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INALAÇÃO DE FUMAÇA E
CONSEQUENTEMENTE
QUEIMADURAS
Enf. Paulo Garcia Vieira
INTRODUÇÃO
Os perigos de inalar fumaça de incêndio variam desde queimaduras nas vias aéreas até ao
desenvolvimento de doenças respiratórias como bronquiolite ou pneumonia. Isso porque a
presença de gases, como monóxido de carbono, e outras pequenas partículas são arrastadas
pela fumaça até aos pulmões, onde causam irritação dos tecidos e causam inflamação.
Dependendo da quantidade de fumaça que foi inalada e do tempo de exposição, a pessoa pode
evoluir de intoxicação respiratória relativamente leve até uma parada respiratória em poucos
minutos. Por esse motivo, o ideal é que sempre se fique longe de algum tipo de incêndio, não
apenas pelo perigo das chamas, assim como pela presença da fumaça. No caso de ser
necessário ficar por perto, é imprescindível que se utilize os Equipamentos de Proteção
Individual adequado.
QUEIMADURAS POR INALAÇAO DE FUMAÇA
O atendimento inicial de queimados segue a mesma sequência do atendimento a vítima de outras
formas de trauma. Considerar o grande queimado como um politraumatizado, inclusive porque,
frequentemente, existem outras lesões associadas.
A primeira preocupação da equipe é com a sua própria segurança, que se aplica a qualquer
situação, mas devendo ser reforçada ao atender vítimas de queimaduras em ambientes hostis.
Cuidado com as chamas, os gases tóxicos, a fumaça e o risco de explosões e desabamentos.
QUEIMADURAS POR INALAÇAO DE FUMAÇA
Queimaduras que envolvam vias aéreas são graves, podendo levar à obstrução das vias
superiores.
Queimaduras por vapores aquecidos podem atingir vias aéreas inferiores, enquanto as
produzidas por calor seco normalmente atingem apenas as vias aéreas superiores, porque o ar
não é bom condutor de calor. A extensão e gravidade da queimadura das vias aéreas podem ser
subestimadas na avaliação inicial, porque a obstrução das vias aéreas não se manifesta no
momento, mas se desenvolve gradualmente à medida que aumenta o edema dos tecidos
lesados. As vítimas podem necessitar de intubação endotraqueal antes que uma obstrução
severa a impeça. Por isso, é importante identificar os sinais de queimadura das vias aéreas antes
que se desenvolva a obstrução.
SINAIS DE ALERTA
● Queimaduras faciais;
● Queimadura das sobrancelhas e vibrissas nasais;
● Depósito de fuligem na orofaringe;
● Faringe avermelhada e edemaciada;
● Escarro com resíduos carbonáceos;
● História de confinamento em ambiente incendiário ou explosivo.
Além da queimadura das vias aéreas, outras lesões potencialmente graves são as causadas por
inalação de fumaça e a intoxicação por monóxido de carbono. Suspeite sempre que isso possa ter
ocorrido se há história de confinamento em ambientes incendiários, explosivos ou se a vítima
apresenta alteração do nível de consciência
SINAIS E SINTOMAS
Os sintomas variam de acordo com o grau da intoxicação, indo desde náuseas e cefaleia intensa
até confusão, inconsciência e, finalmente, óbito. A pele se apresenta em tom vermelho cereja, sinal
nem sempre presente. O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro. Ele não causa lesão
direta às vias aéreas ou ao pulmão, mas possui afinidade com a hemoglobina 200 vezes maior que
a do oxigênio. É importante saber que a oximetria de pulso nessa situação pode levar a
conclusões falsas. O oxímetro de pulso mede a porcentagem de hemoglobina saturada, mas não
diferencia a hemoglobina saturada com oxigênio da saturada com monóxido de carbono;
consequentemente, o resultado obtido deve ser encarado com reservas. Assim, o indivíduo pode
estar com uma intoxicação severa por monóxido de carbono, inconsciente, e a leitura da saturação
marcar 100% por causa da grande quantidade de carboxiemoglobina.
COMPLICAÇÕES
O grande queimado perde fluidos através das áreas queimadas, devido à formação de edema. lsso
pode levar a choque hipovolêmico (não-hemorrágico), que se desenvolve gradualmente. O quadro
de choque precoce, logo após a queimadura, normalmente se deve a outras lesões associadas
com hemorragia, levando à hipovolemia.
Os queimados graves necessitam de reposição de fluidos intravenosos, feita de acordo com o
cálculo da extensão da queimadura. Um detalhe importante é retirar anéis, pulseiras, relógios
ou quaisquer outros objetos da região atingida, porque o desenvolvimento do edema traz
risco de estrangulamento do membro e consequente isquemia.
Não se esquecer de que alterações da consciência podem ser devidas à hipóxia ou à intoxicação
por monóxido de carbono, além, é claro, de lesões associadas.
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR
1) Afastar a vítima do local enfumaçado;
2) Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas se for o caso;
3) Administrar oxigênio 100% por máscara com reservatório ;
4) Remover roupas que não estejam aderidas a seu corpo;
5) Em seguida deve-se providenciar o resfriamento da área queimada com água corrente fria de
torneira ou ducha. Nunca deve ser feito com água gelada ou outros produtos refrescantes,
como creme dental ou hidratantes. Além de promover a limpeza da ferida, removendo agentes
nocivos, a água fria é capaz de interromper a progressão do calor, limitando o aprofundamento
da lesão, se realizado nos primeiros segundos ou minutos, de aliviar a dor, mesmo se aplicado
após alguns minutos, assim como pode reduzir o edema.
ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR
Portanto o resfriamento com água corrente deve ser instituído o mais precocemente possível,
durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos, caso seja necessário. Porém deve ser
mais breve quanto mais extensa for a queimadura, devido ao risco de hipotermia, não sendo
recomendável em queimaduras superiores a 15% da superfície corporal (SC). Após o resfriamento,
a área queimada, se menor do que 5% da SC, pode ser protegida com gazes ou compressas
úmidas, em seguida coberta com manta aluminizada evitando hipotermia.
Aqui cabe a lembrança: "resfriar a queimadura mas aquecer o paciente“
Após interromper o processo de queimadura, proceder ao atendimento segundo o A-B-C-D-E.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Importância de um atendimento pré-hospitalar efetivo a adultos vítimas de queimaduras: uma revisão integrativa
Thiago Maciel Valente; Maria Flaviane Araujo do Nascimento; Francisco Raimundo Silva Júnior; João Paulo Fernandes de Souza; Camila Barros Martins; Thaís
Maciel Valente; Maria Eliane Maciel de Brito.
2. http://www.rbqueimaduras.com.br
3. Apostila Resgate Treinamentos LTDA.
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  • 1. INALAÇÃO DE FUMAÇA E CONSEQUENTEMENTE QUEIMADURAS Enf. Paulo Garcia Vieira
  • 2. INTRODUÇÃO Os perigos de inalar fumaça de incêndio variam desde queimaduras nas vias aéreas até ao desenvolvimento de doenças respiratórias como bronquiolite ou pneumonia. Isso porque a presença de gases, como monóxido de carbono, e outras pequenas partículas são arrastadas pela fumaça até aos pulmões, onde causam irritação dos tecidos e causam inflamação. Dependendo da quantidade de fumaça que foi inalada e do tempo de exposição, a pessoa pode evoluir de intoxicação respiratória relativamente leve até uma parada respiratória em poucos minutos. Por esse motivo, o ideal é que sempre se fique longe de algum tipo de incêndio, não apenas pelo perigo das chamas, assim como pela presença da fumaça. No caso de ser necessário ficar por perto, é imprescindível que se utilize os Equipamentos de Proteção Individual adequado.
  • 3. QUEIMADURAS POR INALAÇAO DE FUMAÇA O atendimento inicial de queimados segue a mesma sequência do atendimento a vítima de outras formas de trauma. Considerar o grande queimado como um politraumatizado, inclusive porque, frequentemente, existem outras lesões associadas. A primeira preocupação da equipe é com a sua própria segurança, que se aplica a qualquer situação, mas devendo ser reforçada ao atender vítimas de queimaduras em ambientes hostis. Cuidado com as chamas, os gases tóxicos, a fumaça e o risco de explosões e desabamentos.
  • 4. QUEIMADURAS POR INALAÇAO DE FUMAÇA Queimaduras que envolvam vias aéreas são graves, podendo levar à obstrução das vias superiores. Queimaduras por vapores aquecidos podem atingir vias aéreas inferiores, enquanto as produzidas por calor seco normalmente atingem apenas as vias aéreas superiores, porque o ar não é bom condutor de calor. A extensão e gravidade da queimadura das vias aéreas podem ser subestimadas na avaliação inicial, porque a obstrução das vias aéreas não se manifesta no momento, mas se desenvolve gradualmente à medida que aumenta o edema dos tecidos lesados. As vítimas podem necessitar de intubação endotraqueal antes que uma obstrução severa a impeça. Por isso, é importante identificar os sinais de queimadura das vias aéreas antes que se desenvolva a obstrução.
  • 5. SINAIS DE ALERTA ● Queimaduras faciais; ● Queimadura das sobrancelhas e vibrissas nasais; ● Depósito de fuligem na orofaringe; ● Faringe avermelhada e edemaciada; ● Escarro com resíduos carbonáceos; ● História de confinamento em ambiente incendiário ou explosivo. Além da queimadura das vias aéreas, outras lesões potencialmente graves são as causadas por inalação de fumaça e a intoxicação por monóxido de carbono. Suspeite sempre que isso possa ter ocorrido se há história de confinamento em ambientes incendiários, explosivos ou se a vítima apresenta alteração do nível de consciência
  • 6. SINAIS E SINTOMAS Os sintomas variam de acordo com o grau da intoxicação, indo desde náuseas e cefaleia intensa até confusão, inconsciência e, finalmente, óbito. A pele se apresenta em tom vermelho cereja, sinal nem sempre presente. O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro. Ele não causa lesão direta às vias aéreas ou ao pulmão, mas possui afinidade com a hemoglobina 200 vezes maior que a do oxigênio. É importante saber que a oximetria de pulso nessa situação pode levar a conclusões falsas. O oxímetro de pulso mede a porcentagem de hemoglobina saturada, mas não diferencia a hemoglobina saturada com oxigênio da saturada com monóxido de carbono; consequentemente, o resultado obtido deve ser encarado com reservas. Assim, o indivíduo pode estar com uma intoxicação severa por monóxido de carbono, inconsciente, e a leitura da saturação marcar 100% por causa da grande quantidade de carboxiemoglobina.
  • 7. COMPLICAÇÕES O grande queimado perde fluidos através das áreas queimadas, devido à formação de edema. lsso pode levar a choque hipovolêmico (não-hemorrágico), que se desenvolve gradualmente. O quadro de choque precoce, logo após a queimadura, normalmente se deve a outras lesões associadas com hemorragia, levando à hipovolemia. Os queimados graves necessitam de reposição de fluidos intravenosos, feita de acordo com o cálculo da extensão da queimadura. Um detalhe importante é retirar anéis, pulseiras, relógios ou quaisquer outros objetos da região atingida, porque o desenvolvimento do edema traz risco de estrangulamento do membro e consequente isquemia. Não se esquecer de que alterações da consciência podem ser devidas à hipóxia ou à intoxicação por monóxido de carbono, além, é claro, de lesões associadas.
  • 8. ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR 1) Afastar a vítima do local enfumaçado; 2) Extinguir as chamas sobre a vítima ou suas roupas se for o caso; 3) Administrar oxigênio 100% por máscara com reservatório ; 4) Remover roupas que não estejam aderidas a seu corpo; 5) Em seguida deve-se providenciar o resfriamento da área queimada com água corrente fria de torneira ou ducha. Nunca deve ser feito com água gelada ou outros produtos refrescantes, como creme dental ou hidratantes. Além de promover a limpeza da ferida, removendo agentes nocivos, a água fria é capaz de interromper a progressão do calor, limitando o aprofundamento da lesão, se realizado nos primeiros segundos ou minutos, de aliviar a dor, mesmo se aplicado após alguns minutos, assim como pode reduzir o edema.
  • 9. ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR Portanto o resfriamento com água corrente deve ser instituído o mais precocemente possível, durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos, caso seja necessário. Porém deve ser mais breve quanto mais extensa for a queimadura, devido ao risco de hipotermia, não sendo recomendável em queimaduras superiores a 15% da superfície corporal (SC). Após o resfriamento, a área queimada, se menor do que 5% da SC, pode ser protegida com gazes ou compressas úmidas, em seguida coberta com manta aluminizada evitando hipotermia. Aqui cabe a lembrança: "resfriar a queimadura mas aquecer o paciente“ Após interromper o processo de queimadura, proceder ao atendimento segundo o A-B-C-D-E.
  • 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Importância de um atendimento pré-hospitalar efetivo a adultos vítimas de queimaduras: uma revisão integrativa Thiago Maciel Valente; Maria Flaviane Araujo do Nascimento; Francisco Raimundo Silva Júnior; João Paulo Fernandes de Souza; Camila Barros Martins; Thaís Maciel Valente; Maria Eliane Maciel de Brito. 2. http://www.rbqueimaduras.com.br 3. Apostila Resgate Treinamentos LTDA.