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A economia solidária origina-se na Primeira
Revolução Industrial, como reação dos artesãos
expulsos dos mercados pelo advento da máquina a
vapor. Na passagem do século XVIII ao século
XIX, surgem na Grã-Bretanha as primeiras Uniões
de Ofícios (Trade Unions) e as primeiras
cooperativas. Com a fundação da cooperativa de
consumo dos Pioneiros Eqüitativos de Rochdale
(1844), o cooperativismo de consumo consolida-se
em grandes empreendimentos e espalha-se pela
Europa primeiro e depois pelos demais
continentes.
Conceito
A economia solidária é um modo específico de
organização de atividades econômicas.
Ela caracteriza-se pela autogestão, ou seja, pela
autonomia de cada unidade ou empreendimento e
pela igualdade entre os seus membros.
A Economia Solidária no Brasil
O movimento de Economia Solidária tem crescido
de maneira muito rápida, não apenas na Europa e
no Brasil, mas também em diversos outros países.
O seu crescimento deve-se a inúmeros fatores, dos
quais vale destacar os seguintes:
Resistência de trabalhadoras e trabalhadores à
crescente exclusão, desemprego urbano e
desocupação rural resultantes da expansão
agressiva de uma globalização que torna mais e
mais pessoas totalmente descartáveis para o
funcionamento da máquina de produção e
consumo.
Tal resistência manifesta-se primeiramente como
luta pela sobrevivência, na conformação de um
mercado informal crescente, em que brotam
iniciativas de economia popular, tais como
camelôs, flanelinhas, ambulantes, e tantos outros
empreendimentos normalmente voltados à
reprodução da vida e de caráter individual ou
familiar.
Com a articulação de diversos atores, esta
resistência manifesta-se, além desses casos, na
forma de iniciativas associativas e solidárias
voltadas também à reprodução da vida, mas que
vão além disso, apontando para alternativas
estruturais de organização da economia, baseadas
em valores como a ética, a eqüidade e a
solidariedade, e não mais no lucro e no acúmulo
indiscriminado:
esta é a Economia Solidária, que vai se construindo
e crescendo rapidamente.
No Brasil, o crescimento da Economia Solidária enquanto
movimento – ultrapassando a dimensão de iniciativas
isoladas e fragmentadas no que diz respeito a sua inserção
nas cadeias produtivas e nas articulações de seu entorno,
cada vez mais se orientando rumo a uma
articulação nacional, configuração de redes locais e uma
plataforma comum – dá um salto considerável com as
várias edições do Fórum Social Mundial, espaço
privilegiado em que diferentes atores, entidades, iniciativas
e empreendimentos puderam construir uma integração que
desembocou na demanda apresentada ao recém-eleito
presidente Lula pela criação de uma Secretaria Nacional de
Economia Solidária (SENAES). Simultaneamente à criação
desta
Secretaria,
foi criado, na III Plenária Nacional de Economia
Solidária, o Fórum Brasileiro de Economia
Solidária (FBES), representando este movimento
no país. Com estas duas instâncias, somadas ao
processo de construção de um campo da Economia
Solidária no interior da dinâmica do Fórum Social
Mundial, podemos dizer que a Economia Solidária
no Brasil passou por um crescimento e
estruturação muito grandes.
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  • 1.
  • 2. A economia solidária origina-se na Primeira Revolução Industrial, como reação dos artesãos expulsos dos mercados pelo advento da máquina a vapor. Na passagem do século XVIII ao século XIX, surgem na Grã-Bretanha as primeiras Uniões de Ofícios (Trade Unions) e as primeiras cooperativas. Com a fundação da cooperativa de consumo dos Pioneiros Eqüitativos de Rochdale (1844), o cooperativismo de consumo consolida-se em grandes empreendimentos e espalha-se pela Europa primeiro e depois pelos demais continentes.
  • 3. Conceito A economia solidária é um modo específico de organização de atividades econômicas. Ela caracteriza-se pela autogestão, ou seja, pela autonomia de cada unidade ou empreendimento e pela igualdade entre os seus membros.
  • 4. A Economia Solidária no Brasil O movimento de Economia Solidária tem crescido de maneira muito rápida, não apenas na Europa e no Brasil, mas também em diversos outros países.
  • 5. O seu crescimento deve-se a inúmeros fatores, dos quais vale destacar os seguintes: Resistência de trabalhadoras e trabalhadores à crescente exclusão, desemprego urbano e desocupação rural resultantes da expansão agressiva de uma globalização que torna mais e mais pessoas totalmente descartáveis para o funcionamento da máquina de produção e consumo.
  • 6. Tal resistência manifesta-se primeiramente como luta pela sobrevivência, na conformação de um mercado informal crescente, em que brotam iniciativas de economia popular, tais como camelôs, flanelinhas, ambulantes, e tantos outros empreendimentos normalmente voltados à reprodução da vida e de caráter individual ou familiar.
  • 7. Com a articulação de diversos atores, esta resistência manifesta-se, além desses casos, na forma de iniciativas associativas e solidárias voltadas também à reprodução da vida, mas que vão além disso, apontando para alternativas estruturais de organização da economia, baseadas em valores como a ética, a eqüidade e a solidariedade, e não mais no lucro e no acúmulo indiscriminado: esta é a Economia Solidária, que vai se construindo e crescendo rapidamente.
  • 8. No Brasil, o crescimento da Economia Solidária enquanto movimento – ultrapassando a dimensão de iniciativas isoladas e fragmentadas no que diz respeito a sua inserção nas cadeias produtivas e nas articulações de seu entorno, cada vez mais se orientando rumo a uma articulação nacional, configuração de redes locais e uma plataforma comum – dá um salto considerável com as várias edições do Fórum Social Mundial, espaço privilegiado em que diferentes atores, entidades, iniciativas e empreendimentos puderam construir uma integração que desembocou na demanda apresentada ao recém-eleito presidente Lula pela criação de uma Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES). Simultaneamente à criação desta Secretaria,
  • 9. foi criado, na III Plenária Nacional de Economia Solidária, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), representando este movimento no país. Com estas duas instâncias, somadas ao processo de construção de um campo da Economia Solidária no interior da dinâmica do Fórum Social Mundial, podemos dizer que a Economia Solidária no Brasil passou por um crescimento e estruturação muito grandes.