DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Goody evolução comunicação
1. GOODY, Jack. Evolução e comunicação in Domesticação do pensamento selvagem. Editorial
Presença. ANO (?)
O antropólogo e cientista social Jack Goody nasceu em 1919, foi membro da Academia Nacionl
de Ciência dos Estados Unidos, ainda n juventude filiou-se aos intelectuais de esquerda e
unindo-se ao grupo Hobsbawn foi capiturado pelos os Alemães enquanto lutava na África e só
entre os anos de 1973 e 1984 conseguiu graduar-se em Antropologia Social pela Universidade
de Cambridge.
Originalmente publicado em 1977 pela Cambridge University Press, o livro A domesticação do
pensamento selvagem, possui cerca de XX capítulos sendo o primeiro deles intitulado Evolução
e Comunicação. Neste capítulo, o Goody(19XX) faz algumas críticas a autores como Comte,
Marx, Weber, Smith, Tylor, Levi- Straus dentre outros que se propuseram a refletir sobre o
problema da dicotomia, sendo que segundo Goody(19XX), todas as vezes que estes autores se
propugnavam a argumentar sobre a dicotomia, os pesquisadores acabavam criando definições
condizentes às necessidades de suas pesquisas, ou seja, de acordo com as vontades dos grupos
que as elegiam e que às aplicavam em suas atividades ou exercícios de pesquisas: o que há de
perturbante nas categorias é o seu enraizamento numa divisão nós/eles simultaneamente binária
e etnocêntrica, já que estas características são limitadas a sua maneira.(GOODY, p.11, 19XX).
O autor ainda afirma que: As pesquisas de Goody(19XX) nestes primeiro capítulo demonstra
como as classes/fases/esferas ou categorias de pensamento selvagem e pensamento
domesticado e de situações abertas e fechadas serviram e em alguns casos servem como objeto
analítico de sobreposição de cultura letrada sobre a não letrada podendo esta ser de
“colonialidade” ocidental ou não. Sobre essa estrutura teórica que sustenta as análises dos ideais
estruturalista ou funcionalista, o autor vai dialogar e confrontar os trabalhos de alguns autores
citados logo acima, como é o caso de Levi Stratuss, Marx, Weber, Durkheim dentre outros que
também realizaram pesquisas dentro do campo da sociologia e da antropologia. E, é no
confronto de suas ideias com as ideias de pesquisadores de sua época e até mesmo anteriores
que Goody vai elaborar e organizar a metodologia e a teoria que formaram as bases de sua
pesquisa e que culminou com o livro A domesticação do pensamento selvagem. Sendo assim,
o cuidado com a metodologia que Goody(19XX) possui pode ser considerado de como um
cuidado de extrema relevância, uma vez que todo e qualquer trabalho comparativo normalmente
faz com que que surja novas questões no âmbito evolonicionista, o que torna comum aos leitores
posteriores a questões reflexivas.
Neste primeiro capitulo, Goody também nos apresenta uma perspectiva transdisciplinar que vai
orientar o seu trabalho nos demais capítulos do livro, porém sempre discutindo sobre a produção
de conhecimento a partir das categorias por ele consideradas como analíticas dicotômica e sobre
as estruturas que, até aquele momento eram apresentadas pelos autores citados anteriormente.
Vale destacar, que para Goody, tais categorias situavam entre a dicotomia do nós e eles. O que
possibilita o surgimento de expressões etnocêntricas e também binárias dos autores
anteriormente citados e que associadas ao surgimento da sociedade industrial que construíam
novos meios metodológicos; assim, esta postura analítica dos pesquisadores considerados por
Goody como pesquisadores etinógrafos que em sua maioria usavam os meios métodos de
pesquisadores renascentistas europeus. O autor aconselha que para que aconteça a ruptura desta
dualidade, é necessário que admitamos a existência da “natureza etnocêntrica” logo no início
2. de nossas pesquisas para que desta maneira seja alargada o nosso campo de análise da pesquisa
e também das explicações sobre o desenvolvimento da mente humana. Para tanto, Goody
(19XX) destaca: rejeitar toda e qualquer consideração dos factores específicos incluindo a
tradição intelectual(...)passamos deuma dicotomia crua para uma unidade a-histórica.(GOODy,
p.14, 19XX). O autor ainda aconselha sobre a necessidade de abandonar as convicções sobre
possíveis diferenças existentes entre esses mundos para que a pesquisa seja o mais fiel possível
da realidade pesquisada para que haja maior facilidade na compreensão dos estudos. Neste
sentido, Goody (19XX) contraria as pesquisas de Lévi-Strauss que compara o pensamento
selvagem com o pensamento crítico moderno destacando: Lévi-Strauss procura dar nova
dicotomia uma base histórica mais específica, vendo o conhecimento selvagem como
característico do período neolítico. (GOODY, p. 15, p. 19XX). Desta forma, o autor afirma que
não basta apenas comparar e reconhecer as diferenças e semelhanças como fez Lévi-Strauss.
Goody nos atenta afirmando que não basta só classificar de múltiplas maneiras, e nem tão
pouco reconhecer qual o elemento cientifico se deve estudar nas sociedades nas quais onde se
estudam. E que independente das alcunhas primitiva e moderna, avançada e atrasada,
desenvolvida e não desenvolvida e moderna e selvagem - dentre outras...todas foram
construídas através do etnocentrismo dicotômico do nós e eles e postulada a partir de uma
ciência considerada como única e verdadeira. Daí a recomendação de Goody(19XX) ao
recomendar o nosso distanciamento do: binarismos etnocêntrico (GOODY, 19XX, p. 17). Isso
se dá, porque Segundo o autor, a dicotomia segue um pensamento tradicional cujo principal
objetivo é afirmar e reafirmar supostas diferenças mesmo adotando dois discursos distintos-
tentando contornar possíveis pistas evolutivas, mesmo norteado as pesquisas através das
transformações históricas e mais uma vez opondo-se os estudos de Lévi-Strauss, Goody afirmar
que: Lévi-Strauss é vítima do binarismo etnocêntrico preservado pelas nossas categorias e dessa
divisão grosseira das sociedades do mundo em primitivas e avançadas, europeias e não
europeias, simples e complexas...São termos que podemos tolerar enquanto tabuletas de
sinalização(GOODY, 19XX, p. 17).Assim, o autor nos norteia sobre a necessidade de que as
análises devem ter por base critérios mais específicos para que se possa trazer à tona este ou
aquele conhecimento. Para o autor, são os meio de comunicação quem permite e provocam as
mudanças ou alterações no pensamento do homem e logo após no conhecimento.
Para o autor, foi o advento da escrita quem possibilitou a expansão da capacidade de leitura e
escrita e também como a aplicação de princípios que venham permitir ao homem se colocarem
como sujeito e objeto de um texto. Assim, o autor afirma que o problema não se encontra na
carência ou falta de aprendizado mas na: mecânica dos atos comunicativos (GOODY, 19XX,
p. 21). Logo entende-se que é o domínio da escrita e da leitura quem possibilita as mudanças
no abstracionismo e até mesmo em sua utilidade: mas é nítido a adopção de modalidades
escritas de comunicação esteve intimamente ligada ao desenvolvimento de sistemas de governo
mas abstratos e mais despersonalizados.(GOODY, 19XX, p 26). Porém, o que Goody coloca
em cheque é a existência de uma transformações, ora identificado por eles como homeostase
cultural. Ou seja, Goddy questiona a autoria da escrita pois segundo ele, não existe um autor
de deste ou aquele conhecimento, uma vez que o conhecimento só se torna concreto ou
confiável quando são apresentados múltiplos discursos em suas interações entre os sujeitos.
Permitindo assim a determinados resultados de pesquisas/conhecimentos ser ou não refutados.
Goody ainda destaca a importância da falar como uma das maneiras de comunicação,
enfatizando que: a fala nunca será substituída pela escrita da mesma maneira que a fala nunca
será sobrepesará os gestos.
3. Desta forma, o capitulo Evolução e comunicação do livro Domesticação do pensamento
selvagem de Goody, opõem-se aos estudos analíticos sem bases concretas e prega as
explicações a partit da compreensão dos mecanismos que a escrita permite. Porém, sua
pesquisa se concentra nos usos de materiais concretos e cognitivos para que os resultados
sejam os mais reais possíveis da realidade da sociedade estudada.
Este capítulo é uma importante contribuição para os interessados na construção do
conhecimento principalmente pelo fato do mesmo apresentar perspectivas analíticas distintas
de outros pesquisadores, o que possibilita o rompimento do constrates entre sociedades letradas
e não letradas. Assim, Goody estabelece um debate entre autores renomados que estudaram as
socidades consideradas letradas ou não. Com isto, este capitulo, é indicado a pesquisadores,
professores, graduandos e pós-graduandos das áreas da linguística, sociologia, antropologia e
de qualquer outra área do conhecimento que se interessem pelo tema.