1. O documento descreve a trajetória do artista e designer brasileiro Aloisio Magalhães, destacando sua influência na arte, cultura e design brasileiros segundo depoimentos de contemporâneos.
2. Apresenta brevemente sua origem no Recife, educação, primeiros trabalhos artísticos e contatos com o design moderno durante viagens à Europa e Estados Unidos nas décadas de 1950-1960.
3. Destaca seu papel pioneiro na criação do design gráfico brasileiro e na fundação do primeiro escritório de design do país
2. Aloisio Magalhães: o artista, a arte e o design
brasileiros na ópt ica de seus contemporâneos
Isis Fernandes Braga
Apresento, neste ensaio, fragmentos de depoimentos sobre Aloisio Magalhões
(Recife, 1927 - Pádua, Itália, I 1982), destaque em todos os campos nos quais
atuou, atingindo o apogeu como primeiro secretário de Cultura do Brasil, A ele o
país deve iniciativas em design e cultura nõo ultrapassados até hoje, No bojo dessa
análise, troço uma breve trajetória de quem foi nosso maior designe r,
A l OISIO lv1ogolhóes, Orle, design, c ultur a b ra silei r o,
I A personalidade e a capacidade I. 2 Sua trajetória
criadora de Aloisio Magalhães
o apresentado aqui é enfocado sob tratamento
Criador de formas, artista plástico, incentivador metod ológico no qual aspectos marcantes de
e produtor cultural, homem público, primeiro sua presença foram determinantes para a
secretário de Cultura do Brasil, a personalidade procura da identidade do designer no Brasil: sua
polimorfa de A loisio Magalhães contém vida familiar é traçada desde o Recife, PE, onde
coerente unidade, Sua capacidade de inovar foi ele nasceu, usando a idéia de mosaico social,
inesgotável , Falar a respeito de design no Brasil é categoria analítica que muito deve às pesquisas
falar em Aloisio Magalhães: todo o nosso design desenvolvidas na década de 1930 3
gráfico teve sua innuência; a maioria das marcas
produzidas pessoalmente ou por seu escritório A rede de relações da qual Aloisio foi o centro
de design é usada até hoje, possibilitou dar sentido, extrair uma lógica ao
mesmo tempo retrospectiva e prospectiva, uma
Curiosamente, talvez por sua origem consistência e uma constância, estabelecendo
pernambucana, Aloisio voltou-se para a direção relações inteligíveis, como a do efeito à causa
do fazer simples, para as bases do bom eficiente ou final entre os estados sucessivos,
artesanato, instigando designers a se voltar para assim constituídos em etapas de um
aspectos da cultura brasileira no que lhe é mais desenvolVimento necessário, Mas o Interesse
peculiar, ou seja, sua pluralidade, primordial do récit, ou da narrativa, é o que ela
constrói, como é sua traJetória" e o que orienta
Essas afirmativas não são resultantes de minhas a série de relações objetivas unificadoras dos
vivências, pois não o conheci pessoalmente, mas estados sucessivos do campo no qual ela se
a elas chegue i de maneira invertida: para desenrolou, Esses pressupostos justificaram
organizar os assuntos que compõem os tópicos transformar um procedimento usual no âmbito
elaborados visando dar uma forma ordenada ao da pesquisa de campo, a entrevista, dando-lhe
estudo de sua vida, foi necessário redesenhar a forma de depoimento,
rede de relações com a qual Aloisio teceu sua
vida pessoal, social e política, Nela experimenta Realizei 28 entrevistas com familiares, amigos e
se mais claramente a sensação de um biografado colaboradores dos diferentes níveis profissionais
mais vivo, mais próximo, o que torna viáve l em que ele atuou, das quais selecio nei algumas
redigir um levantamento biográfico na forma para este ensaio, Apresentei uma única
sugerida por Franco Ferrarotti, que propõe uma pergunta: "Como foi seu relacionamento com
biografi a construída como Interação, Isso quer Aloisio Magalhães?", A pluralidade dos
dizer que "a biografia sociológica não é entrevistados fica patente, e o envolvimento
unicamente uma narração de experiências com eles cresce à medida que se começa a
vividas, ela é, igualnrente, uma "microrrelação" social, 2 entender mais a vasta rede de relações cultivada
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por Aloisio durante sua vida. Dito assim, o consdentizada mais tarde em sua vida. Do
trabalho de campo parece uma coisa simples outro, o pai, o Dr. Aggeu de Magalhães,
que, no entanto, não o é. Na publicação de médico e professor, herdou a radonalidade
Gilberto Velho e Karina Kuschinir Pesquisas intelectual. Da mãe querida, D. Henriqueta,
Urbanos, há um artigo de Maria Laura Viveiros de quem era o caçula de quatro filhos, todos
de Castro Cavalcanti 5 que explica essa questão: homens, cultivou o atendimento aos sentidos.
"o trabalho de campo exerce , em antropologia, Do meio da elite, Aloisio trafegou ern direção
lugar análogo ao dos ritos na sociedade". aos traços mais originais da cultura
pernambucana.
o trabalho de campo, a mim apresentado
desde a pesquisa sobre a Denison Propaganda, 6 Na Faculdade de Direito, Aloisio e colegas de
foi um verdadeiro rito de iniciação, que me estudo agitaram a vida cultural da cidade.
proporcionou buscar o outro, ao mesmo tempo Cenógrafo e figurinista do TEp,9 ele se tornou
que desfazia o estranhamento do desconhecido pintor premiado, recebeu bolsa para estudar
e eu passava a me conhecer melhor. A tese que museologia no Louvre, em Paris, e voltou com
se seguiu foi uma decorrência, Já que o design idéias sobre design, tornando-se membro da O
gráfico brasileiro continuou o objeto das GráfiCO Amador, editora inovadora,
pesquisas. Ao estudar a figura de Aloisio experimental. A experiência na O Gráfico
Magalhães, o fato se repetiu, sentia-me como Amador veio amadurecer em Aloisio a vontade
tendo transposto ritos de passagem. Essas de produzir para um público maior, para o povo
entrevistas começaram pela pessoa mais - fazer designo Foi o primeiro do grupo a deixar
próxima do designer, sua viúva, Solange a editora e mudar-se para o Rio de Janeiro, aqui
Magalhães.? Em Pernambuco, viagem criando seu primeiro escritório de design, em
indispensável para conhecer as origens de 1960. 10
Aloisio, foi identificada uma rede de relações
estreitas de amizade e de parentesco, incluindo Em 1956 nos Estados Unidos, ele visitara o
seu irmão Dr. Ageu de Magalhães, que relatou Museu e a Escola de Artes de Filadélfia, cujo
fatos de sua infância e juventude: diretor convidou-o a ministrar um curso de
gráfica, o que ele fez em 1957 e repetiu em
Eu estava sentado na mesa, com ele, mamãe anos posteriores, 1959 e 1962. Nessa época
e papai, que virou-se para Aloisio e disse: Aloisio teve contato com o moderno design e
'Você predsa seguir uma faculdade, você está intuiu sua importância para a sociedade;
com esse neg6do de pintura, mas precisa conheceu Eugene Feldman, diretor da Falcon
seguir uma faculdade, porque enriqueceria o Press, expert na técnica offset, com o qual
seu lado realmente cultural". AI foi a grande realizou publicações premiadas. Nesse ínterim,
tragédia, porque Aloisio não foi s6 um artista, como pintor participou de várias exposições nos
ele também tinha uma cultura geral. Isso deu Estados Unidos e da delegação brasileira na 30'
a ele uma chance de realmente aparecer Bienal de Veneza (1960); fez individual na Petite
por que s6 pintura? Ele precisava mais! Galerie, no Rio de Janeiro; já participara da 3ª
Bienal de São Paulo e do Salão Nacional de Arte
Esse depoimento nos revela o ambiente erudito Modema do Rio de Janeiro; um quadro seu,
no qual Aloisio se desenvolveu, o convívio Paisagem (1956), foi adquirido pelo Museu de
familiar com a elite cultural de Pernambuco: Arte Moderna - MoMA, de Nova York.
Gilberto Freyre, Barbosa Lima Sobrinho, Assis Segundo Solange Magalhães,
Chateaubriand, o governador da Paraíba, José
Américo de Almeida, o governador Carlos de Ele era um pintor consagrado, importante, e
Lima, de Pemambuco. A esse respeito escreveu vivia de sua pintura. Isso diz tudo! Quando eu
o designer João de Souza Leite: 8 o conheci, em 61, ele j6 tinha tido um
contato muito importante com o design, seu
Sobrinho de polftico famoso, era filho de pai primeiro contato com design foi na Europa,
irrfluente. Do primeiro, o China Gordo, como quando foi com uma bolsa (...). A gente se
era conhecido Agamenon de Magalhães, conheceu no Brasil. Ele foi para a França em
fundador do PSD de Pemambuco, de quem 50 e quanto? M! Foi em 52. Mas quando eu
puxou os olhos miúdos, achinesados, herdou a o conhed ele j6 estava, a bem dizer... ele...
arte da condliação, da moderação entre na época, eu vi uma exposição dele na Petite
opostos, desde cedo manifestada, mos Galerie, importante, grande.
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4. o design era cada vez mais importante em sua 2.A arte e o designer
vida. O escritório, com seu amigo Artur Lício
Pontual, foi ampliado e mudou -se para a Ladeira Esse escritório foi mantido por 10 anos. Ao
Ari Barroso. Entrou como sócio Luiz Fe mando ganhar o concurso para o símbolo da Bienal de
Noronha: Magalhães + N oronha + P ontual. São P aulo, Aloisio declarou : "O desenho
Depois do casamento, em 1962 com a industrial é uma atividade recente, surgida após a
francesa Solange Valborg, os espaços do guerra e tomou-se a melhor forma para a
escritório, também sua morada, foram comunicação visual" . 1 Solange Magalhães
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reformulados: ali cresceram suas duas fi lhas, também falou sobre trabalhos de design , como
Clarice e Carolina. Com a saída dos sócios em o desenvolvido para o projeto de renovação da
1970, o nome mudou para AMPVDIII e para programação visual de nosso dinheiro, e a forma
PVDI1 em 1978, quando ele elegeu Joaquim
2 diplomática pela qual ele conduziu essa
Redig e Rafael Rodrigues seus novos sócios. negociação, os problemas de impressão e
segurança, e como daí tirou uma obra
inédita, que ficou como uma espécie de
"marca registrada" de Aloisio, os
Cortemos:
Você sabe como surgiram os Cartemas?
(.. .) Ele mudou tudo... a própria tecnologia,
concepção de dinheiro! Sim, hoje em dia
acabou, mas naquela época foi uma coisa
revolucionária mesmo na Europa, mesmo
no conceito do mundo inteiro. Aloisio foi lá,
não me lembro mais em que cidade da
Holanda, mas não importa, pararam as
máquinas e fizeram a impressão. São
chapas, eu não sei quantas, são várias
cédulas iguais, que passam na máquina.
Aloisio ficou olhando aquilo e vendo essa
coisa indo, e tudo repetido, e ar, foi ar que
surgiu a idéia do Cartema, naquela hora
olhando, ele pensou, "Cartão", porque o
nome veio depois, o nome foi o Antmio
Houaiss quem inventou...
Aloisio utilizava rebatimentos e seqüências
de imagens, usando cartões-postais que
adquiria em bancas de jornais. Esses
cartões idênticos, colados lado a lado,
criam novas imagens, de extrema beleza.
A série brasileira, de cartões coloridos,
possui uma variedade de gamas delicadas.
A série em preto-e-branco, fotos
pertencentes à GalJ erie Agathe Gaillard, 1
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em Paris , linda, foi exposta também no
Rio de Janeiro.
3. O d esigner e o homem público
Aloisio começou a deixar de lado seu
trabalho no escritório de design, voltando
se para a área da cultura. Sua grande
experiência como designer na área pública
trouxe-lhe uma visão das necessidades do
país nesse campo. Ele Influenciou uma
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5. a/e REV I S T A DO PROG R AM A DE POS-GRADUAÇAO EM A RTES V I SU A I S EBA • UfRJ • 2 004
infinidade de designers e até mesmo, segundo declarou em discurso 16 "Urna cultura é feita dos
Roberto Verschleisser, 15 a criação do Curso de elementos compostos do passado que são vistos
Design na Escola de Belas Artes da UFRJ. Seu pelos homens transitórios do presente e que
sócio e professor do Curso de Design da desenham o caminhar prOJetivo". Nessa
Pontifícia Universidade Católica, Joaquim Redig, afirmação nota-se o uso de vocabulário próprio
testemunhou: do designo 17 A cultura precisa, para seu
desenvolvimento, da consciência do passado
Praticamente a minha cabeça, a parte histórico. Foi esse o pressuposto que norteou
profissional, se formou com ele: eu trabalhei seus atos durante todo o tempo em que foi
com ele desde 20 até 35 anos - não só um diretor do CNRC e nos cargos de gestão
perfodo longo, como o per(odo da formação. cultural que ocupou, preocupando-se também
Foi uma pessoa muito importante para minha em tombar bens imateriais, coisa que agora vem
formação e uma pessoa que foi muito sendo reconhecida como de suma importância,
importante para a formação do design no como Clara Alvim enfatlza em sua entrevista:
Brasil. Eu acho que foi o designer mais
importante que o Brasil já teve não só no A criação do CNRC deu-se de maneira
sentido do design da prática, mas também da simples. Os projetos foram se desenvolvendo
reflexão, porque ele era um pensador; não era com velocidade de raio; no in(cio os relatórios
só um projetista, era também um pensador. ficaram muito bonitos, e o primeiro grupo de
financiadores aprovou um convênio, hOlNe um
Aloisio foi um dos fundadores da Escola Superior segundo convênio, e começou a haver o
de Desenho Industrial - Esdi/Uerj e nela grande perigo... nós tfnhamos que trespassar
professor. Colhi depoimentos de alguns alunos, ou transpassar uma coisa complicada que era
como Leonardo Visconti, Roberto Verschleiser, passado de uma experiência, eminentemente
Freddy van Kamp, Arísio Rabin. Todos de pesquisa intelectual, de experiência para
enfatizaram a excelência de seu trabalho como uma coisa polftica mesmo e... Aloisio ficou
professor e também na PVDI , sucursal não com uma outra palavra-chave, que foi a
oficial da Esdi. O designer Aloisio continuava a palavra fresta. Nós estávamos na ditadura
vencer concorrências; sua atuação comprova a mais completa, e Aloisio achava que era
complexidade da implantação de uma área nova possfvel encontrar uma fresta, onde se
em nosso país. Ele teve a visão dos pudesse penetrar sem ser puxado para trás,
desdobramentos que tal trabalho poderia ter, e sem agredir a direita para que ela impedisse o
o design, tal como é conceituado hOJe, muito trabalho, e sem agredir a esquerda.
deve a sua atuação. Segundo Verschleisser, a
capacidade de aproveitar as oportunidades era Aloisio foi presidente do Iphan, bem como da
inerente ao designer: Pró-Memória, que ele mesmo criou. O Iphan
era um órgão normativo, tinha a função de
E ele era, no meu entender, um homem representante do Estado na política de
extremamente criativo, do ponto de vista de preservação. O CNRC podia agir e acabou
idéias, eu me lembro de Fumas: ele estava sendo incorporado à Fundação Pró-Memória.
sentado no escritório, olhou o prédio de
Fumas - a PVDI havia se mudado para o Sempre voltava a Olinda, onde possuía uma
Humaitá, e do outro lado da rua está a sede casa. Traba lhava com equipes de pessoas
administrativa de Fumas. O olhar do designer competentes e tão idealistas quanto ele, como
intuiu a necessidade de uma marca para a Augusto Silva Telles; Glauco Campello, Irapoan
estatal, e ele, criativamente, colocou mãos à Cavalcanti de Lyra, José Q uintas, Fausto Alvirn e
obra, falando a seus estagiários: "meninada, Joaquim Falcão, arnigo até o fi nal da vida, que
vamos fazer uma marca para esta empresa". relata:
Prepararam o trabalho todo sem ser
contratado, levaram o projeto, funcionou, e E o fato de eu morar em Olinda e estar fora
está a( até hoje, é um excelente projeto, a do circuito do poder dava para ele a
marca de Fumas é super bem colocada. possibilidade de ter um interlocutor com o
qual ele podia abrir seu coração das lutas
Cada vez mais a área de cultura tornava-se
mais intestinas, passfvel de revelar suas
importante para ele. Era como se estivesse
fraquezas porque eu nem era fUncionário dele,
cumprindo um destino, uma missão. Aloisio
nem concorrente dele, nada, eu era apenas
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6. uma pessoa que o via.. . então nós dois Notas
ficávamos ruminando estratégias e tóticas,
etc. e tal. I Ele fora palt lcipar de um congresso de ministros da C::,, "a
da Amél'ica Latina promOVido pela O rganização das
Nações Unidas para a Educação Ciência e C-1::~:'a -
Joaquim Falcão escrevia para o jo rn al Folha de S.
Unesco em Vene za . e foi levado às pl'essas para um
Paulo e estava inteirado do que se passava no hospital espeCializado em Pádua. No momento em que
pod er. É analista político e como tal muito sofreu o derrame , AlOisio dirigia o congresso, eleito
ajud o u Al o isio em suas decisões; sua atuação fo i pelos part Clpan tes.
de am igo e co nfidente:
2 Ferra rotti . :-:1" ..::1(0. Hlsrotre et hisw;res de vie : la méthode
biographique dans les sciences soclales. [Traduit de
Quando ele, com lrapoan Cavalcanti, resolveu I'italien par Mananne Modack], Pans: l ibrairie des
fazer a reforma da Secretaria, aí há essa Méridiens.1 98 1· 52.
questão de amizade de famllia que nós dois J Em 193 I no Depaltamento de Sociologia da Unlver;idade
herdamos; à interlocução de estratégia de Chicago.
polltica que era conveniente para nós dois se
, Cf. Bourdleu, Plerre . A il usão b l ográ~ca. In Amado. janaína e
acresceu um terceiro dado, que era a
Ferreira, Marreta de Moraes (or·gs.). Usos e abusos do
reformulação institucional, e a minha história orol. RIO de janeiro: FGV: 1998; 183.
formação de jurista também era algo que ele
lançava mão; então, na Fundação Pro s Cavalcanti. Marra Laura Viveiros de Castro. Conhece r
desconhecendo: a etnografia do ' pintlSmo e do carnaval
Memória, decretos, leis, portarias,
carroca. In Velho. G. e Kusr nir. K. Pesquisas Urbanas .
estratégias... foram pontos também que nos Rio de janeiro: Zahar. 2003: 118.
uniram muito.
6 Essa agênCia de design , ~xando·se em um único clien te. a
fábrica de chocolates Garoto. fechou pouco depois da
N omeado secretário de C ultura, o primeiro do
pesquIsa que ali realizei para a dissertação de mestrado
Brasil, tinha poderes de ministro. Seu vice fo i no PPGAV/EBA: "O caso da DenlSon: d€Slgn e
Irapoan Cavalcanti de Lyra , que informa ter sido computação grá~ca . Mutações recentes no campo da
Aloisio uma pessoa que via a questão da comun icação".
memória de uma fo rma importante:
7 A ela e a sua "i ha Oarice devo Inúmeros agradeClrnentos
pe la aco!h,da e pelos muitos subsídiOS e orientações
Ele tinha, pela sua formação profissional de sobre quem procurar e endereços de pessoas que com
designer, essa capacidade, ele sintetizava isso ele conviveram , alé m de reproduções iconográ~cas de
numa coisa que nós aprendemos na fTsica, na obras suas.
matemática, que eram dois vetores 8 l eite. João Souza e Taborda. Felipe. Aloisio Magolhães. o
convergindo para o momento atual, vindos do herança do olhar. Rio de janerro: Artviva;$cnac, 2003:
passado, que convergiam e se encontravam 25
num ponto, e esse ponto era o dia de hoje, , Teatro do Estudante de Pemambuco.
quer dizer, no passado a produção da
10 l'Ja Rua da Passagc ~, . 130, também ateliê dos fotógrafos
sociedade foi imensa, mas no dia de hoje ela
irmãos France s ~
se estreita e só fica na memória aquilo que foi
significativo. II AloiSiO Magalhães Programação VISual Desenho IndL"'lial.
12 Progl'arnação VISual Desenho Ind ustna!.
A sua grande qualidade fo i saber aglutinar as
pessoas ao redor de um interesse comum , a 13 jornal do Brasil. edição de 15 de Julho de 1965.
fac ilidade de conve ncimento que se vê presente 14 A Gallene Agathe Gaillard pode ser vlSuahzada no endereço
nos depo imentos. Disso se pode concluir o eletrônico www.a~athegaollard .com.
quant o Alo isio Magalhães fo i significativo e que ,
15 Verschleisser fOI um dos primeiros professores do curso de
como tal, deve permanecer em nossa memó ria;
Desenho IndustriaJ na EBA. convidado por Francisco
sua vida deve ser evocada para que os novos Ferl'cira, seu criador.
designers e estudiosos de arte o vejam como um
exemplo, um precursor, um expoente, em tudo 16 Magalhães . Aloisio. E "unro' in leite. op. ot.: 228 .
por ele empreeendido.
17 A obra do designeI' encontra-se na esfera projetual estilístJ
ca.
ISIi Fe mandes Braga é doutora em Artes VisuaJo) pelo PPGAV/EBAjUFRJ Jur'ltando car-acterís ticas de ergonomia, economia e
e docente do curso de Desenho Indu:;tr la! dJ E.BAAJFRJ. &te te>.i o efiCiência num Invólucro de beleza e funcionalidade, além
COfISislC em extratos de sua tese de d utor;tmenlO "A10i5.!O MagalhAes: de tudo que se refere à área grá ~ca .
as faces cultura;' do deSlgn no Bras,1 (1 96()' 1970)". sob oner1lação da
Prola Dra Rem W vel Zoladl. apresentada ao PPGAV./EMUFRj em
IÇO de 2004.
ARTI GO · 11 I 1 FER NANDEI BRA GA 37