Lorde Murchison encontra um antigo amigo no Café Paz em Paris e conta a história de seu mistério com Lady Alroy, uma mulher misteriosa que conheceu. Ele se apaixonou por ela, mas ela escondia um segredo e frequentava casas estranhas. Quando Lorde Murchison descobre a verdade, Lady Alroy morre subitamente, deixando-o devastado e sem respostas.
Um negro conhece uma mulata belíssima e gostosona em um encontro casual, num shopping, e consegue convencê-la a ir para um motel logo no primeiro encontro. Confessa a ela que tem problemas de ereção e ela o leva, no dia seguinte, a um terreiro de Umbanda.
A partir de então, o negro passa a ter alucinações com o aparecimentos de vários Orixás, culminando em seu enfrentamento com um demônio poderoso, capaz de reviver os mortos e acabar com os deuses da Umbanda e Candomblé.
Sexo e misticismo, numa história repleta de aventuras e fantasias, disponível para download gratuito em PDF.
Um negro conhece uma mulata belíssima e gostosona em um encontro casual, num shopping, e consegue convencê-la a ir para um motel logo no primeiro encontro. Confessa a ela que tem problemas de ereção e ela o leva, no dia seguinte, a um terreiro de Umbanda.
A partir de então, o negro passa a ter alucinações com o aparecimentos de vários Orixás, culminando em seu enfrentamento com um demônio poderoso, capaz de reviver os mortos e acabar com os deuses da Umbanda e Candomblé.
Sexo e misticismo, numa história repleta de aventuras e fantasias, disponível para download gratuito em PDF.
Cannie Shapiro nunca quis ser famosa. A repórter especializada em cultura pop, inteligente, mordaz e de tamanho avantajado estava perfeitamente satisfeita em escrever sobra a vida de outras pessoas nas páginas do Philadelphia Examiner. Mas no dia em que abre uma revista feminina de circulação em âmbito nacional e descobre que seu ex namorado anda escrevendo crônicas sobre as experiências sexuais que tiveram juntos, sua vida muda para sempre. Escrito com garra humor agridoce, repleto de tiradas espirituosas e surpresas emocionantes, este é a primeiro romance da autora.
Dois amigos se reencontram, um deles narra suas estranhas novidades: se apaixonara por uma mulher enigmática, cheia de mistérios. Uma aura de suspense ronda por ela que guarda um segredo.
Cannie Shapiro nunca quis ser famosa. A repórter especializada em cultura pop, inteligente, mordaz e de tamanho avantajado estava perfeitamente satisfeita em escrever sobra a vida de outras pessoas nas páginas do Philadelphia Examiner. Mas no dia em que abre uma revista feminina de circulação em âmbito nacional e descobre que seu ex namorado anda escrevendo crônicas sobre as experiências sexuais que tiveram juntos, sua vida muda para sempre. Escrito com garra humor agridoce, repleto de tiradas espirituosas e surpresas emocionantes, este é a primeiro romance da autora.
Dois amigos se reencontram, um deles narra suas estranhas novidades: se apaixonara por uma mulher enigmática, cheia de mistérios. Uma aura de suspense ronda por ela que guarda um segredo.
Uma crista de montanha plana e árida nas escarpas ocidentais da Sierra Madre, no centro do México foi o cenário de meu encontro final com Dom Juan e Dom Genaro e seus dois outros aprendizes, Pablito e Nestor. A solenidade e a importância do que lá ocorreu não deixaram dúvidas em minha mente de que os nossos aprendizados chegavam ao momento de sua conclusão, e que eu realmente via Dom Juan e Dom Genaro pela última vez. No final, nós todos nos despedimos e, depois, Pablito e eu saltamos juntos, do topo da montanha para um abismo. Antes daquele salto, Dom Juan apresentara um princípio fundamental para tudo o que me aconteceria. Segundo ele, ao saltar para o abismo eu me tomaria percepção pura, movendo-me para diante e para trás entre os dois reinos inerentes de toda a criação, o tonal e o nagual. No meu salto, a minha percepção passou por dezessete batidas elásticas entre o tonal e o nagual. Em meus movimentos em direção ao nagual, percebi que meu corpo se desintegrava. Não conseguia pensar nem sentir no sentido coerente e unificado em que costumo fazer isso, mas, não sei como, pensava e sentia. Em meus movimentos em direção ao tonal, eu atingia a unidade. Tornava-me inteiro. Minha percepção tinha coerência. Eu tinha visões de ordem. Sua força compulsiva era tão intensa, sua nitidez tão real e sua complexidade tão vasta que não consegui explicá-las satisfatoriamente para mim. Afirmar que fossem visões, sonhos vividos ou até mesmo alucinações não diz nada que esclareça a sua natureza.
Avaliação da Biblioteca Escolar 2019-2021Carla Crespo
Avaliação da Biblioteca Escolar.
Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira. Torre da Marinha. 2840-400 Seixal. Trabalho realizado no biénio de 2019-2021.
Professora bibliotecária: Maria Carla Crespo
Os números basearam-se sobretudo na Base de Dados RBE 2020-2021, havendo alguma comparação com BD anteriores (2019 e 2018).
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
Oeiras Internet Challenge ic prova nacional_28abril2021Carla Crespo
Oeiras Internet Challenge é um torneio de literacia da informação, organizado pela Biblioteca Municipal de Oeiras, em parceria com a Rede de Bibliotecas Escolares.
A Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira participou a nível nacional e passou à 2ª eliminatória.
Trabalho criativo do aluno Rodrigo Bernardo, a partir da obra homónima de B.J. Novak. A proposta insere-se no projeto "Leituras...com a biblioteca" da BE da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, Seixal.
Inspirado na obra do escritor Afonso Cruz, um seu homónimo criou uma história plena de contradições para o projeto Leituras...com a biblioteca. O trabalho é do aluno Afonso Mártires (9ºano).
Projeto "Leituras... com a biblioteca": guiões de trabalhoCarla Crespo
O documento consiste em guiões de obras diversas a serem lidas por alunos de 3º ciclo. Após a leitura, estes realizarão atividades diferenciadas a apresentar a crianças de 1º ciclo de escola parceira no âmbito do projeto da RBE "Leituras...com a biblioteca".
As atividades visam desenvolver competências expressas no Perfil do Aluno à saída da escolaridade obrigatória e no Referencial "Aprender com a Biblioteca Escolar".
Trabalho de história do aluno Rafael Neto (8º ano), da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira. O trabalho foi orientado pela professora Teresa Leitão.
No dia 14 de março comemora-se o dia do Pi. A escolha desta data deve-se ao facto de os americanos escreverem a data começando pelo mês e só depois o dia e, assim, a data de 14 de março é escrita como 3/14, sendo 3,14 o valor aproximado às centésimas para o número pi.
Este ano também se comemorou pela primeira vez o Dia Internacional da Matemática, após a sua proclamação pela UNESCO, e o dia escolhido foi o dia do Pi.
Às turmas 8ºB, 8ºC, 9ºC e 9ºD da Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira, no final do segundo período, foi lançado pela professora de matemática Violante Almeida o desafio de elaborarem um desenho ou um poema alusivo ao Pi. Os trabalhos que se seguem são dos alunos e alguns familiares que aceitaram este desafio.
Como indicar bibliografia e webgrafia?Carla Crespo
Referências bibliográficas e webgráficas segundo as Normas APA (American Psychological Association).
Guião elaborado para alunos do 3º ciclo. Exemplos práticos.
Ebook Ensinar e aprender em tempos de Covid 19Carla Crespo
Com prefácio de João Costa, Secretário de Estado da Educação, este livro compila testemunhos e reflexões sobre o ensino e a aprendizagem em contexto de pandemia COVID-19
Saúde atividades diárias. Medidas Gerais de Prevenção da COVID-19Carla Crespo
Manual com recomendações da Direção-Geral de Saúde sobre Saúde e atividades diárias. Medidas Gerais de Prevenção da COVID-19 em Estabelecimentos Escolares, vol. 3
Saúde e atividades diárias. Medidas Gerais de Prevenção da COVID-19 Carla Crespo
Manual com recomendações da Direção-Geral de Saúde sobre Medidas Gerais de Prevenção da COVID-19. Capítulo 1: "Características da doença"; Capítulo 2: "Medidas preventivas".
Primeiro volume de vários.
A escritora Isabela Figueiredo, em sessão sobre escrita criativa na Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira no dia 6 de março de 2020, identificou as categorias da narrativa com objetos simbólicos e convidou um grupo de alunos a redigir contos a partir de elementos por si selecionados.
A Biblioteca Escolar produziu este guião: "Como escrever um conto".
Netiqueta - Regras de cortesia na internetCarla Crespo
Na internet, como na vida social offline, é necessário respeitar regras de etiqueta social. A essas regras na internet (web) dá-se o nome francês de netétiquette, traduzido em português por netetiquette ou netiqueta.
Existem regras que facilitam a pesquisa e a tornam válida. Deixamos aqui um contributo, com alguns exemplos, a partir do método de pesquisa PLUS:
Planificar o trabalho,
Localizar a informação mais adequada,
Usar a informação com eficácia e com ética,
Saber autoavaliar o trabalho.
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
Egito antigo resumo - aula de história.pdfsthefanydesr
O Egito Antigo foi formado a partir da mistura de diversos povos, a população era dividida em vários clãs, que se organizavam em comunidades chamadas nomos. Estes funcionavam como se fossem pequenos Estados independentes.
Por volta de 3500 a.C., os nomos se uniram formando dois reinos: o Baixo Egito, ao Norte e o Alto Egito, ao Sul. Posteriormente, em 3200 a.C., os dois reinos foram unificados por Menés, rei do alto Egito, que tornou-se o primeiro faraó, criando a primeira dinastia que deu origem ao Estado egípcio.
Começava um longo período de esplendor da civilização egípcia, também conhecida como a era dos grandes faraós.
LIVRO MPARADIDATICO SOBRE BULLYING PARA TRABALHAR COM ALUNOS EM SALA DE AULA OU LEITURA EXTRA CLASSE, COM FOCO NUM PROBLEMA CRUCIAL E QUE ESTÁ TÃO PRESENTE NAS ESCOLAS BRASILEIRAS. OS ALUNOS PODEM LER EM SALA DE AULA. MATERIAL EXCELENTE PARA SER ADOTADO NAS ESCOLAS
Aula 3- 6º HIS - As origens da humanidade, seus deslocamentos e os processos ...
E-book Oscar Wilde, A esfinge sem segredo
1. A ESFINGE SEM SEGREDO
por Oscar Wilde
UMA ÁGUA FORTE
Achava-me numa tarde sentado no terraço do Café Paz, contemplando o fausto e a
pobreza da vida parisiense, a meditar, enquanto bebericava o meu vermute, sobre o
estranho panorama de orgulho e miséria que desfilava diante de mim, quando ouvi
alguém pronunciar o meu nome. Voltei-me e dei com os olhos em Lord Murchison. Não
nos tínhamos tornado a ver desde que estivéramos juntos no colégio, havia isto uns dez
anos, de modo que me encheu de satisfação aquele encontro e apertamos as mãos
cordialmente. Tínhamos sido grandes amigos em Oxford. Gostaria dele imensamente. Era
tão bonito, tão comunicativo, tão cavalheiresco. Costumávamos dizer dele que seria o
melhor dos sujeitos, se não falasse sempre a verdade, mas acho que, na realidade, o
admirávamos mais justamente por causa da sua franqueza. Encontrei-o muito mudado.
Parecia inquieto, perturbado e em dúvida a respeito de alguma coisa. Senti que não podia
ser o cepticismo moderno, pois Murchison era um dos conservadores mais inabaláveis e
acreditava no Pentateuco com a mesma firmeza com que acreditava na Câmara dos Pares.
De modo que conclui que havia alguma mulher naquilo e perguntei-lhe se ainda não se
havia casado.
- Não compreendo as mulheres bastante bem - respondeu.
- Meu caro Geraldo - disse -, as mulheres estão feitas para serem amadas e não para
serem compreendidas.
- Não posso amar sem ter confiança absoluta - replicou.
- Creio que há um mistério na sua vida, Geraldo - exclamei. - Conte-me isso.
- Vamos dar um passeio de carro - respondeu. - Há gente demais aqui. Esse carro
amarelo, não. Um de qualquer outra cor... aquele ali, verde escuro serve.
Dentro de poucos minutos estávamos a descer a trote o bulevar na direção da
Madalena.
- Para onde vamos? - perguntei.
- Oh! para onde você quiser! - respondeu. - Para o restaurante do Bosque.
Jantaremos ali e contar-me-á tudo a respeito da sua vida.
2. - Primeiro quero que você me conte a sua. Revele-me o seu mistério.
Tirou do bolso uma pequena carteira de marroquim com fecho de prata e entregou-
me. Abri-a. Dentro havia a fotografia de uma mulher. Era alta e esbelta e de aspecto
singular com grandes olhos misteriosos e cabelos soltos. Parecia uma clairvoyante (1) e
achava-se envolta em ricas peles.
- Qual é a sua opinião a respeito desse rosto - perguntou ele. - Inspira confiança?
Examinei o retrato atentamente. Parecia-me o rosto de alguém que guarda um
segredo, mas o que não podia dizer era se o segredo fosse bom ou mau. Aquela beleza
parecia feita de muitos mistérios reunidos, uma beleza, de fato, mais psicológica do que
plástica, e o ligeiro sorriso que lhe flutuava nos lábios era demasiado subtil para ter
realmente encanto.
- Bem - exclamou ele, impaciente - que me diz?
- É a Gioconda em vestes de luto - respondi. - Conte-me tudo quanto a ela se refere.
- Agora não; depois do jantar - disse ele e começou a conversar a respeito de outras
coisas.
Quando o empregado trouxe o nosso café e os cigarros, lembrei a Geraldo a sua
promessa. Ele levantou-se da sua cadeira, caminhou duas ou três vezes acima e abaixo na
sala e, deixando-se cair numa cadeira de braços, contou-me a seguinte história:
- Uma tarde, aí pelas cinco horas, descia eu pela Rua Bond. Havia uma terrível
aglomeração de veículos e o tráfego quase parado. Perto do passeio estava parado um
carrinho fechado, amarelo, que, por esse ou aquele motivo, atraiu a minha atenção. Ao
passar ao seu lado, vi surgir dele, a olhar para fora, o rosto que lhe mostrei ainda há
pouco. Fascinou-me imediatamente. Fiquei a noite inteira a pensar nele e o dia seguinte
também. Subi e desci várias vezes por entre aquela maldita confusão, lançando um olhar
perscrutador para dentro de todo carro, à espera do carro fechado amarelo. Mas não pude
descobrir ma belle inconnue (2) e afinal comecei a pensar que era ela apenas um sonho.
Cerca de uma semana depois, estava a jantar com Madame de Rastail. O jantar estava
marcado para as oito horas, mas às oito e meia ainda nos achávamos à espera na sala de
visitas. Por fim o criado abriu a porta e anunciou Lady Alroy. Era a mulher que eu
estivera a procurar. Entrou muito devagar, parecendo um raio de lua cercado de renda
cinzenta, e, para intenso deleite meu, pediram-me que a conduzisse à sala de jantar.
Depois de nos sentarmos, observei-lhe com a maior inocência:
«Creio que já a vi, há algum tempo, na Rua Bond, Lady Alroy».
Ela ficou muito pálida e disse-me, em voz baixa:
«Por favor, não fale tão alto. Podem ouvi-lo».
3. Senti-me desditosíssimo por ter começado tão mal e mergulhei cegamente numa
dissertação sobre peças francesas. Ela falava pouquíssimo, sempre com a mesma voz
baixa e musical, parecendo receosa de que alguém a estivesse escutando. Senti-me
apaixonadamente, estupidamente enamorado e a indefinível atmosfera de mistério que a
cercava excitava, a mais não poder, a minha curiosidade. Quando ela se retirou, logo após
o jantar, perguntei-lhe se poderia visitá-la. Hesitou um momento, olhou em redor para ver
se alguém estava perto de nós e depois disse:
«Sim; amanhã a um quarto para as cinco».
Roguei a Madame de Rastail que me desse informações a respeito dela; mas tudo
quanto pude saber é que era uma viúva, morando numa bela casa em Park Lane e, como
naquele momento um desses cientistas cacetes começasse uma dissertação a respeito de
viúvas, para exemplificar a sobrevivência dos matrimonialmente mais ajustados, despedi-
me e fui para casa.
No dia seguinte cheguei pontualmente a Park Lane, no momento exato, mas o
mordomo disse-me que Lady Alroy tinha acabado de sair. Dirigi-me ao clube, bastante
desiludido e confuso e, depois de muito refletir, escrevi-lhe uma carta, perguntando-lhe
se me seria permitido tentar a sorte em alguma outra parte. Por vários dias não recebi
resposta, mas afinal chegou-me às mãos um bilhetinho, dizendo-me que estaria ela em
casa no domingo, às quatro e com este extraordinário pós-escrito: «Por obséquio não
torne a escrever para mim aqui; explicar-lhe-ei, quando o vir». No domingo, recebeu-me
e mostrou-se perfeitamente encantadora. Mas quando me despedia, pediu-me que, se
alguma vez tivesse ocasião de escrever-lhe de novo, dirigisse a minha carta para «Sra.
Knox, aos cuidados da Biblioteca Whittaker, Rua Verde». «Há motivos - disse ela - pelos
quais não posso receber cartas em minha própria casa».
Durante toda a temporada via-a amiudadas vezes e a atmosfera de mistério sempre
se manteve em torno dela. Às vezes pensava que se achava ela em poder de algum
homem, mas parecia tão inabordável que não podia acreditar naquilo. Era realmente
difícil para eu chegar a qualquer conclusão, pois ela era como um desses estranhos
cristais que a gente vê em museus e que são, num momento, claros, e em outro, turvos.
Por fim, decidi-me a pedi-la em casamento. Senti-me doente e cansado daquele
incessante segredo que impunha a todas as minhas visitas e às poucas cartas que lhe
enviei. Escrevi-lhe para a biblioteca, perguntando-lhe se podia ver-me na segunda-feira
seguinte, às seis horas. Respondeu que sim e senti-me transportado ao sétimo céu. Estava
apaixonado por ela, a despeito do mistério, pensava então... em conseqüência dele, vejo
agora. Não; era a mulher mesma que eu amava. O mistério perturbava-me, enlouquecia-
me. Porque o acaso fez-me descobrir a pista?
- Descobriu-a então? - exclamei.
- Receio que sim - respondeu. - Julgue você por si mesmo. Quando chegou a
segunda-feira, fui almoçar com meu tio e cerca das quatro horas encontrava-me em
Marylebone Road. Meu tio, como você sabe, mora em Regent's Park. Queria alcançar
4. Piccadilly e, para atalhar, meti-me por uma enfiada de becos miseráveis. De repente
avistei à minha frente Lady Alroy, com um espesso véu e caminhando muito apressada.
Ao chegar à derradeira casa da rua, subiu os degraus, tirou do bolso uma chave, abriu a
porta e entrou. «Aqui está o mistério», disse a mim mesmo e apressei-me em examinar a
casa. Parecia uma espécie de prédio de aluguer. No degrau da porta estava caído o lenço
dela. Apanhei-o e meti-o no bolso. Depois comecei a refletir no que devia fazer. Cheguei
à conclusão de que não tinha o direito de espioná-la. Tomei um carro e segui para o clube.
Às seis horas fui visitá-la. Estava sentada num sofá, em traje de chá, um tecido prateado,
preso por uns broches de certas estranhas pedras lunares que sempre usava. Era de uma
beleza perfeita.
«Alegra-me tanto vê-lo - disse. - Não saí hoje durante o dia».
Olhei para ela, estupefato e tirando o lenço do meu bolso, entreguei-lhe.
«Deixou cair isto esta tarde, Lady Alroy, na Rua Cumnor» - disse eu, calmamente.
Ela olhou para mim, aterrorizada, mas não fez o menor gesto para pegar no lenço.
«Que estava a fazer ali?» - perguntei.
«Que direito tem o senhor de fazer-me perguntas?» - replicou.
«O direito de um homem que a ama» - respondi-lhe. - «Vim aqui para pedi-la em
casamento».
Ocultou o rosto nas mãos e desfez-se em pranto.
«Tem de responder-me» - continuei.
Ela ergueu-se e, fitando-me o rosto, disse:
«Lorde Murchison, nada tenho a dizer-lhe».
«Foi encontrar alguém» - exclamei. - «É esse o seu mistério».
Ela ficou terrivelmente pálida e disse:
«Não fui encontrar ninguém».
«Não pode dizer a verdade?» - exclamei.
«Já a disse» - replicou ela.
Eu estava a enlouquecer, alucinado. Não sei o que disse, mas foram coisas terríveis.
Por fim, saí à pressa da casa. Escreveu-me uma carta no dia seguinte. Devolvi-lhe, intacta
5. e parti para a Noruega, em companhia de Alan Colville. Um mês depois regressei e a
primeira coisa que vi no Morning Post foi a notícia da morte de Lady Alroy. Apanhara
um resfriado na Ópera e morrera, dentro de cinco dias, de congestão pulmonar. Fechei-
me em casa e não quis ver ninguém. Tinha-a amado tanto, tinha-a amado tão loucamente!
Meu Deus! Quanto amara eu aquela mulher!
- E você, foi àquela rua, àquela casa? - perguntei.
- Sim - respondeu.
- Um dia, fui à Rua Cumnor. Não podia deixar de fazê-lo. Vivia torturado pela
dúvida. Bati à porta e uma mulher de aspecto respeitável abriu-a para mim. Perguntei-lhe
se havia quartos para alugar.
«Bem, meu senhor - respondeu ela - as salas podem ser alugadas, mas há três meses
que não tenho visto a senhora e como os alugueres estão-se a acumular, o senhor poderá
alugá-las».
«É esta a senhora?» - perguntei, mostrando-lhe a fotografia.
«É ela, sim, com toda certeza» - exclamou a mulher. - «E quando estará de volta,
meu senhor?»
«Morreu» - respondi.
«Oh! meu senhor, não diga!» - disse a mulher. - «Era a minha melhor inquilina.
Pagava-me três guinéus por semana simplesmente para vir sentar-se nesta minha sala de
vez em quando».
«Encontrava-se com alguém aqui?» - perguntei, mas a mulher garantiu-me que tal
não ocorria, que ela sempre vinha sozinha e não via ninguém.
«Mas afinal que fazia ela aqui?» - exclamei.
«Ficava simplesmente sentada na sala, meu senhor, lendo livros e às vezes tomava
chá» - respondeu a mulher.
Não sabia o que dizer, de modo que lhe dei um soberano e saí. Agora, que pensa
que significava tudo aquilo? Não acredita que a mulher estivesse a dizer a verdade?
- Acredito.
- Então por que ia Lady Alroy ali?
- Meu caro Geraldo - respondi - Lady Alroy era simplesmente uma mulher com a
mania do mistério. Alugava aqueles quartos somente pelo prazer de ir ali, de véu descido
6. e imaginando ser uma heroína. Tinha paixão pelo segredo, mas não passava de uma
simples esfinge sem segredo.
- Estou convencido disto - repliquei.
Lorde Murchison tirou do bolso a carteira de marroquim, abriu-a e olhou a
fotografia.
Quem sabe? - disse afinal.
8. Versão para Acrobat Reader por
Marcelo C. Barbão
Abril de 2002
Permitida a distribuição
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