1. A ditadura de Salazar
Em 1926, foi iniciada em Portugal uma ditadura militar, que deu fim a República Parlamentar.
Mas persistiram os problemas econômicos e a instabilidade política, o que aumentou a divida
externa do país e o saldo negativo no orçamento.Foi neste contexto de grande instabilidade
que o general Óscar Carmona foi eleito Presidente da República em 1928.
Antônio Oliveira Salazar recebeu um convite, do novo presidente, para ministro da fazenda.
Salazar aceito o lugar, na condição de ter direito de veto, ou seja, proibir os aumentos das
despesas. Com isso, ele conseguiu aumentar o valor das receitas do país, graças à redução das
despesas da Saúde, Educação, dos funcionários públicos e de outras despesas. Sendo assim,
considerado o salvador da nação.
Em 1930, Antônio Oliveira Salazar fundou a União Nacional, movimento ultranacionalista de
pretensões corporativista, assumindo, em 1932, a condição de chefe de estado, iniciando aí o
totalitarismo. O estado forte caracteriza-se ainda pelo imperialismo colonial e nacionalismo
económico, à semelhança de Mussolini e de Hitler.
A nova Constituição foi promulgada em Abril de 1933 e pôs fim ao período da ditadura
militar. Desde então, iniciou-se um novo período de ditadura a que o próprio Salazar chamou
de Estado Novo. A nova constituição mantinha eleições por sufrágio universal direto e
reconhecia as liberdades e os direitos individuais. No entanto, estes direitos estavam
subordinados aos direitos da Nação.
Com este novo regime, proclamado por Salazar, o poder do Governo sobrepunha-se ao da
Assembleia Nacional e o seu poder ao do Presidente da República.
O poder era de tal modo repressivo, que as liberdades individuais, de imprensa, de reunião e
direito à greve foram seriamente restringidas.
A influência de Salazar dominava todos os setores da vida portuguesa, em que o período do
Estado Novo é, muitas vezes, denominado de “salazarismo”.
Em 1936, além de chefiar o Governo, Salazar era titular da pasta das Finanças da guerra e dos
Negócios Estrangeiros.
A Legião portuguesa que caracteriza o fascismo, bem como a Mocidade portuguesa, usavam
uniformes próprios e adotaram a saudação romana.
Os direitos dos cidadãos foram muito limitados, bem como as suas liberdades. Em 1926 tinha
sido instituída a censura aos meios de comunicação social, teatro, cinema, rádio e televisão.
Ela visava supervisionar todos os assuntos políticos, religiosos e militares.
O seu objetivo era impedir a divulgação de atividades contra o governo, bem como escândalos
de vária ordem. Alguns livros eram proibidos e impedia-se a opinião pública livre. De modo
que, podemos dizer que tudo era controlado.
2. Havia ainda, neste regime, uma polícia política com funções de repressão de crimes políticos
criada em 1933.
A característica PIDE utilizava a tortura, física e psicológica, para obter confissões e denúncias,
mandava prender, opositores ao regime, violava correspondência e invadia residências.
Possuía ainda uma grande rede de informadores nas escolas, no trabalho e nos centros de
convívio.
Todos estes meios do período salazarista ajudaram a consolidar o poder de Salazar e a manter
a ordem. O ensino era controlado através da adoção de manuais únicos que ensinavam os
valores do Estado Novo.
Assim, no tempo da ditadura Salazarista, até mesmo a mente das pessoas era influenciada
pelos ideais da política salazarista.
A ditadura salazarista ao contrário dos períodos de Hitler e Mussolini atravessou a Segunda
Guerra e chegou à década de 70. Salazar morreu em 1970, mas a ditadura ainda teve fôlego
para durar mais quatro anos. Até que explodiu a revolução popular, a Revolução dos Cravos.