SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
Domingo no trapichão
Sunday at the “Trapichão”
Daniel dos Santos Fernandes1
Mesmo com a implantação de rodovias e a consequente inversão da entrada
das cidades e distritos na Amazônia, pois, antes os rios eram entradas das
comunidades e hoje as estradas vem do fundo tornando este fundo a atual frente.
Os rios, agora fundos, continuam “ruas fluviais” a levarem as pessoas aos pontos
de socialização, bem como, continuam auxiliando na comunicação, comércio e
alimentação. Seus portos ou trapiches, estes como são mais conhecidos,
continuam como pontos de encontro de tradições e histórias. Minimizando um
(des)enraizamento, decorrente do avanço das novas dinâmicas sociais que veem
sendo trazidas por conta da maior facilidade de interações culturais por meio das
estradas, agora em chão e não mais fluviais. Mesmo que os trapiches já mostrem
o início de uma degradação estrutural, decorrente da má utilização, do
crescimento demográfico, da ocupação desordenada.
A partir deste espaço que ainda não perdeu sua função de sociabilização é que
neste ensaio fotográfico vamos falar/visualizar um domingo a beira do Rio
Tocantins, no trapiche local, o Trapichão, do distrito de Vila do Carmo do
Tocantins, Cametá/Pará, região do Baixo-Tocantins. Espaço de chegadas, saídas,
compras, conversas, encontros, desencontros, alimentação, enfim, socializações.
Sabendo que somos,“... aquele que se encontra em algum lugar e que descreve aquilo
que observa ou escuta naquele momento mesmo...” (Augé, 2007, p.14). Em um lugar
onde se encontram pessoas vindas de várias comunidades, instaladas nas várias
ilhas fluviais, que trazem várias histórias, que se encontram com outras várias
histórias dos que moram na Vila do Carmo. Apesar de correremos o risco de que,
“...sempre se poderá questionar, em seguida, a qualidade da sua observação e as
intenções, os preconceitos ou os outros fatores que condicionam a produção de seu texto;
_________________________
1 Doutor em Ciências Sociais – Antropologia, coordenador do Núcleo de Pesquisa das Faculdades
Integradas Ipiranga. Email: dasafe@msn.com
o fato é que toda etnologia supõe um testemunho direto de uma atualidade presente”
(Augé, 2007, p.14). Este testemunho no Rio Tocantins, junto aos chamados “das
ilhas”, levou-nos a perceber que o rio e seus trapiches não são apenas o que
caracteriza as comunidades ribeirinhas, mas acima de tudo representa a
possibilidade do contato com outros locais, outras histórias sem desvincular suas
raízes.
REFERÊNCIAS
AUGÉ, M. 2007. Não-lugares: Introdução a uma antropologia da
supermodernidade.6ª ed., Campinas, Papirus,
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
11
14
13

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Beth E Diaz 04_15
Beth E Diaz 04_15Beth E Diaz 04_15
Beth E Diaz 04_15Beth Diaz
 
O impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa Black
O impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa BlackO impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa Black
O impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa BlackFundação de Economia e Estatística
 
Всероссийский урок «Время доверять!»
Всероссийский урок   «Время доверять!»  Всероссийский урок   «Время доверять!»
Всероссийский урок «Время доверять!» Елена Сибирина
 
Unlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest Economy
Unlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest EconomyUnlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest Economy
Unlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest EconomyKegler Brown Hill + Ritter
 
INTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIU
INTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIUINTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIU
INTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIUMahofuzur Masum
 
пионеры герои, прадеды
пионеры герои, прадедыпионеры герои, прадеды
пионеры герои, прадедыyakushenkova
 

Destaque (14)

FLOWERS
FLOWERSFLOWERS
FLOWERS
 
Lima, 15 de mayo de 2014
Lima, 15 de mayo de 2014Lima, 15 de mayo de 2014
Lima, 15 de mayo de 2014
 
Beth E Diaz 04_15
Beth E Diaz 04_15Beth E Diaz 04_15
Beth E Diaz 04_15
 
ABKaty Coverfeature
ABKaty CoverfeatureABKaty Coverfeature
ABKaty Coverfeature
 
Al chem
Al chemAl chem
Al chem
 
Rohan16
Rohan16Rohan16
Rohan16
 
O impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa Black
O impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa BlackO impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa Black
O impacto dos termos de troca no crescimento econômico - Clarissa Black
 
Всероссийский урок «Время доверять!»
Всероссийский урок   «Время доверять!»  Всероссийский урок   «Время доверять!»
Всероссийский урок «Время доверять!»
 
DISC-Sonya_Meinen
DISC-Sonya_MeinenDISC-Sonya_Meinen
DISC-Sonya_Meinen
 
The lost experience turkey
The lost experience turkeyThe lost experience turkey
The lost experience turkey
 
Unlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest Economy
Unlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest EconomyUnlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest Economy
Unlocking Brazil: Keys to Success in Latin America's Largest Economy
 
Inteligencia emocional-diapositivas
Inteligencia emocional-diapositivasInteligencia emocional-diapositivas
Inteligencia emocional-diapositivas
 
INTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIU
INTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIUINTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIU
INTRODUCTION TO BUSINESS -JOSEPH T. STRAUB SLIDES BY MD.MAHOFUZUR RAHMAN,PCIU
 
пионеры герои, прадеды
пионеры герои, прадедыпионеры герои, прадеды
пионеры герои, прадеды
 

Semelhante a Fernandes, Daniel dos Santos. Ensaio Fotoetnográfico - Domingo no Trapichão

COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...
COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...
COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...1sested
 
Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944Pedro Duracenko
 
Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39
Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39
Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39Valter Gomes
 
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...UNEB
 
Leituras da cidade: história e memória de Salto
Leituras da cidade: história e memória de SaltoLeituras da cidade: história e memória de Salto
Leituras da cidade: história e memória de SaltoElton Zanoni
 
Lendas Indígenas – Hernâni Donato
Lendas Indígenas – Hernâni DonatoLendas Indígenas – Hernâni Donato
Lendas Indígenas – Hernâni DonatoNelma Andrade
 
BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014
BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014
BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014oficinativa
 
Universidade federal do rio grande do su1
Universidade federal do rio grande do su1Universidade federal do rio grande do su1
Universidade federal do rio grande do su1Bi_Oliveira
 
VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013
VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013
VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013Sarah Vervloet
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.Roberto Rabat Chame
 
Albuquerque 2408 enredos da tradição a invenção
Albuquerque 2408 enredos da tradição a invençãoAlbuquerque 2408 enredos da tradição a invenção
Albuquerque 2408 enredos da tradição a invençãoDany Pereira
 
A construção de sentidos no jornal Notícias de Itaquera
A construção de sentidos no jornal Notícias de ItaqueraA construção de sentidos no jornal Notícias de Itaquera
A construção de sentidos no jornal Notícias de ItaqueraFatima Regina Nunes
 
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...UNEB
 

Semelhante a Fernandes, Daniel dos Santos. Ensaio Fotoetnográfico - Domingo no Trapichão (20)

COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...
COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...
COMUNIDADE BARRA DO SÃO LOURENÇO: PANTANAL COM O HOMEM PANTANEIRO - JOSEMAR D...
 
Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944Genese social da_gente_bandeirante_1944
Genese social da_gente_bandeirante_1944
 
Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39
Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39
Folhetim do Estudante - Ano IV - Núm. 39
 
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...
A representação as rezadeiras no processo de construção cultural de riachão d...
 
Leituras da cidade: história e memória de Salto
Leituras da cidade: história e memória de SaltoLeituras da cidade: história e memória de Salto
Leituras da cidade: história e memória de Salto
 
Lendas Indígenas – Hernâni Donato
Lendas Indígenas – Hernâni DonatoLendas Indígenas – Hernâni Donato
Lendas Indígenas – Hernâni Donato
 
O Tempo do Caju
O Tempo do CajuO Tempo do Caju
O Tempo do Caju
 
BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014
BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014
BiblioZine CANTO NEGRO n° 1, abr 2014
 
Universidade federal do rio grande do su1
Universidade federal do rio grande do su1Universidade federal do rio grande do su1
Universidade federal do rio grande do su1
 
BARCAÇA
BARCAÇABARCAÇA
BARCAÇA
 
VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013
VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013
VERVLOET, Sarah. Contos e microcontos 2013
 
Cartilha de Causos
Cartilha de CausosCartilha de Causos
Cartilha de Causos
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS Nº 532 an 14 JULHO _2015.
 
Albuquerque 2408 enredos da tradição a invenção
Albuquerque 2408 enredos da tradição a invençãoAlbuquerque 2408 enredos da tradição a invenção
Albuquerque 2408 enredos da tradição a invenção
 
A construção de sentidos no jornal Notícias de Itaquera
A construção de sentidos no jornal Notícias de ItaqueraA construção de sentidos no jornal Notícias de Itaquera
A construção de sentidos no jornal Notícias de Itaquera
 
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...
Mas o brasil não parou, continua batalhando, as construções de discursos e im...
 
Barcaça 15 ago 2021
Barcaça 15 ago 2021Barcaça 15 ago 2021
Barcaça 15 ago 2021
 
BARCAÇA
BARCAÇABARCAÇA
BARCAÇA
 
BARCAÇA
BARCAÇABARCAÇA
BARCAÇA
 
Suri[1]poscrivo.pdf
Suri[1]poscrivo.pdfSuri[1]poscrivo.pdf
Suri[1]poscrivo.pdf
 

Mais de Daniel S Fernandes

JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...Daniel S Fernandes
 
Saberes tradicionais, memória e o cotidiano infantil
Saberes tradicionais, memória e o cotidiano infantilSaberes tradicionais, memória e o cotidiano infantil
Saberes tradicionais, memória e o cotidiano infantilDaniel S Fernandes
 
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.Daniel S Fernandes
 
Argila, rio, pontes e narrativas gestalt1 social
Argila, rio, pontes e narrativas gestalt1 socialArgila, rio, pontes e narrativas gestalt1 social
Argila, rio, pontes e narrativas gestalt1 socialDaniel S Fernandes
 
O jantar do santo rituais de visitação da comitiva de
O jantar do santo   rituais de visitação da comitiva deO jantar do santo   rituais de visitação da comitiva de
O jantar do santo rituais de visitação da comitiva deDaniel S Fernandes
 
Devoções no jurussaca: da louvação aos caminhos
Devoções no jurussaca: da louvação aos caminhosDevoções no jurussaca: da louvação aos caminhos
Devoções no jurussaca: da louvação aos caminhosDaniel S Fernandes
 
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristas
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristasMemória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristas
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristasDaniel S Fernandes
 
MINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidade
MINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidadeMINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidade
MINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidadeDaniel S Fernandes
 
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos. a experi...
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos.  a experi...Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos.  a experi...
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos. a experi...Daniel S Fernandes
 
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...Daniel S Fernandes
 
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche relações interpesca
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche   relações interpescaFernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche   relações interpesca
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche relações interpescaDaniel S Fernandes
 
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...Daniel S Fernandes
 
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...Daniel S Fernandes
 
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...Daniel S Fernandes
 
Canonautas do rio pratiquara no rasto do pusal. revista iluminuras 35
Canonautas do rio pratiquara   no rasto do pusal. revista iluminuras 35Canonautas do rio pratiquara   no rasto do pusal. revista iluminuras 35
Canonautas do rio pratiquara no rasto do pusal. revista iluminuras 35Daniel S Fernandes
 
Iakuruarú na trilha da terra fértil
Iakuruarú na trilha da terra fértilIakuruarú na trilha da terra fértil
Iakuruarú na trilha da terra fértilDaniel S Fernandes
 
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...
 Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid... Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...Daniel S Fernandes
 
Bourdieu, pierre. você disse popular
Bourdieu, pierre. você disse popularBourdieu, pierre. você disse popular
Bourdieu, pierre. você disse popularDaniel S Fernandes
 
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...Daniel S Fernandes
 

Mais de Daniel S Fernandes (20)

ETNOMETODOLOGIA.ppt
ETNOMETODOLOGIA.pptETNOMETODOLOGIA.ppt
ETNOMETODOLOGIA.ppt
 
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...
JE N’AI PAS PEUR DE LA MORT_RITUEL IDENTITAIRE AUX FUNÉRAILLES AU PARÁ BRÉSIL...
 
Saberes tradicionais, memória e o cotidiano infantil
Saberes tradicionais, memória e o cotidiano infantilSaberes tradicionais, memória e o cotidiano infantil
Saberes tradicionais, memória e o cotidiano infantil
 
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.
“Câmeras subjetivas”: imagens em trânsito sobre o Nordeste paraense.
 
Argila, rio, pontes e narrativas gestalt1 social
Argila, rio, pontes e narrativas gestalt1 socialArgila, rio, pontes e narrativas gestalt1 social
Argila, rio, pontes e narrativas gestalt1 social
 
O jantar do santo rituais de visitação da comitiva de
O jantar do santo   rituais de visitação da comitiva deO jantar do santo   rituais de visitação da comitiva de
O jantar do santo rituais de visitação da comitiva de
 
Devoções no jurussaca: da louvação aos caminhos
Devoções no jurussaca: da louvação aos caminhosDevoções no jurussaca: da louvação aos caminhos
Devoções no jurussaca: da louvação aos caminhos
 
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristas
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristasMemória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristas
Memória imagética da uhe belo monte (pa) narrada por mulheres arpilleristas
 
MINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidade
MINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidadeMINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidade
MINH-HA, TRINT T. Olho mecânico, ouvido eletrônico, e a atração da autenticidade
 
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos. a experi...
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos.  a experi...Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos.  a experi...
Fernandes, josé guilherme dos santos; fernandes, daniel dos santos. a experi...
 
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...
Fernandes, daniel dos santos fernandes.em busca do desenvolvimento sustentáve...
 
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche relações interpesca
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche   relações interpescaFernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche   relações interpesca
Fernandes, daniel dos santos. do mar ao trapiche relações interpesca
 
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...
Entre trapiches, trilhas e vilas organização comunitária e práticas sustentáv...
 
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...
Saberes e práticas na afirmação identitária dos catadores de caranguejo da vi...
 
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...O mangal fica muito batido   visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
O mangal fica muito batido visão da utilização do manguezal pelo pescador e...
 
Canonautas do rio pratiquara no rasto do pusal. revista iluminuras 35
Canonautas do rio pratiquara   no rasto do pusal. revista iluminuras 35Canonautas do rio pratiquara   no rasto do pusal. revista iluminuras 35
Canonautas do rio pratiquara no rasto do pusal. revista iluminuras 35
 
Iakuruarú na trilha da terra fértil
Iakuruarú na trilha da terra fértilIakuruarú na trilha da terra fértil
Iakuruarú na trilha da terra fértil
 
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...
 Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid... Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunid...
 
Bourdieu, pierre. você disse popular
Bourdieu, pierre. você disse popularBourdieu, pierre. você disse popular
Bourdieu, pierre. você disse popular
 
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...
Conservação do ecossistema manguezal, a partir dos modos de uso pela comunida...
 

Fernandes, Daniel dos Santos. Ensaio Fotoetnográfico - Domingo no Trapichão

  • 1.
  • 2. Domingo no trapichão Sunday at the “Trapichão” Daniel dos Santos Fernandes1 Mesmo com a implantação de rodovias e a consequente inversão da entrada das cidades e distritos na Amazônia, pois, antes os rios eram entradas das comunidades e hoje as estradas vem do fundo tornando este fundo a atual frente. Os rios, agora fundos, continuam “ruas fluviais” a levarem as pessoas aos pontos de socialização, bem como, continuam auxiliando na comunicação, comércio e alimentação. Seus portos ou trapiches, estes como são mais conhecidos, continuam como pontos de encontro de tradições e histórias. Minimizando um (des)enraizamento, decorrente do avanço das novas dinâmicas sociais que veem sendo trazidas por conta da maior facilidade de interações culturais por meio das estradas, agora em chão e não mais fluviais. Mesmo que os trapiches já mostrem o início de uma degradação estrutural, decorrente da má utilização, do crescimento demográfico, da ocupação desordenada. A partir deste espaço que ainda não perdeu sua função de sociabilização é que neste ensaio fotográfico vamos falar/visualizar um domingo a beira do Rio Tocantins, no trapiche local, o Trapichão, do distrito de Vila do Carmo do Tocantins, Cametá/Pará, região do Baixo-Tocantins. Espaço de chegadas, saídas, compras, conversas, encontros, desencontros, alimentação, enfim, socializações. Sabendo que somos,“... aquele que se encontra em algum lugar e que descreve aquilo que observa ou escuta naquele momento mesmo...” (Augé, 2007, p.14). Em um lugar onde se encontram pessoas vindas de várias comunidades, instaladas nas várias ilhas fluviais, que trazem várias histórias, que se encontram com outras várias histórias dos que moram na Vila do Carmo. Apesar de correremos o risco de que, “...sempre se poderá questionar, em seguida, a qualidade da sua observação e as intenções, os preconceitos ou os outros fatores que condicionam a produção de seu texto; _________________________ 1 Doutor em Ciências Sociais – Antropologia, coordenador do Núcleo de Pesquisa das Faculdades Integradas Ipiranga. Email: dasafe@msn.com
  • 3. o fato é que toda etnologia supõe um testemunho direto de uma atualidade presente” (Augé, 2007, p.14). Este testemunho no Rio Tocantins, junto aos chamados “das ilhas”, levou-nos a perceber que o rio e seus trapiches não são apenas o que caracteriza as comunidades ribeirinhas, mas acima de tudo representa a possibilidade do contato com outros locais, outras histórias sem desvincular suas raízes. REFERÊNCIAS AUGÉ, M. 2007. Não-lugares: Introdução a uma antropologia da supermodernidade.6ª ed., Campinas, Papirus,
  • 4. 1 2
  • 5. 3 4
  • 6. 5 6
  • 7. 7 8
  • 10. 14 13