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Universidade Presbiteriana Mackenzie


O CAPITAL SOCIAL COMO FATOR NECESSÁRIO À SUSTENTABILIDADE DA
VANTAGEM COMPETITIVA E DE RECURSOS SOCIOAMBIENTAIS: UM ESTUDO
DE CASO DA EMPRESA SUZANO PAPEL E CELULOSE
Fernanda Guedes Araujo (IC) e Marta Fabiano Sambiase Lombardi (Orientadora)
Apoio: PIVIC Mackenzie/MackPesquisa


Resumo

Este estudo tem como objetivo geral identificar a relação entre capital social e a sustentabilidade da
vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais na empresa Suzano Papel e
Celulose. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, por meio de um
estudo de caso. A empresa em análise está inserida no setor de papel e celulose, e apresenta um
modelo de gestão que tenta conciliar crescimento e rentabilidade, competitividade e sustentabilidade
do negócio. A partir dos dados coletados foi possível identificar práticas, políticas e relacionamentos
construídos pela Suzano Papel e Celulose que visam à sustentabilidade dos recursos
socioambientais e da vantagem competitiva. Aderências a certificações, participação em institutos
nacionais e internacionais, relacionamentos saudáveis com os seus interessados, principalmente com
a comunidade, foram algumas das realizações da Suzano, identificadas na pesquisa e que visam a
sustentabilidade do seu negócio. A pesquisa constatou que a empresa faz uso do seu capital social
para gerar relações que objetivam a manutenção da vantagem competitiva e dos recursos
socioambientais. A comunidade, fornecedores, governo e outras empresas do mesmo setor, ou não,
constituem as relações identificadas no estudo. Ainda, essas relações apresentam características dos
recursos que garantem vantagem competitiva à empresa, segundo a Teoria dos Recursos (Barney,
1991). Elas são valiosas, raras, não imitáveis e não substituíveis.

Palavras-chave: capital social, vantagem competitiva, sustentabilidade


Abstract

This study aims to identify the relation between social capital and the sustainability of the business
competitive advantage and the social and natural resources at Suzano Papel e Celulose Company. To
achieve this goal it was held a qualitative research, of exploring nature, through a study of case. The
company under review is in the pulp and paper sector, and has a management model that tries to
conciliate growth and profitability, competitiveness and sustainability of its business. From the
collected data it was possible to identify practices, policies and relationships built by Suzano Papel e
Celulose that aims the sustainability of the social and natural resources and the competitive
advantage. Adhesions to certifications, participations in nationals and internationals institutes, healthy
relationships with its stakeholders, especially with the community, were some of the achievement of
Suzano that were identified in the research and that aims the sustainability of its business. The
research found that the company uses its social capital to create relationships that aims the
sustainability of the competitive advantage and natural and social resources. The community,
suppliers, the state and other companies from its same sector or not, constitute the relations identified
on the study. Still, those relationships have the same features that guarantee competitive advantage
to the company, according to the Theory of Resources (Barney, 1991). They are valuable, rare, non-
imitable and not substitutable.

Key-words: social capital, sustainability, competitive advantage.



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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo identificar a relação entre capital social e a manutenção da
vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais, por meio do estudo de
caso da empresa Suzano Papel e Celulose. Esta proposta de estudo é parte empírica de
uma proposta teórica sobre as dimensões do Desenvolvimento Sustentável em nível
organizacional (SAMBIASE LOMBARDI; BRITO, 2007); neste, as dimensões da
sustentabilidade organizacional traduzem-se em valores humanos, inovação, capital social.

Schmidheiny (1992 apud PUPPIM E WAISSMAN, 2002) coloca que a responsabilidade
empresarial em relação ao meio ambiente deixa de ser compulsória e passa a ser
estratégica. Segundo a BRACELPA (Associação Brasileira de Celulose e Papel), conciliar o
ganho econômico com a promoção do bem-estar social e proteção do ambiente é um
caminho que requer disposição estratégica e constância de propósitos. As empresas do
setor de papel e celulose do Brasil vêm se preocupando em manter uma gestão sustentável
e socialmente responsável de seu negócio. Unir a sustentabilidade da vantagem competitiva
com a sustentabilidade dos recursos socioambientais é o mesmo que buscar o equilíbrio das
dimensões do triple bottom line, termo proposto por Elkington (2004) para alcance do
chamado desenvolvimento sustentável; este, um conceito macroambiental que visa manter
as condições atuais e futuras quanto o uso e exploração de recursos renováveis e não
renováveis. Observa-se que, as iniciativas sustentáveis são possíveis por meio da
aproximação das empresas com a comunidade, com o governo, e com a criação de
parcerias com instituições que compartilham dos mesmos valores e crenças. Esta pesquisa
mostra, por meio de um estudo de caso, a contribuição do capital social da Suzano Papel e
Celulose para implantar e promover práticas sustentáveis em sua atividade, visando garantir
também vantagens competitivas no seu setor.

A questão de pesquisa a ser respondida é: O capital social da empresa Suzano Papel e
Celulose contribui para a sustentabilidade da vantagem competitiva empresarial e dos
recursos socioambientais? A justificativa para esta pesquisa científica se dá pela
oportunidade de estudar uma relação pouco encontrada na literatura. Esta, também
apresenta importância atual na formação das políticas das empresas, no seu
comportamento e posicionamento em relação ao mercado.

Para cumprir esta investigação foi realizado um estudo de caso na empresa Suzano Papel e
Celulose, com tipo de pesquisa exploratório-descritivo e abordagem qualitativa. Este artigo
está estruturado, a partir desta Introdução, com um Referencial Teórico, Informações do
setor de Papel e Celulose, apresentação da empresa Suzano, entrevistas realizadas com




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funcionários da Suzano e análise para se chegar a uma resposta ao problema de pesquisa,
seguido de conclusão final.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
Para que seja possível a compreensão e análise do estudo de caso da empresa Suzano
Papel e Celulose, é importante o entendimento dos conceitos Desenvolvimento Sustentável,
Capital Social e Vantagem Competitiva, e das relações existentes entre os mesmos.

2.1.   Desenvolvimento Sustentável

O termo desenvolvimento, no âmbito econômico, se difere do termo crescimento por apontar
que este último se dá acompanhado de incrementos na renda da população. Sendo assim,
“(...) muitos autores atribuem apenas os incrementos constantes no nível de renda como
condição para se chegar ao desenvolvimento, sem, no entanto, se preocupar como tais
incrementos são distribuídos.” (OLIVEIRA, 2002, p.38). O desenvolvimento deve ser
encarado como um processo complexo de mudanças e transformações de ordem
econômica, política e, principalmente, humana e social. Desenvolvimento nada mais é que
“o crescimento – incrementos positivos no produto e na renda – transformado para
satisfazer as mais diversificadas necessidades do ser humano, tais como: saúde, educação,
habitação, transporte, alimentação, lazer, dentre outras” (OLIVEIRA, 2002, p.40).

O conceito de Desenvolvimento Sustentável como sendo “(...) o desenvolvimento que
satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras
gerações de satisfazerem suas necessidades” (BRUNDTLAND,1991,p.5), tornou-se popular
após a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas,
1983, ao publicar em 1987 o relatório “Nosso Futuro Comum”, conhecido como o Relatório
de Brundtland. Muitas interpretações surgiram após a sua publicação, e muitos autores, por
vezes, “confundem desenvolvimento sustentável com sustentabilidade ecológica - que tem a
ver somente com a capacidade dos recursos se reproduzirem ou não se esgotarem-;”
(BARONI,1992, p.17).

2.2.   Sustentabilidade nas Organizações
Para as empresas, é importante que a sua postura em relação aos negócios considere o
seu desenvolvimento sustentável, que é diferente do crescimento sustentável. O termo
“desenvolver sustentavelmente” pode ser encarado como desenvolver economicamente
sem desconsiderar os aspectos sociais e ambientais; Claro, Claro e Amâncio (2008)
acreditam que desenvolvimento, nesse caso, é um processo de transformação que combina
crescimento econômico com mudanças sociais e culturais, reconhecendo os limites físicos
impostos pelos ecossistemas, fazendo com que as considerações ambientais sejam
incorporadas em todos os setores.



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Em relação aos colaboradores, é importante que as empresas tentem embutir o conceito de
sustentabilidade nos seus funcionários. Para Claro, Claro e Amâncio (2008), a escolaridade,
o tipo de tarefa desempenhada no trabalho, o discurso e a prática gerencial da empresa
podem afetar a interpretação individual sobre o termo sustentabilidade. Além disso, é
importante o conceito de responsabilidade social nas empresas; para tanto, Ashley et al.
(2000) afirmam que não basta somente desenvolver a comunidade e preservar o meio
ambiente, é preciso também que as empresas sejam transparentes em suas relações,
invistam no bem estar dos seus funcionários e num ambiente de trabalho saudável, dar
retorno aos acionistas, entre outras ações.

2.3.   Capital Social

Sobre o capital social, Jacobs (1965 apud NAHAPIET; GHOSHAL, 1998) esclarece que o
uso deste termo surgiu, inicialmente, em estudos sociológicos de comunidades, tendo como
destaque, a sobrevivência e o funcionamento de áreas circunvizinhas de uma cidade, hoje
podendo ser interpretadas como distritos, cidades próximas e até bairros; cujo foco era a
compreensão de redes sólidas que cruzavam relacionamentos pessoais desenvolvidos ao
longo do tempo. Nahapiet e Ghoshal (1998) notaram que o capital social desenvolvido por
meio destas relações, proporcionaria confiança, cooperação e ações coletivas, conduzindo à
sobrevivência e à empregabilidade das pessoas dessas regiões.

A cerca da importância que tem o capital social, Coleman (1988) sugere que, como outras
formas de capital, este é produtivo, fazendo ser possível o alcance de certos fins que em
sua ausência não seria possível. Para este mesmo autor (1988), o capital social é definido
pela sua função. Não é uma entidade única, mas uma variedade de diferentes entidades,
com dois elementos em comum: elas todas consistem de algum aspecto de estrutura social,
e elas facilitam certas ações dos atores - sejam pessoas ou corporações – dentro da
estrutura. Por fim, o conceito de capital social, que será usado nesse estudo, é o que aponta
que este é “a soma dos recursos atuais e potenciais incutidos, disponíveis e derivados da
rede de relações dotadas de unidades individuais e sociais”; complementando, “capital
social consiste tanto na rede como nos ativos que podem ser mobilizados através dos
relacionamentos” (BOURDIEU, 1986; BURT, 1992 apud NAHAPIET; GHOSHAL, 1998).

O capital social estabelece redes sociais que proporcionam troca de informações entre os
elementos integrantes dessa relação. Para Marteleto e Silva (2004), as redes são sistemas
compostos por "nós" e conexões entre eles que, nas ciências sociais, são representados por
sujeitos sociais, que podem ser indivíduos, grupos, organizações, etc., conectados por
algum tipo de relação. Porém, “(...) apesar de seu uso ser valorizado, o capital social não




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pode ser trocado facilmente. Amizades e obrigações não passam prontamente de uma
pessoa para outra.” (NAHAPIET; GOSHAL, 1998, p. 244).

Para que as amizades e as obrigações citadas acima sejam transmitidas, é importante a
presença de confiança no indivíduo o qual um ator se relaciona. Esta, para Hagen e Choe
(1998 apud CASELANI, 2009), são expectativas positivas em relação ao outro. Aliando este
conceito ao capital social Nahapiet e Ghoshal (1998) alega que a confiança pode ser
interpretada como um resultado alcançado por meio do capital social.

Aplicando capital social para dentro do contexto organizacional, Coleman (1988 apud
NAHAPIET; GHOSHAL, 1998) afirma que um grupo no qual exista uma grande relação de
confiança e fidelidade tem maiores condições de realizar ações do que um grupo no qual
estes elementos não estejam presentes, pois esses dois atributos podem proporcionar mais
união e segurança ao grupo; nessas circunstâncias, o capital social evolui e cria condições
para a sua melhor atuação e contribuição para a organização. No contexto organizacional,
Coleman (1993) explica que tanto pessoas como as organizações podem ser atores, estes
últimos são atores corporativos; as relações entre atores corporativos podem constituir
capital social para elas também.

2.4.   Vantagem Competitiva e o Capital Social

De acordo com Kupfer (1992), o termo competitividade pode ser conceituado em dois
âmbitos: o macroeconômico e o microeconômico. No primeiro enfoque, competitividade
aparece como a capacidade de economias nacionais de apresentarem certos resultados
econômicos, em alguns casos puramente relacionados com o comércio internacional, em
outros, mais amplos, com a elevação de nível de vida e o bem estar social (CHUDNOVSKY,
1990, p. 8 apud KUPFER, 1992, p.1). No enfoque microeconômico, alinham-se as definições
de competitividade centradas sobre a firma.          São as definições que associam
competitividade à aptidão de uma firma no projeto, produção e vendas de um determinado
produto em relação aos seus concorrentes (KUPFER, 1992, p.1).

A posição em destaque de uma empresa no mercado, devido a um fator que lhe difere de
suas concorrentes, a coloca em uma situação de vantagem competitiva. O termo vantagem
competitiva não apresenta um conceito único, estando sujeito a diversas interpretações
pelos estudiosos. Vasconcelos e Brito (2004) explicam que, apesar de quase onipresente
nos trabalhos de estratégia e áreas correlatas, o conceito de vantagem competitiva continua
sendo foco de debate na academia por não possuir uma definição aceita por consenso.

Vasconcelos e Cyrino (2000) afirmam que na concepção econômica neoclássica, a
vantagem competitiva, ou seja, resultados sólidos que se apresentam acima da média, é
considerada um epifenômeno: seja um acidente excepcional, seja uma imperfeição


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temporária do funcionamento dos mercados. Diferente desta última visão, vários estudiosos
passaram a relacionar vantagem competitiva com as estratégias realizadas pelas empresas
no seu setor. Diante das diversas teorias que relacionam a influência da estratégia
empresarial com a sua vantagem competitiva, este estudo irá apoiar-se na Teoria dos
Recursos, teorizada por Barney (1991). A escolha desta corrente se deve pela sua relação
com o Capital Social e Sustentabilidade.

A Teoria dos Recursos ou Resource Based View (RBV) surgiu durante os anos 1980, e
Vasconcelos e Cyrino (2000) alegam que a proposição central dessa corrente é que a fonte
da vantagem competitiva se encontra primariamente nos recursos e nas competências
desenvolvidos e controlados pelas empresas, e secundariamente na estrutura das indústrias
nas quais elas se posicionam.

Para Helfat e Peteraf (2003), um recurso se refere a um ativo ou entrada para produção
(tangível ou intangível) que uma organização possui, controla, ou tem acesso diante de uma
base semi-permanente. Na Teoria dos Recursos, a vantagem competitiva está na eficiência
e no melhor aproveitamento no uso desses recursos pelas empresas, de forma que lhe
proporcionem destaque no mercado. Para Barney (1991), a firma é dita ter a vantagem
competitiva quando está implementando uma estratégia de criação de valor, não
simultaneamente sendo implementada por nenhum concorrente vigente ou em potencial e
quando essas outras firmas são incapazes de duplicar os benefícios dessa estratégia.
Segundo a Teoria dos Recursos:

                       (...) o recurso de uma firma deve ter quatro atributos: (a) este deve ser valioso, no
                       sentido que ele explora oportunidades e/ ou neutraliza ameaças num ambiente de
                       uma firma, (b) este deve ser raro no âmbito da competição potencial e vigente da
                       firma. (c) este dever ser difícil de imitar, e (d) não pode haver estrategicamente
                       substitutos equivalentes para este recurso que seja valioso, mas que não seja raro
                       ou difícil de imitar (BARNEY,1991, p.105).

Quanto à sustentabilidade desta vantagem competitiva, Barney (1991) explica que para esta
última ser ou não sustentável depende da possibilidade de duplicação competitiva dos
recursos. Analisando o capital social no contexto competitivo, percebe-se que as relações
sociais da empresa podem proporcionar vantagem competitiva sustentável, afirmam
Ramachandran e Jha (2007). Estes autores (2007) alegam que a rede de contato social da
firma é parte do seu ativo valioso, raro, não imitável e não substituível, que pode contribuir
para a seu desempenho em longo prazo, ao proporcionar certas vantagens competitivas que
são sustentáveis durante um longo período de tempo.

2.5 O Capital Social e o Desenvolvimento Sustentável

Para perceber a relação que existe entre capital social e desenvolvimento sustentável, este
primeiro servindo como auxílio ou suporte para a formação do segundo, Cândido (2008)



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explica que o capital social existente em um território deve ser levado em consideração para
a realização de um efetivo desenvolvimento sustentável, na medida em que o bom êxito
desse desenvolvimento depende do envolvimento e engajamento da população local, sem a
qual ele não acontecerá. Dessa maneira, o capital social é fator relevante para a tentativa de
construção e implantação do desenvolvimento sustentável real, este partindo por iniciativa
governamental, organizacional, ou até individual.

Rattner (2010) refere-se à crescente importância e abrangência do capital social, citando
que em todos os debates travados nos últimos anos, o conceito de Capital Social tem
ocupado espaço crescente, devido à percepção de seus impactos na reformulação das
práticas de desenvolvimento. O relacionamento entre o capital social e desenvolvimento
sustentável, dois temas considerados relativamente recentes em discussões, é descrito por
Cândido (2008) da seguinte maneira:

                        Diante de tais considerações acerca do tema em análise e das diversas
                        visões expostas verifica-se a interligação existente entre a temática do
                        capital social e da sustentabilidade, uma vez que quanto maior o nível de
                        capital social numa dada localidade, região e/ou país, melhores serão os
                        índices de desenvolvimento sustentável e conseqüentemente, maior a
                        favorabilidade para existência de ações e práticas que corroborem para o
                        desenvolvimento local sustentável (CÂNDIDO, 2008, p.4).

A seguir, os procedimentos metodológicos informam como a pesquisa foi realizada pelo
método científico.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos do projeto de pesquisa contemplam: tipo da pesquisa;
método e técnicas da pesquisa; plano amostral; instrumento de coleta de dados; tratamento
e análise dos dados (TGI, 2007). Estes elementos foram elaborados de forma a cumprir a
investigação proposta, que tem por objetivo geral identificar a relação entre capital social e a
manutenção da vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais, por meio
do estudo de caso da empresa Suzano Papel e Celulose. Para tanto os seguintes objetivos
específicos foram cumpridos: (1) Levantar as políticas, estratégias e resultados da Suzano
Papel e Celulose para a manutenção de recursos socioambientais; (2) Analisar situação da
Suzano diante do setor de papel e celulose; (3) Levantar as estratégias e resultados da
Suzano Papel e Celulose para a manutenção da vantagem competitiva empresarial; (4)
Levantar as políticas, estratégias e práticas de capital social na Suzano Papel e Celulose;
(5) Analisar se as políticas e práticas de capital social da Suzano influenciam a manutenção
de recursos socioambientais e da vantagem competitiva econômica.

Este estudo propõe uma relação de dependência entre as variáveis, onde capital social da
empresa Suzano Papel e Celulose é a variável independente e sustentabilidade da



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vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais são as variáveis
dependentes. A manutenção, ao longo do tempo, das dimensões econômicas, sociais e
ecológicas proporcionaria longevidade tanto das empresas como do setor.
Fukuyama (1999) diz que uma das grandes fraquezas do conceito do constructo capital
social é a ausência de consenso em como medi-lo. Pelo lado da vantagem competitiva, Brito
e Vasconcelos (2004) apontam para a variedade de indicadores de desempenho utilizados
para medi-la; e quando se trata de mensurar recursos socioambientais, a questão se
complica ainda mais. Dessa forma, o tipo de pesquisa proposto para este projeto é o
exploratório-descritivo, que segundo Godoy (1995 apud TGI, 2007), é indicado quando se
está lidando com problemas pouco conhecidos, caracterizando a pesquisa de cunho
exploratório; além disso, por partir de uma proposta teórica (SAMBIASE LOMBARDI;
BRITO, 2007) acerca das dimensões do Desenvolvimento Sustentável no nível das
organizações, a pesquisa possui um caráter descritivo também.

Dentre os métodos de investigações, o escolhido para este projeto é o Estudo de Caso, que
“tem sido uma estratégia de pesquisa de crescente utilização nas áreas de Administração e
de Ciências Contábeis, porque trata com ambientes organizacionais delimitados e
controlados que ajudam a entender os fenômenos de uma maneira concreta e objetiva”
(TGI, 2007); a abordagem de pesquisa adotada foi a qualitativa.

A escolha da amostra pode ser facilitada, pensando-se primeiramente na unidade de
referência e no nível de análise (TGI, 2007); o nível de análise da pesquisa estará centrado
nas relações das empresas Suzano com os diversos stakeholders visando à manutenção de
sua posição competitiva e dos recursos socioambientais. Como técnica de coleta e dados,
foi adotada a pesquisa em dados secundários para conhecimento da Suzano e entrevistas
com funcionários da mesma. A etapa seguinte consistiu em selecionar o instrumento de
coleta dos dados para os dados primários, o qual foi elaborado num processo de
triangulação (ver Quadro 1) que envolveu a interligação entre teoria, objetivos da pesquisa e
questões do roteiro de entrevista semi-estruturado.




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Objetivos específicos                                     Teoria                                            Questão
                             “Devido ao agravamento de problemas sociais e ambientais por         Desde quando a Suzano
                             todo o planeta – desemprego, exclusão, poluição, exaustão de         começou a introduzir a
                             recursos naturais – e à dificuldade dos governos de solucioná-       política de sustentabilidade e
                             los, as forças da sociedade estão passando por um processo de        responsabilidade social
 Levantar as políticas,
                             reorganização. É neste contexto que as empresas sentem a             corporativa na estratégia e na
estratégias e resultados
                             pressão para adotarem uma postura socialmente responsável na         operação da empresa?
  da Suzano Papel e
                             condução dos seus negócios.” (COUTINHO; SOARES, 2002, p.1)
    Celulose para a
manutenção de recursos       Ashley et al. (2000) afirmam que não basta somente desenvolver       Como estas políticas são
   socioambientais;          a comunidade e preservar o meio ambiente, é preciso também           definidas na empresa? Você
                             que as empresas sejam transparentes em suas relações,                poderia relatar as principais
                             invistam no bem estar dos seus funcionários e num ambiente de        políticas de DS já implantadas
                             trabalho saudável, dar retorno aos acionistas, entre outras ações.   na empresa?

      Objetivos
     específicos                                          Teoria                                            Questão
                          Para Barney (1991), a firma é dita ter a vantagem competitiva           As práticas sustentáveis
Levantar as estratégias e quando está implementando uma estratégia de criação de valor,           adotadas pela Suzano, desde
  resultados da Suzano    não simultaneamente sendo implementada por nenhum                       a plantação até colheita das
 Papel e Celulose para a concorrente vigente ou em potencial e quando essas outras                árvores, bem como outros
manutenção da vantagem firmas são incapazes de duplicar os benefícios dessa estratégia.           tipos de ações, são
competitiva empresarial;                                                                          desenvolvidas por quais
                                                                                                  meios?
                             Cândido (2008) explica que o capital social existente em um          Qual o papel dos
                             território deve ser levado em consideração para a realização de      relacionamentos externos da
                             um efetivo desenvolvimento sustentável, na medida em que o           Suzano para as políticas de
                             bom êxito desse desenvolvimento depende do envolvimento e            DS e RSC?
  Levantar as políticas,     engajamento da população local, sem a qual ele não acontecerá.
estratégias e práticas de
capital social na Suzano
    Papel e Celulose;        Nahapiet e Ghoshal (1998) notaram que o capital social                Você acredita que a
                             desenvolvido por meio destas relações, proporcionaria confiança,     cooperação é importante para
                             cooperação e ações coletivas, conduzindo à sobrevivência e à         conhecimento e implantação
                             empregabilidade das pessoas dessas regiões.                          da sustentabilidade na
                                                                                                  empresa?
                             De acordo com Ramachandran e Jha (2007) a rede de contato            Você acha possível manter
                             social da firma é parte do seu ativo valioso, raro, não imitável e   vantagem competitiva e ao
                             não substituível, que pode contribuir para a seu desempenho em       mesmo tempo os recursos
                             longo prazo, ao proporcionar certas vantagens competitivas que       socioambientais por meio de
                             são sustentáveis durante um longo período de tempo.                  relacionamentos valiosos e
Analisar se as políticas e                                                                        duradouros?
práticas de capital social
da Suzano influenciam a
manutenção de recursos       Para Claro, Claro e Amâncio (2008), a escolaridade, o tipo de        Por que você, como gestor,
  socioambientais e da       tarefa desempenhada no trabalho, o discurso e a prática              acredita que é importante
 vantagem competitiva        gerencial da empresa podem afetar a interpretação individual         hoje a comunicação da
       econômica.            sobre o termo sustentabilidade.                                      Suzano com os seus
                                                                                                  principais stakeholders tratar
                                                                                                  do tema sustentabilidade e
                                                                                                  responsabilidade
                                                                                                  socioambiental de modo
                                                                                                  estratégico?

                        Quadro 1: Triangulação para elaboração do roteiro de entrevista.
                                            Fonte: AUTORES, 2011.


As entrevistas foram gravadas e transcritas para prosseguimento da análise, que se deu
pela análise de conteúdo, fundamentalmente. A seguir, é feita uma apresentação da
empresa e seu setor de atuação, seguido das análises das entrevistas.

4. ESTUDO DE CASO: SUZANO PAPEL E CELULOSE

De acordo com a BRACELPA (2010), o setor florestal brasileiro é um dos mais
desenvolvidos e competitivos do mundo.                             Detém 6,3 milhões do plantio global, e
aproximadamente um terço desta área é de florestas para a celulose e papel, sendo parte



                                                                                                                                   9
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


dela de produtores independentes integrantes de programas de parcerias florestais que
abastecem o setor. Este setor é representado principalmente pelas empresas: Suzano Papel
e Celulose, Klabin, Fibria, VCP, e entre outras, como a International Paper.

A FAE Business (2001) alega que as principais estratégias deste setor são: concentração
(fusões e aquisições, concentração produtiva, reestruturação produtiva e fechamento de
unidades); verticalização (integração da cadeia produtiva e consolidação patrimonial);
reflorestamentos; desenvolvimento de fibras; escala de produção e capacitação tecnológica.
Para que haja a produção da celulose, utiliza-se o eucalipto e o pinus, e, segundo a
Bracelpa (2010), estas são responsáveis por mais de 98% do volume produzido. Sobre a
forma de manejo, a Bracepla (2010) alega que as florestas são plantadas atendendo a
manejos sustentáveis; este reduz os impactos ambientais e promove o desenvolvimento
econômico e social das comunidades vizinhas.

Em contrapartida, mesmo que as empresas aleguem que a sua atividade é sustentável e
agride pouco ao meio ambiente, há questões ecológicas neste setor que ainda não estão
totalmente claras aos ambientalistas, como a homogeneidade das florestas. Andrade (2001
apud OLIVEIRA; WAISSMAN, 2002) alertam sobre a extensão de terra apropriada para
abastecer a indústria de papel e celulose, o elevado consumo de água para a atividade, e
sobre os impactos sobre a biodiversidade local e, ainda, sobre a fauna e flora nativas.

Segundo o site institucional da empresa Suzano Papel e Celulose, esta apresenta um
modelo de gestão que procura conciliar crescimento e rentabilidade, competitividade e
sustentabilidade do negócio. Como pilares que sustentam este modelo de gestão se
encontram: governança corporativa, responsabilidade socioambiental e inovação.
Segundo o Relatório de Sustentabilidade de 2009 (SUZANO_RS, 2009) da Suzano, esta é
considerada como a segunda maior produtora global de celulose de eucalipto e uma das
dez de celulose de mercado. Tem 86 anos, e sua gestão é focada na sustentabilidade, a
qual se reflete nas dimensões do triple bottom line:
                       Nossa gestão focada na sustentabilidade, o que significa atribuir importância às
                       dimensões econômico-financeira, social e ambiental, de forma a ampliar a
                       competitividade dos negócios, contribuindo, ao mesmo tempo, para a preservação
                       do meio ambiente e solidificando relacionamentos respeitosos com todos os nossos
                       públicos (SUZANO_RS, 2009).


5. TRATAMENTO E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

Foram realizadas duas entrevistas com funcionários da Suzano Papel e Celulose, Sr. Gestor
1, formado em Jornalismo, ocupa a função de gerente de sustentabilidade da Suzano e
trabalha há três anos e meio anos na empresa; e a Sra. Gestora 2, formada em Serviço
Social, ocupa a função de supervisora de comunicação interna e trabalha há doze anos na
empresa. Estas pessoas foram escolhidas porque eram as mais indicadas por seu


                                                                                                    10
Universidade Presbiteriana Mackenzie


conhecimento das estratégias e ações da sustentabilidade praticadas na Suzano. Não é
simples encontrar colaboradores que detém informações das dimensões econômicas,
sociais e ecológicas.

Após introdução sobre a sustentabilidade na Suzano, a análise das entrevistas foi guiada
pelos objetivos específicos, integrando propósito da pesquisa e achados empíricos.


5.1 Políticas e estratégias para a sustentabilidade na Suzano

Segundo o Sr. Gestor 1, a cultura sustentável na empresa é algo que está no seu DNA1. Isto
se deve porque seus fundadores, de origem judaica, sempre tiveram a preocupação com o
meio ambiente e com os aspectos sociais envolvidos na empresa. As estruturas da empresa
voltadas para a sustentabilidade datam de 1980, com as gerências do meio ambiente, logo
quando começou a surgir a legislação ambiental. A fábrica da Suzano Papel e Celulose,
localizada em Mucuri, foi a primeira empresa do setor de papel e celulose do hemisfério sul
a ter a certificação ISO 14000 (ver Quadro 3). Hoje a política de sustentabilidade na Suzano
é guiada pelos 38 princípios norteadores para atuação da Sustentabilidade na empresa;
estes princípios se encontram no Plano Diretor de Sustentabilidade, e estão em processo de
transformação para ações de desenvolvimento sustentável na empresa. Este plano,
implantado em 2010, tem o intuito de organizar as questões de sustentabilidade da Suzano.

Outro aspecto que contribui para que a sustentabilidade esteja no DNA da Suzano é o
próprio negócio. Como explicado pelo Sr. Gestor 1:

                         "A gente lida com recurso natural, que é a floresta plantada. Então, você planta
                         florestas e usa o solo, você depende de água, depende de condições climáticas,
                         você tem uma atuação, como você planta floresta em diversos municípios, então
                         você tem uma presença forte em vários municípios, com fazendas, tal. Então, você
                         acaba tendo uma interferência aí, nessas questões do desenvolvimento sustentável,
                         pelo próprio negócio da gente.”

Relacionando tal aspecto à teoria de desenvolvimento sustentável, pode-se afirmar que um
dos motivos pelo qual a Suzano se preocupa com a questão da sustentabilidade do seu
negócio, é que seus recursos são limitados e a sua atividade necessita de um meio
ambiente favorável. O Relatório de Brundtland (1991) deixa clara a importância que tem o
uso dos recursos limitados de modo responsável, para que, no futuro, as necessidades das
gerações sejam atendidas. Especificamente neste caso, a necessidade da Suzano é a
continuidade do seu negócio, lhe proporcionando condições de lucratividade.




 DNA: do inglês desoxirribonucleic acid (ácido desoxirribonucleico), é parte constituinte dos genes.
1

Estes últimos são informações hereditárias passadas de geração a geração (AMABIS, 2006).


                                                                                                       11
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


5.2    Definição e implantação de políticas de sustentabilidade na Suzano
A empresa apresenta em seu interior uma estrutura de comitês e subcomitês. Entre os
comitês, como o de inovação, de gestão integrada, existem os de sustentabilidade e o
comitê socioambiental. As políticas são criadas por grupos de trabalho ligados a esses
comitês e são aprovadas pelos mesmos. Os comitês contam com a participação de um ou
dois diretores da empresa, e depois de aprovar as políticas elas podem ser disseminadas
para a companhia. No caso de políticas mais estratégicas, como o plano diretor de
sustentabilidade, foi necessária a aprovação do conselho de administração da empresa,
onde estão os acionistas e conselheiros independentes da Suzano. As políticas são
executadas por toda a empresa. No caso das políticas de Responsabilidade Social
Corporativa há uma série de diretrizes; dentre as citadas pelo Sr. Gestor 1 estão: a
ambiental, de saúde e segurança. As políticas trazem diretrizes de atuação em cada área, e
vão se tornando procedimentos. Assim, a compra de terras segue critérios socioambientais
e o monitoramento de micro bacias segue as políticas da área de ambiente florestal.

As políticas de sustentabilidade são disseminadas por toda a empresa, inclusive nas salas
de reunião. Nestas, há quadros pendurados com explicações sobre as políticas de
responsabilidade social. As políticas tratam de questões internas e externas à Suzano,
focadas em responsabilidade social – valorização e justiça social; saúde e segurança para
os trabalhadores e qualidade e meio ambiente – uso de recursos e consumo consciente.
As áreas mais importantes para a criação de política de desenvolvimento sustentável na
empresa são:
                            Recursos
                    Humanos/Comunicação               Sustentabilidade           Relações Institucionais
                              Interna
                     Lida com pessoas, nessa     Permitiu a construção de um         Importante para o
                      questão de relações de     cenário que envolve políticas,   desenvolvimento das
   Contribuições    qualidade, de segurança e       tanto para questões de      políticas criadas pela área
                   integridade, que são alguns   operações como na indústria       de Sustentabilidade.
                        dos nossos valores.              e na floresta.

      Quadro 2: Contribuições das áreas para a política de desenvolvimento sustentável na empresa.
                                         Fonte: AUTORES, 2011.


Outra Política, não menos importante para o desenvolvimento sustentável, é o Código de
Conduta (SUZANO_CONDUTA, 2011). Este vale para todos os funcionários e parceiros da
empresa, como fornecedores, clientes, comunidades com a qual a empresa se relaciona;
traz questões como: repúdio à corrupção, questão de apoio partidário, e de governança.


5.3    Execução das políticas de sustentabilidade na Suzano
A Suzano possui uma gerência executiva de Sustentabilidade, que responde para o Diretor
de Unidade Florestal. Ainda, há cinco gerentes voltados ao tema, os quais quatro são os



                                                                                                              12
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gerentes socioambientais e estão espalhados nos locais onde a Suzano tem fábrica e
floresta. Ou seja, no estado de São Paulo há um em Suzano, em Embu e Limeira; em
Mucuri, na Bahia, existe outro gerente socioambiental, e abaixo dele há o gerente de meio
ambiente, o gerente responsável pela parte social e outro pela parte de responsabilidade
social; e, recentemente criou-se um gerente socioambiental responsável pelo Piauí e
Maranhão. Além dessas gerências, há também uma gerência mais corporativa, a qual o Sr.
Gestor 1 faz parte. Esta fica no escritório em São Paulo e o entrevistado cita que representa
a empresa em eventos e nas redes de desenvolvimento sustentável.
Esta gerência corporativa, também é uma gerência de Inteligência, pois ela lida com
informações da área de Sustentabilidade. As informações são colhidas e fornecidas pelas
gerências, em sua atuação, tanto em projetos ambientais e sociais, geram indicadores e
informações. Esta área gera conhecimento à diretoria, para tomada de decisões.
As gerências socioambientais atuam com projetos sociais nas comunidades, muitas vezes
em parcerias com ONGs e com consultorias, por exemplo. Um caso são os monitoramentos
de água de microbacias. Geralmente é uma consultoria que os fazem, e o técnico
acompanha o procedimento; quando acaba a consultoria, há um monitoramento pelo técnico
da Suzano, para ver como está o local e os resultados da consultoria.


5.4     Desenvolvimento de práticas sustentáveis pela Suzano, desde a plantação até
colheita das árvores.

O Sr. Gestor 1 também cita as oportunidades de troca de informações e experiências com
outras empresas em fóruns que participa em prol da sustentabilidade. Segundo o ele, muitas
certificações ocorrem por demanda dos clientes e por convites; ainda a Suzano possui
influência quanto às demais empresas, gerando seguidores para uma certificação.

                                                                                       Comentários do
      Certificação                            O que é?
                                                                                        entrevistado
                         Constitui os requisitos para os sistemas de gestão da
                        qualidade. É globalmente um padrão para prestação de           "Acho que todo
       ISO 9001          garantias para satisfazer os requisitos de qualidade e      mundo hoje em dia
                      aumentar a satisfação do cliente no relacionamento com os     tem, já virou default."
                                          clientes-fornecedores.
                     Constitui os requisitos para os sistemas de gestão ambiental,
                                                                                   "A gente é pioneiro na
      ISO 14001      tem relevância global para as organizações que tem o intuito
                                                                                         ISO 14001."
                            de operar de forma ambientalmente sustentável.
                        Certificação de um empreendimento florestal, por uma
                       organização independente, a certificadora, verificando os
         FSC                                                                                   -
                     cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais
                          que fazem parte dos Princípios e Critérios do FSC.
                         A certificação S.A 8000 é uma certificação de padrões
                     baseada em um conjunto de normas internacionais, como as
        SA8000        convenções da International Labour Organisation (ILO), da                -
                        Declaração dos Direitos Humanos e na Convenção nos
                                          Direitos das Crianças.




                                                                                                              13
VII Jornada de Iniciação Científica - 2011


                                                                                    "(...) nem todo mundo
                     A OHSAS (Occupational Health and Safety Management
                                                                                         tem, ela é bem
    OHSAS 18000       System) é uma certificação que tenta garantir a saúde,
                                                                                         interessante de
                                higiene e segurança ocupacional.
                                                                                           certificação."
                   Tem o objetivo de certificação do manejo florestal e da cadeia
                   de custódia, atendendo aos critérios e indicadores prescritos
       Cerflor      nas normas elaboradas pela ABNT e que são integradas ao                   -
                      Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e ao
                                              Inmetro.

                       Quadro 3: Certificações da Suzano Papel e Celulose.
                                         Fonte: AUTORES, 2011.



                                 Empresas               Setor
                                Vale           Mineração
                                Walmart        Supermercados
                                Natura         Cosméticos
                                Alcoa          Mineração e Metalurgia
                                Itaú         Bancário
                                Concorrentes Papel e Celulose

                    Quadro 4: Empresas que a Suzano pratica o benchmarking.
                                    Fonte: AUTORES, 2011.


Para aproximar-se de seus clientes, a Suzano tem o costumer meetings, que é uma reunião
de clientes onde são discutidos temas variados. Nestes encontros, o Sr. Gestor 1 diz que:
"Sustentabilidade acaba sempre sendo um tema forte.". O entrevistado ressalta que a área
de suprimentos dá importância para a questão da sustentabilidade com os seus
fornecedores. Hoje existe o encontro anual com fornecedores que é o Prêmio Fornecedores
Suzano. O evento, além de premiar alguns fornecedores com prêmio que podem favorecer
seu desenvolvimento, é um momento de discutir alguns assuntos, como o de
responsabilidade social, Prêmio Nacional de Qualidade, entre outros. Além dos incentivos, a
Suzano exige também a qualificação de seus fornecedores, estes são monitorados,
respondem questionários com perguntas socioambientais e projetos sociais. Existem
avaliações periódicas de seus fornecedores e programas de desenvolvimento dos mesmos.
O entrevistado ressalta a importância do governo, havendo na empresa uma área voltada
para relacionar-se com o mesmo. No entanto, o público que considera mais importante, é a
comunidade: “(..) a gente tem florestas espalhadas por várias comunidades. Tem
comunidades que ficam no meio das plantações de eucalipto. E aí, esse relacionamento é
muito feito pelas gerências socioambientais nas localidades”.
No quadro 5, estão as instituições mais importantes para a empresa, ONGs, parceiros como
o Instituto ETHOS e o Pacto Global, e consultorias.




                                                                                                            14
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               Instituição                                     Características
                                   Ins tituto que tem com o m is s ão m obilizar, s ens ibilizar e ajudar
                                      as em pres as a gerir s eus negócios de form a s ocialm ente
                                      res ponsável, tornando-as parceiras na cons trução de uma
                                                       s ociedade sus tentável e justa.
                                   A Global Com pact é um a iniciativa de política es tratégica para
                                       os negócios que s ão com prom etidos em alinhar as suas
                                     operações e estratégias com dez princípios univers alm ente
                                        aceitos nas áreas de direitos humanos , trabalho, m eio
                                                         am biente e anti-corrupção.
                                    A Nature Conservancy é a organização líder em cons ervação
                                              trabalhando ao redor do mundo para proteger
                                   ecologicam ente im portantes terras e águas para a natureza e
                                                                as pes s oas .
                                         O WWF-Bras il é uma organização não-governamental
                                      brasileira que vis a cons ervar a natureza para as s im poder
                                          conciliar a atividade hum ana com a cons ervação da
                                         biodivers idade, além de incentivar o us o racional dos
                                     recurs os naturais para o benefício da população hoje e das
                                                              gerações futuras .
                                   A CI é um a organização privada, sem fins lucrativos, dedicada
                                   à cons ervação e utilização sus tentada da biodiversidade. Vis a
                                     promover o bem -estar hum ano fortalecendo a s ociedade no
                                    cuidado responsável e sus tentável para com a natureza. A CI
                                    tem um a base s ólida de ciência, parcerias e experiências de
                                                                   cam po.
                                        O Movim ento Bras il Com petitivo bus ca contribuir para a
                                        melhoria da qualidade de vida da população brasileira,
                                        prom ovendo a com petitividade no Bras il. Para cum prir o
                                       papel de cons trutor de capital social, o MOBC sus tenta a
                                                 ética, o foco em res ultado e tranparência.

                   Quadro 5: Parceiros importantes da Suzano Papel e Celulose.
                                     Fonte: AUTORES, 2011.


5.5 Relacionamentos externos da Suzano e as políticas de DS e RSC

Sobre a importância que tem a cooperação para o conhecimento e implantação da
sustentabilidade na empresa, o Sr. Gestor 1 declara:

                         "(...) ninguém resolve os problemas de uma comunidade sozinho. A Suzano não vai
                        conseguir fazer isso sozinha. E às vezes a comunidade também, ou alguma ONG na
                        comunidade, ou uma liderança naquela comunidade não consegue fazer sozinho
                        também. Então, se entra a empresa junto com a ONG, junto com a liderança
                        comunitária, junto com o poder público, a chance de a gente conseguir reverter
                        alguma situação, ou promover o desenvolvimento sustentável de uma comunidade é
                        bem maior do que cada uma isoladamente.(...) eu acho que tem que ser feito em
                        conjunto."

Para que a empresa dê continuidade e mantenha seus contatos externos para a realização
de práticas de sustentáveis é muito importante a integridade do parceiro, revela o
entrevistado. “Tem que ser um parceiro íntegro, ético, reconhecido no mercado. A gente
sempre busca referências (...).”

A importância que tem estrategicamente a posição da Suzano como uma empresa que se
preocupa com o meio ambiente, com as questões sociais e econômicas refletem no
posicionamento dos seus clientes ao escolherem uma empresa deste setor. O entrevistado
relata que internacionalmente esta questão é muito forte, como se vê no trecho abaixo:

                        “O que a gente sabe é que alguns clientes colocam claramente que se relacionam
                        com a Suzano por conta dessa preocupação socioambiental que a gente tem,



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                       principalmente clientes europeus. Eles compram da gente pela preocupação que a
                       gente tem, pelas certificações que a gente tem. Aí, a gente vê claramente o impacto
                       positivo da sustentabilidade para o nosso negócio, principalmente na Europa. EUA,
                       bem menos. Ásia está começando agora e Brasil, alguns.”

Para o Sr. Gestor 1, além do aval da licença ambiental, é necessário também o aval da
comunidade. Apesar de não ser um aval formal, sem este, vários problemas podem surgir,
como conflitos com a comunidade.

A minimização de riscos, como o de incêndios, também é outro fator importante para que a
empresa mantenha uma relação satisfatória com a comunidade. Para a Suzano é
importante que esta seja consciente da atividade do setor. Como relata o Sr. Gestor 1:

                        "(...) acho que, quando a gente entra em uma comunidade, eu acho que não
                       interessa para uma empresa estar saudável no meio de uma comunidade que está
                       passando dificuldades. Não existe empresa saudável no meio de uma sociedade
                       doente. Então, eu acho que é interessante para a Suzano que, quando ela entre em
                       uma comunidade, que ela procure também desenvolver essa comunidade, para que
                       todo mundo cresça junto. É partilhar valor (...)”

Fazer com que a comunidade se sinta parte das mudanças ocorridas no ambiente devido à
chegada da Suzano, bem como desenvolver a mão de obra local é muito importante; este
último não só para beneficiar a Suzano, mas para beneficiar a comunidade local também.

5.6 Comunicação interna e a sustentabilidade na Suzano
A comunicação interna da Suzano está dividida em três grandes processos: presenciais,
impressos e via web, podendo este último ser interno e externo. A área de comunicação
interna faz parte da estrutura de Recursos Humanos, promovendo suporte a treinamentos,
eventos dentro das áreas entre outras funções. Para poder comunicar-se com os clientes
internos, a área tenta adaptar a linguagem e o conteúdo dos informativos, para que as
pessoas que os leem estejam satisfeitos.

Muitos dos valores da Suzano estão ligados com as questões de responsabilidade social e
sustentabilidade. As pessoas que trabalharam na empresa devem compartilhar com os
valores da mesma. Sobre isto, a Sra. Gestora 2 alega que se o funcionário não estiver
alinhado com os valores da empresa, esta nunca vai conseguir passar para fora de casa
aquilo que é."
                                        Valores da Suzano
                                      Flexibilidade e agilidade
                                       Relações de qualidade
                                     Humanismo e diversidade
                                  Responsabilidade socioambiental
                                             Liderança
                               Segurança, saúde e qualidade de vida
                                         Comprometimento
                                       Inovação e pioneirismo

                                 Quadro 6: Valores da Suzano.
                     Fonte: AUTORES, 2011 – com base no SUZANO_RS, 2009.



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5.7 Comunicação com stakeholders

A relação com os stakeholders da Suzano, segundo a Sra. Gestora 2, impacta na imagem e
na confiança que estes têm na empresa. Segundo a entrevistada, para que o investidor
escolha a Suzano é necessário se tratar do tema sustentabilidade e de responsabilidade
socioambiental em sua comunicação. Ela complementa sobre a base encontrada nos
relacionamentos da empresa com seus stakeholders; esta aborda o tema sustentabilidade:

                        "Então, se eu não tenho essa base, eu não vou ter o investidor investindo na
                        empresa, eu não vou ter fornecedores alinhados com tudo aquilo que eu prego com
                        os meus valores. (...) Na verdade, eu acho que ela abrange o relacionamento com
                        os stakeholders, a forma como você trata o seu funcionário, a forma como você lida
                        com as suas operações de forma planejada, respeitando o meio ambiente,
                        respeitando as limitações e os impactos que você vai causar no meio em que você
                        vive, desde a comunidade onde você está inserido, até o impacto no país, as
                        políticas do país, na realidade de um país."


5.8 Manutenção da vantagem competitiva e recursos socioambientais

Ao se tratar da possibilidade de manter vantagem competitiva e recursos socioambientais
por meio de relacionamentos valiosos e duradouros, o Sr. Gestor 1 afirma que é um fator de
mercado, hoje, ser sustentável é, “(...) mais do que aparecer bonito na foto.”.

Para a Sra. Gestora 2, é possível a manutenção da vantagem competitiva e dos recursos
socioambientais por meio de relacionamentos valiosos e duradouros, pois para ela um
crescimento sem a preocupação com a sustentabilidade se torna raso. "É um crescimento
sólido. Talvez um pouco menos acelerado como outros crescimentos competitivos (...). Mas
ele é sólido, tem base, e, é contínuo, eu acho.", diz a Sra. Gestora 2.

No gráfico a seguir, pode-se ver que o aumento do investimento em responsabilidade
socioambiental vem acompanhado do aumento do lucro líquido da empresa, salvo os efeitos
da crise de 2008, que atingiram o setor de papel e celulose. Não se quer dizer,
necessariamente, que o crescimento de um está ligado ao outro, porém demonstra-se que
pode ser viável ser uma empresa lucrativa e competitiva tomando decisões sustentáveis e
suprindo questões socioambientais.




Figura 1: Evolução do Lucro Líquido e do Investimento em Responsabilidade Socioambiental da Suzano.
                       Fonte: AUTORES, 2011 – com base no SUZANO_RS, 2009.



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6.      CONCLUSÃO

As empresas, nos últimos anos, ao executarem suas atividades, vêm se preocupando não
somente com os interesses de seus proprietários, com as obrigações legais com os seus
funcionários e com o governo. Elas também vêm se preocupando com a redução dos
impactos ecológicos provenientes de sua atividade, e ainda, socialmente, com a criação de
oportunidades profissionais para a comunidade.

Logo, dentro da esfera empresarial, desenvolver-se com sustentabilidade é um dos grandes
desafios impostos pelas condições ambientais, sociais e políticas nas quais as empresas
estão inseridas atualmente. É possível observar que o termo triple bottom line, que abrange
as três dimensões: econômica, social e ecológica, é uma preocupação da Suzano ao
realizar suas práticas, seu negócio e ao construir os relacionamentos com seus
interessados.

Portanto, a criação de políticas, estratégias e práticas pela Suzano, que visam à
manutenção dos recursos socioambientais, criam condições para obter longevidade no
mercado, e, ainda, para atingir seus objetivos de longo prazo.

Quando as políticas, estratégias e práticas de capital social na Suzano Papel e Celulose
foram   levantadas,    foi   possível   perceber   que   esta   preza   pela   manutenção       de
relacionamentos    saudáveis,     principalmente com     a comunidade. Ao basear               seus
relacionamentos em temas como sustentabilidade e responsabilidade social, a Suzano está
alinhando seus valores com aqueles que são relacionados à empresa, assim como está
atendendo a uma demanda de seus investidores pela sustentabilidade no negócio.

A comunidade é destacada pela Suzano, visto que sem a sua permissão, mesmo que
informal, a empresa não conseguiria êxito na execução de sua atividade, e seus objetivos
poderiam ser comprometidos. Deste modo, a Suzano estabelece uma relação de troca com
esse grupo, proporcionando-lhe oportunidades de emprego, de melhores condições de vida
e educação, enquanto que a comunidade auxilia a empresa no alcance de seus objetivos,
por meio da sua participação ativa na Suzano. Esta dinâmica possui características vistas
no capital social: cooperação, confiança e alcance de objetivos para a Suzano e para a
comunidade que sem a presença deste relacionamento não seria possível.

Além da comunidade, o grupo de fornecedores é importante para que a Suzano consiga ter
seus produtos sustentáveis desde o início da sua cadeia de produção. A ligação entre essas
empresas,   além      do interesse comercial, está baseada sobre os               princípios    de
sustentabilidade e responsabilidade social; os fornecedores devem, portanto, atender às
exigências sobre o tema. Este tipo de relacionamento possibilita negócios sustentáveis e
que contribuem para a manutenção dos recursos socioambientais.


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A Suzano também se preocupa em estabelecer relacionamentos com outras empresas no
mercado, para a troca de conhecimentos sobre a sustentabilidade de recursos
socioambientais. A possibilidade de intercâmbio de informações sobre o tema, de
experiências e de práticas é uma contribuição importante para o desenvolvimento de
estratégias,   políticas   e   procedimentos,   que   visam     à   manutenção     dos   recursos
socioambientais da Suzano.

Logo, é possível perceber que o capital social, formado pela empresa em análise, auxilia
nas suas práticas e políticas sustentáveis e viabiliza o sucesso na manutenção de recursos
socioambientais. Os relacionamentos que formam o capital social da Suzano podem lhe
fornecer vantagens competitivas econômicas. Isto é possível uma vez que a construção de
relacionamentos valiosos, não imitáveis e não substituíveis apresentam características que,
de acordo com a Teoria dos Recursos, podem fornecer à empresa uma posição de
vantagem competitiva sustentável no mercado. Conclui-se, portanto, que o papel do capital
social na Suzano Papel e Celulose pode apresentar o papel de mantenedor da vantagem
competitiva econômica e de recursos socioambientais.

Referências

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http://www.suzano.com.br/portal/main.jsp?lumPageId=402880911AA63B43011AA68A40FE168D
. Acesso: 10/02/2011.

TGI. Manual de TGI_ CCSA Universidade Mackenzie; São Paulo, 2. ed. 105 p. il.; 23 cm, 2010.

THE                   GLOBAL                COMPACT.                  Disponível                em:
http://www.unglobalcompact.org/AboutTheGC/index.html. Acesso: 21.jan.2011.

THE NATURE CONSERVANCY. Disponível em: http://www.nature.org/aboutus/?src=t5. Acesso:
20. jan. 2010.

WWF. Disponível em: http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/. Acesso: 21. Jan. 2011.

http://www.scribd.com/doc/12906958/Relatorio-Brundtland-Nosso-Futuro-Comum-Em-Portugues

VASCONCELOS, F. C.; BRITO, L. A. L.. A Heterogeneidade do Desempenho, suas Causas, e o
Conceito de Vantagem Competitiva: Proposta de uma Métrica. Revista de Administração
Contemporânea, Edição Especial: 2004.

VASCONCELOS, F. C.; CYRINO, Á. B.. VANTAGEM COMPETITIVA: os modelos teóricos atuais
e a convergência entre estratégia e teoria organizacional. São Paulo: 2000. Vol. 40. N. 4. RAE -
Revista de Administração de Empresas.


Contato: fga.guedes@gmail.com e martasl@mackenzie.br


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  • 1. Universidade Presbiteriana Mackenzie O CAPITAL SOCIAL COMO FATOR NECESSÁRIO À SUSTENTABILIDADE DA VANTAGEM COMPETITIVA E DE RECURSOS SOCIOAMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO DA EMPRESA SUZANO PAPEL E CELULOSE Fernanda Guedes Araujo (IC) e Marta Fabiano Sambiase Lombardi (Orientadora) Apoio: PIVIC Mackenzie/MackPesquisa Resumo Este estudo tem como objetivo geral identificar a relação entre capital social e a sustentabilidade da vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais na empresa Suzano Papel e Celulose. Para tanto foi realizada uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, por meio de um estudo de caso. A empresa em análise está inserida no setor de papel e celulose, e apresenta um modelo de gestão que tenta conciliar crescimento e rentabilidade, competitividade e sustentabilidade do negócio. A partir dos dados coletados foi possível identificar práticas, políticas e relacionamentos construídos pela Suzano Papel e Celulose que visam à sustentabilidade dos recursos socioambientais e da vantagem competitiva. Aderências a certificações, participação em institutos nacionais e internacionais, relacionamentos saudáveis com os seus interessados, principalmente com a comunidade, foram algumas das realizações da Suzano, identificadas na pesquisa e que visam a sustentabilidade do seu negócio. A pesquisa constatou que a empresa faz uso do seu capital social para gerar relações que objetivam a manutenção da vantagem competitiva e dos recursos socioambientais. A comunidade, fornecedores, governo e outras empresas do mesmo setor, ou não, constituem as relações identificadas no estudo. Ainda, essas relações apresentam características dos recursos que garantem vantagem competitiva à empresa, segundo a Teoria dos Recursos (Barney, 1991). Elas são valiosas, raras, não imitáveis e não substituíveis. Palavras-chave: capital social, vantagem competitiva, sustentabilidade Abstract This study aims to identify the relation between social capital and the sustainability of the business competitive advantage and the social and natural resources at Suzano Papel e Celulose Company. To achieve this goal it was held a qualitative research, of exploring nature, through a study of case. The company under review is in the pulp and paper sector, and has a management model that tries to conciliate growth and profitability, competitiveness and sustainability of its business. From the collected data it was possible to identify practices, policies and relationships built by Suzano Papel e Celulose that aims the sustainability of the social and natural resources and the competitive advantage. Adhesions to certifications, participations in nationals and internationals institutes, healthy relationships with its stakeholders, especially with the community, were some of the achievement of Suzano that were identified in the research and that aims the sustainability of its business. The research found that the company uses its social capital to create relationships that aims the sustainability of the competitive advantage and natural and social resources. The community, suppliers, the state and other companies from its same sector or not, constitute the relations identified on the study. Still, those relationships have the same features that guarantee competitive advantage to the company, according to the Theory of Resources (Barney, 1991). They are valuable, rare, non- imitable and not substitutable. Key-words: social capital, sustainability, competitive advantage. 1
  • 2. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo identificar a relação entre capital social e a manutenção da vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais, por meio do estudo de caso da empresa Suzano Papel e Celulose. Esta proposta de estudo é parte empírica de uma proposta teórica sobre as dimensões do Desenvolvimento Sustentável em nível organizacional (SAMBIASE LOMBARDI; BRITO, 2007); neste, as dimensões da sustentabilidade organizacional traduzem-se em valores humanos, inovação, capital social. Schmidheiny (1992 apud PUPPIM E WAISSMAN, 2002) coloca que a responsabilidade empresarial em relação ao meio ambiente deixa de ser compulsória e passa a ser estratégica. Segundo a BRACELPA (Associação Brasileira de Celulose e Papel), conciliar o ganho econômico com a promoção do bem-estar social e proteção do ambiente é um caminho que requer disposição estratégica e constância de propósitos. As empresas do setor de papel e celulose do Brasil vêm se preocupando em manter uma gestão sustentável e socialmente responsável de seu negócio. Unir a sustentabilidade da vantagem competitiva com a sustentabilidade dos recursos socioambientais é o mesmo que buscar o equilíbrio das dimensões do triple bottom line, termo proposto por Elkington (2004) para alcance do chamado desenvolvimento sustentável; este, um conceito macroambiental que visa manter as condições atuais e futuras quanto o uso e exploração de recursos renováveis e não renováveis. Observa-se que, as iniciativas sustentáveis são possíveis por meio da aproximação das empresas com a comunidade, com o governo, e com a criação de parcerias com instituições que compartilham dos mesmos valores e crenças. Esta pesquisa mostra, por meio de um estudo de caso, a contribuição do capital social da Suzano Papel e Celulose para implantar e promover práticas sustentáveis em sua atividade, visando garantir também vantagens competitivas no seu setor. A questão de pesquisa a ser respondida é: O capital social da empresa Suzano Papel e Celulose contribui para a sustentabilidade da vantagem competitiva empresarial e dos recursos socioambientais? A justificativa para esta pesquisa científica se dá pela oportunidade de estudar uma relação pouco encontrada na literatura. Esta, também apresenta importância atual na formação das políticas das empresas, no seu comportamento e posicionamento em relação ao mercado. Para cumprir esta investigação foi realizado um estudo de caso na empresa Suzano Papel e Celulose, com tipo de pesquisa exploratório-descritivo e abordagem qualitativa. Este artigo está estruturado, a partir desta Introdução, com um Referencial Teórico, Informações do setor de Papel e Celulose, apresentação da empresa Suzano, entrevistas realizadas com 2
  • 3. Universidade Presbiteriana Mackenzie funcionários da Suzano e análise para se chegar a uma resposta ao problema de pesquisa, seguido de conclusão final. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Para que seja possível a compreensão e análise do estudo de caso da empresa Suzano Papel e Celulose, é importante o entendimento dos conceitos Desenvolvimento Sustentável, Capital Social e Vantagem Competitiva, e das relações existentes entre os mesmos. 2.1. Desenvolvimento Sustentável O termo desenvolvimento, no âmbito econômico, se difere do termo crescimento por apontar que este último se dá acompanhado de incrementos na renda da população. Sendo assim, “(...) muitos autores atribuem apenas os incrementos constantes no nível de renda como condição para se chegar ao desenvolvimento, sem, no entanto, se preocupar como tais incrementos são distribuídos.” (OLIVEIRA, 2002, p.38). O desenvolvimento deve ser encarado como um processo complexo de mudanças e transformações de ordem econômica, política e, principalmente, humana e social. Desenvolvimento nada mais é que “o crescimento – incrementos positivos no produto e na renda – transformado para satisfazer as mais diversificadas necessidades do ser humano, tais como: saúde, educação, habitação, transporte, alimentação, lazer, dentre outras” (OLIVEIRA, 2002, p.40). O conceito de Desenvolvimento Sustentável como sendo “(...) o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades” (BRUNDTLAND,1991,p.5), tornou-se popular após a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, 1983, ao publicar em 1987 o relatório “Nosso Futuro Comum”, conhecido como o Relatório de Brundtland. Muitas interpretações surgiram após a sua publicação, e muitos autores, por vezes, “confundem desenvolvimento sustentável com sustentabilidade ecológica - que tem a ver somente com a capacidade dos recursos se reproduzirem ou não se esgotarem-;” (BARONI,1992, p.17). 2.2. Sustentabilidade nas Organizações Para as empresas, é importante que a sua postura em relação aos negócios considere o seu desenvolvimento sustentável, que é diferente do crescimento sustentável. O termo “desenvolver sustentavelmente” pode ser encarado como desenvolver economicamente sem desconsiderar os aspectos sociais e ambientais; Claro, Claro e Amâncio (2008) acreditam que desenvolvimento, nesse caso, é um processo de transformação que combina crescimento econômico com mudanças sociais e culturais, reconhecendo os limites físicos impostos pelos ecossistemas, fazendo com que as considerações ambientais sejam incorporadas em todos os setores. 3
  • 4. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 Em relação aos colaboradores, é importante que as empresas tentem embutir o conceito de sustentabilidade nos seus funcionários. Para Claro, Claro e Amâncio (2008), a escolaridade, o tipo de tarefa desempenhada no trabalho, o discurso e a prática gerencial da empresa podem afetar a interpretação individual sobre o termo sustentabilidade. Além disso, é importante o conceito de responsabilidade social nas empresas; para tanto, Ashley et al. (2000) afirmam que não basta somente desenvolver a comunidade e preservar o meio ambiente, é preciso também que as empresas sejam transparentes em suas relações, invistam no bem estar dos seus funcionários e num ambiente de trabalho saudável, dar retorno aos acionistas, entre outras ações. 2.3. Capital Social Sobre o capital social, Jacobs (1965 apud NAHAPIET; GHOSHAL, 1998) esclarece que o uso deste termo surgiu, inicialmente, em estudos sociológicos de comunidades, tendo como destaque, a sobrevivência e o funcionamento de áreas circunvizinhas de uma cidade, hoje podendo ser interpretadas como distritos, cidades próximas e até bairros; cujo foco era a compreensão de redes sólidas que cruzavam relacionamentos pessoais desenvolvidos ao longo do tempo. Nahapiet e Ghoshal (1998) notaram que o capital social desenvolvido por meio destas relações, proporcionaria confiança, cooperação e ações coletivas, conduzindo à sobrevivência e à empregabilidade das pessoas dessas regiões. A cerca da importância que tem o capital social, Coleman (1988) sugere que, como outras formas de capital, este é produtivo, fazendo ser possível o alcance de certos fins que em sua ausência não seria possível. Para este mesmo autor (1988), o capital social é definido pela sua função. Não é uma entidade única, mas uma variedade de diferentes entidades, com dois elementos em comum: elas todas consistem de algum aspecto de estrutura social, e elas facilitam certas ações dos atores - sejam pessoas ou corporações – dentro da estrutura. Por fim, o conceito de capital social, que será usado nesse estudo, é o que aponta que este é “a soma dos recursos atuais e potenciais incutidos, disponíveis e derivados da rede de relações dotadas de unidades individuais e sociais”; complementando, “capital social consiste tanto na rede como nos ativos que podem ser mobilizados através dos relacionamentos” (BOURDIEU, 1986; BURT, 1992 apud NAHAPIET; GHOSHAL, 1998). O capital social estabelece redes sociais que proporcionam troca de informações entre os elementos integrantes dessa relação. Para Marteleto e Silva (2004), as redes são sistemas compostos por "nós" e conexões entre eles que, nas ciências sociais, são representados por sujeitos sociais, que podem ser indivíduos, grupos, organizações, etc., conectados por algum tipo de relação. Porém, “(...) apesar de seu uso ser valorizado, o capital social não 4
  • 5. Universidade Presbiteriana Mackenzie pode ser trocado facilmente. Amizades e obrigações não passam prontamente de uma pessoa para outra.” (NAHAPIET; GOSHAL, 1998, p. 244). Para que as amizades e as obrigações citadas acima sejam transmitidas, é importante a presença de confiança no indivíduo o qual um ator se relaciona. Esta, para Hagen e Choe (1998 apud CASELANI, 2009), são expectativas positivas em relação ao outro. Aliando este conceito ao capital social Nahapiet e Ghoshal (1998) alega que a confiança pode ser interpretada como um resultado alcançado por meio do capital social. Aplicando capital social para dentro do contexto organizacional, Coleman (1988 apud NAHAPIET; GHOSHAL, 1998) afirma que um grupo no qual exista uma grande relação de confiança e fidelidade tem maiores condições de realizar ações do que um grupo no qual estes elementos não estejam presentes, pois esses dois atributos podem proporcionar mais união e segurança ao grupo; nessas circunstâncias, o capital social evolui e cria condições para a sua melhor atuação e contribuição para a organização. No contexto organizacional, Coleman (1993) explica que tanto pessoas como as organizações podem ser atores, estes últimos são atores corporativos; as relações entre atores corporativos podem constituir capital social para elas também. 2.4. Vantagem Competitiva e o Capital Social De acordo com Kupfer (1992), o termo competitividade pode ser conceituado em dois âmbitos: o macroeconômico e o microeconômico. No primeiro enfoque, competitividade aparece como a capacidade de economias nacionais de apresentarem certos resultados econômicos, em alguns casos puramente relacionados com o comércio internacional, em outros, mais amplos, com a elevação de nível de vida e o bem estar social (CHUDNOVSKY, 1990, p. 8 apud KUPFER, 1992, p.1). No enfoque microeconômico, alinham-se as definições de competitividade centradas sobre a firma. São as definições que associam competitividade à aptidão de uma firma no projeto, produção e vendas de um determinado produto em relação aos seus concorrentes (KUPFER, 1992, p.1). A posição em destaque de uma empresa no mercado, devido a um fator que lhe difere de suas concorrentes, a coloca em uma situação de vantagem competitiva. O termo vantagem competitiva não apresenta um conceito único, estando sujeito a diversas interpretações pelos estudiosos. Vasconcelos e Brito (2004) explicam que, apesar de quase onipresente nos trabalhos de estratégia e áreas correlatas, o conceito de vantagem competitiva continua sendo foco de debate na academia por não possuir uma definição aceita por consenso. Vasconcelos e Cyrino (2000) afirmam que na concepção econômica neoclássica, a vantagem competitiva, ou seja, resultados sólidos que se apresentam acima da média, é considerada um epifenômeno: seja um acidente excepcional, seja uma imperfeição 5
  • 6. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 temporária do funcionamento dos mercados. Diferente desta última visão, vários estudiosos passaram a relacionar vantagem competitiva com as estratégias realizadas pelas empresas no seu setor. Diante das diversas teorias que relacionam a influência da estratégia empresarial com a sua vantagem competitiva, este estudo irá apoiar-se na Teoria dos Recursos, teorizada por Barney (1991). A escolha desta corrente se deve pela sua relação com o Capital Social e Sustentabilidade. A Teoria dos Recursos ou Resource Based View (RBV) surgiu durante os anos 1980, e Vasconcelos e Cyrino (2000) alegam que a proposição central dessa corrente é que a fonte da vantagem competitiva se encontra primariamente nos recursos e nas competências desenvolvidos e controlados pelas empresas, e secundariamente na estrutura das indústrias nas quais elas se posicionam. Para Helfat e Peteraf (2003), um recurso se refere a um ativo ou entrada para produção (tangível ou intangível) que uma organização possui, controla, ou tem acesso diante de uma base semi-permanente. Na Teoria dos Recursos, a vantagem competitiva está na eficiência e no melhor aproveitamento no uso desses recursos pelas empresas, de forma que lhe proporcionem destaque no mercado. Para Barney (1991), a firma é dita ter a vantagem competitiva quando está implementando uma estratégia de criação de valor, não simultaneamente sendo implementada por nenhum concorrente vigente ou em potencial e quando essas outras firmas são incapazes de duplicar os benefícios dessa estratégia. Segundo a Teoria dos Recursos: (...) o recurso de uma firma deve ter quatro atributos: (a) este deve ser valioso, no sentido que ele explora oportunidades e/ ou neutraliza ameaças num ambiente de uma firma, (b) este deve ser raro no âmbito da competição potencial e vigente da firma. (c) este dever ser difícil de imitar, e (d) não pode haver estrategicamente substitutos equivalentes para este recurso que seja valioso, mas que não seja raro ou difícil de imitar (BARNEY,1991, p.105). Quanto à sustentabilidade desta vantagem competitiva, Barney (1991) explica que para esta última ser ou não sustentável depende da possibilidade de duplicação competitiva dos recursos. Analisando o capital social no contexto competitivo, percebe-se que as relações sociais da empresa podem proporcionar vantagem competitiva sustentável, afirmam Ramachandran e Jha (2007). Estes autores (2007) alegam que a rede de contato social da firma é parte do seu ativo valioso, raro, não imitável e não substituível, que pode contribuir para a seu desempenho em longo prazo, ao proporcionar certas vantagens competitivas que são sustentáveis durante um longo período de tempo. 2.5 O Capital Social e o Desenvolvimento Sustentável Para perceber a relação que existe entre capital social e desenvolvimento sustentável, este primeiro servindo como auxílio ou suporte para a formação do segundo, Cândido (2008) 6
  • 7. Universidade Presbiteriana Mackenzie explica que o capital social existente em um território deve ser levado em consideração para a realização de um efetivo desenvolvimento sustentável, na medida em que o bom êxito desse desenvolvimento depende do envolvimento e engajamento da população local, sem a qual ele não acontecerá. Dessa maneira, o capital social é fator relevante para a tentativa de construção e implantação do desenvolvimento sustentável real, este partindo por iniciativa governamental, organizacional, ou até individual. Rattner (2010) refere-se à crescente importância e abrangência do capital social, citando que em todos os debates travados nos últimos anos, o conceito de Capital Social tem ocupado espaço crescente, devido à percepção de seus impactos na reformulação das práticas de desenvolvimento. O relacionamento entre o capital social e desenvolvimento sustentável, dois temas considerados relativamente recentes em discussões, é descrito por Cândido (2008) da seguinte maneira: Diante de tais considerações acerca do tema em análise e das diversas visões expostas verifica-se a interligação existente entre a temática do capital social e da sustentabilidade, uma vez que quanto maior o nível de capital social numa dada localidade, região e/ou país, melhores serão os índices de desenvolvimento sustentável e conseqüentemente, maior a favorabilidade para existência de ações e práticas que corroborem para o desenvolvimento local sustentável (CÂNDIDO, 2008, p.4). A seguir, os procedimentos metodológicos informam como a pesquisa foi realizada pelo método científico. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Os procedimentos metodológicos do projeto de pesquisa contemplam: tipo da pesquisa; método e técnicas da pesquisa; plano amostral; instrumento de coleta de dados; tratamento e análise dos dados (TGI, 2007). Estes elementos foram elaborados de forma a cumprir a investigação proposta, que tem por objetivo geral identificar a relação entre capital social e a manutenção da vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais, por meio do estudo de caso da empresa Suzano Papel e Celulose. Para tanto os seguintes objetivos específicos foram cumpridos: (1) Levantar as políticas, estratégias e resultados da Suzano Papel e Celulose para a manutenção de recursos socioambientais; (2) Analisar situação da Suzano diante do setor de papel e celulose; (3) Levantar as estratégias e resultados da Suzano Papel e Celulose para a manutenção da vantagem competitiva empresarial; (4) Levantar as políticas, estratégias e práticas de capital social na Suzano Papel e Celulose; (5) Analisar se as políticas e práticas de capital social da Suzano influenciam a manutenção de recursos socioambientais e da vantagem competitiva econômica. Este estudo propõe uma relação de dependência entre as variáveis, onde capital social da empresa Suzano Papel e Celulose é a variável independente e sustentabilidade da 7
  • 8. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 vantagem competitiva empresarial e de recursos socioambientais são as variáveis dependentes. A manutenção, ao longo do tempo, das dimensões econômicas, sociais e ecológicas proporcionaria longevidade tanto das empresas como do setor. Fukuyama (1999) diz que uma das grandes fraquezas do conceito do constructo capital social é a ausência de consenso em como medi-lo. Pelo lado da vantagem competitiva, Brito e Vasconcelos (2004) apontam para a variedade de indicadores de desempenho utilizados para medi-la; e quando se trata de mensurar recursos socioambientais, a questão se complica ainda mais. Dessa forma, o tipo de pesquisa proposto para este projeto é o exploratório-descritivo, que segundo Godoy (1995 apud TGI, 2007), é indicado quando se está lidando com problemas pouco conhecidos, caracterizando a pesquisa de cunho exploratório; além disso, por partir de uma proposta teórica (SAMBIASE LOMBARDI; BRITO, 2007) acerca das dimensões do Desenvolvimento Sustentável no nível das organizações, a pesquisa possui um caráter descritivo também. Dentre os métodos de investigações, o escolhido para este projeto é o Estudo de Caso, que “tem sido uma estratégia de pesquisa de crescente utilização nas áreas de Administração e de Ciências Contábeis, porque trata com ambientes organizacionais delimitados e controlados que ajudam a entender os fenômenos de uma maneira concreta e objetiva” (TGI, 2007); a abordagem de pesquisa adotada foi a qualitativa. A escolha da amostra pode ser facilitada, pensando-se primeiramente na unidade de referência e no nível de análise (TGI, 2007); o nível de análise da pesquisa estará centrado nas relações das empresas Suzano com os diversos stakeholders visando à manutenção de sua posição competitiva e dos recursos socioambientais. Como técnica de coleta e dados, foi adotada a pesquisa em dados secundários para conhecimento da Suzano e entrevistas com funcionários da mesma. A etapa seguinte consistiu em selecionar o instrumento de coleta dos dados para os dados primários, o qual foi elaborado num processo de triangulação (ver Quadro 1) que envolveu a interligação entre teoria, objetivos da pesquisa e questões do roteiro de entrevista semi-estruturado. 8
  • 9. Universidade Presbiteriana Mackenzie Objetivos específicos Teoria Questão “Devido ao agravamento de problemas sociais e ambientais por Desde quando a Suzano todo o planeta – desemprego, exclusão, poluição, exaustão de começou a introduzir a recursos naturais – e à dificuldade dos governos de solucioná- política de sustentabilidade e los, as forças da sociedade estão passando por um processo de responsabilidade social Levantar as políticas, reorganização. É neste contexto que as empresas sentem a corporativa na estratégia e na estratégias e resultados pressão para adotarem uma postura socialmente responsável na operação da empresa? da Suzano Papel e condução dos seus negócios.” (COUTINHO; SOARES, 2002, p.1) Celulose para a manutenção de recursos Ashley et al. (2000) afirmam que não basta somente desenvolver Como estas políticas são socioambientais; a comunidade e preservar o meio ambiente, é preciso também definidas na empresa? Você que as empresas sejam transparentes em suas relações, poderia relatar as principais invistam no bem estar dos seus funcionários e num ambiente de políticas de DS já implantadas trabalho saudável, dar retorno aos acionistas, entre outras ações. na empresa? Objetivos específicos Teoria Questão Para Barney (1991), a firma é dita ter a vantagem competitiva As práticas sustentáveis Levantar as estratégias e quando está implementando uma estratégia de criação de valor, adotadas pela Suzano, desde resultados da Suzano não simultaneamente sendo implementada por nenhum a plantação até colheita das Papel e Celulose para a concorrente vigente ou em potencial e quando essas outras árvores, bem como outros manutenção da vantagem firmas são incapazes de duplicar os benefícios dessa estratégia. tipos de ações, são competitiva empresarial; desenvolvidas por quais meios? Cândido (2008) explica que o capital social existente em um Qual o papel dos território deve ser levado em consideração para a realização de relacionamentos externos da um efetivo desenvolvimento sustentável, na medida em que o Suzano para as políticas de bom êxito desse desenvolvimento depende do envolvimento e DS e RSC? Levantar as políticas, engajamento da população local, sem a qual ele não acontecerá. estratégias e práticas de capital social na Suzano Papel e Celulose; Nahapiet e Ghoshal (1998) notaram que o capital social Você acredita que a desenvolvido por meio destas relações, proporcionaria confiança, cooperação é importante para cooperação e ações coletivas, conduzindo à sobrevivência e à conhecimento e implantação empregabilidade das pessoas dessas regiões. da sustentabilidade na empresa? De acordo com Ramachandran e Jha (2007) a rede de contato Você acha possível manter social da firma é parte do seu ativo valioso, raro, não imitável e vantagem competitiva e ao não substituível, que pode contribuir para a seu desempenho em mesmo tempo os recursos longo prazo, ao proporcionar certas vantagens competitivas que socioambientais por meio de são sustentáveis durante um longo período de tempo. relacionamentos valiosos e Analisar se as políticas e duradouros? práticas de capital social da Suzano influenciam a manutenção de recursos Para Claro, Claro e Amâncio (2008), a escolaridade, o tipo de Por que você, como gestor, socioambientais e da tarefa desempenhada no trabalho, o discurso e a prática acredita que é importante vantagem competitiva gerencial da empresa podem afetar a interpretação individual hoje a comunicação da econômica. sobre o termo sustentabilidade. Suzano com os seus principais stakeholders tratar do tema sustentabilidade e responsabilidade socioambiental de modo estratégico? Quadro 1: Triangulação para elaboração do roteiro de entrevista. Fonte: AUTORES, 2011. As entrevistas foram gravadas e transcritas para prosseguimento da análise, que se deu pela análise de conteúdo, fundamentalmente. A seguir, é feita uma apresentação da empresa e seu setor de atuação, seguido das análises das entrevistas. 4. ESTUDO DE CASO: SUZANO PAPEL E CELULOSE De acordo com a BRACELPA (2010), o setor florestal brasileiro é um dos mais desenvolvidos e competitivos do mundo. Detém 6,3 milhões do plantio global, e aproximadamente um terço desta área é de florestas para a celulose e papel, sendo parte 9
  • 10. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 dela de produtores independentes integrantes de programas de parcerias florestais que abastecem o setor. Este setor é representado principalmente pelas empresas: Suzano Papel e Celulose, Klabin, Fibria, VCP, e entre outras, como a International Paper. A FAE Business (2001) alega que as principais estratégias deste setor são: concentração (fusões e aquisições, concentração produtiva, reestruturação produtiva e fechamento de unidades); verticalização (integração da cadeia produtiva e consolidação patrimonial); reflorestamentos; desenvolvimento de fibras; escala de produção e capacitação tecnológica. Para que haja a produção da celulose, utiliza-se o eucalipto e o pinus, e, segundo a Bracelpa (2010), estas são responsáveis por mais de 98% do volume produzido. Sobre a forma de manejo, a Bracepla (2010) alega que as florestas são plantadas atendendo a manejos sustentáveis; este reduz os impactos ambientais e promove o desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas. Em contrapartida, mesmo que as empresas aleguem que a sua atividade é sustentável e agride pouco ao meio ambiente, há questões ecológicas neste setor que ainda não estão totalmente claras aos ambientalistas, como a homogeneidade das florestas. Andrade (2001 apud OLIVEIRA; WAISSMAN, 2002) alertam sobre a extensão de terra apropriada para abastecer a indústria de papel e celulose, o elevado consumo de água para a atividade, e sobre os impactos sobre a biodiversidade local e, ainda, sobre a fauna e flora nativas. Segundo o site institucional da empresa Suzano Papel e Celulose, esta apresenta um modelo de gestão que procura conciliar crescimento e rentabilidade, competitividade e sustentabilidade do negócio. Como pilares que sustentam este modelo de gestão se encontram: governança corporativa, responsabilidade socioambiental e inovação. Segundo o Relatório de Sustentabilidade de 2009 (SUZANO_RS, 2009) da Suzano, esta é considerada como a segunda maior produtora global de celulose de eucalipto e uma das dez de celulose de mercado. Tem 86 anos, e sua gestão é focada na sustentabilidade, a qual se reflete nas dimensões do triple bottom line: Nossa gestão focada na sustentabilidade, o que significa atribuir importância às dimensões econômico-financeira, social e ambiental, de forma a ampliar a competitividade dos negócios, contribuindo, ao mesmo tempo, para a preservação do meio ambiente e solidificando relacionamentos respeitosos com todos os nossos públicos (SUZANO_RS, 2009). 5. TRATAMENTO E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS Foram realizadas duas entrevistas com funcionários da Suzano Papel e Celulose, Sr. Gestor 1, formado em Jornalismo, ocupa a função de gerente de sustentabilidade da Suzano e trabalha há três anos e meio anos na empresa; e a Sra. Gestora 2, formada em Serviço Social, ocupa a função de supervisora de comunicação interna e trabalha há doze anos na empresa. Estas pessoas foram escolhidas porque eram as mais indicadas por seu 10
  • 11. Universidade Presbiteriana Mackenzie conhecimento das estratégias e ações da sustentabilidade praticadas na Suzano. Não é simples encontrar colaboradores que detém informações das dimensões econômicas, sociais e ecológicas. Após introdução sobre a sustentabilidade na Suzano, a análise das entrevistas foi guiada pelos objetivos específicos, integrando propósito da pesquisa e achados empíricos. 5.1 Políticas e estratégias para a sustentabilidade na Suzano Segundo o Sr. Gestor 1, a cultura sustentável na empresa é algo que está no seu DNA1. Isto se deve porque seus fundadores, de origem judaica, sempre tiveram a preocupação com o meio ambiente e com os aspectos sociais envolvidos na empresa. As estruturas da empresa voltadas para a sustentabilidade datam de 1980, com as gerências do meio ambiente, logo quando começou a surgir a legislação ambiental. A fábrica da Suzano Papel e Celulose, localizada em Mucuri, foi a primeira empresa do setor de papel e celulose do hemisfério sul a ter a certificação ISO 14000 (ver Quadro 3). Hoje a política de sustentabilidade na Suzano é guiada pelos 38 princípios norteadores para atuação da Sustentabilidade na empresa; estes princípios se encontram no Plano Diretor de Sustentabilidade, e estão em processo de transformação para ações de desenvolvimento sustentável na empresa. Este plano, implantado em 2010, tem o intuito de organizar as questões de sustentabilidade da Suzano. Outro aspecto que contribui para que a sustentabilidade esteja no DNA da Suzano é o próprio negócio. Como explicado pelo Sr. Gestor 1: "A gente lida com recurso natural, que é a floresta plantada. Então, você planta florestas e usa o solo, você depende de água, depende de condições climáticas, você tem uma atuação, como você planta floresta em diversos municípios, então você tem uma presença forte em vários municípios, com fazendas, tal. Então, você acaba tendo uma interferência aí, nessas questões do desenvolvimento sustentável, pelo próprio negócio da gente.” Relacionando tal aspecto à teoria de desenvolvimento sustentável, pode-se afirmar que um dos motivos pelo qual a Suzano se preocupa com a questão da sustentabilidade do seu negócio, é que seus recursos são limitados e a sua atividade necessita de um meio ambiente favorável. O Relatório de Brundtland (1991) deixa clara a importância que tem o uso dos recursos limitados de modo responsável, para que, no futuro, as necessidades das gerações sejam atendidas. Especificamente neste caso, a necessidade da Suzano é a continuidade do seu negócio, lhe proporcionando condições de lucratividade. DNA: do inglês desoxirribonucleic acid (ácido desoxirribonucleico), é parte constituinte dos genes. 1 Estes últimos são informações hereditárias passadas de geração a geração (AMABIS, 2006). 11
  • 12. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 5.2 Definição e implantação de políticas de sustentabilidade na Suzano A empresa apresenta em seu interior uma estrutura de comitês e subcomitês. Entre os comitês, como o de inovação, de gestão integrada, existem os de sustentabilidade e o comitê socioambiental. As políticas são criadas por grupos de trabalho ligados a esses comitês e são aprovadas pelos mesmos. Os comitês contam com a participação de um ou dois diretores da empresa, e depois de aprovar as políticas elas podem ser disseminadas para a companhia. No caso de políticas mais estratégicas, como o plano diretor de sustentabilidade, foi necessária a aprovação do conselho de administração da empresa, onde estão os acionistas e conselheiros independentes da Suzano. As políticas são executadas por toda a empresa. No caso das políticas de Responsabilidade Social Corporativa há uma série de diretrizes; dentre as citadas pelo Sr. Gestor 1 estão: a ambiental, de saúde e segurança. As políticas trazem diretrizes de atuação em cada área, e vão se tornando procedimentos. Assim, a compra de terras segue critérios socioambientais e o monitoramento de micro bacias segue as políticas da área de ambiente florestal. As políticas de sustentabilidade são disseminadas por toda a empresa, inclusive nas salas de reunião. Nestas, há quadros pendurados com explicações sobre as políticas de responsabilidade social. As políticas tratam de questões internas e externas à Suzano, focadas em responsabilidade social – valorização e justiça social; saúde e segurança para os trabalhadores e qualidade e meio ambiente – uso de recursos e consumo consciente. As áreas mais importantes para a criação de política de desenvolvimento sustentável na empresa são: Recursos Humanos/Comunicação Sustentabilidade Relações Institucionais Interna Lida com pessoas, nessa Permitiu a construção de um Importante para o questão de relações de cenário que envolve políticas, desenvolvimento das Contribuições qualidade, de segurança e tanto para questões de políticas criadas pela área integridade, que são alguns operações como na indústria de Sustentabilidade. dos nossos valores. e na floresta. Quadro 2: Contribuições das áreas para a política de desenvolvimento sustentável na empresa. Fonte: AUTORES, 2011. Outra Política, não menos importante para o desenvolvimento sustentável, é o Código de Conduta (SUZANO_CONDUTA, 2011). Este vale para todos os funcionários e parceiros da empresa, como fornecedores, clientes, comunidades com a qual a empresa se relaciona; traz questões como: repúdio à corrupção, questão de apoio partidário, e de governança. 5.3 Execução das políticas de sustentabilidade na Suzano A Suzano possui uma gerência executiva de Sustentabilidade, que responde para o Diretor de Unidade Florestal. Ainda, há cinco gerentes voltados ao tema, os quais quatro são os 12
  • 13. Universidade Presbiteriana Mackenzie gerentes socioambientais e estão espalhados nos locais onde a Suzano tem fábrica e floresta. Ou seja, no estado de São Paulo há um em Suzano, em Embu e Limeira; em Mucuri, na Bahia, existe outro gerente socioambiental, e abaixo dele há o gerente de meio ambiente, o gerente responsável pela parte social e outro pela parte de responsabilidade social; e, recentemente criou-se um gerente socioambiental responsável pelo Piauí e Maranhão. Além dessas gerências, há também uma gerência mais corporativa, a qual o Sr. Gestor 1 faz parte. Esta fica no escritório em São Paulo e o entrevistado cita que representa a empresa em eventos e nas redes de desenvolvimento sustentável. Esta gerência corporativa, também é uma gerência de Inteligência, pois ela lida com informações da área de Sustentabilidade. As informações são colhidas e fornecidas pelas gerências, em sua atuação, tanto em projetos ambientais e sociais, geram indicadores e informações. Esta área gera conhecimento à diretoria, para tomada de decisões. As gerências socioambientais atuam com projetos sociais nas comunidades, muitas vezes em parcerias com ONGs e com consultorias, por exemplo. Um caso são os monitoramentos de água de microbacias. Geralmente é uma consultoria que os fazem, e o técnico acompanha o procedimento; quando acaba a consultoria, há um monitoramento pelo técnico da Suzano, para ver como está o local e os resultados da consultoria. 5.4 Desenvolvimento de práticas sustentáveis pela Suzano, desde a plantação até colheita das árvores. O Sr. Gestor 1 também cita as oportunidades de troca de informações e experiências com outras empresas em fóruns que participa em prol da sustentabilidade. Segundo o ele, muitas certificações ocorrem por demanda dos clientes e por convites; ainda a Suzano possui influência quanto às demais empresas, gerando seguidores para uma certificação. Comentários do Certificação O que é? entrevistado Constitui os requisitos para os sistemas de gestão da qualidade. É globalmente um padrão para prestação de "Acho que todo ISO 9001 garantias para satisfazer os requisitos de qualidade e mundo hoje em dia aumentar a satisfação do cliente no relacionamento com os tem, já virou default." clientes-fornecedores. Constitui os requisitos para os sistemas de gestão ambiental, "A gente é pioneiro na ISO 14001 tem relevância global para as organizações que tem o intuito ISO 14001." de operar de forma ambientalmente sustentável. Certificação de um empreendimento florestal, por uma organização independente, a certificadora, verificando os FSC - cumprimentos de questões ambientais, econômicas e sociais que fazem parte dos Princípios e Critérios do FSC. A certificação S.A 8000 é uma certificação de padrões baseada em um conjunto de normas internacionais, como as SA8000 convenções da International Labour Organisation (ILO), da - Declaração dos Direitos Humanos e na Convenção nos Direitos das Crianças. 13
  • 14. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 "(...) nem todo mundo A OHSAS (Occupational Health and Safety Management tem, ela é bem OHSAS 18000 System) é uma certificação que tenta garantir a saúde, interessante de higiene e segurança ocupacional. certificação." Tem o objetivo de certificação do manejo florestal e da cadeia de custódia, atendendo aos critérios e indicadores prescritos Cerflor nas normas elaboradas pela ABNT e que são integradas ao - Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade e ao Inmetro. Quadro 3: Certificações da Suzano Papel e Celulose. Fonte: AUTORES, 2011. Empresas Setor Vale Mineração Walmart Supermercados Natura Cosméticos Alcoa Mineração e Metalurgia Itaú Bancário Concorrentes Papel e Celulose Quadro 4: Empresas que a Suzano pratica o benchmarking. Fonte: AUTORES, 2011. Para aproximar-se de seus clientes, a Suzano tem o costumer meetings, que é uma reunião de clientes onde são discutidos temas variados. Nestes encontros, o Sr. Gestor 1 diz que: "Sustentabilidade acaba sempre sendo um tema forte.". O entrevistado ressalta que a área de suprimentos dá importância para a questão da sustentabilidade com os seus fornecedores. Hoje existe o encontro anual com fornecedores que é o Prêmio Fornecedores Suzano. O evento, além de premiar alguns fornecedores com prêmio que podem favorecer seu desenvolvimento, é um momento de discutir alguns assuntos, como o de responsabilidade social, Prêmio Nacional de Qualidade, entre outros. Além dos incentivos, a Suzano exige também a qualificação de seus fornecedores, estes são monitorados, respondem questionários com perguntas socioambientais e projetos sociais. Existem avaliações periódicas de seus fornecedores e programas de desenvolvimento dos mesmos. O entrevistado ressalta a importância do governo, havendo na empresa uma área voltada para relacionar-se com o mesmo. No entanto, o público que considera mais importante, é a comunidade: “(..) a gente tem florestas espalhadas por várias comunidades. Tem comunidades que ficam no meio das plantações de eucalipto. E aí, esse relacionamento é muito feito pelas gerências socioambientais nas localidades”. No quadro 5, estão as instituições mais importantes para a empresa, ONGs, parceiros como o Instituto ETHOS e o Pacto Global, e consultorias. 14
  • 15. Universidade Presbiteriana Mackenzie Instituição Características Ins tituto que tem com o m is s ão m obilizar, s ens ibilizar e ajudar as em pres as a gerir s eus negócios de form a s ocialm ente res ponsável, tornando-as parceiras na cons trução de uma s ociedade sus tentável e justa. A Global Com pact é um a iniciativa de política es tratégica para os negócios que s ão com prom etidos em alinhar as suas operações e estratégias com dez princípios univers alm ente aceitos nas áreas de direitos humanos , trabalho, m eio am biente e anti-corrupção. A Nature Conservancy é a organização líder em cons ervação trabalhando ao redor do mundo para proteger ecologicam ente im portantes terras e águas para a natureza e as pes s oas . O WWF-Bras il é uma organização não-governamental brasileira que vis a cons ervar a natureza para as s im poder conciliar a atividade hum ana com a cons ervação da biodivers idade, além de incentivar o us o racional dos recurs os naturais para o benefício da população hoje e das gerações futuras . A CI é um a organização privada, sem fins lucrativos, dedicada à cons ervação e utilização sus tentada da biodiversidade. Vis a promover o bem -estar hum ano fortalecendo a s ociedade no cuidado responsável e sus tentável para com a natureza. A CI tem um a base s ólida de ciência, parcerias e experiências de cam po. O Movim ento Bras il Com petitivo bus ca contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, prom ovendo a com petitividade no Bras il. Para cum prir o papel de cons trutor de capital social, o MOBC sus tenta a ética, o foco em res ultado e tranparência. Quadro 5: Parceiros importantes da Suzano Papel e Celulose. Fonte: AUTORES, 2011. 5.5 Relacionamentos externos da Suzano e as políticas de DS e RSC Sobre a importância que tem a cooperação para o conhecimento e implantação da sustentabilidade na empresa, o Sr. Gestor 1 declara: "(...) ninguém resolve os problemas de uma comunidade sozinho. A Suzano não vai conseguir fazer isso sozinha. E às vezes a comunidade também, ou alguma ONG na comunidade, ou uma liderança naquela comunidade não consegue fazer sozinho também. Então, se entra a empresa junto com a ONG, junto com a liderança comunitária, junto com o poder público, a chance de a gente conseguir reverter alguma situação, ou promover o desenvolvimento sustentável de uma comunidade é bem maior do que cada uma isoladamente.(...) eu acho que tem que ser feito em conjunto." Para que a empresa dê continuidade e mantenha seus contatos externos para a realização de práticas de sustentáveis é muito importante a integridade do parceiro, revela o entrevistado. “Tem que ser um parceiro íntegro, ético, reconhecido no mercado. A gente sempre busca referências (...).” A importância que tem estrategicamente a posição da Suzano como uma empresa que se preocupa com o meio ambiente, com as questões sociais e econômicas refletem no posicionamento dos seus clientes ao escolherem uma empresa deste setor. O entrevistado relata que internacionalmente esta questão é muito forte, como se vê no trecho abaixo: “O que a gente sabe é que alguns clientes colocam claramente que se relacionam com a Suzano por conta dessa preocupação socioambiental que a gente tem, 15
  • 16. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 principalmente clientes europeus. Eles compram da gente pela preocupação que a gente tem, pelas certificações que a gente tem. Aí, a gente vê claramente o impacto positivo da sustentabilidade para o nosso negócio, principalmente na Europa. EUA, bem menos. Ásia está começando agora e Brasil, alguns.” Para o Sr. Gestor 1, além do aval da licença ambiental, é necessário também o aval da comunidade. Apesar de não ser um aval formal, sem este, vários problemas podem surgir, como conflitos com a comunidade. A minimização de riscos, como o de incêndios, também é outro fator importante para que a empresa mantenha uma relação satisfatória com a comunidade. Para a Suzano é importante que esta seja consciente da atividade do setor. Como relata o Sr. Gestor 1: "(...) acho que, quando a gente entra em uma comunidade, eu acho que não interessa para uma empresa estar saudável no meio de uma comunidade que está passando dificuldades. Não existe empresa saudável no meio de uma sociedade doente. Então, eu acho que é interessante para a Suzano que, quando ela entre em uma comunidade, que ela procure também desenvolver essa comunidade, para que todo mundo cresça junto. É partilhar valor (...)” Fazer com que a comunidade se sinta parte das mudanças ocorridas no ambiente devido à chegada da Suzano, bem como desenvolver a mão de obra local é muito importante; este último não só para beneficiar a Suzano, mas para beneficiar a comunidade local também. 5.6 Comunicação interna e a sustentabilidade na Suzano A comunicação interna da Suzano está dividida em três grandes processos: presenciais, impressos e via web, podendo este último ser interno e externo. A área de comunicação interna faz parte da estrutura de Recursos Humanos, promovendo suporte a treinamentos, eventos dentro das áreas entre outras funções. Para poder comunicar-se com os clientes internos, a área tenta adaptar a linguagem e o conteúdo dos informativos, para que as pessoas que os leem estejam satisfeitos. Muitos dos valores da Suzano estão ligados com as questões de responsabilidade social e sustentabilidade. As pessoas que trabalharam na empresa devem compartilhar com os valores da mesma. Sobre isto, a Sra. Gestora 2 alega que se o funcionário não estiver alinhado com os valores da empresa, esta nunca vai conseguir passar para fora de casa aquilo que é." Valores da Suzano Flexibilidade e agilidade Relações de qualidade Humanismo e diversidade Responsabilidade socioambiental Liderança Segurança, saúde e qualidade de vida Comprometimento Inovação e pioneirismo Quadro 6: Valores da Suzano. Fonte: AUTORES, 2011 – com base no SUZANO_RS, 2009. 16
  • 17. Universidade Presbiteriana Mackenzie 5.7 Comunicação com stakeholders A relação com os stakeholders da Suzano, segundo a Sra. Gestora 2, impacta na imagem e na confiança que estes têm na empresa. Segundo a entrevistada, para que o investidor escolha a Suzano é necessário se tratar do tema sustentabilidade e de responsabilidade socioambiental em sua comunicação. Ela complementa sobre a base encontrada nos relacionamentos da empresa com seus stakeholders; esta aborda o tema sustentabilidade: "Então, se eu não tenho essa base, eu não vou ter o investidor investindo na empresa, eu não vou ter fornecedores alinhados com tudo aquilo que eu prego com os meus valores. (...) Na verdade, eu acho que ela abrange o relacionamento com os stakeholders, a forma como você trata o seu funcionário, a forma como você lida com as suas operações de forma planejada, respeitando o meio ambiente, respeitando as limitações e os impactos que você vai causar no meio em que você vive, desde a comunidade onde você está inserido, até o impacto no país, as políticas do país, na realidade de um país." 5.8 Manutenção da vantagem competitiva e recursos socioambientais Ao se tratar da possibilidade de manter vantagem competitiva e recursos socioambientais por meio de relacionamentos valiosos e duradouros, o Sr. Gestor 1 afirma que é um fator de mercado, hoje, ser sustentável é, “(...) mais do que aparecer bonito na foto.”. Para a Sra. Gestora 2, é possível a manutenção da vantagem competitiva e dos recursos socioambientais por meio de relacionamentos valiosos e duradouros, pois para ela um crescimento sem a preocupação com a sustentabilidade se torna raso. "É um crescimento sólido. Talvez um pouco menos acelerado como outros crescimentos competitivos (...). Mas ele é sólido, tem base, e, é contínuo, eu acho.", diz a Sra. Gestora 2. No gráfico a seguir, pode-se ver que o aumento do investimento em responsabilidade socioambiental vem acompanhado do aumento do lucro líquido da empresa, salvo os efeitos da crise de 2008, que atingiram o setor de papel e celulose. Não se quer dizer, necessariamente, que o crescimento de um está ligado ao outro, porém demonstra-se que pode ser viável ser uma empresa lucrativa e competitiva tomando decisões sustentáveis e suprindo questões socioambientais. Figura 1: Evolução do Lucro Líquido e do Investimento em Responsabilidade Socioambiental da Suzano. Fonte: AUTORES, 2011 – com base no SUZANO_RS, 2009. 17
  • 18. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 6. CONCLUSÃO As empresas, nos últimos anos, ao executarem suas atividades, vêm se preocupando não somente com os interesses de seus proprietários, com as obrigações legais com os seus funcionários e com o governo. Elas também vêm se preocupando com a redução dos impactos ecológicos provenientes de sua atividade, e ainda, socialmente, com a criação de oportunidades profissionais para a comunidade. Logo, dentro da esfera empresarial, desenvolver-se com sustentabilidade é um dos grandes desafios impostos pelas condições ambientais, sociais e políticas nas quais as empresas estão inseridas atualmente. É possível observar que o termo triple bottom line, que abrange as três dimensões: econômica, social e ecológica, é uma preocupação da Suzano ao realizar suas práticas, seu negócio e ao construir os relacionamentos com seus interessados. Portanto, a criação de políticas, estratégias e práticas pela Suzano, que visam à manutenção dos recursos socioambientais, criam condições para obter longevidade no mercado, e, ainda, para atingir seus objetivos de longo prazo. Quando as políticas, estratégias e práticas de capital social na Suzano Papel e Celulose foram levantadas, foi possível perceber que esta preza pela manutenção de relacionamentos saudáveis, principalmente com a comunidade. Ao basear seus relacionamentos em temas como sustentabilidade e responsabilidade social, a Suzano está alinhando seus valores com aqueles que são relacionados à empresa, assim como está atendendo a uma demanda de seus investidores pela sustentabilidade no negócio. A comunidade é destacada pela Suzano, visto que sem a sua permissão, mesmo que informal, a empresa não conseguiria êxito na execução de sua atividade, e seus objetivos poderiam ser comprometidos. Deste modo, a Suzano estabelece uma relação de troca com esse grupo, proporcionando-lhe oportunidades de emprego, de melhores condições de vida e educação, enquanto que a comunidade auxilia a empresa no alcance de seus objetivos, por meio da sua participação ativa na Suzano. Esta dinâmica possui características vistas no capital social: cooperação, confiança e alcance de objetivos para a Suzano e para a comunidade que sem a presença deste relacionamento não seria possível. Além da comunidade, o grupo de fornecedores é importante para que a Suzano consiga ter seus produtos sustentáveis desde o início da sua cadeia de produção. A ligação entre essas empresas, além do interesse comercial, está baseada sobre os princípios de sustentabilidade e responsabilidade social; os fornecedores devem, portanto, atender às exigências sobre o tema. Este tipo de relacionamento possibilita negócios sustentáveis e que contribuem para a manutenção dos recursos socioambientais. 18
  • 19. Universidade Presbiteriana Mackenzie A Suzano também se preocupa em estabelecer relacionamentos com outras empresas no mercado, para a troca de conhecimentos sobre a sustentabilidade de recursos socioambientais. A possibilidade de intercâmbio de informações sobre o tema, de experiências e de práticas é uma contribuição importante para o desenvolvimento de estratégias, políticas e procedimentos, que visam à manutenção dos recursos socioambientais da Suzano. Logo, é possível perceber que o capital social, formado pela empresa em análise, auxilia nas suas práticas e políticas sustentáveis e viabiliza o sucesso na manutenção de recursos socioambientais. Os relacionamentos que formam o capital social da Suzano podem lhe fornecer vantagens competitivas econômicas. Isto é possível uma vez que a construção de relacionamentos valiosos, não imitáveis e não substituíveis apresentam características que, de acordo com a Teoria dos Recursos, podem fornecer à empresa uma posição de vantagem competitiva sustentável no mercado. Conclui-se, portanto, que o papel do capital social na Suzano Papel e Celulose pode apresentar o papel de mantenedor da vantagem competitiva econômica e de recursos socioambientais. Referências AMABIS, J. M.; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da Biologia Moderna. Ed. Moderna. São Paulo. 4 ed. 2006. ASHLEY, P. A. et al. Responsabilidade social corporativa e cidadania empresarial: uma análise conceitual comparativa. Anais Encontro da ANPAD, 2000. BARNEY, J.. Firm Resources and Sustained Competitive Advantage. Journal of Management; Mar 1991. BARONI, M. Ambiguidades e Deficiências do Conceito de Desenvolvimento Sustentável. RAE. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, p.14-24, 1992. p.17. BRACELPA. Disponível em: http://www.bracelpa.org.br/bra2/index.php. Acesso: 12 fev.2011 CASELANI, D.M.C.C. Confiança e desempenho organizacional: um estudo sobre a relação interorganizacional na prestação de serviço de festas infantis. 2009, 223p. Tese (Doutorado em Administração de Empresas). Programa de Pós Graduação em Administração de Empresas, Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo. CERFLOR. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor_normasBrasileiras.asp. Acesso: 21. Jan. 2010. CLARO, P. B. de O.; CLARO, D. P.; AMÂNCIO, R.. Entendendo o Conceito de Sustentabilidade nas Organizações. Revista RAUSP 2008. 19
  • 20. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011 CMMAD. Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro Comum. 2ª Edição. Editora da Fundação Getulio Vargas. Rio de Janeiro, R.J. 1991. COLEMAN, J. S. Social Capital in the Creation of Human Capital. The American Journal of Sociology, Vol. 94, 1988. Sociological and Economic Approaches to the Analysis of Social Structure. (1988). Disponível em: http://econ.tau.ac.il/papers/publicf/Zeltzer2.pdf. Acesso em: 12 abr. 2010. CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL. Disponível em: http://www.conservation.org.br/. Acesso em: 20. Jan. 2011. COUTINHO, R.B.G.; SOARES, T. D.L. v. A. Macedo. Gestão Estratégica com Responsabilidade Social: Arcabouço Analítico para Auxiliar sua Implementação em Empresas no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, v. 6, n. 3, Set./Dez. 2002. p.1. ELKINGTON, J. The triple Bottom Line: Does It All Add Up? ES_TBL_7/1 17/8/04. Disponível em http://www.johnelkington.com/TBL-elkington-chapter.pdf. Acesso: 18/10/2009. ETHOS. Disponível em: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/Default.aspx. Acesso: 24. jan.2011. FAE BUSINESS. Revista Fae Business, n.1, 2001. FSC. Forest Standarship Council Disponível em: http://www.fsc.org.br/2010. Acesso: 18 jan. 2011. HELFAT, C.E; PETERAF, M/A. The dynamic resource-based view: Capability lifecycles. Strategic Management Journal; Oct 2003; HERNANDÉZ, J. G. V.. Capital social organizacional base de La sustentabilidad organizacional para El desarrollo ambiental y econômico – El caso de lãs micro y pequeñas empresas em La explotación Del tule spp de la Laguna de Zapotlán. Revista da FAE, Curitiba, v. 8, n. 2, jul/dez 2005. ISO. Disponível em: http://www.iso.org/iso/home.html. Acesso: 21. Jan. 2011. KUPFER, D.. Padrões de Concorrência e Competitividade, 1992. Versão revisada do texto 265, IEI/UFRJ, Anais do XX Encontro Nacional da ANPEC, Campos do Jordão, SP. MARTELETO, R. M.; SILVA, A. B. de O.. Redes e capital social: o enfoque da informação para o desenvolvimento local. Ci. Inf. [online]. 2004, vol.33, n.3, pp. 41-49. MBC. Disponível em: http://www.mbc.org.br/mbc/novo/index.php?option=conteudo&Itemid=20. Acesso: 21. Jan. 2011. NAHAPIET, J. GHOSHAL, S. Social Capital, Intelectual Capital and the Organizational Advantage. Academy of Management Review, vol. 23., No. 2, p. 242-268, 1998. p. 244. OLIVEIRA, G. B.. Uma discussão sobre o conceito de desenvolvimento. Curitiba: Rev. FAE, 2002. 20
  • 21. Universidade Presbiteriana Mackenzie OLIVEIRA, J. A. P.; WAISSMAN, V.. Integrando ação e comunicação para uma estratégia de marketing ambiental: o caso Aracruz Celulose. Revista Eletrônica de Administração – Edição Especial 30 Vol. 8 No. 6, 2002. RAMACHANDRAN; JHA, R. Vitality of Social Networks in Building Lasting Organizations: A Resource-Based View. Hyderabad: 2007. Indian School of Business. PORTER, M.. Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance. 1998. RATTNER, H. Prioridade: construir o capital social. Disponível em http://www.mundodigital.unesp.br/sulamericana/materias/6prioridadeconstruirocapitalsocial- henriquerattner.pdf. Acesso: 20 de dezembro de 2010. SA. Disponível em: http://www.sa-intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.ViewPage&PageID=937. Acesso: 19. Jan. 2011. SAMBIASE LOMBARDI, M.F.; BRITO, E.Z.P. Desenvolvimento Sustentável como fator de competitividade. Anais Enanpad 2007; Rio de Janeiro; R.J. SUZANO_CONDUTA. Código de Conduta Suzano Papel e Celulose. Disponível em http://www.suzano.com.br/portal/main.jsp?lumChannelId=402880911B3199F7011B3284EB9142 88 . Acesso: 10/04/2011. SUZANO_RS. Relatório de Sustentabilidade. Disponível em http://www.suzano.com.br/portal/main.jsp?lumPageId=402880911AA63B43011AA68A40FE168D . Acesso: 10/02/2011. TGI. Manual de TGI_ CCSA Universidade Mackenzie; São Paulo, 2. ed. 105 p. il.; 23 cm, 2010. THE GLOBAL COMPACT. Disponível em: http://www.unglobalcompact.org/AboutTheGC/index.html. Acesso: 21.jan.2011. THE NATURE CONSERVANCY. Disponível em: http://www.nature.org/aboutus/?src=t5. Acesso: 20. jan. 2010. WWF. Disponível em: http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/. Acesso: 21. Jan. 2011. http://www.scribd.com/doc/12906958/Relatorio-Brundtland-Nosso-Futuro-Comum-Em-Portugues VASCONCELOS, F. C.; BRITO, L. A. L.. A Heterogeneidade do Desempenho, suas Causas, e o Conceito de Vantagem Competitiva: Proposta de uma Métrica. Revista de Administração Contemporânea, Edição Especial: 2004. VASCONCELOS, F. C.; CYRINO, Á. B.. VANTAGEM COMPETITIVA: os modelos teóricos atuais e a convergência entre estratégia e teoria organizacional. São Paulo: 2000. Vol. 40. N. 4. RAE - Revista de Administração de Empresas. Contato: fga.guedes@gmail.com e martasl@mackenzie.br 21