O pastor Marcelino tosquia as ovelhas da aldeia e Miquelina lavava a lã. Margarida transformava a lã em fios finos na roca e D. Arminda torcia os fios em um único fio mais forte. Por fim, Georgina tecia a lã colorida no tear, produzindo as camisolas de João e Rita.

1. História da lã

2. O João e a Rita vivem numa aldeia da serra. Têm vestidas duas lindas camisolas de lã. Camisolas essas, feitas na sua aldeia pela mão de pessoas suas conhecidas. Vejamos, como elas foram feitas:

3. O senhor Marcelino, pastor há longos anos, cuida das ovelhas de toda a aldeia.

4. Parte bem cedinho, à procura de pasto verdejante, para banquetear tão numeroso rebanho.

5. Na sua vida solitária, toca flauta para passar o tempo e avisar os lobos das redondezas que são gente de paz e que não entram nessas histórias de lobos maus e ovelhas...

6. Quando, por aquelas cercanias, a Primavera desponta ,o senhor Marcelino procede à lavagem das ovelhas.

7. O Manuel “Piteira” dá uma boa ajuda ao senhor Marcelino. Com as suas mãos hábeis, volteia cautelosamente as ovelhas, enquanto ao seu lado caem tufos de lã. A tosquia é rápida e para as ovelhas não passa de um pequeno susto. Devo confessar que Manuel “Piteira”, não é muito bem visto pelas ovelhas, quando estas passam defronte da escola e os meninos troçam delas pelo seu pêlo ter sido tão rapado.

8. Terminada a tosquia de todo o rebanho, o monte de lã formado, espera por Miquelina. Esta tem a tarefa de a escolher e de a lavar. Coloca grandes braçadas de lã, numa enorme tina de madeira e enche-a com água quente, lavando-a com sabão.

9. Miquelina gosta desta tarefa, pois pode sentir a lã tornar-se macia e pensar nos prazeres de viver no campo: ouvir os passarinhos, beber água nos fontes, ver o nascer do Sol...

10. Após a lã ter secado, Margarida monta a sua pequena banca, pois chegou a sua vez de ajudar.

11. De lenço na cabeça, pois o Sol na Primavera já é forte, agarra num pedaço de lã em rama e fá-lo passar por uma série de pontas de metal, onde pouco a pouco, vai surgindo uma rede fina de fios de lã.

12. Perto dela voam inúmeros pedaços de cotão que se desprendem da lã e se vão depositando um pouco por toda a redondeza.

13. D. Arminda, mulher do senhor Marcelino, o pastor, coloca essa rede fina de lã na roca. Com a paciência que só a velhice conquista e de fuso na mão, vai torcendo os pequenos fios de lã, formando um único fio, bastante mais forte.

14. Os seus olhos brilham ao pensar nas lindas camisolas que se podem fazer para os seus lindos netinhos.

15. Chegada a última fase, Georgina é a responsável. Todos confiam no seu bom gosto. Ela tirara um curso de moda lá na cidade. Agarrada ao tear que herdara da avó, Georgina esmerava-se pela qualidade dos tecidos que afamaram a sua aldeia. As cores são as tradicionais, pois há uma tradição a preservar.

16. A tarde terminava. O chocalho das ovelhas anunciava o regresso do rebanho à aldeia. João tinha de ajudar o avô a distribui-lo pela aldeia, pois o senhor Marcelino já estava velho. A brincadeira terminara e novo encontro ficara marcado.

17. Fim