SlideShare uma empresa Scribd logo
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Disciplina: Desenvolvimento e Políticas Públicas
Docente: Lígia Mori Madeira
Discente: Rafael Cesar Ilha Pinto
O Pensamento Econômico Brasileiro – O ciclo ideológico do desenvolvimento
Ricardo Bielschowsky
Graduou-se em Economia na Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez o
mestrado na Universidade de Brasília e o
doutorado na Universidade de Leicester,
Inglaterra. É hoje professor da UFRJ, e
trabalha Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe.
Capítulo 2: Algumas Características Básicas do Quadro Analítico
Subjacente ao Debate Desenvolvimentista Brasileiro.
Seção 2.1: Introdução
Procura detectar o conteúdo analítico e as filiações teóricas do pensamento
econômico brasileiro. Detalha a polêmica quanto ao debate sobre
desenvolvimento. Faz referência fundamental aos argumentos da teoria do
subdesenvolvimento (industrialização) contra as teorias e políticas liberais com
ênfase nos textos de Prebisch e CEPAL.
Diferença entre o keynesianismo nos países desenvolvidos e a teoria
do subdesenvolvimento. No primeiro alocação de poupança ociosa, no
segundo proteção e planejamento.
Debate latinoamericano: Livre comércio e eficiência do mercado em
alocar recursos X planejamento e protecionismo governamental.
Capítulo dividido em duas partes: argumentos antiliberais e a favor da
industrialização; o sistema teórico da teoria do desenvolvimento periférico
(mais que a soma das partes).
Seção 2.2: Argumentos antiliberais a favor da industrialização dos
países subdesenvolvidos (e seu uso pela CEPAL e no Brasil).
Construção de argumentos em favor da industrialização e críticas teóricas a
ortodoxia liberal. Fundamentalmente centrada no Planejamento e no
Protecionismo, mas também resumidas nas proposições a seguir:
1 – Protecionismo; 2 e 3 – Teorias de Equilíbrio; 4, 5, 6 e 7 – Inadequação de
modelos estáticos a problemas dinâmicos da alocação de recursos; 8 –
Planejamento adequado do uso de tecnologia; 9 – industrialização permite
importar mais técnicas do que a agricultura; 10 – Crescimento gera pressão
de demanda que exige uma intervenção estatal industrializante.
Seção 2.3: A escolha analítica latino-americana dos anos 50: a teoria
do desenvolvimento periférico de Prebisch e da CEPAL.
Seção subdividida em sete aspectos referentes as teorias
cepalinas que procura ir além da tese sobre a deterioração nos termos de
intercâmbio, abarcado também a teoria como um instrumento de
compreensão do processo de transformação das economias latino-
americanas.
1 – Caracterização do subdesenvolvimento como uma condição da
periferia.
Separação centro-periferia através da divisão internacional do
trabalho. No centro um nível técnico elevado em todos os sistemas
produtivos enquanto na periferia apenas nos setores de exportação (ilhas
de alta produtividade).
Tese da Deterioração dos Termos de Troca como contestação a
Tese ricardiana da desigualdade compensada pela produtividade em
concorrência perfeita (ou vantagens comparativas). A transferência de
ganhos pela produtividade não apenas não ocorre, como também, segundo
a tese há o oposto, as regiões atrasadas transferem seus ganhos de
produtividade para as desenvolvidas.
2 – Identificação de um processo de industrialização espontâneo e o
significado histórico a ele atribuído.
A industrialização periférica como consequência da I Guerra e da
Grande Depressão. Esse processo como uma transformação histórica
fundamental e abertura para uma perspectiva real de desenvolvimento
econômico (entendida nos termos de Prebisch como de todo o sistema
produtivo)
3 – Industrialização na periferia vista como padrão de desenvolvimento
sem precedente e problemático.
Contraste do desenvolvimento da industrialização entre centro
(consumo e estrutura produtiva se desenvolvendo simultaneamente) e periferia
(padrão de consumo independente do sistema produtivo). Duas características:
especialização voltada à exportação e baixa produtividade de outros setores
que não os de exportação (heterogeneidade tecnológica), o que inviabiliza a
taxa de poupança.
As características citadas acima, especialização e heterogeneidade
tecnológica, provocam quatro tendências que desempenham um papel no
contexto dinâmico do processo produtivo: tendência ao desemprego; à
deterioração nos termos de intercâmbio; ao desequilíbrio externo; à inflação.
4 – A tese estruturalista sobre a inflação.
A inflação como consequência das economias subdesenvolvidas latino-americanas. A
solução residiria em transformações estruturais e industrializantes de maneira a tornar
o sistema econômica mais independente das importações. Segundo os
desenvolvimentistas estruturalistas alguma inflação é inevitável e as políticas de
estabilização obstruem o desenvolvimento e são inócuas, visto que elevação de
preços tende a reaparecer.
5 – A tese da substituição de importações.
Processo contínuo de expansão industrial com vistas, a princípio, a
substituição de bens finais não duráveis e posteriormente bens intermediários e de
capital. A rapidez e profundidade do processo depende das capacidade de cada
economia para adaptar sua estrutura produtiva às novas demandas da expansão
industrial e da evolução da capacidade de importação da economia. Tavares, num
modelo dinâmico, reúne ainda três ideias básicas: a tendência ao desequilíbrio externo
é inerente a industrialização periférica; a industrialização na AL consiste na
substituição de importações gerada por déficits externos; o processo promove uma
mudança na composição das importações, mas não reduz seu volume. Para
aprofundas as possibilidades do processo Tavares ainda propõe três elementos: a
diversificação na estrutura produtiva das economias periféricas; o tamanho do
mercado interno e a capacidade para importar.
6 – A proposta de planejamento da CEPAL.
O planejamento é central no pensamento cepalino. A entidade propõe
uma técnica de programação que se baseia em dois procedimentos: ‘a taxa de
crescimento econômico e o volume de investimento correspondente deveriam ser
estimados por meio de projeções globais sobre a taxa de poupança da economia,
a razão capital-produto e os termos de troca;, mais uma projeção global da
capacidade de importação da economia; projeções sobre a demanda deveriam
ser preparadas para todos os setores, com base na projeção do crescimento da
renda, de distribuição da renda e de elasticidades-renda da demanda, o
investimento deveria obedecer o critério Kahn-Chenery de produtividade social
marginal’.
7 – Argumentação de Prebisch por protecionismo baseada em modelo de
três setores.
O protecionismo é outro elemento central da teses cepalinas. Segundo
Prebisch, por exemplo, se o excedente de mão de obra na periferia fosse
utilizado em atividade exportadoras os termos de intercâmbio fatalmente se
deteriorariam. Prebisch acredita que os sistemas econômicos periféricos
constituem-se por três setores: o de subsistência, o exportador e o industrial. O
protecionismo, nesse sentido, tem a função de absorver a mão de obra voltada a
industrialização e á dinamização do mercado interno.
Conclusão
O ideário cepalino surgiu em um momento
de descrença com as tradicionais prescrições de
desenvolvimento. Ao combinar as teses sobre
transformações históricas centro-periferia com a
análise das estruturas periféricas, a entidade
constituiu um instrumental analítico fundamental
para prever e estudar, por exemplo, déficits
externos, deterioração nos termos de troca,
desemprego e inflação.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Apostila de economia_i
Apostila de economia_iApostila de economia_i
Apostila de economia_i
Paulo Vasconcelos
 
Lista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de Solow
Lista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de SolowLista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de Solow
Lista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de Solow
Ramon Cristian
 
Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...
Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...
Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
326
326326
326
afvivas
 
Microeconomia parte-1
Microeconomia parte-1Microeconomia parte-1
Microeconomia parte-1
R3g1na
 
Eco 2
Eco 2Eco 2
Inserção externa, exportações e crescimento no Brasil
Inserção externa, exportações e crescimento no BrasilInserção externa, exportações e crescimento no Brasil
Inserção externa, exportações e crescimento no Brasil
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 

Mais procurados (7)

Apostila de economia_i
Apostila de economia_iApostila de economia_i
Apostila de economia_i
 
Lista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de Solow
Lista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de SolowLista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de Solow
Lista de Teoria Macroeconômica IV - Modelo de Solow
 
Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...
Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...
Uma Análise Crítica do Modelo Kaldoriano de Crescimento Liderado Pelas Export...
 
326
326326
326
 
Microeconomia parte-1
Microeconomia parte-1Microeconomia parte-1
Microeconomia parte-1
 
Eco 2
Eco 2Eco 2
Eco 2
 
Inserção externa, exportações e crescimento no Brasil
Inserção externa, exportações e crescimento no BrasilInserção externa, exportações e crescimento no Brasil
Inserção externa, exportações e crescimento no Brasil
 

Destaque

Crescimento económico parte 1
Crescimento económico  parte 1Crescimento económico  parte 1
Crescimento económico parte 1
Carla Teixeira
 
19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII
19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII
19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII
Carla Freitas
 
Desenvolvimento economico sec_xii
Desenvolvimento economico sec_xiiDesenvolvimento economico sec_xii
Desenvolvimento economico sec_xii
Isabel Ribeiro
 
idade média - Crescimento ubano e sociedade
idade média - Crescimento ubano e sociedadeidade média - Crescimento ubano e sociedade
idade média - Crescimento ubano e sociedade
João Lima
 
O desenvolvimento económico do século xiii
O desenvolvimento económico do século xiiiO desenvolvimento económico do século xiii
O desenvolvimento económico do século xiii
Ana Barreiros
 
Europa crista secs_VI_a_IX
Europa crista secs_VI_a_IXEuropa crista secs_VI_a_IX
Europa crista secs_VI_a_IX
Teresa Maia
 
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XIIDesenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Nelson Faustino
 

Destaque (7)

Crescimento económico parte 1
Crescimento económico  parte 1Crescimento económico  parte 1
Crescimento económico parte 1
 
19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII
19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII
19 - Crescimento económico dos séculos XII e XIII
 
Desenvolvimento economico sec_xii
Desenvolvimento economico sec_xiiDesenvolvimento economico sec_xii
Desenvolvimento economico sec_xii
 
idade média - Crescimento ubano e sociedade
idade média - Crescimento ubano e sociedadeidade média - Crescimento ubano e sociedade
idade média - Crescimento ubano e sociedade
 
O desenvolvimento económico do século xiii
O desenvolvimento económico do século xiiiO desenvolvimento económico do século xiii
O desenvolvimento económico do século xiii
 
Europa crista secs_VI_a_IX
Europa crista secs_VI_a_IXEuropa crista secs_VI_a_IX
Europa crista secs_VI_a_IX
 
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XIIDesenvolvimento Económico Séculos XI-XII
Desenvolvimento Económico Séculos XI-XII
 

Semelhante a O pensamento econômico brasileiro – o ciclo ideológico do desenvolvimento

O Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do Excedente
O Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do ExcedenteO Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do Excedente
O Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do Excedente
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
O desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedente
O desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedenteO desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedente
O desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedente
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
AULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.ppt
AULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.pptAULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.ppt
AULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.ppt
alexandreamoreira2
 
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?
Mauro de Oliveira
 
O Modelo de Dois Hiatos e o Supermultiplicador
O Modelo de Dois Hiatos e o SupermultiplicadorO Modelo de Dois Hiatos e o Supermultiplicador
O Modelo de Dois Hiatos e o Supermultiplicador
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Debate Desenvolvimentista Brasileiro
Debate Desenvolvimentista BrasileiroDebate Desenvolvimentista Brasileiro
Debate Desenvolvimentista Brasileiro
Paulo Magalhães
 
Teorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.ppt
Teorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.pptTeorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.ppt
Teorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.ppt
Antonio Carlos Baltazar
 
O ressurgimento da economia do desenvolvimento
O ressurgimento da economia do desenvolvimentoO ressurgimento da economia do desenvolvimento
O ressurgimento da economia do desenvolvimento
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...
Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...
Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Acumulação e Gasto Improdutivo na Economia do Desenvolvimento
Acumulação e Gasto Improdutivo na Economia do DesenvolvimentoAcumulação e Gasto Improdutivo na Economia do Desenvolvimento
Acumulação e Gasto Improdutivo na Economia do Desenvolvimento
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Nota tecnica #c&t
Nota tecnica #c&tNota tecnica #c&t
Nota tecnica #c&t
Hilton M
 
Problematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivity
Problematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivityProblematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivity
Problematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivity
Alessandro Maia Pinheiro
 
Infraestrutura brasileira
Infraestrutura brasileiraInfraestrutura brasileira
Infraestrutura brasileira
TAMIhenrique17
 
Crise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologico
Crise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologicoCrise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologico
Crise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologico
afvivas
 
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Grupo de Economia Política IE-UFRJ
 
1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx
1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx
1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx
patysilvameioambient
 
Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao
Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacaoPatentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao
Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao
Hilton M
 
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios NacionaisPolítica Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
LilianMilena
 
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...
Alex AG
 

Semelhante a O pensamento econômico brasileiro – o ciclo ideológico do desenvolvimento (20)

O Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do Excedente
O Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do ExcedenteO Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do Excedente
O Desenvolvimento Economico e a Retomada da Abordagem Clássica do Excedente
 
O desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedente
O desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedenteO desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedente
O desenvolvimento economico e a abordagem clássica do excedente
 
AULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.ppt
AULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.pptAULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.ppt
AULA 2 - TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO.ppt
 
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?
A década de 90 foi perdida para o Sistema Nacional de Inovação no Brasil?
 
O Modelo de Dois Hiatos e o Supermultiplicador
O Modelo de Dois Hiatos e o SupermultiplicadorO Modelo de Dois Hiatos e o Supermultiplicador
O Modelo de Dois Hiatos e o Supermultiplicador
 
Debate Desenvolvimentista Brasileiro
Debate Desenvolvimentista BrasileiroDebate Desenvolvimentista Brasileiro
Debate Desenvolvimentista Brasileiro
 
Teorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.ppt
Teorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.pptTeorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.ppt
Teorias estruturalistas do crescimento e do desenvolvimento.ppt
 
O ressurgimento da economia do desenvolvimento
O ressurgimento da economia do desenvolvimentoO ressurgimento da economia do desenvolvimento
O ressurgimento da economia do desenvolvimento
 
Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...
Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...
Desenvolvimento Econômico e Provisão de Bens e Serviços Públicos: Aspectos Te...
 
Acumulação e Gasto Improdutivo na Economia do Desenvolvimento
Acumulação e Gasto Improdutivo na Economia do DesenvolvimentoAcumulação e Gasto Improdutivo na Economia do Desenvolvimento
Acumulação e Gasto Improdutivo na Economia do Desenvolvimento
 
Nota tecnica #c&t
Nota tecnica #c&tNota tecnica #c&t
Nota tecnica #c&t
 
Problematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivity
Problematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivityProblematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivity
Problematizing the channel: commercial openness-technology imports-productivity
 
Infraestrutura brasileira
Infraestrutura brasileiraInfraestrutura brasileira
Infraestrutura brasileira
 
Crise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologico
Crise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologicoCrise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologico
Crise energetica e_trajetorias_de_desenvolvimento_tecnologico
 
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
 
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
Adeus capitalismo dependente. Olá neo-primário exportador?
 
1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx
1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx
1_APRESENTAÇÃO CELSO FURTADO DESENVOLVIMENTO E SUBDESENVOLVIMENTOMESTRADO.pptx
 
Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao
Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacaoPatentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao
Patentes e sistema financeiro crocco e albuquerque #c&t #inovacao
 
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios NacionaisPolítica Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
Política Industrial, Desenvolvimento e os Grandes Desafios Nacionais
 
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...
Teoría de la producción en la economía regional: Una propuesta para la sistem...
 

Mais de Rafael Pinto

Thinking about civilizations
Thinking about civilizationsThinking about civilizations
Thinking about civilizations
Rafael Pinto
 
A americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundial
A americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundialA americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundial
A americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundial
Rafael Pinto
 
DEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL
DEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONALDEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL
DEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL
Rafael Pinto
 
Por um modelo agonístico de democracia
Por um modelo agonístico de democracia Por um modelo agonístico de democracia
Por um modelo agonístico de democracia
Rafael Pinto
 
Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...
Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...
Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...
Rafael Pinto
 
Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latina
Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latinaPara uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latina
Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latina
Rafael Pinto
 
Liberalismo clássico e contemporâneo
Liberalismo clássico e contemporâneoLiberalismo clássico e contemporâneo
Liberalismo clássico e contemporâneo
Rafael Pinto
 

Mais de Rafael Pinto (7)

Thinking about civilizations
Thinking about civilizationsThinking about civilizations
Thinking about civilizations
 
A americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundial
A americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundialA americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundial
A americanidade como conceito, ou a América no moderno sistema mundial
 
DEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL
DEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONALDEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL
DEMOCRACIA COSMOPOLITA VERSUS POLÍTICA INTERNACIONAL
 
Por um modelo agonístico de democracia
Por um modelo agonístico de democracia Por um modelo agonístico de democracia
Por um modelo agonístico de democracia
 
Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...
Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...
Sociedade Civil, Instituições Participativas e Representação: Da Autorização ...
 
Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latina
Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latinaPara uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latina
Para uma outra leitura da disputa pela construção democrática na américa latina
 
Liberalismo clássico e contemporâneo
Liberalismo clássico e contemporâneoLiberalismo clássico e contemporâneo
Liberalismo clássico e contemporâneo
 

O pensamento econômico brasileiro – o ciclo ideológico do desenvolvimento

  • 1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Pós-Graduação em Ciência Política Disciplina: Desenvolvimento e Políticas Públicas Docente: Lígia Mori Madeira Discente: Rafael Cesar Ilha Pinto O Pensamento Econômico Brasileiro – O ciclo ideológico do desenvolvimento Ricardo Bielschowsky Graduou-se em Economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez o mestrado na Universidade de Brasília e o doutorado na Universidade de Leicester, Inglaterra. É hoje professor da UFRJ, e trabalha Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
  • 2. Capítulo 2: Algumas Características Básicas do Quadro Analítico Subjacente ao Debate Desenvolvimentista Brasileiro. Seção 2.1: Introdução Procura detectar o conteúdo analítico e as filiações teóricas do pensamento econômico brasileiro. Detalha a polêmica quanto ao debate sobre desenvolvimento. Faz referência fundamental aos argumentos da teoria do subdesenvolvimento (industrialização) contra as teorias e políticas liberais com ênfase nos textos de Prebisch e CEPAL. Diferença entre o keynesianismo nos países desenvolvidos e a teoria do subdesenvolvimento. No primeiro alocação de poupança ociosa, no segundo proteção e planejamento. Debate latinoamericano: Livre comércio e eficiência do mercado em alocar recursos X planejamento e protecionismo governamental. Capítulo dividido em duas partes: argumentos antiliberais e a favor da industrialização; o sistema teórico da teoria do desenvolvimento periférico (mais que a soma das partes).
  • 3. Seção 2.2: Argumentos antiliberais a favor da industrialização dos países subdesenvolvidos (e seu uso pela CEPAL e no Brasil). Construção de argumentos em favor da industrialização e críticas teóricas a ortodoxia liberal. Fundamentalmente centrada no Planejamento e no Protecionismo, mas também resumidas nas proposições a seguir: 1 – Protecionismo; 2 e 3 – Teorias de Equilíbrio; 4, 5, 6 e 7 – Inadequação de modelos estáticos a problemas dinâmicos da alocação de recursos; 8 – Planejamento adequado do uso de tecnologia; 9 – industrialização permite importar mais técnicas do que a agricultura; 10 – Crescimento gera pressão de demanda que exige uma intervenção estatal industrializante.
  • 4. Seção 2.3: A escolha analítica latino-americana dos anos 50: a teoria do desenvolvimento periférico de Prebisch e da CEPAL. Seção subdividida em sete aspectos referentes as teorias cepalinas que procura ir além da tese sobre a deterioração nos termos de intercâmbio, abarcado também a teoria como um instrumento de compreensão do processo de transformação das economias latino- americanas. 1 – Caracterização do subdesenvolvimento como uma condição da periferia. Separação centro-periferia através da divisão internacional do trabalho. No centro um nível técnico elevado em todos os sistemas produtivos enquanto na periferia apenas nos setores de exportação (ilhas de alta produtividade). Tese da Deterioração dos Termos de Troca como contestação a Tese ricardiana da desigualdade compensada pela produtividade em concorrência perfeita (ou vantagens comparativas). A transferência de ganhos pela produtividade não apenas não ocorre, como também, segundo a tese há o oposto, as regiões atrasadas transferem seus ganhos de produtividade para as desenvolvidas.
  • 5. 2 – Identificação de um processo de industrialização espontâneo e o significado histórico a ele atribuído. A industrialização periférica como consequência da I Guerra e da Grande Depressão. Esse processo como uma transformação histórica fundamental e abertura para uma perspectiva real de desenvolvimento econômico (entendida nos termos de Prebisch como de todo o sistema produtivo) 3 – Industrialização na periferia vista como padrão de desenvolvimento sem precedente e problemático. Contraste do desenvolvimento da industrialização entre centro (consumo e estrutura produtiva se desenvolvendo simultaneamente) e periferia (padrão de consumo independente do sistema produtivo). Duas características: especialização voltada à exportação e baixa produtividade de outros setores que não os de exportação (heterogeneidade tecnológica), o que inviabiliza a taxa de poupança. As características citadas acima, especialização e heterogeneidade tecnológica, provocam quatro tendências que desempenham um papel no contexto dinâmico do processo produtivo: tendência ao desemprego; à deterioração nos termos de intercâmbio; ao desequilíbrio externo; à inflação.
  • 6. 4 – A tese estruturalista sobre a inflação. A inflação como consequência das economias subdesenvolvidas latino-americanas. A solução residiria em transformações estruturais e industrializantes de maneira a tornar o sistema econômica mais independente das importações. Segundo os desenvolvimentistas estruturalistas alguma inflação é inevitável e as políticas de estabilização obstruem o desenvolvimento e são inócuas, visto que elevação de preços tende a reaparecer. 5 – A tese da substituição de importações. Processo contínuo de expansão industrial com vistas, a princípio, a substituição de bens finais não duráveis e posteriormente bens intermediários e de capital. A rapidez e profundidade do processo depende das capacidade de cada economia para adaptar sua estrutura produtiva às novas demandas da expansão industrial e da evolução da capacidade de importação da economia. Tavares, num modelo dinâmico, reúne ainda três ideias básicas: a tendência ao desequilíbrio externo é inerente a industrialização periférica; a industrialização na AL consiste na substituição de importações gerada por déficits externos; o processo promove uma mudança na composição das importações, mas não reduz seu volume. Para aprofundas as possibilidades do processo Tavares ainda propõe três elementos: a diversificação na estrutura produtiva das economias periféricas; o tamanho do mercado interno e a capacidade para importar.
  • 7. 6 – A proposta de planejamento da CEPAL. O planejamento é central no pensamento cepalino. A entidade propõe uma técnica de programação que se baseia em dois procedimentos: ‘a taxa de crescimento econômico e o volume de investimento correspondente deveriam ser estimados por meio de projeções globais sobre a taxa de poupança da economia, a razão capital-produto e os termos de troca;, mais uma projeção global da capacidade de importação da economia; projeções sobre a demanda deveriam ser preparadas para todos os setores, com base na projeção do crescimento da renda, de distribuição da renda e de elasticidades-renda da demanda, o investimento deveria obedecer o critério Kahn-Chenery de produtividade social marginal’. 7 – Argumentação de Prebisch por protecionismo baseada em modelo de três setores. O protecionismo é outro elemento central da teses cepalinas. Segundo Prebisch, por exemplo, se o excedente de mão de obra na periferia fosse utilizado em atividade exportadoras os termos de intercâmbio fatalmente se deteriorariam. Prebisch acredita que os sistemas econômicos periféricos constituem-se por três setores: o de subsistência, o exportador e o industrial. O protecionismo, nesse sentido, tem a função de absorver a mão de obra voltada a industrialização e á dinamização do mercado interno.
  • 8. Conclusão O ideário cepalino surgiu em um momento de descrença com as tradicionais prescrições de desenvolvimento. Ao combinar as teses sobre transformações históricas centro-periferia com a análise das estruturas periféricas, a entidade constituiu um instrumental analítico fundamental para prever e estudar, por exemplo, déficits externos, deterioração nos termos de troca, desemprego e inflação.