa ter sido                                   computação grá~ca . Mutações recentes no campo da
Aloisio uma pessoa que via a questão da                                             comun icação".
memória de uma fo rma importante:
                                                                            7   A ela e a sua "i ha Oarice devo Inúmeros agradeClrnentos
                                                                                    pe la aco!h,da e pelos muitos subsídiOS e orientações
      Ele tinha, pela sua formação profissional de                                 sobre quem procurar e endereços de pessoas que com
      designer,   essa capacidade, ele sintetizava isso                            ele conviveram , alé m de reproduções iconográ~cas de
      numa coisa que nós aprendemos na fTsica, na                                  obras suas.

      matemática, que eram dois vetores                                     8    l eite. João Souza e Taborda. Felipe. Aloisio Magolhães. o
      convergindo para o momento atual, vindos do                                     herança do olhar. Rio de janerro: Artviva;$cnac, 2003:
      passado, que convergiam e se encontravam                                        25
      num ponto, e esse ponto era o dia de hoje,                            , Teatro do Estudante de Pemambuco.
      quer dizer, no passado a produção da
                                                                            10 l'Ja   Rua da Passagc ~, . 130, também ateliê dos fotógrafos
      sociedade foi imensa, mas no dia de hoje ela
                                                                                    irmãos France s ~
      se estreita e só fica na memória aquilo que foi
      significativo.                                                        II AloiSiO Magalhães Programação VISual Desenho IndL"'lial.

                                                                            12   Progl'arnação VISual Desenho Ind ustna!.
A sua grande qualidade fo i saber aglutinar as
pessoas ao redor de um interesse comum , a                                  13   jornal do Brasil. edição de 15 de Julho de 1965.
fac ilidade de conve ncimento que se vê presente                            14   A Gallene Agathe Gaillard pode ser vlSuahzada no endereço
nos depo imentos. Disso se pode concluir o                                          eletrônico www.a~athegaollard .com.
quant o Alo isio Magalhães fo i significativo e que ,
                                                                            15   Verschleisser fOI um dos primeiros professores do curso de
como tal, deve permanecer em nossa memó ria;
                                                                                    Desenho IndustriaJ na EBA. convidado por Francisco
sua vida deve ser evocada para que os novos                                         Ferl'cira, seu criador.
designers e estudiosos de arte o vejam como um
exemplo, um precursor, um expoente, em tudo                                 16    Magalhães . Aloisio. E "unro' in leite. op. ot.: 228 .
por ele empreeendido.
                                                                            17   A obra do designeI' encontra-se na esfera projetual estilístJ
                                                                                                                                             ca.
ISIi Fe mandes Braga é doutora em Artes VisuaJo) pelo PPGAV/EBAjUFRJ               Jur'ltando car-acterís ticas de ergonomia, economia e
e docente do curso de Desenho Indu:;tr la! dJ E.BAAJFRJ. &te te>.i o               efiCiência num Invólucro de beleza e funcionalidade, além
COfISislC em extratos de sua tese de d utor;tmenlO "A10i5.!O MagalhAes:            de tudo que se refere à área grá ~ca .
as faces cultura;' do deSlgn no Bras,1 (1 96()' 1970)". sob oner1lação da
Prola Dra Rem W vel Zoladl. apresentada ao PPGAV./EMUFRj em
   IÇO   de 2004.




                                                                                 ARTI GO        ·    11 I 1    FER NANDEI               BRA GA        37

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  • 1.
  • 2. Aloisio Magalhães: o artista, a arte e o design brasileiros na ópt ica de seus contemporâneos Isis Fernandes Braga Apresento, neste ensaio, fragmentos de depoimentos sobre Aloisio Magalhões (Recife, 1927 - Pádua, Itália, I 1982), destaque em todos os campos nos quais atuou, atingindo o apogeu como primeiro secretário de Cultura do Brasil, A ele o país deve iniciativas em design e cultura nõo ultrapassados até hoje, No bojo dessa análise, troço uma breve trajetória de quem foi nosso maior designe r, A l OISIO lv1ogolhóes, Orle, design, c ultur a b ra silei r o, I A personalidade e a capacidade I. 2 Sua trajetória criadora de Aloisio Magalhães o apresentado aqui é enfocado sob tratamento Criador de formas, artista plástico, incentivador metod ológico no qual aspectos marcantes de e produtor cultural, homem público, primeiro sua presença foram determinantes para a secretário de Cultura do Brasil, a personalidade procura da identidade do designer no Brasil: sua polimorfa de A loisio Magalhães contém vida familiar é traçada desde o Recife, PE, onde coerente unidade, Sua capacidade de inovar foi ele nasceu, usando a idéia de mosaico social, inesgotável , Falar a respeito de design no Brasil é categoria analítica que muito deve às pesquisas falar em Aloisio Magalhães: todo o nosso design desenvolvidas na década de 1930 3 gráfico teve sua innuência; a maioria das marcas produzidas pessoalmente ou por seu escritório A rede de relações da qual Aloisio foi o centro de design é usada até hoje, possibilitou dar sentido, extrair uma lógica ao mesmo tempo retrospectiva e prospectiva, uma Curiosamente, talvez por sua origem consistência e uma constância, estabelecendo pernambucana, Aloisio voltou-se para a direção relações inteligíveis, como a do efeito à causa do fazer simples, para as bases do bom eficiente ou final entre os estados sucessivos, artesanato, instigando designers a se voltar para assim constituídos em etapas de um aspectos da cultura brasileira no que lhe é mais desenvolVimento necessário, Mas o Interesse peculiar, ou seja, sua pluralidade, primordial do récit, ou da narrativa, é o que ela constrói, como é sua traJetória" e o que orienta Essas afirmativas não são resultantes de minhas a série de relações objetivas unificadoras dos vivências, pois não o conheci pessoalmente, mas estados sucessivos do campo no qual ela se a elas chegue i de maneira invertida: para desenrolou, Esses pressupostos justificaram organizar os assuntos que compõem os tópicos transformar um procedimento usual no âmbito elaborados visando dar uma forma ordenada ao da pesquisa de campo, a entrevista, dando-lhe estudo de sua vida, foi necessário redesenhar a forma de depoimento, rede de relações com a qual Aloisio teceu sua vida pessoal, social e política, Nela experimenta­ Realizei 28 entrevistas com familiares, amigos e se mais claramente a sensação de um biografado colaboradores dos diferentes níveis profissionais mais vivo, mais próximo, o que torna viáve l em que ele atuou, das quais selecio nei algumas redigir um levantamento biográfico na forma para este ensaio, Apresentei uma única sugerida por Franco Ferrarotti, que propõe uma pergunta: "Como foi seu relacionamento com biografi a construída como Interação, Isso quer Aloisio Magalhães?", A pluralidade dos dizer que "a biografia sociológica não é entrevistados fica patente, e o envolvimento unicamente uma narração de experiências com eles cresce à medida que se começa a vividas, ela é, igualnrente, uma "microrrelação" social, 2 entender mais a vasta rede de relações cultivada A RT I G o • I 5 I 5 F E R N A N D E 5 8 RA G A 33 ("- - -­
  • 3. a/e R E V 1ST A DO P Ro G RAMA DE P6 5 -G RA DUAç Ã o EM A RT E 5 VI5 UAI5 EBA • U F RI • 2 oo 4 por Aloisio durante sua vida. Dito assim, o consdentizada mais tarde em sua vida. Do trabalho de campo parece uma coisa simples outro, o pai, o Dr. Aggeu de Magalhães, que, no entanto, não o é. Na publicação de médico e professor, herdou a radonalidade Gilberto Velho e Karina Kuschinir Pesquisas intelectual. Da mãe querida, D. Henriqueta, Urbanos, há um artigo de Maria Laura Viveiros de quem era o caçula de quatro filhos, todos de Castro Cavalcanti 5 que explica essa questão: homens, cultivou o atendimento aos sentidos. "o trabalho de campo exerce , em antropologia, Do meio da elite, Aloisio trafegou ern direção lugar análogo ao dos ritos na sociedade". aos traços mais originais da cultura pernambucana. o trabalho de campo, a mim apresentado desde a pesquisa sobre a Denison Propaganda, 6 Na Faculdade de Direito, Aloisio e colegas de foi um verdadeiro rito de iniciação, que me estudo agitaram a vida cultural da cidade. proporcionou buscar o outro, ao mesmo tempo Cenógrafo e figurinista do TEp,9 ele se tornou que desfazia o estranhamento do desconhecido pintor premiado, recebeu bolsa para estudar e eu passava a me conhecer melhor. A tese que museologia no Louvre, em Paris, e voltou com se seguiu foi uma decorrência, Já que o design idéias sobre design, tornando-se membro da O gráfico brasileiro continuou o objeto das GráfiCO Amador, editora inovadora, pesquisas. Ao estudar a figura de Aloisio experimental. A experiência na O Gráfico Magalhães, o fato se repetiu, sentia-me como Amador veio amadurecer em Aloisio a vontade tendo transposto ritos de passagem. Essas de produzir para um público maior, para o povo entrevistas começaram pela pessoa mais - fazer designo Foi o primeiro do grupo a deixar próxima do designer, sua viúva, Solange a editora e mudar-se para o Rio de Janeiro, aqui Magalhães.? Em Pernambuco, viagem criando seu primeiro escritório de design, em indispensável para conhecer as origens de 1960. 10 Aloisio, foi identificada uma rede de relações estreitas de amizade e de parentesco, incluindo Em 1956 nos Estados Unidos, ele visitara o seu irmão Dr. Ageu de Magalhães, que relatou Museu e a Escola de Artes de Filadélfia, cujo fatos de sua infância e juventude: diretor convidou-o a ministrar um curso de gráfica, o que ele fez em 1957 e repetiu em Eu estava sentado na mesa, com ele, mamãe anos posteriores, 1959 e 1962. Nessa época e papai, que virou-se para Aloisio e disse: Aloisio teve contato com o moderno design e 'Você predsa seguir uma faculdade, você está intuiu sua importância para a sociedade; com esse neg6do de pintura, mas precisa conheceu Eugene Feldman, diretor da Falcon seguir uma faculdade, porque enriqueceria o Press, expert na técnica offset, com o qual seu lado realmente cultural". AI foi a grande realizou publicações premiadas. Nesse ínterim, tragédia, porque Aloisio não foi s6 um artista, como pintor participou de várias exposições nos ele também tinha uma cultura geral. Isso deu Estados Unidos e da delegação brasileira na 30' a ele uma chance de realmente aparecer ­ Bienal de Veneza (1960); fez individual na Petite por que s6 pintura? Ele precisava mais! Galerie, no Rio de Janeiro; já participara da 3ª Bienal de São Paulo e do Salão Nacional de Arte Esse depoimento nos revela o ambiente erudito Modema do Rio de Janeiro; um quadro seu, no qual Aloisio se desenvolveu, o convívio Paisagem (1956), foi adquirido pelo Museu de familiar com a elite cultural de Pernambuco: Arte Moderna - MoMA, de Nova York. Gilberto Freyre, Barbosa Lima Sobrinho, Assis Segundo Solange Magalhães, Chateaubriand, o governador da Paraíba, José Américo de Almeida, o governador Carlos de Ele era um pintor consagrado, importante, e Lima, de Pemambuco. A esse respeito escreveu vivia de sua pintura. Isso diz tudo! Quando eu o designer João de Souza Leite: 8 o conheci, em 61, ele j6 tinha tido um contato muito importante com o design, seu Sobrinho de polftico famoso, era filho de pai primeiro contato com design foi na Europa, irrfluente. Do primeiro, o China Gordo, como quando foi com uma bolsa (...). A gente se era conhecido Agamenon de Magalhães, conheceu no Brasil. Ele foi para a França em fundador do PSD de Pemambuco, de quem 50 e quanto? M! Foi em 52. Mas quando eu puxou os olhos miúdos, achinesados, herdou a o conhed ele j6 estava, a bem dizer... ele... arte da condliação, da moderação entre na época, eu vi uma exposição dele na Petite opostos, desde cedo manifestada, mos Galerie, importante, grande. 34 r
  • 4. o design era cada vez mais importante em sua 2.A arte e o designer vida. O escritório, com seu amigo Artur Lício Pontual, foi ampliado e mudou -se para a Ladeira Esse escritório foi mantido por 10 anos. Ao Ari Barroso. Entrou como sócio Luiz Fe mando ganhar o concurso para o símbolo da Bienal de Noronha: Magalhães + N oronha + P ontual. São P aulo, Aloisio declarou : "O desenho Depois do casamento, em 1962 com a industrial é uma atividade recente, surgida após a francesa Solange Valborg, os espaços do guerra e tomou-se a melhor forma para a escritório, também sua morada, foram comunicação visual" . 1 Solange Magalhães 3 reformulados: ali cresceram suas duas fi lhas, também falou sobre trabalhos de design , como Clarice e Carolina. Com a saída dos sócios em o desenvolvido para o projeto de renovação da 1970, o nome mudou para AMPVDIII e para programação visual de nosso dinheiro, e a forma PVDI1 em 1978, quando ele elegeu Joaquim 2 diplomática pela qual ele conduziu essa Redig e Rafael Rodrigues seus novos sócios. negociação, os problemas de impressão e segurança, e como daí tirou uma obra inédita, que ficou como uma espécie de "marca registrada" de Aloisio, os Cortemos: Você sabe como surgiram os Cartemas? (.. .) Ele mudou tudo... a própria tecnologia, concepção de dinheiro! Sim, hoje em dia acabou, mas naquela época foi uma coisa revolucionária mesmo na Europa, mesmo no conceito do mundo inteiro. Aloisio foi lá, não me lembro mais em que cidade da Holanda, mas não importa, pararam as máquinas e fizeram a impressão. São chapas, eu não sei quantas, são várias cédulas iguais, que passam na máquina. Aloisio ficou olhando aquilo e vendo essa coisa indo, e tudo repetido, e ar, foi ar que surgiu a idéia do Cartema, naquela hora olhando, ele pensou, "Cartão", porque o nome veio depois, o nome foi o Antmio Houaiss quem inventou... Aloisio utilizava rebatimentos e seqüências de imagens, usando cartões-postais que adquiria em bancas de jornais. Esses cartões idênticos, colados lado a lado, criam novas imagens, de extrema beleza. A série brasileira, de cartões coloridos, possui uma variedade de gamas delicadas. A série em preto-e-branco, fotos pertencentes à GalJ erie Agathe Gaillard, 1 4 em Paris , linda, foi exposta também no Rio de Janeiro. 3. O d esigner e o homem público Aloisio começou a deixar de lado seu trabalho no escritório de design, voltando­ se para a área da cultura. Sua grande experiência como designer na área pública trouxe-lhe uma visão das necessidades do país nesse campo. Ele Influenciou uma 35
  • 5. a/e REV I S T A DO PROG R AM A DE POS-GRADUAÇAO EM A RTES V I SU A I S EBA • UfRJ • 2 004 infinidade de designers e até mesmo, segundo declarou em discurso 16 "Urna cultura é feita dos Roberto Verschleisser, 15 a criação do Curso de elementos compostos do passado que são vistos Design na Escola de Belas Artes da UFRJ. Seu pelos homens transitórios do presente e que sócio e professor do Curso de Design da desenham o caminhar prOJetivo". Nessa Pontifícia Universidade Católica, Joaquim Redig, afirmação nota-se o uso de vocabulário próprio testemunhou: do designo 17 A cultura precisa, para seu desenvolvimento, da consciência do passado Praticamente a minha cabeça, a parte histórico. Foi esse o pressuposto que norteou profissional, se formou com ele: eu trabalhei seus atos durante todo o tempo em que foi com ele desde 20 até 35 anos - não só um diretor do CNRC e nos cargos de gestão perfodo longo, como o per(odo da formação. cultural que ocupou, preocupando-se também Foi uma pessoa muito importante para minha em tombar bens imateriais, coisa que agora vem formação e uma pessoa que foi muito sendo reconhecida como de suma importância, importante para a formação do design no como Clara Alvim enfatlza em sua entrevista: Brasil. Eu acho que foi o designer mais importante que o Brasil já teve não só no A criação do CNRC deu-se de maneira sentido do design da prática, mas também da simples. Os projetos foram se desenvolvendo reflexão, porque ele era um pensador; não era com velocidade de raio; no in(cio os relatórios só um projetista, era também um pensador. ficaram muito bonitos, e o primeiro grupo de financiadores aprovou um convênio, hOlNe um Aloisio foi um dos fundadores da Escola Superior segundo convênio, e começou a haver o de Desenho Industrial - Esdi/Uerj e nela grande perigo... nós tfnhamos que trespassar professor. Colhi depoimentos de alguns alunos, ou transpassar uma coisa complicada que era como Leonardo Visconti, Roberto Verschleiser, passado de uma experiência, eminentemente Freddy van Kamp, Arísio Rabin. Todos de pesquisa intelectual, de experiência para enfatizaram a excelência de seu trabalho como uma coisa polftica mesmo e... Aloisio ficou professor e também na PVDI , sucursal não com uma outra palavra-chave, que foi a oficial da Esdi. O designer Aloisio continuava a palavra fresta. Nós estávamos na ditadura vencer concorrências; sua atuação comprova a mais completa, e Aloisio achava que era complexidade da implantação de uma área nova possfvel encontrar uma fresta, onde se em nosso país. Ele teve a visão dos pudesse penetrar sem ser puxado para trás, desdobramentos que tal trabalho poderia ter, e sem agredir a direita para que ela impedisse o o design, tal como é conceituado hOJe, muito trabalho, e sem agredir a esquerda. deve a sua atuação. Segundo Verschleisser, a capacidade de aproveitar as oportunidades era Aloisio foi presidente do Iphan, bem como da inerente ao designer: Pró-Memória, que ele mesmo criou. O Iphan era um órgão normativo, tinha a função de E ele era, no meu entender, um homem representante do Estado na política de extremamente criativo, do ponto de vista de preservação. O CNRC podia agir e acabou idéias, eu me lembro de Fumas: ele estava sendo incorporado à Fundação Pró-Memória. sentado no escritório, olhou o prédio de Fumas - a PVDI havia se mudado para o Sempre voltava a Olinda, onde possuía uma Humaitá, e do outro lado da rua está a sede casa. Traba lhava com equipes de pessoas administrativa de Fumas. O olhar do designer competentes e tão idealistas quanto ele, como intuiu a necessidade de uma marca para a Augusto Silva Telles; Glauco Campello, Irapoan estatal, e ele, criativamente, colocou mãos à Cavalcanti de Lyra, José Q uintas, Fausto Alvirn e obra, falando a seus estagiários: "meninada, Joaquim Falcão, arnigo até o fi nal da vida, que vamos fazer uma marca para esta empresa". relata: Prepararam o trabalho todo sem ser contratado, levaram o projeto, funcionou, e E o fato de eu morar em Olinda e estar fora está a( até hoje, é um excelente projeto, a do circuito do poder dava para ele a marca de Fumas é super bem colocada. possibilidade de ter um interlocutor com o qual ele podia abrir seu coração das lutas Cada vez mais a área de cultura tornava-se mais intestinas, passfvel de revelar suas importante para ele. Era como se estivesse fraquezas porque eu nem era fUncionário dele, cumprindo um destino, uma missão. Aloisio nem concorrente dele, nada, eu era apenas 36
  • 6. uma pessoa que o via.. . então nós dois Notas ficávamos ruminando estratégias e tóticas, etc. e tal. I Ele fora palt lcipar de um congresso de ministros da C::,, "a da Amél'ica Latina promOVido pela O rganização das Nações Unidas para a Educação Ciência e C-1::~:'a - Joaquim Falcão escrevia para o jo rn al Folha de S. Unesco em Vene za . e foi levado às pl'essas para um Paulo e estava inteirado do que se passava no hospital espeCializado em Pádua. No momento em que pod er. É analista político e como tal muito sofreu o derrame , AlOisio dirigia o congresso, eleito ajud o u Al o isio em suas decisões; sua atuação fo i pelos part Clpan tes. de am igo e co nfidente: 2 Ferra rotti . :-:1" ..::1(0. Hlsrotre et hisw;res de vie : la méthode biographique dans les sciences soclales. [Traduit de Quando ele, com lrapoan Cavalcanti, resolveu I'italien par Mananne Modack], Pans: l ibrairie des fazer a reforma da Secretaria, aí há essa Méridiens.1 98 1· 52. questão de amizade de famllia que nós dois J Em 193 I no Depaltamento de Sociologia da Unlver;idade herdamos; à interlocução de estratégia de Chicago. polltica que era conveniente para nós dois se , Cf. Bourdleu, Plerre . A il usão b l ográ~ca. In Amado. janaína e acresceu um terceiro dado, que era a Ferreira, Marreta de Moraes (or·gs.). Usos e abusos do reformulação institucional, e a minha história orol. RIO de janeiro: FGV: 1998; 183. formação de jurista também era algo que ele lançava mão; então, na Fundação Pro­ s Cavalcanti. Marra Laura Viveiros de Castro. Conhece r desconhecendo: a etnografia do ' pintlSmo e do carnaval Memória, decretos, leis, portarias, carroca. In Velho. G. e Kusr nir. K. Pesquisas Urbanas . estratégias... foram pontos também que nos Rio de janeiro: Zahar. 2003: 118. uniram muito. 6 Essa agênCia de design , ~xando·se em um único clien te. a fábrica de chocolates Garoto. fechou pouco depois da N omeado secretário de C ultura, o primeiro do pesquIsa que ali realizei para a dissertação de mestrado Brasil, tinha poderes de ministro. Seu vice fo i no PPGAV/EBA: "O caso da DenlSon: d€Slgn e Irapoan Cavalcanti de Lyra , que informa ter sido computação grá~ca . Mutações recentes no campo da Aloisio uma pessoa que via a questão da comun icação". memória de uma fo rma importante: 7 A ela e a sua "i ha Oarice devo Inúmeros agradeClrnentos pe la aco!h,da e pelos muitos subsídiOS e orientações Ele tinha, pela sua formação profissional de sobre quem procurar e endereços de pessoas que com designer, essa capacidade, ele sintetizava isso ele conviveram , alé m de reproduções iconográ~cas de numa coisa que nós aprendemos na fTsica, na obras suas. matemática, que eram dois vetores 8 l eite. João Souza e Taborda. Felipe. Aloisio Magolhães. o convergindo para o momento atual, vindos do herança do olhar. Rio de janerro: Artviva;$cnac, 2003: passado, que convergiam e se encontravam 25 num ponto, e esse ponto era o dia de hoje, , Teatro do Estudante de Pemambuco. quer dizer, no passado a produção da 10 l'Ja Rua da Passagc ~, . 130, também ateliê dos fotógrafos sociedade foi imensa, mas no dia de hoje ela irmãos France s ~ se estreita e só fica na memória aquilo que foi significativo. II AloiSiO Magalhães Programação VISual Desenho IndL"'lial. 12 Progl'arnação VISual Desenho Ind ustna!. A sua grande qualidade fo i saber aglutinar as pessoas ao redor de um interesse comum , a 13 jornal do Brasil. edição de 15 de Julho de 1965. fac ilidade de conve ncimento que se vê presente 14 A Gallene Agathe Gaillard pode ser vlSuahzada no endereço nos depo imentos. Disso se pode concluir o eletrônico www.a~athegaollard .com. quant o Alo isio Magalhães fo i significativo e que , 15 Verschleisser fOI um dos primeiros professores do curso de como tal, deve permanecer em nossa memó ria; Desenho IndustriaJ na EBA. convidado por Francisco sua vida deve ser evocada para que os novos Ferl'cira, seu criador. designers e estudiosos de arte o vejam como um exemplo, um precursor, um expoente, em tudo 16 Magalhães . Aloisio. E "unro' in leite. op. ot.: 228 . por ele empreeendido. 17 A obra do designeI' encontra-se na esfera projetual estilístJ ca. ISIi Fe mandes Braga é doutora em Artes VisuaJo) pelo PPGAV/EBAjUFRJ Jur'ltando car-acterís ticas de ergonomia, economia e e docente do curso de Desenho Indu:;tr la! dJ E.BAAJFRJ. &te te>.i o efiCiência num Invólucro de beleza e funcionalidade, além COfISislC em extratos de sua tese de d utor;tmenlO "A10i5.!O MagalhAes: de tudo que se refere à área grá ~ca . as faces cultura;' do deSlgn no Bras,1 (1 96()' 1970)". sob oner1lação da Prola Dra Rem W vel Zoladl. apresentada ao PPGAV./EMUFRj em IÇO de 2004. ARTI GO · 11 I 1 FER NANDEI BRA GA 37