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ARTIGOARTICLE
3333
1
Departamento de Pesquisa
e Desenvolvimento,
Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária.
Rodovia Brasília/Anápolis
BR 060 Km 09, Gama.
70359-970 Brasília
DF Brasil.
vicentalmeida@gmail.com
2
Escola Nacional de Saúde
Pública, Fiocruz. Rio de
Janeiro RJ Brasil.
3
Campanha Permanente
Contra os Agrotóxicos e Pela
Vida. São Paulo SP Brasil.
4
Associação Brasileira de
Agroecologia. Porto Alegre
RS Brasil.
5
Fiocruz Ceará. Fortaleza
CE Brasil.
Uso de sementes geneticamente modificadas e agrotóxicos
no Brasil: cultivando perigos
Use of genetically modified crops and pesticides in Brazil:
growing hazards
Resumo Culturas geneticamente modificadas
(GM) foram oficialmente autorizadas no Brasil
em 2003. O presente estudo documental buscou
identificar possíveis alterações no padrão de uso
de agrotóxicos a partir da adoção dessa tecnolo-
gia, considerando um período de 13 anos (2000 a
2012). Foram avaliadas as variáveis: uso de agro-
tóxicos (kg), uso de agrotóxicos per capita (kg/
habitante), uso de agrotóxicos e uso de herbi-
cidas por área plantada (kg/ha) e produtividade
(kg/ha). Contrariando as expectativas iniciais de
diminuição do uso de agrotóxicos após a introdu-
ção de culturas GM, observou-se que o uso total
de agrotóxicos no Brasil aumentou 1,6 vezes entre
os anos de 2000 e 2012. No mesmo período, des-
tacou-se o uso de agrotóxicos na cultura de soja,
aumentando em mais de 3 vezes. As análises esta-
tísticas reforçam baixa correlação entre o consumo
de agrotóxicos e herbicidas e a produtividade da
soja. Sugere-se que a introdução de culturas GM
levou ao aumento no uso de agrotóxicos, com a
possibilidade de aumento da exposição humana e
ambiental e, consequentemente, aos impactos ne-
gativos associados a essas substâncias.
Palavras-chave Agrotóxicos, Herbicidas, Soja,
Saúde e ambiente
Abstract Genetically modified (GM) crops were
officially authorized in Brazil in 2003. In this do-
cumentary study, we aimed to identify possible
changes in the patterns of pesticide use after the
adoption of this technology over a span of 13 ye-
ars (2000 to 2012). The following variables were
analyzed: Pesticide use (kg), Pesticide use per ca-
pita (kg/inhab), Pesticide and herbicide use per
area (kg/ha) and productivity (kg/ha). Contrary
to the initial expectations of decreasing pesticide
use following the adoption of GM crops, overall
pesticide use in Brazil increased 1.6-fold between
the years 2000 and 2012. During the same period,
pesticide use for soybean increased 3-fold. This
study shows that the adoption of GM crops in
Brazil has led to an increase in pesticide use with
possible increases in environmental and human
exposure and associated negative impacts.
Key words Pesticide, Herbicide, Soybean, Envi-
ronmental health
Vicente Eduardo Soares de Almeida 1
Karen Friedrich 2
Alan Freihof Tygel 3
Leonardo Melgarejo 4
Fernando Ferreira Carneiro 5
DOI: 10.1590/1413-812320172210.17112017
3334
AlmeidaVESetal.
Introdução
A posição do Brasil como um dos maiores pro-
dutores mundiais de commodities agrícolas está
associada ao aumento no consumo de insumos,
em que os agrotóxicos ocuparam, somente no
ano de 2014, um mercado de US$12.2 bilhões1
.
Entre 2000 e 2012, o aumento foi mais que o do-
bro no uso desses químicos por unidade de área2
.
Esse fato é preocupante, uma vez que os impactos
sobre o meio ambiente e a saúde humana cau-
sados pelos agrotóxicos têm sido extensivamente
documentados tanto por organizações interna-
cionais como na literatura científica3-7
.
Diversos estudos apontam a associação direta
entre o consumo global de agrotóxicos e o uso de
culturas geneticamente modificadas (GM) resis-
tentes a herbicidas8,9
.
Nos Estados Unidos, Benbrook10
revelou que
entre 1996 e 2011, o uso de culturas GM levou
a um aumento de 183.000 toneladas de agrotó-
xicos, o equivalente a 7% do total de agrotóxi-
cos utilizados em todas as culturas. Entre 1995 e
2002, o uso do herbicida glifosato na produção
de soja aumentou de 2.500 para 30.000 tonela-
das por ano8
. Durante o processo de liberação de
culturas GM resistentes ao herbicida 2,4-D, esti-
mou-se que haveria um aumento de 3 a 7 vezes
no consumo deste agrotóxico11
.
Inicialmente, as culturas GM foram introdu-
zidas no Brasil de forma ilegal, no final da década
de 1990, sendo autorizada sua comercialização
somente em 200312
. Cinco tipos de culturas GM
estão autorizadas, mas somente três estão efeti-
vamente em uso: soja, milho e algodão. Embora
a manipulação genética possa ter aplicações mais
amplas,como o desenvolvimento de medicamen-
tos e alimentos biofortificados, as culturas GM
em uso no Brasil atualmente, são basicamente
de três tipos: resistentes a herbicidas, resistentes
a insetos, ou ambos13,14
. Em 2014, quando as ven-
das de agrotóxicos foram mais elevadas, as áreas
cultivadas com culturas GM alcançaram 42,2
milhões de hectares, um aumento de 1306,67%
comparado aos 3 milhões de hectares registrados
em 200315
.
Nesse cenário, este artigo tem como objetivo
identificar e caracterizar mudanças nos padrões
de uso de agrotóxicos e herbicidas após a adoção
de culturas GM no Brasil.
A ênfase na cultura de soja, a principal com-
modity produzida no país, justifica-se por se tra-
tar de 90% transgênica de acordo com o ISAAA15
.
O estudo abrangeu o período de 2000 a 2012,
que corresponde aos dados estatísticos de con-
sumo de agrotóxicos mais recentes fornecidos
pela publicação Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável do Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE)16
. Esse recorte no tempo
compreende o período antes e após a adoção de
soja milho e algodão GM, permitindo a análise
do impacto da adoção das culturas GM sobre a
demanda de agrotóxicos.
Métodos
Este estudo consiste de uma pesquisa documen-
tal com base no levantamento e na análise de
dados secundários sob a abordagem da epide-
miologia crítica17,18
. O trabalho foi desenvolvido
através da sistematização, tabulação e tratamento
estatístico de dados agronômicos e demográficos
do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos
para Defesa Vegetal (SINDIVEG) e IBGE.
Inicialmente calculou-se o crescimento acu-
mulado (∆) e a taxa de crescimento anual com-
posto (TCAC) dos indicadores selecionados para
esse estudo: uso total de agrotóxicos, uso de agro-
tóxicos per capita, uso de agrotóxicos ou herbici-
das por unidade de área, uso de agrotóxicos ou de
herbicidas por cultura, produtividade por hectare
e crescimento populacional no mesmo período. ∆
e TCAC foram calculados como descrito abaixo:
(1) ∆ = (Vf
/ Vi
) -1 	 e
(2) TCAC = (Vf
/ Vi
) 1/T
-1,
onde Vf
e Vi
representam, respectivamente,
os valores finais e iniciais do período analisado
e T a diferença em anos entre os valores finais e
iniciais.
Em seguida foi realizada a análise de correla-
ção linear entre uso anual de agrotóxicos ou uso de
herbicidas por área e produtividade de cada cul-
tura GM (soja, milho e algodão) no período de
2000 a 2012. O coeficiente de correlação de Pear-
son (r) foi utilizado para determinar a correla-
ção entre as variáveis: uso de agrotóxicos por área
(variável independente) e produtividade (variável
dependente). O coeficiente de determinação (R2
)
foi utilizado para determinar a proporção de va-
riação na produtividade esperada a partir do uso
de agrotóxicos por área.
Por fim, análises mais específicas foram reali-
zadas, como mudanças no padrão de uso de her-
bicida e ganhos de produtividade, voltadas para a
cultura de soja. Isso porque a soja GM resistente
a herbicida foi a primeira cultura transgênica ofi-
cialmente introduzida no Brasil em 2003.
3335
Ciência&SaúdeColetiva,22(10):3333-3339,2017
Resultados e Discussão
Durante o período investigado, a quantidade (t)
de produtos agrotóxicos formulados usados no
Brasil aumentou mais de 2 vezes.A Tabela 1 mos-
tra que o crescimento acumulado (∆) do uso de
agrotóxicos foi mais que 3 vezes maior que o au-
mento de produtividade e mais de 10 vezes maior
que o crescimento populacional para o mesmo
período. Anualmente, o uso de agrotóxicos per
capita aumentou 7%, enquanto a produtividade
aumentou apenas 3,5%.
A Tabela 2 apresenta os dados para as cultu-
ras de soja, milho e algodão no Brasil para o pe-
ríodo analisado. Houve um aumento de mais de
3 vezes no uso de agrotóxicos na cultura de soja ao
longo do período analisado (Tabela 2), enquanto
o aumento total no uso de agrotóxicos aumentou
1,6 vezes (Tabela 1). Ademais, o coeficiente de
determinação (R2
) calculado para o uso de agro-
tóxicos e produtividade da soja foi 22,73% (Tabela
2) e para uso de herbicidas e produtividade, ambos
para soja, foi de 17,82% (Figura 1). A Figura 2
mostra um repentino aumento no uso de herbici-
das para a cultura de soja no ano 2003, quando a
variedade GM foi autorizada no Brasil. O uso de
herbicidas em milho e algodão também aumen-
tou, mas de forma menos pronunciada.
A Figura 3 destaca o uso de herbicida por área
(kg/ha) e a produção de soja (kg) por kg de her-
bicida usado. Entre 2000 e 2002, o uso de herbi-
cida por área diminuiu 9%, e a produção de soja
por kg de herbicida usado aumentou 18%. No
entanto, a partir de 2003 até 2012 o uso de herbi-
cidas por unidade de área cresceu 64%, enquanto
que a produtividade da soja por kg de herbicida
usado diminuiu 43%. Essa realidade demonstra
que, para cada tonelada de herbicida utilizada na
cultura de soja a partir de 2003 (com a liberação
Tabela 1. Crescimento cumulativo (∆) e taxa de crescimento anual composto (TCAC) do uso de agrotóxicos,
produtividade agrícola e população no Brasil entre 2000 e 2012.
Indicadores 2000 2012 ∆ TCAC
Uso total de agrotóxicos (t) 313.824 823.226 162,32% 8,37%
Uso de agrotóxicos per capita (kg/habitantes) 1,89 4,24 124,67% 6,98%
Uso de agrotóxicos por área (kg/ha) 6,09 15,97 90,31% 8,37%
Produtividade (kg/ha) 9,70 14,62 50,71% 3,48%
Populaçãobrasileira (habitantes) 166.112.518 193.946.886 16,76% 1,30%
∆ = (Vf
/ Vi
) -1; e TCAC = (Vf
/ Vi
)1/T
-1, onde Vf
e Vi
representam os valores finais e iniciais do período analisado, e T, a diferença
de anos entre Vf
e Vi
.
Tabela 2. Padrão de consumo de agrotóxicos por cultura e área e produtividade das principais culturas
geneticamente modificadas (GM) no Brasil entre 2000 e 2012.
Cultura Participação ∆ Uso de
agrotóxico
por cultura
∆ Uso de
agrotóxico por
área(a)
∆
Produtividade
(b)
r R2
(a)/(b)
Soja 44,31% 310,71% 124,15% 9,50% 0,48 22,73% 13,07
Milho 13,07% 137,81% 99,65% 84,61% 0,82 67,71% 1,18
Algodão 7,41% 155,78% 46,22% 41,53% 0,64 41,34% 1,11
Participação é a média da porcentagem de uso de agrotóxicos por culturacom relação ao volume total de agrotóxicos utilizados/
consumidos no período estudado (2000-2012).Produtividade representa o volume de produção agrícola por hectare. ∆ = (Vf
/
Vi
) -1; e TCAC = (Vf
/ Vi
)1/T
-1, onde Vf
e Vi
representam os valores finais e iniciais do período analisado, e T, a diferença em
anos entre Vf
e Vi
. O coeficiente de correlação de Pearson’s (r) e o coeficiente de determinação (R2
) foram utilizados para avaliar a
relação entre produtividade e o uso de agrotóxicos por área.
Figura 1. Uso de herbicidas por área (kg/ha) e
produtividade de soja (t/ha) no Brasil entre 2000 e
2012.
Herbicidas por área (kg/ha)
Produtividade(t/ha)
y = 0,0636x + 2,1874
R² = 0,1782
3,5
3
2,5
2
4 6 8 10 12
3336
AlmeidaVESetal.
da soja transgênica), observou-se uma redução de
16,79 toneladas na produção de soja (Figura 3).
O crescimento acumulado do uso total de
agrotóxicos no Brasil foi maior que a produtivi-
dade agrícola geral entre 2000 e 2012. Os dados
mostram um aumento de 3,2 pontos percentuais
(pp) no uso de agrotóxicos e de 1,78 pp no uso
de agrotóxicos por área, mas apenas 1pp de au-
mento na produtividade no mesmo período (Ta-
bela 1). O crescimento no uso de agrotóxicos ob-
Figure 2. Evolução do uso de herbicidas (t) em soja (■), milho (▲) e algodão (●) no Brasil entre 2000 e 2012.
0
50000
100000
150000
200000
250000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 20122000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
0
50000
100000
150000
200000
250000
Usodeherbicidasporcultura(t)
Algodão
Milho
Soja
0
2
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6
8
10
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0
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400
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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Figure 3. Evolution of the use of herbicides (kg/ha) for soybean production per herbicide used (kg/kg)
in Brazil. Dashed lines show the linear tendencies for production of Soybean per herbicide (■) and
Herbicides per area (▲).
Soybean per herbicide (kg/kg)
Herbicides per area (kg/ha)
Figure 3. Evolução do uso de herbicidas (kg/ha) e de soja produzida por volume de herbicida utilizado (kg/kg)
no Brasil. Linhas tracejadas mostram a tendência linear para a produção de soja por herbicida (■) e herbicida por
área (▲).
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
100
0
200
300
400
500
Sojaporherbicida(kg/kg)
Soja por herbicida utilizado (kg/kg)
Herbicida por área (kg/ha)
y = -16,786x + 508,41
R² = 0,584
y = 0,3867x + 4,3596
R² = 0,.7105
600
0
2
4
6
8
10
12
Herbicidasporárea(kg/ha)
3337
Ciência&SaúdeColetiva,22(10):3333-3339,2017
servado não foi acompanhado pelo aumento na
área cultivada ou pelo crescimento da população
brasileira na mesma proporção. Esses achados
contradizem alguns estudos15,19
que previam que
a introdução de culturas GM reduziria o uso de
agrotóxicos.
Uma análise mais detalhada do indicador uso
de agrotóxicos por cultura mostrou que somente
três, soja, milho e algodão, concentraram 65%
do total de agrotóxico utilizado, enquanto a soja,
predominante entre as GM, contribuiu para 71%
desse volume.
É possível observar ainda que a soja apresenta
o maior aumento no uso de agrotóxicos por área
cultivada e o menor ganho em produtividade (Ta-
bela 2). O indicador uso de agrotóxicos por área
indica que o aumento de 1 pp na produtividade
de soja demandou o aumento de 13 pp no uso
de agrotóxicos, enquanto que para as culturas de
milho e algodão, a proporção foi de aproximada-
mente 1:1 (Tabela 2). Esses dados sugerem que a
modificação genética na cultura de soja não está
associada ao crescimento na produtividade, além
de contribuir para o aumento no uso de agrotó-
xicos.
Uma explicação para esses resultados é que
a maioria das culturas GM não foi desenvolvida
para aumentar a produtividade ou a adaptação
edafoclimática, mas para serem resistentes aos
herbicidas. Outros estudos demonstraram que
alterações nos padrões de uso de herbicida, como
o aumento de glifosato (kg/ha) usado, estava as-
sociado à adoção da soja GM14,20,21
. Um estudo
realizado nos Estados Unidos entre 1990 e 2002
também mostrou um aumento no uso de glifo-
sato quando a soja GM foi autorizada no país
(1996)8
. Essas mudanças não foram observadas
para as culturas de milho e algodão, possivel-
mente pelo fato das variantes GM dessas culturas
terem sido comercializadas nos Estados Unidos
no final do período investigado, assim como
mostrado no presente estudo.
Diversos fatores associados ao cultivo das
culturas GM resistentes a herbicidas podem con-
tribuir para o aumento do uso de agrotóxicos e
perdas na produtividade, tais como vulnerabili-
dade biológica, resistência de plantas daninhas,
diminuição da fertilidade do solo14,21-30
.
Algumas abordagens alternativas também
vêm sendo consideradas, como aumento do uso
de diferentes herbicidas e o desenvolvimento de
culturas resistentes a outros herbicidas31,32
. En-
tretanto, essas alternativas também se mostram
preocupantes por conta dos graves efeitos tóxicos
para seres humanos e o meio ambiente que po-
dem ser causados por misturas de diferentes her-
bicidas33,34
. É digno de nota que os dois herbicidas
mais usados no Brasil2
– glifosato e 2,4-D – foram
recentemente classificados como provável e pos-
sível carcinógeno, respectivamente, pela Agência
Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC).
Os resultados obtidos no presente estudo
estão em concordância com os de pesquisas si-
milares realizados nos Estados Unidos, Argen-
tina e outros países9,10,35,36
. Os achados de todos
esses estudos sugerem fortemente que a adoção
de culturas GM aumentou o uso de agrotóxi-
cos, especialmente herbicidas aplicados na soja,
como demonstrado na presente pesquisa sobre
o Brasil. Estudos ecológicos realizados no Brasil
mostraram a correlação entre o cultivo de soja
(toneladas) e a mortalidade por câncer de prós-
tata, e uso de agrotóxicos associados a distúrbios
endócrinos37,38
. Como vem sendo abordado em
outras publicações, dados de uso de agrotóxicos e
culturas GM podem ser utilizados como indica-
dores de exposição humana e ambiental a graves
danos e deveriam subsidiar iniciativas públicas
de prevenção e mitigação39
.
Este estudo sugere que culturas GM contri-
buíram para o aumento do uso de agrotóxicos
no Brasil e, consequentemente, da exposição hu-
mana e ambiental a essas substâncias químicas
potencialmente perigosas. Portanto, o aumento
no uso de agrotóxicos também deve ser levado
em conta durante o processo de autorização de
culturas GM. Como demonstrado, o uso de agro-
tóxicos na produção de soja aumentou no perío-
do analisado, especialmente após a introdução
de sementes GM em 2003. O uso de agrotóxicos
por área também aumentou significativamente,
indicando uma possível dependência química
dessas culturas e descartando a hipótese que cul-
turas GM reduziriam o consumo. Outro aspec-
to relevante para a soja é que esse aumento não
contribuiu positivamente para um aumento na
produtividade média. É digno de nota ainda que
os dados sobre o uso de agrotóxicos podem ser-
vir como indicadores para dar suporte a ações de
vigilância como monitoramento de seus resíduos
em solo, água e alimentos e aprimorar medidas
de diagnóstico e tratamento das intoxicações.
3338
AlmeidaVESetal.
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14.	 National Research Council (NRC). Impact of Genetical-
ly Engineered Crops on Farm Sustainability in the Unit-
ed States. Washington: The National Academic Press;
2010.
Colaboradores
VES Almeida trabalhou na concepção e desenho
do estudo; e VES Almeida, K Friedrich, AF Tygel,
L Melgarejo e FF Carneiro trabalharam igual-
mente na análise e interpretação dos dados e ela-
boração e revisão do manuscrito.
Agradecimentos
A Mathew English (Universidade de Bonn) pela
versão em inglês e Antônio da Silva Matos (Ob-
servatório Saúde do Campo, Floresta e Águas) e
João Paulo Matos Pessoa (Universidade Federal
do Ceará) pelo suporte e organização dos dados.
3339
Ciência&SaúdeColetiva,22(10):3333-3339,2017
15.	 International Service for the Acquisition of Agri-Bio-
tech Aplications (ISAAA). Global status of Commer-
cialized biotech/GM Crops. 2014. [cited 2016 Jun 6].
Available from: http://www.isaaa.org/resources/publi-
cations/briefs/44/executivesummary/default.asp
16.	 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil 2015.
Rio de Janeiro: IBGE; 2015. [cited 2016 Jun 6]. Avail-
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Artigo apresentado em 30/05/2017
Aprovado em 26/06/2017
Versão final apresentada em 13/07/2017
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Genetically modified organisms (gmo) 2017

  • 1. ARTIGOARTICLE 3333 1 Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Rodovia Brasília/Anápolis BR 060 Km 09, Gama. 70359-970 Brasília DF Brasil. vicentalmeida@gmail.com 2 Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz. Rio de Janeiro RJ Brasil. 3 Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. São Paulo SP Brasil. 4 Associação Brasileira de Agroecologia. Porto Alegre RS Brasil. 5 Fiocruz Ceará. Fortaleza CE Brasil. Uso de sementes geneticamente modificadas e agrotóxicos no Brasil: cultivando perigos Use of genetically modified crops and pesticides in Brazil: growing hazards Resumo Culturas geneticamente modificadas (GM) foram oficialmente autorizadas no Brasil em 2003. O presente estudo documental buscou identificar possíveis alterações no padrão de uso de agrotóxicos a partir da adoção dessa tecnolo- gia, considerando um período de 13 anos (2000 a 2012). Foram avaliadas as variáveis: uso de agro- tóxicos (kg), uso de agrotóxicos per capita (kg/ habitante), uso de agrotóxicos e uso de herbi- cidas por área plantada (kg/ha) e produtividade (kg/ha). Contrariando as expectativas iniciais de diminuição do uso de agrotóxicos após a introdu- ção de culturas GM, observou-se que o uso total de agrotóxicos no Brasil aumentou 1,6 vezes entre os anos de 2000 e 2012. No mesmo período, des- tacou-se o uso de agrotóxicos na cultura de soja, aumentando em mais de 3 vezes. As análises esta- tísticas reforçam baixa correlação entre o consumo de agrotóxicos e herbicidas e a produtividade da soja. Sugere-se que a introdução de culturas GM levou ao aumento no uso de agrotóxicos, com a possibilidade de aumento da exposição humana e ambiental e, consequentemente, aos impactos ne- gativos associados a essas substâncias. Palavras-chave Agrotóxicos, Herbicidas, Soja, Saúde e ambiente Abstract Genetically modified (GM) crops were officially authorized in Brazil in 2003. In this do- cumentary study, we aimed to identify possible changes in the patterns of pesticide use after the adoption of this technology over a span of 13 ye- ars (2000 to 2012). The following variables were analyzed: Pesticide use (kg), Pesticide use per ca- pita (kg/inhab), Pesticide and herbicide use per area (kg/ha) and productivity (kg/ha). Contrary to the initial expectations of decreasing pesticide use following the adoption of GM crops, overall pesticide use in Brazil increased 1.6-fold between the years 2000 and 2012. During the same period, pesticide use for soybean increased 3-fold. This study shows that the adoption of GM crops in Brazil has led to an increase in pesticide use with possible increases in environmental and human exposure and associated negative impacts. Key words Pesticide, Herbicide, Soybean, Envi- ronmental health Vicente Eduardo Soares de Almeida 1 Karen Friedrich 2 Alan Freihof Tygel 3 Leonardo Melgarejo 4 Fernando Ferreira Carneiro 5 DOI: 10.1590/1413-812320172210.17112017
  • 2. 3334 AlmeidaVESetal. Introdução A posição do Brasil como um dos maiores pro- dutores mundiais de commodities agrícolas está associada ao aumento no consumo de insumos, em que os agrotóxicos ocuparam, somente no ano de 2014, um mercado de US$12.2 bilhões1 . Entre 2000 e 2012, o aumento foi mais que o do- bro no uso desses químicos por unidade de área2 . Esse fato é preocupante, uma vez que os impactos sobre o meio ambiente e a saúde humana cau- sados pelos agrotóxicos têm sido extensivamente documentados tanto por organizações interna- cionais como na literatura científica3-7 . Diversos estudos apontam a associação direta entre o consumo global de agrotóxicos e o uso de culturas geneticamente modificadas (GM) resis- tentes a herbicidas8,9 . Nos Estados Unidos, Benbrook10 revelou que entre 1996 e 2011, o uso de culturas GM levou a um aumento de 183.000 toneladas de agrotó- xicos, o equivalente a 7% do total de agrotóxi- cos utilizados em todas as culturas. Entre 1995 e 2002, o uso do herbicida glifosato na produção de soja aumentou de 2.500 para 30.000 tonela- das por ano8 . Durante o processo de liberação de culturas GM resistentes ao herbicida 2,4-D, esti- mou-se que haveria um aumento de 3 a 7 vezes no consumo deste agrotóxico11 . Inicialmente, as culturas GM foram introdu- zidas no Brasil de forma ilegal, no final da década de 1990, sendo autorizada sua comercialização somente em 200312 . Cinco tipos de culturas GM estão autorizadas, mas somente três estão efeti- vamente em uso: soja, milho e algodão. Embora a manipulação genética possa ter aplicações mais amplas,como o desenvolvimento de medicamen- tos e alimentos biofortificados, as culturas GM em uso no Brasil atualmente, são basicamente de três tipos: resistentes a herbicidas, resistentes a insetos, ou ambos13,14 . Em 2014, quando as ven- das de agrotóxicos foram mais elevadas, as áreas cultivadas com culturas GM alcançaram 42,2 milhões de hectares, um aumento de 1306,67% comparado aos 3 milhões de hectares registrados em 200315 . Nesse cenário, este artigo tem como objetivo identificar e caracterizar mudanças nos padrões de uso de agrotóxicos e herbicidas após a adoção de culturas GM no Brasil. A ênfase na cultura de soja, a principal com- modity produzida no país, justifica-se por se tra- tar de 90% transgênica de acordo com o ISAAA15 . O estudo abrangeu o período de 2000 a 2012, que corresponde aos dados estatísticos de con- sumo de agrotóxicos mais recentes fornecidos pela publicação Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Brasileiro de Geogra- fia e Estatística (IBGE)16 . Esse recorte no tempo compreende o período antes e após a adoção de soja milho e algodão GM, permitindo a análise do impacto da adoção das culturas GM sobre a demanda de agrotóxicos. Métodos Este estudo consiste de uma pesquisa documen- tal com base no levantamento e na análise de dados secundários sob a abordagem da epide- miologia crítica17,18 . O trabalho foi desenvolvido através da sistematização, tabulação e tratamento estatístico de dados agronômicos e demográficos do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (SINDIVEG) e IBGE. Inicialmente calculou-se o crescimento acu- mulado (∆) e a taxa de crescimento anual com- posto (TCAC) dos indicadores selecionados para esse estudo: uso total de agrotóxicos, uso de agro- tóxicos per capita, uso de agrotóxicos ou herbici- das por unidade de área, uso de agrotóxicos ou de herbicidas por cultura, produtividade por hectare e crescimento populacional no mesmo período. ∆ e TCAC foram calculados como descrito abaixo: (1) ∆ = (Vf / Vi ) -1 e (2) TCAC = (Vf / Vi ) 1/T -1, onde Vf e Vi representam, respectivamente, os valores finais e iniciais do período analisado e T a diferença em anos entre os valores finais e iniciais. Em seguida foi realizada a análise de correla- ção linear entre uso anual de agrotóxicos ou uso de herbicidas por área e produtividade de cada cul- tura GM (soja, milho e algodão) no período de 2000 a 2012. O coeficiente de correlação de Pear- son (r) foi utilizado para determinar a correla- ção entre as variáveis: uso de agrotóxicos por área (variável independente) e produtividade (variável dependente). O coeficiente de determinação (R2 ) foi utilizado para determinar a proporção de va- riação na produtividade esperada a partir do uso de agrotóxicos por área. Por fim, análises mais específicas foram reali- zadas, como mudanças no padrão de uso de her- bicida e ganhos de produtividade, voltadas para a cultura de soja. Isso porque a soja GM resistente a herbicida foi a primeira cultura transgênica ofi- cialmente introduzida no Brasil em 2003.
  • 3. 3335 Ciência&SaúdeColetiva,22(10):3333-3339,2017 Resultados e Discussão Durante o período investigado, a quantidade (t) de produtos agrotóxicos formulados usados no Brasil aumentou mais de 2 vezes.A Tabela 1 mos- tra que o crescimento acumulado (∆) do uso de agrotóxicos foi mais que 3 vezes maior que o au- mento de produtividade e mais de 10 vezes maior que o crescimento populacional para o mesmo período. Anualmente, o uso de agrotóxicos per capita aumentou 7%, enquanto a produtividade aumentou apenas 3,5%. A Tabela 2 apresenta os dados para as cultu- ras de soja, milho e algodão no Brasil para o pe- ríodo analisado. Houve um aumento de mais de 3 vezes no uso de agrotóxicos na cultura de soja ao longo do período analisado (Tabela 2), enquanto o aumento total no uso de agrotóxicos aumentou 1,6 vezes (Tabela 1). Ademais, o coeficiente de determinação (R2 ) calculado para o uso de agro- tóxicos e produtividade da soja foi 22,73% (Tabela 2) e para uso de herbicidas e produtividade, ambos para soja, foi de 17,82% (Figura 1). A Figura 2 mostra um repentino aumento no uso de herbici- das para a cultura de soja no ano 2003, quando a variedade GM foi autorizada no Brasil. O uso de herbicidas em milho e algodão também aumen- tou, mas de forma menos pronunciada. A Figura 3 destaca o uso de herbicida por área (kg/ha) e a produção de soja (kg) por kg de her- bicida usado. Entre 2000 e 2002, o uso de herbi- cida por área diminuiu 9%, e a produção de soja por kg de herbicida usado aumentou 18%. No entanto, a partir de 2003 até 2012 o uso de herbi- cidas por unidade de área cresceu 64%, enquanto que a produtividade da soja por kg de herbicida usado diminuiu 43%. Essa realidade demonstra que, para cada tonelada de herbicida utilizada na cultura de soja a partir de 2003 (com a liberação Tabela 1. Crescimento cumulativo (∆) e taxa de crescimento anual composto (TCAC) do uso de agrotóxicos, produtividade agrícola e população no Brasil entre 2000 e 2012. Indicadores 2000 2012 ∆ TCAC Uso total de agrotóxicos (t) 313.824 823.226 162,32% 8,37% Uso de agrotóxicos per capita (kg/habitantes) 1,89 4,24 124,67% 6,98% Uso de agrotóxicos por área (kg/ha) 6,09 15,97 90,31% 8,37% Produtividade (kg/ha) 9,70 14,62 50,71% 3,48% Populaçãobrasileira (habitantes) 166.112.518 193.946.886 16,76% 1,30% ∆ = (Vf / Vi ) -1; e TCAC = (Vf / Vi )1/T -1, onde Vf e Vi representam os valores finais e iniciais do período analisado, e T, a diferença de anos entre Vf e Vi . Tabela 2. Padrão de consumo de agrotóxicos por cultura e área e produtividade das principais culturas geneticamente modificadas (GM) no Brasil entre 2000 e 2012. Cultura Participação ∆ Uso de agrotóxico por cultura ∆ Uso de agrotóxico por área(a) ∆ Produtividade (b) r R2 (a)/(b) Soja 44,31% 310,71% 124,15% 9,50% 0,48 22,73% 13,07 Milho 13,07% 137,81% 99,65% 84,61% 0,82 67,71% 1,18 Algodão 7,41% 155,78% 46,22% 41,53% 0,64 41,34% 1,11 Participação é a média da porcentagem de uso de agrotóxicos por culturacom relação ao volume total de agrotóxicos utilizados/ consumidos no período estudado (2000-2012).Produtividade representa o volume de produção agrícola por hectare. ∆ = (Vf / Vi ) -1; e TCAC = (Vf / Vi )1/T -1, onde Vf e Vi representam os valores finais e iniciais do período analisado, e T, a diferença em anos entre Vf e Vi . O coeficiente de correlação de Pearson’s (r) e o coeficiente de determinação (R2 ) foram utilizados para avaliar a relação entre produtividade e o uso de agrotóxicos por área. Figura 1. Uso de herbicidas por área (kg/ha) e produtividade de soja (t/ha) no Brasil entre 2000 e 2012. Herbicidas por área (kg/ha) Produtividade(t/ha) y = 0,0636x + 2,1874 R² = 0,1782 3,5 3 2,5 2 4 6 8 10 12
  • 4. 3336 AlmeidaVESetal. da soja transgênica), observou-se uma redução de 16,79 toneladas na produção de soja (Figura 3). O crescimento acumulado do uso total de agrotóxicos no Brasil foi maior que a produtivi- dade agrícola geral entre 2000 e 2012. Os dados mostram um aumento de 3,2 pontos percentuais (pp) no uso de agrotóxicos e de 1,78 pp no uso de agrotóxicos por área, mas apenas 1pp de au- mento na produtividade no mesmo período (Ta- bela 1). O crescimento no uso de agrotóxicos ob- Figure 2. Evolução do uso de herbicidas (t) em soja (■), milho (▲) e algodão (●) no Brasil entre 2000 e 2012. 0 50000 100000 150000 200000 250000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 20122000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 0 50000 100000 150000 200000 250000 Usodeherbicidasporcultura(t) Algodão Milho Soja 0 2 4 6 8 10 12 0 100 200 300 400 500 600 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Figure 3. Evolution of the use of herbicides (kg/ha) for soybean production per herbicide used (kg/kg) in Brazil. Dashed lines show the linear tendencies for production of Soybean per herbicide (■) and Herbicides per area (▲). Soybean per herbicide (kg/kg) Herbicides per area (kg/ha) Figure 3. Evolução do uso de herbicidas (kg/ha) e de soja produzida por volume de herbicida utilizado (kg/kg) no Brasil. Linhas tracejadas mostram a tendência linear para a produção de soja por herbicida (■) e herbicida por área (▲). 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 100 0 200 300 400 500 Sojaporherbicida(kg/kg) Soja por herbicida utilizado (kg/kg) Herbicida por área (kg/ha) y = -16,786x + 508,41 R² = 0,584 y = 0,3867x + 4,3596 R² = 0,.7105 600 0 2 4 6 8 10 12 Herbicidasporárea(kg/ha)
  • 5. 3337 Ciência&SaúdeColetiva,22(10):3333-3339,2017 servado não foi acompanhado pelo aumento na área cultivada ou pelo crescimento da população brasileira na mesma proporção. Esses achados contradizem alguns estudos15,19 que previam que a introdução de culturas GM reduziria o uso de agrotóxicos. Uma análise mais detalhada do indicador uso de agrotóxicos por cultura mostrou que somente três, soja, milho e algodão, concentraram 65% do total de agrotóxico utilizado, enquanto a soja, predominante entre as GM, contribuiu para 71% desse volume. É possível observar ainda que a soja apresenta o maior aumento no uso de agrotóxicos por área cultivada e o menor ganho em produtividade (Ta- bela 2). O indicador uso de agrotóxicos por área indica que o aumento de 1 pp na produtividade de soja demandou o aumento de 13 pp no uso de agrotóxicos, enquanto que para as culturas de milho e algodão, a proporção foi de aproximada- mente 1:1 (Tabela 2). Esses dados sugerem que a modificação genética na cultura de soja não está associada ao crescimento na produtividade, além de contribuir para o aumento no uso de agrotó- xicos. Uma explicação para esses resultados é que a maioria das culturas GM não foi desenvolvida para aumentar a produtividade ou a adaptação edafoclimática, mas para serem resistentes aos herbicidas. Outros estudos demonstraram que alterações nos padrões de uso de herbicida, como o aumento de glifosato (kg/ha) usado, estava as- sociado à adoção da soja GM14,20,21 . Um estudo realizado nos Estados Unidos entre 1990 e 2002 também mostrou um aumento no uso de glifo- sato quando a soja GM foi autorizada no país (1996)8 . Essas mudanças não foram observadas para as culturas de milho e algodão, possivel- mente pelo fato das variantes GM dessas culturas terem sido comercializadas nos Estados Unidos no final do período investigado, assim como mostrado no presente estudo. Diversos fatores associados ao cultivo das culturas GM resistentes a herbicidas podem con- tribuir para o aumento do uso de agrotóxicos e perdas na produtividade, tais como vulnerabili- dade biológica, resistência de plantas daninhas, diminuição da fertilidade do solo14,21-30 . Algumas abordagens alternativas também vêm sendo consideradas, como aumento do uso de diferentes herbicidas e o desenvolvimento de culturas resistentes a outros herbicidas31,32 . En- tretanto, essas alternativas também se mostram preocupantes por conta dos graves efeitos tóxicos para seres humanos e o meio ambiente que po- dem ser causados por misturas de diferentes her- bicidas33,34 . É digno de nota que os dois herbicidas mais usados no Brasil2 – glifosato e 2,4-D – foram recentemente classificados como provável e pos- sível carcinógeno, respectivamente, pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC). Os resultados obtidos no presente estudo estão em concordância com os de pesquisas si- milares realizados nos Estados Unidos, Argen- tina e outros países9,10,35,36 . Os achados de todos esses estudos sugerem fortemente que a adoção de culturas GM aumentou o uso de agrotóxi- cos, especialmente herbicidas aplicados na soja, como demonstrado na presente pesquisa sobre o Brasil. Estudos ecológicos realizados no Brasil mostraram a correlação entre o cultivo de soja (toneladas) e a mortalidade por câncer de prós- tata, e uso de agrotóxicos associados a distúrbios endócrinos37,38 . Como vem sendo abordado em outras publicações, dados de uso de agrotóxicos e culturas GM podem ser utilizados como indica- dores de exposição humana e ambiental a graves danos e deveriam subsidiar iniciativas públicas de prevenção e mitigação39 . Este estudo sugere que culturas GM contri- buíram para o aumento do uso de agrotóxicos no Brasil e, consequentemente, da exposição hu- mana e ambiental a essas substâncias químicas potencialmente perigosas. Portanto, o aumento no uso de agrotóxicos também deve ser levado em conta durante o processo de autorização de culturas GM. Como demonstrado, o uso de agro- tóxicos na produção de soja aumentou no perío- do analisado, especialmente após a introdução de sementes GM em 2003. O uso de agrotóxicos por área também aumentou significativamente, indicando uma possível dependência química dessas culturas e descartando a hipótese que cul- turas GM reduziriam o consumo. Outro aspec- to relevante para a soja é que esse aumento não contribuiu positivamente para um aumento na produtividade média. É digno de nota ainda que os dados sobre o uso de agrotóxicos podem ser- vir como indicadores para dar suporte a ações de vigilância como monitoramento de seus resíduos em solo, água e alimentos e aprimorar medidas de diagnóstico e tratamento das intoxicações.
  • 6. 3338 AlmeidaVESetal. Referências 1. Sindiveg. Balanço 2015: Setor de agroquímicos confir- ma queda de vendas. Press release. São Paulo: Sindiveg; 2016. [cited 2016 Jun 6]. Available from: http://dados. contraosagrotoxicos.org/group/comercializacao 2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil 2015. Rio de Janeiro: IBGE; 2015. [cited 2016 Jun 6]. Avai- lable from: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/ recursosnaturais/ids/default_2015.shtm 3. González-Alzaga B, Lacasa M, Aguilar-Gardu C, Rodrí- guez-Barranco M, Ballester F, Rebagliato M, Hernán- dez AF. A systematic review of neurodevelopmental effects of prenatal and postnatal organophosphate pesticide exposure. Toxicol Lett 2014; 230(2):104-121. 4. World Health Organization (WHO), International Agency for Research on Cancer (IARC). Volume 112: evaluation of five organophosphate insecticides and herbicides. Lyon: IARC, WHO; 2015. [cited 2016 Jun 6]. Available from: http://monographs.iarc.fr/ENG/ Monographs/vol112/index.php 5. Mascarelli A. Growing up with pesticides. Science 2013; 341(6147):740-741. 6. Mesnage R, Defarge N, Vendomois JS, Seralini GE. Po- tential toxic effects of glyphosate and its commercial formulations below regulatory limits. Food Chem Toxi- col 2015; 84:133-153 7. Schmitz J, Hahn M, Bruhl CA. Agrochemicals in field margins – An experimental field study to assess the impacts of pesticides and fertilizers on a natural plant community. Agric Ecosyst Environ 2014; 193:60-69. 8. Young BG. Changes in herbicide use patterns and pro- duction practices resulting from glyphosate-resistant crops. Weed Technol 2006; 20(2):301-307. 9. Peshin R, Zhang W. Integrated Pest Management and Pesticide Use. In: Pimentel D, Peshin R, editors. Inte- grated Pest Management. Amsterdam: Springer; 2014. p. 1-46. 10. Benbrook CM. Impacts of genetically engineered crops on pesticide use in the U.S. – the first sixteen years. Env Sci Eur 2012; 24:24. 11. United States Department of Agriculture (USDA). Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS). Dow AgroSciences Petitions (09-233-01p, 09-349-01p, and 11-234-01p) for Determinations of Nonregulated Status for 2,4-D-Resistant Corn and Soybean Varieties— Draft Environmental Impact Statement. Washington: USDA/APHIS; 2013. [cited 2016 Jun 6].Available from: https://www.aphis.usda.gov/brs/aphisdocs/24d_deis. pdf 12. Brasil. Lei nº 10.688, de 13 de junho de 2003. Estabelece normas para a comercialização da produção de soja da safra de 2003 e dá outras providências. Diário Oficial da União 2003; 16 jun. 13. Acosta O, Chaparro A. Genetically modified food crops and public health. Acta bio Colomb 2008; 3:13. 14. National Research Council (NRC). Impact of Genetical- ly Engineered Crops on Farm Sustainability in the Unit- ed States. Washington: The National Academic Press; 2010. Colaboradores VES Almeida trabalhou na concepção e desenho do estudo; e VES Almeida, K Friedrich, AF Tygel, L Melgarejo e FF Carneiro trabalharam igual- mente na análise e interpretação dos dados e ela- boração e revisão do manuscrito. Agradecimentos A Mathew English (Universidade de Bonn) pela versão em inglês e Antônio da Silva Matos (Ob- servatório Saúde do Campo, Floresta e Águas) e João Paulo Matos Pessoa (Universidade Federal do Ceará) pelo suporte e organização dos dados.
  • 7. 3339 Ciência&SaúdeColetiva,22(10):3333-3339,2017 15. International Service for the Acquisition of Agri-Bio- tech Aplications (ISAAA). Global status of Commer- cialized biotech/GM Crops. 2014. [cited 2016 Jun 6]. Available from: http://www.isaaa.org/resources/publi- cations/briefs/44/executivesummary/default.asp 16. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil 2015. Rio de Janeiro: IBGE; 2015. [cited 2016 Jun 6]. Avail- able from: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/ recursosnaturais/ids/default_2015.shtm 17. GIL AC. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo: Atlas; 2008. 18. Breilh J. Epidemiologia Crítica; ciência emancipatória e interculturalidade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2006. 19. Huang J, Hu R, Rozelle S, Pray C. Insect-Resistant GM Rice in Farmers’ Fields: Assessing Productivity and Health Effects in China. Science 2005; 308(5722):688- 690. 20. United States Department of Agriculture (USDA). Na- tional Agriculture Statistics Service (NASS). Agricultur- al Chemical Use Database. Washington: USDA-NASS; 2008. [cited 2016 Jun 6]. Available from: www.pest- management.info/nass 21. Johnson WG, Davis VM, Kruger GR, Weller SC. Influ- ence of glyphosate-resistant cropping systems on weed species shifts and glyphosate-resistant weed popula- tions. Europe J Agron 2009; 31(3):162-172. 22. Cerdeira AL, Gazziero DL, Duke SO, Matallo MB. Agricultural impacts of glyphosate-resistant soybean cultivation in South America. J Agric FoodChem 2011; 59(11):799-807. 23. Shaner DL, Lindenmeyer RB, Ostlie MH. What have the mechanisms of resistance to glyphosate taught us? PestManag. Sci 2012; 68(1):3-9. 24. Service RF.When weed killers stop killing. Science 2013. 341: 1329. 25. Ismail B, Kader A, Omar O. Effects of Glyphosate on Cellulose Decomposition in Two Soils. Folia Microbiol 1995; 40(5):499-502. 26. King C, Purcell L, Vories E. Plant growth and nitro- genase activity of glyphosate-tolerant soybean in re- sponse to foliar glyphosate applications. Agronomy Journal 2001; 93(1):179-186. 27. Zablotowicz R, Reddy K. Nitrogenase activity, nitrogen content, and yield responses to glyphosate in glypho- sate-resistant soybean. Crop Prot 2007; 26(3):370-376. 28. Kremer R, Means N. Glyphosate and glyphosate-resis- tant crop interactions with rhizosphere microorgan- isms. Eur J Agronomy 2009; 31(3):153-161. 29. Zobiole L, Oliveira R,Visentainer J, Kremer R, Bellaloui N, Yamada T. Glyphosate affects seed composition in glyphosate-resistant soybean. J. Agric. Food Chem 2010; 58(7):4517-4522. 30. Zobiole L, Kremer R, Oliveira R, Constantin J. Gly- phosate affects microorganisms in rhizospheres of gly- phosate-resistant soybeans. Journal App. Microb. 2011; 110(1):118-127. 31. Hungria M, Nakatani AS, Souza RA, Sei FB, de Oliveira Chueire LM, Arias CA. Impact of the ahas transgene for herbicides resistance on biological nitrogen fixation and yield of soybean. Transgenic Res 2015; 24(1):155- 165. 32. Pandolfo CE, Presotto A, Carbonell FT, Ureta S, Po- verene M, Cantamutto M. Transgenic glyphosate-re- sistant oilseed rape (Brassica napus) as an invasive weed in Argentina: detection, characterization, and control alternatives. Environ Sci Pollut Res Int 2016; 23(23):24081-24091. 33. Braun JM, Gennings C, Hauser R, Webster TF. What Can Epidemiological Studies Tell Us about the Impact of Chemical Mixtures on Human Health? Environ Health Perspect 2016; 124(1):A6-9. 34. Carlin DJ, Rider CV, Woychik R, Birnbaum LS. Unrav- eling the health effects of environmental mixtures: an NIEHS priority. Environ Health Perspect 2013; 121:A6- 8. 35. Pengue W. Transgenic Crops in Argentina: The Eco- logical and Social Debt. Bull. Sci. Technol Soc 2005; 25(4):314-322. 36. Landrigan PJ, Benbrook C. GMOs, Herbicides, and Public Health. N Engl J Med 2015; 373(8):693-695. 37. Koifman K, Koifman RJ, Meyer A. Human reproductive system disturbances and pesticide exposure in Brazil. Cad Saude Publica 2002; 18(2):435-445. 38. Silva JFS, Silva AMC, Lima-Luz L,Aydos RD, Mattos IE. Correlação entre produção agrícola, variáveis clínicas- demográfcas e câncer de próstata: um estudo ecológico. Cien Saude Colet 2015; 20(9):2805-2812. 39. Pignati W, Oliveira NP, Silva AMC.Vigilância aos agro- tóxicos: quantificação do uso e previsão de impactos na saúde-trabalho-ambiente para os municípios brasilei- ros. Cien Saude Colet 2014; 19(12):4669-4678. Artigo apresentado em 30/05/2017 Aprovado em 26/06/2017 Versão final apresentada em 13/07/2017