Este documento discute o versículo 24-25 do capítulo 7 da carta de Paulo aos Romanos. Nele, Paulo expressa seu lamento por ainda estar sob a influência do pecado em sua carne, apesar de sua mente estar sujeita à lei de Deus. O documento argumenta que (1) este é um sentimento comum a todos os crentes, que ainda lutam contra a corrupção de sua natureza carnal, (2) quanto mais próximo de Cristo o crente estiver, mais pecados descobrirá em si mesmo, e (3) onde não há o
Comentário bíblico para o Domingo da Pascoa - Ressurreição do Senhor - Ano C
- TEMA: "O AMOR GERA A FÉ, A FÈ GERA O TESTEMUNHO"
- LEITURAS BÍBLICAS: http://www.scribd.com/doc/133146416/Domingo-da-Pascoa-Ano-C
- TEMAS E COMENTÁRIOS: AUTORIA: Pe. José; Bortolini, Roteiros Homiléticos, Anos A, B, C Festas e Solenidades, Editora Paulus, 3ª edição, 2007
- OUTROS:
- COMENTÁRIO: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=454
- LECIONÁRIO PARA CRIANÇAS (Inglês/Espanhol): http://sermons4kids.com
- LECIONÁRIO COMUM REVISADO (Inglês): http://www.commontexts.org/history/members.html ; http://lectionary.library.vanderbilt.edu/ (Less)
Quinto relatorio de missoes o missionario bruno da motanha.Kaypym Araujo
Paz seja com todos os irmãos que estão lendo agora esse relatório. Começou o inverno e faz muito frio aqui na serra da Mantiqueira, mas vejo por aí nos lugares que tenho viajado muito calor humano para combater o frio da estação. Muito obrigado a todos os irmãos que me receberam em suas casas e me deram abrigo nas minhas viajens, certamente o Senhor os recompensará.. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.Mateus 10:42
Exposição da seguinte passagem bíblica: ““Eu o protesto, irmãos, pelo regozijo que tenho em vós outros, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Dia após dia, morro!" (1 Coríntios 15:31)
O Objetivo deste material e colocar os textos bíblicos diretos em sublinhado, somados aos escritos de Ellen White que trazem mais luz sobre o assunto, para facilitar o entendimento, e capacitar a responder as questões da lição com maior amplitude.
“Sempre darei a fonte, para que o conteúdo não seja anônimo, e todos tenham a oportunidade de achar, pesquisar e questionar”.
Que... “Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós. Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a tua salvação”. Sal. 67:1-2.
Bom Estudo!
Acesse http://www.maisrelevante.com.br para baixar grátis em PDF.
E-book que explica textos bíblicos sobre a imortalidade da alma, boa leitura para esclarecer assuntos como inferno, purgatório, morte, ressurreição, hades, sheol e geena. Entenda também a diferença entre corpo, alma e espírito. -
Comentário bíblico para o Domingo da Pascoa - Ressurreição do Senhor - Ano C
- TEMA: "O AMOR GERA A FÉ, A FÈ GERA O TESTEMUNHO"
- LEITURAS BÍBLICAS: http://www.scribd.com/doc/133146416/Domingo-da-Pascoa-Ano-C
- TEMAS E COMENTÁRIOS: AUTORIA: Pe. José; Bortolini, Roteiros Homiléticos, Anos A, B, C Festas e Solenidades, Editora Paulus, 3ª edição, 2007
- OUTROS:
- COMENTÁRIO: http://www.dehonianos.org/portal/liturgia_dominical_ver.asp?liturgiaid=454
- LECIONÁRIO PARA CRIANÇAS (Inglês/Espanhol): http://sermons4kids.com
- LECIONÁRIO COMUM REVISADO (Inglês): http://www.commontexts.org/history/members.html ; http://lectionary.library.vanderbilt.edu/ (Less)
Quinto relatorio de missoes o missionario bruno da motanha.Kaypym Araujo
Paz seja com todos os irmãos que estão lendo agora esse relatório. Começou o inverno e faz muito frio aqui na serra da Mantiqueira, mas vejo por aí nos lugares que tenho viajado muito calor humano para combater o frio da estação. Muito obrigado a todos os irmãos que me receberam em suas casas e me deram abrigo nas minhas viajens, certamente o Senhor os recompensará.. E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.Mateus 10:42
Exposição da seguinte passagem bíblica: ““Eu o protesto, irmãos, pelo regozijo que tenho em vós outros, em Cristo Jesus, nosso Senhor. Dia após dia, morro!" (1 Coríntios 15:31)
O Objetivo deste material e colocar os textos bíblicos diretos em sublinhado, somados aos escritos de Ellen White que trazem mais luz sobre o assunto, para facilitar o entendimento, e capacitar a responder as questões da lição com maior amplitude.
“Sempre darei a fonte, para que o conteúdo não seja anônimo, e todos tenham a oportunidade de achar, pesquisar e questionar”.
Que... “Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o seu rosto sobre nós. Para que se conheça na terra o teu caminho, e em todas as nações a tua salvação”. Sal. 67:1-2.
Bom Estudo!
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E-book que explica textos bíblicos sobre a imortalidade da alma, boa leitura para esclarecer assuntos como inferno, purgatório, morte, ressurreição, hades, sheol e geena. Entenda também a diferença entre corpo, alma e espírito. -
Filhos de Deus: desconstruindo o dogma separatista das igrejas evangélicas do...Vandré
This study's purpose is to deconstruct the separatist dogma that only the supporters of the Protestant religion are children of God, demonstrating that this false doctrine is nothing more than fruit of the pride of those who perish for lack of knowledge.
O presente trabalho tem por objeto desconstruir o dogma separatista segundo o qual SOMENTE os adeptos da religião protestante são filhos de Deus, demonstrando que esta falsa doutrina nada mais é do que fruto do orgulho dos que perecem por falta de conhecimento.
A dupla natureza e o duelo interior – SpurgeonSilvio Dutra
Mais uma publicação no afã de difundir a mais pura exposição do ensino genuíno da Palavra de Deus, especialmente do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, fundamentada nos escritos dos puritanos históricos e daqueles que foram os seus seguidores até o presente.
CARTAS DE INÁCIO DE ANTIOQUIA ILUSTRADAS E COMENTADASESCRIBA DE CRISTO
Como pesquisador cristão procurei após estudar o Novo Testamento internamente, fazer um levamento externo e o que aconteceu com o cristianismo nos anos seguintes as histórias bíblicas. Então temos algumas literaturas que são posteriores aos escritos do Novo Testamento. O Didaquê, Clemente de Roma e as cartas de Inácio de Antioquia. Nesta obra vamos ter uma noção como a igreja estava dando seus primeiros passos agora sem a companhia de Jesus e dos apóstolos. Inácio de Antioquia ainda chegou a conviver com João e Paulo e por isto “bebeu” conhecimento direto da fonte. Vemos três inimigos que faziam oposição ao cristianismo nos primeiros anos: Os judaizantes, os gnósticos e o império romano que com a máquina do Estado tentou massacrar os cristãos e o fez com toda volúpia. Em todas as cartas de Inácio ele vai informando que seu momento de ser executado na arena do Coliseu de Roma está se aproximando. Inácio seria em breve devorado por feras, mas ele mostrava uma coragem assustadora. O texto vai acompanhado com ilustrações e meus comentários.
Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 137 - InimigosRicardo Azevedo
“O Mestre, acima de tudo, preocupou-se em preservar-nos contra o veneno do ódio, evitando-nos a queda em disputas inferiores, inúteis ou desastrosas.” Emmanuel
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresNilson Almeida
Conteúdo recomendado aos cristãos e cristãs do Brasil e do mundo. Material publicado gratuitamente. Desejo muitas luzes e bênçãos para todos. Devemos sempre ser caridosos com os nossos semelhantes.
Estudo da introdução à carta de Paulo aos Filipenses.
Veja o estudo completo em: https://www.esbocosermao.com/2024/06/filipenses-uma-igreja-amorosa.html
Nesta obra do ex-padre Aníbal Pereira dos Reis, eu, o Escriba de Cristo, irei fazer minhas inserções, comentado os posicionamentos do ex-padre católico que nos anos de 1980 e 1990 foi um grande expoente protestante contra os desmando religiosos e heréticos da Igreja Católica Romana. Um forte opositor que chamou a atenção até do Vaticano. Em suas dezenas de obras literárias, o foco do ex-padre Aníbal é escancarar os erros doutrinários do catolicismo. Neste tratado sobre o VATICANO E A BÍBLIA, Aníbal vai desenvolvendo sua crítica a atual doutrina católica que sequestra a autoridade da Bíblia como única regra de fé para os cristãos e como ao longo da história, em seus concílios, a alta cúpula da Igreja romana foi cada vez mais tirando da Bíblia a autoridade como padrão de fé para os cristãos e chamando para si a posição de representantes de Deus na Terra. É muito incoerente que a Igreja católica esteja agora cada vez mais tomando posicionamentos morais e éticos contrários ao explicitamente dito nas Escrituras e ao mesmo tempo ela diz que a Bíblia é uma das suas pilastras de regra de fé, ao lado da tradição e do magistério eclesiástico. Nas últimas décadas cada vez mais a Igreja católica esta se distanciando da Bíblia e seguindo um pensamento humanista e socialista. Cada vez mais deixando de ser uma religião em que Deus é o centro para ser cada vez mais uma religião humanista. Os padres e cleros em geral que não compartilham da cartilha do Vaticano, vão cada vez mais perdendo a voz dentro da máquina eclesiástica do Vaticano. Esta obra revelará este contraste.
Premonição é em síntese uma advertência de algo que está prestes a acontecer a qual se recebe uma comunicação do mundo espiritual, seja do próprio espírito da pessoa, de outro [telepatia], de anjos, demônios, ou do próprio Deus, e até de pessoas que já morreram e animais que podem emitirem sinais. Estamos no campo da metafisica, da física quântica e do mundo espiritual. Desde os tempos antigos, até os dias de hoje existem incontáveis testemunhos de pessoas que vivenciaram experiências de premonição. Aqui nesta obra, eu apresento um rascunho das evidências que encontrei tanto na Bíblia como no testemunho de inúmeras pessoas que tiveram premonições. Alguns destes avisos sobrenaturais e paranormais permitem que o receptor da mensagem opte por um ou outro destino, todavia, outras premonições parecem fatalistas o que significa que a pessoa fica sabendo o que está prestes a acontecer, mas não consegue impedir o desfecho. Este ensaio apresenta as várias possibilidades que podem acionar o gatilho da premonição e o seu mecanismo, mas ninguém consegue dominar a arte da premonição, se antecipando ao conhecimento do que está prestes a acontecer a hora que quiser. Este livro vai, no mínimo, deixa-lo intrigado.
Este livro contém três sermões de Charles Spurgeon que viveu no século XIX e é considerado um dos heróis do cristianismo, também chamado pelos seus admiradores em todo o mundo de PRÍNCIPE DOS PREGADORES ou O ULTIMO DOS PURITANOS. A vida de Charles Spurgeon é um exemplo de vida cristã e sua missão como pregador Batista fez com que seu nome fosse respeitado por todas as linhas de pensamento do cristianismo. Jesus Cristo é o nosso Salvador. Este é o tema central das pregações de Spurgeon. Nesta obra contém três sermões, são eles:
1 – Cristo e eu
2 – Perguntas e respostas desde a Cruz
3 – Boas vindas para todos que vem a Cristo
Estes sermões foram proferidos a cerca de 150 anos e quando você lê estas mensagens antigas, parece que você esta sentado em um banco, em uma igreja na Inglaterra e está ouvindo o Espírito Santo falando com você. Em CRISTO E EU vemos a necessidade de salvação, em PERGUNTAS E RESPOSTAS DESDE A CRUZ iremos entender porque Deus deixou Jesus sofrer na cruz. BOAS VINDA PARA TODOS QUE VEM A CRISTO é uma exposição clara que só podemos ser salvos por Jesus, esqueça outros deuses, santos, Maria, praticas de rituais ou boas obras. Seja sensato e venha a Cristo se quiser ser salvo.
Desde os meus 15 anos que eu aceitei Jesus e tomei um grande impacto em minha vida quando li o Evangelho de Mateus. As palavras de Jesus ali entraram poderosamente em meu coração e hoje tenho 55 anos, quarenta anos depois, e ainda posso dizer que as MENSAGENS MARCANTES DE JESUS ainda ecoam fortemente na minha alma. Escolhi aleatoriamente 30 mensagens que Jesus deu e que estão escritas nos livros biográficos {os quatro evangelhos}. Estas mensagens tem sido espalhadas aos quatro cantos do mundo, nos últimos dois mil anos e continuam tendo um efeito transformador na vida das pessoas.
Devemos lembrar que a palavra do Senhor é uma semente poderosa e que germina, mas se o terreno não estiver em boas condições, logo a plantinha que nasce, morre porque não encontra no terreno do coração humano condições propícias para ela prosperar. Ao ler ou ouvir as palavras marcantes de Jesus, você precisa abrir o coração, por isto que muitas vezes no primeiro momento a palavra pode fazer efeito, mas em outro momento ou outra pessoa não produzirá efeito, porque os corações não estão receptivos. Espero que no momento que você for ler este livro, você abra o coração e a mente e provavelmente estas mensagens nunca mais sairão de seu coração, como aconteceu comigo a 40 anos atrás. Jesus é a própria Palavra, o Verbo Divino, portanto, receba a Palavra de Deus!!!!
1. "DESVENTURADO HOMEM QUE SOU!" 21
"DESVENTURADO HOMEM QUE SOU!"
A. W. Pink
N o sétimo capítulo da carta aos Romanos 7.1-6, ele falou sobre a
Romanos, o apóstolo Paulo se refe- identificação do crente com Cristo,
riu a dois assuntos: primeiramente, apresentado-o como “morto para a
ele mostrou qual é a relação do cren- lei” (vv. 4 a 6). Em seguida, do
te para com a lei de Deus — judi- versículo 7 em diante, Paulo descre-
cialmente, o crente está emancipado veu as experiências do crente. Assim,
da maldição e da penalidade da lei nos capítulos 6 e 7 de Romanos, na
(vv. 1-6); moralmente, o crente está primeira metade de ambos, Paulo
sob laços de obediência à lei (vv. 22, aborda a posição do crente, enquan-
25). Em segundo, Paulo nos prote- to na segunda metade de ambos os
geu da falsa inferência que poderia capítulos ele fala sobre o estado do
ser deduzida daquilo que ele havia crente, mas com a seguinte diferen-
ensinado no capítulo 6. ça: a segunda metade de Romanos 6
No capítulo 6, versículos 1 a 11, revela qual deve ser o nosso estado,
Paulo havia apresentado a união do enquanto a segunda metade do capí-
crente com Cristo, retratando o cren- tulo 7 (vv. 13-25) mostra qual é, na
te como alguém “morto para o realidade, o nosso estado.
pecado” (vv. 2, 7, etc.). Em segui- A presente controvérsia suscita-
da, do versículo 11 em diante, ele da sobre Romanos 7 é amplamente
mostrou o efeito que essa verdade um fruto do perfeccionismo de John
deve ter sobre o viver do crente. No Wesley e seus seguidores. O fato de
capítulo 7, o apóstolo Paulo seguiu que esses irmãos, dos quais temos
a mesma ordem de pensamento. Em motivo para reverenciar, adotaram
5 - Fé13 - Desventurado.p65 21 5/6/02, 7:05 PM
2. 22 Fé para Hoje
este erro de forma modificada ape- diários (Lc 11.4), pois “todos tro-
nas nos mostra quão abrangente em peçamos em muitas coisas” (Tg 3.2).
nossos dias é o espírito do laodi- Nos próximos parágrafos, conside-
ceísmo. A segunda metade de Ro- raremos os dois últimos versículos de
manos 7 descreve o conflito das duas Romanos 7, que dizem: “Desventu-
naturezas que o crente possui; sim- rado homem que sou! Quem me li-
plesmente apresenta em detalhes o vrará do corpo desta morte? Graças
que está sumariado em Gálatas 5.17. a Deus por Jesus Cristo, nosso Se-
As afirmações de Romanos 7. nhor. De maneira que eu, de mim
14,15,18,19 e 21 são verdadeiras a mesmo, com a mente, sou escravo
respeito de todos da lei de Deus,
os crentes que vi- mas, segundo a
vem nesse mun- g carne, da lei do
do. Todo crente Quanto mais o crente pecado” (vv. 24-
fica aquém, mui- 25).
to aquém do pa- se achega a Cristo, Essa é a lin-
drão colocado di- tanto mais ele descobri- guagem de uma
ante dele; estamos rá as corrupções de alma regenerada e
nos referindo ao resume o conteú-
padrão de Deus, e sua velha natureza, e do dos versículos
não ao padrão dos tanto mais ardentemen- i m e d i a t a m e n t e
ensinadores da te desejará ser liberto anteriores. O ho-
suposta “vida vi- mem incrédulo é
toriosa”. Se qual- de tal natureza. realmente des-
quer leitor crente g venturado, mas
disser que Roma- ele não conhece a
nos 7 não descre- “desventurança”
ve a sua vida, afirmamos com toda a que evoca a lamentação expressada
bondade que ele se encontra terrivel- nessa passagem. Todo o contexto se
mente enganado. Não estamos dedica a descrever o conflito entre
dizendo que todo crente quebra a lei as duas naturezas do filho de Deus.
dos homens ou que ele é um ousado “Porque, no tocante ao homem inte-
transgressor da lei de Deus. Estamos rior, tenho prazer na lei de Deus”
afirmando que a vida de todo crente (v. 22) — isso é verdade apenas so-
está muito aquém do nível de vida bre a pessoa nascida de novo.
que nosso Senhor vivenciou, quan- Todavia, aquele que tem prazer na
do esteve neste mundo. Estamos lei de Deus encontra, em seus “mem-
dizendo que muito da “carne” ainda bros, outra lei”. Isso não pode estar
se evidencia em todo crente, inclusi- limitado aos membros do corpo físi-
ve naqueles que se vangloriam, em co, mas tem de ser entendido como
voz alta, de suas conquistas espiritu- algo que inclui todas as várias partes
ais. Estamos dizendo que todo crente de sua personalidade carnal — a me-
tem necessidade urgente de orar su- mória, a imaginação, a vontade, o
plicando perdão por seus pecados coração, etc.
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3. "DESVENTURADO HOMEM QUE SOU!" 23
Essa “outra lei”, disse o apósto- periência normal do crente; e qual-
lo, guerreava contra a lei de sua mente quer crente que não geme dessa ma-
(a nova natureza); e não somente neira está em um estado de anorma-
isso, ela também o fazia “prisionei- lidade e falta de saúde espiritual. O
ro da lei do pecado” (v. 23). Ele não homem que não profere diariamente
definiu em que extensão se expres- esse clamor se encontra tão ausente
sava essa servidão. Mas ele estava em da comunhão com Cristo, ou tão ig-
servidão à lei do pecado, assim como norante dos ensinos das Escrituras,
todo crente também o está. A va- ou tão enganado a respeito de sua
gueação da mente, na hora de ler a condição atual, que não conhece as
Palavra de Deus, os maus pensamen- corrupções de seu coração e a des-
tos que brotam do coração (Mc prezível imperfeição de sua própria
7.21), quando estamos envolvidos na vida.
oração, as más figuras que, às ve- Aquele que se curva diante do
zes, aparecem quando estamos em solene e perscrutador ensino da Pa-
estado de sonolência — citando ape- lavra de Deus, aquele que nela
nas alguns — são exemplos de ha- aprende a terrível ruína que o peca-
vermos sido feitos prisioneiros “da do tem realizado na constituição do
lei do pecado”. “Se o princípio mau ser humano, aquele que percebe o
de nossa natureza prevalece, a ponto padrão elevado que Deus nos tem
de despertar em nós apenas um pen- proposto não falhará em descobrir
samento mau, ele nos tomou como que é um ser maligno e vil. Se ele se
cativos. Visto que ele nos conquis- esforça para perceber o quanto tem
tou, estamos vencidos e feitos falhado em alcançar o padrão de
prisioneiros” (Robert Haldane). Deus; se, na luz do santuário divi-
O reconhecimento dessa guerra no, ele descobre quão pouco se
em seu íntimo e o fato de que se tor- parece com o Cristo de Deus, então,
nou cativo ao pecado levam o crente reconhecerá que essa linguagem de
a exclamar: “Desventurado homem Romanos 7 é muito apropriada para
que sou!” Esse é um clamor produ- descrever sua tristeza espiritual. Se
zido por uma profunda compreensão Deus lhe revela a frieza de seu amor,
da habitação do pecado. É a confis- o orgulho de seu coração, as va-
são de alguém que reconhece não gueações de sua mente, o mal que
haver bem algum em seu homem contamina suas atitudes piedosas, o
natural. É o lamento melancólico de crente haverá de clamar: “Desven-
alguém que descobriu algo a respei- turado homem que sou!” Se o crente
to da horrível profundeza de ini- estiver consciente de sua ingratidão
qüidade que existe em seu próprio e de quão pouco ele tem apreciado
coração. É o gemido de uma pessoa as misericórdias diárias de Deus; se
iluminada por Deus, uma pessoa que o crente percebe a ausência daquele
odeia a si mesma — ou seja, o ho- fervor profundo e genuíno que tem
mem natural — e anela por libertação. de caracterizar seus louvores e sua
Esse gemido — “Desventurado adoração Àquele que é “glorificado
homem que sou!” — expressa a ex- em santidade” (Êx 15.11); se o cren-
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4. 24 Fé para Hoje
te reconhece o espírito pecaminoso Cristo produz ambas as coisas. Isso
de rebeldia que, com freqüência, o aconteceu com Paulo. Em Romanos
faz murmurar ou irrita-o contra as 7.22, ele afirmou: “Tenho prazer na
realizações dEle em sua vida cotidia- lei de Deus”. Logo em seguida, po-
na; se o crente admite que está cien- rém, ele clamou: “Desventurado
te não apenas de seus pecados de homem que sou!” Outras passagens
comissão, mas também daqueles de também nos mostram isso. Em 2
omissão, dos quais ele é culpado to- Coríntios 6, Paulo disse: “Entriste-
dos os dias, ele realmente clamará: cidos, mas sempre alegres” (v. 10)
“Desventurado homem que sou!” — entristecido por causa de suas fa-
Esse clamor não será proferido lhas, por causa de seus pecados
apenas por aquele crente que se acha diários; alegre por causa da graça que
afastado do Se- ainda perma-
nhor. Aquele necia com ele e
que está em co- g por causa da
munhão ver- Onde não existe o clamor: bendita provi-
dadeira com o são que Deus
Senhor Jesus
“Desventurado homem fizera até para
também emiti- que sou!”, deve haver os pecados de
rá esse gemi- um grande temor de que seus santos.
do, todos os Também em
dias e todas as
ali não existe, de manei- Romanos 8,
horas. Sim, ra alguma, comunhão depois de ha-
quanto mais o com Cristo. ver declarado:
crente se ache- g
“Agora, pois,
ga a Cristo, já nenhuma
tanto mais ele condenação há
descobrirá as corrupções de sua ve- para os que estão em Cristo Jesus”
lha natureza, e tanto mais arden- (v. 1); “O próprio Espírito testifica
temente desejará ser liberto de tal com o nosso espírito que somos fi-
natureza. É somente quando a luz do lhos de Deus. Ora, se somos filhos,
sol inunda um cômodo que a poeira somos também herdeiros, herdeiros
e a sujeira são completamente reve- de Deus e co-herdeiros com Cristo;
lados. Quando estamos realmente na se com ele sofremos, também com
presença dAquele que é luz, ficamos ele seremos glorificados” (vv. 16-
conscientes da impureza e impieda- 17), o apóstolo Paulo acrescentou:
de que habita em nós e contamina “Também nós, que temos as primí-
cada parte de nosso ser. E essa des- cias do Espírito, igualmente geme-
coberta nos levará a clamar: “Des- mos em nosso íntimo, aguardando a
venturado homem que sou!” adoção de filhos, a redenção do nos-
“Mas”, talvez alguns perguntem, so corpo” (v. 23). O ensino do
“a comunhão com Cristo não pro- apóstolo Pedro é semelhante ao de
duz regozijo, ao invés de gemidos?” Paulo — “Nisso exultais, embora, no
Respondemos que a comunhão com presente, por breve tempo, se neces-
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5. "DESVENTURADO HOMEM QUE SOU!" 25
sário, sejais contristados por várias principal” (1 Tm 1.15). Essas de-
provações” (1 Pe 1.6). Tristeza e ge- clarações não procederam de pessoas
mido não se encontram ausentes no não-regeneradas, e sim dos lábios de
mais elevado nível de espiritualidade. santos de Deus. Elas não foram con-
Nestes dias de complacência e fissões de crentes relaxados; pelo
orgulho laodicense, existe conside- contrário, elas foram proferidas pe-
rável parola e muita exaltação a res- los mais eminentes membros do povo
peito da comunhão com Cristo; po- de Deus. Em nossos dias, onde en-
rém, quão pouca manifestação dessa contramos crentes que podem ser
comunhão nós contemplamos! Onde colocados lado a lado com Abraão,
não existe qualquer senso de com- Jó, Isaías, Daniel e Paulo? Onde,
pleta indignidade; onde não existe realmente?! Mas eles foram homens
qualquer lamentação pela depravação que estavam conscientes de sua vile-
total de nossa natureza; onde não za e indignidade!
existe qualquer entristecimento por “Desventurado homem que sou!”
nossa falta de conformidade com Essa é a linguagem de uma alma nas-
Cristo; onde não existe qualquer ge- cida de novo; é a confissão de um
mido por havermos sido feitos “pri- crente normal (não-iludido, não-en-
sioneiros” do pecado; em resumo, ganado). A essência dessa afirmativa
onde não existe o clamor: “Desven- pode ser encontrada não somente nas
turado homem que sou!”, deve haver declarações dos santos do Antigo e
um grande temor de que ali não exis- do Novo Testamento, mas também
te, de maneira alguma, comunhão nos escritos de muitos dos eminentes
com Cristo. servos de Cristo que viveram nos
Quando estava andando com o últimos séculos. As afirmações e o
Senhor, Abraão exclamou: “Eis que testemunho pronunciado pelos emi-
me atrevo a falar ao Senhor, eu que nentes santos do passado eram muito
sou pó e cinza” (Gn 18.27). Estan- diferentes da ignorância e da arro-
do face a face com Deus, Jó de- gante jactância dos laodicences
clarou: “Por isso, me abomino” (Jó modernos! É um refrigério volver-
42.6). Ao entrar na presença de nos das biografias de nossos dias
Deus, Isaías clamou: “Ai de mim! para aquelas biografias escritas há
Estou perdido! Porque sou homem muito tempo. Medite nos trechos de
de lábios impuros” (Is 6.5). Quando biografias que apresentamos em se-
teve aquela maravilhosa visão de guida.
Cristo, Daniel confessou: “Não res- Bradford, que foi martirizado no
tou força em mim; o meu rosto reinado de Maria, a sanguinária, em
mudou de cor e se desfigurou, e não uma carta dirigida a um amigo que
retive força alguma” (Dn 10.8). Em estava em outra prisão, subscreveu-
uma das últimas epístolas do apósto- se com as seguintes palavras: “O
lo dos gentios, lemos: “Fiel é a pecaminoso John Bradford, um hi-
palavra e digna de toda aceitação: pócrita notável, o pecador mais
Cristo Jesus veio ao mundo para sal- miserável, de coração endurecido e
var os pecadores, dos quais eu sou o ingrato — John Bradford” (1555).
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6. 26 Fé para Hoje
O piedoso Samuel Rutherford posto a considerar os outros crentes
escreveu: “Este corpo de pecado e melhores do que ele mesmo e a olhar
de corrupção torna amargo e enve- para si mesmo como o pior e o me-
nena nosso regozijo. Oh! Se eu es- nor de todos os crentes, mas também,
tivesse onde nunca mais pecarei!” com muita freqüência, a ver a si mes-
(1650). mo como o mais vil e o pior de todos
O bispo Berkeley disse: “Não os homens”.
posso orar, mas cometo pecados. O próprio Jonathan Edwards, que
Não posso pregar, mas cometo pe- entre muitos foi mais honrado por
cados. Não posso ministrar, nem Deus (quer em suas realizações espi-
receber a Ceia do Senhor, mas co- rituais, quer na extensão em que Deus
meto pecados. Preciso arrepen- o usou para abençoar outros), escre-
der-me de meu próprio arrependi- veu nos últimos dias de sua vida:
mento; e as lágrimas que derramei “Quando olho para meu coração e
necessitam da lavagem do sangue de vejo a sua impiedade, ele parece um
Cristo” (1670). abismo infinitamente mais profundo
Jonathan Edwards, em sua obra do que o inferno. E parece-me que,
A Vida de David Brainerd1 (o pri- se não fosse a graça de Deus, exalta-
meiro missionário entre os índios, da e elevada à infinita sublimidade
cuja devoção a Cristo foi testemu- de toda a plenitude e glória do gran-
nhada por todos os que o conhe- de Jeová, eu deveria comparecer,
ciam), afirmou a respeito de Brai- mergulhado em meus pecados, nas
nerd: “Sua iluminação, suas afeições profundezas do próprio inferno, mui-
e seu conforto espiritual parecem ter to distante da contemplação de todas
sido, em grande medida, acompa- as coisas, exceto do olhar da graça
nhadas por humildade evangélica; soberana, que pode destruir tal
consistiam em um senso de sua com- profundeza. É comovente pensar o
pleta insuficiência, de sua vileza e quanto eu ignorava, quando era um
de sua própria abominação; com crente novo (infelizmente, muitos
uma disposição correspondente e crentes velhos ainda o ignoram — A.
uma propensão do coração. Quão W. Pink), a profunda impiedade,
profundamente Brainerd foi afetado orgulho, hipocrisia e engano deixa-
quase continuamente por seus gran- dos em meu coração” (1743).
des defeitos na vida cristã; por sua Augustus Toplady, autor do hino
ampla distância daquela espiri- “Rocha Eterna”, escreveu as seguin-
tualidade e daquela disposição men- tes palavras em seu diário no dia 31
tal que convém a um filho de Deus; de dezembro de 1767: “Ao fazer uma
por sua ignorância, seu orgulho, sua retrospectiva deste ano, desejo con-
apatia e sua esterilidade! Ele não foi fessar que minha infidelidade tem sido
somente afetado pela recordação dos excessivamente grande, e meus pe-
pecados cometidos antes de sua con- cados, ainda maiores. Todavia, as
versão, mas também pelo sentimento misericórdias de Deus têm sido maio-
de sua presente vileza e corrupção. res do que ambos”. E mais: “Minhas
Brainerd não se mostrava apenas dis- falhas, meus pecados, minha incre-
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7. "DESVENTURADO HOMEM QUE SOU!" 27
dulidade e minha falta de amor me ra, eu me envergonho mais ainda”.
afundariam no mais profundo do in- James Ingliss (editor de “Mar-
ferno, se Jesus não fosse minha jus- cos no Deserto”), no final de sua
tiça e meu Redentor”. vida, escreveu: “Visto que fui trazi-
Observem estas palavras de uma do a uma nova opinião sobre o fim,
piedosa mulher, a esposa do eminen- a minha vida parece ser constituída
te missionário Adoniran Judson: de tantas oportunidades desperdi-
“Oh! Como eu me regozijo porque çadas e de tanta escassez de resul-
estou fora do redemoinho! Sou gaia- tados, que às vezes isso é muito do-
ta e fútil demais, para ser a esposa loroso. A graça, porém, se apresenta
de um missionário! Talvez a gaiati- para satisfazer todas essas deficiên-
ce seja o meu mais leve pecado. Não cias; e o Senhor Jesus também será
são os atrativos do mundo que me glorificado em minha humilhação”
tornam um simples bebê na causa de (1872). J. H. Brookers, o biógrafo
Cristo; pelo contrário, é a minha frie- de James Ingliss, observou sobre es-
za de coração, a minha insignificân- sas palavras: “Quão semelhante a
cia, a minha falta de fé, a minha Cristo e quão diferente daqueles que
ineficiência e inércia espiritual, por estão se gloriando em suas supostas
amor do meu próprio ‘eu’, e a mi- realizações!”
nha pecaminosidade abundante e Apresentamos mais uma cita-
inerente de minha natureza”. ção, proveniente de um sermão de
John Newton, o escritor do ben- Charles H. Spurgeon. O Príncipe
dito hino “Graça Admirável” (que dos Pregadores disse: “Existem al-
afirma: “Graça admirável, quão doce guns crentes professos que falam
é o som que salvou um ímpio como sobre si mesmos em termos de ad-
eu; estava perdido, mas fui achado; miração. Todavia, em meu íntimo,
era cego, agora vejo”), quando se detesto mais e mais esses discursos,
referia às expectativas que ele nutria a cada dia que eu vivo. Aqueles que
no final de sua vida cristã, escreveu falam dessa maneira arrogante devem
o seguinte: “Infelizmente, essas mi- possuir uma natureza muito diferen-
nhas preciosas expectativas se te da minha. Enquanto eles estão
tornaram como sonhos dos mares do congratulando a si mesmos, tenho de
Sul. Vivi neste mundo como um pe- me prostrar aos pés da cruz de Cris-
cador e creio que assim morrerei. Eu to e admirar-me de que estou salvo,
ganhei alguma coisa? Sim, ganhei pois sei que fui salvo. Tenho de ad-
aquilo com o que antes eu preferia mirar-me de não crer mais pro-
não viver! Essas provas acumuladas fundamente em Cristo e de que sou
do engano e da terrível impiedade do privilegiado por crer nEle. Tenho de
meu coração me ensinaram, pela bên- admirar-me de não amá-Lo mais pro-
ção do Senhor, a compreender o que fundamente, mas igualmente devo
significa dizer: vejam, eu sou um admirar-me até de que O amo de al-
homem vil… Eu me envergonhava guma maneira. Devo admirar-me de
de mim mesmo, quando comecei a não possuir mais santidade e admi-
procurar a bênção do Senhor; ago- rar-me, igualmente, de que eu tenho
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8. 28 Fé para Hoje
algum desejo de ser santo, levando e sim de um desejo ardente de ajuda
em conta quão corrompida, degene- de fora e do alto. Aquilo do que o
rada e depravada natureza eu ainda apóstolo desejava ser livre é chama-
encontro em minha alma, apesar de do de “o corpo desta morte”. Esta é
tudo o que a graça de Deus tem feito uma expressão figurada, pois a na-
em mim. Se Deus permitisse que as tureza carnal é chamada de “o corpo
fontes do grande abismo da depra- do pecado” e vista como algo que
vação se rompessem nos melhores tem “membros” (Rm 7.23). Portan-
homens que vivem neste mundo, eles to, entendemos que as palavras do
se tornariam demônios tão maus apóstolo significam: “Quem me li-
como o próprio diabo. Não me im- vrará desse fardo mortal e pernicioso
porto com o que dizem esses van- — meu eu pecaminoso?!”
gloriosos a respeito de suas próprias No versículo seguinte, o apósto-
perfeições. Estou certo de que eles lo responde essa pergunta: “Graças
não conhecem a si mesmos; se co- a Deus por Jesus Cristo, nosso Se-
nhecessem, não falariam como nhor” (Rm 7.25). Deve ser óbvio
freqüentemente o fazem. Mesmo no para qualquer mente imparcial que
crente que está mais próximo do céu isso aponta para o futuro. Paulo ha-
existe combustível suficiente para via perguntado: “Quem me livrará?”
acender outro inferno, se Deus tão- A sua resposta foi: Jesus Cristo me
somente permitisse que uma chama livrará. Isso expõe o erro daqueles
caísse sobre ele. Alguns crentes pa- que ensinam uma libertação presen-
recem que nunca descobrem isto. Eu te da natureza carnal, por intermédio
quase desejo que eles nunca o descu- do poder do Espírito Santo. Em sua
bram, pois esta é uma descoberta resposta, o apóstolo não falou nada
dolorosa para qualquer um fazer; mas sobre o Espírito Santo; ao invés dis-
ela tem o efeito benéfico de fazer que so, ele mencionou apenas “Jesus
paremos de confiar em nós mesmos Cristo, nosso Senhor”. Não é por
e de nos levar a nos gloriarmos so- meio da obra presente do Espírito
mente no Senhor”. Santo em nós que os crentes serão
Poderíamos apresentar outros libertados “do corpo desta morte”, e
testemunhos dos lábios e dos escri- sim por meio da vinda futura do Se-
tos de homens igualmente piedosos nhor Jesus Cristo para nós. Naquele
e eminentes, porém citamos o sufi- tempo, esse corpo mortal será reves-
ciente para mostrar que os santos de tido de imortalidade, e a nossa
todas as épocas tinham motivo para corrupção, de incorrupção.
fazerem suas essas palavras do após- Como se estivesse pensando em
tolo Paulo: “Desventurado homem remover toda dúvida a respeito de
que sou!” Faremos mais algumas que essa libertação ocorrerá no futu-
poucas observações sobre essas pala- ro, o apóstolo concluiu dizendo: “De
vras finais de Romanos 7. maneira que eu, de mim mesmo,
“Quem me livrará do corpo des- com a mente, sou escravo da lei de
ta morte?” “Quem me livrará?” Esta Deus, mas, segundo a carne, da lei
não é uma linguagem de desespero, do pecado”. O leitor deve observar
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9. "DESVENTURADO HOMEM QUE SOU!" 29
cuidadosamente que Paulo havia da sua glória, segundo a eficácia do
agradecido a Deus pelo fato de que poder que ele tem de até subordinar
ele seria libertado. A última parte do a si todas as coisas” (Fp 3.20). E,
versículo 25 resume o que ele havia havendo feito isso, o Senhor Jesus
dito na segunda parte de Romanos nos apresentará, “com exultação,
7; descreve a vida dupla do crente. imaculados diante da sua glória” (Jd
A nova natureza serve a lei de Deus; 24). Aleluia! Que grande Salvador!
a velha natureza, até ao final da His- É admirável que somente mais
tória, servirá à “lei do pecado”. Que uma vez a palavra “desventurado” é
isso aconteceu com o apóstolo Paulo utilizada no Novo Testamento (no
é evidente das palavras que ele es- texto grego). Essa outra ocorrência
creveu no final de sua vida, quando está em Apocalipse 3.17, onde Cris-
chamou a si mesmo de “o principal” to disse à igreja de Laodicéia: “Nem
dos pecadores (1 Tm 1.15). Essa afir- sabes que tu és INFELIZ”. A arrogân-
mativa não era um exagero de fervor cia dos membros dessa igreja era que
evangelístico, nem mesmo um mo- eles não precisavam “de coisa algu-
tejo de modesta hipocrisia. Era uma ma”. Eles estavam tão inchados com
convicção segura, uma experiência a soberba, tão satisfeitos com o que
vivenciada, uma conscientização fir- haviam atingido, que não tinham
me de alguém que viu com amplitude consciência de sua própria miséria.
as profundezas da corrupção que ha- E não é isso mesmo que testemunha-
via em seu próprio íntimo e que sabia mos em nossos dias? Não é evidente
o quanto fica- que estamos
va aquém de vivendo no
atingir o pa- g período lao-
drão de santi- Mesmo no crente que está diceiano da
dade que Deus mais próximo do céu existe história da
havia coloca- Igreja? Mui-
do diante de- combustível suficiente para tos estavam
le. Essa tam- acender outro inferno, se cônscios da
bém é a con- Deus tão-somente permitis- “necessida-
vicção e a con- de”, mas a-
fissão de todo se que uma chama caísse gora imagi-
crente que não sobre ele. nam que re-
se encontra ceberam a
cativo ao pre- g “segunda bên-
conceito. E o ção”, ou que
resultado dessa convicção fará o cren- obtiveram o “batismo do Espírito
te desejar mais intensamente o Santo”, ou que entraram na “vitó-
livramento e agradecer a Deus com ria”. E, imaginando isso, pensam
mais fervor pela promessa do livra- que sua necessidade foi satisfeita. E
mento, na vinda de nosso Senhor, “o a prova disso é que eles vivem em
qual transformará o nosso corpo de uma atmosfera de tal superioridade
humilhação, para ser igual ao corpo espiritual, que nos dirão haverem saí-
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10. 30 Fé para Hoje
do de Romanos 7 e entrado na expe- da pintura — a luta espiritual do fi-
riência de Romanos 8. Com des- lho de Deus. Ele ilustrou, por re-
prezível complacência, eles nos di- ferir-se à sua própria experiência, o
rão que Romanos 7 não descreve conflito incessante que se realiza en-
mais a experiência deles. Com pre- tre duas naturezas antagonistas na-
sunçosa satisfação, eles olharão com quele que nasceu de novo.
piedade para o crente que clama: Que, em sua misericórdia, Deus
“Desventurado homem que sou!” e nos liberte do espírito de orgulho que
como o fariseu, no templo, agrade- agora corrompe o ambiente do
cerão a Deus porque a situação deles evangelicalismo moderno e nos con-
é diferente. Pobres almas cegas! É ceda um humilde ponto de vista a
exatamente o que o Filho de Deus respeito de nossa própria impureza;
afirma nessa passagem de Apo- fazendo-o de tal modo que nos una-
calipse: “Nem sabes que tu és mos ao apóstolo Paulo em clamar
INFELIZ”. Nós dissemos: “Almas ce- com um fervor cada vez mais pro-
gas”, porque observamos que é para fundo: “Desventurado homem que
os crentes laodicenses que Jesus de- sou!” Sim, que Deus outorgue tanto
clara: “Aconselho-te que de mim ao autor dessas linhas quanto ao seu
compres... colírio para ungires os leitor uma tão grande percepção de
olhos, a fim de que vejas” (Ap 3.19). sua própria depravação e indignida-
Devemos observar que na segun- de, que eles realmente se prostrem
da parte de Romanos 7 o apóstolo no pó, diante de Deus, e O adorem
Paulo fala no singular. Isso é admi- por sua maravilhosa graça para com
rável e bastante abençoador. O esses pecadores que merecem o in-
Espírito Santo desejava transmitir-nos ferno.
a verdade de que mesmo as mais ele-
vadas realizações na graça não ______________
isentam o crente da dolorosa experi- 1 A Vida de David Brainerd,
ência ali descrita. Com o pincel de Jonathan Edwards, Editora Fiel,
um artista, o apóstolo retratou — uti- 1993, 240 págs.
lizando a si mesmo como o objeto
A mente do homem é como um depósito de idolatria e
superstição; de modo que, se o homem confiar em sua
própria mente, é certo que ele abandonará a Deus e inven-
tará um ídolo, segundo sua própria razão.
João Calvino
Uma gota de graça vale mais do que um mar de dons.
William Jenkyn
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