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O DESPERTADOR nasceu em junho de 2015.
Um objetivo comum dos primos Tatá e Daniel Vianna.
Um projeto ainda pequeno, no formato de blog, mas que possui um propósito
maior, complexo e ambicioso na nossa visão: incentivar a reflexão, utilizando-
se de artigos, contos e imagens que apresentem perspectivas diferentes
daquelas estabelecidas pelo senso comum. Queremos estimular a busca pelo
autoconhecimento, pelo senso crítico e construtivo e - mais importante –
ajudar a promover a transformação pessoal de nossos leitores.
Nada fácil, não é mesmo?!
Pois é....
Quando falamos em transformação, procuramos entender também como um
processo intimamente ligado à evolução. Algo que pode assustar a maioria
das pessoas, pois quando falamos de transformação, imediatamente a
associamos a uma palavra desconfortável: mudança. E, quando falamos de
mudança, falamos em deixar para trás algo conhecido para abraçar o
desconhecido!
Para seguirmos em frente, inevitavelmente teremos que lidar com o maior vilão de nosso tempo (e provavelmente
de toda a história humana): o medo!
Por isso, ao longo dos mais de 30 artigos e contos publicados ao longo deste ano, procuramos abordar diferentes
assuntos, com estilos variados, mas com o mesmo propósito: questionar crenças e preconceitos; denunciar vícios
e estruturas opressoras; exaltar as virtudes humanas e sua orientação para o autoconhecimento e para a
reconciliação.
Entendemos que para combater o medo, nada melhor do que separar o que é ilusório do que é real e reforçar a
nossa capacidade para tentar entendê-lo e dominá-lo!
Procuramos também construir narrativas não agressivas, onde jamais procuramos impor qualquer verdade.
Utilizando-se de um repertório que inclui metáforas, filosofia, psicologia e espiritualidade, entendemos que o
leitor deverá encontra-la por si só e, mais importante, senti-la!
Não tem sido nada fácil!
Além disso, pode-se dizer que iniciar este trabalho em um ano tão turbulento, como foi este 2015, foi um desafio a
mais! Por outro lado, não poderia haver melhor momento, pois tivemos a intenção de que nossos textos
funcionassem como mais um veículo de auxílio e que ajudassem na compreensão deste período de grande
instabilidade que estamos atravessando.
Ainda temos um longo caminho a percorrer.
Queremos agradecer profundamente a todos aqueles que tem nos acompanhado durante o ano – lendo,
comentando, compartilhando e criticando (por que não?!) de maneira construtiva as nossas publicações.
Desejamos, do fundo de nossos corações, que você, querido leitor, tenha um excelente 2016!
Continue nos acompanhando e despertando conosco!
Virão muito mais novidades por aí....
Gratidão,
TATÁ VIANNA e DANIEL VIANNA
Eu sou o reflexo de tudo aquilo que acredito e que sou capaz de realizar.
Sou os erros que cometo e através deles venho aprendendo a acertar.
Sou os sonhos que sonho e acredito que eles podem se realizar.
Sou falante, delicada, romântica e apaixonada pela vida e pelo que faço.
Sou destemida, sensível, direta e, às vezes, brava e impulsiva.
Sou criativa, amável, carismática e um pouco dramática.
Sou uma caixinha de mistérios e surpresas, que sempre vai surpreender com alguma atitude inesperada.
Sou daquelas viciadas em gente e que às vezes adora ficar sozinha.
Sou daquelas que procuram sempre dar o melhor em tudo o que fazem.
Assim, quem sabe um dia, o melhor possa ser dado a mim também?!
Sou assim: pequenina. Metade mulher, metade menina.
E acredito que o importante não é apenas bater na porta certa – do amor, da felicidade e da oportunidade – e sim bater
na porta até que ela se abra por completo para você.
Eu sou assim... Muito prazer!
Posso dizer que esse ano de 2015 foi o ano da mudança em minha vida.
Ficar desempregada é sempre uma situação difícil: de uma hora para outra, sua vida muda radicalmente e você se vê
sem os compromissos profissionais, sem rotina e sem a sua principal fonte de renda.
Mas, se adotarmos a ótica do copo “meio cheio”, essa situação pode ser transformada em um momento de renovação,
de aprendizado, de mudança de carreira, de reinventar-se.
Quando fui demitida da empresa para a qual trabalhava, fiquei desesperada durante algum tempo. Mesmo sabendo que
aquilo era quase certo, pois a empresa já vinha anunciando o encerramento de suas atividades.
Mesmo assim, minha reação foi igual a de todos que passam por isso: “E agora, o que vou fazer?”, “O mercado está
tão complicado!”
Por um tempo, eu fiz o óbvio: comecei desesperadamente a procurar um novo emprego, no mesmo segmento de
mercado que eu atuava (propaganda e marketing). Entretanto, todas as empresas que recebiam meu currículo
informavam que, ao invés de contratar, eles estavam demitindo. Ansiosa, ligava para os meus contatos e colegas de
mercado, mas a maioria me dizia que (também!) estava desempregada. Ou seja: não era só eu que lutava para
enxergar uma luz no fim do túnel!
Como eu não podia mudar a situação na qual me encontrava, tive que ter humildade para reconhecer minhas limitações
e pedir ajuda. Por isso, resolvi seguir bons conselhos: estudar coisas diferentes e fazer uma análise, para me conhecer
melhor, com a ajuda de uma profissional.
Estas pequenas atitudes me ajudaram muito!
Uma das primeiras perguntas da analista foi: “Qual atividade te faz verdadeiramente feliz?” Uma pergunta
relativamente simples, mas que quando tentamos responder de uma forma mais profunda e sincera, percebemos que
nem sempre conseguimos uma resposta satisfatória ou minimamente verdadeira.
A resposta a essa pergunta é essencial.
Afinal, quantas pessoas que, uma vez empregadas, possuem a coragem de largar a estabilidade e a segurança de um
salário fixo para seguir o seu sonho? Creio que, somente em face da dificuldade, as reais questões (e respostas)
venham à tona!
Acredito que, quando somos desafiados, a vida nos dá uma oportunidade de procurar nossas reais
competências, habilidades e aptidões naturais – aquilo que gostaríamos de fazer de graça, mas que seria
o melhor dos mundos se ganhássemos dinheiro com isso!
Se tiver alguma atividade que você sempre gostou, mas não teve oportunidade ou coragem de fazer, o
momento de investir nisso é agora!
É claro que não será uma tarefa fácil, pois, para atingir novos objetivos são necessárias muitas e muitas
horas de trabalho e dedicação. Na maioria das vezes, trabalha-se muito mais quando você é seu próprio
patrão do que quando se é contratado por alguma empresa.
O importante é ter foco, coragem e gastar energia nesse período em benefício próprio, além de
começar a jornada com os ingredientes certos: simplicidade, humildade e persistência.
Um dia, todos nós passaremos por algum fracasso ou mesmo uma sequência de experiências negativas.
Cabe a nós, depois de cada queda, encontrarmos forças para nos erguer novamente.
Curioso(a) sobre a minha mudança e desafios vividos neste ano de 2015?
A resposta está bem diante de seus olhos, querido(a) leitor(a): o projeto O Despertador era um sonho sempre
adiado e agora, um projeto que está a pleno vapor!
Para 2016, gostaria de compartilhar algumas dicas que tento colocar em prática na minha vida:
1- Perdoe: Quando perdoamos, não estamos dizendo que concordamos ou esquecemos o que foi feito de
errado. Ao perdoarmos, nos livramos de um peso que, na verdade, não fizemos nada para merecer.
“Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar.” George Herbert.
2- Renove: Que, a cada novo dia, tenhamos a capacidade de renovar nossas esperanças e aproveitar as
oportunidades que essa renovação nos proporciona de sermos felizes.
“A vida é uma renovação. Às vezes é necessário morrer, fechar ciclos, para que renasça e tudo possa ser
diferente.” Mariana Nascimento.
3- Acredite: É preciso aprender a acreditar nas nossas intuições, pois o mais sábio de todos os mestres
está dentro de nós.
“Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.” Paulo Coelho.
4- Desapegue: Para vestirmos uma roupa nova, precisamos nos desfazer daquela que não nos serve mais. É
impossível conviver em harmonia com uma nova realidade se estivermos presos a velhos hábitos do passado.
“Afinal, se as coisas boas se vão, é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado. Desapego é o
segredo!” Fernando Pessoa.
5- Seja Grato: Comece o seu dia com gratidão. Agradeça pelas pequenas coisas que passam despercebidas,
como o ato de respirar... E, ao deitar-se, termine seu dia com gratidão pelas pequenas conquistas que você teve
ao longo do dia.
“A gratidão é a virtude das almas nobres.” Esopo.
6- Confie: Embora nem sempre as coisas aconteçam da maneira que queremos, é preciso confiar na vida e seguir
em frente.
“A confiança é ato de fé, e esta dispensa raciocínio.” Carlos Drummond de Andrade.
7- Ame: Ame sempre. Um sentimento de amor, por menor que seja, pode mudar uma vida.
“Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la.” Carlos Drummond de Andrade.
8- Simplifique: A simplicidade é uma forma de leveza e, ao cultivá-la, tornamos tanto o ambiente em que vivemos
como a nossa vida mais leves.
“A simplicidade é o último degrau da sabedoria.” Khalil Gibran.
9- Seja Gentil: Atos gentis também são atos de amor e, por isso, ser gentil é a melhor escolha para a preservação
da paz interior.
“Palavras gentis podem ser curtas e fáceis de falar, mas seus ecos são verdadeiramente infinitos.” Madre Teresa.
10- Permita-se sonhar: O sonho é o que nos impulsiona e nos faz viver. Por isso, por mais que seu sonho pareça
impossível, não desista! Ainda mais se ele for do tipo que te faz querer gritar, para o mundo inteiro ouvir! Significa
que ele vale a pena ser vivido e realizado!
“Acredite na força dos seus sonhos. Deus é justo e não colocaria em seu coração um desejo impossível de ser
realizado.” Paulo Coelho.
Quebrando o Bico
Tatá Vianna
Publicado em: 09/12/2015
A renovação nos ajuda na realização dos nossos sonhos e objetivos, nos aproximando da nossa
real felicidade e esperança. Não se acostume com uma vida infeliz – por isso, viva, mude, renasça
e, principalmente: renove-se! Quando nos renovamos, os elementos que fazem parte da nossa
vida também nos acompanham e ajudam a abrir caminhos para a real transformação!
Uma das lendas mais bonitas e conhecidas sobre renovação é a da águia. Apesar de não ser verídica,
percebemos o quanto a natureza pode, de fato, nos ajudar a compreender melhor a vida – se tivermos
olhos para enxergar e coragem para aceitar. A natureza é composta de ciclos e ciclos compreendem
mudança, passagem de fase – e também assim deveria ser conosco. Mas nem sempre funciona dessa
forma…
De acordo com a lenda da águia, quando ela atinge os quarenta anos, com as unhas já gastas, o bico
curvado e as asas pesadas, o animal se vê diante de duas alternativas: deixar-se morrer, ou enfrentar
um doloroso processo de renovação no alto de uma montanha, com um pequeno detalhe: esta
segunda opção pode vir a durar 50 longos dias!
Ao optar pela renovação, a águia começará a bater o seu bico contra uma pedra, até conseguir arrancá-lo. Com
muita dor, espera nascer um novo bico e com ele arranca suas velhas unhas, uma por uma. E quando nascem as
novas unhas, ela arranca todas as penas do corpo. Depois que nascem as novas penas, a águia sai, então, para
o voo da renovação e vive por mais trinta anos – ufa, nada mais justo depois de tanta penúria!
Acredito que neste momento, caro leitor, você deve estar se perguntando: “Mas qual a origem dessa lenda?”
Há uma passagem na Bíblia (Salmo 103, do versículo 3 ao 5) que diz o seguinte:
“Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades;
(…)
quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia“.
A partir daí, vieram as mais diversas interpretações e a primeira delas teria sido de autoria de Santo Agostinho
(354 D.C – 430 D.C).
Tomando como base a lenda acima, renovar-se como a águia significa libertar-se de ideias e coisas que um dia
foram essenciais e boas em nossas vidas, mas que, com o passar dos anos, se perderam.
Tornaram-se irrelevantes e não fazem mais sentido.
A renovação se faz necessária quando sentimos a necessidade de enfrentar novos desafios que surgem
inesperadamente em nossas vidas, quando queremos alcançar novos voos.
Quando optamos por renovar a nossa vida, independente do verdadeiro motivo, ela nos mostra o caminho,
colocando-nos em situações favoráveis, nos apresentando pessoas, nos impulsionando e encorajando para que
a renovação aconteça. Se queremos fazer a nossa vida valer a pena, é preciso que nos renovemos e que
busquemos nossos próprios sonhos, objetivos e caminhos.
A vida não nos dá garantias se seremos ou não felizes com as escolhas que fazemos, mas ela nos dá
a oportunidade de mudança. Por isso, se por algum motivo não estamos satisfeitos com alguma coisa na
nossa vida, cabe a nós buscarmos a ousadia e a coragem para a renovação.
E aí eu te pergunto: Como está a sua vida hoje? Se você usasse toda a sua sinceridade e pudesse descrever
algo que precisasse ser renovado com urgência em você mesmo – o que seria?
Se você realmente quer mudar algo ou alguma coisa que não está te fazendo feliz, talvez a primeira coisa a se
fazer é respirar fundo e se conscientizar de que somente você pode fazer com que a renovação aconteça.
A partir do momento em que optamos pela renovação, nos conscientizamos da necessidade de soltar as nossas
antigas amarras, nos desprender de costumes, antigos vícios e lembranças que nos causam dor.
Caso não consiga entender o por quê desse sentimento de insatisfação atual, do vazio que te ocupa hoje, não se
preocupe. Procure substituir a preocupação pela ação. Somente através da ação é que conseguimos comparar
os cenários e até mesmo compreendê-los. Somente através da atitude, você poderá olhar para trás e entender
qual peça estava solta no quebra-cabeça da sua vida.
A vida é o nosso bem mais precioso! E, para aqueles que estão realmente dispostos a arriscar vivê-la, tudo
é possível!
Por isso, renove sua existência e arrisque para ser feliz! Isso só depende de você! Quando seu coração disser
para você “vai em frente sem medo da nova vida que te espera”, vá mesmo! Assim como a águia, busque
a ousadia, coragem e a renovação!
E quanto a você querido leitor?
Se inspirou com a história da águia? Sim?!
Então comece já a busca pela sua montanha…e não desista antes de completar os cinquenta dias, hein?!
Poderá ser doloroso, não dá para negar.
Mas garanto que será muito recompensador!
Quando descobri a lenda da águia - meio sem querer - ela imediatamente me “caiu como uma luva”.
Eu estava passando por um período complicado da minha vida. Estava infeliz com a vida que eu estava levando,
tanto no lado profissional como nos relacionamentos.
Depois de alguns meses, analisando o por quê de eu não estar tão feliz como eu acreditava que deveria, resolvi
seguir o conselho dos meus pais e resolvi mudar. Encarar a situação e meus medos de frente e, assim, renovar a
minha vida!
O que eu fiz? A primeira coisa foi procurar um coach, para eu entender o que eu realmente queria para a vida
profissional e, de quebra, entender o que também desejava para a minha vida pessoal – e olha que eu tinha um
certo preconceito em relação isso! Mas, um grande amigo meu, que estava passando pela mesma situação, me
convenceu a quebrar essa minha barreira de preconceito e buscar ajuda profissional. Paralelamente, voltei a
praticar yôga e meditação para tentar me entender melhor; organizar meus sentimentos e pensamentos.
No começo, não foi fácil! Foi doloroso encarar a realidade que eu estava vivendo, mas confesso que esse processo
valeu a pena. Foi libertador.
Criei coragem para mudar de emprego, para correr atrás do que me faz feliz e passei a entender que, nesta vida,
tudo tem a hora certa para as coisas acontecerem. Aprendi que de nada adianta se afobar ou se estressar,
pois o que tiver que acontecer, vai acontecer.
Acredito sinceramente que, quando compartilhamos nossas experiências pessoais com os outros, podemos
ajudá-los de alguma forma. E foi exatamente esse o objetivo do texto: ajudar e incentivar as pessoas que
sentem a necessidade de se renovar por algum motivo.
Medo da Liberdade
Tatá Vianna
Publicado em: 15/07/2015
Imagine se você, caro leitor, tivesse nascido em uma caverna e estivesse todo acorrentado,
forçado a ficar para sempre neste mesmo lugar. Imagine que o seu único passatempo é observar
uma parede, que reflete imagens distorcidas do mundo exterior. O que você faria? Permaneceria
ali, parado, contemplando esse mundo irreal, virtual? Ou daria um jeito de mudar a sua
situação?
Estas provocações foram feitas por Platão, em “O Mito da Caverna”, uma das passagens de sua obra “A
República”, onde ele desenvolve a ideia da descoberta do mundo real através do processo de coragem
de encarar a realidade e de buscar o conhecimento e a sabedoria, sem acreditar nas aparências.
Não pretendendo me estender em uma interpretação mais refinada de Platão e sua filosofia (afinal, não
tenho nenhum diploma nesta disciplina!). Apenas aproveito esta introdução para questionar alguns
temas presentes em nossa vida cotidiana pois tenho visto por aí muitas pessoas vivendo dentro das
suas próprias “cavernas”.
Muitos “acorrentados” modernos vivem em um tipo de mundo de aparências, onde preferem
permanecer em um universo virtual e limitado, ao invés de viver e encarar o seu mundo real. Preferem
enxergar apenas as imagens projetadas na parede da sua “caverna”.
A construção desta “caverna” ou “realidade limitada” pode ocorrer de muitas formas. Uma delas - e certamente uma
das mais influentes - é o próprio conjunto de notícias e informações que as pessoas recebem de várias formas: pelas
redes sociais (Facebook, Twitter, etc) e pelos meios tradicionais (jornal, televisão, rádio). Entretanto, muitas vezes
estas informações carecem de consistência e profundidade.
Estas mensagens, bombardeadas diariamente como verdades absolutas, na maioria das vezes representam
apenas fragmentos do todo – assim como as imagens distorcidas da caverna de Platão. Por conta disso, devemos
ter a atenção redobrada quando somos expostos aos famosos “furos de reportagem”, tão em voga ultimamente.
Ao nos depararmos com este tipo de notícia, nem sempre refletimos sobre tal conteúdo e nos questionamos: “Será
que é isso mesmo? E o outro lado da versão contada pelos jornalistas, qual será? Haverá imparcialidade na
hora da divulgação?”
No ambiente das redes sociais, também existe o mesmo risco de interpretação da realidade: tanto para quem “posta”
como para quem lê ou apenas “curte”.
Quantas pessoas não postam selfies em viagens, baladas e na academia apenas para manter um
determinado status? Aparentam estar sempre felizes e rodeadas de amigos, mas não enxergam que estão
aprisionadas em sua própria “caverna”, tentando fabricar uma ilusão, seguindo à risca uma “modinha” do
momento, ditada por alguma celebridade ou pelos meios de comunicação.
Por outro lado, quem lê o post e se incomoda ou sente um “pingo” de inveja, torna-se também uma vítima, pois
“compra” a ideia que o amigo(a) está vendendo. Se não houver um simples questionamento de ambas as partes
para as suas atitudes, os dois já se tornaram companheiros de cela.
Fora das redes sociais, no mundo de carne e osso, a doutrina da imagem e da aparência também segue
firme e forte.
Outro dia, eu fui para a balada com meus amigos e fiquei impressionada com a quantidade de mulheres iguais: na
maneira de vestir, no jeito de falar, no corte de cabelo. Parecia uma coleção de boneca ou, melhor dizendo, da
mesma boneca! A diferença ficava apenas na cor do cabelo, porque até a cor do esmalte era igual para todas.
Uma verdadeira dança de estereótipos!
A sensação que eu tenho é que, ao construir uma realidade que se utiliza de modismos de “quinze minutos”
como matéria-prima, e ainda notar que muitos possuem um enorme senso de urgência em se posicionar perante
a eles (e desta forma alimentando um novo modismo!), nos tornamos prisioneiros complacentes de um ciclo
perverso.
Para escapar, precisamos expandir nossos horizontes. O primeiro passo (e o mais difícil!) é reconhecer este
ciclo acontecendo bem próximo de você!
Em um determinado ponto, passará a ser natural questionar o que é mostrado pelos meios de comunicação e não
mais deixar-se ser manipulado. Ao desenvolvermos o nosso “filtro”, passamos a tirar nossas próprias conclusões.
Ao adquirirmos coragem para nos libertarmos das correntes que nos mantêm presos a um certo modo de pensar
– contaminado pelas influências culturais e sociais – e sairmos da nossa caverna, um novo mundo nos
será apresentado. Cheio de incertezas e surpresas. Mas certamente mais colorido, espontâneo e autêntico!
“O Mito da Caverna”, escrito em 380 a.C., nos lembra que a busca pela verdadeira liberdade sempre foi um
enorme desafio para o homem que vive em sociedade. Por isso mesmo, poucos chegaram a desfrutá-la.
No mundo contemporâneo, onde o volume de informações deve ser em torno de milhares (ou milhões) de vezes
maior do que no tempo dos sábios gregos, desenvolver o nosso próprio “filtro” é uma questão primordial –
tanto de saúde como de bem-estar!
E então, meu querido leitor?
Você está preparado para o desafio de sair da caverna ou optará pelo comodismo de viver em um mundo
de sombras?
A inspiração para escrever esse texto veio a partir de um fato muito próximo a mim.
Ao me deparar com artigos em jornais, revistas e posts em redes sociais sobre um assunto que
estava acontecendo com pessoas próximas a mim e, ao notar que esse assunto foi abordado de
uma forma distorcida e tendenciosa pela mídia, fiquei profundamente incomodada.
Antes de escrever o texto, fui conversar com pessoas que só sabiam do assunto através da mídia e
fiquei surpresa - e até um pouco assustada - com as respostas que obtive.
Naquele momento, meu pensamento foi: “Como eles podem ter tanta certeza do que estão
falando? E o outro lado da história, alguém ouviu? Se sim, por que não foi divulgado?”
E, a partir destas minhas inquietações, resolvi escrever o texto para incentivar as pessoas a se
questionarem ao lerem e/ou ouvirem alguma história ou imagem que lhes é apresentada, para que
desenvolvam seus próprios “filtros”, antes de aceitarem o que a mídia divulga como verdade
absoluta.
Olá!
Meu nome é Daniel Vianna. Ou pelo menos é o que consta no meu RG. ;)
Brincadeira, meu caro leitor.
Sou formado em Engenharia Civil pela UNICAMP e pós-graduado em ADM pela FGV.
Isto é o que está no meu CV.
Mas somos bem mais do que consta lá, não é mesmo?
Rótulos podem servir como referências, mas nunca serão capazes de nos definir por completo.
A grande verdade é que os últimos dois anos foram bem intensos para mim.
Larguei um emprego de dez anos em uma multinacional de consultoria, trabalhei em uma
start-up de eficiência energética e agora, cá estou : ajudando a elaborar este projeto
intimamente ligado à expansão da consciência pessoal e coletiva, bem como escrevendo meu
primeiro romance de ficção científica – também ligado ao momento bem particular que
estamos vivendo em nosso planeta.
Parece maluquice!? Talvez.
Aliás, para o Daniel de dois anos atrás também fosse.
Mas hoje entendo a importância e a necessidade de movermos em direção ao nosso propósito.
De resgatarmos os nossos dons e talentos e realmente construir um legado.
Talvez este discurso soe como ilusório e utópico para alguns.
Mas, e se eu te dissesse que ele é a única escapatória em um mundo que vive um momento único de
escassez de empregos e uma forte transição da economia competitiva para a colaborativa?
O que antes era tido como um discurso ilusório e utópico hoje vem se transformando em um discurso racional,
adotado por um número crescente de pessoas.
As pessoas hoje querem (e cobram) autenticidade!
As máscaras de antigamente já não estão funcionando adequadamente. Quem ainda insiste em utilizá-las, está
pagando um preço altíssimo – seja com a sua saúde, instabilidade emocional e familiar.
A questão é: vale a pena?
É claro que somente você pode fazer essa análise.
Eu optei por fazer a minha, depois que muitas peças já não se encaixavam mais em minha vida.
Todos nós, mais cedo ou mais tarde, teremos que fazer nossas escolhas.
Não é fácil.
E não é da noite para o dia: trata-se de um processo.
Mas é recompensador, posso garantir!
Para 2016, gostaria de compartilhar 3 dicas que, acredito eu, podem realmente fazer a diferença em suas
vidas, principalmente neste período de turbulência e transição:
1 – INVISTA EM AUTOCONHECIMENTO: O discurso comum prega que “o mundo está mudando muito
rápido”. Ao mesmo tempo em que a convergência tecnológica nos propicia uma maior autonomia para
empreendermos e sermos independentes, o risco de se perder nesse oceano de informações e
possibilidades é muito alto. Por isso, ao invés de olhar para fora, comece olhando para dentro. Mesmo
que tudo mude, seus dons e talentos são intrínsecos a você. Mas, para vislumbrá-los, é preciso ter
paciência e “cavucar”! Workshops, terapias, atividade física – tudo é válido, desde que seja colocada uma
intenção verdadeira de querer ir além. Entretanto, é preciso ter paciência – pois, como já falei, trata-se de
um processo de médio a longo prazo!
2 – SE RESGUARDE DAS MÁS NOTÍCIAS: Ao contrário do que muitos pensam, se resguardar das más
notícias não é um sinônimo de alienação. Para mim, é se privar de energia negativa. E, pode acreditar, ela
existe. Para constatar, basta se observar: como você se sente ao ligar o telejornal e dar de cara com uma
notícia sobre violência? E, logo na sequência, uma notícia envolvendo escândalos e corrupção? Se você não for
uma máquina, você sentirá medo na primeira situação, raiva na segunda e uma enorme sensação de
impotência diante das duas! A sensação de impotência, por si só, já justificaria cortar o telejornal da sua
programação diária. Explico: você não pode fazer nada para mudar o que está na tela mas você pode fazer
muito pelo que está ao seu redor. Evite distrações – e focalize o seu olhar para o que está perto. Só assim
você poderá fazer a real diferença!
3 – AUTO-RESPONSABILIDADE: Já ouviram a famosa frase: “Você está aonde se coloca.”? Pois bem, ter
auto responsabilidade é ter a consciência de que você é o único responsável pela condução da sua vida.
Implica em renunciar o papel de vítima e olhar com maturidade para as mais diversas situações de nosso
cotidiano, que abrangem as relações amorosas, profissionais e sociais. Implica em fazer uso real do livre
arbítrio e parar de botar a culpa pela sua miséria no outro, seja ele quem for: pai, mãe, parceiro, parente,
chefe e até político. Difícil? Com certeza! Mas, se queremos evoluir como seres humanos, este é um dos
pilares essenciais!
A Boa Demora
Daniel Vianna
Publicado em: 16/08/2015
Já atrasado, coração batendo forte, aguardo no hall social o elevador que nunca chega.
“Mas quem está segurando a porta do elevador a esta hora da manhã?” – penso, já levantando o braço
e mirando o relógio; forço o olhar, pronto para congelar o tempo.
Frustrado, invisto contra a porta do meu moroso transporte vertical – uma, duas, três vezes – nada!
Ele insiste em desdenhar de mim, com a sua irônica indiferença inercial, justo quando mais dele
necessito!
Não teve jeito, o elevador de serviço era a minha única esperança. Cruzo o apartamento apreensivo,
procurando não acordar aqueles que ainda dormem. Localizo, no molho, a chave da porta da cozinha,
que vive emperrando (e que eu não arrumo tempo para consertar!).
Viro a chave apreensivo e torço, silenciosamente.
Para o meu alívio, ela se abre, comportada.
Pronto!
Ao apertar de um botão, em poucos segundos o meu “salvador” aparece, pronto para me submeter a um leve
aumento de pressão corpórea em sua descida, e também para baixar a ansiedade e esfriar uma cabeça que há
muito tempo anda “pelando”!
Ao abrir a porta do elevador, me vejo obrigado a contornar o salão que dá para o estacionamento, passando em
frente à coluna do elevador social. Um leve assobiar me chama a atenção.
Eis que, antes de cruzar a porta que dá para o estacionamento, viro a cabeça e… lá estava ele!
Sorridente, concentrado, cabeça baixa, balde cheio, rodo em punho; como se fosse uma criança entretida com o
seu mais novo brinquedo e segurando, escancaradamente, a porta do elevador social!
Voilà: eis o vilão da minha manhã!!
O assobio parou, abruptamente, seguido de um olhar tímido e um educado “Bom dia, senhor! Tudo bem?”.
Ao som de sua voz eu, que estava prestes a chamar-lhe a atenção, travei.
Simplesmente o ignorei. Não respondi.
Continuei e atravessei a porta, bufando. Um misto de raiva e total propriedade da razão contrastavam
com estranhos ecos de piedade e arrependimento. “Bom dia senhor, uma ova! Segurando a porta do
elevador às seis horas da manhã para limpeza? Você só pode estar de brincadeira!!”, brigo comigo
mesmo em direção ao carro.
Lembro-me do horário e aperto o passo. Coloco a mão no bolso direito, vazio. Coloco a mão no bolso
esquerdo, a chave de casa. “Aonde…? A chave do carro! Meu Deus!”.
Meia volta, volver!
E a figura pacata estaria lá, trabalhando diligentemente, aguardando a minha nova passagem pelo hall,
pronta para desdenhar do meu contratempo! Imediatamente, o meu imaginário começou a trabalhar:
“Vou ter que encará-lo!” . Ao mesmo tempo, não queria que ele me visse!
“Vou pela escada!”. Soluções e alternativas eram cantadas pelo meu cérebro, inconformado. Não
tinha jeito. A porta da escada ficava bem próxima da porta do elevador. “Será que ele notou a minha cara
feia quando passei? Será que deu para notar?”.
E não parava: “Poderia subir pela rampa do estacionamento e pegar de outro andar? Mas, e se ele já foi
embora? Estou em cima do horário… não custa tentar!”
Caminhando devagar em direção à porta do salão, resolvi dar uma espiada; na transversal mesmo, ombro na
parede do lado de fora e pescoço esticado. “Ah! Lá estava ele!!”. De costas para mim.
Assobiava contente, despreocupado, em movimentos contínuos com o seu rodo.
Notei um cheiro muito forte, azedo, que antes não havia percebido. Esticando um pouco mais o pescoço vi
um líquido viscoso sendo pouco a pouco diluído pela água e retirado pelo homem.
Aparentemente, algum morador havia aprontado durante a madrugada. Fiquei estupefato! Nada abalava a
musicalidade do seu assobio.
O mesmo ritmo, o mesmo entusiasmo: uma esticada, uma puxada.
Braços e rodo em sintonia. Como se estivesse, a cada movimento, purificando o chão e a si mesmo.
Como se, ao limpar os resíduos de um completo desconhecido (e ainda do tipo que faz pouco caso de suas
ações!), fosse elevado a um plano superior.
Como se, ao manejar a sua “companheira de valsa”, ficasse mais perto de um céu repleto de notas de
sabão, do que do inferno, travestido no aspecto escatológico do líquido misterioso.
Fiquei ali, por uns instantes, contemplando a cena e, de certo modo, invejando-o.
Não queria mais olhar para o relógio.
Não queria mais sentir qualquer nervosismo.
Queria mesmo era entender, nem que fosse parcialmente, aquela plenitude que pairava bem diante de
mim.
– Só mais um minutinho senhor, já vai ficar pronto! – ele agora havia se voltado para mim, me pegando de
surpresa, como se soubesse que estava sendo observado.
– Ok, eu espero. Sem problemas. – disse, tentando demonstrar simpatia, torcendo para que ele me
confundisse com outro morador.
Continuei a observar.
Esqueci-me do elevador de serviço. Fazia agora questão de ir pelo elevador social.
Uma forma de prestar a homenagem ao rapaz que estava terminando de torná-lo “um brinco”?
Uma forma de engolir meu orgulho e talvez me redimir da estupidez que demonstrei ao deixá-lo “no
vácuo”?
Ou ainda, uma maneira de aprender a lidar com contratempos sem se perder em um labirinto de paranoias,
que acabam por machucar os inocentes desavisados que cruzam o meu caminho.
Gentil, ele terminou de secar o piso e, segurando a porta para que eu finalmente entrasse no elevador social,
com a cara serena e sorridente, disse baixinho, com a cabeça levemente inclinada para baixo:
– Obrigado pela paciência! Desculpa qualquer coisa! Tenha um bom dia! – disse, com uma voz que me soou
carregada de sinceridade.
– Bom dia! – e finalmente, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, saiu! E saiu leve,
desinteressado, sincero.
Ao som da minha própria voz, a redenção; ao reconhecer uma humildade que, há muito esquecida, voltava a dar
as caras; não para me livrar de um atraso quase certo, mas para tornar o meu dia realmente “bom”!
Toda profissão tem o seu valor e o seu mérito.
Mas será que todos pensam assim!?
Neste texto, os personagens são baseados em pessoas reais, com as quais convivo diariamente no meu
condomínio.
Tenho certeza de que você também convive com estes tipos: o funcionário da limpeza e o executivo
atarefado.
Com estes personagens, tentei transmitir uma característica muito comum da nossa sociedade moderna e do
nosso País: a prepotência, que significa se julgar superior a outro ser humano.
Muitos ainda sofrem desta terrível ilusão, infelizmente.
E, como consequência, deixam de notar a sutileza de certos momentos, perceptíveis somente a olhos
carregados de humildade...
Dias de Vidraça
Daniel Vianna
Publicado em: 12/08/2015
Quebrar janelas pode parecer fácil quando o que está em jogo são tomar decisões difíceis e romper
velhos hábitos…
Imagine você, leitor, estar diante de uma fábrica vazia, suja, abandonada.
Máquinas paradas, armazéns vazios, cheios de ratos e baratas. Jogada ao acaso.
O seu coração está desolado.
Várias gerações da sua família trabalharam neste local. Mas dentro de você há raiva, ressentimento, desejo
de vingança.
Um ódio que você não sabe de onde vem.
Em suas mãos, uma barra de aço e uma pedra.
Você ouve gritos, vindos de um grupo de pessoas ao seu lado. São os seus colegas: querem que você ponha
abaixo a última janela de vidro intacta daquele velho armazém. Um deles carrega um latão de querosene,
para encerrar a noite em grande estilo!
Você sabe bem quem eles são.
E, por isso mesmo, hesita.
Xavier, Amaral e Souza.
Xavier, no ano passado, havia lhe pedido um empréstimo e vivia inventando desculpas para não lhe retornar
a quantia. Amaral já tinha dado em cima da sua mulher descaradamente em um evento da fábrica, quando
tudo ainda estava de pé. Souza vivia desviando insumos da linha de produção, e se gabava de nunca ter sido
pego.
Os três, em uníssono, gritam para que você aja, se posicione.
Imagens antigas daquele local, de repente, invadem a sua mente.
Em outros tempos, aquela fábrica era o símbolo de prosperidade. Sua imagem se confundia com a da
cidadezinha.
Não era uma cidadezinha rica, mas tinha o que precisava. A matéria-prima era abundante, embora a produção
vez ou outra engasgasse.
Mas, em algum momento, algo saiu do eixo.
Talvez o problema todo tivesse se originado nas sucessivas administrações descuidadas. Talvez. Por exemplo,
quando quiseram fazer um prédio administrativo do outro lado da cidade. Sabiam que muitos iriam ficar
descontentes. Então, aumentaram os salários. Ofereceram promoções. O presidente da empresa, à época,
prometia mundos e fundos para abafar a onda de insatisfeitos. Você, calado, aceitou.
Depois veio o tal de bônus por produtividade. Metas impossíveis eram estabelecidas. Estranhamente, os
bônus eram pagos mesmo para quem não fazia nada! Alguns faziam vista grossa para toda aquela “festa”.
Você, entretanto, apenas observava, sem tomar qualquer partido.
Contratos com a China, ações para os empregados, benefícios infinitos.
Tudo aquilo era uma maravilha! Uma verdadeira festa!
Para alguns, entretanto, os benefícios generalizados não eram suficientes. Começaram a passar a perna em
alguns colegas descaradamente e ainda se gabavam disso. Outros apelavam para pequenas vantagens.
A abundância era tanta que, “ninguém notaria se algo pequeno sumisse”. Até um colega próximo seu, caro leitor, o
Souza (apresentado anteriormente), começou desviando “apenas” insumos da produção. Mas você não
estranharia, conhecendo-o de longa data, se ele partisse para “voos mais ousados”.
Distraídos neste ambiente de bonança e desperdícios, ninguém na fábrica percebeu a enorme camada de
poeira que estava se acumulando no chão da fábrica.
Aos poucos, teias de aranha começaram a envolver o maquinário.
Ratos começaram a aparecer discretamente no armazém e no refeitório, e em pouco tempo, passaram a andar
livres e desimpedidos no escritório, durante o expediente! Você até via um roedor ou outro passando. Mas, como
já havia se habituado, manteve-se calado.
Afinal, o salário continuava sendo pago todo final de mês, e, no fim das contas, ninguém estava ligando para isso
(ou fingia que não ligava).
Foi então que vieram os dias difíceis.
Os salários, de uma hora para outra, começaram a atrasar. Ninguém mais trabalhava direito, a matéria prima
rareava, a motivação diminuía e o combustível era insuficiente. As máquinas sequer trabalhavam meio período.
Nesse ambiente, Souza e seu grupo começaram a ameaçar os gerentes. Exigiam os pagamentos atrasados, ou
senão “aquele lugar iria pelos ares”. Em um dia mais intenso, Souza chegou a segurar um dos gerentes (o Zé
Maria) pelo pescoço e a fazer demandas. O pior de tudo é que a maioria concordava com tudo aquilo, com as
suas atitudes. Souza conseguiu inflamar os colegas. Tinha o dom para isso.
Você olhava para tudo aquilo, em silêncio. A que ponto aquela situação havia chegado? Mas, mais uma
vez, você não se posicionou. Manteve-se quieto, como já era de costume.
Descobriu-se, em seguida, que a alta cúpula da empresa estava envolvida em escândalos financeiros e que
agentes da polícia haviam interditado o prédio administrativo.
Nas semanas seguintes, vieram à tona diversas notícias sobre o grupo que comandava a fábrica há pouco
mais de uma década. Havia lavagem de dinheiro, propinas recebidas de fornecedores para
favorecimento em compras e acordos ilícitos com os políticos da cidadezinha . Estes últimos foram
acusados logo em seguida.
Não iria restar muito da velha fábrica, tão fundamental para a vida daquela população. Ela provavelmente
iria à falência ou seria vendida para um grupo estrangeiro qualquer.
Neste meio tempo, Souza havia construído uma liderança entre os empregados da fábrica e falava até em
entrar para a política, agora que havia tantos políticos da cidadezinha desgastados com os escândalos.
Inclusive, chegou a fazer um convite a você, leitor, para e apoiá-lo. Você, calado, apenas acenou com a
cabeça, pois queria garantir o seu futuro, já que o destino da velha fábrica era tão incerto.
Para comemorar os seus novos planos, chamou você, Xavier e Amaral para uma conversa no bar.
Vocês ficaram até altas horas no barzinho da cidade. Eles abriram o coração para você: Xavier pediu a você um pouco
mais de paciência com o empréstimo, até que a situação dos salários atrasados se resolvesse. Por outro lado, deixou
escapar que estava de mudança para uma casa maior.
Amaral e Souza, por outro lado, relembravam os episódios em que entravam na fábrica de madrugada para coletar as
sobras de matéria-prima no armazém, e como driblavam os seguranças. Deram muitas risadas. Você, quieto,
escutava tudo, mas não se manifestava.
Na volta, completamente bêbados, resolveram passar pelo que ainda restava da velha fábrica.
Os três empunhavam seus bastões de metal. Quebravam tudo o que viam pela frente e praguejavam contra a antiga
diretoria: “Canalhas, hipócritas! Vocês vão nos pagar cada centavo!”. E bradavam o nome de Souza, o mais
bêbado dos três. “Souza, você é o cara!”. Até aquele instante, você acompanhava tudo à distância, com certo receio.
Voltamos ao início da história:
Em um determinado momento, você se vê com a pedra na mão. Você não sabe como ela foi parar ali. Eles querem de
você uma atitude, um posicionamento.
“Vamos, atire a pedra! Ande logo com isso! Destruiremos esta antiga fábrica e construiremos uma nova,
mais justa e fraterna. Os empregados não serão mais enganados! Acabaremos com a injustiça e a
corrupção do passado!”
Você olha para a vidraça à sua frente; para o que restou da antiga fábrica.
Apesar de estar escuro, você consegue ver parte do seu reflexo. Você se vê obrigado a rever as suas atitudes
(ou a falta delas). Afinal, elas o levaram àquele lugar e àquele momento. Uma mistura de frustração e raiva toma
conta de você.
Você gira a cabeça e se depara com aqueles indivíduos ao seu lado. Eles estão aguardando!
Agora é com você, caro leitor! Faça a sua escolha!
PS: Somente fico na torcida para que esteja preparado para as consequências e que você não se deixe levar pelo
caminho mais fácil!
Quem cala, consente.
Neste texto, abordo a omissão – e também o alto preço que ela nos exige quando as coisas não
acabam bem.
Omissão na sociedade, omissão no trabalho, omissão nos relacionamentos.
Muitos de nós já passamos por situações parecidas como a que é retratada na história.
As coisas vão acontecendo e optamos pelo caminho mais cômodo – que é o do silêncio e o da
indiferença.
Inevitavelmente, a conta virá, com a intensidade redobrada.
E, ao contrário das outras vezes, não haverá escapatória! Teremos que dar uma resposta: que, ao
menos, ela seja a resposta que vai tirar o peso dos nossos ombros e nos dar o alívio do qual
tanto precisamos!
Em 2016, nos esforçaremos para continuar oferecendo a você, querido leitor, um conteúdo de
qualidade, carregado de reflexões, provocações e um constante chamado à mudança e à
transformação!
Além dos textos semanais, pretendemos iniciar nosso canal de vídeo no YOUTUBE, além de
hangouts e conversas ao vivo no Facebook!
Pretendemos realizar publicações com recomendações culturais – filmes, peças e eventos –
que estejam em linha com o nosso conceito, ou seja, que possuam um conteúdo edificante e
reflexivo, que nos ajudem a aguçar a nossa percepção da realidade, capturem nossas
emoções e nossa capacidade para o “algo a mais”.
Pretendemos também participar de múltiplos eventos ligados a temas sociais e de expansão
da consciência, sempre mantendo nossos leitores a par do que está acontecendo.
Em 2016, continue a “despertar” conosco!
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Renovação rumo à felicidade

  • 1.
  • 2. O DESPERTADOR nasceu em junho de 2015. Um objetivo comum dos primos Tatá e Daniel Vianna. Um projeto ainda pequeno, no formato de blog, mas que possui um propósito maior, complexo e ambicioso na nossa visão: incentivar a reflexão, utilizando- se de artigos, contos e imagens que apresentem perspectivas diferentes daquelas estabelecidas pelo senso comum. Queremos estimular a busca pelo autoconhecimento, pelo senso crítico e construtivo e - mais importante – ajudar a promover a transformação pessoal de nossos leitores. Nada fácil, não é mesmo?! Pois é.... Quando falamos em transformação, procuramos entender também como um processo intimamente ligado à evolução. Algo que pode assustar a maioria das pessoas, pois quando falamos de transformação, imediatamente a associamos a uma palavra desconfortável: mudança. E, quando falamos de mudança, falamos em deixar para trás algo conhecido para abraçar o desconhecido!
  • 3. Para seguirmos em frente, inevitavelmente teremos que lidar com o maior vilão de nosso tempo (e provavelmente de toda a história humana): o medo! Por isso, ao longo dos mais de 30 artigos e contos publicados ao longo deste ano, procuramos abordar diferentes assuntos, com estilos variados, mas com o mesmo propósito: questionar crenças e preconceitos; denunciar vícios e estruturas opressoras; exaltar as virtudes humanas e sua orientação para o autoconhecimento e para a reconciliação. Entendemos que para combater o medo, nada melhor do que separar o que é ilusório do que é real e reforçar a nossa capacidade para tentar entendê-lo e dominá-lo! Procuramos também construir narrativas não agressivas, onde jamais procuramos impor qualquer verdade. Utilizando-se de um repertório que inclui metáforas, filosofia, psicologia e espiritualidade, entendemos que o leitor deverá encontra-la por si só e, mais importante, senti-la! Não tem sido nada fácil! Além disso, pode-se dizer que iniciar este trabalho em um ano tão turbulento, como foi este 2015, foi um desafio a mais! Por outro lado, não poderia haver melhor momento, pois tivemos a intenção de que nossos textos funcionassem como mais um veículo de auxílio e que ajudassem na compreensão deste período de grande instabilidade que estamos atravessando. Ainda temos um longo caminho a percorrer.
  • 4. Queremos agradecer profundamente a todos aqueles que tem nos acompanhado durante o ano – lendo, comentando, compartilhando e criticando (por que não?!) de maneira construtiva as nossas publicações. Desejamos, do fundo de nossos corações, que você, querido leitor, tenha um excelente 2016! Continue nos acompanhando e despertando conosco! Virão muito mais novidades por aí.... Gratidão, TATÁ VIANNA e DANIEL VIANNA
  • 5.
  • 6. Eu sou o reflexo de tudo aquilo que acredito e que sou capaz de realizar. Sou os erros que cometo e através deles venho aprendendo a acertar. Sou os sonhos que sonho e acredito que eles podem se realizar. Sou falante, delicada, romântica e apaixonada pela vida e pelo que faço. Sou destemida, sensível, direta e, às vezes, brava e impulsiva. Sou criativa, amável, carismática e um pouco dramática. Sou uma caixinha de mistérios e surpresas, que sempre vai surpreender com alguma atitude inesperada. Sou daquelas viciadas em gente e que às vezes adora ficar sozinha. Sou daquelas que procuram sempre dar o melhor em tudo o que fazem. Assim, quem sabe um dia, o melhor possa ser dado a mim também?!
  • 7. Sou assim: pequenina. Metade mulher, metade menina. E acredito que o importante não é apenas bater na porta certa – do amor, da felicidade e da oportunidade – e sim bater na porta até que ela se abra por completo para você. Eu sou assim... Muito prazer! Posso dizer que esse ano de 2015 foi o ano da mudança em minha vida. Ficar desempregada é sempre uma situação difícil: de uma hora para outra, sua vida muda radicalmente e você se vê sem os compromissos profissionais, sem rotina e sem a sua principal fonte de renda. Mas, se adotarmos a ótica do copo “meio cheio”, essa situação pode ser transformada em um momento de renovação, de aprendizado, de mudança de carreira, de reinventar-se. Quando fui demitida da empresa para a qual trabalhava, fiquei desesperada durante algum tempo. Mesmo sabendo que aquilo era quase certo, pois a empresa já vinha anunciando o encerramento de suas atividades. Mesmo assim, minha reação foi igual a de todos que passam por isso: “E agora, o que vou fazer?”, “O mercado está tão complicado!”
  • 8. Por um tempo, eu fiz o óbvio: comecei desesperadamente a procurar um novo emprego, no mesmo segmento de mercado que eu atuava (propaganda e marketing). Entretanto, todas as empresas que recebiam meu currículo informavam que, ao invés de contratar, eles estavam demitindo. Ansiosa, ligava para os meus contatos e colegas de mercado, mas a maioria me dizia que (também!) estava desempregada. Ou seja: não era só eu que lutava para enxergar uma luz no fim do túnel! Como eu não podia mudar a situação na qual me encontrava, tive que ter humildade para reconhecer minhas limitações e pedir ajuda. Por isso, resolvi seguir bons conselhos: estudar coisas diferentes e fazer uma análise, para me conhecer melhor, com a ajuda de uma profissional. Estas pequenas atitudes me ajudaram muito! Uma das primeiras perguntas da analista foi: “Qual atividade te faz verdadeiramente feliz?” Uma pergunta relativamente simples, mas que quando tentamos responder de uma forma mais profunda e sincera, percebemos que nem sempre conseguimos uma resposta satisfatória ou minimamente verdadeira. A resposta a essa pergunta é essencial. Afinal, quantas pessoas que, uma vez empregadas, possuem a coragem de largar a estabilidade e a segurança de um salário fixo para seguir o seu sonho? Creio que, somente em face da dificuldade, as reais questões (e respostas) venham à tona!
  • 9. Acredito que, quando somos desafiados, a vida nos dá uma oportunidade de procurar nossas reais competências, habilidades e aptidões naturais – aquilo que gostaríamos de fazer de graça, mas que seria o melhor dos mundos se ganhássemos dinheiro com isso! Se tiver alguma atividade que você sempre gostou, mas não teve oportunidade ou coragem de fazer, o momento de investir nisso é agora! É claro que não será uma tarefa fácil, pois, para atingir novos objetivos são necessárias muitas e muitas horas de trabalho e dedicação. Na maioria das vezes, trabalha-se muito mais quando você é seu próprio patrão do que quando se é contratado por alguma empresa. O importante é ter foco, coragem e gastar energia nesse período em benefício próprio, além de começar a jornada com os ingredientes certos: simplicidade, humildade e persistência. Um dia, todos nós passaremos por algum fracasso ou mesmo uma sequência de experiências negativas. Cabe a nós, depois de cada queda, encontrarmos forças para nos erguer novamente. Curioso(a) sobre a minha mudança e desafios vividos neste ano de 2015? A resposta está bem diante de seus olhos, querido(a) leitor(a): o projeto O Despertador era um sonho sempre adiado e agora, um projeto que está a pleno vapor!
  • 10. Para 2016, gostaria de compartilhar algumas dicas que tento colocar em prática na minha vida: 1- Perdoe: Quando perdoamos, não estamos dizendo que concordamos ou esquecemos o que foi feito de errado. Ao perdoarmos, nos livramos de um peso que, na verdade, não fizemos nada para merecer. “Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar.” George Herbert. 2- Renove: Que, a cada novo dia, tenhamos a capacidade de renovar nossas esperanças e aproveitar as oportunidades que essa renovação nos proporciona de sermos felizes. “A vida é uma renovação. Às vezes é necessário morrer, fechar ciclos, para que renasça e tudo possa ser diferente.” Mariana Nascimento. 3- Acredite: É preciso aprender a acreditar nas nossas intuições, pois o mais sábio de todos os mestres está dentro de nós. “Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.” Paulo Coelho.
  • 11. 4- Desapegue: Para vestirmos uma roupa nova, precisamos nos desfazer daquela que não nos serve mais. É impossível conviver em harmonia com uma nova realidade se estivermos presos a velhos hábitos do passado. “Afinal, se as coisas boas se vão, é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado. Desapego é o segredo!” Fernando Pessoa. 5- Seja Grato: Comece o seu dia com gratidão. Agradeça pelas pequenas coisas que passam despercebidas, como o ato de respirar... E, ao deitar-se, termine seu dia com gratidão pelas pequenas conquistas que você teve ao longo do dia. “A gratidão é a virtude das almas nobres.” Esopo. 6- Confie: Embora nem sempre as coisas aconteçam da maneira que queremos, é preciso confiar na vida e seguir em frente. “A confiança é ato de fé, e esta dispensa raciocínio.” Carlos Drummond de Andrade. 7- Ame: Ame sempre. Um sentimento de amor, por menor que seja, pode mudar uma vida. “Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la.” Carlos Drummond de Andrade.
  • 12. 8- Simplifique: A simplicidade é uma forma de leveza e, ao cultivá-la, tornamos tanto o ambiente em que vivemos como a nossa vida mais leves. “A simplicidade é o último degrau da sabedoria.” Khalil Gibran. 9- Seja Gentil: Atos gentis também são atos de amor e, por isso, ser gentil é a melhor escolha para a preservação da paz interior. “Palavras gentis podem ser curtas e fáceis de falar, mas seus ecos são verdadeiramente infinitos.” Madre Teresa. 10- Permita-se sonhar: O sonho é o que nos impulsiona e nos faz viver. Por isso, por mais que seu sonho pareça impossível, não desista! Ainda mais se ele for do tipo que te faz querer gritar, para o mundo inteiro ouvir! Significa que ele vale a pena ser vivido e realizado! “Acredite na força dos seus sonhos. Deus é justo e não colocaria em seu coração um desejo impossível de ser realizado.” Paulo Coelho.
  • 13. Quebrando o Bico Tatá Vianna Publicado em: 09/12/2015
  • 14. A renovação nos ajuda na realização dos nossos sonhos e objetivos, nos aproximando da nossa real felicidade e esperança. Não se acostume com uma vida infeliz – por isso, viva, mude, renasça e, principalmente: renove-se! Quando nos renovamos, os elementos que fazem parte da nossa vida também nos acompanham e ajudam a abrir caminhos para a real transformação! Uma das lendas mais bonitas e conhecidas sobre renovação é a da águia. Apesar de não ser verídica, percebemos o quanto a natureza pode, de fato, nos ajudar a compreender melhor a vida – se tivermos olhos para enxergar e coragem para aceitar. A natureza é composta de ciclos e ciclos compreendem mudança, passagem de fase – e também assim deveria ser conosco. Mas nem sempre funciona dessa forma… De acordo com a lenda da águia, quando ela atinge os quarenta anos, com as unhas já gastas, o bico curvado e as asas pesadas, o animal se vê diante de duas alternativas: deixar-se morrer, ou enfrentar um doloroso processo de renovação no alto de uma montanha, com um pequeno detalhe: esta segunda opção pode vir a durar 50 longos dias!
  • 15. Ao optar pela renovação, a águia começará a bater o seu bico contra uma pedra, até conseguir arrancá-lo. Com muita dor, espera nascer um novo bico e com ele arranca suas velhas unhas, uma por uma. E quando nascem as novas unhas, ela arranca todas as penas do corpo. Depois que nascem as novas penas, a águia sai, então, para o voo da renovação e vive por mais trinta anos – ufa, nada mais justo depois de tanta penúria! Acredito que neste momento, caro leitor, você deve estar se perguntando: “Mas qual a origem dessa lenda?” Há uma passagem na Bíblia (Salmo 103, do versículo 3 ao 5) que diz o seguinte: “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; (…) quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia“. A partir daí, vieram as mais diversas interpretações e a primeira delas teria sido de autoria de Santo Agostinho (354 D.C – 430 D.C). Tomando como base a lenda acima, renovar-se como a águia significa libertar-se de ideias e coisas que um dia foram essenciais e boas em nossas vidas, mas que, com o passar dos anos, se perderam. Tornaram-se irrelevantes e não fazem mais sentido. A renovação se faz necessária quando sentimos a necessidade de enfrentar novos desafios que surgem inesperadamente em nossas vidas, quando queremos alcançar novos voos.
  • 16. Quando optamos por renovar a nossa vida, independente do verdadeiro motivo, ela nos mostra o caminho, colocando-nos em situações favoráveis, nos apresentando pessoas, nos impulsionando e encorajando para que a renovação aconteça. Se queremos fazer a nossa vida valer a pena, é preciso que nos renovemos e que busquemos nossos próprios sonhos, objetivos e caminhos. A vida não nos dá garantias se seremos ou não felizes com as escolhas que fazemos, mas ela nos dá a oportunidade de mudança. Por isso, se por algum motivo não estamos satisfeitos com alguma coisa na nossa vida, cabe a nós buscarmos a ousadia e a coragem para a renovação. E aí eu te pergunto: Como está a sua vida hoje? Se você usasse toda a sua sinceridade e pudesse descrever algo que precisasse ser renovado com urgência em você mesmo – o que seria? Se você realmente quer mudar algo ou alguma coisa que não está te fazendo feliz, talvez a primeira coisa a se fazer é respirar fundo e se conscientizar de que somente você pode fazer com que a renovação aconteça. A partir do momento em que optamos pela renovação, nos conscientizamos da necessidade de soltar as nossas antigas amarras, nos desprender de costumes, antigos vícios e lembranças que nos causam dor.
  • 17. Caso não consiga entender o por quê desse sentimento de insatisfação atual, do vazio que te ocupa hoje, não se preocupe. Procure substituir a preocupação pela ação. Somente através da ação é que conseguimos comparar os cenários e até mesmo compreendê-los. Somente através da atitude, você poderá olhar para trás e entender qual peça estava solta no quebra-cabeça da sua vida. A vida é o nosso bem mais precioso! E, para aqueles que estão realmente dispostos a arriscar vivê-la, tudo é possível! Por isso, renove sua existência e arrisque para ser feliz! Isso só depende de você! Quando seu coração disser para você “vai em frente sem medo da nova vida que te espera”, vá mesmo! Assim como a águia, busque a ousadia, coragem e a renovação! E quanto a você querido leitor? Se inspirou com a história da águia? Sim?! Então comece já a busca pela sua montanha…e não desista antes de completar os cinquenta dias, hein?! Poderá ser doloroso, não dá para negar. Mas garanto que será muito recompensador!
  • 18. Quando descobri a lenda da águia - meio sem querer - ela imediatamente me “caiu como uma luva”. Eu estava passando por um período complicado da minha vida. Estava infeliz com a vida que eu estava levando, tanto no lado profissional como nos relacionamentos. Depois de alguns meses, analisando o por quê de eu não estar tão feliz como eu acreditava que deveria, resolvi seguir o conselho dos meus pais e resolvi mudar. Encarar a situação e meus medos de frente e, assim, renovar a minha vida! O que eu fiz? A primeira coisa foi procurar um coach, para eu entender o que eu realmente queria para a vida profissional e, de quebra, entender o que também desejava para a minha vida pessoal – e olha que eu tinha um certo preconceito em relação isso! Mas, um grande amigo meu, que estava passando pela mesma situação, me convenceu a quebrar essa minha barreira de preconceito e buscar ajuda profissional. Paralelamente, voltei a praticar yôga e meditação para tentar me entender melhor; organizar meus sentimentos e pensamentos. No começo, não foi fácil! Foi doloroso encarar a realidade que eu estava vivendo, mas confesso que esse processo valeu a pena. Foi libertador.
  • 19. Criei coragem para mudar de emprego, para correr atrás do que me faz feliz e passei a entender que, nesta vida, tudo tem a hora certa para as coisas acontecerem. Aprendi que de nada adianta se afobar ou se estressar, pois o que tiver que acontecer, vai acontecer. Acredito sinceramente que, quando compartilhamos nossas experiências pessoais com os outros, podemos ajudá-los de alguma forma. E foi exatamente esse o objetivo do texto: ajudar e incentivar as pessoas que sentem a necessidade de se renovar por algum motivo.
  • 20. Medo da Liberdade Tatá Vianna Publicado em: 15/07/2015
  • 21. Imagine se você, caro leitor, tivesse nascido em uma caverna e estivesse todo acorrentado, forçado a ficar para sempre neste mesmo lugar. Imagine que o seu único passatempo é observar uma parede, que reflete imagens distorcidas do mundo exterior. O que você faria? Permaneceria ali, parado, contemplando esse mundo irreal, virtual? Ou daria um jeito de mudar a sua situação? Estas provocações foram feitas por Platão, em “O Mito da Caverna”, uma das passagens de sua obra “A República”, onde ele desenvolve a ideia da descoberta do mundo real através do processo de coragem de encarar a realidade e de buscar o conhecimento e a sabedoria, sem acreditar nas aparências. Não pretendendo me estender em uma interpretação mais refinada de Platão e sua filosofia (afinal, não tenho nenhum diploma nesta disciplina!). Apenas aproveito esta introdução para questionar alguns temas presentes em nossa vida cotidiana pois tenho visto por aí muitas pessoas vivendo dentro das suas próprias “cavernas”. Muitos “acorrentados” modernos vivem em um tipo de mundo de aparências, onde preferem permanecer em um universo virtual e limitado, ao invés de viver e encarar o seu mundo real. Preferem enxergar apenas as imagens projetadas na parede da sua “caverna”.
  • 22. A construção desta “caverna” ou “realidade limitada” pode ocorrer de muitas formas. Uma delas - e certamente uma das mais influentes - é o próprio conjunto de notícias e informações que as pessoas recebem de várias formas: pelas redes sociais (Facebook, Twitter, etc) e pelos meios tradicionais (jornal, televisão, rádio). Entretanto, muitas vezes estas informações carecem de consistência e profundidade. Estas mensagens, bombardeadas diariamente como verdades absolutas, na maioria das vezes representam apenas fragmentos do todo – assim como as imagens distorcidas da caverna de Platão. Por conta disso, devemos ter a atenção redobrada quando somos expostos aos famosos “furos de reportagem”, tão em voga ultimamente. Ao nos depararmos com este tipo de notícia, nem sempre refletimos sobre tal conteúdo e nos questionamos: “Será que é isso mesmo? E o outro lado da versão contada pelos jornalistas, qual será? Haverá imparcialidade na hora da divulgação?” No ambiente das redes sociais, também existe o mesmo risco de interpretação da realidade: tanto para quem “posta” como para quem lê ou apenas “curte”. Quantas pessoas não postam selfies em viagens, baladas e na academia apenas para manter um determinado status? Aparentam estar sempre felizes e rodeadas de amigos, mas não enxergam que estão aprisionadas em sua própria “caverna”, tentando fabricar uma ilusão, seguindo à risca uma “modinha” do momento, ditada por alguma celebridade ou pelos meios de comunicação.
  • 23. Por outro lado, quem lê o post e se incomoda ou sente um “pingo” de inveja, torna-se também uma vítima, pois “compra” a ideia que o amigo(a) está vendendo. Se não houver um simples questionamento de ambas as partes para as suas atitudes, os dois já se tornaram companheiros de cela. Fora das redes sociais, no mundo de carne e osso, a doutrina da imagem e da aparência também segue firme e forte. Outro dia, eu fui para a balada com meus amigos e fiquei impressionada com a quantidade de mulheres iguais: na maneira de vestir, no jeito de falar, no corte de cabelo. Parecia uma coleção de boneca ou, melhor dizendo, da mesma boneca! A diferença ficava apenas na cor do cabelo, porque até a cor do esmalte era igual para todas. Uma verdadeira dança de estereótipos! A sensação que eu tenho é que, ao construir uma realidade que se utiliza de modismos de “quinze minutos” como matéria-prima, e ainda notar que muitos possuem um enorme senso de urgência em se posicionar perante a eles (e desta forma alimentando um novo modismo!), nos tornamos prisioneiros complacentes de um ciclo perverso. Para escapar, precisamos expandir nossos horizontes. O primeiro passo (e o mais difícil!) é reconhecer este ciclo acontecendo bem próximo de você! Em um determinado ponto, passará a ser natural questionar o que é mostrado pelos meios de comunicação e não mais deixar-se ser manipulado. Ao desenvolvermos o nosso “filtro”, passamos a tirar nossas próprias conclusões.
  • 24. Ao adquirirmos coragem para nos libertarmos das correntes que nos mantêm presos a um certo modo de pensar – contaminado pelas influências culturais e sociais – e sairmos da nossa caverna, um novo mundo nos será apresentado. Cheio de incertezas e surpresas. Mas certamente mais colorido, espontâneo e autêntico! “O Mito da Caverna”, escrito em 380 a.C., nos lembra que a busca pela verdadeira liberdade sempre foi um enorme desafio para o homem que vive em sociedade. Por isso mesmo, poucos chegaram a desfrutá-la. No mundo contemporâneo, onde o volume de informações deve ser em torno de milhares (ou milhões) de vezes maior do que no tempo dos sábios gregos, desenvolver o nosso próprio “filtro” é uma questão primordial – tanto de saúde como de bem-estar! E então, meu querido leitor? Você está preparado para o desafio de sair da caverna ou optará pelo comodismo de viver em um mundo de sombras?
  • 25. A inspiração para escrever esse texto veio a partir de um fato muito próximo a mim. Ao me deparar com artigos em jornais, revistas e posts em redes sociais sobre um assunto que estava acontecendo com pessoas próximas a mim e, ao notar que esse assunto foi abordado de uma forma distorcida e tendenciosa pela mídia, fiquei profundamente incomodada. Antes de escrever o texto, fui conversar com pessoas que só sabiam do assunto através da mídia e fiquei surpresa - e até um pouco assustada - com as respostas que obtive. Naquele momento, meu pensamento foi: “Como eles podem ter tanta certeza do que estão falando? E o outro lado da história, alguém ouviu? Se sim, por que não foi divulgado?” E, a partir destas minhas inquietações, resolvi escrever o texto para incentivar as pessoas a se questionarem ao lerem e/ou ouvirem alguma história ou imagem que lhes é apresentada, para que desenvolvam seus próprios “filtros”, antes de aceitarem o que a mídia divulga como verdade absoluta.
  • 26. Olá! Meu nome é Daniel Vianna. Ou pelo menos é o que consta no meu RG. ;) Brincadeira, meu caro leitor. Sou formado em Engenharia Civil pela UNICAMP e pós-graduado em ADM pela FGV. Isto é o que está no meu CV. Mas somos bem mais do que consta lá, não é mesmo? Rótulos podem servir como referências, mas nunca serão capazes de nos definir por completo. A grande verdade é que os últimos dois anos foram bem intensos para mim. Larguei um emprego de dez anos em uma multinacional de consultoria, trabalhei em uma
  • 27. start-up de eficiência energética e agora, cá estou : ajudando a elaborar este projeto intimamente ligado à expansão da consciência pessoal e coletiva, bem como escrevendo meu primeiro romance de ficção científica – também ligado ao momento bem particular que estamos vivendo em nosso planeta. Parece maluquice!? Talvez. Aliás, para o Daniel de dois anos atrás também fosse. Mas hoje entendo a importância e a necessidade de movermos em direção ao nosso propósito. De resgatarmos os nossos dons e talentos e realmente construir um legado. Talvez este discurso soe como ilusório e utópico para alguns. Mas, e se eu te dissesse que ele é a única escapatória em um mundo que vive um momento único de escassez de empregos e uma forte transição da economia competitiva para a colaborativa?
  • 28. O que antes era tido como um discurso ilusório e utópico hoje vem se transformando em um discurso racional, adotado por um número crescente de pessoas. As pessoas hoje querem (e cobram) autenticidade! As máscaras de antigamente já não estão funcionando adequadamente. Quem ainda insiste em utilizá-las, está pagando um preço altíssimo – seja com a sua saúde, instabilidade emocional e familiar. A questão é: vale a pena? É claro que somente você pode fazer essa análise. Eu optei por fazer a minha, depois que muitas peças já não se encaixavam mais em minha vida. Todos nós, mais cedo ou mais tarde, teremos que fazer nossas escolhas. Não é fácil. E não é da noite para o dia: trata-se de um processo. Mas é recompensador, posso garantir!
  • 29. Para 2016, gostaria de compartilhar 3 dicas que, acredito eu, podem realmente fazer a diferença em suas vidas, principalmente neste período de turbulência e transição: 1 – INVISTA EM AUTOCONHECIMENTO: O discurso comum prega que “o mundo está mudando muito rápido”. Ao mesmo tempo em que a convergência tecnológica nos propicia uma maior autonomia para empreendermos e sermos independentes, o risco de se perder nesse oceano de informações e possibilidades é muito alto. Por isso, ao invés de olhar para fora, comece olhando para dentro. Mesmo que tudo mude, seus dons e talentos são intrínsecos a você. Mas, para vislumbrá-los, é preciso ter paciência e “cavucar”! Workshops, terapias, atividade física – tudo é válido, desde que seja colocada uma intenção verdadeira de querer ir além. Entretanto, é preciso ter paciência – pois, como já falei, trata-se de um processo de médio a longo prazo!
  • 30. 2 – SE RESGUARDE DAS MÁS NOTÍCIAS: Ao contrário do que muitos pensam, se resguardar das más notícias não é um sinônimo de alienação. Para mim, é se privar de energia negativa. E, pode acreditar, ela existe. Para constatar, basta se observar: como você se sente ao ligar o telejornal e dar de cara com uma notícia sobre violência? E, logo na sequência, uma notícia envolvendo escândalos e corrupção? Se você não for uma máquina, você sentirá medo na primeira situação, raiva na segunda e uma enorme sensação de impotência diante das duas! A sensação de impotência, por si só, já justificaria cortar o telejornal da sua programação diária. Explico: você não pode fazer nada para mudar o que está na tela mas você pode fazer muito pelo que está ao seu redor. Evite distrações – e focalize o seu olhar para o que está perto. Só assim você poderá fazer a real diferença! 3 – AUTO-RESPONSABILIDADE: Já ouviram a famosa frase: “Você está aonde se coloca.”? Pois bem, ter auto responsabilidade é ter a consciência de que você é o único responsável pela condução da sua vida. Implica em renunciar o papel de vítima e olhar com maturidade para as mais diversas situações de nosso cotidiano, que abrangem as relações amorosas, profissionais e sociais. Implica em fazer uso real do livre arbítrio e parar de botar a culpa pela sua miséria no outro, seja ele quem for: pai, mãe, parceiro, parente, chefe e até político. Difícil? Com certeza! Mas, se queremos evoluir como seres humanos, este é um dos pilares essenciais!
  • 31. A Boa Demora Daniel Vianna Publicado em: 16/08/2015
  • 32. Já atrasado, coração batendo forte, aguardo no hall social o elevador que nunca chega. “Mas quem está segurando a porta do elevador a esta hora da manhã?” – penso, já levantando o braço e mirando o relógio; forço o olhar, pronto para congelar o tempo. Frustrado, invisto contra a porta do meu moroso transporte vertical – uma, duas, três vezes – nada! Ele insiste em desdenhar de mim, com a sua irônica indiferença inercial, justo quando mais dele necessito! Não teve jeito, o elevador de serviço era a minha única esperança. Cruzo o apartamento apreensivo, procurando não acordar aqueles que ainda dormem. Localizo, no molho, a chave da porta da cozinha, que vive emperrando (e que eu não arrumo tempo para consertar!). Viro a chave apreensivo e torço, silenciosamente. Para o meu alívio, ela se abre, comportada.
  • 33. Pronto! Ao apertar de um botão, em poucos segundos o meu “salvador” aparece, pronto para me submeter a um leve aumento de pressão corpórea em sua descida, e também para baixar a ansiedade e esfriar uma cabeça que há muito tempo anda “pelando”! Ao abrir a porta do elevador, me vejo obrigado a contornar o salão que dá para o estacionamento, passando em frente à coluna do elevador social. Um leve assobiar me chama a atenção. Eis que, antes de cruzar a porta que dá para o estacionamento, viro a cabeça e… lá estava ele! Sorridente, concentrado, cabeça baixa, balde cheio, rodo em punho; como se fosse uma criança entretida com o seu mais novo brinquedo e segurando, escancaradamente, a porta do elevador social! Voilà: eis o vilão da minha manhã!! O assobio parou, abruptamente, seguido de um olhar tímido e um educado “Bom dia, senhor! Tudo bem?”. Ao som de sua voz eu, que estava prestes a chamar-lhe a atenção, travei. Simplesmente o ignorei. Não respondi.
  • 34. Continuei e atravessei a porta, bufando. Um misto de raiva e total propriedade da razão contrastavam com estranhos ecos de piedade e arrependimento. “Bom dia senhor, uma ova! Segurando a porta do elevador às seis horas da manhã para limpeza? Você só pode estar de brincadeira!!”, brigo comigo mesmo em direção ao carro. Lembro-me do horário e aperto o passo. Coloco a mão no bolso direito, vazio. Coloco a mão no bolso esquerdo, a chave de casa. “Aonde…? A chave do carro! Meu Deus!”. Meia volta, volver! E a figura pacata estaria lá, trabalhando diligentemente, aguardando a minha nova passagem pelo hall, pronta para desdenhar do meu contratempo! Imediatamente, o meu imaginário começou a trabalhar: “Vou ter que encará-lo!” . Ao mesmo tempo, não queria que ele me visse! “Vou pela escada!”. Soluções e alternativas eram cantadas pelo meu cérebro, inconformado. Não tinha jeito. A porta da escada ficava bem próxima da porta do elevador. “Será que ele notou a minha cara feia quando passei? Será que deu para notar?”. E não parava: “Poderia subir pela rampa do estacionamento e pegar de outro andar? Mas, e se ele já foi embora? Estou em cima do horário… não custa tentar!”
  • 35. Caminhando devagar em direção à porta do salão, resolvi dar uma espiada; na transversal mesmo, ombro na parede do lado de fora e pescoço esticado. “Ah! Lá estava ele!!”. De costas para mim. Assobiava contente, despreocupado, em movimentos contínuos com o seu rodo. Notei um cheiro muito forte, azedo, que antes não havia percebido. Esticando um pouco mais o pescoço vi um líquido viscoso sendo pouco a pouco diluído pela água e retirado pelo homem. Aparentemente, algum morador havia aprontado durante a madrugada. Fiquei estupefato! Nada abalava a musicalidade do seu assobio. O mesmo ritmo, o mesmo entusiasmo: uma esticada, uma puxada. Braços e rodo em sintonia. Como se estivesse, a cada movimento, purificando o chão e a si mesmo. Como se, ao limpar os resíduos de um completo desconhecido (e ainda do tipo que faz pouco caso de suas ações!), fosse elevado a um plano superior. Como se, ao manejar a sua “companheira de valsa”, ficasse mais perto de um céu repleto de notas de sabão, do que do inferno, travestido no aspecto escatológico do líquido misterioso. Fiquei ali, por uns instantes, contemplando a cena e, de certo modo, invejando-o.
  • 36. Não queria mais olhar para o relógio. Não queria mais sentir qualquer nervosismo. Queria mesmo era entender, nem que fosse parcialmente, aquela plenitude que pairava bem diante de mim. – Só mais um minutinho senhor, já vai ficar pronto! – ele agora havia se voltado para mim, me pegando de surpresa, como se soubesse que estava sendo observado. – Ok, eu espero. Sem problemas. – disse, tentando demonstrar simpatia, torcendo para que ele me confundisse com outro morador. Continuei a observar. Esqueci-me do elevador de serviço. Fazia agora questão de ir pelo elevador social. Uma forma de prestar a homenagem ao rapaz que estava terminando de torná-lo “um brinco”? Uma forma de engolir meu orgulho e talvez me redimir da estupidez que demonstrei ao deixá-lo “no vácuo”?
  • 37. Ou ainda, uma maneira de aprender a lidar com contratempos sem se perder em um labirinto de paranoias, que acabam por machucar os inocentes desavisados que cruzam o meu caminho. Gentil, ele terminou de secar o piso e, segurando a porta para que eu finalmente entrasse no elevador social, com a cara serena e sorridente, disse baixinho, com a cabeça levemente inclinada para baixo: – Obrigado pela paciência! Desculpa qualquer coisa! Tenha um bom dia! – disse, com uma voz que me soou carregada de sinceridade. – Bom dia! – e finalmente, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, saiu! E saiu leve, desinteressado, sincero. Ao som da minha própria voz, a redenção; ao reconhecer uma humildade que, há muito esquecida, voltava a dar as caras; não para me livrar de um atraso quase certo, mas para tornar o meu dia realmente “bom”!
  • 38. Toda profissão tem o seu valor e o seu mérito. Mas será que todos pensam assim!? Neste texto, os personagens são baseados em pessoas reais, com as quais convivo diariamente no meu condomínio. Tenho certeza de que você também convive com estes tipos: o funcionário da limpeza e o executivo atarefado. Com estes personagens, tentei transmitir uma característica muito comum da nossa sociedade moderna e do nosso País: a prepotência, que significa se julgar superior a outro ser humano. Muitos ainda sofrem desta terrível ilusão, infelizmente. E, como consequência, deixam de notar a sutileza de certos momentos, perceptíveis somente a olhos carregados de humildade...
  • 39. Dias de Vidraça Daniel Vianna Publicado em: 12/08/2015
  • 40. Quebrar janelas pode parecer fácil quando o que está em jogo são tomar decisões difíceis e romper velhos hábitos… Imagine você, leitor, estar diante de uma fábrica vazia, suja, abandonada. Máquinas paradas, armazéns vazios, cheios de ratos e baratas. Jogada ao acaso. O seu coração está desolado. Várias gerações da sua família trabalharam neste local. Mas dentro de você há raiva, ressentimento, desejo de vingança. Um ódio que você não sabe de onde vem. Em suas mãos, uma barra de aço e uma pedra. Você ouve gritos, vindos de um grupo de pessoas ao seu lado. São os seus colegas: querem que você ponha abaixo a última janela de vidro intacta daquele velho armazém. Um deles carrega um latão de querosene, para encerrar a noite em grande estilo!
  • 41. Você sabe bem quem eles são. E, por isso mesmo, hesita. Xavier, Amaral e Souza. Xavier, no ano passado, havia lhe pedido um empréstimo e vivia inventando desculpas para não lhe retornar a quantia. Amaral já tinha dado em cima da sua mulher descaradamente em um evento da fábrica, quando tudo ainda estava de pé. Souza vivia desviando insumos da linha de produção, e se gabava de nunca ter sido pego. Os três, em uníssono, gritam para que você aja, se posicione. Imagens antigas daquele local, de repente, invadem a sua mente. Em outros tempos, aquela fábrica era o símbolo de prosperidade. Sua imagem se confundia com a da cidadezinha. Não era uma cidadezinha rica, mas tinha o que precisava. A matéria-prima era abundante, embora a produção vez ou outra engasgasse. Mas, em algum momento, algo saiu do eixo.
  • 42. Talvez o problema todo tivesse se originado nas sucessivas administrações descuidadas. Talvez. Por exemplo, quando quiseram fazer um prédio administrativo do outro lado da cidade. Sabiam que muitos iriam ficar descontentes. Então, aumentaram os salários. Ofereceram promoções. O presidente da empresa, à época, prometia mundos e fundos para abafar a onda de insatisfeitos. Você, calado, aceitou. Depois veio o tal de bônus por produtividade. Metas impossíveis eram estabelecidas. Estranhamente, os bônus eram pagos mesmo para quem não fazia nada! Alguns faziam vista grossa para toda aquela “festa”. Você, entretanto, apenas observava, sem tomar qualquer partido. Contratos com a China, ações para os empregados, benefícios infinitos. Tudo aquilo era uma maravilha! Uma verdadeira festa! Para alguns, entretanto, os benefícios generalizados não eram suficientes. Começaram a passar a perna em alguns colegas descaradamente e ainda se gabavam disso. Outros apelavam para pequenas vantagens. A abundância era tanta que, “ninguém notaria se algo pequeno sumisse”. Até um colega próximo seu, caro leitor, o Souza (apresentado anteriormente), começou desviando “apenas” insumos da produção. Mas você não estranharia, conhecendo-o de longa data, se ele partisse para “voos mais ousados”.
  • 43. Distraídos neste ambiente de bonança e desperdícios, ninguém na fábrica percebeu a enorme camada de poeira que estava se acumulando no chão da fábrica. Aos poucos, teias de aranha começaram a envolver o maquinário. Ratos começaram a aparecer discretamente no armazém e no refeitório, e em pouco tempo, passaram a andar livres e desimpedidos no escritório, durante o expediente! Você até via um roedor ou outro passando. Mas, como já havia se habituado, manteve-se calado. Afinal, o salário continuava sendo pago todo final de mês, e, no fim das contas, ninguém estava ligando para isso (ou fingia que não ligava). Foi então que vieram os dias difíceis. Os salários, de uma hora para outra, começaram a atrasar. Ninguém mais trabalhava direito, a matéria prima rareava, a motivação diminuía e o combustível era insuficiente. As máquinas sequer trabalhavam meio período. Nesse ambiente, Souza e seu grupo começaram a ameaçar os gerentes. Exigiam os pagamentos atrasados, ou senão “aquele lugar iria pelos ares”. Em um dia mais intenso, Souza chegou a segurar um dos gerentes (o Zé Maria) pelo pescoço e a fazer demandas. O pior de tudo é que a maioria concordava com tudo aquilo, com as suas atitudes. Souza conseguiu inflamar os colegas. Tinha o dom para isso.
  • 44. Você olhava para tudo aquilo, em silêncio. A que ponto aquela situação havia chegado? Mas, mais uma vez, você não se posicionou. Manteve-se quieto, como já era de costume. Descobriu-se, em seguida, que a alta cúpula da empresa estava envolvida em escândalos financeiros e que agentes da polícia haviam interditado o prédio administrativo. Nas semanas seguintes, vieram à tona diversas notícias sobre o grupo que comandava a fábrica há pouco mais de uma década. Havia lavagem de dinheiro, propinas recebidas de fornecedores para favorecimento em compras e acordos ilícitos com os políticos da cidadezinha . Estes últimos foram acusados logo em seguida. Não iria restar muito da velha fábrica, tão fundamental para a vida daquela população. Ela provavelmente iria à falência ou seria vendida para um grupo estrangeiro qualquer. Neste meio tempo, Souza havia construído uma liderança entre os empregados da fábrica e falava até em entrar para a política, agora que havia tantos políticos da cidadezinha desgastados com os escândalos. Inclusive, chegou a fazer um convite a você, leitor, para e apoiá-lo. Você, calado, apenas acenou com a cabeça, pois queria garantir o seu futuro, já que o destino da velha fábrica era tão incerto.
  • 45. Para comemorar os seus novos planos, chamou você, Xavier e Amaral para uma conversa no bar. Vocês ficaram até altas horas no barzinho da cidade. Eles abriram o coração para você: Xavier pediu a você um pouco mais de paciência com o empréstimo, até que a situação dos salários atrasados se resolvesse. Por outro lado, deixou escapar que estava de mudança para uma casa maior. Amaral e Souza, por outro lado, relembravam os episódios em que entravam na fábrica de madrugada para coletar as sobras de matéria-prima no armazém, e como driblavam os seguranças. Deram muitas risadas. Você, quieto, escutava tudo, mas não se manifestava. Na volta, completamente bêbados, resolveram passar pelo que ainda restava da velha fábrica. Os três empunhavam seus bastões de metal. Quebravam tudo o que viam pela frente e praguejavam contra a antiga diretoria: “Canalhas, hipócritas! Vocês vão nos pagar cada centavo!”. E bradavam o nome de Souza, o mais bêbado dos três. “Souza, você é o cara!”. Até aquele instante, você acompanhava tudo à distância, com certo receio. Voltamos ao início da história: Em um determinado momento, você se vê com a pedra na mão. Você não sabe como ela foi parar ali. Eles querem de você uma atitude, um posicionamento.
  • 46. “Vamos, atire a pedra! Ande logo com isso! Destruiremos esta antiga fábrica e construiremos uma nova, mais justa e fraterna. Os empregados não serão mais enganados! Acabaremos com a injustiça e a corrupção do passado!” Você olha para a vidraça à sua frente; para o que restou da antiga fábrica. Apesar de estar escuro, você consegue ver parte do seu reflexo. Você se vê obrigado a rever as suas atitudes (ou a falta delas). Afinal, elas o levaram àquele lugar e àquele momento. Uma mistura de frustração e raiva toma conta de você. Você gira a cabeça e se depara com aqueles indivíduos ao seu lado. Eles estão aguardando! Agora é com você, caro leitor! Faça a sua escolha! PS: Somente fico na torcida para que esteja preparado para as consequências e que você não se deixe levar pelo caminho mais fácil!
  • 47. Quem cala, consente. Neste texto, abordo a omissão – e também o alto preço que ela nos exige quando as coisas não acabam bem. Omissão na sociedade, omissão no trabalho, omissão nos relacionamentos. Muitos de nós já passamos por situações parecidas como a que é retratada na história. As coisas vão acontecendo e optamos pelo caminho mais cômodo – que é o do silêncio e o da indiferença. Inevitavelmente, a conta virá, com a intensidade redobrada. E, ao contrário das outras vezes, não haverá escapatória! Teremos que dar uma resposta: que, ao menos, ela seja a resposta que vai tirar o peso dos nossos ombros e nos dar o alívio do qual tanto precisamos!
  • 48.
  • 49. Em 2016, nos esforçaremos para continuar oferecendo a você, querido leitor, um conteúdo de qualidade, carregado de reflexões, provocações e um constante chamado à mudança e à transformação! Além dos textos semanais, pretendemos iniciar nosso canal de vídeo no YOUTUBE, além de hangouts e conversas ao vivo no Facebook! Pretendemos realizar publicações com recomendações culturais – filmes, peças e eventos – que estejam em linha com o nosso conceito, ou seja, que possuam um conteúdo edificante e reflexivo, que nos ajudem a aguçar a nossa percepção da realidade, capturem nossas emoções e nossa capacidade para o “algo a mais”. Pretendemos também participar de múltiplos eventos ligados a temas sociais e de expansão da consciência, sempre mantendo nossos leitores a par do que está acontecendo. Em 2016, continue a “despertar” conosco!
  • 50. E-MAIL para contato: blog.odespertador@gmail.com FACEBOOK: https://www.facebook.com/odespertadorcom/ INSTAGRAM: odespertador.comblog LINKEDIN: O Despertador Blog MEDIUM: blog odespertador.com BLOG: www.odespertador.com