O documento discute a relação entre teoria e prática no serviço social, afirmando que a instrumentalidade se refere à capacidade constitutiva da profissão construída historicamente, não aos instrumentos em si. A intervenção profissional exige definir os objetivos, ações e meios para passar da intenção à prática competente e compromissada com valores emancipatórios. Na verdade, a teoria só pode ser a mesma que na prática, uma vez que busca conhecer a realidade.
3. DILEMA
• Como operacionalizar e, até mesmo,
criar atividades que estejam de
encontro com as demandas postas e
que, ao mesmo tempo, sejam
compatíveis com nosso referencial
teórico-metodológico e com nosso
compromisso ético-político.
4. • Expressa a dificuldade de apreensão da
relação teoria e prática e,
conseqüentemente, da relação entre as
dimensões teórico-metodológicas, ético-
políticas e técnico-operativas da
intervenção profissional (dimensões da
instrumentalidade), que rebate numa
expectativa equivocada ao que se refere
às potencialidades dos instrumentos e
técnicas: ora supervalorizando-os, ora
ignorando-os.
5. O PROBLEMA RELATIVO AOS
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS NA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS
ASSISTENTES SOCIAIS
FUNDAMENTA-SE EM UMA
COMPREENSÃO INADEQUADA
SOBRE TEORIA E PRÁTICA NO
MATERIALISMO HISTÓRICO-
DIALÉTICO.
6. TEORIA
• 1- algo que se transforma em prática de
forma imediata, portanto, „teoria de
ruptura‟ igual à „prática de ruptura‟;
• 2- algo que, por si só, oferece os
procedimentos para a intervenção, ou seja,
que da teoria se retira, também de forma
imediata, instrumentos próprios a ela;
• 3- análoga à formação profissional.
7. PRÁTICA
• 1- sinônimo de instrumentos e
técnicas, ou seja, resume-se na
utilização de instrumentos e
técnicas;
• 2- análoga ao mercado de
trabalho exclusivamente;
• 3- reduzida à prática profissional.
8. CONCEPÇÃO DE TEORIA E PRÁTICA
DEFENDIDA NO MATERIALISMO
HISTÓRICO-DIALÉTICO.
• teoria e prática mantêm uma relação
de unidade na diversidade, formam
uma relação intrínseca, sendo o
âmbito da primeira o da
“possibilidade” e o da segunda o da
“efetividade”. Transmutar da
possibilidade à efetividade requer
mediações objetivas e subjetivas que
se relacionam entre si.
9. • Ao atuarem no cotidiano e nas
demandas das classes que
demandam sua intervenção
convertendo em condições,
meios e instrumentais para
alcance de objetivos profissionais,
os A.S, estão dando
instrumentalidade às suas ações.
10. INSTRUMENTALIDADE
• Confronto entre condições objetivas e
subjetivas;
• Propriedade histórica da profissão;
• Condição concreta de reconhecimento
social da profissão;
• Capacidade de respostas profissionais às suas
demandas;
• Possibilidade de que os profissionais objetivem
a sua INTENCIONALIDADE EM RESPOSTAS
PROFISSIONAIS.
12. “Instrumentalidade no exercício
profissional refere-se, não ao
conjunto de instrumentos e
técnicas, mas a uma
determinada capacidade ou
propriedade constitutiva da
profissão, construída no processo
sócio-histórico”. (Guerra,2000)
13. INSTRUMENTALIDADE EXIGE:
• Articular fenômenos da totalidade
histórica, particularidade e
singularidade;
• Perceber as contradições como
unidade indissolúvel presente no
cotidiano profissional
• Optar pela coerência na articulação
entre teoria e prática;
14. •Atuação a partir de
mediações em campos
diferenciados – do particular
ao genérico, do singular ao
coletivo, do imediato ao
mediato.
15. A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL EXIGE DO
ASSISTENTE SOCIAL A DEFINIÇÃO DE:
• Para que fazer: garantir direitos sociais (para
afirmar o projeto ético-político da profissão
através do eixo sociológico posto no código);
• O que fazer: ação responsável com
compromisso social e qualidade.
• Como fazer: os meios e mediações que
possibilitam a passagem da mera
intencionalidade para as ações profissionais
competentes e compromissadas com valores
emancipatórios.
16. • Na prática a teoria só pode ser a
mesma, uma vez que ela é o lugar onde
o pensamento se põe. A teoria quer,
justamente, conhecer a realidade,
extrair as legalidades, as racionalidades,
as conexões internas postas nos
produtos da ação prática dos homens,
assim não há como na prática a teoria
ser outra” (Santos, 2011, p.27)
17. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
• SANTOS, Claúdia Mônica. Na prática a teoria é
outra?Mitos e dilemas na relação entre teoria,
prática, instrumentos e técnicas no Serviço Social.
Editora Lumem Juris; Rio de Janeiro, 2011.