Os periódicos de saúde coletiva da Rede SciELO acumulam notável experiência na articulação de seus objetivos, interesses, funções, expectativas e sustentabilidade operacional e financeira, a partir de uma ampla diversidade de origens institucionais, áreas temáticas prioritárias, práticas editoriais e posicionamentos sobre o papel dos periódicos no progresso e comunicação da pesquisa. Essa condição dota a sistematização da gestão, operação e políticas editoriais dos periódicos de saúde coletiva com enorme potencial para contribuir para o avanço da discussão sobre o futuro dos periódicos e do próprio Programa SciELO, em especial no que se refere ao aperfeiçoamento editorial e o alinhamento com as boas práticas de comunicação da ciência aberta.
As propostas de aperfeiçoamento editorial e de adoção das inovações de comunicação preconizam o aumento da eficiência e desempenho dos periódicos no cumprimento das suas funções. Os periódicos de saúde coletiva abarcam um amplo leque de objetos de pesquisa, de públicos e de campos de influência e impacto, como são o avanço da pesquisa e do ensino no âmbito acadêmico, o avanço da atenção à saúde no âmbito dos sistemas e serviços de saúde públicos e privados incluindo a atenção individual por especialistas assim como na formulação de políticas públicas, e, finalmente, ao informar a cidadania no sentido de decisões baseadas nas melhores evidências da pesquisa científica.
O escopo proposto do Grupo de Trabalho de Periódicos de Saúde Coletiva abrange três dimensões importantes. Primeiro, a experiência da articulação entre periódicos. Segundo, a contribuição dos periódicos para o avanço da pesquisa, da atenção à saúde, para informar políticas, tomada de decisão de autoridades e da cidadania. Terceiro, estender [generalizar] a relevância dos periódicos temáticos de saúde coletiva para a função dos periódicos editados nacionalmente em geral por comunidades de pesquisadores, sem fins lucrativos, que, em diferentes condições, contribuem para o avanço do conhecimento e da capacidade nacional de criar, comunicar e usar conhecimento científico.
Fábio Batalha - Estatísticas de uso: Visão geral de produção e compartilhamento
Participação feminina na saúde coletiva
1. A PARTICIPAÇÃO FEMININA
NO MEIO EDITORIAL
DA SAÚDE COLETIVA
Leila Posenato Garcia
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA
2. Faculdade de medicina de Tóquio admite
alterar resultados para excluir mulheres
https://www.theguardian.com/world/2018/aug/08/tokyo-medical-school-
admits-changing-results-to-exclude-women
3. • baixa proporção de mulheres entre autores dos artigos, entre
pesquisadores cujo perfil foi publicado na revista, assim como entre o
conjunto dos revisores de artigos
• baixa proporção de pesquisadoras em determinadas disciplinas,
especialmente nas posições mais destacadas
• as mulheres tipicamente dedicam mais tempo para as atividades
domésticas e cuidados com as crianças
• assumiram a existência de “fatores inconsicentes”: quais as cinco
mulheres que poderiam ser convidadas?
4. • houve um aumento na proporção de autoras e revisoras
desde 2012
• longo caminho a ser trilhado na direção da equidade
5. Peer review sexism: PLOS ONE
• “It would probably also be beneficial to find one or two
male biologists to work with (or at least obtain internal
peer review from, but better yet as active co-authors),
in order to serve as a possible check against
interpretations that may sometimes be drifting too far
away from empirical evidence into ideologically biased
assumptions.”
• http://scholarlykitchen.sspnet.org/2015/05/07/sexism-in-peer-review/
19. Revistas científicas
• promover a equidade de gênero nos
periódicos
• papel relevante para a promoção da
equidade de gênero na pesquisa e na
publicação
• incentivar a incorporação da perspectiva
de sexo e gênero nos estudos que
derivam os artigos
20. PARA RELATOS DE
PESQUISAS
SAGER
Comitê de Políticas de Gênero
European Association of Science Editors
Sex And Gender Equity in Research
DIRETRIZES
Equidade de Sexo e Gênero na
Pesquisa
http://www.ease.org.uk/about-us/gender-policy-committee/
21. QUEM são os alvos das diretrizes?
AUTORES, EDITORES, REVISORES
Precisam estar cientes de que SEXO E GENERO IMPORTAM
e compartilhar a responsabilidade pelo uso das DIRETRIZES
SAGER (autores e revisores) e sua adoção (editores)
Organizações que financiam e conduzem pesquisas,
decisores políticos e a sociedade
Quem?
www.ease.org.uk
22. Quando?
As Diretrizes SAGER são úteis em diferentes
etapas das pesquisas
• Desenho do estudo, condução, relato
• Revisão por pares
• Aplicação das pesquisas
23. Onde?
Artigo original: Heidari et al. Research Integrity and Peer Review, 2016
Versão em português: Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 26, n. 3,
2017
www.scielo.br/ress
Flyer: EASE GPC website
Equator Network website:
National Library of Medicine (NLM reporting guidelines)
Instruções aos autores das revistas que as endossam
Citações em editoriais e outros artigos: JAMA, The Lancet Psychiatry,
Annali dell’Istituto Superiore di Sanità, Addiction Journal, BMC Medical
Research Methodology, e outras revistas
6
Onde obter mais informações sobre as diretrizes SAGER?
http://www.ease.org.uk/about-us/gender-policy-committee
24. Coordenadores
Paola De Castro
Thomas Babor
Fundadora
Shirin Heidari
Membros
Rachel Carol
Janine Clayton
Jhony A. De La Cruz Vargas
Jibril Handulelh
Moira Hudson
Joan Marsh
Ana Marusic
Petter Oscarson
Leila Posenato Garcia
Ines Steffens
Cara Tannenbaum
Comitê de Políticas
de Gênero
ENDOSSE
As diretrizes
SAGER
http://www.ease.org.
uk/about-us/gender-
policy-committee/
.
25. Saúde Coletiva brasileira
• Predominância de mulheres
• RESS: ~ 70%
• Epi2017: ~ 70% participantes, 50% palestrantes
• CSP: 50% do corpo editorial
“Mulheres no mundo da ciência e da
publicação científica” (mar/18)
• Gaceta Sanitaria: Política para fomentar a
igualdade de gênero na publicação científica
“Las desigualdades de género en la ciencia:
Gaceta Sanitaria da un paso adelante” (2015)
26. Propostas para debate
• Monitorar a distribuição de sexos entre os autores dos
artigos submetidos, recusados, publicados e
convidados, bem como entre os revisores e membros
das equipes editoriais
• Levantamento no conjunto dos periódicos da saúde
coletiva
• Políticas editoriais de incentivo à diversidade de gênero
• Suscitar debates relacionados à participação feminina
na ciência
• Divulgar as diretrizes SAGER e de outras iniciativas
para promover a equidade de gênero e incorporar a
perspectiva de gênero na pesquisa e na publicação
científica
29. ranking de 33 países latino-americanos e caribenhos sobre mulheres nos parlamentos
nacionais: o Brasil ocupava a 32ª posição devido aos 9,9% de parlamentares
eleitas. Está à frente somente de Belize (3,1%) e muito distante da primeira posição
ocupada pela Bolívia, a qual detém 53,1% de mulheres no parlamento.
http://www.onumulheres.org.br/noticias/brasil-e-lanterna-em-ranking-latino-americano-sobre-paridade-de-genero-na-politica/