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Psicologia Jurídica
Introdução à Psicologia
Prof. Sergio Luis dos Santos Lima
Introdução à Psicologia Jurídica 2
Objetivo da Apresentação
Conceituar a Psicologia e Identificar seus Principais
Campos de Atuação
Introdução à Psicologia Jurídica 3
A Psicologia e o Direito
Psicologia Cognitiva
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Psicologia Social
Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 4
A Psicologia e o Direito
Psicologia Cognitiva
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Psicologia Social
Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 5
A Psicologia e o Direito
Direito
Psicologia
Busca compreender e
explicar a conduta humana
Prevê e regula
determinados tipos de
comportamento com o
objetivo de estabelecer um
contrato social de
convivência
A Psicologia Jurídica deve restringir-se aos conteúdos da norma, sem
procurar explicar se ela é ou não é justa, nem pretender argumentar sobre
seus fins
Introdução à Psicologia Jurídica 6
Psicologia Jurídica
Consttitui-se de um campo de investigação psicológico
especializado, cuja a finalidade é o estudo do
comportamento dos atores jurídicos no âmbito do Direito,
da lei e da justiça
Fonte: Jesus (2006)
Introdução à Psicologia Jurídica 7
Diferenciação
Psicologia e Lei
A Psicologia analisa componentes
psicológicos no Direito,
desenvolvendo investigação e
teoria
Psicologia na Lei
Profissionais da Lei requisitam a
atuação dos Psicólogos.
Trata-se de uma Psicologia
aplicada à resolução de problemas
Psicologia da Lei
Representa uma aproximação
abstrata da lei como determinante
do comportamento. Como a lei
afeta a conduta humana
Fonte: Jesus (2006)
Introdução à Psicologia Jurídica 8
Diversas podem ser as especialidades da
Psicologia Jurídica:
Psicologia da Delinquência
Psicologia Judicial (Juízes, Jurados e Testemunhos)
Psicologia Policial e das Forças Armadas
Psicologia Penitenciária
Mediação Familiar
Técnicas de Entrevista e Interrogatório
Psicopatologia
Etc…
Introdução à Psicologia Jurídica 9
Funções do Psicólogo Jurídico
Avaliar e
Diagnosticar
As condutas psicológicas dos atores jurídicos
Assessorar
Como perito, visando trazer para os autos informações
psicológicas essenciais para a tomada de decisão
Intervir
Planejar e organizar programas de prevenção, tratamento
de reabilitação e de integração de atores jurídicos
Educar Treinar e selecionar profissionais
Fonte: Jesus (2006)
Introdução à Psicologia Jurídica 10
Funções do Psicólogo Jurídico
Conscientizar
Colaborar com campanhas de prevenção social contra a
criminalidade em meios de comunicação
Pesquisar Problemas da Psicologia Jurídica
Ajudar a vítima
Contribuir para a melhoria da situação da vítima e para a
sua interação com o sistema legal
Mediar
Apresentar soluções negociadas aos conflitos jurídicos
por meio da intervenção mediodora
Fonte: Jesus (2006)
Introdução à Psicologia Jurídica 11
Conclusão
Fonte: Jesus (2006)
As técnicas e os procedimentos empregados pela Psicologia
moderna necessitam de um marco conceitual, que não
poderia ser reduzido a uma inocente utilização de uma teoria
psicológica, mas deveria consistir em uma teoria dentro do
mundo legal, de maneira que possa haver uma integração
entre campos psicológico e legal
O desafio para a Psicologia Jurídica brasileira está lançado
Jesus (2006)
Introdução à Psicologia Jurídica 12
A Psicologia e o Direito
Psicologia Cognitiva
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Psicologia Social
Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 13
Sensação – Percepção – Cognição
Introdução à Psicologia Jurídica 14
Sensação – Percepção – Cognição
Sensação
Processo de detecção e de
decodificação da energia de um
estímulo do mundo exterior
A sensação se refere às informações
que são apresentadas aos órgãos
dos sentidos
A visão mais aceita é que os
processos cognitivos são tão
complexos que é muito difícil
estabelecer uma nítida diferença
entre sensação e percepção
Percepção
Os processos perceptivos são
inconscientes
A percepção é direta ou imediata
A percepção é discriminativa e
constante (ou altamente
condicionada)
Atenção
Introdução à Psicologia Jurídica 15
Sensação – Percepção – Cognição
Introdução à Psicologia Jurídica 16
Cognição
Conjunto de atividades e processos pelos quais um organismo
adquire informação e desenvolve conhecimentos
Mecanismos mentais que agem
sobre a informação sensorial,
buscando a sua interpretação,
classificação e organização
Processos Cognitivos: memória,
categorização, atenção, resolução
de problemas, tomadas de decisão,
tipos de raciocínio, linguagem
Cognição é o processo de conhecer
Introdução à Psicologia Jurídica 17
Sensação – Percepção – Cognição
Processo
Cognitivo
Informação
recebida (BIT/seg)
Recepção sensorial 1.000.000.000
Conexões nervosas 3.000.000
Consciência 16
Armazenamento permanente 0,7
Fonte: Velásquez, Losano e Escalante (1995)
Introdução à Psicologia Jurídica 18
Sensação – Percepção – Cognição
Objeto
Características:
- cor
- textura
- tamanho
- formato
- profundidade
Captação
pelo
Sistema
Sensorial
Cérebro
Estruturas
corticais
Sistema
Cognitivo
Processo Perceptivo Processos Cognitivos
Interpretação e
Integração das
características
do objeto aos
conhecimentos
do sujeito
R
E
S
P
O
S
T
A
S
Memória
Categorização
Atenção
Resolução de
Problemas: tipos
de raciocínio
Linguagem
Fonte: ABRAHÃO (2003)
Introdução à Psicologia Jurídica 19
Representações são como estados mentais que
promovem um elo entre o organismo e um determinado
contexto. Têm como característica trazer em si mesmas
os objetos aos quais se referem, independentemente de
os mesmos estarem ou não em sua presença
Representação Mental do Conhecimento
Fonte: TEIXEIRA (1993)
Introdução à Psicologia Jurídica 20
Representação Mental
do Conhecimento
Introdução à Psicologia Jurídica 21
Representação Mental do Conhecimento
Sentido Psicológico
representação é como um conjunto
de propriedades, relações e valores
ligados a um objeto do pensamento
é a expressão de um conhecimento
por meio de um sistema de signos
A noção de representação pode ser entendida tanto num sentido
técnico, quanto num sentido psicológico e num semiológico
Sentido Técnico
Fonte: LE-NY (1994)
a representação é a relação entre o
significante de um signo e seu
objeto
Sentido Semiológico
Introdução à Psicologia Jurídica 22
Representação Mental do Conhecimento
Esquematização (Categorização)
Antecipação
Memorização e Evocação
Sua elaboração e desenvolvimento supõe pelo menos
três tipos de processos cognitivos
Fonte: TEIGER (1993)
Introdução à Psicologia Jurídica 23
Memória
Componentes fundamentais
Características da memória
 A memória é associativa - fazemos constantemente ligações entre
representações
 A memória de curto termo tem uma capacidade muito limitada
Codificação
Percepção
(entrada)
Processo de memorização
Ação
Utilização
(saída)
Armazenamento Recuperação
Introdução à Psicologia Jurídica 24
Memória
Memória
Sensorial
Memória
de Curto
Termo - MCT
Memória
de Longo
Termo - MCT
Buffer
RAM
Disco Rígido
Introdução à Psicologia Jurídica 25
Categorização
 Identificação e definição do problema
 Construção de uma estratégia de resolução
 Organização das informações
 Alocação de recursos cognitivos, a monitoração e a avaliação da
resolução
Introdução à Psicologia Jurídica 26
Categorização
Organiza a realidade segundo uma lógica que se apóia em crenças, valores e
normas
é a forma como reconhecemos padrões entre diferentes estímulos
e os agrupamos de maneira a elaborar modelos ou identificar
características de um dado contexto ou situação
Atenção
Também é dirigida pela experiência e conhecimentos, logo é seletiva e
determina aspectos da realidade que serão descartados ou retidos
Introdução à Psicologia Jurídica 27
Atenção Seletiva – Rota Cortical
Vermelho Amarelo Azul Verde
Azul Vermelho Verde Amarelo
Amarelo Verde Vermelho Azul
(1) Leia esta lista de nomes de cores o mais rápido possível.
Leia da direita para a esquerda em cada linha
Realize o conjunto de tarefas a seguir e perceba que a tarefa (3) será
a mais difícil
Ver a palavra que designa uma cor ativa uma rota cortical
Introdução à Psicologia Jurídica 28
Vermelho Azul Verde Amarelo
Amarelo Vermelho Azul Verde
Azul Amarelo Verde Vermelho
(2) Nomeie estas etiquetas coloridas o mais rápido possível.
Nomeie da esquerda para direita em cada linha
(3) Nomeie mais rápido possível a cor de tinta com a qual cada
palavra foi impressa. Nomeie da esquerda para direita em cada linha
Tentar identificar o nome da cor da tinta ativa uma rota
cortical diferente, e a primeira interfere na segunda
Efeito Stroop (John Ridley Stroop – 1935)
Introdução à Psicologia Jurídica 29
Estratégias
Operatórias
Antecipação
Resolução de
problemas
Tomada de
decisão
Tipos de
Raciocínio
Heurísticas
Introdução à Psicologia Jurídica 30
Identificação
do Problema
1
Definição
do Problema
2
Construindo
uma estratégia
3
Alocação de
recursos
5
Organizando
a informação
4
Monitorando a
resolução de
problemas
6
Avaliando a
resolução de
problemas
7
Ciclo de Resolução de Problemas
Fonte: STERNBERG (2001)
Introdução à Psicologia Jurídica 31
Arquiteturas Cognitivas
SOAR
Regras de Produção
Resolução de Problemas
a) espaço inicial,
b) espaço do problema
c) estado final desejado
Fonte: NEWELL, A. Unified theories of cognition. Harvard University Press, Cambridge MA,
1990
Estado
inicial
Estado
final
Solução
Problema
transformações – estados intermediários
5
1 2 3 4
Introdução à Psicologia Jurídica 32
Tomada de Decisão
A pessoa como um ser limitado e racional
Devido as limitações da cognição humana, devemos usar métodos
de aproximação para executar a maioria das tarefas – (e.g. Xadrez)
Introduz o conceito de satisfação que consiste em fazer uma escolha
em um grupo de opções quando não se sabe muito sobre as
probabilidades adiante. Implica em se tomar um atalho
(Heurísticas), baseado no nível de aspiração
Herbert Simon
Prêmio Nobel - 1978
Introdução à Psicologia Jurídica 33
Tomada de Decisão
H. Simon (1960)
Categorização do processo da Tomada de Decisão
1. Inteligência - identificação de um problema ou oportunidade
2. Projeto - identificação das soluções alternativas
3. Escolha - seleção de uma alterna-tiva ou uma combinação de alternati-vas)
Para Cañas e Waerns (2001) as atividades que uma pessoa realiza quando
está tomando decisões são as seguintes:
1. Observação – ou seja, antes de tomar uma decisão é necessário que a pessoa
tenha toda a informação que precisa
2. Avaliação – com a informação obtida deve-se avaliar a situação. Neste sentido a
informação deve combinar com os conhecimentos que a pessoa tem
3. Seleção de uma resposta – uma vez avaliada a situação, é necessário tomar
uma decisão
Introdução à Psicologia Jurídica 34
Heurísticas
Heurísticas são “Atalhos” Cognitivos para reduzir a complexidade
dos processos de tomada de decisão e fazer julgamentos de forma
mais simples e imediata
Tais atalhos tornam mais leve a carga cognitiva de tomar decisões,
mas possibilitam uma chance maior de erro
Heurística de representatividade - Heurística de disponibilidade
Introdução à Psicologia Jurídica 35
Fonte: LE-NY (1994)
Análise Cognitiva: construir representações (no
sentido técnico) acerca das representações (no
sentido psicológico e semiológico)
Sentido Psicológico
representação é como um conjunto
de propriedades, relações e valores
ligados a um objeto do pensamento
é a expressão de um conhecimento
por meio de um sistema de signos
Sentido Técnico
a representação é a relação entre o
significante de um signo e seu
objeto
Sentido Semiológico
Introdução à Psicologia Jurídica 36
Modelo Mental
Modelo Mental como uma representação dinâmica criada
na Memória de Trabalho pela combinação de informações
estocadas na Memória de Longo Termo e as
características extraídas do ambiente
Fonte: CAÑAS, ANTOLI E WAERNS (2001)
Introdução à Psicologia Jurídica 37
Modelo Mental
A mais importante característica do Modelo
Mental é a função de simular a realidade na
memória da trabalho
(Cañas, Salméron e Gomez, 2004)
um modelo mental da interação deve servir
para especificar como as variáveis psicológicas
se relacionam com as variáveis do sistema
Norman (1986)
Introdução à Psicologia Jurídica 38
Modelos
Um modelo é sempre uma redução
intencional e empobrecida da realidade,
“nessa dimensão, a perda ocasionada
pela simplificação é compensada pela
inteligibilidade que resulta da maior
clareza assim expressa entre seus
componentes
Introdução à Psicologia Jurídica 39
Memória
Curto-termo
(MCT)
Visual
Auditivo
Tátil
Registro
sensorial
Memória
Longo
termo
(MLT)
Processo de
Controle:
•Autorepetição
•Codificação
•Decisões
•Estratégias de
recuperação
Resposta
Modelo Cognitivo
Atkinson & Shiffrin
Introdução à Psicologia Jurídica 40
Entradas Saídas
Stimuli Respostas
•Codificação e decodificação
•Memorização
•Lembrança
•Raciocínio
•Tomada de decisão
•Julgamento de valores
•Acompanhamento
•Sensação
•Percepção
•Transmissão de
Informação
•Execução
•Respostas físicas
Função
Tratamento
da Informação
Modelo Cognitivo
Chapanis
Introdução à Psicologia Jurídica 41
Modelo Cognitivo
Norman
Objetivo
intenção avaliação
interpretação
Ação de
especificação
execução percepção
Expectativa
Atividade física
............
Atividade mental
Introdução à Psicologia Jurídica 42
Modelo Cognitivo
Winckens
Memória
Recursos
de atenção
Memória de
Trabalho
Memória de
Longo-termo
Memória
Sensorial Perception
Percepção Decisão e
Seleção de
Resposta
Resposta
de
Execução
Respostas
Feedback
Introdução à Psicologia Jurídica 43
Modelo Cognitivo
Endsley
Introdução à Psicologia Jurídica 44
Modelo Cognitivo
Endsley
Introdução à Psicologia Jurídica 45
Identificação
Associação
estado/tarefa
Decisão da
tarefa
Planejamento
Estoque
de regras
para tarefa
Formação
Padrões
sensórios motores
automatizados
Comportamento
baseado na
Habilidade
Comportamento
baseado em
Regras
Comportamento
baseado em
Conhecimentos
Objetivos
Reconhecimento
Entrada sensorial
Sinais Ações
Sinais
Signos
Simbólica
Modelo Cognitivo
SRK - Rasmussen
Introdução à Psicologia Jurídica 46
Comportamento baseado em habilidades conduz à busca no ambiente de sinais
que ativam as representações procedimentais relativas à situação na MLT.
São dados sensoriais que representam as variáveis espaço - temporais de um
ambiente dinâmico e são tratadas como variáveis contínuas
Comportamento baseado em regras requer a busca de signos que permitem a
ativação de regras memorizadas - signos representam um estado do ambiente
e são associados a ações, a padrões de comportamento memorizados
Comportamento baseado em Conhecimento conduz à busca no ambiente de
símbolos que ativam representações em distintos modelos conceituais e as
interrelacionam
Modelo Cognitivo
SRK - Rasmussen
Introdução à Psicologia Jurídica 47
Aprendizagem
Zona Proximal de Desenvolvimento – Vygotsky
Aprendizagem Significativa
Subsunçores (Teoria de Auzubel)
Aprendizagem Situada
Piaget – Estágios do Desenvolvimento Cognitivo
Introdução à Psicologia Jurídica 48
Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo
Estágio Sensório-motor (0-2 anos)
• Confiam em seus sistemas sensoriais e motores
• O pensamento da criança é em grande parte confinado à
ação
Estágio Pré-Operacional (2-7 anos)
• Apreensão dos símbolos
• Pensamento egocêntrico
• Tende a ver o mundo, em grande parte, de suas próprias
perspectivas
• Encontram dificuldades em se colocarem no lugar dos
outros e compreender pontos de vistas alternativos
Introdução à Psicologia Jurídica 49
Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo
Estágio das Operações Concretas (7-11 anos)
• Param de confiar tão fortemente em informação sensorial
e passam a confiar na razão
• Raciocínio procedural - Se... logo
• Capacidade cognitiva aumenta (classificação e
categorização)
• Ainda não são capazes de lidar racionalmente com idéias
abstratas
Estágio Operações Formais
Pensa a respeito do pensamento
Introdução à Psicologia Jurídica 50
A Psicologia e o Direito
Psicologia Cognitiva
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Psicologia Social
Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 51
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Freud: representação coisa (visual) – Ics
representação palavra (acústica) – PCs-Cs
Recalque da representação e Repressão do afeto
Representação
substitutiva
2ª Tópica de Freud: ID – EGO - SUPEREGO
As Pulsões e os Princípios que regem o
funcionamento mental
Introdução à Psicologia Jurídica 52
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Freud: representação coisa (visual) – Ics
representação palavra (acústica) – PCs-Cs
Recalque da representação e Repressão do afeto
2ª Tópica de Freud: ID – EGO - SUPEREGO
Dois caminhos distintos de
tratamento da informação
Clivagem da Representação
As Pulsões e os Princípios que regem o
funcionamento mental
Introdução à Psicologia Jurídica 53
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Compulsão à Repetição
Imagos Parentais e o Complexo de
Édipo
Catarse e Sublimação
Resistência
Método Psicanalítico:
“recordar, repetir e elaborar”
Introdução à Psicologia Jurídica 54
Jung, Reich e Outros
Carl G.
Jung e o
Numinoso
Reich e o
Corpo
Introdução à Psicologia Jurídica 55
Mecanismos de Defesa do Ego
Negação
Racionalização
Formação Reativa
Isolamento
Regressão
São formas que a psique tem de se proteger da tensão interna ou externa. As
defesas evitam a realidade (repressão), excluem a realidade (negação),
redefinem a realidade (racionalização) ou a invertem (formação reativa). Elas
colocam sentimentos internos no mundo externo (projeção), dividem a
realidade (isolamento) ou dela escapam (regressão)
Introdução à Psicologia Jurídica 56
Psicopatologia - Nosologia
PSICOSE
NEUROSE
Perversão Psicopatias
Introdução à Psicologia Jurídica 57
Imputabilidade Penal
Art. 26 – É insento de pena o agente que, por doença mental
ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento
Introdução à Psicologia Jurídica 58
Imputabilidade Penal
Art. 28 – Não excluem a imputabilidade penal:
I – a emoção ou a paixão;
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
substância de efeitos análogos
 É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com seu entendimento
 A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
Introdução à Psicologia Jurídica 59
A Psicologia e o Direito
Psicologia Cognitiva
Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia
Psicologia Social
Agenda
Introdução à Psicologia Jurídica 60
Psicologia Social
Método Observacional
Elemento Crucial: Níveis de Análise
Estudo científico da maneira como os pensamentos, os
sentimentos e os comportamentos das pessoas são
influenciadas pela presença real ou imaginária de outras pessoas
Método Correlacional
Método Experimental
descrição
predição
causalidade
Introdução à Psicologia Jurídica 61
Percepção Social
Psicólogos Sociais que investigam a percepção das pessoas estão
interessados em determinar a maneira pela qual as pessoas fazem
julgamentos sobre os outros (Formação da Impressão) e como elas
controlam o julgamento que os outros fazem dela (Gerenciamento da
Impressão)
Formada por informações limitadas: Traços Centrais;
Efeito da Primazia e Efeito Recente; Viés da
Negatividade; Atração Física; Estigma; Viés do Falso
Consenso; Contexto Social
Formação da
Impressão
Estuda as estratégias que são usadas pelas pessoas para
criarem uma imagem ou identidade aceita socialmente:
Engraçamento (ex: elogio e concordância); Auto
Monitoramento
Gerenciamento
da Impressão
Introdução à Psicologia Jurídica 62
Influência Social
Ocorre quando as atitudes ou comportamentos de uma pessoa
são o resultado direto ou indireto de pressão social
A pessoa muda o cpto para obter uma recompensa ou
evitar uma punição, como resposta à pressão social
indireta, real ou imaginada
Conformidade
Kelman (1961) propôs que a influência Social poderá ter três efeitos:
A pessoa muda o cpto para ser “querida” ou se identifica
com uma outra pessoa
Identificação
A pessoa muda o cpto porque realmente ou
privadamente) aceita as crenças, cptos, atitudes e
valores de outra pessoa
Internalização
Introdução à Psicologia Jurídica 63
Algumas pesquisas sobre Conformidade
Unanimidade do Grupo
Tamanho do Grupo
Coesão do Grupo
Anonimidade
Discrepância
Características Pessoais
Cultura
Concordância (pé na porta – cara na porta)
Introdução à Psicologia Jurídica 64
French e Raven (1959) identificam seis bases do poder
social
Quando o agente influenciador tem controle sobre as
punições
Coercivo
Quando o agente influenciador tem controle sobre as
recompensas e recursos que são valorizados
Recompensador
Quando se acredita que o agente influenciador tem
conhecimento ou habilidade superior
Especialidade
Quando a pessoa é atraída ou influencia-se com o
agente influenciador
Referência
Quando a pessoa acredita que o agente influenciador tem
uma autoridade legítima
Legitimação
Quando o agente influenciador possui uma informação
específica que é necessária à pessoa
Informacional
Landy (1989): poder de incremento – Especialidade + Referência
Introdução à Psicologia Jurídica 65
“é um sentimento (positivo ou negativo) relativamente
constante sobre uma pessoa, um objeto ou uma questão.
São respostas avaliativas perante a um objeto”
Atitude
Arnould (2004)
Introdução à Psicologia Jurídica 66
Duas visões sobre a estrutura da Atitude
Modelo de Componente
Ùnico
Atitude compreende só o
componente Afetivo
Modelo de três
componentes
Atitudes são compostas de
componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais
Aronson, Wilson e Akert (2002)
Introdução à Psicologia Jurídica 67
Componentes da Atitude
constituído de pensamentos
e opiniões acerca do objeto
Cognitivo
Crenças, idéias
Componente Exemplo
consiste nas reações
emocionais ao objeto
Afetivo
Sentimentos, emoções
consiste no comportamento
observável em relação ao
objeto
Comportamental
Predisposição para agir
Introdução à Psicologia Jurídica 68
Componentes da Atitude com relação ao Turismo
Viajar é relaxante
Cognitivo
Crenças, idéias
Componente Exemplo
Eu gosto de praias
Afetivo
Sentimentos, emoções
Vou viajar para
Florianópolis
Comportamental
Predisposição para agir
Introdução à Psicologia Jurídica 69
Atitudes e Comportamento
Apesar da crença: Não existe uma forte relação entre atitudes e
comportamento
LaPierre (1934) – discrepância entre atitudes e cpto (restaurantes /
chineses)
Pessoas com baixo auto monitoramento, as atitudes são melhores
preditoras de cpto
A relação entre atitude e cpto é maior quando a medida de atitude é
avaliada com relação a um cpto do que com relação a um objeto
Introdução à Psicologia Jurídica 70
Mudança de Atitude
Maior probabilidade de ocorrência
quando o ouvinte acha a
mensagem interessante,
importante ou pessoalmente
relevante, Assim, submete a
informação a um raciocínio
procedimental.
A mudança de atitude vai depender
da qualidade do argumento
Maior probabilidade de ocorrência
quando a mensagem é irrelevante.
A mudança de atitude envolve
menos esforço mental, depende
da quantidade (versus a
qualidade) dos argumentos e da
presença de fatores persuasivos,
tais como a atratividade ou status
do comunicador
Rota Central Rota Periférica
Modelo de Elaboração de Probabilidade
Petty (1994)
A rota central produz uma mudança de atitude que é mais duradoura
Introdução à Psicologia Jurídica 71
Allen, Ng e Wilson (2002) sugerem que a atitude
possui duas funções psicológicas que devem ser
influenciadas por valores humanos
O desejo que motiva a função
instrumental é de que se pode
competentemente e efetivamente
controlar e manipular o meio.
Assim, os benefícios que prendem
um sujeito na função instrumental
são as qualidades intrínsecas do
objeto, o expediente para o fim, a
habilidade do objeto para controlar
o meio
a motivação para a função
psicológica da atitude expressiva
é a necessidade de expressão do
self
Função instrumental Função expressiva
Introdução à Psicologia Jurídica 72
Valores Humanos
ajudam a determinar princípios cognitivos e perceptuais que, por sua
vez, influenciam as atitudes das pessoas
funcionam como necessidades que determinam a conduta
orientada para um fim Feather (1995)
Introdução à Psicologia Jurídica 73
em toda a moral efetiva elaboram-se certos
princípios, valores ou normas
devem basear-se numa preferência
Para Sartre (1970), a pessoa se faz escolhendo a sua moral
as escolhas não existem a priori, instalam-se na relação entre o desejo e
uma ação
Essa preferência deve-se porque os atos se apresentam
todo ato moral inclui a necessidade de escolher entre vários atos possíveis
como atos valiosos (valor que atribuímos às coisas e aos objetos)
como atos de valor moral (valor com respeito à conduta humana)
Fonte: Vasquez (2006)
Depende da pessoa o sentido que ela dá à vida, e o valor nada
mais é do que esse sentido escolhido
Introdução à Psicologia Jurídica 74
Valores
São carregados afetivamente e são
subjetivos, e estão no topo da
hierarquia da abstração e
generalização
São dominantes em relação à
Atitude
Atitudes
Respostas avaliativas perante a um
objeto
Resultantes de um processo de
Abstração e Generalização,
formando um exemplar
Introdução à Psicologia Jurídica 75
Rokeach (1973) amplia a distinção entre valores
e atitudes
1) enquanto o valor é uma única crença, a atitude refere-se à organização de
várias crenças que têm como foco um objeto ou uma situação
2) o valor é um padrão, a atitude não
3) o número de valores é reduzido em relação ao número de atitudes já que
existem tantos valores quantos modos de conduta ou estados de existência
desejados e tantas atitudes quantos situações ou objetos
4) valores ocupam uma posição mais central na personalidade e no sistema
cognitivo do que as atitudes, sendo os valores determinantes das atitudes
5) valor possui uma ligação mais imediata com a motivação e é um conceito
mais dinâmico do que as atitudes
6) o conceito substantivo do valor pode estar diretamente relacionado com as
funções de ajustamento, defesa do ego, atualização do self enquanto a atitude
se relaciona inferencialmente a essas funções
Introdução à Psicologia Jurídica 76
Valores Humanos Básicos
Schwartz (2005)
Possuem importância por estarem no topo da hierarquia da
abstração do pensamento humano
Transcendem situações específicas e direcionam a conduta da
pessoa
Podem ser ordenados por sua importância e servem como princípios
que guiam à vida da pessoa
São subjetivos, no entanto possuem significados compartilhados e
podem agregar-se em tipos motivacionais
São metas que guiam a conduta de uma pessoa
Molpeceres, Llinhares e Matisu (2006)
Introdução à Psicologia Jurídica 77
O estudo dos Valores pode ser feito em
diferentes níveis
Cultural
Grupal
Individual
Emic
Etic
Porto (2005)
o interesse está na
contextualização dos indivíduos
no meio onde eles vivem
o interesse está na
comparação entre diversos
contextos, permitindo
comparações transculturais
Os valores culturais servem
para estabelecer crenças
compartilhadas que definem
que tipo de conduta é
apropriada nas diversas
situações, além de servir para
justificar o motivo daquela
escolha
Introdução à Psicologia Jurídica 78
Teoria dos Valores
Schwartz (2005)
Identifica as principais características dos Valores de cinco formas:
Crenças intrinsecamente ligadas a emoção e não a idéias. Quando os valores são
ativados, conscientemente ou não, eliciam sentimentos positivos e negativos
Valores são crenças
1
Referem-se a objetivos desejáveis que as pessoas se esforçam por obter
São objetivos abstratos
São transituacionais
3
Crenças intrinsecamente ligadas a emoção e não a idéias. Quando os valores são
ativados, conscientemente ou não, eliciam atitudes
Guiam a seleção e avaliação de açõe, políticas, pessoas e eventos
4
Valores são um construto motivacional
2
Os Valores das pessoas formam um sistema ordenado de prioridades axiológicas
que as caracteriza como indivíduos
São ordenados pela importância relativa aos demais
5
Introdução à Psicologia Jurídica 79
Tipos Motivacionais
A autodeterminação é derivada de necessidades orgânicas por controle e dominância e de
requisitos interacionais de autonomia e independência
pensamento e ação independente – escolher, criar, explorar
Objetivo que o define
criatividade, liberdade, escolher os próprios objetivos,
curioso, independente, (auto-respeito, inteligente, privacidade)
Valores
(1) Autodeterminação
Valores de estimulação são derivados da necessidade orgânica de variedade e estimulação de
forma a manter um nível de ativação ótimo e positivo, em vez de ameaçador. Essa
necessidade provavelmente se relaciona às necessidades subjacentes ao tipo
motivacional de autodeterminação
excitação, novidade, desafio na vida
Objetivo que o define
uma vida variada, uma vida excitante, ousado
Valores
(2) Estimulação
Introdução à Psicologia Jurídica 80
Tipos Motivacionais
Valores do hedonismo são derivados de necessidades orgânicas e do prazer associado à sua
satisfação
prazer ou gratificação sensual
Objetivo que o define
prazer, vida de prazer, auto-indulgência
Valores
(3) Hedonismo
A performance competente que gera ou adquire recursos é necessária para que os indivíduos
sobrevivam e para que grupos e instituições atinjam seus objetivos de forma bem
sucedida
sucesso pessoal por meio de demonstração de competência
de acordo com padrões sociais
Objetivo que o define
ambicioso, bem sucedido, capaz, influente, (inteligente, auto-
respeito, reconhecimento social)
Valores
(4) Realização
Introdução à Psicologia Jurídica 81
Tipos Motivacionais
O funcionamento de instituições sociais aparentemente requer algum grau de diferenciação
de status. A dimensão dominação/submissão emerge na maioria das análises empíricas
de relações interpessoais tanto intra quanto interculturalmente.
Tanto poder quanto realização focam em estima social. Entretanto, valores de realização
enfatizam a demonstração ativa de desempenho bem sucedido em interações
concretas, enquanto os valores de poder enfatizam a consecução ou manutenção de
uma posição dominante dentro do sistema social mais geral
status social e prestígio, controle ou domínio sobre as
pessoas e recursos
Objetivo que o define
autoridade, saúde, poder social, (preservar minha imagem
pública, reconhecimento social)
Valores
(5) Poder
Introdução à Psicologia Jurídica 82
Tipos Motivacionais
Valores de segurança são derivados de requisitos básicos do indivíduo e dos grupos. Há
dois subtipos de valores de segurança: individual e grupal. Alguns valores de segurança
servem principalmente aos interesses do indivíduo (ex.: saúde). Outros, a interesses
mais amplos do grupo (ex.:segurança nacional). Entretanto até mesmo esse último
serve, em algum grau, à segurança do próprio indivíduo (ou daqueles com quem ele se
identifica). Os dois subtipos podem, portanto, ser unificados em um tipo motivacional
mais abrangente
segurança, harmonia e estabilidade da sociedade, dos
relacionamentos e de si mesmo
Objetivo que o define
ordem social, segurança da família, segurança nacional,
limpo, reciprocidade de favores, saudável, (senso de
pertencer)
Valores
(6) Segurança
Introdução à Psicologia Jurídica 83
Os valores de conformidade enfatizam a autorestrição na interação cotidiana, geralmente
com outros próximos ao indivíduo
restrições de ações, inclinações e impulsos que tendem a
chatear ou prejudicar outros e que violam expectativas ou
normas sociais
Objetivo que o define
obediente, autodisciplinado, polidez, respeito para com os
pais e os idosos, (leal, responsável) prazer, vida de prazer,
auto-indulgência
Valores
(7) Conformidade
Grupos de todos os lugares desenvolvem práticas, símbolos, idéias e crenças que
representam experiências e rumos compartilhados. Eles se tornam sancionados como
costumes e tradições valorizadas pelo grupo. Frequentemente tomam forma de ritos
religiosos, crenças e normas de comportamento
respeito, compromisso e aceitação dos costumes e idéias
que a cultura ou a religião do indivíduo fornecem
Objetivo que o define
respeito à tradição, humilde, devoto, ciente dos meus limites,
moderado, (vida espiritual)
Valores
(8) Tradição
Introdução à Psicologia Jurídica 84
Os valores de benevolência são derivados dos requisitos básicos para o delicado
funcionamento do grupo e da necessidade orgânica de afiliação. As mais críticas são as
relações dentro da família e outros grupos primários. Os valores de benevolência
enfatizam a preocupação voluntária com o bem estar dos outros
Tanto benevolência quanto conformidade promovem relações sociais cooperativas e
suportativas. Valores de benevolência propiciam uma base motivacional interiorizada,
valores de conformidade promovem cooperação para evitar resultados negativos para o
próprio indivíduo
preservar e fortalecer o bem-estar daqueles com que o
contato pessoal do indivíduo é mais freqüente (o grupo
“interno”)
Objetivo que o define
prestativo, honesto, piedoso, responsável, leal, amizade, amor
maduro, (senso de pertencer, sentido da vida, uma vida
espiritual)
Valores
(9) Benevolência
Introdução à Psicologia Jurídica 85
Os valores de universalismo também são derivados das necessidades de sobrevivência dos
grupos e dos indivíduos. Mas essas necessidades não são reconhecidas até que as
pessoas entrem em contato com outras fora do grupo primário e até que elas tenham
consciência da escassez de recursos naturais. O universalismo combina dois subtipos de
preocupação: (1) com o bem estar da sociedade como um todo, e (2) com a natureza
compreensão, agradecimento, tolerância e proteção do bem-
estar das pessoas e da natureza. Isso contrasta com o foco
intragrupo da benevolência
Objetivo que o define
mente aberta, justiça social, igualdade, um mundo em paz,
mundo de beleza, unidade com a natureza, sabedoria,
proteger o meio ambiente, (harmonia interior, uma vida
espiritual)
Valores
(10) Universalismo
Introdução à Psicologia Jurídica 86
Estimulação
Hedonismo
Autodeterminação Universalismo
Benevolência
Conformidade
Tradição
Segurança
Poder
Realização
Estrutura de
Valores
Introdução à Psicologia Jurídica 87
a concepção dos valores nessa estrutura circular de relações tem uma
implicação capital para as relações dos valores com outras variáveis.
Implica que todo o conjunto de dez tipos motivacionais se relaciona
com qualquer outra variável de uma maneira integrada
A “estrutura” de valores refere-se às relações conflitantes e
congruentes entre os valores, que por sua vez se distinguem pelo tipo
de objetivo ou motivação que expressa
Formam um continuum motivacional. Esse continuum dá origem a estrutura
circular
Introdução à Psicologia Jurídica 88
Estrutura de
Valores
Estimulação
Hedonismo
Autodeterminação Universalismo
Benevolência
Conformidade
Tradição
Segurança
Poder
Realização
a estrutura circular retrata o padrão total de relações teóricas de conflito e congruência entre os tipos
motivacionais. Quanto mais próximo estiverem, mais semelhantes são suas motivações subjacentes.
Quanto mais distantes mais antagônicas são suas motivações subjacentes
Introdução à Psicologia Jurídica 89
Caso o serviço/produto seja significativo, o objeto passa a ter uma
intencionalidade derivada da representação mental. A representação
não tem apenas um significado convencional, mas também um
significado desejado pela pessoa
o significado é uma forma de “intencionalidade derivada”
Valor é um conceito multidimensional, composto
por distintos significados
Martinez-Sánchez & Ros (2006)
A intencionalidade original (ou intrínseca) da representação mental da
pessoa é transferida para o objeto
Searle (2000)
chave para compreensão do
significado
Introdução à Psicologia Jurídica 90
O significado atribuído pela pessoa pode
circundar duas amplas categorias
representa o atributo tangível do
produto, o qual permite que o
indivíduo tenha algum controle
sobre a situação. Nesta categoria,
o significado é derivado da
utilidade pratica do produto, e é
intrinsecamente conectado a
conveniência, eficiência e valor de
troca do produto
é resultado de uma experiência
social, a qual induz uma
categorização subjetiva do
produto, via instituições sociais,
sistemas de comunicação e da
cultura da sociedade. Estes
atributos são intangíveis e
socialmente compartilhados, é
uma compilação da imagem ou do
simbolismo do produto
Significado Utilitário Significado Simbólico
Introdução à Psicologia Jurídica 91
Allen - Austrália
Modelo de
Componente Ùnico
Atitude compreende só o
componente Afetivo
Modelo de três
componentes
Atitudes são compostas de
componentes cognitivos,
afetivos e comportamentais
Abordagem da Mediação do Atributo
significado de produto utilitário e simbólico
Introdução à Psicologia Jurídica 92
quando a pessoa avalia um produto pelo seu significado utilitário, ela faz
um julgamento passo a passo dos atributos, utilizando um raciocínio
procedimental. O produto tem uma função psicológica
funcional, instrumental e. assim, os valores influenciam a tomada de
decisão por meio da importância dada aos atributos tangíveis do produto
quando a pessoa está avaliando o significado simbólico do produto, o tipo
de julgamento é afetivo, “holístico”, por meio de um raciocínio heurístico,
tendo uma função psicológica expressiva
Allen (2000) sugere que os valores humanos
modelam a escolha em duas rotas
Rota indireta
Rota direta
Introdução à Psicologia Jurídica 93
As Vias Principal e Secundária para a Amígdala
(LEDOUX, 1998)
Córtex Sensorial
Introdução à Psicologia Jurídica 94
Julgamento Afetivo
Julgamento Passo
a Passo
ALLEN
Significado do Produto Utilitário Simbólico
Tipo de Julgamento Passo a Passo Afetivo
Motivação Instrumental Expressiva
Significado do Produto
Crenças Prescritivas e Avaliativas
Valores Humanos Simbólicos
Atributos Tangíveis Utilitário
Rota indireta Rota direta
Introdução à Psicologia Jurídica 95
Significado do Objeto, Tipo de Julgamento e Funções Psicológicas Associadas com a
Influência Direta e Indireta dos Valores Humanos na Preferência do Objeto
INDIRETO DIRETO
(via importância dos atributos tangíveis)
Significado do Objeto Utilitário Simbólico
Conteúdo Na função e utilidade Categorias sociais e princípios culturais
(ideais, valores, traços)
Local Separadamente nos Atributos Tangíveis Inteiramente no Objeto
Foco Objetivo: focado no objeto Subjetivo: focado no self
Amplitude Específico/Limitado Vago/Amplo
Clareza Conceitual Claro Vago
Tipo de Julgamento Passo-a-Passo Afetivo
Raciocínio Procedimental. Lógico, análise
sistemática atributo por atributo
Heurístico. Holístico, intuitivo
Representação na
Memória
Incerto – talvez Verbal Visual: imagem multisensorial
Efeito na Latência Atrasado Imediato
Efeito na Intensidade Baixo: avaliativo Alto: estados emocionais
Funções Psicológicas Instrumental Expressiva
Origem do Benefício Nas qualidades intrínsecas do objeto;
habilidade de controlar o ambiente
Uso do objeto como veículo para
expressão do self
Relevância do Valor Baixo Alto
Identificação com Objeto Fraco Forte
Fonte: Allen (2000)
Introdução à Psicologia Jurídica 96
Allen 2001 – Estudo da relação entre Valores e a
preferência pelo Toyota Corolla
autodeterminação
Hedonismo
Segurança e
confiabilidade
Toyota Corolla
Valores Humanos –
Tipos motivacionais
Importância dos
atributos tangíveis
do carro
Preferência por
produto
O Tipo autodeterminado possui uma ligação afetiva com a marca Toyota, o
tipo Hedonista possui ligação utilitária com o atributo tangível de segurança e
confiabilidade do carro, assim quando esta qualidade é realçada aumenta o
comportamento de compra da pessoa
Introdução à Psicologia Jurídica 97
Anúncio com
Elementos
Utilitários
Introdução à Psicologia Jurídica 98
After repeated
exposures, the
product
symbolizes the
culturally
consisted
meanings in
isolation
Allen (2006))
Introdução à Psicologia Jurídica 99
Objetivo da Apresentação
Conceituar a Psicologia e Identificar seus Principais
Campos de Atuação e Interfaces com o Direito
Psicologia Jurídica
Introdução à Psicologia
Prof. Sergio Luis dos Santos Lima
sergiolusalima@hotmail.com

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  • 1. Psicologia Jurídica Introdução à Psicologia Prof. Sergio Luis dos Santos Lima
  • 2. Introdução à Psicologia Jurídica 2 Objetivo da Apresentação Conceituar a Psicologia e Identificar seus Principais Campos de Atuação
  • 3. Introdução à Psicologia Jurídica 3 A Psicologia e o Direito Psicologia Cognitiva Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Psicologia Social Agenda
  • 4. Introdução à Psicologia Jurídica 4 A Psicologia e o Direito Psicologia Cognitiva Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Psicologia Social Agenda
  • 5. Introdução à Psicologia Jurídica 5 A Psicologia e o Direito Direito Psicologia Busca compreender e explicar a conduta humana Prevê e regula determinados tipos de comportamento com o objetivo de estabelecer um contrato social de convivência A Psicologia Jurídica deve restringir-se aos conteúdos da norma, sem procurar explicar se ela é ou não é justa, nem pretender argumentar sobre seus fins
  • 6. Introdução à Psicologia Jurídica 6 Psicologia Jurídica Consttitui-se de um campo de investigação psicológico especializado, cuja a finalidade é o estudo do comportamento dos atores jurídicos no âmbito do Direito, da lei e da justiça Fonte: Jesus (2006)
  • 7. Introdução à Psicologia Jurídica 7 Diferenciação Psicologia e Lei A Psicologia analisa componentes psicológicos no Direito, desenvolvendo investigação e teoria Psicologia na Lei Profissionais da Lei requisitam a atuação dos Psicólogos. Trata-se de uma Psicologia aplicada à resolução de problemas Psicologia da Lei Representa uma aproximação abstrata da lei como determinante do comportamento. Como a lei afeta a conduta humana Fonte: Jesus (2006)
  • 8. Introdução à Psicologia Jurídica 8 Diversas podem ser as especialidades da Psicologia Jurídica: Psicologia da Delinquência Psicologia Judicial (Juízes, Jurados e Testemunhos) Psicologia Policial e das Forças Armadas Psicologia Penitenciária Mediação Familiar Técnicas de Entrevista e Interrogatório Psicopatologia Etc…
  • 9. Introdução à Psicologia Jurídica 9 Funções do Psicólogo Jurídico Avaliar e Diagnosticar As condutas psicológicas dos atores jurídicos Assessorar Como perito, visando trazer para os autos informações psicológicas essenciais para a tomada de decisão Intervir Planejar e organizar programas de prevenção, tratamento de reabilitação e de integração de atores jurídicos Educar Treinar e selecionar profissionais Fonte: Jesus (2006)
  • 10. Introdução à Psicologia Jurídica 10 Funções do Psicólogo Jurídico Conscientizar Colaborar com campanhas de prevenção social contra a criminalidade em meios de comunicação Pesquisar Problemas da Psicologia Jurídica Ajudar a vítima Contribuir para a melhoria da situação da vítima e para a sua interação com o sistema legal Mediar Apresentar soluções negociadas aos conflitos jurídicos por meio da intervenção mediodora Fonte: Jesus (2006)
  • 11. Introdução à Psicologia Jurídica 11 Conclusão Fonte: Jesus (2006) As técnicas e os procedimentos empregados pela Psicologia moderna necessitam de um marco conceitual, que não poderia ser reduzido a uma inocente utilização de uma teoria psicológica, mas deveria consistir em uma teoria dentro do mundo legal, de maneira que possa haver uma integração entre campos psicológico e legal O desafio para a Psicologia Jurídica brasileira está lançado Jesus (2006)
  • 12. Introdução à Psicologia Jurídica 12 A Psicologia e o Direito Psicologia Cognitiva Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Psicologia Social Agenda
  • 13. Introdução à Psicologia Jurídica 13 Sensação – Percepção – Cognição
  • 14. Introdução à Psicologia Jurídica 14 Sensação – Percepção – Cognição Sensação Processo de detecção e de decodificação da energia de um estímulo do mundo exterior A sensação se refere às informações que são apresentadas aos órgãos dos sentidos A visão mais aceita é que os processos cognitivos são tão complexos que é muito difícil estabelecer uma nítida diferença entre sensação e percepção Percepção Os processos perceptivos são inconscientes A percepção é direta ou imediata A percepção é discriminativa e constante (ou altamente condicionada) Atenção
  • 15. Introdução à Psicologia Jurídica 15 Sensação – Percepção – Cognição
  • 16. Introdução à Psicologia Jurídica 16 Cognição Conjunto de atividades e processos pelos quais um organismo adquire informação e desenvolve conhecimentos Mecanismos mentais que agem sobre a informação sensorial, buscando a sua interpretação, classificação e organização Processos Cognitivos: memória, categorização, atenção, resolução de problemas, tomadas de decisão, tipos de raciocínio, linguagem Cognição é o processo de conhecer
  • 17. Introdução à Psicologia Jurídica 17 Sensação – Percepção – Cognição Processo Cognitivo Informação recebida (BIT/seg) Recepção sensorial 1.000.000.000 Conexões nervosas 3.000.000 Consciência 16 Armazenamento permanente 0,7 Fonte: Velásquez, Losano e Escalante (1995)
  • 18. Introdução à Psicologia Jurídica 18 Sensação – Percepção – Cognição Objeto Características: - cor - textura - tamanho - formato - profundidade Captação pelo Sistema Sensorial Cérebro Estruturas corticais Sistema Cognitivo Processo Perceptivo Processos Cognitivos Interpretação e Integração das características do objeto aos conhecimentos do sujeito R E S P O S T A S Memória Categorização Atenção Resolução de Problemas: tipos de raciocínio Linguagem Fonte: ABRAHÃO (2003)
  • 19. Introdução à Psicologia Jurídica 19 Representações são como estados mentais que promovem um elo entre o organismo e um determinado contexto. Têm como característica trazer em si mesmas os objetos aos quais se referem, independentemente de os mesmos estarem ou não em sua presença Representação Mental do Conhecimento Fonte: TEIXEIRA (1993)
  • 20. Introdução à Psicologia Jurídica 20 Representação Mental do Conhecimento
  • 21. Introdução à Psicologia Jurídica 21 Representação Mental do Conhecimento Sentido Psicológico representação é como um conjunto de propriedades, relações e valores ligados a um objeto do pensamento é a expressão de um conhecimento por meio de um sistema de signos A noção de representação pode ser entendida tanto num sentido técnico, quanto num sentido psicológico e num semiológico Sentido Técnico Fonte: LE-NY (1994) a representação é a relação entre o significante de um signo e seu objeto Sentido Semiológico
  • 22. Introdução à Psicologia Jurídica 22 Representação Mental do Conhecimento Esquematização (Categorização) Antecipação Memorização e Evocação Sua elaboração e desenvolvimento supõe pelo menos três tipos de processos cognitivos Fonte: TEIGER (1993)
  • 23. Introdução à Psicologia Jurídica 23 Memória Componentes fundamentais Características da memória  A memória é associativa - fazemos constantemente ligações entre representações  A memória de curto termo tem uma capacidade muito limitada Codificação Percepção (entrada) Processo de memorização Ação Utilização (saída) Armazenamento Recuperação
  • 24. Introdução à Psicologia Jurídica 24 Memória Memória Sensorial Memória de Curto Termo - MCT Memória de Longo Termo - MCT Buffer RAM Disco Rígido
  • 25. Introdução à Psicologia Jurídica 25 Categorização  Identificação e definição do problema  Construção de uma estratégia de resolução  Organização das informações  Alocação de recursos cognitivos, a monitoração e a avaliação da resolução
  • 26. Introdução à Psicologia Jurídica 26 Categorização Organiza a realidade segundo uma lógica que se apóia em crenças, valores e normas é a forma como reconhecemos padrões entre diferentes estímulos e os agrupamos de maneira a elaborar modelos ou identificar características de um dado contexto ou situação Atenção Também é dirigida pela experiência e conhecimentos, logo é seletiva e determina aspectos da realidade que serão descartados ou retidos
  • 27. Introdução à Psicologia Jurídica 27 Atenção Seletiva – Rota Cortical Vermelho Amarelo Azul Verde Azul Vermelho Verde Amarelo Amarelo Verde Vermelho Azul (1) Leia esta lista de nomes de cores o mais rápido possível. Leia da direita para a esquerda em cada linha Realize o conjunto de tarefas a seguir e perceba que a tarefa (3) será a mais difícil Ver a palavra que designa uma cor ativa uma rota cortical
  • 28. Introdução à Psicologia Jurídica 28 Vermelho Azul Verde Amarelo Amarelo Vermelho Azul Verde Azul Amarelo Verde Vermelho (2) Nomeie estas etiquetas coloridas o mais rápido possível. Nomeie da esquerda para direita em cada linha (3) Nomeie mais rápido possível a cor de tinta com a qual cada palavra foi impressa. Nomeie da esquerda para direita em cada linha Tentar identificar o nome da cor da tinta ativa uma rota cortical diferente, e a primeira interfere na segunda Efeito Stroop (John Ridley Stroop – 1935)
  • 29. Introdução à Psicologia Jurídica 29 Estratégias Operatórias Antecipação Resolução de problemas Tomada de decisão Tipos de Raciocínio Heurísticas
  • 30. Introdução à Psicologia Jurídica 30 Identificação do Problema 1 Definição do Problema 2 Construindo uma estratégia 3 Alocação de recursos 5 Organizando a informação 4 Monitorando a resolução de problemas 6 Avaliando a resolução de problemas 7 Ciclo de Resolução de Problemas Fonte: STERNBERG (2001)
  • 31. Introdução à Psicologia Jurídica 31 Arquiteturas Cognitivas SOAR Regras de Produção Resolução de Problemas a) espaço inicial, b) espaço do problema c) estado final desejado Fonte: NEWELL, A. Unified theories of cognition. Harvard University Press, Cambridge MA, 1990 Estado inicial Estado final Solução Problema transformações – estados intermediários 5 1 2 3 4
  • 32. Introdução à Psicologia Jurídica 32 Tomada de Decisão A pessoa como um ser limitado e racional Devido as limitações da cognição humana, devemos usar métodos de aproximação para executar a maioria das tarefas – (e.g. Xadrez) Introduz o conceito de satisfação que consiste em fazer uma escolha em um grupo de opções quando não se sabe muito sobre as probabilidades adiante. Implica em se tomar um atalho (Heurísticas), baseado no nível de aspiração Herbert Simon Prêmio Nobel - 1978
  • 33. Introdução à Psicologia Jurídica 33 Tomada de Decisão H. Simon (1960) Categorização do processo da Tomada de Decisão 1. Inteligência - identificação de um problema ou oportunidade 2. Projeto - identificação das soluções alternativas 3. Escolha - seleção de uma alterna-tiva ou uma combinação de alternati-vas) Para Cañas e Waerns (2001) as atividades que uma pessoa realiza quando está tomando decisões são as seguintes: 1. Observação – ou seja, antes de tomar uma decisão é necessário que a pessoa tenha toda a informação que precisa 2. Avaliação – com a informação obtida deve-se avaliar a situação. Neste sentido a informação deve combinar com os conhecimentos que a pessoa tem 3. Seleção de uma resposta – uma vez avaliada a situação, é necessário tomar uma decisão
  • 34. Introdução à Psicologia Jurídica 34 Heurísticas Heurísticas são “Atalhos” Cognitivos para reduzir a complexidade dos processos de tomada de decisão e fazer julgamentos de forma mais simples e imediata Tais atalhos tornam mais leve a carga cognitiva de tomar decisões, mas possibilitam uma chance maior de erro Heurística de representatividade - Heurística de disponibilidade
  • 35. Introdução à Psicologia Jurídica 35 Fonte: LE-NY (1994) Análise Cognitiva: construir representações (no sentido técnico) acerca das representações (no sentido psicológico e semiológico) Sentido Psicológico representação é como um conjunto de propriedades, relações e valores ligados a um objeto do pensamento é a expressão de um conhecimento por meio de um sistema de signos Sentido Técnico a representação é a relação entre o significante de um signo e seu objeto Sentido Semiológico
  • 36. Introdução à Psicologia Jurídica 36 Modelo Mental Modelo Mental como uma representação dinâmica criada na Memória de Trabalho pela combinação de informações estocadas na Memória de Longo Termo e as características extraídas do ambiente Fonte: CAÑAS, ANTOLI E WAERNS (2001)
  • 37. Introdução à Psicologia Jurídica 37 Modelo Mental A mais importante característica do Modelo Mental é a função de simular a realidade na memória da trabalho (Cañas, Salméron e Gomez, 2004) um modelo mental da interação deve servir para especificar como as variáveis psicológicas se relacionam com as variáveis do sistema Norman (1986)
  • 38. Introdução à Psicologia Jurídica 38 Modelos Um modelo é sempre uma redução intencional e empobrecida da realidade, “nessa dimensão, a perda ocasionada pela simplificação é compensada pela inteligibilidade que resulta da maior clareza assim expressa entre seus componentes
  • 39. Introdução à Psicologia Jurídica 39 Memória Curto-termo (MCT) Visual Auditivo Tátil Registro sensorial Memória Longo termo (MLT) Processo de Controle: •Autorepetição •Codificação •Decisões •Estratégias de recuperação Resposta Modelo Cognitivo Atkinson & Shiffrin
  • 40. Introdução à Psicologia Jurídica 40 Entradas Saídas Stimuli Respostas •Codificação e decodificação •Memorização •Lembrança •Raciocínio •Tomada de decisão •Julgamento de valores •Acompanhamento •Sensação •Percepção •Transmissão de Informação •Execução •Respostas físicas Função Tratamento da Informação Modelo Cognitivo Chapanis
  • 41. Introdução à Psicologia Jurídica 41 Modelo Cognitivo Norman Objetivo intenção avaliação interpretação Ação de especificação execução percepção Expectativa Atividade física ............ Atividade mental
  • 42. Introdução à Psicologia Jurídica 42 Modelo Cognitivo Winckens Memória Recursos de atenção Memória de Trabalho Memória de Longo-termo Memória Sensorial Perception Percepção Decisão e Seleção de Resposta Resposta de Execução Respostas Feedback
  • 43. Introdução à Psicologia Jurídica 43 Modelo Cognitivo Endsley
  • 44. Introdução à Psicologia Jurídica 44 Modelo Cognitivo Endsley
  • 45. Introdução à Psicologia Jurídica 45 Identificação Associação estado/tarefa Decisão da tarefa Planejamento Estoque de regras para tarefa Formação Padrões sensórios motores automatizados Comportamento baseado na Habilidade Comportamento baseado em Regras Comportamento baseado em Conhecimentos Objetivos Reconhecimento Entrada sensorial Sinais Ações Sinais Signos Simbólica Modelo Cognitivo SRK - Rasmussen
  • 46. Introdução à Psicologia Jurídica 46 Comportamento baseado em habilidades conduz à busca no ambiente de sinais que ativam as representações procedimentais relativas à situação na MLT. São dados sensoriais que representam as variáveis espaço - temporais de um ambiente dinâmico e são tratadas como variáveis contínuas Comportamento baseado em regras requer a busca de signos que permitem a ativação de regras memorizadas - signos representam um estado do ambiente e são associados a ações, a padrões de comportamento memorizados Comportamento baseado em Conhecimento conduz à busca no ambiente de símbolos que ativam representações em distintos modelos conceituais e as interrelacionam Modelo Cognitivo SRK - Rasmussen
  • 47. Introdução à Psicologia Jurídica 47 Aprendizagem Zona Proximal de Desenvolvimento – Vygotsky Aprendizagem Significativa Subsunçores (Teoria de Auzubel) Aprendizagem Situada Piaget – Estágios do Desenvolvimento Cognitivo
  • 48. Introdução à Psicologia Jurídica 48 Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo Estágio Sensório-motor (0-2 anos) • Confiam em seus sistemas sensoriais e motores • O pensamento da criança é em grande parte confinado à ação Estágio Pré-Operacional (2-7 anos) • Apreensão dos símbolos • Pensamento egocêntrico • Tende a ver o mundo, em grande parte, de suas próprias perspectivas • Encontram dificuldades em se colocarem no lugar dos outros e compreender pontos de vistas alternativos
  • 49. Introdução à Psicologia Jurídica 49 Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo Estágio das Operações Concretas (7-11 anos) • Param de confiar tão fortemente em informação sensorial e passam a confiar na razão • Raciocínio procedural - Se... logo • Capacidade cognitiva aumenta (classificação e categorização) • Ainda não são capazes de lidar racionalmente com idéias abstratas Estágio Operações Formais Pensa a respeito do pensamento
  • 50. Introdução à Psicologia Jurídica 50 A Psicologia e o Direito Psicologia Cognitiva Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Psicologia Social Agenda
  • 51. Introdução à Psicologia Jurídica 51 Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Freud: representação coisa (visual) – Ics representação palavra (acústica) – PCs-Cs Recalque da representação e Repressão do afeto Representação substitutiva 2ª Tópica de Freud: ID – EGO - SUPEREGO As Pulsões e os Princípios que regem o funcionamento mental
  • 52. Introdução à Psicologia Jurídica 52 Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Freud: representação coisa (visual) – Ics representação palavra (acústica) – PCs-Cs Recalque da representação e Repressão do afeto 2ª Tópica de Freud: ID – EGO - SUPEREGO Dois caminhos distintos de tratamento da informação Clivagem da Representação As Pulsões e os Princípios que regem o funcionamento mental
  • 53. Introdução à Psicologia Jurídica 53 Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Compulsão à Repetição Imagos Parentais e o Complexo de Édipo Catarse e Sublimação Resistência Método Psicanalítico: “recordar, repetir e elaborar”
  • 54. Introdução à Psicologia Jurídica 54 Jung, Reich e Outros Carl G. Jung e o Numinoso Reich e o Corpo
  • 55. Introdução à Psicologia Jurídica 55 Mecanismos de Defesa do Ego Negação Racionalização Formação Reativa Isolamento Regressão São formas que a psique tem de se proteger da tensão interna ou externa. As defesas evitam a realidade (repressão), excluem a realidade (negação), redefinem a realidade (racionalização) ou a invertem (formação reativa). Elas colocam sentimentos internos no mundo externo (projeção), dividem a realidade (isolamento) ou dela escapam (regressão)
  • 56. Introdução à Psicologia Jurídica 56 Psicopatologia - Nosologia PSICOSE NEUROSE Perversão Psicopatias
  • 57. Introdução à Psicologia Jurídica 57 Imputabilidade Penal Art. 26 – É insento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
  • 58. Introdução à Psicologia Jurídica 58 Imputabilidade Penal Art. 28 – Não excluem a imputabilidade penal: I – a emoção ou a paixão; II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos  É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com seu entendimento  A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento
  • 59. Introdução à Psicologia Jurídica 59 A Psicologia e o Direito Psicologia Cognitiva Teorias Psicanalíticas e Psicopatologia Psicologia Social Agenda
  • 60. Introdução à Psicologia Jurídica 60 Psicologia Social Método Observacional Elemento Crucial: Níveis de Análise Estudo científico da maneira como os pensamentos, os sentimentos e os comportamentos das pessoas são influenciadas pela presença real ou imaginária de outras pessoas Método Correlacional Método Experimental descrição predição causalidade
  • 61. Introdução à Psicologia Jurídica 61 Percepção Social Psicólogos Sociais que investigam a percepção das pessoas estão interessados em determinar a maneira pela qual as pessoas fazem julgamentos sobre os outros (Formação da Impressão) e como elas controlam o julgamento que os outros fazem dela (Gerenciamento da Impressão) Formada por informações limitadas: Traços Centrais; Efeito da Primazia e Efeito Recente; Viés da Negatividade; Atração Física; Estigma; Viés do Falso Consenso; Contexto Social Formação da Impressão Estuda as estratégias que são usadas pelas pessoas para criarem uma imagem ou identidade aceita socialmente: Engraçamento (ex: elogio e concordância); Auto Monitoramento Gerenciamento da Impressão
  • 62. Introdução à Psicologia Jurídica 62 Influência Social Ocorre quando as atitudes ou comportamentos de uma pessoa são o resultado direto ou indireto de pressão social A pessoa muda o cpto para obter uma recompensa ou evitar uma punição, como resposta à pressão social indireta, real ou imaginada Conformidade Kelman (1961) propôs que a influência Social poderá ter três efeitos: A pessoa muda o cpto para ser “querida” ou se identifica com uma outra pessoa Identificação A pessoa muda o cpto porque realmente ou privadamente) aceita as crenças, cptos, atitudes e valores de outra pessoa Internalização
  • 63. Introdução à Psicologia Jurídica 63 Algumas pesquisas sobre Conformidade Unanimidade do Grupo Tamanho do Grupo Coesão do Grupo Anonimidade Discrepância Características Pessoais Cultura Concordância (pé na porta – cara na porta)
  • 64. Introdução à Psicologia Jurídica 64 French e Raven (1959) identificam seis bases do poder social Quando o agente influenciador tem controle sobre as punições Coercivo Quando o agente influenciador tem controle sobre as recompensas e recursos que são valorizados Recompensador Quando se acredita que o agente influenciador tem conhecimento ou habilidade superior Especialidade Quando a pessoa é atraída ou influencia-se com o agente influenciador Referência Quando a pessoa acredita que o agente influenciador tem uma autoridade legítima Legitimação Quando o agente influenciador possui uma informação específica que é necessária à pessoa Informacional Landy (1989): poder de incremento – Especialidade + Referência
  • 65. Introdução à Psicologia Jurídica 65 “é um sentimento (positivo ou negativo) relativamente constante sobre uma pessoa, um objeto ou uma questão. São respostas avaliativas perante a um objeto” Atitude Arnould (2004)
  • 66. Introdução à Psicologia Jurídica 66 Duas visões sobre a estrutura da Atitude Modelo de Componente Ùnico Atitude compreende só o componente Afetivo Modelo de três componentes Atitudes são compostas de componentes cognitivos, afetivos e comportamentais Aronson, Wilson e Akert (2002)
  • 67. Introdução à Psicologia Jurídica 67 Componentes da Atitude constituído de pensamentos e opiniões acerca do objeto Cognitivo Crenças, idéias Componente Exemplo consiste nas reações emocionais ao objeto Afetivo Sentimentos, emoções consiste no comportamento observável em relação ao objeto Comportamental Predisposição para agir
  • 68. Introdução à Psicologia Jurídica 68 Componentes da Atitude com relação ao Turismo Viajar é relaxante Cognitivo Crenças, idéias Componente Exemplo Eu gosto de praias Afetivo Sentimentos, emoções Vou viajar para Florianópolis Comportamental Predisposição para agir
  • 69. Introdução à Psicologia Jurídica 69 Atitudes e Comportamento Apesar da crença: Não existe uma forte relação entre atitudes e comportamento LaPierre (1934) – discrepância entre atitudes e cpto (restaurantes / chineses) Pessoas com baixo auto monitoramento, as atitudes são melhores preditoras de cpto A relação entre atitude e cpto é maior quando a medida de atitude é avaliada com relação a um cpto do que com relação a um objeto
  • 70. Introdução à Psicologia Jurídica 70 Mudança de Atitude Maior probabilidade de ocorrência quando o ouvinte acha a mensagem interessante, importante ou pessoalmente relevante, Assim, submete a informação a um raciocínio procedimental. A mudança de atitude vai depender da qualidade do argumento Maior probabilidade de ocorrência quando a mensagem é irrelevante. A mudança de atitude envolve menos esforço mental, depende da quantidade (versus a qualidade) dos argumentos e da presença de fatores persuasivos, tais como a atratividade ou status do comunicador Rota Central Rota Periférica Modelo de Elaboração de Probabilidade Petty (1994) A rota central produz uma mudança de atitude que é mais duradoura
  • 71. Introdução à Psicologia Jurídica 71 Allen, Ng e Wilson (2002) sugerem que a atitude possui duas funções psicológicas que devem ser influenciadas por valores humanos O desejo que motiva a função instrumental é de que se pode competentemente e efetivamente controlar e manipular o meio. Assim, os benefícios que prendem um sujeito na função instrumental são as qualidades intrínsecas do objeto, o expediente para o fim, a habilidade do objeto para controlar o meio a motivação para a função psicológica da atitude expressiva é a necessidade de expressão do self Função instrumental Função expressiva
  • 72. Introdução à Psicologia Jurídica 72 Valores Humanos ajudam a determinar princípios cognitivos e perceptuais que, por sua vez, influenciam as atitudes das pessoas funcionam como necessidades que determinam a conduta orientada para um fim Feather (1995)
  • 73. Introdução à Psicologia Jurídica 73 em toda a moral efetiva elaboram-se certos princípios, valores ou normas devem basear-se numa preferência Para Sartre (1970), a pessoa se faz escolhendo a sua moral as escolhas não existem a priori, instalam-se na relação entre o desejo e uma ação Essa preferência deve-se porque os atos se apresentam todo ato moral inclui a necessidade de escolher entre vários atos possíveis como atos valiosos (valor que atribuímos às coisas e aos objetos) como atos de valor moral (valor com respeito à conduta humana) Fonte: Vasquez (2006) Depende da pessoa o sentido que ela dá à vida, e o valor nada mais é do que esse sentido escolhido
  • 74. Introdução à Psicologia Jurídica 74 Valores São carregados afetivamente e são subjetivos, e estão no topo da hierarquia da abstração e generalização São dominantes em relação à Atitude Atitudes Respostas avaliativas perante a um objeto Resultantes de um processo de Abstração e Generalização, formando um exemplar
  • 75. Introdução à Psicologia Jurídica 75 Rokeach (1973) amplia a distinção entre valores e atitudes 1) enquanto o valor é uma única crença, a atitude refere-se à organização de várias crenças que têm como foco um objeto ou uma situação 2) o valor é um padrão, a atitude não 3) o número de valores é reduzido em relação ao número de atitudes já que existem tantos valores quantos modos de conduta ou estados de existência desejados e tantas atitudes quantos situações ou objetos 4) valores ocupam uma posição mais central na personalidade e no sistema cognitivo do que as atitudes, sendo os valores determinantes das atitudes 5) valor possui uma ligação mais imediata com a motivação e é um conceito mais dinâmico do que as atitudes 6) o conceito substantivo do valor pode estar diretamente relacionado com as funções de ajustamento, defesa do ego, atualização do self enquanto a atitude se relaciona inferencialmente a essas funções
  • 76. Introdução à Psicologia Jurídica 76 Valores Humanos Básicos Schwartz (2005) Possuem importância por estarem no topo da hierarquia da abstração do pensamento humano Transcendem situações específicas e direcionam a conduta da pessoa Podem ser ordenados por sua importância e servem como princípios que guiam à vida da pessoa São subjetivos, no entanto possuem significados compartilhados e podem agregar-se em tipos motivacionais São metas que guiam a conduta de uma pessoa Molpeceres, Llinhares e Matisu (2006)
  • 77. Introdução à Psicologia Jurídica 77 O estudo dos Valores pode ser feito em diferentes níveis Cultural Grupal Individual Emic Etic Porto (2005) o interesse está na contextualização dos indivíduos no meio onde eles vivem o interesse está na comparação entre diversos contextos, permitindo comparações transculturais Os valores culturais servem para estabelecer crenças compartilhadas que definem que tipo de conduta é apropriada nas diversas situações, além de servir para justificar o motivo daquela escolha
  • 78. Introdução à Psicologia Jurídica 78 Teoria dos Valores Schwartz (2005) Identifica as principais características dos Valores de cinco formas: Crenças intrinsecamente ligadas a emoção e não a idéias. Quando os valores são ativados, conscientemente ou não, eliciam sentimentos positivos e negativos Valores são crenças 1 Referem-se a objetivos desejáveis que as pessoas se esforçam por obter São objetivos abstratos São transituacionais 3 Crenças intrinsecamente ligadas a emoção e não a idéias. Quando os valores são ativados, conscientemente ou não, eliciam atitudes Guiam a seleção e avaliação de açõe, políticas, pessoas e eventos 4 Valores são um construto motivacional 2 Os Valores das pessoas formam um sistema ordenado de prioridades axiológicas que as caracteriza como indivíduos São ordenados pela importância relativa aos demais 5
  • 79. Introdução à Psicologia Jurídica 79 Tipos Motivacionais A autodeterminação é derivada de necessidades orgânicas por controle e dominância e de requisitos interacionais de autonomia e independência pensamento e ação independente – escolher, criar, explorar Objetivo que o define criatividade, liberdade, escolher os próprios objetivos, curioso, independente, (auto-respeito, inteligente, privacidade) Valores (1) Autodeterminação Valores de estimulação são derivados da necessidade orgânica de variedade e estimulação de forma a manter um nível de ativação ótimo e positivo, em vez de ameaçador. Essa necessidade provavelmente se relaciona às necessidades subjacentes ao tipo motivacional de autodeterminação excitação, novidade, desafio na vida Objetivo que o define uma vida variada, uma vida excitante, ousado Valores (2) Estimulação
  • 80. Introdução à Psicologia Jurídica 80 Tipos Motivacionais Valores do hedonismo são derivados de necessidades orgânicas e do prazer associado à sua satisfação prazer ou gratificação sensual Objetivo que o define prazer, vida de prazer, auto-indulgência Valores (3) Hedonismo A performance competente que gera ou adquire recursos é necessária para que os indivíduos sobrevivam e para que grupos e instituições atinjam seus objetivos de forma bem sucedida sucesso pessoal por meio de demonstração de competência de acordo com padrões sociais Objetivo que o define ambicioso, bem sucedido, capaz, influente, (inteligente, auto- respeito, reconhecimento social) Valores (4) Realização
  • 81. Introdução à Psicologia Jurídica 81 Tipos Motivacionais O funcionamento de instituições sociais aparentemente requer algum grau de diferenciação de status. A dimensão dominação/submissão emerge na maioria das análises empíricas de relações interpessoais tanto intra quanto interculturalmente. Tanto poder quanto realização focam em estima social. Entretanto, valores de realização enfatizam a demonstração ativa de desempenho bem sucedido em interações concretas, enquanto os valores de poder enfatizam a consecução ou manutenção de uma posição dominante dentro do sistema social mais geral status social e prestígio, controle ou domínio sobre as pessoas e recursos Objetivo que o define autoridade, saúde, poder social, (preservar minha imagem pública, reconhecimento social) Valores (5) Poder
  • 82. Introdução à Psicologia Jurídica 82 Tipos Motivacionais Valores de segurança são derivados de requisitos básicos do indivíduo e dos grupos. Há dois subtipos de valores de segurança: individual e grupal. Alguns valores de segurança servem principalmente aos interesses do indivíduo (ex.: saúde). Outros, a interesses mais amplos do grupo (ex.:segurança nacional). Entretanto até mesmo esse último serve, em algum grau, à segurança do próprio indivíduo (ou daqueles com quem ele se identifica). Os dois subtipos podem, portanto, ser unificados em um tipo motivacional mais abrangente segurança, harmonia e estabilidade da sociedade, dos relacionamentos e de si mesmo Objetivo que o define ordem social, segurança da família, segurança nacional, limpo, reciprocidade de favores, saudável, (senso de pertencer) Valores (6) Segurança
  • 83. Introdução à Psicologia Jurídica 83 Os valores de conformidade enfatizam a autorestrição na interação cotidiana, geralmente com outros próximos ao indivíduo restrições de ações, inclinações e impulsos que tendem a chatear ou prejudicar outros e que violam expectativas ou normas sociais Objetivo que o define obediente, autodisciplinado, polidez, respeito para com os pais e os idosos, (leal, responsável) prazer, vida de prazer, auto-indulgência Valores (7) Conformidade Grupos de todos os lugares desenvolvem práticas, símbolos, idéias e crenças que representam experiências e rumos compartilhados. Eles se tornam sancionados como costumes e tradições valorizadas pelo grupo. Frequentemente tomam forma de ritos religiosos, crenças e normas de comportamento respeito, compromisso e aceitação dos costumes e idéias que a cultura ou a religião do indivíduo fornecem Objetivo que o define respeito à tradição, humilde, devoto, ciente dos meus limites, moderado, (vida espiritual) Valores (8) Tradição
  • 84. Introdução à Psicologia Jurídica 84 Os valores de benevolência são derivados dos requisitos básicos para o delicado funcionamento do grupo e da necessidade orgânica de afiliação. As mais críticas são as relações dentro da família e outros grupos primários. Os valores de benevolência enfatizam a preocupação voluntária com o bem estar dos outros Tanto benevolência quanto conformidade promovem relações sociais cooperativas e suportativas. Valores de benevolência propiciam uma base motivacional interiorizada, valores de conformidade promovem cooperação para evitar resultados negativos para o próprio indivíduo preservar e fortalecer o bem-estar daqueles com que o contato pessoal do indivíduo é mais freqüente (o grupo “interno”) Objetivo que o define prestativo, honesto, piedoso, responsável, leal, amizade, amor maduro, (senso de pertencer, sentido da vida, uma vida espiritual) Valores (9) Benevolência
  • 85. Introdução à Psicologia Jurídica 85 Os valores de universalismo também são derivados das necessidades de sobrevivência dos grupos e dos indivíduos. Mas essas necessidades não são reconhecidas até que as pessoas entrem em contato com outras fora do grupo primário e até que elas tenham consciência da escassez de recursos naturais. O universalismo combina dois subtipos de preocupação: (1) com o bem estar da sociedade como um todo, e (2) com a natureza compreensão, agradecimento, tolerância e proteção do bem- estar das pessoas e da natureza. Isso contrasta com o foco intragrupo da benevolência Objetivo que o define mente aberta, justiça social, igualdade, um mundo em paz, mundo de beleza, unidade com a natureza, sabedoria, proteger o meio ambiente, (harmonia interior, uma vida espiritual) Valores (10) Universalismo
  • 86. Introdução à Psicologia Jurídica 86 Estimulação Hedonismo Autodeterminação Universalismo Benevolência Conformidade Tradição Segurança Poder Realização Estrutura de Valores
  • 87. Introdução à Psicologia Jurídica 87 a concepção dos valores nessa estrutura circular de relações tem uma implicação capital para as relações dos valores com outras variáveis. Implica que todo o conjunto de dez tipos motivacionais se relaciona com qualquer outra variável de uma maneira integrada A “estrutura” de valores refere-se às relações conflitantes e congruentes entre os valores, que por sua vez se distinguem pelo tipo de objetivo ou motivação que expressa Formam um continuum motivacional. Esse continuum dá origem a estrutura circular
  • 88. Introdução à Psicologia Jurídica 88 Estrutura de Valores Estimulação Hedonismo Autodeterminação Universalismo Benevolência Conformidade Tradição Segurança Poder Realização a estrutura circular retrata o padrão total de relações teóricas de conflito e congruência entre os tipos motivacionais. Quanto mais próximo estiverem, mais semelhantes são suas motivações subjacentes. Quanto mais distantes mais antagônicas são suas motivações subjacentes
  • 89. Introdução à Psicologia Jurídica 89 Caso o serviço/produto seja significativo, o objeto passa a ter uma intencionalidade derivada da representação mental. A representação não tem apenas um significado convencional, mas também um significado desejado pela pessoa o significado é uma forma de “intencionalidade derivada” Valor é um conceito multidimensional, composto por distintos significados Martinez-Sánchez & Ros (2006) A intencionalidade original (ou intrínseca) da representação mental da pessoa é transferida para o objeto Searle (2000) chave para compreensão do significado
  • 90. Introdução à Psicologia Jurídica 90 O significado atribuído pela pessoa pode circundar duas amplas categorias representa o atributo tangível do produto, o qual permite que o indivíduo tenha algum controle sobre a situação. Nesta categoria, o significado é derivado da utilidade pratica do produto, e é intrinsecamente conectado a conveniência, eficiência e valor de troca do produto é resultado de uma experiência social, a qual induz uma categorização subjetiva do produto, via instituições sociais, sistemas de comunicação e da cultura da sociedade. Estes atributos são intangíveis e socialmente compartilhados, é uma compilação da imagem ou do simbolismo do produto Significado Utilitário Significado Simbólico
  • 91. Introdução à Psicologia Jurídica 91 Allen - Austrália Modelo de Componente Ùnico Atitude compreende só o componente Afetivo Modelo de três componentes Atitudes são compostas de componentes cognitivos, afetivos e comportamentais Abordagem da Mediação do Atributo significado de produto utilitário e simbólico
  • 92. Introdução à Psicologia Jurídica 92 quando a pessoa avalia um produto pelo seu significado utilitário, ela faz um julgamento passo a passo dos atributos, utilizando um raciocínio procedimental. O produto tem uma função psicológica funcional, instrumental e. assim, os valores influenciam a tomada de decisão por meio da importância dada aos atributos tangíveis do produto quando a pessoa está avaliando o significado simbólico do produto, o tipo de julgamento é afetivo, “holístico”, por meio de um raciocínio heurístico, tendo uma função psicológica expressiva Allen (2000) sugere que os valores humanos modelam a escolha em duas rotas Rota indireta Rota direta
  • 93. Introdução à Psicologia Jurídica 93 As Vias Principal e Secundária para a Amígdala (LEDOUX, 1998) Córtex Sensorial
  • 94. Introdução à Psicologia Jurídica 94 Julgamento Afetivo Julgamento Passo a Passo ALLEN Significado do Produto Utilitário Simbólico Tipo de Julgamento Passo a Passo Afetivo Motivação Instrumental Expressiva Significado do Produto Crenças Prescritivas e Avaliativas Valores Humanos Simbólicos Atributos Tangíveis Utilitário Rota indireta Rota direta
  • 95. Introdução à Psicologia Jurídica 95 Significado do Objeto, Tipo de Julgamento e Funções Psicológicas Associadas com a Influência Direta e Indireta dos Valores Humanos na Preferência do Objeto INDIRETO DIRETO (via importância dos atributos tangíveis) Significado do Objeto Utilitário Simbólico Conteúdo Na função e utilidade Categorias sociais e princípios culturais (ideais, valores, traços) Local Separadamente nos Atributos Tangíveis Inteiramente no Objeto Foco Objetivo: focado no objeto Subjetivo: focado no self Amplitude Específico/Limitado Vago/Amplo Clareza Conceitual Claro Vago Tipo de Julgamento Passo-a-Passo Afetivo Raciocínio Procedimental. Lógico, análise sistemática atributo por atributo Heurístico. Holístico, intuitivo Representação na Memória Incerto – talvez Verbal Visual: imagem multisensorial Efeito na Latência Atrasado Imediato Efeito na Intensidade Baixo: avaliativo Alto: estados emocionais Funções Psicológicas Instrumental Expressiva Origem do Benefício Nas qualidades intrínsecas do objeto; habilidade de controlar o ambiente Uso do objeto como veículo para expressão do self Relevância do Valor Baixo Alto Identificação com Objeto Fraco Forte Fonte: Allen (2000)
  • 96. Introdução à Psicologia Jurídica 96 Allen 2001 – Estudo da relação entre Valores e a preferência pelo Toyota Corolla autodeterminação Hedonismo Segurança e confiabilidade Toyota Corolla Valores Humanos – Tipos motivacionais Importância dos atributos tangíveis do carro Preferência por produto O Tipo autodeterminado possui uma ligação afetiva com a marca Toyota, o tipo Hedonista possui ligação utilitária com o atributo tangível de segurança e confiabilidade do carro, assim quando esta qualidade é realçada aumenta o comportamento de compra da pessoa
  • 97. Introdução à Psicologia Jurídica 97 Anúncio com Elementos Utilitários
  • 98. Introdução à Psicologia Jurídica 98 After repeated exposures, the product symbolizes the culturally consisted meanings in isolation Allen (2006))
  • 99. Introdução à Psicologia Jurídica 99 Objetivo da Apresentação Conceituar a Psicologia e Identificar seus Principais Campos de Atuação e Interfaces com o Direito
  • 100. Psicologia Jurídica Introdução à Psicologia Prof. Sergio Luis dos Santos Lima sergiolusalima@hotmail.com