O documento discute como as técnicas estão presentes em todos os aspectos da vida moderna e como isso levou a uma produção acelerada de necessidades e escassez. A racionalidade hegemônica dominante criou desigualdades entre "possuidores" e "não-possuidores" e mostrou seus limites. Novas formas de racionalidade estão emergindo de baixo para cima para escapar do totalitarismo da racionalidade dominante. As novas técnicas podem permitir a superação do imperativo tecnológico hegemônico
1) O autor critica a "razão indolente" que subjaz ao conhecimento hegemônico ocidental e propõe uma "razão cosmopolita" como alternativa.
2) A "razão metonímica" é criticada por ver a totalidade como absoluta, ignorando a diversidade e as partes que a compõem.
3) Uma "sociologia das ausências" e uma "sociologia das emergências" são propostas para expandir o presente e valorizar experiências sociais alternativas.
O documento resume o capítulo 1 do livro "Renovar a Teoria Crítica e Reiventar a Emancipação Social" de Boaventura de Sousa Santos. O capítulo discute a "Sociologia das Ausências" e a "Sociologia das Emergências" como formas de entender racionalidades alternativas ignoradas. Propõe a "tradução" entre saberes como forma de ampliar nosso entendimento do mundo.
Ri soc v os direitos humanos na pós modernidadeFelix
O documento discute os efeitos da globalização sobre os conceitos de cidadania e direitos humanos. Apresenta como a globalização levou a uma tensão entre os princípios democráticos e os direitos humanos de âmbito nacional versus global. Também destaca que, apesar dos desafios, os direitos humanos podem servir como um instrumento para promover mais justiça em nível transnacional na era da globalização.
1) O documento discute a intervenção clínica em relação à violação dos direitos humanos no Brasil nos anos 1970 no contexto da ditadura militar.
2) Apresenta o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, criado em 1985 para denunciar mortes e desaparecimentos políticos durante a ditadura e lutar contra a impunidade dos torturadores.
3) Destaca o projeto pioneiro do grupo de apoio psicológico, médico e reabilitação social para vítimas da tortura, com o objetivo de contribuir para a
O documento discute as ideias do sociólogo Boaventura de Sousa Santos sobre a necessidade de uma nova abordagem para as ciências sociais que vá além das teorias desenvolvidas para as sociedades modernas do Norte. Ele argumenta que a maioria das sociedades têm características e formas próprias de conhecimento que precisam ser levadas em conta. O texto também resume brevemente as principais áreas de estudo de Santos e apresenta os conceitos de democracia liberal e participativa.
Este documento apresenta um resumo do livro "Coquetel do anarquista contemporâneo" escrito por Harlon Homem de Lacerda Sousa. O livro discute os conceitos de anarquia, a formação ideológica de um anarquista, e estratégias para anarquização da sociedade capitalista, incluindo ação direta e a construção de comunidades independentes.
1) O documento apresenta uma peça teatral de Chico Buarque e Paulo Pontes chamada "Gota D'Água", que discute o capitalismo radical que vem sendo implantado no Brasil e seu impacto nas classes sociais.
2) A peça argumenta que o capitalismo brasileiro tem cooptado os melhores quadros da classe média, dando-lhes novas funções, ao mesmo tempo em que intensificou o empobrecimento da maioria da população.
3) Antes, a economia brasileira relegava a classe média à marginalidade, estim
O documento discute quatro arquétipos (teológico, social, materialista e autoreferencial) que moldam a história. O arquétipo materialista e o capitalismo predominam no Ocidente, tendo quatro aspectos analisados por Marx, Maturana, Foucault e Bauman: exploração, agrupamento individualista, sociedade de vigilância e sociedade de consumo rápido. Há uma mudança para o arquétipo autoreferencial, onde o indivíduo se conhece e cria sentido, ultrapassando a vida ordinária em busca
1) O autor critica a "razão indolente" que subjaz ao conhecimento hegemônico ocidental e propõe uma "razão cosmopolita" como alternativa.
2) A "razão metonímica" é criticada por ver a totalidade como absoluta, ignorando a diversidade e as partes que a compõem.
3) Uma "sociologia das ausências" e uma "sociologia das emergências" são propostas para expandir o presente e valorizar experiências sociais alternativas.
O documento resume o capítulo 1 do livro "Renovar a Teoria Crítica e Reiventar a Emancipação Social" de Boaventura de Sousa Santos. O capítulo discute a "Sociologia das Ausências" e a "Sociologia das Emergências" como formas de entender racionalidades alternativas ignoradas. Propõe a "tradução" entre saberes como forma de ampliar nosso entendimento do mundo.
Ri soc v os direitos humanos na pós modernidadeFelix
O documento discute os efeitos da globalização sobre os conceitos de cidadania e direitos humanos. Apresenta como a globalização levou a uma tensão entre os princípios democráticos e os direitos humanos de âmbito nacional versus global. Também destaca que, apesar dos desafios, os direitos humanos podem servir como um instrumento para promover mais justiça em nível transnacional na era da globalização.
1) O documento discute a intervenção clínica em relação à violação dos direitos humanos no Brasil nos anos 1970 no contexto da ditadura militar.
2) Apresenta o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, criado em 1985 para denunciar mortes e desaparecimentos políticos durante a ditadura e lutar contra a impunidade dos torturadores.
3) Destaca o projeto pioneiro do grupo de apoio psicológico, médico e reabilitação social para vítimas da tortura, com o objetivo de contribuir para a
O documento discute as ideias do sociólogo Boaventura de Sousa Santos sobre a necessidade de uma nova abordagem para as ciências sociais que vá além das teorias desenvolvidas para as sociedades modernas do Norte. Ele argumenta que a maioria das sociedades têm características e formas próprias de conhecimento que precisam ser levadas em conta. O texto também resume brevemente as principais áreas de estudo de Santos e apresenta os conceitos de democracia liberal e participativa.
Este documento apresenta um resumo do livro "Coquetel do anarquista contemporâneo" escrito por Harlon Homem de Lacerda Sousa. O livro discute os conceitos de anarquia, a formação ideológica de um anarquista, e estratégias para anarquização da sociedade capitalista, incluindo ação direta e a construção de comunidades independentes.
1) O documento apresenta uma peça teatral de Chico Buarque e Paulo Pontes chamada "Gota D'Água", que discute o capitalismo radical que vem sendo implantado no Brasil e seu impacto nas classes sociais.
2) A peça argumenta que o capitalismo brasileiro tem cooptado os melhores quadros da classe média, dando-lhes novas funções, ao mesmo tempo em que intensificou o empobrecimento da maioria da população.
3) Antes, a economia brasileira relegava a classe média à marginalidade, estim
O documento discute quatro arquétipos (teológico, social, materialista e autoreferencial) que moldam a história. O arquétipo materialista e o capitalismo predominam no Ocidente, tendo quatro aspectos analisados por Marx, Maturana, Foucault e Bauman: exploração, agrupamento individualista, sociedade de vigilância e sociedade de consumo rápido. Há uma mudança para o arquétipo autoreferencial, onde o indivíduo se conhece e cria sentido, ultrapassando a vida ordinária em busca
1. O documento discute como a acumulação de capital, trabalho e desigualdades sociais estão interligados no sistema capitalista.
2. Historicamente, o capital subordina o trabalho para extrair mais-valia e promover a acumulação, gerando riqueza para alguns e miséria para muitos.
3. As desigualdades sociais são inerentes ao sistema capitalista de acumulação, no qual a existência de ricos depende da existência de pobres.
2 soc prov. bimestral 2 chamada 3 bimestreFelipe Serra
1) O documento discute a estratificação social em diferentes sociedades ao longo da história, comparando sistemas de estamentos, castas e classes sociais.
2) É apresentada a hierarquia social indiana baseada em castas, que divide a população em grupos com diferentes níveis de pureza e valor associados a suas ocupações.
3) Também são descritos os três estamentos da Idade Média - clero, nobreza e plebeus - e como a posição social era determinada pelo nascimento nessa estrutura rígida.
Algumas fraturas narcísicas na evolução históricaGRAZIA TANTA
As certezas na história da humanidade sofrem, por vezes abalos demolidores. As causas desses abalos começam por ser objeto de violência e depois, de silêncios conformados ou de adaptações desvirtuadoras.
O documento discute a importância do tempo livre para a criatividade e reflexão. Aponta que a Filosofia surgiu no tempo livre dos gregos antigos, mas que atualmente o lazer é capturado pela indústria do entretenimento e se tornou uma mercadoria. Isso impede o desenvolvimento do pensamento crítico, reduzindo as pessoas a um consumo passivo.
O documento discute a Revolução Russa de Outubro e o governo bolchevique subsequente. A autora argumenta que os bolcheviques separaram o povo da revolução e instauraram um "Estado Bolchevique". Ela também critica o cinismo que substituiu o idealismo da revolução e como a política interna bolchevique é responsável pelo fracasso da revolução e pelo ódio do povo russo.
Capitalismo, Desigualdade e Pobreza na América Latina - Luis Estenssoro - Uni...Luis E R Estenssoro
Capitalismo, Desigualdade e Pobreza na América Latina - Tese de Doutorado de Luis Estenssoro - Universidade de São Paulo (USP), Brasil -
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-23102003-072125/
Este artigo discute concepções simplistas do socialismo e como elas ignoram as análises científicas de Marx sobre a economia e política. O autor argumenta que não se pode reduzir o socialismo a utopias ou igualá-lo automaticamente a ditaduras, e que as crises do capitalismo têm raízes estruturais.
O documento discute como a crise do capitalismo afeta a educação escolar em um período de políticas neoliberais. A ofensiva do capital promove alternativas como o voluntariado e o terceiro setor que esvaziam a função social da educação e reforçam a mercantilização das escolas. O autor argumenta que apenas uma alternativa socialista pode superar as contradições do capitalismo e emancipar a classe trabalhadora, requerendo uma compreensão crítica da realidade e da unificação dos esforços anticapitalistas.
1. O autor descreve como o pensamento moderno ocidental cria divisões abissais que separam o visível do invisível, legitimando e invisibilizando certos saberes.
2. As linhas abissais deslocam-se ao longo do tempo, alternando entre apropriação e violência. Hoje há um regresso do colonial e do colonizador.
3. O cosmopolitismo subalterno representa uma resistência a esta visão, visando a justiça cognitiva e redistribuição igualitária de recursos para os excluídos.
1) O documento discute a estratificação social em diferentes sociedades, incluindo a estrutura de castas na Índia e a estrutura de camadas sociais na Idade Média européia.
2) Na sociedade indiana, as castas são hierarquicamente estruturadas com base em níveis de pureza religiosa, e cada casta está associada a certas profissões.
3) Na Idade Média européia, a estrutura social era piramidal com o clero no topo, seguido pelos nobres e plebeus na base
1) O documento discute a modernidade e seus três estágios de desenvolvimento, desde os séculos XVI-XVIII, passando pelo século XIX até o século XX. 2) No século XIX houve o apogeu do espírito moderno e reflexões sobre como ser moderno, embora com críticas ao processo de modernização. 3) No século XX a modernidade se consolidou de forma inexorável, gerando visões tanto entusiasmadas quanto negacionistas.
“O que é a autoridade? E a força inevitável das leis naturais que se manifestam no encadeamento e na sucessão fatal dos fenômenos do mundo físico e do mundo social? Efetivamente, contra estas leis, a revolta é não somente proibida, é também impossível. Podemos conhecê-las mal, ou ainda não conhecê-las, mas não podemos desobedecê-las porque elas constituem a base e as próprias condições de nossa existência: elas nos envolvem, nos penetram, regulam todos os nossos movimentos, pensamentos e atos; mesmo quando pensamos desobedecê-las, não fazemos outra coisa que manifestar sua onipotência.
ARTIDO DISCIPLINA: PRODUÇÃO FILOSÓFICA umberto nevesUmberto Neves
1) O documento analisa as concepções políticas de pensadores como Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau e como elas ainda são relevantes nos dias de hoje.
2) Aborda a evolução da democracia ao longo do século XX e início do século XXI, questionando se os modelos atuais atendem aos ideais de uma sociedade justa, livre e pacífica.
3) Discutem-se as características do mundo moderno e os desafios da democracia no contexto de avanços tecnológicos
1) O documento discute a necessidade de mudanças na ordem social vigente para corrigir desigualdades e injustiças. A sociedade humana chegou ao terceiro milênio enfrentando problemas como violência, exploração, discriminação e concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos.
2) Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, os valores éticos e a consciência coletiva não evoluíram o suficiente. O modelo capitalista globalizado é incompatível com o bem-est
O documento discute as transformações sociais decorrentes da Revolução Industrial e do surgimento da cultura de massa, analisando como isso influenciou a percepção do mundo moderno e a vida nas metrópoles. Aborda obras literárias como "O Homem da Multidão" e "Spleen de Paris", que refletem sobre a vida urbana e a relação do homem com a técnica na modernidade.
O documento discute a estrutura social e estratificação em diferentes sociedades ao longo da história, especificamente sistemas de castas, estamentos e classes. Ele explora como esses sistemas organizam a produção econômica e o poder político, levando à desigualdade social.
O documento discute se é possível ser comunista sem Marx. Apesar das experiências comunistas do século XX não terem alcançado seus objetivos originais, elas demonstraram que a democracia absoluta e o comum entre os homens são possíveis. Embora o Estado tenha se fortalecido nessas experiências, a ideia de construir uma sociedade além do Estado permanece atraente. Ser comunista requer uma ontologia histórica, o que nos leva de volta a Marx, mas pensadores como Deleuze e Guattari conseguiram ser
Milton Santos critica a globalização financeira e o pensamento único que privilegia a competitividade e o consumo. Ele defende uma outra globalização que promova a cidadania universal e a justiça social. A atual transição para uma nova civilização traz riscos, mas também a possibilidade de um novo paradigma que supere a dependência e valorize a nação que cria seu próprio destino.
Recomendado por el proceso ESE para las sesiones de Gabriel Restrepo Forero - Curso de extensión sobre Educación sin Escuela, Universidad Nacional de Colombia.
O documento discute os conceitos de alienação e reificação na sociedade contemporânea. Apresenta como a divisão do trabalho e o sistema capitalista transformam os trabalhadores em objetos, desconsiderando sua humanidade. Também aborda a globalização e como movimentos sociais como ONGs surgiram para defender direitos.
1) O autor critica a Igreja e o Estado, afirmando que ambos representam os interesses de classes privilegiadas em detrimento da maioria da população.
2) Ele defende que a sociedade deve ser organizada de baixo para cima, através da livre associação dos trabalhadores, e não por meio de instituições como a Igreja e o Estado.
3) O autor acredita que os interesses individuais e sociais não são contraditórios por natureza, mas tornaram-se assim devido à influência da Igreja e do Estado
1. O documento discute como a acumulação de capital, trabalho e desigualdades sociais estão interligados no sistema capitalista.
2. Historicamente, o capital subordina o trabalho para extrair mais-valia e promover a acumulação, gerando riqueza para alguns e miséria para muitos.
3. As desigualdades sociais são inerentes ao sistema capitalista de acumulação, no qual a existência de ricos depende da existência de pobres.
2 soc prov. bimestral 2 chamada 3 bimestreFelipe Serra
1) O documento discute a estratificação social em diferentes sociedades ao longo da história, comparando sistemas de estamentos, castas e classes sociais.
2) É apresentada a hierarquia social indiana baseada em castas, que divide a população em grupos com diferentes níveis de pureza e valor associados a suas ocupações.
3) Também são descritos os três estamentos da Idade Média - clero, nobreza e plebeus - e como a posição social era determinada pelo nascimento nessa estrutura rígida.
Algumas fraturas narcísicas na evolução históricaGRAZIA TANTA
As certezas na história da humanidade sofrem, por vezes abalos demolidores. As causas desses abalos começam por ser objeto de violência e depois, de silêncios conformados ou de adaptações desvirtuadoras.
O documento discute a importância do tempo livre para a criatividade e reflexão. Aponta que a Filosofia surgiu no tempo livre dos gregos antigos, mas que atualmente o lazer é capturado pela indústria do entretenimento e se tornou uma mercadoria. Isso impede o desenvolvimento do pensamento crítico, reduzindo as pessoas a um consumo passivo.
O documento discute a Revolução Russa de Outubro e o governo bolchevique subsequente. A autora argumenta que os bolcheviques separaram o povo da revolução e instauraram um "Estado Bolchevique". Ela também critica o cinismo que substituiu o idealismo da revolução e como a política interna bolchevique é responsável pelo fracasso da revolução e pelo ódio do povo russo.
Capitalismo, Desigualdade e Pobreza na América Latina - Luis Estenssoro - Uni...Luis E R Estenssoro
Capitalismo, Desigualdade e Pobreza na América Latina - Tese de Doutorado de Luis Estenssoro - Universidade de São Paulo (USP), Brasil -
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-23102003-072125/
Este artigo discute concepções simplistas do socialismo e como elas ignoram as análises científicas de Marx sobre a economia e política. O autor argumenta que não se pode reduzir o socialismo a utopias ou igualá-lo automaticamente a ditaduras, e que as crises do capitalismo têm raízes estruturais.
O documento discute como a crise do capitalismo afeta a educação escolar em um período de políticas neoliberais. A ofensiva do capital promove alternativas como o voluntariado e o terceiro setor que esvaziam a função social da educação e reforçam a mercantilização das escolas. O autor argumenta que apenas uma alternativa socialista pode superar as contradições do capitalismo e emancipar a classe trabalhadora, requerendo uma compreensão crítica da realidade e da unificação dos esforços anticapitalistas.
1. O autor descreve como o pensamento moderno ocidental cria divisões abissais que separam o visível do invisível, legitimando e invisibilizando certos saberes.
2. As linhas abissais deslocam-se ao longo do tempo, alternando entre apropriação e violência. Hoje há um regresso do colonial e do colonizador.
3. O cosmopolitismo subalterno representa uma resistência a esta visão, visando a justiça cognitiva e redistribuição igualitária de recursos para os excluídos.
1) O documento discute a estratificação social em diferentes sociedades, incluindo a estrutura de castas na Índia e a estrutura de camadas sociais na Idade Média européia.
2) Na sociedade indiana, as castas são hierarquicamente estruturadas com base em níveis de pureza religiosa, e cada casta está associada a certas profissões.
3) Na Idade Média européia, a estrutura social era piramidal com o clero no topo, seguido pelos nobres e plebeus na base
1) O documento discute a modernidade e seus três estágios de desenvolvimento, desde os séculos XVI-XVIII, passando pelo século XIX até o século XX. 2) No século XIX houve o apogeu do espírito moderno e reflexões sobre como ser moderno, embora com críticas ao processo de modernização. 3) No século XX a modernidade se consolidou de forma inexorável, gerando visões tanto entusiasmadas quanto negacionistas.
“O que é a autoridade? E a força inevitável das leis naturais que se manifestam no encadeamento e na sucessão fatal dos fenômenos do mundo físico e do mundo social? Efetivamente, contra estas leis, a revolta é não somente proibida, é também impossível. Podemos conhecê-las mal, ou ainda não conhecê-las, mas não podemos desobedecê-las porque elas constituem a base e as próprias condições de nossa existência: elas nos envolvem, nos penetram, regulam todos os nossos movimentos, pensamentos e atos; mesmo quando pensamos desobedecê-las, não fazemos outra coisa que manifestar sua onipotência.
ARTIDO DISCIPLINA: PRODUÇÃO FILOSÓFICA umberto nevesUmberto Neves
1) O documento analisa as concepções políticas de pensadores como Maquiavel, Hobbes, Locke e Rousseau e como elas ainda são relevantes nos dias de hoje.
2) Aborda a evolução da democracia ao longo do século XX e início do século XXI, questionando se os modelos atuais atendem aos ideais de uma sociedade justa, livre e pacífica.
3) Discutem-se as características do mundo moderno e os desafios da democracia no contexto de avanços tecnológicos
1) O documento discute a necessidade de mudanças na ordem social vigente para corrigir desigualdades e injustiças. A sociedade humana chegou ao terceiro milênio enfrentando problemas como violência, exploração, discriminação e concentração de riqueza e poder nas mãos de poucos.
2) Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, os valores éticos e a consciência coletiva não evoluíram o suficiente. O modelo capitalista globalizado é incompatível com o bem-est
O documento discute as transformações sociais decorrentes da Revolução Industrial e do surgimento da cultura de massa, analisando como isso influenciou a percepção do mundo moderno e a vida nas metrópoles. Aborda obras literárias como "O Homem da Multidão" e "Spleen de Paris", que refletem sobre a vida urbana e a relação do homem com a técnica na modernidade.
O documento discute a estrutura social e estratificação em diferentes sociedades ao longo da história, especificamente sistemas de castas, estamentos e classes. Ele explora como esses sistemas organizam a produção econômica e o poder político, levando à desigualdade social.
O documento discute se é possível ser comunista sem Marx. Apesar das experiências comunistas do século XX não terem alcançado seus objetivos originais, elas demonstraram que a democracia absoluta e o comum entre os homens são possíveis. Embora o Estado tenha se fortalecido nessas experiências, a ideia de construir uma sociedade além do Estado permanece atraente. Ser comunista requer uma ontologia histórica, o que nos leva de volta a Marx, mas pensadores como Deleuze e Guattari conseguiram ser
Milton Santos critica a globalização financeira e o pensamento único que privilegia a competitividade e o consumo. Ele defende uma outra globalização que promova a cidadania universal e a justiça social. A atual transição para uma nova civilização traz riscos, mas também a possibilidade de um novo paradigma que supere a dependência e valorize a nação que cria seu próprio destino.
Recomendado por el proceso ESE para las sesiones de Gabriel Restrepo Forero - Curso de extensión sobre Educación sin Escuela, Universidad Nacional de Colombia.
O documento discute os conceitos de alienação e reificação na sociedade contemporânea. Apresenta como a divisão do trabalho e o sistema capitalista transformam os trabalhadores em objetos, desconsiderando sua humanidade. Também aborda a globalização e como movimentos sociais como ONGs surgiram para defender direitos.
1) O autor critica a Igreja e o Estado, afirmando que ambos representam os interesses de classes privilegiadas em detrimento da maioria da população.
2) Ele defende que a sociedade deve ser organizada de baixo para cima, através da livre associação dos trabalhadores, e não por meio de instituições como a Igreja e o Estado.
3) O autor acredita que os interesses individuais e sociais não são contraditórios por natureza, mas tornaram-se assim devido à influência da Igreja e do Estado
Este documento discute como os mitos criam e organizam comunidades. Aponta que os mitos dão vida a uma sociedade, organizando-a e lançando-a rumo ao seu destino, através de um sentimento do mundo compartilhado que cria laços sociais e normas comunitárias. Também estrutura as personalidades individuais e origina visões de mundo coerentes.
Para um novo paradigma político; a re criação da democraciaGRAZIA TANTA
Sumário
1 - Civilização ou barbárie? Democracia ou ditadura dos “mercados”?
2 – Democracia de mercado
3 - Reforço da pulsão anti-democrática em curso
4 – Entre os pides, qual o pior? O que dá porrada ou o “compreensivo”?
5 – Qual a função do Estado?
6 - O papel das ideologias
7 - O partido
8 – Como construir uma alternativa?
O documento discute as visões de Bauman, Hall, Augé e Lipovetsky sobre a modernidade líquida e a condição do indivíduo na sociedade contemporânea. Eles descrevem uma transição da modernidade sólida, caracterizada por rigidez e tradição, para a modernidade líquida, marcada por fluidez, presentismo e liberdade de escolha individual. Na modernidade líquida, os indivíduos experienciam perda de referenciais sólidos e aumento da responsabilidade por si mesmos.
O documento discute a relação entre mito, comunidade e sociedade. Afirma que um mito fundador cria uma comunidade orgânica unida por valores e normas comuns, enquanto uma sociedade sem mito é dividida por ideologias conflitantes. Também contrasta sociedades ocidentais modernas, que perderam seus mitos originais, com sociedades comunistas que tentaram substituir o mito por ideologia, falhando em unir os indivíduos.
As utopias máximas do passado, como o capitalismo e o socialismo, fracassaram e entraram em crise. No entanto, as utopias permanecem sendo necessárias para dar sentido à vida humana. Hoje, as utopias mínimas viáveis, como programas de combate à pobreza e melhoria dos serviços públicos implementados no Brasil, dão esperança às maiorias e criam as bases para novas utopias de fraternidade entre os povos e preservação do planeta.
Humanismo Contemporâneo (Franklin Leopoldo e Silva)Giba Canto
Franklin Leopoldo e Silva (Filósofo – USP)
Há vários modos de enunciar a relação entre Eu e o Mundo, e o sujeito moderno é apenas uma dessas configurações possíveis, ainda que nós, ocidentais vivendo nos últimos séculos, dificilmente possamos imaginar com alguma clareza uma situação em que o ser humano não desfrutasse da hegemonia inerente à posição que passou a ocupar desde o século XVII.
O documento discute a necessidade de renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. Aborda temas como: (1) a tensão entre regulação e emancipação na sociedade moderna; (2) a proposta de uma "nova cultura política emancipatória" baseada em uma ecologia de saberes; (3) os desafios de se construir uma democracia de alta intensidade que promova a redistribuição social.
Este artigo discute o modelo decolonial e a importância de dar voz aos outros e ouvir suas perspectivas. Ele argumenta que os pensadores decoloniais questionam o sistema massificador que suprimiu os modos de ser e pensar das populações tradicionais na América Latina. Além disso, defende que o desenvolvimento deve ser baseado na promoção das comunidades locais e em seu protagonismo, diminuindo interferências externas. Por fim, a interculturalidade é importante para ouvir os calados e torná-los visíveis e protagonistas de seu pró
O documento discute 10 questões que a esquerda precisa debater para se conectar melhor com os movimentos sociais. Essas questões incluem: 1) o pensamento único promovido pelos meios de comunicação, 2) os limites do modelo social europeu, 3) como as nações dividem os trabalhadores.
A intenção deste artigo foi traçar uma possível crítica epistemológica e perceptual dos conceitos e sentimentos, observada entre o devir artístico e a atualidade do mundo pós-moderno no Brasil. Estas reflexões em filosofia contemporânea transpareceram a partir da leitura das Antinomias da Razão Pura, na ‘CRÍTICA DA RAZÃO PURA’ de Immanuel Kant1, e possíveis causalidades imanentes presentes no trajeto que Dante Alighieri faz sob os cuidados de seu mestre Virgílio pelos caminhos do Inferno na ‘DIVINA COMÉDIA’2, até a sua chegada no Canto XVII [Gerión3 - Espíritos de famílias da alta nobreza].
WOLMER A.C & WOLKMER Ma Fatima- Pluralismo jurídico y Constitucionalismo ema...j g
Este documento apresenta as atas de um colóquio internacional sobre epistemologias do sul realizado em Coimbra, Portugal. O colóquio discutiu temas como constitucionalismo transformador, interculturalidade e reforma do estado considerando perspectivas do sul global. O documento fornece detalhes sobre a programação do evento incluindo sessões, palestras musicais e apresenta agradecimentos às instituições envolvidas na organização do colóquio.
Santos boaventura de s. & cunha teresa (ed). colóquio internacional epis...j g
Este documento apresenta as atas de um colóquio internacional sobre epistemologias do sul realizado em Coimbra, Portugal. O colóquio discutiu temas como constitucionalismo transformador, interculturalidade e reforma do estado a partir de uma perspectiva pós-colonial. O documento inclui a programação cultural do evento, agradecimentos às instituições envolvidas e uma introdução conceitual sobre como as epistemologias do sul desafiam a ciência eurocêntrica.
Santos boaventura de s. & cunha teresa (ed). colóquio internacional epis...j g
Este documento discute as epistemologias do sul e a necessidade de reconhecer a diversidade de conhecimentos além da ciência eurocêntrica. Aponta que as respostas do paradigma eurocêntrico têm sido fracas diante das grandes questões colocadas pelas sociedades atuais. Defende que é urgente uma busca epistemológica mais crítica que reconheça outros saberes híbridos e racionalidades presentes no mundo.
1) O documento discute a violência pública e privada na sociedade brasileira e como as elites se tornaram indiferentes aos problemas dos mais pobres.
2) As elites veem os pobres como "estranhos" sem valor moral e se preocupam apenas com seus problemas privados em vez de problemas coletivos.
3) Essa indiferença levou a uma reação dos pobres, que agora veem os ricos apenas como objetos para roubo ou violência.
1) O documento discute a presença da ideologia nos Estados, não apenas de forma explícita, mas também de forma oculta e dissimulada.
2) A ideologia está presente em todos os Estados através das opções constitucionais e legais que impõem determinadas ideologias dominantes.
3) Embora alguns Estados assumam explicitamente uma ideologia de Estado totalitária, a maioria impõe ideologias de forma mais sutil através das estruturas e instituições derivadas das leis.
Semelhante a [Geral] a revolução tecnológica milton santos (20)
1. A Revolução Tecnológica, a experiência da escassez e os limites da globalização atual
Milton Santos*
1. Hoje, um emaranhado de técnicas: o reino do artifício
As técnicas estão, hoje, em toda parte: na produção, na circulação, no território, na política,
na cultura, no corpo e no espírito do homem. Tanto os objetos quanto as ações derivam de
técnica. Vivemos em um emaranhado de técnicas, o que, em outras palavras, significa que
estamos todos mergulhados no reino do artifício. Na medida em que as técnicas
hegemônicas, fundadas na ciência e obedientes aos imperativos do mercado, são
extremamente dotadas de intencionalidade, há, igualmente, tendência à hegemonia de uma
produção "racional" de coisas e de necessidades; e, desse modo, há uma produção
excludente de outras produções, com a multiplicação de objetos técnicos estritamente
programados que abrem espaço para esta orgia de coisas e necessidades que impõem
relações e nos governam. Cria-se um verdadeiro totalitarismo tendencial da racionalidade –
isto é, dessa racionalidade hegemônica, dominante – produzindo-se, a partir do respectivo
sistema, certas coisas, serviços, relações e idéias. Esta, aliás, é a base primeira da
produção de carências e de escassez, já que uma parcela considerável da sociedade não
pode ter acesso a coisas, serviços, relações, idéias que se multiplicam na base da
racionalidade hegemônica.
2. A escassez hoje
Assim, a situação contemporânea revela, entre outras, três tendências: 1. Uma produção
acelerada e artificial de necessidades; 2. Uma incorporação ilimitada de modos de vida ditos
racionais; 3. Uma produção limitada de carência e escassez.
Nessa situação, as técnicas, a velocidade, a potência criam desigualdade e, paralelamente,
necessidades, porque não há satisfação para todos. Não é que a produção necessária seja
globalmente impossível. Mas o que é produzido – necessária ou desnecessariamente – é
desigualmente distribuído. Daí a sensação e, depois, a consciência da escassez: aquilo que
me falta a mim, mas que o outro mais bem situado na sociedade possui. A idéia vem de
Sartre, quando registra que "não há bastante para todo o mundo". Por isso o outro consome
e não eu. Cada homem é, afinal, definido pela soma dos possíveis que lhe cabem, mas
também pela soma dos seus impossíveis.
O reino da necessidade existe para todos, mas segundo formas diferentes, as quais
simplificaremos, mediante dois tipos de situações: para os "possuidores", para os "não-
possuidores".
Quanto aos "possuidores", torna-se viável mediante possibilidades reais ou artifícios
renovados, a fuga à escassez e à da superação, ainda que provisória, da escassez. Como o
processo de criação de necessidades é infinito, impõe-se uma readaptação permanente.
Cria-se um círculo vicioso com a rotina da falta e da satisfação. Na realidade, para essa
parcela da sociedade, quando a falta é criada já o é com a expectativa e a perspectiva de
satisfação. As negociações para regressar ao status de consumidor satisfeito conduzem à
repetição de experiências exitosas. Desse modo, a parcela de consumidores contumazes
obtém uma convivência relativamente pacífica com a escassez. Mas, a busca permanente
de bens finitos e, por isso, condenados ao esgotamento (e à substituição por outros bens
finitos) condena também os aparentemente vitoriosos à aceitação da contrafinalidade
contida nas coisas e, em conseqüência, ao enfraquecimento da individualidade.
2. Quanto aos "não-possuidores", sua convivência com a escassez é conflituosa e pode até ser
guerreira. Para eles, viver na esfera do consumo é como querer subir uma escada rolante no
sentido da descida. Cada dia acaba oferecendo uma nova experiência da escassez. Por
isso, não há lugar para o repouso e a própria vida acaba por ser um verdadeiro campo de
batalha. Na briga cotidiana pela sobrevivência, o que há, mesmo, é uma luta, pois não há
para eles negociação possível, já que, individualmente, não há força de negociação. A
sobrevivência só lhes é assegurada porque as experiências imperativamente se renovam. E
como a surpresa se dá como rotina, a riqueza dos "não-possuidores" é a prontidão dos
sentidos. É com essa força que eles se eximem da contrafinalidade e, ao lado da busca de
bens materiais finitos, cultivam a procura de bens infinitos, como a solidariedade e a
liberdade: estes, quanto mais se distribuem mais aumentam.
3. O período demográfico: as condições empíricas da mutação
É a partir dessas premissas que se pode pensar na reemergência das massas. Para isso
devem contribuir, a partir das migrações políticas ou econômicas, a ampliação da tendência
atual à mistura intercontinental e intranacional de povos, raças, religiões, gostos, assim
como a tendência crescente à aglomeração da população em alguns lugares, essa
urbanização concentrada já revelada nos últimos 20 anos.
Da combinação dessas duas tendências, pode-se supor que o processo, já iniciado há meio
século, levará à generalização de um certo esquema dual já presente nos países
subdesenvolvidos do sul e agora ainda mais evidente.
Tal sociedade e tal economia dual (mas não dualista) conduz a duas formas de acumulação,
duas formas de divisão do trabalho e duas lógicas urbanas distintas e associadas, tendo
como base de operação um mesmo lugar.
O fenômeno, já entrevisto, de uma divisão do trabalho por cima e de uma outra por baixo
tenderá a se reforçar. A primeira prende-se ao uso obediente das técnicas da racionalidade
hegemônica, enquanto a segunda é fundada na redescoberta cotidiana das combinações
que permitem a vida e que operam, segundo os lugares, em diferentes graus de qualidade e
de quantidade.
Com a divisão do trabalho por cima, dá-se uma solidariedade criada de fora e dependente
de vetores verticais e de reflexões pragmáticas freqüentemente longínquas. A racionalidade
é mantida à custa de normas férreas, exclusivas, radicais, implacáveis. Sem obediência
cega não há eficácia.
Na divisão do trabalho por baixo, o que se produz é uma solidariedade criada de dentro e
dependente de vetores horizontais cimentados no território e na cultura locais. Aqui são as
relações de proximidade que avultam, este é o domínio da flexibilidade tropical com a
adaptabilidade extrema dos atores, uma adaptabilidade que é fundada de dentro. A cada
movimento novo, há um novo reequilíbrio em favor da sociedade local e regulado por ela.
A divisão do trabalho por cima é um campo de maior velocidade, com sacrifício do simbólico.
Nela, a rigidez das normas econômicas (privadas e públicas) impede a política e toma o seu
lugar. Por baixo, há maior dinamismo, maior movimento, mais encontros, maior
complexidade, mais riqueza (a riqueza e o movimento dos homens lentos), mais
combinações. Produz-se uma nova centralidade do social, segundo a fórmula sugerida por
Ana Clara Torres Ribeiro, o que constitui uma nova base para a afirmação do reino da
política.
3. 4. Os limites da racionalidade
O Projeto Racional começa a mostrar suas limitações, talvez porque estejamos atingindo
aquele paroxismo previsto, por Weber, para realizar-se quando o processo de expansão da
racionalidade capitalista se tornasse ilimitado. Tudo indica que estamos atingindo esse
limite, agora que vivemos, nos diversos níveis da vida econômica, social, individual, uma
racionalidade totalitária que vem acompanhada de uma perda da razão. O escândalo de
carências e de escassez que atinge uma parcela cada vez maior da sociedade permite
reconhecer a realidade dessa perdição. E uma boa parcela da humanidade, por
desinteresse ou incapacidade, não é mais capaz de obedecer a leis, normas, regras,
mandamentos, costumes, derivados dessa racionalidade hegemônica. Daí a proliferação de
"ilegais", "irregulares", "informais". Essa incapacidade mistura, no processo de vida, práticas
e teorias herdadas e inovadas, religiões tradicionais e novas convicções.
É nesse caldo de cultura que numerosas frações da sociedade passam da situação anterior
de conformidade associada ao conformismo a uma etapa superior da produção da
consciência, isto é, a conformidade sem o conformismo. Produz-se, desta maneira, a
redescoberta pelos homens da razão, e não é espantoso que tal descobrimento se dê
exatamente nos espaços sociais, econômicos e geográficos também "não conformes" à
racionalidade dominante.
Na esfera da racionalidade hegemônica, pequena margem é deixada para a variedade, a
criatividade, a espontaneidade. Enquanto isso, nas outras esferas surgem contra-
racionalidades e racionalidades paralelas, corriqueiramente chamadas de irracionalidades,
mas que, na realidade, constituem outras formas de racionalidade, produzidas e mantidas
pelos que estão "embaixo", sobretudo os pobres, que, desse modo, conseguem escapar ao
totalitarismo da racionalidade dominante. Devemos, mais uma vez, reconhecer o
ensinamento de Sartre quando ele lembra que é a escassez o que torna a história possível,
graças à "unidade negativa da multiplicidade concreta dos homens".
Tal situação é esperançosa, em parte porque agora paradoxalmente assistimos ao fim das
expectativas de melhoria social nutridas no após guerra e constatamos a ampliação do
número de pobres, assim como testemunhamos o estreitamento das possibilidades e das
certezas que as classes médias acalentavam até os anos de 1980. Junte-se a isso o fato de
que a realização cada vez mais densa do processo de globalização enseja o caldeamento,
ainda que elementar, das filosofias produzidas nos diversos continentes, em detrimento do
racionalismo europeu, que é o bisavô das idéias de racionalismo tecnocrático hoje
dominantes.
5. Outros usos possíveis para as técnicas atuais
As famílias de técnicas emergentes com o fim do século oferecem a possibilidade de
superação do imperativo da tecnologia hegemônica e, paralelamente, admitem a
proliferação de novos "artesanatos" com a retomada da criatividade, como, aliás, já se está
dando nas áreas da sociedade onde a divisão do trabalho se produz de baixo para cima.
Aqui a produção do novo e o uso da difusão do novo deixam de ser monopolizados por um
capital cada vez mais concentrado, para pertencer ao domínio do maior número,
possibilitando, afinal, a emergência de um verdadeiro mundo da inteligência. Desse modo, a
utilização da técnica pode voltar a ser o resultado do encontro do engenho humano com um
pedaço determinado da natureza, permitindo que essa relação seja fundada nas respectivas
virtualidades e de modo a assegurar a restauração do homem em sua essência.
4. A partir dessa metamorfose, pode-se igualmente pensar na produção local de um
entendimento progressivo do mundo e do lugar, com a produção indígena de imagens,
discursos, filosofias, junto à elaboração de um novo "ethos", novas ideologias, novas
crenças políticas, tudo isso amparado na ressurreição da idéia e da prática da solidariedade.
6. As premissas filosóficas
O mundo de hoje permite uma outra percepção da história, por meio da constituição de uma
universalidade empírica. Sua dialética com as particularidades encorajará a superação das
praxis invertidas e a possibilidade de ultrapassar o reino da necessidade, abrindo lugar para
a utopia e para a esperança. São estas condições históricas do presente, reconhecíveis
segundo uma nova forma de enxergar a globalização, o que permitirá reconhecer, na
totalidade do planeta, o que já existe e o que é possível, vistos de uma forma unitária.
Lembremo-nos da lição de Alfred Schmidt (1971; 196) quando dizia que "A realidade é, além
disso, tudo aquilo em que ainda não nos tornamos, ou seja, tudo aquilo que a nós mesmos
nos projetamos como seres humanos, por intermédio dos mitos, das escolhas, das decisões
e das lutas".
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* Discurso proferido na ocasião do recebimento do título de Doutor Honoris Causa da
Universidade de Brasília, em 11 de novembro de 1999.