SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 354
O Oráculo Sagrado
       de


      Ifá




            Tr adução par a o po rt ug uê s: Ò s unlé k è




                                                       1
Or ác ulo 1



Èjìogbè-8

        O O dù Èjì o g be fala de ilumina ção , be m e st ar g er al, v it ór ia so br e o s inimigo s,
        de spe rt ar e spir it ual, vida lo ng a e paz me nt al.


        O bse rv ação        o cide nt al:     Nov o s     neg ó cio s       ou      int e nsi ficaçõ e s    no s   ne gó cio s
        ex ist e nt e s,   no vo s    re lacio name nt o s,         ou     e x per iê ncia s   e spir it uais   po de m     se r
        e spe r adas. Ex ist e uma po ssi bilidade de co mpor t ame nto supe r ze lo so que r e quer
        bo m se nso par a se r supe r ado .


Ejio g be é o Odù mais impor t ant e . Ele si mbo liza o pr in cí pio mascu lino e , po r t ant o é
co nsi der ado o pai do s o dùs. Na o r de m fix ada por Òr únmì là, Ejiog be o cupa a pr ime ir a
po sição .
Em Ejio g be , o s do is lado s do Odù são idê nt ico s: O g be e st á e m ambo s o s lado s dir e ito e
e sque r do .   O   Odù       de v er ia     ser   chamado          “Og be me j i”,     mas     e le   é    univ er salme nt e
co nhe c ido co mo Ejiog be por que e ji tam bé m sig nifica “do is”. Há um e quilí br io de
fo r ças e m Ejiog be , que é se mpr e uma bo a pr o fe cia.
D ur ant e uma se ssão div inató r ia, o clie nt e par a que m Ejio g be é div inado e st á b usca ndo
por paz e pr o spe r idade . O clie nt e co n sult o u I fá por que e le o u e la que r filho s o u de se ja
se e ng ajar e m um nov o pr o je to . I fá           diz que se o clie nt e fize r uma o fe r e nda, to das as
s uas   e x ig ê ncias     ser ão    sat isfe it as   e   to do s     os    se u s   e mpr e e ndime nt o s      se r ão   be m
s uce dido s. É ne ce ssár io o sacr ifí cio par a o bt e r v it ó r ia so br e o s inimig o s que po de r iam
e st ar blo que ando o s caminho s do clie nt e . Se e le o u e la te m tr abalhado se m pr og r e sso
o u fe ito neg ó cio s se m lucr o , I fá          pr ev ê pr o spe r idade o u r ique za se a pe sso a fizer o s
sa cr ifí cio s ne ce ssár io s. Em Ej iog be , I fá         pr ev ê v ida lo ng a de sde que o clie nt e cuide
muit o be m de sua sa úde .
Pe sso as e ncar nadas pe lo O dù Ejio g be de v e m se mpr e co nsu lt ar o or áculo de I fá ant e s
de t o mar qualque r de ci são impor t ant e na vida.




                                                                                                                              2
1 – 1 (t r adução do ve r so )


A s mão s per t e nce m ao co r po ,
o s pé s per t e nce m ao co r po ,
O tar at ar a co nsu lto u o o rácu lo de I fá par a Ele r e mo ju,
a mãe de A g bo nnir eg un.
F o i pe dido par a e la sacr ifi car
D uas g alinhas, duas po m bas, e t r int a e do is mil búzio s,
a se r e m u sadas par a sat isfaze r o I fá de sua cr iança.
Di sse r am que sua v ida se r ia pr ó spe r a.
Ela o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .


O wo t’ ar a, Ese t ’ar a, e Ot ar at ar a são o s no me s do s t rê s div inado re s que co ns ult ar am o
o rác ulo de I fá par a Eler e mo ju, a mãe de A g bo nnir e g un (um do s tí t ulo s de lo uv ação de
Ò r únmì là). Eler e mo ju e st av a e nfr e nt ando pro ble ma s. Ela co ncor do u e m faze r o
sa cr ifí cio e sat isfaze r o I fá de sua cr iança ( ikin I f á - dezesse is f r uto s de palm eir a ).
Ela se to r no u pr ó spe r a po r que sacr ifi co u as co isas que I fá pr e s cr ev e u.
O sa cr ifí cio de se mpe nha um pape l e sse ncia l no sist e ma Yo r ùbá de cr e nça s e t radição
r e lig io sa. De mo do a v iv e r lo ng a e paci ficame nt e na te rr a, e spe r a-se que o s se r e s
hu mano s façam o s sacr ifí cio s ne ce ssár io s que atr air ão bo a so r te e afa st ar ão as
de sg r aças.


1 – 2 (t r adução do ve r so )


O t it o o mifi-nt e le -isa co nsult o u I fá par a Ele re mo j u,
a mãe de A g bo nnir eg un.
I fá dis se que o ik in de sua cr iança ir ia ajudá -la.
Po rt ant o fo i pe dido a e la que sacr ifi casse
um rat o awo sin , uma galinha o u cabr a,
e fo lhas de I fá (fo lhas eg be e , e m núme ro de de ze s se is,
de v e m se r e smag adas na ág ua e u sadas
par a lav ar a cabe ça do clie nt e ).
Ela o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .




                                                                                                         3
O utr o   div inador ,    chamado        Ot ito l   o mifi- nt e   le -isa   t ambé m   co nsult o u   I fá       par a
Ele r e mo ju, a mãe de Ag bo nnir eg un. I fá co nfir mo u que o ik in de sua cr ian ça (fr ut o de
palma sagr ado ) a aju dar ia se e la co nt inuas se a faze r se us sacr ifí cio s.
O s div inado r e s de I fá são t ambé m e spe cial ist as e m er v as. S upõ e -se que e le s e ste ja m
be m fu ndame nt ado s na me di cina tr adicio nal. A cr e dit a- se que t odas as plant as, e rv as, e
fo lhas do mundo per t e nce m a I fá. O s co nhe cime nt o s so br e se u s v alo r e s e spir it uais e
me di cinais po de m se r e nco ntr ado s no s e nsiname nt o s de I fá. A ssim, e m muit as
o casiõ e s, o s div inado r e s de I fá    pr e scr ev e m er vas e plant as par a a cur a o u pr e v e nção
de do e nças e e nfe r midade s. Em se u v er so O dù, fo lhas eg be e são re co me ndadas par a
lav ar a ca be ça do clie nt e ( Or í ), a q ual se acr e dit a co nt ro lar o de st ino da pe s so a.


1 – 3 (t r adução do ve r so )


O to to ot o
O ro ro or o
Se par adame nt e nó s co me mo s fr uto s da te rr a.
Se par adame nt e nó s co me mo s imum u (fr ut o e spe cial).
Nó s e st amo s co m a cabe ça acima do s calcanhar e s e m amor co m Oba ‘ M ak in.
To do s e le s div inar am par a Ag bo nnir eg un.
F o i dit o que se e le fize sse sa cr ifí cio , e le se r ia
abe n ço ado co m filho s; e le ne m sabe r ia
o núme r o de se us filho s
dur ant e e apó s sua vida.
F o i pe dido a e le que sacr ifica sse
uma cabr a e fo lhas de I fá .
Se e le o fe r e ce s se o sacr ifí cio , e le de ve r ia co zinhar fo lhas de I fá        par a sua s        e spo sa s
co me r e m.
Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .
F o lhas de I fá : F olhas mo í das y e nmey e nme (ag bo ny in),
ir ug ba, o u o gir i (co ndime nt o s) co m cr av o s e o utr o s co ndime nto s.
C o zinhe -o s j unt ame nt e co m o s t ro mpas de faló pio da ca br a.
C o lo que o po te de so pa e m fre nt e ao tr o no de I fá
e de ix e que sua s e spo sa s a co mam ali.
Q uando e las t er minar am de to mar a so pa, e las t iv e r am
muit o s filho s.


                                                                                                                      4
A s e spo sas de Ag bo nnir eg un e st av am te ndo dif iculda de e m e ngr av idar e dar a luz. O s
cin co A wo que div inar am par a A g bo nnir e g un e nfat izar am a impo rt ância do sacr ifí cio .
Ele s dis se r am que se e le co n cor das se e m faze r o sa cr ifí cio , e le te r ia muito s filho s
dur ant e sua vida e apó s a s ua mor t e . A dicio nalme nt e , o s sace r dot e s tiv er am que faze r
u so de se u co nhe c ime nt o so br e me di cina t radic io nal par a co zinhar fo lhas de ag bo ny in
co m as tr o mpas de faló pio da cabr a sa cr ificada. Est e re mé dio fo i co ns umido pe las
e spo sa s de A g bo nnir e g un ant e s que e le pude sse te r o s filho s pr e dito s po r I fá .


1 – 4 (t r adução do ve r so )


O k unk un-bir imu bir imu co nsult o u I fá par a Eniunk ok un ju.
Di sse r am que não hav ia ning ué m que lhe t iv e sse fe ito uma ge nt ile za
que e le não r et r ibuiu co m mal.
Nó s pe dimo s a e le par a sa cr ificar
uma alfanje e uma e s cada.
Ele se re cu so u à sa cr ificar ,
Eniu nko k unj u - o no me co m o qual cha mamo s o faze nde iro .
To das as bo as co isa s que Og e de (a banana) for ne ce u
par a o faze nde ir o não for am apr e ciadas.
O faze nde iro po r fim de capit o u O ge de .


I fá muit as ve ze s fala por par ábo las. Est a e st ór ia apr e se nt a um re lacio name nt o e ntr e a
banana (Og e de ) e , per so nifi cada co mo alg ué m que fo i ge nt il co m o faze nde iro (ag be ),
um ing r at o que r et r ibuiu a ge nt ile za co m o mal. Não impo r t a o quão gr ande se ja o
r e lacio name nt o , a banana é de st r uí da ao fina l.
No s te mpo s ant igo s, qualque r um e ncar nado por e st e O dù po de r ia se r de capit ado ao
fim de sua v ida na t er r a. Em te mpo s mo de r no s, ist o se r e fer e mais à “per de r -se a
ca be ça” e pag ar u m alto c ust o .




                                                                                                       5
Or ác ulo 2



Oyekumeji-2

        O O dù Oy e k u Me ji sig nifi ca e sc ur idão e infe li cidade , e adv er t e so br e mor t e ,
        do e nças, pr e o cupa çõ e s e um mau pr e ssag io , mas t ambé m carr e g a co m t udo isso
        a so lu ção de to do s e sse s pro ble ma s.


        O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e co m má sor t e e nco ntr a blo que io ; o clie nt e co m
        bo a so rt e po ss ui fo rt e supo r te an ce str al.


O ye k ume ji é o se g undo Odù (o lo du) pr in cipal. Ele si mbo liza o pr in cí pio fe mini no . O s
o dùs Ejiog be e Oy ek ume ji de r am nas cime nt o ao s quato r ze odùs pr incipais re st ant e s.
No O dù Oy e k ume ji, há um Oy e k u no lado dire it o , que é a for ça mas culina, e o ut ro
O ye k u no lado e sque r do , que é a for ça fe minina.
A s pe sso as par a que m e st e Odù é div inado dev e r iam fo r mar um hábit o de o fer e ce r
sa cr ifí cio s e sat is fazer s uas cabe ça s (o r i) de te mpo s e m te mpo s de mo do à e v it ar
e st ado s de de pr e ssão . A dicio nalme nt e , de v er iam o uv ir e re spe it ar as o piniõ e s de se u s
mai s v e lho s. Elas ne ce ssit am ho nr ar se us an ce str ais re g ular me nt e .
No O dù Oy e k ume ji, I fá          adv er t e co ntr a o per ig o de mant er re lacio name nt o s co m
muit as m ulhe r e s. A s mul her e s se t or nar ão ciume nt as, e o s pro ble ma s ge r ado s
impe dir ão o pr og r e sso do clie nt e . De st e O dù, nó s apr e nde mo s que é me lhor te r um
mar ido , uma e spo sa.


2 – 1 (t r adução do ve r so )
O ye dud u awo o ri Bije co nsult o u I fá par a O lo fin.
Nó s pe dimo s par a e le o fe r e cer
um te cido pr e to , uma cabr a, e fo lhas e se me nt e s de bije .
Nó s dis se mo s a e le que e st a mo r te imi ne nt e
não ir ia mat á-lo , não ir ia mat ar se u s fil ho s
se e le fize sse a o fe r e nda.
Ele o be de ce u e fe z sacr ifí c io .




                                                                                                           6
Se e st e Odù é lan çado , a famí lia do clie nt e dev e aplicar bi je ( uma er v a afr icana ) so br e
s uas face s e co br ir o I fá      do s me smo s co m te cido pr e to e fo lhas de bije . Ele s e st ão
as se g ur ado s de que mo rt e , do e nça s, e t odo s o s o utr o s male s não se r ão capaze s de
r e co nhe cê - lo s, uma v e z que a mor t e não re co nhe ce Onibi je (alg ué m que faz uso do
r e mé dio bije pr e scr ito pe lo div inador ).


2 – 2 (t r adução do ve r so )


Ee sin g bo na l’ e we t ut u l’ e g bo
co ns ulto u I fá par a 165 árv or e s.
A palme ir a e a ár vo r e Ay inr e
sa cr ificar am uma galinha e ntr e as árv o re s.
Ent ão , se um to rnado e st iv e sse de v ast ando ,
a jo v e m fo lhag e m de palma afir mar ia:
e u fiz sacr ifí cio par a e scapar do pe r ig o .


 A fo lhag e m de palme ir a nu nca é afe t ada por v e nto s o u to rnado s po r que e la re alizo u o
               sa cr ifí cio re que r ido ne st e Odù. To do s o s per igo s são de sv iado s da palme ir a.




2 – 3 (t r adução do ve r so )


Vo cê é o ye
Eu so u o ye
Do is oy e co nsult ar am I fá par a Olo fin.
Ele s disse r am
do is de se us filho s ir iam fr at ur ar [o s o sso s] das co x as,
mas e le não dev e r ia ficar pre o cupado
por que e le s se r iam be m suce di do s na v ida.
F o i pe dido à e le que sacr ifica sse te cido k e lek u,
par a se r usado co mo uma pr ot e ção par a as cr iança s.
Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .




                                                                                                          7
I fá   pr e disse que o acide nt e que o s filho s de Olo fin ir iam so fr e r não impe dir ia o
s uce s so de st e s na vida. Tudo o que e le ne ce s sit av a faze r e r a r ealizar um sacr ifí cio e
fo r ne ce r o t e cido e spe ci ficado co mo co be rt ur a pro t et o r a.


2 – 4 (t r adução do ve r so )


Q uando e u aco r de i de manhã,
e u vi uma gr ande quant idade de cr iança s.
Eu per g unt e i pe lo re ino da te rr a.
Eu e nco ntr e i o s ant ig o s e m gr ande e sple ndo r .
Eu per g unt e i pe lo re ino do cé u.
O risa -nla e st av a indo visit ar Òr únmì là
Ele pe rg unt o u: C o mo e st ão se u s fil ho s
que e st o u le v ando co migo par a o mu ndo ?
C aso haja re sfr iado ,
C aso haja do r de cabe ça,
C aso haja malár ia e o ut r as e nfe r midade s,
O que e u po de r ia fazer po r e le s ?
Ò r únmì là or de no u a e le que mar cas se O dù O ye k ume ji
so br e pó de iy e - ir o sun.
A panhe alg uma s fo lhas fr e s cas de per e g un e as t r it ur e .
M ist ur e -as j unt ame nt e co m banha de Òr í
e use isso par a e sfr e g ar e m se u s co r po s.
Pe r e g un de rr amar á ág ua so br e
a mo rt e de v ast ado r a.
Pe r e g un de rr amar á ág ua so br e
as do e nça s de v ast ado r as.




                                                                                                     8
Or ác ulo 3



Iworimeji-12

        Est e O dù fala das pe s so as pr e se nt e adas co m a habil idade de v er co isas co m sua s
        pró pr ias per spe ct iv as. Ela s muit as ve ze s so nha m, t ê m visõ e s clar as, cr e sce m e
        t or nam- se "adiv inho s" o u e spir it uali st as. C lie nte s co m e sse O dù dev e m se r
        aco nse l hado s a cult uar I fá. I sso ir á lhe s tr azer bo as pe r spe ct iv as, v ida lo ng a (ir e
        aik u), pr o spe r idade (ir e aje ), uma e spo sa (ir e ay a) e filho s (ir e omo ).


        O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e st á cui dado same nt e ex amina ndo e re av aliando
        t anto o s cami nho s t e mpor ais co mo e spir it uai s/ e mo cio nai s.


O dù I wor ime ji o cupa o t er ce ir o lug ar na o r de m do s odù s. C o mo um o lo du, I wo r ime ji
co nsi st e de I wor i no lado dir e it o (o pr in cí pio mas culino ) e I wo r i no lado e sque r do (o
pr incí pio fe mini no ).
I fá diz que se alg uma co isa fo i per dida, o clie nt e se r á asse g ur ado de que a co isa se r á
v ist a o u re cu per ada. A s chance s par a uma pr o mo ção no t rabalho são bo as, mas o
clie nt e ne ce s sit a o fe r e cer sacr ifí cio par a e v it ar que calun iador e s cau se m sua de mis são .
Se o clie nt e de se ja v iajar par a fo r a da cidade o nde r e side ou ir par a o utr o s paí se s, e le
de v e faze r sa cr ifí cio de mo do que se us o lho s não ve ja m qualque r mal. Q uando o
sa cr ifí cio cor r et o é re alizado , uma pe sso a e nfe r ma se g ur ame nt e ir á fi car be m de nov o .
I fá co nfir ma no O dù I wor ime ji que o s de ze s se is fr ut o s da palma sagr ada (ik in I fá ) são
a re pr e se nt ação de Òr únmì là e se u obje t o de ador ação na t er r a. Eis o po r que do
sa ce r do t e de I fá (Babalawo ) as ut iliza par a r ev e lar o s mi st ér io s da v ida.


3 – 1 (t r adução do ve r so )


M ujim uwa, Babalawo de O pak e r e , co nsult o u par a e le .
Par a e v it ar que e le ado e ce sse ,
fo i o rie nt ado a e le que sacr ifi cas se
v int e anzó is de pe sca e vint e po m bas.
Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .
F o lhas de I fá fo r am pr e par adas par a e le




                                                                                                               9
par a se r e m usada s par a lav ar sua cabe ça (or i),
par a se r e m usada s par a lav ar se u I fá .
O pake r e nunca ficar ia do e nt e .


Par a afast ar uma do e nça imine nt e , M uji muwa aco nse l ho u Opak er e a faze r um
sa cr ifí cio . A dicio nalme nt e , fo lhas de I fá dev er iam se r pr e par adas par a e le par a lav ar
s ua cabe ça e se u I fá .


3 – 2 (t r adução do ve r so )


Gbe g i je be t e fo i aque le que co ns ulto u par a O de
quando A wa sa e ra se u inimig o .
F o i pe dido a e le (O de ) par a o fer e ce r
um bor dão e uma car g a de inhame .
O de at e nde u ao co n se lho e fe z sacr ifí cio .
O inhame fo i pilado .
To do o inha me pilado fo i co mido à no it e .
Ele s for am do r mir .
Q uando v e io a e sc ur idão , A wa sa v e io .
O de uso u se u bo r dão par a mat ar A wasa.
No dia se g uint e , pe la manhã,
o cadáv er de A wasa fo i e nco ntr ado do lado de fo r a.


O de co ns ult o u I fá   a re spe it o do que e le po de r ia fazer par a se liv r ar de se u inimigo
A wasa. Ele se g uiu o co nse lho do div inador e o fe re ce u alg uns inhame s e um bo r dão ,
que fo i usado par a mat ar se u inimigo .


3 – 3 (t r adução do ve r so )


Ò g ún-r ibit i co nsult o u par a I wor ime ji
quando I wo r ime ji e st av a par a se casar co m a filha de O pe Olo fin.
F o i pe dido a e le que fize sse um sa cr ifí cio .
S ua e spo sa jamais se r ia e sté r il.
U ma g alinha fo i o sacr ifí cio .
F o i dit o que amba s as palme ir as macho e fê me a


                                                                                                       10
jama is se r iam e sté r e is.
Po r que I wor ime ji re alizo u o sacr ifí c io ne ce ssár io , as pe s so as nas cidas por e st e O dù
jama is se r iam infé rt e is o u e st é r e is. Elas se r iam se mpr e abe nço ada s co m filho s.


3 – 4 (t r adução do ve r so )


Ti jot ayo fo i aque le que co nsult o u par a O de .
F o i dit o que e le de ve r ia v ir e sacr ifi car
uma pe dr a de mo inho e uma e st e ir a,
par a faze r co m que t odo s que tiv e sse m vindo r eg o zijar co m e le
se mpr e fi cas se m co m e le .
O de re c uso u e ne g lig e ncio u o sacr ifí cio .
Ele falo u que e st av a sat is fe ito
se e le pude sse ape nas se liv r ar de A wasa.


As   pe s so as     v ir iam   se mpr e   re go zijar   ou   ce le br ar   co m   O de .    Mas        po r que   O de
ne g lig e ncio u     o    sacr ifí cio    ne ce ssár io ,   ning ué m      jama is        fi car ia     co m     e le .
C o nse que nt e me nt e , as pe s so as que são e ncar nadas por e st e O dù t e m ape nas suce sso
t e mpor ár io . Nada par e ce dur ar muit o . Suas rique za s e pr azer e s t e m se mpr e cur t a
dur ação .




                                                                                                                    11
Or ác ulo 4



Idimeji

        Est e Odù fala do s que te m inimig o s se cr et o s t e nt ando lan çar e ncant ame nto s
        so br e e le s o u o s que tê m so nho s ruin s a maio r part e do te mpo . Ele s pr e ci sam
        apazig uar I fá par a po der e m v e nce r e ssas o bstr u çõ e s mundana s.


        O bse rv ação o cide nt al: O clie nt e e st á se nt indo aume nto de pr e ssõ e s t anto nas
        que st õ e s te mpo r ais co mo e mo cio nais.


I dime ji é o quar to O dù na o r de m fix ada por Ò rúnmì là. Est e Odù é fundame nt al po r que
e le co mple t a o s quatr o po nto s car de ais do univ e r so : Ejiog be (Le st e ), O ye k ume ji
(O e st e ), I wo r ime ji (No rt e ), e I dime ji (Su l). O dù I dime ji simbo liza a mat e r nidade . A
int e r ação de um I di mas culi no no lado dir e ito co m um I di fe minino no lado e sq uer do
r e sult a e m r e pr o dução — o nasci me nto de u ma cr iança.
Se uma pe s so a e st iv er e nco nt r and o difi culdade e m se e st abe le ce r na v ida e e st iv er se
muda ndo de casa e m casa se m r e sidê ncia per mane nt e , I dime ji diz que a pe sso a de v e
r et or nar à cidade o u paí s de se u nasc ime nt o . C o m o sa cr ifí cio apr o pr iado ao or i
( cabe ça ) o u e le da (cr iador ) da pe sso a, a v ida po der á faci lme nt e re to r nar ao nor ma l.
Em Odù Odime j i, I fá v ê bo a so rt e e v ida lo ng a par a um ho me m o u uma mul her . M as o
clie nt e ne ce s sit a c ult uar I fá par a e v it ar mo rt e súbit a. O clie nt e po de r á se e le v ar à uma
bo a po si ção na v ida mas de v er á se r cui dado so co m calun iador e s. É po s sív e l tr abalhar
dur o no co me ço da vida e pe r der t udo no final. Par a pr o spe r ar , dev e m se r fe it as
co nst ant e s o fer e ndas ao s ance st r ais do clie nt e . Se alg ué m plane ja viajar , dev e se r fe ito
sa cr ifí cio a Ò g ún par a as se g ur ar uma jor nada se g ur a e fe liz. Q uando uma mulhe r
e st iv er de se spe r ada par a te r um filho , e la é aco nse lhada a sat isfaze r Ò r únmì là. I fá diz
que e la te r á uma cr iança e que e st a cr iança se r á uma me nina.
Par a se r e m be m suce di das na vida, as pe sso as e ncar nadas por O dù I dime ji de v er ão se r
co nfiáv e is, ho ne st as, e fr ancas e m se u s ne gó cio s co m o s o utr o s. Elas dev e r ão t er o s pé s
no chão e se r e m pr át ica s e m s ua at it ude co m re lação à v ida.




                                                                                                             12
4 – 1 (t r adução do ve r so )


A t e le wo -abinut e lu co nsult o u I fá par a It er e .
F o i dit o que sua s idé ias ir iam se mpr e se mat er ializar ;
por t anto e le de v e sacr ificar
pr eg o s, t rê s bo de s, e t rê s g alo s.
I te r e o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .
F or am pr e par adas fo lhas de I fá par a e le be be r .


Ent r e o s mat e r iais pr e scr ito s par a o sacr ifí c io e st av am o s pr eg o s. Pr e go s, que t e m
ca be ças, capa cit ar iam o s so nho s de I te r e a se r e alizare m o u suas idé ias a se
co ncr e t izar e m.


4 – 2 (t r adução do ve r so )


O pa-aro abidi je g e leg e co ns ulto u I fá par a as pe sso as e m I fe .
F o i dit o que uma ve z que a mo rt e e st av a mat ando as pe sso as ali,
e las dev e r iam sacr ifi car
uma cor r e nte e um car ne iro .
Ele s o uv ir am e sacr ifi car am.
O Babalawo dis se : U m úni co e lo nu nca que br a.
A ssi m, as mão s da mor t e não po de m mai s t o cá-lo s.


A mor t e per so nif icada e st av a mat ando a to do s e m I le -I fe . I fá        fo i co ns ult ado . O
Babala wo aco nse l ho u o s re side nt e s a faze r um sa cr ifí cio que incl uí a u ma simple s
co rr e nt e que nun ca po de se r que br ada. Eis co mo a mão malé vo la da mo r te po de se r
de t ida.


4 – 3 (t r adução do ve r so )


O didi- afidit i co nsult o u I fá par a O didimade .
F o i pe dido a e le que fize sse um sa cr ifí cio :
do is ag bo n o lo du (gr ande s co co s), do is car acó is, e t rê s mil e duze nto s búzio s.
Ele se re cu so u à o fe re ce r o sacr ifí cio .


                                                                                                         13
O Babalawo dis se : I fá diz, “Se u filho nu nca
falar á ao lo ng o de sua vida.”
I dime ji div ino u par a Odidimade , ma s e le se re cu so u a o fe r e cer o sacr ifí cio r equi sit ado .
Po rt ant o , co nfor me o I fá , se u filho per mane ce r ia mudo ao lo ng o de sua v ida.


4 – 4 (t r adução do ve r so )


Eu so u e ni- odi
Vo cê é e ni- o di
Do is e ni-o di div inar am par a o o di (for t ale za)
dur ant e ho st ilidade s po lít ica s.
F o i dit o : O o di cir cu ndar á a cidade .
Po rt ant o e le dev e o fer e ce r do is t e cido s de e mbalar .
E as sim e le fe z.


D ur ant e ho st ilidade s po lí t icas e ntr e duas cidade s, é de incum bê ncia do s re side nt e s
co nst r uir uma fo rt ale za, que o s pr ot e g er á de se us ini migo s. I sso també m de v er ia se
aplicar à u m indiv í duo o u uma famí lia que e st e ja se ndo ame aça da de alg uma fo r ma.




                                                                                                         14
Or ác ulo 5



Irosumeji

                Es se Odù fala do s que são se mpr e po pular e s e que são tido s e m gr ande
        e st ima pê lo s amigo s. Ele s pr e cisam t o mar cuidado co m s ua saúde , t ant o
        aplaca ndo sua s cabe ça s ( Or í ), co mo o casio nalme nt e apazig uando Ès ù, o u o
        co r po de as sist e nt e s de I fá. Se e le s se se nt e m de sanimado s e co me çam a pe r der
        int e re s se e m qualq ue r co isa que façam, I fá dev e se r co nsu lt ado e apazig uado
        par a e le s. Es se O dù de not a difi culdade s e mo cio nais e finance ir o s. M as não
        impo rt a o quant o difí cil a v ida po ssa par e cer , o clie nt e po de tr iunfar pe lo
        o fe r e cime nt o do s sacr ifí cio s co rr e to s e pe la r e cusa e m g uar dar o mal no cor ação
        e m pe n same nt o s e idé ias.


        O bse r v ação o cide nt al: A s co isas não e st ão fluindo fa cilme nt e — is so re que r mais
        t rabalho que o no r mal par a se re alizar qualque r co isa.


I ro su me ji é o quint o Odù na or de m inalt er áv e l de Òr únmì là. Ele pe de po r uma
c uidado sa r e fle x ão so br e no sso fut ur o . Nó s não po de mo s falhar e m per ce be r que “O
ho me m pr o põ e , De u s dispõ e .”
Em Odù Ir o sume ji , I fá       pe de que um rit ual famil iar se ja r e alizado anualme nt e . O
clie nt e dev e r ia co nt inuar a pr át ica e tam bé m ho nr ar e re spe it ar o s ance st r ais,
part ic ular me nt e o pai, e st e ja vivo o u mo rt o .
A que le s nas cido s por Ir o sume ji de v er iam faze r [a s co isas urg e nt e s] de v ag ar , apr e nder
[a t er ] paciê n cia, e a ag uar dar que o s mo me nt o s difí ce is se diss ipe m. Ele s dev e r iam
se mpr e se le mbr ar que ne nhuma co ndição é per mane nt e .
O sa cr ifí cio apr o pr iado de v er á se r e x e cut ado por uma mulhe r que e st e ja ansio sa par a
t er um be bê . I ro su me ji diz que e la e ng r av idar á e te r á um be bê . A cr iança se r á um
me nino , que dev e r ia se t or nar um Babalawo .


5 – 1 (t r adução do ve r so )


O liy e be co nsult o u I fá par a I na (fo go ).




                                                                                                         15
O liy e be co nsult o u I fá par a Ey in (fr uto da palme ir a).
O liy e be co nsult o u I fá par a Ik o (r áfia).
A cada um de le s fo i pe dido par a sacr ifi car
uma e st e ir a (e ni -ifi) e um t e cido amar e lo .
A pe nas Ik o fe z o sa cr ifí cio .
Q uando o pai de le s (u m che fe ) mo rr e u,
I ná fo i inst alado co mo che fe .
Ve io a ch uv a e de st r uiu I na.
Ey in fo i e nt ão in st alado co mo che fe .
Ve io a ch uv a par a de st r uir Ey in t ambé m.
I ko fo i final me nt e inst alado co mo c he fe .
Q uando cho v e u, Ik o se co br iu co m sua e st e ir a.
Q uando a chuv a ce sso u, Ik o r e mov e u a e st e ir a
e , co mo r e sult ado , não mo rr e u.


A chuv a não po de r ia de st r uir I ko (r áfia) po r que e le e r a o úni co e ntr e o s t rê s ir mão s
que ofe r e ce u a e st e ir a co mo sacr ifí cio . I ko usav a a e st e ir a co mo pr ot e ção co nt r a a
ch uv a. Ik o fo i po rt ant o capaz de mant e r o t ít ulo de se u pai por um lo ng o te mpo .


5 – 2 (t r adução do ve r so )


O kak ar ak a-afo wo t ik u, I dase g ber e g be r e w’ ak o
co ns ulto u par a I ro su
quando I ro su e st av a par a dar a luz.
F o i dit o que a v ida da cr iança se r ia dur a
e que se r ia difí cil g anhar dinhe iro
par a a manut e nção da cr iança.
M as se Ir o su de se ja sse re ve r te r a sit uação ,
I ro su dev e r ia sacr ifi car do is car acó is.
I ro su se r e cuso u a fazer o sacr ifí cio .


F ilho s de I ro su me ji se mpr e achar ão a v ida difí ci l po r que I ro su ne st e ve r so de O dù se
r e cuso u a faze r o sacr ifí cio re quis it ado .




                                                                                                        16
5 – 3 (t r adução do ve r so )


I se se r e fo g be se ’y e co ns ult o u I fá par a A k uko adiy e (g alo ).
F o i pe dido à e le par a o fer e ce r se u go rr o v er me lho ( cr ist a de galo )
e do is mil e duze nto s búzio s co mo sa cr ifí cio .
Ele se re cu so u à o fe re ce r se u go rr o ve r me lho .
O Babalawo dis se que o g alo se r ia mo rt o .
O galo dis se , “Q ue assi m se ja.”




O g alo se re c uso u à sa cr ificar se u go rr o v er me lho po r que e le t inha ace it ado a mor t e
co mo uma o br ig ação da vida


5 – 4 (t r adução do ve r so )


A de isi co nsult o u I fá par a At apar i (cabe ça).
A t apar i ia r e ce be r um g or ro do Or isa.
F o i dit o que ning ué m po de r ia ar r ancar o go rr o de le
se m sang r ame nt o ;
é impo s sív e l t er do is g or ro s.
Eis o po r que as pe s so as nas cidas po r Ir o sume ji
se mpr e achar ão a v ida difí cil.




                                                                                                    17
Or ác ulo 6



Owonrinmeji

        Na o r de m e st abe le cida de Ò r unmì lá, e st e é o se x t o Odù. Esse O dù pe de pe la
        mo de r ação e m to das as co isas. Est e Odù pr e diz dua s g rande s bê nção s par a
        qualq uer u m que se e nco nt r a na misé r ia, pr ov e ndo e le o u e la o s cor r et o s
        sa cr ifí cio s. A pe sso a se r á be ne f iciada co m dinhe iro e uma e spo sa ao me smo
        t e mpo . I fá ne st e Odù e nfat iza a impor t ância do sa cr ifí cio . Q uando um sacr ifí cio
        é o fer e cido , e le não de v e se r so me nt e de st inado ao s Òr ì sà ou par a o s ance st r ais,
        mas t ambé m u sado par a alime nt ar a bo ca de div er sa s pe sso as. Essa é uma
        mane ir a de faze r sacr ifí cio s ace it áv e is.


        O bse r v ação o cide nt al: Pe n same nt o s clar o s são ne ce ssár io s par a o bt e nção de
        s uce s so .


O c ult iv o da t er r a é a o po rt unida de mai s gr at ifi cant e par a o s filho s de O wo nr inme ji.
C ult ivo s be m s uce dido s e co lhe it as co m g anho s e m dinhe ir o aux iliar ão à pro mov e r
s uas fi nança s. Par a su ce sso na vida, o s filho s de O wo nr inme ji dev e m apr e nde r a
pro pi ciar sua s cabe ça s (or i) de te mpo s e m te mpo s, o uv ir se us pais, r e spe it ar o s mais
v e lho s, e re v er e nciar se u s ance str ais (e g ung un).
Se uma pe s so a plane ja v iajar , I fá      diz que sa cr ifí cio dev e se r r e alizado par a g ar ant ir
se g ur ança e uma viaje m pr azer o sa. Par a lo ng a v ida, é ne ce ssár io o fe r e ce r sa cr ifí cio a
I fá e t ambé m sat isfaze r o e le da ( cr iado r ).


6 – 1 (t r adução do ve r so )


(...)
A div inação de I fá fo i re alizada po r Olo g bo O jig o lo (o g ato ),
que ia visit ar a cidade das br ux as (A je ).
F o i dit o a e le que e le re t or nar ia co m se g ur ança se e le pude sse sacr ifi car
uma ov e lha, duas po mbas, e fo lha s de I fá
(t r it ur e alg uns file t e s de me t al bro nze e ch umbo co m se me nt e s de we r e je je ,




                                                                                                          18
e e sfr e g ue ist o so br e uma inci são fe it a so b as pálpe br as).
Ele at e nde u ao co nse lho e fe z o sacr ifí c io .
O re mé dio de I fá fo i aplicado co mo indi cado acima,
de po is de e le t er sa cr ificado .


6 – 2 (t r adução do ve r so )


Go or o maafiy un Goo ro maafi bo
co ns ulto u I fá par a 165 animai s
quando e le s e st av am e m uma jo r nada.
F o i pe dido a e le s que sacr ifi cas se m um te cido pr e to .
O log bo (o g at o ) fo i o único
que re alizo u o sacr ifí cio .
C he g ando ao se u de st ino ,
e le s se e nco ntr ar am co m as br ux as (aje ),
que dev or ar am to do s o s animai s
que se re c usar am à sa cr ificar o te cido pr et o .
O gat o fo i vist o à dist ância
se co br indo co m o t e cido pr e t o .
Ele t inha quat ro o lho s co mo as br ux as,
que de cidir am não mat á-lo po r que e le er a uma de las.
O gat o vo lt o u par a casa cant ando :
Go or o maafiy un, Goo ro maafi bo ...


Do s 165 animais que for am na viaje m, o gato fo i o úni co que v olt o u par a ca sa sadio e
be m dispo st o . I sso po r que e le r ealizo u to do s o s sacr ifí cio s pr e s cr it o s por I fá .


6 – 3 (t r adução do ve r so )


O lo ir e ko ir e Olo or unk oo r un,
co ns ulto u I fá par a O pak et e
quando e la e st av a se dir ig indo à sala de part o .
Ela fo i aco n se lhada à sa cr ificar
duze nt o s I ko t i, duze nt as ag ulhas, duze nt o s r at o s,
e duze nt o s pe ix e s.


                                                                                                          19
O pake t e o be de ce u e fe z o sa cr ifí cio .
Ela se to r no u fér t il co mo I fá pr e dis se .


O pake t e fo i co nsult ar I fá       dev ido à falt a de filho s. Fo i dit o à e la que r e alizasse
sa cr ifí cio . Ela o fer e ce u o sacr ifí cio e t ev e muit o s filho s co mo pr e dit o po r I fá .




                                                                                                         20
Or ác ulo 7



Obarameji

        Est e Odù de no t a [que a pe sso a e st á e m] um e st ado de ince rt e za o u su spe nse ,
        inca paz de t omar de cisõ e s. O s filho s de st e O dù t ê m uma te ndê nc ia e m co mpr ar
        por impul so e muit as ve ze s t or nam- se v ít imas de ilusõ e s. Ele s lame nt am a
        maio r ia   de    suas   de ci sõ e s   po r   t o ma-las    ne rv o same nt e   e   às   pre s sas.   Par a
        pro spe r ar na v ida, o s filho s de st e O dù ir ão pr e cisar aplacar s uas cabe ça s ( Or í )
        de t e mpo s e m t e mpo s.


        O bse r v ação      o cide nt al:       Blo que io s    ou       dif iculda de s      te mpo r ais       ou
        e spir it uais/ e mo cio nais dev e m ser dis cur sada s.


O dù O bar ame ji o cupa o sé t imo lug ar na or de m fix ada por Ò r únmì là. Par a um clie nt e
que e st e ja lidando co m ne gó cio s, I fá diz que par a t er uma casa che ia de clie nt e s e
amig o s, e le o u e la t er á que o fe r e cer sa cr ifí cio s e t ambé m se g uir Ò r únmì là.
Se o O dù O bar ame ji fo r apar e ce r no jo go par a alg ué m, e le diz que à part e das
difi culdade s finan ce ir as, o clie nt e e st á ro de ado de inimig o s que que r e m faze r uma
t o caia co nt r a e le o u faze r um at aque de sur pr e sa e m sua vida o u na sua ca sa. A
difi culdade fina nce ir a se ame nizar á e o s inimigo s se r ão de rr ot ado s quando o clie nt e
co nco r dar e m re alizar to do s o s sacr ifí c io s pr e scr ito s po r I fá. Por fim, a pe sso a
de s co br ir á que m são se u s inimig o s e se r á capaz de ide nt ificar o que g er o u se us
pro ble mas.


7 – 1 (t r adução do ve r so )


O t unwe sin (“a mão dir e it a lav a a e sque r da”).
O sinwe t un (“a mão e sque r da lav a a dire it a”).
Eis o que limpa as mão s.
Elas for am as que r e alizar am div inaçõ e s de I fá
par a a ár vo r e A wun
quando A wu n ia lav ar a ca be ça (o r i) de O nder o .




                                                                                                                 21
F o i dit o que e le pro spe r ar ia.
Ele de v er ia po rt anto o fe r e ce r
uma ov e lha, uma po mba, e co nt as de co r al.
Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .
F o i pe dido à e le que amar r asse as co nt as
na e spo n ja que e le usar ia par a se lav ar .




7 – 2 (t r adução do ve r so )


O t unwe sin, O sinwe t un, e is o que limpa as mão s.
F or am e las que re alizar am a div inação de I fá par a
O nde ro
quando a árv o re A wu n ia lav ar s ua cabe ça (o r i).
F o i pe dido à e le que sacr ifica sse
de fo r ma à te r uma bo a pe s so a que lav asse s ua cabe ça.
O nde ro dis se , “Q ual é o sacr ifí cio ?“
O Babalawo dis se que e le de v er ia o fe r e ce r te cido br anco e uma
po mba.
Ele r e alizo u o sa cr ifí cio .


Po rt ant o , qualque r um que re ce be r e st e O dù se r á or ie nt ado a u sar ro upas br anca s.




7 – 3 (t r adução do ve r so )


O jik ut uk ut u Bar ag e nde ng e nde n- bi-ig bá- e le po
fo i que m re alizo u div inação de I fá par a Eji- O bar a,
que e st av a v indo par a I fe .
F o i or ie nt ado a e le que sa cr ificas se
uma ov e lha par a ev it ar do e nça.
Ele se re cu so u a o fe re ce r o sacr ifí cio .
Q uando Eji- O bar a che g o u e m I fe ,
e le e st av a e nt r et ido co m a car ne de uma ov e lha.


                                                                                                       22
Ele a co me u e fico u tão te rr iv e lme nt e do e nt e que se u tó rax
por fi m e st av a gr ande de uma fo r ma anor mal.
De sde e nt ão , aque le s que são nas cido s par a e st e I fá se mpr e te r ão
o tó r ax e xt r ao r dinar iame nt e gr ande .


T abu : A que le s que são nasc ido s por O dù O bar ame ji não de ve m co mer car ne de o ve lha.




7 – 4 (t r adução do ve r so )


O g ig if’ o ju- ir an-wo ’ le co nsult o u I fá par a At ape r e ,
a filha de O wa-O lo fin.
F o i pe dido à e la par a faze r um sa cr ifí cio de
o g i-or i (ban ha de ò rí pur a), o jo -o wu (m uit a lã de algo dão ), e uma
o ve lha.
Ela o be de ce u e sacr ifi co u.
F o i e nt ão asse g ur ado à e la que e la te r ia muit o s filho s.
Ela e st av a te ndo se i sce nt as cr ian ças to do s o s dias
apó s e la t er co mido o re mé dio de I fá co zinhado par a e la.
F o lhas de I fá: C o zinhe og i- or i co m fo lhas biye nme , cr av o s, e ir ug ba;
t rit ur e junt o co m o utr o s ingr e die nt e s par a faze r uma so pa
par a se r co mida por e la.


Do me s mo mo do , e st e r e mé dio po de se r co zinhado par a clie nt e s par a que m e st e I fá
se ja lançado e que já te nha m r ealizado o sacr ifí cio pr e scr it o po r I fá .




                                                                                                 23
Or ác ulo 8



Okanranmeji

         Est e Odù sig nif ica pro ble ma s, caso s tr ibuna is, so fr ime nto s e más vibr açõ e s.
         F ilho s de s se O dù, ir ão se mpr e ace r t ar e m che io po r fazer e m ou dize r e m o que é
         e x at ame nt e ce r to . A s pe s so as pe nsa m fr e qüe nt e me nt e que o s filho s de s se O dù
         são agr e s sivo s e mando nas de v ido a e le s te nt ar e m pr e v ale ce r ape sar de to do s as
         pro ba bilidade s. Em muit as sit ua çõ e s e le s ir ão se r e be lar co ntr a as co nve n çõ e s
         da so cie dade e co nse q ue nt e me nt e cr iam pr o ble mas par a e le s me s mo s. Pro pe nso s
         a infe c çõ e s, o s filho s de s se O dù dev e m t o mar cuidado co m s ua saúde de fo r ma a
         não se t or nar e m doe n ças cr ô nica s.


         O bse r v ação o cide nt al: É ho r a de co mpro me t er - se a aliv iar pro ble mas.


O kanr anme ji é o oit avo Odù na or de m inalte r áv e l de Ò r únmì là. Se O kanr anme ji é
lança do par a um clie nt e , I fá          diz que o cl ie nt e e st á so fr e ndo po r falt a de filho s,
dinhe ir o , e o ut r as co isa s bo as da vida. M as se o clie nt e cr e r e m Òr únmì là e c ult uar I fá ,
t o do s o s se us pro ble ma s se r ão re so lv ido s. Par a ve nce r o s inimig o s e t er co ntr o le so br e
t o das as difi culdade s, o clie nt e t er á que o fe r e cer sa cr ifí cio s à Sà ngó e Ès ù.


8 – 1 (t r adução do ve r so )


O sun sun -ig bó -y i-ko s’ o je , O bur ok o s’ e je
fo r am aque le s que co nsult ar am I fá
par a o po vo na cida de de O wá.
F o i dit o a e le s que fize sse m sacr ifí cio de mane ir a que
um e str anho fo sse fe ito r e i.
Q ualque r co isa que o Babala wo quise sse se r ia o sacr ifí cio .
Ele s at e nde r am o co nse lho e o fer e ce r am o sacr ifí cio .




                                                                                                             24
8 – 2 (t r adução do ve r so )


O sun sun -ig bó -y i-ko s’ o je , O bur ok o s’ e je fo r am aque le s que div inar am I fá par a Sak ot o
quando e le ia par a a cidade de O wa.
F o i or ie nt ado a e le que sa cr ificas se uma po m ba, uma ov e lha e tr ê s bo lo s de fe ijão .
Ele at e nde u ao co n se lho e fe z o sacr ifí cio . O s Babala wo o aco nse lhar am ainda a co mer
o s bo lo s de fe ijão e não dá- lo s par a Ès ù. Enquant o e le par t ia e m sua jo r nada, e le
le v av a o s bo lo s de fe i jão co nsigo . Ele e nco nt ro u o pr ime iro Èsù e disse , “Se e u de s se a
v o cê e st e bo lo de fe ijão , vo cê far ia a chuv a me at ing ir at é que e u che g as se à cidade de
O wa.” Ent ão e le me smo co me u o bo lo de fe ijão e pro sse g ui u.
Ele pas so u pe lo se g undo Ès ù, e st ico u sua mão co m u m bo lo de fe ijão par a Èsù , e
r e pet iu o que hav ia dit o par a o pr ime iro . Ent ão e le co me u o bo lo de fe ijão . Ele fe z a
me s ma co isa co m o t er ce ir o Èsù .
Enf ur e cido , o t er ce ir o Ès ù fe z co m que a chuv a at ing is se Sako t o at é que e le che g as se à
cidade de O wa.
O s Babala wo hav iam pr e dit o que e pr ó x ima pe sso a a se r inst alada co mo r e i da cidade
de O wa che g ar ia bast ant e mo lhada pe la ch uv a. O s habit ante s de O wa fize r am de st e
e st r anho e nchar cado [pe la ch uv a] se u re i.


8 – 3 (t r adução do ve r so )


M o daa per e o se per e co ns ulto u I fá par a O lu- ig bo (r e i da flo r e st a).
M o daa per e o se per e co ns ulto u I fá par a O lu- odan
quando e le s iam se duzir Ew u, a e spo sa de I ná (fog o ).
F o i or ie nt ado à e le s que sacr ifica sse m um fe ix e de g ie st a e fo lhas de I fá       (e smag ar
fo lhas re nr e n na ág ua), u ma g alinha e um te cido pr et o .
O lu- odan se re cu so u a faze r o sacr ifí cio .
Ele disse : não na pr e se nça de se u Esu su o ni’ g ba- o fo n, War iwa o ni’ g ba, e Iy or e oni- g ba-
it er e (ba st ão mág ico ).
O lu- ig bo fo i o único que re alizo u o sacr ifí cio .
U m dia, Ew u, e spo sa de I ná, de ix o u a casa de se u e spo so par a ir na casa de Olu -o dan.
I ná se pr e paro u e fo i par a a casa de Olu -o dan par a re sg at ar sua e spo sa.
Q uando che g o u lá, e le g rito u alt o o no me de s ua e spo sa: Ewu, Ew u, Ew u.


                                                                                                         25
I ná que imo u Esus u o ni’g ba -o fo n, War iwa oni’ g ba- ida, e Iy or e o ni’ g ba- it e r e .
Ew u e nt ão co rr e u par a O lu- ig bo , que t inha r e alizado o sa cr ifí cio .
I ná fo i at é lá e gr it o u: Ew u, Ewu, Ewu.
O lu- ig bo e nt ão aspe r g iu o re mé dio de I fá so br e I ná tal co mo in str uí do pe lo Babalawo .
Ele r e cito u tr ê s v e ze s: Mo daa pe r e o se per e .
O fog o (I ná) se ex t ing uiu, de fo r ma que Ew u e st av a dispo nív e l par a O lu-ig bo .
O lu- ig bo , a flo r e st a de nsa, ainda ho je re t é m a e scur idão que e le sa cr ifico u.


8 – 4 (t r adução do ve r so )


O k it ibir ik it i fo i que m co nsu lto u I fá par a O lu
quando e le t inha ape nas um filho .
F o i or ie nt ado a e le par a sacr ificar
uma ov e lha br anca se m qualque r po nto ne gr o ,
uma cabr a nov a, e um bo de .
F o i asse g ur ado a e le que se u filho ún ico se t or nar ia do is.
Ele at e nde u ao co nse lho e r e alizo u e sacr ifí cio .
Em br e v e , se us filho s se to r nar am do is.
De sde e nt ão , e st e O dù t e m sido chamado Ok anr anme ji.
Q ualque r um par a que m e st e I fá fo r lançado se mpr e
t er á um filho a mais.




                                                                                                     26
Or ác ulo 9



Ogundameji

        Est e O dù adv e rt e co ntr a br ig as, disput as e ho st ilidade s imine nt e s. Dur ant e uma
        se ssão de div inação , se e sse O dù apar e ce par a uma pe sso a e la de v e se r av isada
        par a te r c uidado co m t raido re s o u amigo s e ng anador e s. I fá diz que a pe s so a
        dev e te r co nfiado e m alg ué m indig no de co nfian ça. Se o clie nt e e st á e m bat alha
        co m pr o ble mas finan ce iro s e opo sição de inimigo s, e st e Odù diz que a pe sso a
        dev e o fer e ce r o sa cr ifí cio ce r to a Ò g ún e t ambé m aplacar a sua cabe ça ( Or í ) par a
        que t e nha êx it o e pr o spe r idade .


        O bse rv ação o cide nt al: O clie nt e e st á so br e car r eg ado co m t rabalho e pr o ble mas
        pe sso ais de o ut r as pe sso as.


Na or de m de Ò r únmì là, o O dù Og undame ji o cupa o no no lug ar . Ele é o O dù que
e ncar na Òg ún, o de us do fe r ro e da g ue rr a. A maio r part e do s filho s de Og undame ji
são ador ado r e s de Òg ún, que sã o re co nhe cido s po r se u po de r , cor ag e m e t ale nt o s
cr iat iv o s. C o m sua s habi lidade s imag inat iv as in co muns e le s abr e m por t as e cr iam
o por t unidade s de e mpr e g o par a o s o ut ro s. Pe s so as e ncar nadas por O g undame ji são
se mpr e abe n ço adas co m muito s filho s.


9 – 1 (t r adução do ve r so )


A lag bar a ni nso k un A de fo i que m co ns ulto u I fá par a Ò g ún.
F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car um alfan je , um galo e um inhame assa do .
I fá dis se que o alfan je se r ia a chav e par a a pr o spe r idade de Òg ún.
Ele de v er á se mpr e ca minhar co m e le ju nto .
F o i pe dido à e le que co me sse o inhame .
Ele o co me u.
Q uando e le fico u co m se de , e le fo i be be r ág ua do rio .
A pó s be be r a ág ua, e le v iu duas pe sso as




                                                                                                        27
br ig ando po r causa de um pe ix e que e las hav iam pe scado .
Ò g ún o s aco nse lho u a se r e m pac ie nt e s e disse
que e le s dev e r iam ir par a ca sa e div idir o pe ix e .
Ele s se r e cusar am.
O pr ime ir o ho me m dis se que e le v e io do le st e
e o se g undo ho me m dis se que e le v e io do oe st e .
A pó s o uv ir as sua s de scul pas, Ò g ún pe go u o alfan je o qual lhe fo i or ie nt ado par a
se mpr e po rt ar co nsigo e par t iu o pe ix e e m do is par a e le s.
O pr ime iro ho me m o ag r ade ce u e pe diu a e le que abr isse uma t rilha de lá at é a cidade
o nde r e sidia.
O ho me m pro me t e u e nr ique ce r a v ida de Òg ún se e le at e nde s se o se u de se jo .
O ho me m g ar ant iu a Ò g ún que e le t ambé m r e ce be r ia co isas valio sas que ir iam e lev ar
s ua co nfian ça.
O se g undo ho me m ig ualme nt e agr ade ce u a Òg ún e fe z u m pe dido similar .
Ò g ún co ncor do u e m fazer t al co mo e le s pe dir am.
Ò g ún te m sido se mpr e chamado de Og undame ji de sde o dia e m que e le div idi u um
pe ix e par a dua s pe s so as que e st av am br ig ando .


9 – 2 (t r adução do ve r so )


A go go - o wo - ko se if’ apo ko si co nsult o u I fá par a Olo fin
quando O lo fin A jalo r un e st av a pr o po ndo e nv iar se u filho ,
Ò g ún, ao mu ndo par a abr ir o ca minho da v ida.
Ò g ún fo i av isado de que e le ser ia incapaz de c umpr ir
a t ar e fa dev ido à po sição infle x ív e l do mundo .
M as e le de v er ia r e alizar sa cr ifí cio co ntr a a saúde pr e cár ia
e a mo rt e sú bit a: um car ne ir o e u m úni co e lo de co rr e nt e .
Ele fe z o sa cr ifí cio .
Ele s disse r am: U m ún ico e lo nunca que br a.




9 – 3 (t r adução do ve r so )


O ke le g bo ng bo -as’ o fun- kilo co ns ulto u I fá par a Ò g ún.
À e le fo i g ar ant ido que se e le pude s se r e alizar


                                                                                                  28
sa cr ifí cio , e le jamais mor r er ia.
O mundo int e iro se mpr e ir ia pe dir
à e le par a ajudá- lo s à r e par ar se us mo do s de vida.
M as ne nh um de le s ficar ia a se u lado par a r e so lv e r
o s se u s pr ó pr io s pro ble ma s.
Q uatr o car ne ir o s, quat ro bo de s, e quatr o cabaça s co be r t as de ve m
se r o fer e cido s e m sacr ifí cio .
Ele r e alizo u o sa cr ifí cio e m cada um do s quat ro cant o s
do mundo .


9 – 4 (t r adução do ve r so )


I ko ko - I di-s’ ak un- ber e co ns ult o u I fá par a Ò r únmì là.
F o i pr e dito que sua e spo sa dar ia
a luz à tant o s filho s que e le não
o s co nhe ce r ia a t o do s.
Ele fo i po rt anto o r ie nt ado a sacr ifi car uma
Galin ha d’ A ng o la e duas mil búz io s.
Ò r únmì là fe z o sacr ifí cio .
A lar e é o no me pe lo qual chama mo s o pr imo g ê nito de Ò r únmì là.
A inda ho je , nó s o uv imo s as pe sso as dizer e m: o mo A lar e (o filho de
A lar e — pr o pr ie t ár io ).
Q ualque r um par a que m e st e I fá se ja div inado dev e r á te r muit o s filho s.




                                                                                         29
Or ác ulo 10



Osameji

        Est e é um O dù que sig nifica falt a de co r ag e m e f ug a de br ig as o u o po siçõ e s.
        F ilho s de sse O dù r e alizam uma gr ande quant idade de viag e ns, o u a ne gó cio s o u
        por pr aze r . Ele s cr e s ce m e t or nam- se bo ns admi nist r ado r e s se e le s g e st am o s
        ne g ó cio s do s o utr o s. C o mo e le s são facilme nt e ame dr o nt ado s, e le s não ir ão
        co rr e r ris co s.


        O bse r v ação        o cide nt al:   O   clie nt e   e ncar a   mudança    ine spe r adame nte    em

        t ranst o r no s tant o no se r v iço quant o no s re lacio name nt o s .


O same ji é o dé ci mo Odù na or de m fix a de Ò r únmì là.
O dù O same ji re it er a a ne ce ssidade por aux í lio e spir it ual co nt r a mau s so nho s e
fe it ice ir as que int er fir am co m o so no da pe sso a. De v e r ão se r r ealizado s sacr ifí cio s
apro pr iado s par a sat isfaze r o s fe it ice ir as (a je ) e par a asse g ur ar a pr ot e ção ne ce ssár ia.
A dicio nalme nt e , se O same ji é lançado par a um clie nt e , I fá               diz que o clie nt e t e m
inimig o s que e st ão plane ja ndo pr e j udicá- lo . Se o clie nt e re alizar sacr ifí cio a Sàng ó , e le
g anhar á for ça aume nt ada e ev e nt ualme nt e v e nce r á o s inimigo s.
A que le s e ncar nado s por e st e O dù te nde m a se de s co nt ro lar o u lhe s falt am limit e s.
M uito e s for ço é e x ig ido par a capacit á- lo s a se co nce nt r ar no que e st ão faze ndo o u par a
que e le s se aplique m dilig e nte me nt e e m se u t rabalho .


10 – 1 (t r adução do ve r so )


K asa k aja- kat et e sa co nsult o u I fá par a Eji- O sa.
Eji -O sa e st av a indo à I fe par a um pro je t o .
F o i dit o à e le s que e st e s se r iam ame dro nt ado s por
alg o que po de r ia e v it ar sua r e alização do pr o je to .
Po r e st e mo t ivo e le s dev er iam sacr ifi car
um car ne ir o e uma pe dr a de r aio .



                                                                                                            30
Ele s se r e cusar am a faze r o sacr ifí cio .
Q uando e le s che g ar am a I fe , uma lut a aco nt e ce u.
Ele s te nt ar am re si st ir mas não pude r am e tiv er am que fug ir .
De sde aque le dia, as duas pe sso as que
fug ir am t e m sido cha madas de O same ji.


10 – 2 (t r adução do ve r so )


I g bin k o y a palak a e sse co ns ulto u I fá par a uma O sa
quando e la e st av a per amb ulando pe lo mundo so zinha.
F o i dit o à e la que e la e nco ntr ar ia um par se e la fize sse sacr ifí cio :
dua s po mbas, do is car acó is, e r e mé dio de I fá
(mo e r fo lhas de biy e nme e co zinhá-las co m o vo s de g alinha) par a e la
co me r .
Ela o be de ce u e fe z o sacr ifí cio .
Q ualque r um par a que m e st e I fá é div inado t er á muit o s filho s.


10 – 3 (t r adução do ve r so )


O kan- ate g un- ko se - ir o de ’ le
co ns ulto u I fá par a
Ò r únmì là quando e le e st av a pr o po ndo se ca sar co m O luy e mi,
a filha de O lo fin.
F o i dit o que se e le ca sas se ape nas co m Oluy e mi, sua ho nr a se r ia
   g rande .
O sacr ifí cio : dua s g alinhas, duas cabr as e t rê s mil e duze nt o s búzio s.


É aco nse l háv e l a qualque r um par a que m e st e I fá se ja div inado se casar co m uma e
ape nas uma m ulhe r .


10 – 4 (t r adução do ve r so )


O liy e nmey e nme co nsult o u I fá par a A ja.
F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car
do is car acó is e fo lhas de I fá (t r it ur ar fo lhas de t et e r eg un


                                                                                            31
na ág ua, e nt ão que br ar a po nt a da co ncha do car aco l e de ix ar o lí quido fluir de ntr o do
pr e par ado ).
Ele de v er ia se banhar co m o re mé dio par a se acalmar .
A ja se re cu so u a sa cr ificar .
Ele dis se que sua saliv a e r a sufi cie nt e par a saciar sua se de .
I fá dis se : O clie nt e par a que m e st e I fá é lançado não e st á go zando de bo a saúde .




                                                                                                  32
Or ác ulo 11



Ikameji

            Est e Odù sig nif ica muit as pr eo cu paçõ e s e por t anto pe de po r mo der ação . Co m o
            co rr e to sa cr ifí cio é po ssí v e l ex e r cer co nt ro le . F ilho s de sse O dù e st ão se m pre
            ce r cado s por pe sso as que são pr e dispo st as a impor do r ao s o ut ro s o u que t e m
            pr azer no so fr ime nto do s out ro s. Ele s t ê m que e st ar co n st ant e me nt e pr ev e nido s
            de v ido a e le s não po de r e m co nt ar co m fa mí lia o u amigo s par a aj udar .


            O bse r v ação o cide nt al: Es se é um bo m mo me nto par a co nce pção .


O dù Ik ame ji o cupa o dé ci mo pr ime iro lug ar na o rde m fix a de Ò r únmì là. U ma pe sso a
ir á se m pre co lhe r o que planto u. O s filho s de I k ame ji ne ce s sit am pr o piciar s uas
ca be ças (or i) fr e qüe nt e me nt e de fo r ma a faze r as e sco lhas cor r et as.
Se I k ame ji é lançado par a um clie nt e , I fá diz que e st e e nfr e nt a difi culdade s. O clie nt e
t e m inimigo s ci ume nt o s que e st ão t e nt ando blo que ar sua s opo rt unidade s. Ele o u e la
e st á so fr e ndo co m a falt a de filho s co nfiáv e is e co m ne ce ssidade s finan ce ir as. M as se o
clie nt e     re alizar   os   sacr ifí c io s   apr o pr iado s   par a   I fá   e   Òg ún,   e le   ou   e la   t er á
o por t unidade s ilimit adas par a se t or nar pr o dut iv o (a) e be m su ce dido (a).


11 – 1 (t r adução do ve r so )


O dan-g e je awo A t a-nde co ns ulto u I fá par a Ey in (fr ut o da palme ir a).
Ele fo i o r ie nt ado a faze r sacr ifí cio por ca usa de abo rr e ci me nto s:
um galo e qualque r co isa
que o Babala wo e sco lhe s se t er co mo sacr ifí cio .
Ey in dis se que , co m a mag ní fi ca co ro a e m s ua cabe ça,
e le jamai s admit ir ia ir à qualque r Babalawo par a faze r sacr ifí cio .
Ele se re cu so u abr upt ame nt e a faze r sacr ifí cio .
I fá diz: Q ualque r um par a que m e st e
I fá fo r div inado e st ar á co m pro ble ma s.




                                                                                                                     33
11 – 2 (t r adução do ve r so )


Et use se fi’ nu- ig bo se ’ le , Oniwak awak afi’ n u-isa se ‘ budo
quando aque le s que co ns ult ar am I fá par a Bar a Ag bo nnir e g un,
que e st av a indo a I fe par a co me çar u m part o .
F o i dit o a e le par a sa cr ificar do is g rão s de milho e dua s g alinhas.
Ele r e alizo u o sa cr ifí cio .
Ele plant o u o milho , o qual
e le co lhe u quando fico u maduro par a pro piciar s ua cabe ça (o r i).
Ele s disse r am: A que le que cor to u duas fo lha s (palha s) de milho par a
de ifi car sua ca be ça dev er ia ser cha mado Ik ame ji .
Q ualque r um par a que m e st e Odù é div inado t er á muit o s filho s.
o u se to rnar á be m s uce dido no mundo .


11 – 3 (t r adução do ve r so )


O jo jo se - idibe re co n sult o u I fá par a Òr únmì là
quando s ua e spo sa e st av a pr e ste s a co me t er adult é r io .
F o i pe dido a e le par a sacr ifi car
dua s cabe ças de co br a e uma cor da de e scalar
par a ev it ar que as pe sso as se duzi sse m sua e spo sa.
Ele se g ui u o co nse lho e re alizo u o sacr ifí cio .
O ye e O wor e e r am r iv ais de Òr únmì là.
Ele s er am in capaze s de se duzir a e spo sa de Ò r únmì là por que
Ò r únmì là t inha re alizado o sacr ifí cio .
A e spo sa de Ò r únmì là se c hama O pe .


11 – 4 (t r adução do ve r so )


O mipe nse n -ako dun -k or o co nsult o u I fá par a Òg ún
quando e le ia at acar a cidade de se u inimig o .
F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car
um pe que no barr il de v inho de palme ir a, um inha me assado , e aze it e -de - de ndê .


                                                                                              34
Ò g ún se r e cuso u a fazer o sacr ifí cio .
O s Babala wo s dis se r am: I fá diz que e le se r á
e nv e ne nado lá ante s de vo lt ar par a casa po r que
e le se re cu so u a r ealizar o sacr ifí cio pr e scr ito .
Ele fo i lá, lut o u, e v e nce u a bat alha.
Em se u cam inho de vo lt a par a ca sa,
um de se us ho me ns lhe o fe r e ce u um pe daço de
inhame assado , que e le co me u.
O inhame g r udo u e m
s ua g ar g ant a e e le fi co u incapa cit ado de e ng o li-lo .
Po r fim, e le não co nse g uia falar .
Se vo cê falar co m e le ,
e le usar á s ua cabe ça e sua s mão s par a
art ic ular suas re spo st as at é ho je .




                                                                    35
Or ác ulo 12



Oturuponmeji (Ologbonmeji)

         A    car act e r í st ica   mais    impor t ant e   das   pe sso as   na scida s   ne st e    O dù   é    a
         pe r sist ê ncia. Ele s são v igo ro so s e re so lut o s e ir ão mo str ar det e r minação ape sar
         de t rat ame nto r ude .


         O bse r v ação o cide nt al: Q ue st õ e s r e lacio nadas ao s fil ho s e st ão na me sa .


O t ur upo nme ji, també m chamado de O lo g bo nme ji, é o dé cimo seg un do O dù pr inci pal
na or de m inalt er áv e l de Òr únmì là. Est e O dù simbo liza a cr iação de filho s. Par a t er
filho s saudáv e is e be m co mpo rt ado s, O t ur upo nme ji diz que é ne ce ssár io o fer e ce r
sa cr ifí cio s ao s e g ung un (ant e pas sado s) e a Or isa- nla. O s filho s de Ot ur upo nme ji
t e nde m a se to rnar e m co mplace nt e s. Par a to mar de cisõ e s sábias, e le s de v e m o uv ir e
r e spe it ar as opiniõ e s de se us pais e o s po nto s de vist a do s mai s v e lho s e m ge r al.
O s filho s de O t ur upo nme ji tê m for ça par a s upor t ar as ne ce s sidade s o u a dor .
C o nse que nt e me nt e , e le s se to r nam de masiado impr ude nt e s, te imo so s, e fa cilme nt e
co nf uso s. Se for par a e le s per mane cer e m co nce nt r ado s e não pe r der e m suas po si çõ e s
na v ida, de v er ão se r fe it o s e sfo r ço s per sist e nt e s par a pro piciar sua s cabe ça s (or i) e
sa cr ifí cio s a I fá r eg ular me nt e .


12 – 1 (t r adução do ve r so )


O kar ag ba co nsult o u I fá par a Eji- Og e
quando e le s e st av am pr e st e s a de s ce r par a I fe .
F o i pr e dito que ambo s
ir iam se so br e s sair e m I fe .
F o i pe dido a e le s par a sa cr ificar de ze sse i s car acó is, de ze sse is tart ar ug as,
de ze s se is pe dr a de r aio s (do is de cada é sufi cie nt e ),
e fo lhas de I fá (fo lhas de ok unpale e abo - ig bo o u ag bo sawa e
o utr o s co ndime nt o s, par a se r e m mo í do s e co zinhado s co mo so pa e
dado s ao clie nt e par a co mer ; qualq ue r um que de se jas se usar


                                                                                                                  36
o re mé dio par a pr o spe r idade t ambé m po de r ia co mê -lo ).
A pó s co me r o r e mé dio ,
o clie nt e de ve r á de po sit ar o s
e dun -aar a (pe dr a de raio s) so br e se u I fá .




12 – 2 (t r adução do ve r so )


Elul use ’ dibe r e co ns ulto u I fá par a O lo fi n,
Q ue ia se casar co m Pupay e mi,
uma jov e m garo t a do le st e .
F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car duas cabr as.
Ele r e alizo u o sa cr ifí cio .
F o i dit o a e le que e le te r ia ape nas do is filho s
do casa me nto mas que o s do is de v er iam ser be m tr at ado s
por que e le s se r iam g rande s na v ida.
Tam bé m fo i de clar ado que o s do is fil ho s que fo r am be m t r at ado s e m I fe
de v er iam ser cha mado s de O ge - me ji.




12 – 3 (t r adução do ve r so )


A g ba-ig bin- f’ idije lu co nsult o u I fá par a O do .
F o i dit o a e le que e st e se mpr e e nco ntr ar ia um as se nt o (lug ar )
o nde que r que e le fo sse mas que sua impr udê n cia o mat ar ia.
O sacr ifí cio : u m car aco l, uma se me nt e de pime nt a-da- co st a,
Do is mil e duze nt o s búzio s, e fo lhas de I fá
(mo e r fo lhas de g be g i co m a pime nt a- da-co st a,
fe r ve r o car aco l, e co zinhá -lo s j unto s;
e st e r e mé dio de v e se r dado ao clie nt e par a co mer o u par a
qualq uer o utr o que que ir a usá -lo ).
O do seg ui u o co nse lho e fe z o sacr ifí cio .
O re mé dio de I fá fo i co zinhado par a e le tal co mo de s cr it o acima,
de fo r ma que e le pude s se e st ar se g ur ame nt e as se nt ado .


                                                                                          37
C o mo o g be g i é pr o fundame nt e e nr aizado , O do se mpr e
e st ar á fir me me nt e asse nt ado e m qualque r lug ar .


12 – 4 (t r adução do ve r so )


K asak aja K at e t e sa co ns ulto u I fá par a O ge .
F o i pe dido à e le faze r sacr ifí c io de mo do a
se r cui dado so .
Banha de òr í e aze it e -de - de ndê
de v er iam ser o fe r e cido s co mo sacr ifí c io .
Ele se re cu so u a faze r sacr ifí cio .
Se e le tiv e sse fe it o o sacr ifí cio , o re mé dio de I fá
(mi st ur a de banha de ò rí e aze it e -de -de ndê )
t er ia sido pr e par ado par a e le e sfr eg ar e m
se u cor po por que : “A o me io dia o aze it e -de - de ndê e st á aler t a.
Est a é a r azão de s ua v ida lo ng a.
A o me io dia a banha de ò rí e st á v ig ilant e .
Est a é a r azão da s ua habili dade de v iv e r at é a v e lhice .”
O ge é o no me de Odo (pilão ).




                                                                                38
O rác ulo 13


Oturameji

        Est e O dù s ug er e paz me nt al e libe r dade de to das as inquie t açõ e s (ansie dade s ).
        F ilho s de st e O dù são me ig o s e mo der ado s e m car át er .


        O bse r v ação o cide nt al: Est e é o mo me nto par a nov o s su ce s so s e m ne gó cio s e
        r e lacio name nt o s.


O t ur ame ji é o dé ci mo te r ce iro O dù na o rde m fix a de Òr únmì là.
A s pe s so as nas cidas so b Ot ur ame ji se r ão be m su ce didas no s ne gó cio s, par t icular me nt e
na ar te de co mpr ar e ve nde r . É impor t ant e sat isfaze r Ès ù fr e qüe nt e me nt e po r cau sa
daque le s que t rair ão sua co nfia nça o u plane jar ão e ng anar s ua famí lia. O s filho s de
O t ur ame ji pr e ci sam apr e nde r a re se rv ar um t e mpo par a de s cansar e não dis sipar suas
e ne rg ias at é o ex t re mo de so fr e r um co lapso fí si co o u ner vo so .
Se Odù O t ur ame ji é lançado par a um clie nt e , I fá diz que o clie nt e te m inimig o s que o
t or nar am uma pe s so a impr ude nt e . Da me s ma mane ir a que e le é po bre , e le não t e m
e spo sa ne m r e lacio name nto s familiar e s. Ele de v er ia t ão rápido quant o po s sív e l
o fe r e cer sa cr ifí cio . O t ur ame ji diz que e le de v er ia faze r sacr ifí cio à Ò g ún, Ye mo nja, e
I fá. Ele de v er ia e nt ão ser capaz de ve nce r se us ini migo s, ganhar alg um dinhe ir o , e
final me nt e te r uma e spo sa e filho s.


13 – 1 (t r adução do ve r so )


A r ug bo - nla niise or i fe g unfe g un co n sult o u I fá par a Ot u
quando e le ia par a I fe faze r t rabalho de div inação .
F o i dit o a e le par a sa cr ificar
dua s be ng alas [de camin hada] e dua s o ve lhas.
F o i dit o a e le que e le não re to r nar ia lo go .
O t u re alizo u o sacr ifí cio
e pe r mane ce u po r um lo ngo t e mpo .




                                                                                                          39
13 – 2 (t r adução do ve r so )


(...)
co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là
quando e le ia de s co br ir e e st abe le ce r uma cidade .
F o i dit o a e le par a sa cr ificar
um gr upo de for mig as -so ldado (o wo ijamja ), sa bão neg ro ,
quar e nt a búzio s já pre par ado s e m um cor dão no e scur o ,
um pe daço de pano br anco , e uma árv or e o dan.
Ò r únmì là ate nde u ao co nse lho e fe z o sacr ifí cio .
O s Babala wo s aco nse lhar am Òr únmì là a plant ar a ár vo r e Odan
nu m mat ag al e amar r ar as búzio s ne la.
Ele de v er ia lav ar se u co r po co m o sabão ne g ro pr e par ado co m fo lhas de Odan e
car r e ir as de for mig as.
Ele de v er ia u sar o pano br anco par a se co br ir .
Se e st e I fá e ncar na alg ué m, dev e se r dito à e st e alg ué m par a faze r da me sma for ma.
O s Babala wo s dir iam a e le co m se g ur ança que o lug ar
o nde e le planto u a ár vo r e odan tal co mo de scr it o acima
e v e nt ual me nt e se to r nar ia um me r cado .




13 – 3 (t r adução do ve r so )


O k it i- og an-af’ idij’ ag o co nsult o u I fá par a Ot u.
F o i dit o a e le par a o fe r e cer
dua s t ar t ar ug as de mo do a se t or nar rico .
O t u o uv iu e fe z o sa cr ifí cio .
O s Babala wo s adv er t ir am Ot u par a não mat ar as t ar t ar ug as
mas par a ve ndê -las. Por me io de um sor t e io , e le de v er ia
de cidir o nde ir par a v e ndê -las.
Q uando e le che g o u na cidade , fo i o fer e cido à e le o it e nt a bo lsas
de dinhe ir o pe las t ar t ar ug as.
Ès ù aco nse l ho u Ot u à não ace it ar o pr e ço .
Ès ù e st á se mpr e a fav or de qualque r pe s so a que r ealize sacr ifí cio s.
Q uando o pr e ço fo i e le v ado par a vár ias ce nt e nas de bo lsas


                                                                                                      40
de dinhe ir o , Èsù o aco nse l ho u a ace it ar a ofe rt a.
Eis co mo Ot u se to rno u r ico .
O s Babala wo s dis se r am: O dia que Ot u co mpr o u duas t ar t ar ug as
de v er ia se r chama do Ot ur ame ji.


13 – 4 (t r adução do ve r so )


(...)
co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là.
F o i dit o a e le par a r e alizar sa cr ifí cio de mo do
que e le pude sse go ve r nar s ua cidade ade quadame nt e .
Ò r únmì là disse : “Q ual é o sa cr ifí cio ?”
O s Babala wo s dis se r am: Se is e st e ir as, se is pe na s de papag aio , se i s ca br as,
e mil e duze nto s búzio s.
F o i dit o a e le que pe sso as de to da part e do mundo v ir iam
par a ho nr á- lo so br e a e st e ir a.
Ò r únmì là re alizo u o sacr ifí c io tão rápido quant o po s sí ve l,
e pe s so as de t oda part e do mundo v ier am par a ho nr á-lo so bre a
e st e ir a tal co mo pr e dit o .
De sde aque le dia, o s Babala wo s t e m se se nt ado so br e a e st e ir a par a
r e alizar div inação de I fá .




                                                                                                 41
Or ác ulo 14



Iretemeji


        Est e Odù diz que pag a par a se inclinar par a co nquist ar . Hu mildade é uma
        v ir t ude muit o impo rt ant e . Est e O dù av isa co ntr a int r ig as e inimig o s que e st ão
        t e nt ando de spa char pro nt ame nt e no s sas chance s de su ce s so na vida.


        O bse r v ação o cide nt al: Est a pe sso a mar cha pe lo se u pró pr io t ambor e t e m
        pro ble ma e m su bme t er - se .


Na o r de m fix a de Òr únmì là, O dù I re t e me ji o cupa a dé cima -quar t a po si ção . Est e O dù
pe de por t ot al de dica ção a I fá. To do s o s filho s de Ir et e me j i de v e m se r dev ot o s de
Ò r únmì là. A s cr iança s do se xo masc ulino dev e m se r inicia das par a se to r nar e m
Babala wo s. Se as cr iança s cr er e m e m I fá , Òr únmì là co nce de r á a e las bo a sor t e par a
dinhe ir o , e spo sas, filho s, v ida lo ng a, e fe li cidade .
De t e mpo s e m t e mpo s e le s de v er ão pro pi ciar sua s cabe ça s (or i) de mo do a e v it ar
e st r e sse e mo cio nal o u humilha ção po r fo r ças malé fica s. Se Ir et e me j i for lançado par a
um clie nt e que e st iv e r do e nte , I fá diz que par a uma r ápida r e cupe r ação o clie nt e
de v er á r e alizar o s sa cr ifí cio s co rr e to s a O baluwaiy e (Sa npo nna) e ao s fe it ice ir o s (a je ).
O s filho s de I re t e me ji de v er iam apr e nder a r e lax ar , por que é fácil par a e le s ficar am
fat ig ado s, abor r e cido s, e impa cie nt e s quando e st ão so b pr e ssão .




14 – 1 (t r adução do ve r so )




O kan awo Oluig bo co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là
quando e le e st av a indo par a I fe .
F o i dit o a e le que qualque r pe s so a que e le inicia sse não mor r er ia jo v e m.
F o lhas de t et e e duas po mbas dev e m se r sacr ifi cadas.
Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr ifí cio .
O te t e fo i amassa do na ág ua par a se r usado par a lav ar sua



                                                                                                                 42
ca be ça.




14 – 2 (t r adução do ve r so )


A da-ile - o -muk ank an co nsult o u I fá par a Ir e n
quando e le ia ini ciar do is filho s de Olo fin.
F o i dit o a e le par a faze r sacr ifí cio .
Ele se g ui u o co nse lho e fe z sacr ifí cio .
F o i asse g ur ado a e le que qualque r pe sso a que e le ini ciasse não mo rr e r ia
jo v e m.
O dia que I re n inicio u dua s pe sso as que não mor r er am de v e se r
cha mado Ir e -t e -me ji.




14 – 3 (t r adução do ve r so )


O dan-ab’ o r ipeg unpe g un co nsult o u I fá par a Ak o n (o car ang ue jo ).
F o i dit o a e le que e le nun ca ir ia se aco st umar co m as pe sso as
no me r cado mas se e le quise s se co rr ig ir e st a falha e m si me smo , e le
de v er ia sa cr ificar um po t e de aze it e (at a- e po ) e um x ale .
A ko n se re cu so u a faze r o sacr ifí cio num dia de me r cado .
A ko n e quili bro u se u po te de aze it e -de - de ndê na sua cabe ça.
Q uando e le te nt o u se e mbr ul har co m se u x ale ,
o pot e caiu de sua cabe ça e
o aze it e man cho u s uas r o upas.
O aze it e - de -de ndê que man cho u o cor po
de A ko n naque le dia per mane ce u na s sua s co st as at é ho je .
Se qualque r um na sce r por e st e I fá,
e st e de v er ia se r adve r t ido a nun ca u sar um x ale
par a co br ir se u cor po .




                                                                                         43
14 – 4 (t r adução do ve r so )


A dilu- abidis umu sum u co ns ulto u I fá par a O luwe r i,
que e st av a indo co mpr ar A ko n (o car ang ue jo ) co mo um e scr avo .
F o i dit o a e le que se e le co mpr asse o e s cr av o e le jamais
pr e cisar ia das pe sso as.
U ma ba cia nov a, uma cabr a, e e fun dev e r iam se r usado s
co mo sacr ifí cio .
O luwe r i o be de ce u e re alizo u o sacr ifí cio .
A ko n t ev e muit o s filho s.
O luwe r i co mpr o u inicial me nt e e scr av o s hu mano s.
Ele s o de st r at ar am e o abando nar am.
A pe nas o car ang ue jo (A ko n) per mane ce u co m e le .
C o lo que o e fu n na bac ia nov a e o fe re ça a cabr a à e la.




                                                                              44
45
Or ác ulo 15



Osemeji

         Est e O dù impli ca e m v itó r ia so br e inimigo s e co nt r o le so br e difi culdade s.


         O bse r v ação o cide nt al: Est e é o mo me nto de ince r t e za o u de mudan ça de
         co ndi çõ e s e m ne gó cio s e re lacio name nt o s. É um bo m mo me nt o par a amo r e
         dinhe ir o .


O se me ji é o dé ci mo -quint o Odù na or de m inalt e r áv e l de Ò rúnmì là. Se o s sacr ifí cio s
co rr e to s fo r e m e x e cut ado s, o s filho s de O se me ji viv er ão at é uma idade lo ng a, de sde
que e le s cuide m de sua saúde . Ele s t ambé m de v e m for t ale ce r sua cr e nça e m I fá e sua s
pró pr ias capacidade s de mo do a pr o spe r ar na v ida. Par a amor , um casame nt o fe liz, e
pro spe r idade finance ir a, sa cr ifí cio s ade quado s dev e m se r r e alizado s à O sun.
Se O se me ji é lançado par a um clie nt e , I fá        diz que o clie nt e te m muit o s inimigo s e ,
par a v e nce r o s inimig o s, dev e o fe r e ce r sacr ifí c io s a Sàng ó e Ò r únmì là. A cr e dit a-se que
Ò r únmì là te m e no r me s po de r e s par a ve nce r to do s o s inimig o s t anto na te rr a co mo no
cé u.
Em O se me ji , I fá no s e nsina que ape nas sacr ifí c io s po de m salv ar o s se r e s huma no s. A
v ida é de sagr adáv e l se m sacr ifí cio . F alt a de fé o u aut o -co nfia nça é se mpr e uma
t rag é dia.


15 – 1 (t r adução do ve r so )


Tit o ni-nk un’ le t i-nm uk’ awo t o co nsult o u I fá par a Ar ug bo (o s ido so s).
F o i pe dido a e le s par a sa cr ificar e m
uma galinha, uma gaio la che ia de alg o dão , e de ze s se is pe daço s de g iz (e fun )
de mo do que e le s pude sse m alcançar uma idade av ançada e ntr e o s o dùs.
Ele s se g uir am o co n se lho e sacr ificar am.
Ele s viv er am at é e nv e lhe ce re m co m cabe lo s gr isalho s.
Q ualque r um que e nv e lhe ça co m cabe lo s gr isalho s
e ntr e o s o dùs dev e se r chamado Ag bame ji (o s do is anc iõ e s).




                                                                                                            46
15 – 2 (t r adução do ve r so )


O se k e se k e (aleg r ia) co ns ult o u I fá par a A je (r ique za ).
F o i dit o a e la que o mundo int e ir o e st ar ia se mpr e e m sua bus ca.
Ela pe r g unto u, “Q ual é o sacr ifí c io ?”
F o i dit o a e la par a sa cr ificar t oda co isa co me st ív e l.
A je se g ui u o co nse lho e sacr ifi co u.
O mundo int e iro e st á fe liz po r e st ar e m bu sca de A je .


15 – 3 (t r adução do ve r so )


A k uko fi Og be o ri r e se ina co n sult o u I fá par a A je (r ique za ).
F o i dit o a e la par a sa cr ificar
qualq uer anima l mor t o se m [u so de ] uma faca (e k ir i apadafa)
de mo do a co nduzir uma vida t ranquila.
A je se re cu so u a sa cr ificar .
Po r causa de sua re cu sa, at é o dia de ho je
A je nu nca se fix a e m um lug ar .




15 – 4 (t r adução do ve r so )


O luwe we g be ’ nu-ig bo -t e fa co ns ulto u I fá par a Eji -o se quando
e le e st av a indo par a a t er r a de I fe .
F o i pe dido a e le que sacr ifica sse
160 r olo s de lã de alg o dão e de ze s se is be ng alas [de ca minhada].
Ele sa cr ifico u ape nas do is de cada it e m.
Enqua nto e le pro s se g uia, e m se u caminho , as duas be ng alas que e le sa cr ifico u
se que br ar am, ma s e le não mor r e u.
O Babalawo dis se : De to do s o s odù s, qualque r um que que br o u dua s
be ng alas e não mo rr e u dev er ia ser cha mado de O se me ji.
Po rt ant o , qualque r um na scido por e st e I fá car e ce de fé .
I sso é , e le v ai se mpr e que st io nar o s Babala wo s.
Est a pe s so a acha difí cil acr e dit ar na v er dade .


                                                                                              47
Or ác ulo 16



Ofunmeji (Orangunmeji)

         Est e Odù sig nif ica bo a fo rt una. Ele pe de po r paciê n cia e t ransig ê n cia — uma
         v ida de dar e r e ce be r . Co m ce rt o s sacr ifí cio s, su ce s so é gar ant ido .


         O bse r v ação o cide nt al: A s co isas e st ão flui ndo .


O funme ji, també m co nhe cido po r O rang unme ji, é o dé cimo - se xt o O dù na or de m
r e co nhe cida de Òr únmì là. Par a mulhe r e s jov e ns, O funme ji impli ca na po ss ibilida de de
e ngr av idar e dar a luz.
O s filho s de O funme ji são g e ner o so s. Ele s po de m não ser r ico s [de dinhe iro ] mas e le s
são se mpr e r ico s e m sabe dor ia. Ele s não po de m viv er o nde o ar é abafado por que e le s
po de m su fo car facilme nt e . A maio r ia de le s t e m dific uldade e m re spir ar .
Par a bo a pro spe r idade fina nce ir a, o s filho s de O funme ji te r ão que re alizar sacr ifí cio s
par a a A je o u par a O lok un.
É impo rt ant e par a e le s de mo nst r ar g e nt ile za t anto par a e str anho s quanto par a
me m bro s de sua famí lia, e e spe cialme nt e par a o s ne ce s sit ado s e o s po br e s. Se O funme ji
fo r lançado par a um clie nt e , o clie nt e po de e st ar as se g ur ado de que t udo dar á ce r to na
v iag e m se e le o u e la re alizar o s sacr ifí cio s pr e s cr it o s po r I fá .


16 – 1 (t r adução do ve r so )


O g bar ag ada co nsult o u I fá par a O dù
quando e le ia cr iar to do s o s dife r e nt e s t ipo s no mundo .
F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car
quat ro pilar e s e uma gr ande caba ça co nt e ndo uma t ampa e uma cor r e nt e .
Ele se g ui u o co nse lho e sacr ifi co u.
F o i gar ant ido a e le que ning ué m que st io nar ia s ua aut or idade .
A ssi m e le de v er ia ar mar o s quat ro pilar e s no so lo
unido s, co lo car a cabaça so bre e le s, e usar a cor r e nt e par a




                                                                                                       48
at ar o s pilar e s às sua s mão s.
Ele o be de ce u e re alizo u o sacr ifí cio t al co mo inst r uí do .
O dia e m que O dù cr io u t o do s o s tipo s no mundo
t e m sido cha mado de sde e nt ão O dudua
(O dù cr io u tudo o que ex ist e , O o dua, O lo dumar e ).
Ele cr io u t udo o que ex ist ia na cabaça.
Nó s ( se re s humano s ) e st amo s t o do s viv e ndo de nt ro da ca baça.


16 – 2 (t r adução do ve r so )


A r ug bo - ile -fi- ir e - sa-k e je k e je co ns ulto u I fá par a O lo fi n
quando e le ia faze r nas ce r o s de ze sse is Ir únmale
(o dù s pr incipais ).
F o i pr e dito que o s filho s se r iam po br e s.
Se e le quise s se que e le s co nse g uis se m dinhe ir o , e le te r ia que
sa cr ificar de ze sse i s caba ças de far inha de milho , de ze sse i s ca baças
de e k ur u, de ze sse i s o le le (fe it o de fe ijõ e s v er me lho s), e de ze sse is ov e lhas.
O lo fin se r e cu so u à re alizar o sacr ifí cio .
Ele dis se que e st av a sat isfe it o ape nas po r fazer na sce r as cr iança s.
Ele sa cr ifico u ape nas par a si me s mo e ig nor o u as cr ianças.
Po rt ant o , o s Babalawo nun ca de v e m ficar ans io so s por
j unt ar dinhe ir o ao inv é s de adquir ir sabe do r ia e po der ao lo ng o de
s uas v idas.


16 – 3 (...)
co ns ulto u I fá par a Ejio g be e o s r e st ant e s de ze sse is o dùs
pr incipai s.
F o i pe dido a e le s par a pag ar e m o dé bit o de sacr ifí cio de v ido po r sua
mãe .
Ele s se r e cusar am a r e alizar o sacr ifí cio .
Eis o po r que o s Babalawo nun ca fo r am r ico s,
e mbo r a e le s se ja m r ico s e m sa be dor ia.


16 - 4




                                                                                                      49
A g bag ba-ilu f’ idiko di co nsult o u par a Or ang unme ji, à que m fo i pe dido sacr ifi car uma
o ve lha, de ze s se is po mba s, e t rê s mil duze nt o s búzio s. Ele se g uiu o co nse l ho e
sa cr ifico u. O Babala wo div idiu o s mat e r iais de sa cr ifí cio e m duas par t e s, r e se rv ando
me t ade par a si pró pr io e dando a o utr a me t ade par a Or ang unme ji par a u sar par a
pro pi ciar sua ca be ça (o r i) quando e le r et or na sse par a casa.
A o che g ar e m ca sa, fo i dit o a Or ang un me ji que sua mãe go st ar ia de v ê -lo e a se us
ir mão s mais ve lho s na faze nda. A ssi m, e le e st av a in capacit ado de re alizar o sacr ifí cio
de pr o piciar se u or i e m casa. C arr e g ando o s mate r iais co m e le , e le se j unt o u à se us
ir mão s mais ve lho s de fo r ma que t o do s pude sse m v isit ar sua mãe co mo dito . Q uando
e le s che g ar am na fr o nt e ir a, o f uncio nár io da alfânde g a pe diu a e le s par a pag ar e m uma
t ax a de alfâ nde g a. Ejiog be , o lí de r do s odù s, não tinha o s duze nto s búzio s ex ig ido s, e
ne nh um o utr o do s quato r ze o dùs t inha dinhe ir o par a pag ar . Ape nas Or ang unme ji, o
dé ci mo -se xt o Odù, t inha o dinhe iro , que e le pago u por to do s e le s ant e s que e le s
pude sse m atr av e ssar [a fr o nte ir a] par a ir à faze nda. A ssim, quando e le s c he g ar am à
faze nda, o s quato r ze odù s r e st ant e s de cidir am t or nar a ambo s Ejio g be e Or ang unme ji
o s che fe s da famí lia. De sde aque le dia, nó s se m pre chama mo s Or ang un me ji de
“O funme ji”. De sde aque le dia, fala mo s, “Ne nhum I fá                é maio r do que Ejio g be , e
ne nh um I fá é maio r do que O funme ji .”
Po r e st a razão , ao lan çar a sor t e (ibo ) na div inação de I fá , se Ejiog be o u O funme ji
fo r e m lançado s, nó s se mpr e de cidimo s a sor t e e m favo r de le s.




                                                                                                       50
Or ác ulo 17



Ogbe‘Yeku

        Ne s se Odù so mo s aco nse lhado s a usar a int e lig ê ncia ao co nt r ár io da for ça o u
        co nfr o nt ação   par a   su per ar     o bst ác ulo s   ou   inimig o s.   Não   impo rt a   quanto
        impo rt ant e alg ué m se ja, e st a pe sso a ne ce s sit a o bt er e se g uir o co n se lho s de um
        Babala wo . Cr e nça inabaláv e l e m I fá ir á se mpr e re co mpe nsar o "clie nt e ".


        O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e st á g er alme nt e de dicando m uit a e ner g ia a
        que st õ e s t e mpor ais e pr e ci sa se "abr ir " e spir it ualme nt e e e mo cio nalme nt e .


No O dù O g be’ Y ek u, O g be e st á na dir e it a, r e pr e se nt ando o pr incí pio masc ulino , e
O ye k u e st á na e sque r da, re pre se nt ando o pr incí pio fe min ino . Q uando Og be vai visit ar
co m O ye k u, as t r ansfo r maçõ e s re sult ant e s de st e mo v ime nto são si mbo lizadas por O dù
O g be’ Y ek u. (C o mo ant e r io r me nt e discut ido , e x ist e m 256 o dùs no si st e ma I fá         de
div inação : de ze sse is o dùs pr incipai s e 240 ramifi caçõ e s o u co mbinaçõ e s de Odù. O dù
O g be’ Y ek u é o pr ime iro das co mbina çõ e s de o dùs e e le o cupa o dé cimo - sé t imo lug ar na
o rde m fix a de Òr únmì là.)


17 – 1 (t r adução do ve r so )


Ek umini, Ek umini co n sult o u I fá par a Oluk ot un A jamlo lo ,
o pai de O it o lu. F o i pr e v isto que e le
se r ia g rande me nt e fav or e cido por I fá e st e ano .
Po u co de po is, Olo fin pr o cur o u por O luko t un
par a que v ie sse e co ns ult asse I fá par a e le . O luko t un pe diu
que disse s se m a O lo fin que e le e st av a incapa cit ado de v ir
ime diat ame nt e por que e le e st av a cult uando se u I fá naque le
mo me nt o . Olo fin c hamo u por O luk ot un pe la
se g unda ve z.
O luko t un re spo nde u re pe t indo o que e le hav ia dito




                                                                                                           51
ant e s. Ele ainda e st av a cu lt uando se u I fá .
O lo fin r e spo nde u e dis se , “Q ual I fá O luko t un
A jamlo lo e st á cult uando ? O I fá fav or e ce u a e le ?”
M ais t ar de , O luk ot un A jamlo lo c he go u par a r ealizar
div inação de I fá par a Olo fin. I fá disse que não hav ia nada de
e rr ado co m O lo fin; e le ape nas e st av a se nt indo dific uldade par a dor mir à no it e .
Po rt ant o , co mo par t e do sa cr ifí cio , e le dev e r ia
co nce de r à O luko t un: sua filha mais ve lha ado r nada co m
co nt as e m se us pulso s e to rno ze lo s, uma cabr a gr ande ,
e quat ro mil e quat r o ce nto s búzio s.
O lo fin r e alizo u o sa cr ifí cio .
A ssi m que O luk ot un e st av a indo par a casa co m o s mate r iais do sa cr ifí cio ,
as pe sso as co me çar am a ridi cular izá-lo e a O lo fin, per g unt ando ,
“C o mo po de O lo fin co nce de r sua filha à e st e
po br e Oluk ot un ?”. Ele s ar r ancar am a be la garo t a de
O luko t un e a de r am par a um o ba (r e i).
Ela se to r no u a e spo sa do re i.
O o ba també m não po dia do r mir be m e fo i fo r çado
a pro c ur ar por O luk ot un A jamlo lo par a v ir e co nsult ar
I fá par a e le . Oluk o t un v e io e dis se ao oba que
e le e st av a incapacit ado de dor mir pro fu ndame nt e à no it e . Po rt ant o ,
se e le quise s se afast ar a mor t e súbit a, e le t er ia que co nce de r
ao Babalawo que co nsult o u I fá par a e le : sua
jo v e m rainha, duas cabr as g rande s, e quatr o mil e quat ro ce nt o s b úzio s.
O o ba re alizo u o sacr ifí cio . O luk ot un A jamlo lo
car r eg o u o s mat er iais do sacr ifí cio par a casa e canto u a
se g uint e can ção : Ek umini, Ek umin i, e is co mo I fá
po de se r favo r áv e l, e ass im por diant e .
C o m e st e O dù nó s apr e nde mo s co mo Oluk o t un A jamlo lo fo i be lame nt e re co mpe n sado e
fav or e cido de v ido à sua inabaláv e l cr e nça e m I fá .


17 – 2 (t r adução do ve r so )


(...)




                                                                                                    52
(...) co nsult o u I fá   par a A lag e mo (ca male ão ) quando e le ia ce le br ar as fe st iv idade s
anuai s co m Olok un.
F o i pe dido a e le par a sacr ifi car vint e mil búz io s,
duze nt o s po mbo s, e uma v ar ie dade de t e cido s. Ele se g ui u o
co nse l ho . O s div inado r e s pr e par ar am re mé dio de I fá par a e le .
A lag e mo e nt ão e nv io u uma me nsag e m par a O lo k un dize ndo que
e le ia part ic ipar das fe st iv idade s.
Ele g o st ar ia de co mpe t ir co m Olo k un ao usar
r o upas idê nt icas. O lo k un r e spo nde u, “Tudo be m! Co mo v o cê
se at r ev e , A lag e mo ?” Ele disse que ag uar dar ia a che g ada
de A lag e mo . A lag e mo che go u no dia pr o po st o . O lo k un
ini cio u a co mpe t ição . Q ualque r ro upa que O lok un
u sasse , A lag e mo usar ia a me s ma e as ig ualar ia.
A pó s um cur to t e mpo , Olok un fico u zang ado e de cidiu
que e le t e nt ar ia blo que ar o caminho de fo r ma que A lag e mo
achar ia impo s sí ve l re to r nar par a casa. Ele fo i
bu scar o aux í lio do s fe it ice ir o s e br ux as par a co lo car
o bst ácu lo s no caminho de A lag e mo . Alag e mo po r sua ve z fo i
co ns ult ar o s Babala wo s so br e o que e le dev e r ia fazer par a e v it ar
qualq uer impe di me nto e m se u cam inho par a casa. Ele fo i o r ie nt ado a
sa cr ificar e ni- ag bafi (uma e st e ir a de r áfia), ig ba- e wo (uma cabaça [co m]
inhame s as sado s amas sado s), e alg uma s o utr as co isas.
Ele se g ui u o co nse lho . O re mé dio de I fá fo i pr e par ado par a
e le . F oi e ns inado a e le a se g uint e canção :
O so ibe e jo wo mi. A je ibe e jo wo mi. Bi I g un ba j’ e bo
a jo o eg ba. (Po ssa m as fe it ice ir as aqui me de ix ar e m paz
Po s sam as br ux as aqui me de ix ar e m e m paz
Se um abut r e co me o sacr ifí cio , e le de ix a a caba ça aqui).
F o i ainda pe dido a e le que e st icas se a e st e ir a
no r io e se se nt as se so br e e la. A lag e mo fe z co mo fo i dit o
por se us Babalawo e e le fo i capaz de vo lt ar par a ca sa.
A lag e mo re alizo u o s sa cr ifí cio s pre s cr it o s por se us Babala wo e fo i por t anto capaz de
s upe r ar o s o bst áculo s que O lo k un ame aço u co lo car e m se u cam inho .




                                                                                                     53
O rác ulo 18


Oyekulogbe

        Est e Odù s ug er e que o clie nt e ir á e nco ntr ar um co nf lito . Ao inv é s de e nv o lv e r -
        se , o clie nt e de v e se r um me diado r . E assim faze ndo , e le o u e la ir á t er v ant ag e m.
        Est e O dù t ambé m no s pr e v ine par a ser mo s cuidado so s co m amigo s que po ssam
        ca usar    de st r uição   da   ca sa/ famí lia.    Um     ca minho     de    t rabalho    ou     car r e ir a
        apar e ce m blo que ado s o u dificu lto so s.


Na filo so fia Yo r ùbá , não há ida se m vo lt a. Odù O ye k ulo g be , o dé ci mo -o it avo O dù na
o rde m fix a de Òr únmì là, r e pr e se nt a a v isit a de re t or no de Oy ek u, no lado dir e ito do
O dù, à Og be , ago r a na e sque r da. Po rt ant o e st e Odù co mplet a o cic lo de mo v ime nt o s de
O g be a Oy ek u e de Oy ek u de vo lt a a O g be .


18 – 1 (t r adução do ve r so )


A g ila A wo , Ag ila A wo , Opa g ilag ila A wo co nsult o u I fá par a alade
me r indilo g un (de ze s se is re is) e Òr únmì là.
I fá pr ev iu a che g ada de alg uns e st r anho s que ir iam
lut ar um co nt r a o o utr o . Fo i por t anto o rie nt ado a e le s par a ofe r e ce r sacr ifí cio s
de fo r ma a te r paz apó s a part ida do s e st r anho s.
O sacr ifí cio : de ze s se is car acó is, duas cabr as, e t r int a e do is
mil búzio s.
Ò r únmì là fo i o único que r e alizo u o sa cr ifí cio .
Q uando o s e str anho s che g ar am, e le s e ntr ar am na casa de A lar a
e co me çar am a bat e r um no o utr o . A lar a o s co lo co u par a for a. O s
e st r anho s t ambé m v ier am par a a ca sa de A je ro e par a as [ca sas ] do s quat or ze
r e is r e st ant e s. To do s e le s puse r am o s e st r anho s par a for a. M as quando o s
e st r anho s che g ar am à casa de Òr únmì là e co me çar am a bate r um
no o utr o , Òr únmì là t e nto u pac ificá -lo s. Din he iro e co nt as
e st av am caindo de st e s e str anho s e m lut a. Òr únmì là e st av a



                                                                                                                   54
o cupado r e co lhe ndo to do o dinhe ir o e co nt as e jó ias pr e cio sas.
A lut a e ntr e o s e st r anho s co nt inuo u por dias, at é que
a ca sa de Ò r únmì là e st av a r e plet a de dinhe ir o e to das as co isas bo as.
O ye k ulo g be ! Edu se t ranqu ilizo u. O s no me s do s de ze s se is
r e is pr incipai s são : O lo w u, O libini, Alar a, A jer o , O rang un,
Ewi, A laafin- Oy o, O wor e , Ele pe , O ba- A dada, Alaajo g un, Olu-
O y inbo , Olu- Sabe , Olo wo , O lu-Tapa, e Olok o o u O sinle .
O s r e is po ss ue m r ique zas e t o das as bo as co isas, mas não t e m paz.
Ò r únmì là, o único a r e alizar o sacr ifí cio , t ev e paz
co mple t a.
Est a é a r azão po r que to do s o s r e is dev e m mant er Babala wo co mo
co nse l he iro s, e spe cialme nt e quando e le s se co nfr o nt am co m pro ble ma s o u
pr eo c upaçõ e s.




18 – 2 (t r adução do ve r so )


A r un-po se - ir e k e co nsult o u I fá par a O mo - nle (lag ar t ix a)
quando e le ia mo r ar co m Or o (par e de de barr o ).
O mo -nle fo i o rie nt ado a sacr ificar
quat ro po mbas de mo do a as se g ur ar um lug ar co nfo rt áv e l par a mo r ar .
Ele fe z o sa cr ifí cio .
O ro fo i aco nse lhada a sacr ifi car
de mo do a não ace it ar amizade co m qualque r um
que a e scav asse .
U m g alo fo i pe dido par a e st e sacr ifí cio .
O ro se r e cuso u a sacr ifi car .
Po r que Or o se re cu so u a r ealizar o sacr ifí cio pr e s cr it o po r I fá, e la t ev e que fo r ne ce r
alo jame nt o par a O mo -nle . Em o ut r as palavr as, as lag ar t ix as ago r a viv e m e m par e de s
de bar ro .




                                                                                                          55
O rác ulo 19


Ogbewehin


         Est e O dù fala de co nfusão e mo cio nal. També m asse g ur a co nclu sõ e s be m
         s uce dida s. Ele no s fala par a co nfiar e m ex pe r iê ncias ant e r io r e s.


         O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e st á fr e qüe nt e me nt e co me çando o u te r minando
         um re lacio name nt o .


19 – 1 (t r adução do ve r so )


(...)
r e alizo u div ina ção de I fá par a O g be
quando e le ia v isit ar co m I wor i.
F o i pe dido a e le par a sacr ifi car
t rê s bo de s, t rê s g alo s, a r o upa que e le e st av a v e st indo ,
e um rato do mat o (o r ato de v e ser mant ido e m pé atr ás de Èsù ).
Po r que e le re t or nar ia co m r ique zas, e le de v er ia se asse g ur ar que
a r ique za não e scapar ia de le .
Ele fe z o sa cr ifí cio .


Q ualque r pe sso a par a que m e st e O dù é lançado dev e se mpr e o fer e ce r sacr ifí cio par a
g ar ant ir um final fe liz o u be m suce d ido .




19 – 2 (t r adução do ve r so )


O g be ho faa faa co ns ulto u I fá par a A luk unr in (o co rv o ).




                                                                                                        56
F o i dito a e le par a sacr ifi car as duas única s ro upas que e le po ss uí a ( uma pr e t a, u ma
br anca ), um bo de , e u m car ne ir o de mo do à não e nlo uque ce r , e se e le de se jas se se r
t rat ado pe lo s Babalawo .
O re mé dio de I fá (se e le fize sse o sa cr ifí cio ) :
De r r amar o sang ue do bo de de nt ro de um po t e g rande ante s de co lo car masin win
(o g bo e fo lhas de e su su) de ntr o do po t e . Adic io ne ág ua par a e le se lav ar .
A luk unr in se re cu so u a faze r o sa cr ifí cio .
A que le s nascido s por e st e O dù ge r alme nt e e nlo uque ce m.




                                                                                                  57
Or ác ulo 20



Iworibogbe

        Est e Odù fala pr ime ir ame nte de fil ho s e e nco r aja uma at mo sfe r a so cial po sit iv a
        par a mant er o be m e st ar da famí lia.


        O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e é muit o sé r io e pr e cisa de "r e cr e io " — Te r
        alg uma div e r são simple s e pue r il par a r e st aur ar o e quilí br io .


20 – 1 (t r adução do ve r so )


(...)
Ele dis se que alg o dev e r ia se r o fe r e cido à
cr iança de for ma que a cr iança não v ie sse a mo rr e r :
inhame amassa do , uma g alinha, e t rê s mil e duze nt o s búzio s.
I fá dis se que e le s dev e r iam co zinhar a co mida e a g alinha
pr e scr ito s, re unir t o das as cr iança s,
e pe r mit ir que o s co mpan he iro s de re cr e ação da cr iança do e nt e co mam
da co mida o fer e cida. I fá disse que a cr iança do e nt e ir ia
fi car be m se u ma fe st a fo s se fe it a par a se us co mpanhe iro de r e cr e ação .


20 – 2 (t r adução do ve r so )


(...)
co ns ulto u I fá par a Er uk uk u-ile (po mbo ) e Er uk uk u -o ko
(po mba ).
A mbo s e st av am so fr e ndo por falt a de filho t e s.
F o i pe dido a e le s par a sacr ifi car quiabo , bast ant e inha me , u m fe ix e de v ar e t as, um pot e
g rande , e t rê s mil e duze nt o s búz io s.




                                                                                                         58
O po mbo re alizo u o sacr ifí cio
mas a po mba se re cu so u.
A po mba t ev e do is fil hot e s e o po mbo te v e do is filho t e s.
A po mba dis se que e la não sa cr ifico u e ainda assim te v e do is filho t e s.
Ela fo i co n str uir se u ninho na árv or e e g ung un.
Ve io uma te mpe st ade , a árv o re e g ung un fo i ar r ancada co m r aí ze s, e o s filho t e s da
po mba mo rr e r am.
Ela g r it o u, “O pr ime ir o e o se g undo e u não v i.”
O po mbo gr it o u, “Eu fique i de co st as par a o pot e e não
mo rr i.”


O pot e e ra u m do s mat er iais que o po m bo tinha sacr ificado . Ele fo i capaz de pro t eg e r
se u s fil hot e s co m o po t e . Ele s so br ev iv er am.




                                                                                                        59
Or ác ulo 21



Ogbedi

        Est e O dù fala da ne ce ssidade de ex e cut ar o sacr ifí cio cor r et o par a que se ev it e
        co nfu sõ e s o u zo m bar ia.


        O bse rv ação o cide nt al: O clie nt e e st á se nt indo o u e st á co m me do de pr e ssõ e s
        e mo cio nais. Po ssi bilidade s pr at ica s não po de m ser re alizadas at é que e st a
        pr e s são    se ja   aliv iada.     A       pr e ssão   ve m   muit as   v e ze s   de   que st õ e s   de
        re lacio name nt o s.




21 – 1 (t r adução do ve r so )


K uk ut e -ag bo n Ko ro jiji co nsult o u I fá par a Og be
Q uando O g be fo i ca çar e m uma ex pe dição .
F o i pe dido a e le que sacr ifica sse
De mane ir a que e le não e nco nt r asse obst ác ulo s ali;
Tr ê s ca br it o s, t rê s fr ang o s e 6 000 búzio s.
Ele se re cu so u a sa cr ificar .
Q uando e le che g o u à flor e st a, a ch uv a caiu
Enqua nto e le co rr ia, v iu um bur aco lar g o
que pe nso u e le e st ar e m uma árv or e o u e m um for mig ue ir o
Ele e nt ro u no bur aco e não so ube que er a
um e le fant e que t inha abe rt o se u â nus.
O e le fant e fe cho u se u ânu s co m e le de nt ro .
Ele não pô de de sco br ir uma saí da.
Se us co mpan he iro s co me çar am a pro cur a- lo .
De po is de um t e mpo , quando e le s não o pude r am achar , e le s de cidir am
e x e cut ar o sacr ifí cio que e le t inha ne g lig e nciado .
Ele fo i e x cr et ado e nt ão pe lo e le fant e .




                                                                                                                 60
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele
Dafa ni ti_opele

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus
67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus
67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odusnaldo stuart
 
Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...
Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...
Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...Olórìṣá Jorge Ọmọ Òrìṣànlá
 
Apostila de-bori-original
Apostila de-bori-originalApostila de-bori-original
Apostila de-bori-originalIvone Garcia
 
A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...
A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...
A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...marcos santos
 
126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisa126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisaSIDNEI SANTANA
 
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buziosDenise Barquet
 
01 apostila de fundamentos do camdomblé
01   apostila de fundamentos do camdomblé01   apostila de fundamentos do camdomblé
01 apostila de fundamentos do camdombléElieser Bezerra
 
A Fogueira De Xangô
A Fogueira De XangôA Fogueira De Xangô
A Fogueira De Xangôorismagus
 
Sasanha e algumas folhas
Sasanha e algumas folhasSasanha e algumas folhas
Sasanha e algumas folhasCarmen Prisco
 
Mp missa em honra a nossa senhora - cifras
Mp  missa em honra a nossa senhora - cifrasMp  missa em honra a nossa senhora - cifras
Mp missa em honra a nossa senhora - cifrasCynthia Janiele
 
Pontos de umbanda tenda nossa senhora da piedade
Pontos de umbanda tenda nossa senhora da piedadePontos de umbanda tenda nossa senhora da piedade
Pontos de umbanda tenda nossa senhora da piedadeHebert Silva
 
1500 pontos umbanda letras de pontos de umbanda
1500 pontos umbanda   letras de pontos de umbanda1500 pontos umbanda   letras de pontos de umbanda
1500 pontos umbanda letras de pontos de umbandaJosé Moacir Ramos Jr
 

Mais procurados (16)

Orik is orisás
Orik is orisásOrik is orisás
Orik is orisás
 
67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus
67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus
67765852 orunmila-ifa-para-reza-os-256-odus
 
Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...
Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...
Iṣeṣe Yorùbá ti Obàtálá / Òrìṣànlá (Tradição Yorubá de "Rei do Pano Branco / ...
 
Apostila de-bori-original
Apostila de-bori-originalApostila de-bori-original
Apostila de-bori-original
 
A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...
A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...
A primeira coisa que você precisa saber é que existem formas simples e mais c...
 
126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisa126951054 117875525-oro-npa-orisa
126951054 117875525-oro-npa-orisa
 
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
51955795 9615963-odu-apostila-de-jogo-de-buzios
 
01 apostila de fundamentos do camdomblé
01   apostila de fundamentos do camdomblé01   apostila de fundamentos do camdomblé
01 apostila de fundamentos do camdomblé
 
Abiku import,
Abiku import,Abiku import,
Abiku import,
 
A Fogueira De Xangô
A Fogueira De XangôA Fogueira De Xangô
A Fogueira De Xangô
 
A fogueira de xangô
A fogueira de xangôA fogueira de xangô
A fogueira de xangô
 
Sasanha e algumas folhas
Sasanha e algumas folhasSasanha e algumas folhas
Sasanha e algumas folhas
 
908
908908
908
 
Mp missa em honra a nossa senhora - cifras
Mp  missa em honra a nossa senhora - cifrasMp  missa em honra a nossa senhora - cifras
Mp missa em honra a nossa senhora - cifras
 
Pontos de umbanda tenda nossa senhora da piedade
Pontos de umbanda tenda nossa senhora da piedadePontos de umbanda tenda nossa senhora da piedade
Pontos de umbanda tenda nossa senhora da piedade
 
1500 pontos umbanda letras de pontos de umbanda
1500 pontos umbanda   letras de pontos de umbanda1500 pontos umbanda   letras de pontos de umbanda
1500 pontos umbanda letras de pontos de umbanda
 

Destaque

Andre luiz -_apostila_da_vida
Andre luiz -_apostila_da_vidaAndre luiz -_apostila_da_vida
Andre luiz -_apostila_da_vidazfrneves
 
Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)
Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)
Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)AWO IFASEUN MIGUEL
 
Alphonse bue -_magnetismo_curativo
Alphonse bue -_magnetismo_curativoAlphonse bue -_magnetismo_curativo
Alphonse bue -_magnetismo_curativozfrneves
 
150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3
150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3
150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3Sérgio Ferreira
 
adura-orunmila-completa
adura-orunmila-completaadura-orunmila-completa
adura-orunmila-completaOtto Marques
 
13480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp02
13480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp0213480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp02
13480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp02Otto Marques
 
Ifá la llave del entendimiento
Ifá la llave del entendimientoIfá la llave del entendimiento
Ifá la llave del entendimientoMarte Edgar
 
Yvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezes
Yvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezesYvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezes
Yvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezeszfrneves
 
41074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp02
41074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp0241074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp02
41074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp02Otto Marques
 
Mini vocabulario de osha ifa
Mini vocabulario de osha ifaMini vocabulario de osha ifa
Mini vocabulario de osha ifaMarte Edgar
 

Destaque (20)

Shango
ShangoShango
Shango
 
Andre luiz -_apostila_da_vida
Andre luiz -_apostila_da_vidaAndre luiz -_apostila_da_vida
Andre luiz -_apostila_da_vida
 
Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)
Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)
Una definición de la tradición de ifa baba ifakarade imoye+(libro)
 
Ifakayode 2
Ifakayode 2Ifakayode 2
Ifakayode 2
 
6 odù de òwónrín
6 odù de òwónrín6 odù de òwónrín
6 odù de òwónrín
 
Odú-orisa
Odú-orisaOdú-orisa
Odú-orisa
 
Alphonse bue -_magnetismo_curativo
Alphonse bue -_magnetismo_curativoAlphonse bue -_magnetismo_curativo
Alphonse bue -_magnetismo_curativo
 
Awoyoruba
Awoyoruba Awoyoruba
Awoyoruba
 
150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3
150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3
150592834 122-akoses-encantamientos exemplo 3
 
adura-orunmila-completa
adura-orunmila-completaadura-orunmila-completa
adura-orunmila-completa
 
Oya
OyaOya
Oya
 
13480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp02
13480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp0213480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp02
13480992 curso-basico-de-idioma-yoruba-130720143828-phpapp02
 
Literatura
LiteraturaLiteratura
Literatura
 
Oshun
OshunOshun
Oshun
 
Ifá la llave del entendimiento
Ifá la llave del entendimientoIfá la llave del entendimiento
Ifá la llave del entendimiento
 
Ipori
IporiIpori
Ipori
 
Yvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezes
Yvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezesYvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezes
Yvonne a.pereira -_dramas_da_obsessao_-_bezerra_de_menezes
 
41074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp02
41074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp0241074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp02
41074514 as-caidas-dos-buzios-140319100256-phpapp02
 
Mini vocabulario de osha ifa
Mini vocabulario de osha ifaMini vocabulario de osha ifa
Mini vocabulario de osha ifa
 
Dafa traduzido
Dafa traduzidoDafa traduzido
Dafa traduzido
 

Semelhante a Dafa ni ti_opele

Semelhante a Dafa ni ti_opele (20)

Relatório de Pesquisa
Relatório de PesquisaRelatório de Pesquisa
Relatório de Pesquisa
 
Plantas encontrada no Nordeste
Plantas encontrada no  NordestePlantas encontrada no  Nordeste
Plantas encontrada no Nordeste
 
Maquiavel pedagogo pascal bernardin
Maquiavel pedagogo   pascal bernardinMaquiavel pedagogo   pascal bernardin
Maquiavel pedagogo pascal bernardin
 
ACABAR COM A INCERTEZA - 2013
ACABAR COM A INCERTEZA - 2013ACABAR COM A INCERTEZA - 2013
ACABAR COM A INCERTEZA - 2013
 
Document 1
Document 1Document 1
Document 1
 
revista de scrivus
revista de scrivusrevista de scrivus
revista de scrivus
 
Ernani
ErnaniErnani
Ernani
 
Verão TIM 2008 - Guilherme Krauss
Verão TIM 2008 - Guilherme KraussVerão TIM 2008 - Guilherme Krauss
Verão TIM 2008 - Guilherme Krauss
 
Arminianismo e metodismo
Arminianismo e metodismoArminianismo e metodismo
Arminianismo e metodismo
 
Saudade
SaudadeSaudade
Saudade
 
Curso oratoria modulo5_2015
Curso oratoria modulo5_2015Curso oratoria modulo5_2015
Curso oratoria modulo5_2015
 
Sara pp
Sara ppSara pp
Sara pp
 
Atitudes
AtitudesAtitudes
Atitudes
 
Entardeceu...
Entardeceu...Entardeceu...
Entardeceu...
 
Aula de mestre
Aula de mestreAula de mestre
Aula de mestre
 
Plantas Aromaticas E Temperos
Plantas Aromaticas E TemperosPlantas Aromaticas E Temperos
Plantas Aromaticas E Temperos
 
Grupo amigas do saber. apenas titulares.
Grupo  amigas do saber.  apenas titulares.Grupo  amigas do saber.  apenas titulares.
Grupo amigas do saber. apenas titulares.
 
A linha assanhada
A linha assanhadaA linha assanhada
A linha assanhada
 
A Web Como Mídia Para A Terceira Idade
A Web Como Mídia Para A Terceira IdadeA Web Como Mídia Para A Terceira Idade
A Web Como Mídia Para A Terceira Idade
 
Poemario de mª neves
Poemario de mª nevesPoemario de mª neves
Poemario de mª neves
 

Mais de AWO IFASEUN MIGUEL (20)

A INICIAÇÃO - AWO IFASEUN
A INICIAÇÃO - AWO IFASEUNA INICIAÇÃO - AWO IFASEUN
A INICIAÇÃO - AWO IFASEUN
 
Mapas Historia da Africa UEG GO/BR
Mapas Historia da Africa UEG GO/BRMapas Historia da Africa UEG GO/BR
Mapas Historia da Africa UEG GO/BR
 
Olodumare e o destino do homem
Olodumare e o destino do homemOlodumare e o destino do homem
Olodumare e o destino do homem
 
Igbo ifa
Igbo ifaIgbo ifa
Igbo ifa
 
Dice ifá traduzido portugues
Dice ifá traduzido portuguesDice ifá traduzido portugues
Dice ifá traduzido portugues
 
Ewe orisa
Ewe orisaEwe orisa
Ewe orisa
 
16 odù de òfún
16 odù de òfún16 odù de òfún
16 odù de òfún
 
15 odù de òsé
15 odù de òsé15 odù de òsé
15 odù de òsé
 
8 odù de òkànràn
8 odù de òkànràn8 odù de òkànràn
8 odù de òkànràn
 
12 odù de òtúrúpòn
12 odù de òtúrúpòn12 odù de òtúrúpòn
12 odù de òtúrúpòn
 
12 odù de òtúrúpòn
12 odù de òtúrúpòn12 odù de òtúrúpòn
12 odù de òtúrúpòn
 
14 odù de ìretè
14 odù de ìretè14 odù de ìretè
14 odù de ìretè
 
13 odù de òtúá
13 odù de òtúá13 odù de òtúá
13 odù de òtúá
 
11 odù de ìká
11 odù de ìká11 odù de ìká
11 odù de ìká
 
10 odù de òsá
10 odù de òsá10 odù de òsá
10 odù de òsá
 
9 odù de ògúndá
9 odù de ògúndá9 odù de ògúndá
9 odù de ògúndá
 
15 odù de òsé
15 odù de òsé15 odù de òsé
15 odù de òsé
 
7 òbàrà
7 òbàrà7 òbàrà
7 òbàrà
 
5 odù de ìrosùn
5 odù de ìrosùn5 odù de ìrosùn
5 odù de ìrosùn
 
4 odù de òdí
4 odù de òdí4 odù de òdí
4 odù de òdí
 

Dafa ni ti_opele

  • 1. O Oráculo Sagrado de Ifá Tr adução par a o po rt ug uê s: Ò s unlé k è 1
  • 2. Or ác ulo 1 Èjìogbè-8 O O dù Èjì o g be fala de ilumina ção , be m e st ar g er al, v it ór ia so br e o s inimigo s, de spe rt ar e spir it ual, vida lo ng a e paz me nt al. O bse rv ação o cide nt al: Nov o s neg ó cio s ou int e nsi ficaçõ e s no s ne gó cio s ex ist e nt e s, no vo s re lacio name nt o s, ou e x per iê ncia s e spir it uais po de m se r e spe r adas. Ex ist e uma po ssi bilidade de co mpor t ame nto supe r ze lo so que r e quer bo m se nso par a se r supe r ado . Ejio g be é o Odù mais impor t ant e . Ele si mbo liza o pr in cí pio mascu lino e , po r t ant o é co nsi der ado o pai do s o dùs. Na o r de m fix ada por Òr únmì là, Ejiog be o cupa a pr ime ir a po sição . Em Ejio g be , o s do is lado s do Odù são idê nt ico s: O g be e st á e m ambo s o s lado s dir e ito e e sque r do . O Odù de v er ia ser chamado “Og be me j i”, mas e le é univ er salme nt e co nhe c ido co mo Ejiog be por que e ji tam bé m sig nifica “do is”. Há um e quilí br io de fo r ças e m Ejiog be , que é se mpr e uma bo a pr o fe cia. D ur ant e uma se ssão div inató r ia, o clie nt e par a que m Ejio g be é div inado e st á b usca ndo por paz e pr o spe r idade . O clie nt e co n sult o u I fá por que e le o u e la que r filho s o u de se ja se e ng ajar e m um nov o pr o je to . I fá diz que se o clie nt e fize r uma o fe r e nda, to das as s uas e x ig ê ncias ser ão sat isfe it as e to do s os se u s e mpr e e ndime nt o s se r ão be m s uce dido s. É ne ce ssár io o sacr ifí cio par a o bt e r v it ó r ia so br e o s inimig o s que po de r iam e st ar blo que ando o s caminho s do clie nt e . Se e le o u e la te m tr abalhado se m pr og r e sso o u fe ito neg ó cio s se m lucr o , I fá pr ev ê pr o spe r idade o u r ique za se a pe sso a fizer o s sa cr ifí cio s ne ce ssár io s. Em Ej iog be , I fá pr ev ê v ida lo ng a de sde que o clie nt e cuide muit o be m de sua sa úde . Pe sso as e ncar nadas pe lo O dù Ejio g be de v e m se mpr e co nsu lt ar o or áculo de I fá ant e s de t o mar qualque r de ci são impor t ant e na vida. 2
  • 3. 1 – 1 (t r adução do ve r so ) A s mão s per t e nce m ao co r po , o s pé s per t e nce m ao co r po , O tar at ar a co nsu lto u o o rácu lo de I fá par a Ele r e mo ju, a mãe de A g bo nnir eg un. F o i pe dido par a e la sacr ifi car D uas g alinhas, duas po m bas, e t r int a e do is mil búzio s, a se r e m u sadas par a sat isfaze r o I fá de sua cr iança. Di sse r am que sua v ida se r ia pr ó spe r a. Ela o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . O wo t’ ar a, Ese t ’ar a, e Ot ar at ar a são o s no me s do s t rê s div inado re s que co ns ult ar am o o rác ulo de I fá par a Eler e mo ju, a mãe de A g bo nnir e g un (um do s tí t ulo s de lo uv ação de Ò r únmì là). Eler e mo ju e st av a e nfr e nt ando pro ble ma s. Ela co ncor do u e m faze r o sa cr ifí cio e sat isfaze r o I fá de sua cr iança ( ikin I f á - dezesse is f r uto s de palm eir a ). Ela se to r no u pr ó spe r a po r que sacr ifi co u as co isas que I fá pr e s cr ev e u. O sa cr ifí cio de se mpe nha um pape l e sse ncia l no sist e ma Yo r ùbá de cr e nça s e t radição r e lig io sa. De mo do a v iv e r lo ng a e paci ficame nt e na te rr a, e spe r a-se que o s se r e s hu mano s façam o s sacr ifí cio s ne ce ssár io s que atr air ão bo a so r te e afa st ar ão as de sg r aças. 1 – 2 (t r adução do ve r so ) O t it o o mifi-nt e le -isa co nsult o u I fá par a Ele re mo j u, a mãe de A g bo nnir eg un. I fá dis se que o ik in de sua cr iança ir ia ajudá -la. Po rt ant o fo i pe dido a e la que sacr ifi casse um rat o awo sin , uma galinha o u cabr a, e fo lhas de I fá (fo lhas eg be e , e m núme ro de de ze s se is, de v e m se r e smag adas na ág ua e u sadas par a lav ar a cabe ça do clie nt e ). Ela o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . 3
  • 4. O utr o div inador , chamado Ot ito l o mifi- nt e le -isa t ambé m co nsult o u I fá par a Ele r e mo ju, a mãe de Ag bo nnir eg un. I fá co nfir mo u que o ik in de sua cr ian ça (fr ut o de palma sagr ado ) a aju dar ia se e la co nt inuas se a faze r se us sacr ifí cio s. O s div inado r e s de I fá são t ambé m e spe cial ist as e m er v as. S upõ e -se que e le s e ste ja m be m fu ndame nt ado s na me di cina tr adicio nal. A cr e dit a- se que t odas as plant as, e rv as, e fo lhas do mundo per t e nce m a I fá. O s co nhe cime nt o s so br e se u s v alo r e s e spir it uais e me di cinais po de m se r e nco ntr ado s no s e nsiname nt o s de I fá. A ssim, e m muit as o casiõ e s, o s div inado r e s de I fá pr e scr ev e m er vas e plant as par a a cur a o u pr e v e nção de do e nças e e nfe r midade s. Em se u v er so O dù, fo lhas eg be e são re co me ndadas par a lav ar a ca be ça do clie nt e ( Or í ), a q ual se acr e dit a co nt ro lar o de st ino da pe s so a. 1 – 3 (t r adução do ve r so ) O to to ot o O ro ro or o Se par adame nt e nó s co me mo s fr uto s da te rr a. Se par adame nt e nó s co me mo s imum u (fr ut o e spe cial). Nó s e st amo s co m a cabe ça acima do s calcanhar e s e m amor co m Oba ‘ M ak in. To do s e le s div inar am par a Ag bo nnir eg un. F o i dit o que se e le fize sse sa cr ifí cio , e le se r ia abe n ço ado co m filho s; e le ne m sabe r ia o núme r o de se us filho s dur ant e e apó s sua vida. F o i pe dido a e le que sacr ifica sse uma cabr a e fo lhas de I fá . Se e le o fe r e ce s se o sacr ifí cio , e le de ve r ia co zinhar fo lhas de I fá par a sua s e spo sa s co me r e m. Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . F o lhas de I fá : F olhas mo í das y e nmey e nme (ag bo ny in), ir ug ba, o u o gir i (co ndime nt o s) co m cr av o s e o utr o s co ndime nto s. C o zinhe -o s j unt ame nt e co m o s t ro mpas de faló pio da ca br a. C o lo que o po te de so pa e m fre nt e ao tr o no de I fá e de ix e que sua s e spo sa s a co mam ali. Q uando e las t er minar am de to mar a so pa, e las t iv e r am muit o s filho s. 4
  • 5. A s e spo sas de Ag bo nnir eg un e st av am te ndo dif iculda de e m e ngr av idar e dar a luz. O s cin co A wo que div inar am par a A g bo nnir e g un e nfat izar am a impo rt ância do sacr ifí cio . Ele s dis se r am que se e le co n cor das se e m faze r o sa cr ifí cio , e le te r ia muito s filho s dur ant e sua vida e apó s a s ua mor t e . A dicio nalme nt e , o s sace r dot e s tiv er am que faze r u so de se u co nhe c ime nt o so br e me di cina t radic io nal par a co zinhar fo lhas de ag bo ny in co m as tr o mpas de faló pio da cabr a sa cr ificada. Est e re mé dio fo i co ns umido pe las e spo sa s de A g bo nnir e g un ant e s que e le pude sse te r o s filho s pr e dito s po r I fá . 1 – 4 (t r adução do ve r so ) O k unk un-bir imu bir imu co nsult o u I fá par a Eniunk ok un ju. Di sse r am que não hav ia ning ué m que lhe t iv e sse fe ito uma ge nt ile za que e le não r et r ibuiu co m mal. Nó s pe dimo s a e le par a sa cr ificar uma alfanje e uma e s cada. Ele se re cu so u à sa cr ificar , Eniu nko k unj u - o no me co m o qual cha mamo s o faze nde iro . To das as bo as co isa s que Og e de (a banana) for ne ce u par a o faze nde ir o não for am apr e ciadas. O faze nde iro po r fim de capit o u O ge de . I fá muit as ve ze s fala por par ábo las. Est a e st ór ia apr e se nt a um re lacio name nt o e ntr e a banana (Og e de ) e , per so nifi cada co mo alg ué m que fo i ge nt il co m o faze nde iro (ag be ), um ing r at o que r et r ibuiu a ge nt ile za co m o mal. Não impo r t a o quão gr ande se ja o r e lacio name nt o , a banana é de st r uí da ao fina l. No s te mpo s ant igo s, qualque r um e ncar nado por e st e O dù po de r ia se r de capit ado ao fim de sua v ida na t er r a. Em te mpo s mo de r no s, ist o se r e fer e mais à “per de r -se a ca be ça” e pag ar u m alto c ust o . 5
  • 6. Or ác ulo 2 Oyekumeji-2 O O dù Oy e k u Me ji sig nifi ca e sc ur idão e infe li cidade , e adv er t e so br e mor t e , do e nças, pr e o cupa çõ e s e um mau pr e ssag io , mas t ambé m carr e g a co m t udo isso a so lu ção de to do s e sse s pro ble ma s. O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e co m má sor t e e nco ntr a blo que io ; o clie nt e co m bo a so rt e po ss ui fo rt e supo r te an ce str al. O ye k ume ji é o se g undo Odù (o lo du) pr in cipal. Ele si mbo liza o pr in cí pio fe mini no . O s o dùs Ejiog be e Oy ek ume ji de r am nas cime nt o ao s quato r ze odùs pr incipais re st ant e s. No O dù Oy e k ume ji, há um Oy e k u no lado dire it o , que é a for ça mas culina, e o ut ro O ye k u no lado e sque r do , que é a for ça fe minina. A s pe sso as par a que m e st e Odù é div inado dev e r iam fo r mar um hábit o de o fer e ce r sa cr ifí cio s e sat is fazer s uas cabe ça s (o r i) de te mpo s e m te mpo s de mo do à e v it ar e st ado s de de pr e ssão . A dicio nalme nt e , de v er iam o uv ir e re spe it ar as o piniõ e s de se u s mai s v e lho s. Elas ne ce ssit am ho nr ar se us an ce str ais re g ular me nt e . No O dù Oy e k ume ji, I fá adv er t e co ntr a o per ig o de mant er re lacio name nt o s co m muit as m ulhe r e s. A s mul her e s se t or nar ão ciume nt as, e o s pro ble ma s ge r ado s impe dir ão o pr og r e sso do clie nt e . De st e O dù, nó s apr e nde mo s que é me lhor te r um mar ido , uma e spo sa. 2 – 1 (t r adução do ve r so ) O ye dud u awo o ri Bije co nsult o u I fá par a O lo fin. Nó s pe dimo s par a e le o fe r e cer um te cido pr e to , uma cabr a, e fo lhas e se me nt e s de bije . Nó s dis se mo s a e le que e st a mo r te imi ne nt e não ir ia mat á-lo , não ir ia mat ar se u s fil ho s se e le fize sse a o fe r e nda. Ele o be de ce u e fe z sacr ifí c io . 6
  • 7. Se e st e Odù é lan çado , a famí lia do clie nt e dev e aplicar bi je ( uma er v a afr icana ) so br e s uas face s e co br ir o I fá do s me smo s co m te cido pr e to e fo lhas de bije . Ele s e st ão as se g ur ado s de que mo rt e , do e nça s, e t odo s o s o utr o s male s não se r ão capaze s de r e co nhe cê - lo s, uma v e z que a mor t e não re co nhe ce Onibi je (alg ué m que faz uso do r e mé dio bije pr e scr ito pe lo div inador ). 2 – 2 (t r adução do ve r so ) Ee sin g bo na l’ e we t ut u l’ e g bo co ns ulto u I fá par a 165 árv or e s. A palme ir a e a ár vo r e Ay inr e sa cr ificar am uma galinha e ntr e as árv o re s. Ent ão , se um to rnado e st iv e sse de v ast ando , a jo v e m fo lhag e m de palma afir mar ia: e u fiz sacr ifí cio par a e scapar do pe r ig o . A fo lhag e m de palme ir a nu nca é afe t ada por v e nto s o u to rnado s po r que e la re alizo u o sa cr ifí cio re que r ido ne st e Odù. To do s o s per igo s são de sv iado s da palme ir a. 2 – 3 (t r adução do ve r so ) Vo cê é o ye Eu so u o ye Do is oy e co nsult ar am I fá par a Olo fin. Ele s disse r am do is de se us filho s ir iam fr at ur ar [o s o sso s] das co x as, mas e le não dev e r ia ficar pre o cupado por que e le s se r iam be m suce di do s na v ida. F o i pe dido à e le que sacr ifica sse te cido k e lek u, par a se r usado co mo uma pr ot e ção par a as cr iança s. Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . 7
  • 8. I fá pr e disse que o acide nt e que o s filho s de Olo fin ir iam so fr e r não impe dir ia o s uce s so de st e s na vida. Tudo o que e le ne ce s sit av a faze r e r a r ealizar um sacr ifí cio e fo r ne ce r o t e cido e spe ci ficado co mo co be rt ur a pro t et o r a. 2 – 4 (t r adução do ve r so ) Q uando e u aco r de i de manhã, e u vi uma gr ande quant idade de cr iança s. Eu per g unt e i pe lo re ino da te rr a. Eu e nco ntr e i o s ant ig o s e m gr ande e sple ndo r . Eu per g unt e i pe lo re ino do cé u. O risa -nla e st av a indo visit ar Òr únmì là Ele pe rg unt o u: C o mo e st ão se u s fil ho s que e st o u le v ando co migo par a o mu ndo ? C aso haja re sfr iado , C aso haja do r de cabe ça, C aso haja malár ia e o ut r as e nfe r midade s, O que e u po de r ia fazer po r e le s ? Ò r únmì là or de no u a e le que mar cas se O dù O ye k ume ji so br e pó de iy e - ir o sun. A panhe alg uma s fo lhas fr e s cas de per e g un e as t r it ur e . M ist ur e -as j unt ame nt e co m banha de Òr í e use isso par a e sfr e g ar e m se u s co r po s. Pe r e g un de rr amar á ág ua so br e a mo rt e de v ast ado r a. Pe r e g un de rr amar á ág ua so br e as do e nça s de v ast ado r as. 8
  • 9. Or ác ulo 3 Iworimeji-12 Est e O dù fala das pe s so as pr e se nt e adas co m a habil idade de v er co isas co m sua s pró pr ias per spe ct iv as. Ela s muit as ve ze s so nha m, t ê m visõ e s clar as, cr e sce m e t or nam- se "adiv inho s" o u e spir it uali st as. C lie nte s co m e sse O dù dev e m se r aco nse l hado s a cult uar I fá. I sso ir á lhe s tr azer bo as pe r spe ct iv as, v ida lo ng a (ir e aik u), pr o spe r idade (ir e aje ), uma e spo sa (ir e ay a) e filho s (ir e omo ). O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e st á cui dado same nt e ex amina ndo e re av aliando t anto o s cami nho s t e mpor ais co mo e spir it uai s/ e mo cio nai s. O dù I wor ime ji o cupa o t er ce ir o lug ar na o r de m do s odù s. C o mo um o lo du, I wo r ime ji co nsi st e de I wor i no lado dir e it o (o pr in cí pio mas culino ) e I wo r i no lado e sque r do (o pr incí pio fe mini no ). I fá diz que se alg uma co isa fo i per dida, o clie nt e se r á asse g ur ado de que a co isa se r á v ist a o u re cu per ada. A s chance s par a uma pr o mo ção no t rabalho são bo as, mas o clie nt e ne ce s sit a o fe r e cer sacr ifí cio par a e v it ar que calun iador e s cau se m sua de mis são . Se o clie nt e de se ja v iajar par a fo r a da cidade o nde r e side ou ir par a o utr o s paí se s, e le de v e faze r sa cr ifí cio de mo do que se us o lho s não ve ja m qualque r mal. Q uando o sa cr ifí cio cor r et o é re alizado , uma pe sso a e nfe r ma se g ur ame nt e ir á fi car be m de nov o . I fá co nfir ma no O dù I wor ime ji que o s de ze s se is fr ut o s da palma sagr ada (ik in I fá ) são a re pr e se nt ação de Òr únmì là e se u obje t o de ador ação na t er r a. Eis o po r que do sa ce r do t e de I fá (Babalawo ) as ut iliza par a r ev e lar o s mi st ér io s da v ida. 3 – 1 (t r adução do ve r so ) M ujim uwa, Babalawo de O pak e r e , co nsult o u par a e le . Par a e v it ar que e le ado e ce sse , fo i o rie nt ado a e le que sacr ifi cas se v int e anzó is de pe sca e vint e po m bas. Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . F o lhas de I fá fo r am pr e par adas par a e le 9
  • 10. par a se r e m usada s par a lav ar sua cabe ça (or i), par a se r e m usada s par a lav ar se u I fá . O pake r e nunca ficar ia do e nt e . Par a afast ar uma do e nça imine nt e , M uji muwa aco nse l ho u Opak er e a faze r um sa cr ifí cio . A dicio nalme nt e , fo lhas de I fá dev er iam se r pr e par adas par a e le par a lav ar s ua cabe ça e se u I fá . 3 – 2 (t r adução do ve r so ) Gbe g i je be t e fo i aque le que co ns ulto u par a O de quando A wa sa e ra se u inimig o . F o i pe dido a e le (O de ) par a o fer e ce r um bor dão e uma car g a de inhame . O de at e nde u ao co n se lho e fe z sacr ifí cio . O inhame fo i pilado . To do o inha me pilado fo i co mido à no it e . Ele s for am do r mir . Q uando v e io a e sc ur idão , A wa sa v e io . O de uso u se u bo r dão par a mat ar A wasa. No dia se g uint e , pe la manhã, o cadáv er de A wasa fo i e nco ntr ado do lado de fo r a. O de co ns ult o u I fá a re spe it o do que e le po de r ia fazer par a se liv r ar de se u inimigo A wasa. Ele se g uiu o co nse lho do div inador e o fe re ce u alg uns inhame s e um bo r dão , que fo i usado par a mat ar se u inimigo . 3 – 3 (t r adução do ve r so ) Ò g ún-r ibit i co nsult o u par a I wor ime ji quando I wo r ime ji e st av a par a se casar co m a filha de O pe Olo fin. F o i pe dido a e le que fize sse um sa cr ifí cio . S ua e spo sa jamais se r ia e sté r il. U ma g alinha fo i o sacr ifí cio . F o i dit o que amba s as palme ir as macho e fê me a 10
  • 11. jama is se r iam e sté r e is. Po r que I wor ime ji re alizo u o sacr ifí c io ne ce ssár io , as pe s so as nas cidas por e st e O dù jama is se r iam infé rt e is o u e st é r e is. Elas se r iam se mpr e abe nço ada s co m filho s. 3 – 4 (t r adução do ve r so ) Ti jot ayo fo i aque le que co nsult o u par a O de . F o i dit o que e le de ve r ia v ir e sacr ifi car uma pe dr a de mo inho e uma e st e ir a, par a faze r co m que t odo s que tiv e sse m vindo r eg o zijar co m e le se mpr e fi cas se m co m e le . O de re c uso u e ne g lig e ncio u o sacr ifí cio . Ele falo u que e st av a sat is fe ito se e le pude sse ape nas se liv r ar de A wasa. As pe s so as v ir iam se mpr e re go zijar ou ce le br ar co m O de . Mas po r que O de ne g lig e ncio u o sacr ifí cio ne ce ssár io , ning ué m jama is fi car ia co m e le . C o nse que nt e me nt e , as pe s so as que são e ncar nadas por e st e O dù t e m ape nas suce sso t e mpor ár io . Nada par e ce dur ar muit o . Suas rique za s e pr azer e s t e m se mpr e cur t a dur ação . 11
  • 12. Or ác ulo 4 Idimeji Est e Odù fala do s que te m inimig o s se cr et o s t e nt ando lan çar e ncant ame nto s so br e e le s o u o s que tê m so nho s ruin s a maio r part e do te mpo . Ele s pr e ci sam apazig uar I fá par a po der e m v e nce r e ssas o bstr u çõ e s mundana s. O bse rv ação o cide nt al: O clie nt e e st á se nt indo aume nto de pr e ssõ e s t anto nas que st õ e s te mpo r ais co mo e mo cio nais. I dime ji é o quar to O dù na o r de m fix ada por Ò rúnmì là. Est e Odù é fundame nt al po r que e le co mple t a o s quatr o po nto s car de ais do univ e r so : Ejiog be (Le st e ), O ye k ume ji (O e st e ), I wo r ime ji (No rt e ), e I dime ji (Su l). O dù I dime ji simbo liza a mat e r nidade . A int e r ação de um I di mas culi no no lado dir e ito co m um I di fe minino no lado e sq uer do r e sult a e m r e pr o dução — o nasci me nto de u ma cr iança. Se uma pe s so a e st iv er e nco nt r and o difi culdade e m se e st abe le ce r na v ida e e st iv er se muda ndo de casa e m casa se m r e sidê ncia per mane nt e , I dime ji diz que a pe sso a de v e r et or nar à cidade o u paí s de se u nasc ime nt o . C o m o sa cr ifí cio apr o pr iado ao or i ( cabe ça ) o u e le da (cr iador ) da pe sso a, a v ida po der á faci lme nt e re to r nar ao nor ma l. Em Odù Odime j i, I fá v ê bo a so rt e e v ida lo ng a par a um ho me m o u uma mul her . M as o clie nt e ne ce s sit a c ult uar I fá par a e v it ar mo rt e súbit a. O clie nt e po de r á se e le v ar à uma bo a po si ção na v ida mas de v er á se r cui dado so co m calun iador e s. É po s sív e l tr abalhar dur o no co me ço da vida e pe r der t udo no final. Par a pr o spe r ar , dev e m se r fe it as co nst ant e s o fer e ndas ao s ance st r ais do clie nt e . Se alg ué m plane ja viajar , dev e se r fe ito sa cr ifí cio a Ò g ún par a as se g ur ar uma jor nada se g ur a e fe liz. Q uando uma mulhe r e st iv er de se spe r ada par a te r um filho , e la é aco nse lhada a sat isfaze r Ò r únmì là. I fá diz que e la te r á uma cr iança e que e st a cr iança se r á uma me nina. Par a se r e m be m suce di das na vida, as pe sso as e ncar nadas por O dù I dime ji de v er ão se r co nfiáv e is, ho ne st as, e fr ancas e m se u s ne gó cio s co m o s o utr o s. Elas dev e r ão t er o s pé s no chão e se r e m pr át ica s e m s ua at it ude co m re lação à v ida. 12
  • 13. 4 – 1 (t r adução do ve r so ) A t e le wo -abinut e lu co nsult o u I fá par a It er e . F o i dit o que sua s idé ias ir iam se mpr e se mat er ializar ; por t anto e le de v e sacr ificar pr eg o s, t rê s bo de s, e t rê s g alo s. I te r e o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . F or am pr e par adas fo lhas de I fá par a e le be be r . Ent r e o s mat e r iais pr e scr ito s par a o sacr ifí c io e st av am o s pr eg o s. Pr e go s, que t e m ca be ças, capa cit ar iam o s so nho s de I te r e a se r e alizare m o u suas idé ias a se co ncr e t izar e m. 4 – 2 (t r adução do ve r so ) O pa-aro abidi je g e leg e co ns ulto u I fá par a as pe sso as e m I fe . F o i dit o que uma ve z que a mo rt e e st av a mat ando as pe sso as ali, e las dev e r iam sacr ifi car uma cor r e nte e um car ne iro . Ele s o uv ir am e sacr ifi car am. O Babalawo dis se : U m úni co e lo nu nca que br a. A ssi m, as mão s da mor t e não po de m mai s t o cá-lo s. A mor t e per so nif icada e st av a mat ando a to do s e m I le -I fe . I fá fo i co ns ult ado . O Babala wo aco nse l ho u o s re side nt e s a faze r um sa cr ifí cio que incl uí a u ma simple s co rr e nt e que nun ca po de se r que br ada. Eis co mo a mão malé vo la da mo r te po de se r de t ida. 4 – 3 (t r adução do ve r so ) O didi- afidit i co nsult o u I fá par a O didimade . F o i pe dido a e le que fize sse um sa cr ifí cio : do is ag bo n o lo du (gr ande s co co s), do is car acó is, e t rê s mil e duze nto s búzio s. Ele se re cu so u à o fe re ce r o sacr ifí cio . 13
  • 14. O Babalawo dis se : I fá diz, “Se u filho nu nca falar á ao lo ng o de sua vida.” I dime ji div ino u par a Odidimade , ma s e le se re cu so u a o fe r e cer o sacr ifí cio r equi sit ado . Po rt ant o , co nfor me o I fá , se u filho per mane ce r ia mudo ao lo ng o de sua v ida. 4 – 4 (t r adução do ve r so ) Eu so u e ni- odi Vo cê é e ni- o di Do is e ni-o di div inar am par a o o di (for t ale za) dur ant e ho st ilidade s po lít ica s. F o i dit o : O o di cir cu ndar á a cidade . Po rt ant o e le dev e o fer e ce r do is t e cido s de e mbalar . E as sim e le fe z. D ur ant e ho st ilidade s po lí t icas e ntr e duas cidade s, é de incum bê ncia do s re side nt e s co nst r uir uma fo rt ale za, que o s pr ot e g er á de se us ini migo s. I sso també m de v er ia se aplicar à u m indiv í duo o u uma famí lia que e st e ja se ndo ame aça da de alg uma fo r ma. 14
  • 15. Or ác ulo 5 Irosumeji Es se Odù fala do s que são se mpr e po pular e s e que são tido s e m gr ande e st ima pê lo s amigo s. Ele s pr e cisam t o mar cuidado co m s ua saúde , t ant o aplaca ndo sua s cabe ça s ( Or í ), co mo o casio nalme nt e apazig uando Ès ù, o u o co r po de as sist e nt e s de I fá. Se e le s se se nt e m de sanimado s e co me çam a pe r der int e re s se e m qualq ue r co isa que façam, I fá dev e se r co nsu lt ado e apazig uado par a e le s. Es se O dù de not a difi culdade s e mo cio nais e finance ir o s. M as não impo rt a o quant o difí cil a v ida po ssa par e cer , o clie nt e po de tr iunfar pe lo o fe r e cime nt o do s sacr ifí cio s co rr e to s e pe la r e cusa e m g uar dar o mal no cor ação e m pe n same nt o s e idé ias. O bse r v ação o cide nt al: A s co isas não e st ão fluindo fa cilme nt e — is so re que r mais t rabalho que o no r mal par a se re alizar qualque r co isa. I ro su me ji é o quint o Odù na or de m inalt er áv e l de Òr únmì là. Ele pe de po r uma c uidado sa r e fle x ão so br e no sso fut ur o . Nó s não po de mo s falhar e m per ce be r que “O ho me m pr o põ e , De u s dispõ e .” Em Odù Ir o sume ji , I fá pe de que um rit ual famil iar se ja r e alizado anualme nt e . O clie nt e dev e r ia co nt inuar a pr át ica e tam bé m ho nr ar e re spe it ar o s ance st r ais, part ic ular me nt e o pai, e st e ja vivo o u mo rt o . A que le s nas cido s por Ir o sume ji de v er iam faze r [a s co isas urg e nt e s] de v ag ar , apr e nder [a t er ] paciê n cia, e a ag uar dar que o s mo me nt o s difí ce is se diss ipe m. Ele s dev e r iam se mpr e se le mbr ar que ne nhuma co ndição é per mane nt e . O sa cr ifí cio apr o pr iado de v er á se r e x e cut ado por uma mulhe r que e st e ja ansio sa par a t er um be bê . I ro su me ji diz que e la e ng r av idar á e te r á um be bê . A cr iança se r á um me nino , que dev e r ia se t or nar um Babalawo . 5 – 1 (t r adução do ve r so ) O liy e be co nsult o u I fá par a I na (fo go ). 15
  • 16. O liy e be co nsult o u I fá par a Ey in (fr uto da palme ir a). O liy e be co nsult o u I fá par a Ik o (r áfia). A cada um de le s fo i pe dido par a sacr ifi car uma e st e ir a (e ni -ifi) e um t e cido amar e lo . A pe nas Ik o fe z o sa cr ifí cio . Q uando o pai de le s (u m che fe ) mo rr e u, I ná fo i inst alado co mo che fe . Ve io a ch uv a e de st r uiu I na. Ey in fo i e nt ão in st alado co mo che fe . Ve io a ch uv a par a de st r uir Ey in t ambé m. I ko fo i final me nt e inst alado co mo c he fe . Q uando cho v e u, Ik o se co br iu co m sua e st e ir a. Q uando a chuv a ce sso u, Ik o r e mov e u a e st e ir a e , co mo r e sult ado , não mo rr e u. A chuv a não po de r ia de st r uir I ko (r áfia) po r que e le e r a o úni co e ntr e o s t rê s ir mão s que ofe r e ce u a e st e ir a co mo sacr ifí cio . I ko usav a a e st e ir a co mo pr ot e ção co nt r a a ch uv a. Ik o fo i po rt ant o capaz de mant e r o t ít ulo de se u pai por um lo ng o te mpo . 5 – 2 (t r adução do ve r so ) O kak ar ak a-afo wo t ik u, I dase g ber e g be r e w’ ak o co ns ulto u par a I ro su quando I ro su e st av a par a dar a luz. F o i dit o que a v ida da cr iança se r ia dur a e que se r ia difí cil g anhar dinhe iro par a a manut e nção da cr iança. M as se Ir o su de se ja sse re ve r te r a sit uação , I ro su dev e r ia sacr ifi car do is car acó is. I ro su se r e cuso u a fazer o sacr ifí cio . F ilho s de I ro su me ji se mpr e achar ão a v ida difí ci l po r que I ro su ne st e ve r so de O dù se r e cuso u a faze r o sacr ifí cio re quis it ado . 16
  • 17. 5 – 3 (t r adução do ve r so ) I se se r e fo g be se ’y e co ns ult o u I fá par a A k uko adiy e (g alo ). F o i pe dido à e le par a o fer e ce r se u go rr o v er me lho ( cr ist a de galo ) e do is mil e duze nto s búzio s co mo sa cr ifí cio . Ele se re cu so u à o fe re ce r se u go rr o ve r me lho . O Babalawo dis se que o g alo se r ia mo rt o . O galo dis se , “Q ue assi m se ja.” O g alo se re c uso u à sa cr ificar se u go rr o v er me lho po r que e le t inha ace it ado a mor t e co mo uma o br ig ação da vida 5 – 4 (t r adução do ve r so ) A de isi co nsult o u I fá par a At apar i (cabe ça). A t apar i ia r e ce be r um g or ro do Or isa. F o i dit o que ning ué m po de r ia ar r ancar o go rr o de le se m sang r ame nt o ; é impo s sív e l t er do is g or ro s. Eis o po r que as pe s so as nas cidas po r Ir o sume ji se mpr e achar ão a v ida difí cil. 17
  • 18. Or ác ulo 6 Owonrinmeji Na o r de m e st abe le cida de Ò r unmì lá, e st e é o se x t o Odù. Esse O dù pe de pe la mo de r ação e m to das as co isas. Est e Odù pr e diz dua s g rande s bê nção s par a qualq uer u m que se e nco nt r a na misé r ia, pr ov e ndo e le o u e la o s cor r et o s sa cr ifí cio s. A pe sso a se r á be ne f iciada co m dinhe iro e uma e spo sa ao me smo t e mpo . I fá ne st e Odù e nfat iza a impor t ância do sa cr ifí cio . Q uando um sacr ifí cio é o fer e cido , e le não de v e se r so me nt e de st inado ao s Òr ì sà ou par a o s ance st r ais, mas t ambé m u sado par a alime nt ar a bo ca de div er sa s pe sso as. Essa é uma mane ir a de faze r sacr ifí cio s ace it áv e is. O bse r v ação o cide nt al: Pe n same nt o s clar o s são ne ce ssár io s par a o bt e nção de s uce s so . O c ult iv o da t er r a é a o po rt unida de mai s gr at ifi cant e par a o s filho s de O wo nr inme ji. C ult ivo s be m s uce dido s e co lhe it as co m g anho s e m dinhe ir o aux iliar ão à pro mov e r s uas fi nança s. Par a su ce sso na vida, o s filho s de O wo nr inme ji dev e m apr e nde r a pro pi ciar sua s cabe ça s (or i) de te mpo s e m te mpo s, o uv ir se us pais, r e spe it ar o s mais v e lho s, e re v er e nciar se u s ance str ais (e g ung un). Se uma pe s so a plane ja v iajar , I fá diz que sa cr ifí cio dev e se r r e alizado par a g ar ant ir se g ur ança e uma viaje m pr azer o sa. Par a lo ng a v ida, é ne ce ssár io o fe r e ce r sa cr ifí cio a I fá e t ambé m sat isfaze r o e le da ( cr iado r ). 6 – 1 (t r adução do ve r so ) (...) A div inação de I fá fo i re alizada po r Olo g bo O jig o lo (o g ato ), que ia visit ar a cidade das br ux as (A je ). F o i dit o a e le que e le re t or nar ia co m se g ur ança se e le pude sse sacr ifi car uma ov e lha, duas po mbas, e fo lha s de I fá (t r it ur e alg uns file t e s de me t al bro nze e ch umbo co m se me nt e s de we r e je je , 18
  • 19. e e sfr e g ue ist o so br e uma inci são fe it a so b as pálpe br as). Ele at e nde u ao co nse lho e fe z o sacr ifí c io . O re mé dio de I fá fo i aplicado co mo indi cado acima, de po is de e le t er sa cr ificado . 6 – 2 (t r adução do ve r so ) Go or o maafiy un Goo ro maafi bo co ns ulto u I fá par a 165 animai s quando e le s e st av am e m uma jo r nada. F o i pe dido a e le s que sacr ifi cas se m um te cido pr e to . O log bo (o g at o ) fo i o único que re alizo u o sacr ifí cio . C he g ando ao se u de st ino , e le s se e nco ntr ar am co m as br ux as (aje ), que dev or ar am to do s o s animai s que se re c usar am à sa cr ificar o te cido pr et o . O gat o fo i vist o à dist ância se co br indo co m o t e cido pr e t o . Ele t inha quat ro o lho s co mo as br ux as, que de cidir am não mat á-lo po r que e le er a uma de las. O gat o vo lt o u par a casa cant ando : Go or o maafiy un, Goo ro maafi bo ... Do s 165 animais que for am na viaje m, o gato fo i o úni co que v olt o u par a ca sa sadio e be m dispo st o . I sso po r que e le r ealizo u to do s o s sacr ifí cio s pr e s cr it o s por I fá . 6 – 3 (t r adução do ve r so ) O lo ir e ko ir e Olo or unk oo r un, co ns ulto u I fá par a O pak et e quando e la e st av a se dir ig indo à sala de part o . Ela fo i aco n se lhada à sa cr ificar duze nt o s I ko t i, duze nt as ag ulhas, duze nt o s r at o s, e duze nt o s pe ix e s. 19
  • 20. O pake t e o be de ce u e fe z o sa cr ifí cio . Ela se to r no u fér t il co mo I fá pr e dis se . O pake t e fo i co nsult ar I fá dev ido à falt a de filho s. Fo i dit o à e la que r e alizasse sa cr ifí cio . Ela o fer e ce u o sacr ifí cio e t ev e muit o s filho s co mo pr e dit o po r I fá . 20
  • 21. Or ác ulo 7 Obarameji Est e Odù de no t a [que a pe sso a e st á e m] um e st ado de ince rt e za o u su spe nse , inca paz de t omar de cisõ e s. O s filho s de st e O dù t ê m uma te ndê nc ia e m co mpr ar por impul so e muit as ve ze s t or nam- se v ít imas de ilusõ e s. Ele s lame nt am a maio r ia de suas de ci sõ e s po r t o ma-las ne rv o same nt e e às pre s sas. Par a pro spe r ar na v ida, o s filho s de st e O dù ir ão pr e cisar aplacar s uas cabe ça s ( Or í ) de t e mpo s e m t e mpo s. O bse r v ação o cide nt al: Blo que io s ou dif iculda de s te mpo r ais ou e spir it uais/ e mo cio nais dev e m ser dis cur sada s. O dù O bar ame ji o cupa o sé t imo lug ar na or de m fix ada por Ò r únmì là. Par a um clie nt e que e st e ja lidando co m ne gó cio s, I fá diz que par a t er uma casa che ia de clie nt e s e amig o s, e le o u e la t er á que o fe r e cer sa cr ifí cio s e t ambé m se g uir Ò r únmì là. Se o O dù O bar ame ji fo r apar e ce r no jo go par a alg ué m, e le diz que à part e das difi culdade s finan ce ir as, o clie nt e e st á ro de ado de inimig o s que que r e m faze r uma t o caia co nt r a e le o u faze r um at aque de sur pr e sa e m sua vida o u na sua ca sa. A difi culdade fina nce ir a se ame nizar á e o s inimigo s se r ão de rr ot ado s quando o clie nt e co nco r dar e m re alizar to do s o s sacr ifí c io s pr e scr ito s po r I fá. Por fim, a pe sso a de s co br ir á que m são se u s inimig o s e se r á capaz de ide nt ificar o que g er o u se us pro ble mas. 7 – 1 (t r adução do ve r so ) O t unwe sin (“a mão dir e it a lav a a e sque r da”). O sinwe t un (“a mão e sque r da lav a a dire it a”). Eis o que limpa as mão s. Elas for am as que r e alizar am div inaçõ e s de I fá par a a ár vo r e A wun quando A wu n ia lav ar a ca be ça (o r i) de O nder o . 21
  • 22. F o i dit o que e le pro spe r ar ia. Ele de v er ia po rt anto o fe r e ce r uma ov e lha, uma po mba, e co nt as de co r al. Ele o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . F o i pe dido à e le que amar r asse as co nt as na e spo n ja que e le usar ia par a se lav ar . 7 – 2 (t r adução do ve r so ) O t unwe sin, O sinwe t un, e is o que limpa as mão s. F or am e las que re alizar am a div inação de I fá par a O nde ro quando a árv o re A wu n ia lav ar s ua cabe ça (o r i). F o i pe dido à e le que sacr ifica sse de fo r ma à te r uma bo a pe s so a que lav asse s ua cabe ça. O nde ro dis se , “Q ual é o sacr ifí cio ?“ O Babalawo dis se que e le de v er ia o fe r e ce r te cido br anco e uma po mba. Ele r e alizo u o sa cr ifí cio . Po rt ant o , qualque r um que re ce be r e st e O dù se r á or ie nt ado a u sar ro upas br anca s. 7 – 3 (t r adução do ve r so ) O jik ut uk ut u Bar ag e nde ng e nde n- bi-ig bá- e le po fo i que m re alizo u div inação de I fá par a Eji- O bar a, que e st av a v indo par a I fe . F o i or ie nt ado a e le que sa cr ificas se uma ov e lha par a ev it ar do e nça. Ele se re cu so u a o fe re ce r o sacr ifí cio . Q uando Eji- O bar a che g o u e m I fe , e le e st av a e nt r et ido co m a car ne de uma ov e lha. 22
  • 23. Ele a co me u e fico u tão te rr iv e lme nt e do e nt e que se u tó rax por fi m e st av a gr ande de uma fo r ma anor mal. De sde e nt ão , aque le s que são nas cido s par a e st e I fá se mpr e te r ão o tó r ax e xt r ao r dinar iame nt e gr ande . T abu : A que le s que são nasc ido s por O dù O bar ame ji não de ve m co mer car ne de o ve lha. 7 – 4 (t r adução do ve r so ) O g ig if’ o ju- ir an-wo ’ le co nsult o u I fá par a At ape r e , a filha de O wa-O lo fin. F o i pe dido à e la par a faze r um sa cr ifí cio de o g i-or i (ban ha de ò rí pur a), o jo -o wu (m uit a lã de algo dão ), e uma o ve lha. Ela o be de ce u e sacr ifi co u. F o i e nt ão asse g ur ado à e la que e la te r ia muit o s filho s. Ela e st av a te ndo se i sce nt as cr ian ças to do s o s dias apó s e la t er co mido o re mé dio de I fá co zinhado par a e la. F o lhas de I fá: C o zinhe og i- or i co m fo lhas biye nme , cr av o s, e ir ug ba; t rit ur e junt o co m o utr o s ingr e die nt e s par a faze r uma so pa par a se r co mida por e la. Do me s mo mo do , e st e r e mé dio po de se r co zinhado par a clie nt e s par a que m e st e I fá se ja lançado e que já te nha m r ealizado o sacr ifí cio pr e scr it o po r I fá . 23
  • 24. Or ác ulo 8 Okanranmeji Est e Odù sig nif ica pro ble ma s, caso s tr ibuna is, so fr ime nto s e más vibr açõ e s. F ilho s de s se O dù, ir ão se mpr e ace r t ar e m che io po r fazer e m ou dize r e m o que é e x at ame nt e ce r to . A s pe s so as pe nsa m fr e qüe nt e me nt e que o s filho s de s se O dù são agr e s sivo s e mando nas de v ido a e le s te nt ar e m pr e v ale ce r ape sar de to do s as pro ba bilidade s. Em muit as sit ua çõ e s e le s ir ão se r e be lar co ntr a as co nve n çõ e s da so cie dade e co nse q ue nt e me nt e cr iam pr o ble mas par a e le s me s mo s. Pro pe nso s a infe c çõ e s, o s filho s de s se O dù dev e m t o mar cuidado co m s ua saúde de fo r ma a não se t or nar e m doe n ças cr ô nica s. O bse r v ação o cide nt al: É ho r a de co mpro me t er - se a aliv iar pro ble mas. O kanr anme ji é o oit avo Odù na or de m inalte r áv e l de Ò r únmì là. Se O kanr anme ji é lança do par a um clie nt e , I fá diz que o cl ie nt e e st á so fr e ndo po r falt a de filho s, dinhe ir o , e o ut r as co isa s bo as da vida. M as se o clie nt e cr e r e m Òr únmì là e c ult uar I fá , t o do s o s se us pro ble ma s se r ão re so lv ido s. Par a ve nce r o s inimig o s e t er co ntr o le so br e t o das as difi culdade s, o clie nt e t er á que o fe r e cer sa cr ifí cio s à Sà ngó e Ès ù. 8 – 1 (t r adução do ve r so ) O sun sun -ig bó -y i-ko s’ o je , O bur ok o s’ e je fo r am aque le s que co nsult ar am I fá par a o po vo na cida de de O wá. F o i dit o a e le s que fize sse m sacr ifí cio de mane ir a que um e str anho fo sse fe ito r e i. Q ualque r co isa que o Babala wo quise sse se r ia o sacr ifí cio . Ele s at e nde r am o co nse lho e o fer e ce r am o sacr ifí cio . 24
  • 25. 8 – 2 (t r adução do ve r so ) O sun sun -ig bó -y i-ko s’ o je , O bur ok o s’ e je fo r am aque le s que div inar am I fá par a Sak ot o quando e le ia par a a cidade de O wa. F o i or ie nt ado a e le que sa cr ificas se uma po m ba, uma ov e lha e tr ê s bo lo s de fe ijão . Ele at e nde u ao co n se lho e fe z o sacr ifí cio . O s Babala wo o aco nse lhar am ainda a co mer o s bo lo s de fe ijão e não dá- lo s par a Ès ù. Enquant o e le par t ia e m sua jo r nada, e le le v av a o s bo lo s de fe i jão co nsigo . Ele e nco nt ro u o pr ime iro Èsù e disse , “Se e u de s se a v o cê e st e bo lo de fe ijão , vo cê far ia a chuv a me at ing ir at é que e u che g as se à cidade de O wa.” Ent ão e le me smo co me u o bo lo de fe ijão e pro sse g ui u. Ele pas so u pe lo se g undo Ès ù, e st ico u sua mão co m u m bo lo de fe ijão par a Èsù , e r e pet iu o que hav ia dit o par a o pr ime iro . Ent ão e le co me u o bo lo de fe ijão . Ele fe z a me s ma co isa co m o t er ce ir o Èsù . Enf ur e cido , o t er ce ir o Ès ù fe z co m que a chuv a at ing is se Sako t o at é que e le che g as se à cidade de O wa. O s Babala wo hav iam pr e dit o que e pr ó x ima pe sso a a se r inst alada co mo r e i da cidade de O wa che g ar ia bast ant e mo lhada pe la ch uv a. O s habit ante s de O wa fize r am de st e e st r anho e nchar cado [pe la ch uv a] se u re i. 8 – 3 (t r adução do ve r so ) M o daa per e o se per e co ns ulto u I fá par a O lu- ig bo (r e i da flo r e st a). M o daa per e o se per e co ns ulto u I fá par a O lu- odan quando e le s iam se duzir Ew u, a e spo sa de I ná (fog o ). F o i or ie nt ado à e le s que sacr ifica sse m um fe ix e de g ie st a e fo lhas de I fá (e smag ar fo lhas re nr e n na ág ua), u ma g alinha e um te cido pr et o . O lu- odan se re cu so u a faze r o sacr ifí cio . Ele disse : não na pr e se nça de se u Esu su o ni’ g ba- o fo n, War iwa o ni’ g ba, e Iy or e oni- g ba- it er e (ba st ão mág ico ). O lu- ig bo fo i o único que re alizo u o sacr ifí cio . U m dia, Ew u, e spo sa de I ná, de ix o u a casa de se u e spo so par a ir na casa de Olu -o dan. I ná se pr e paro u e fo i par a a casa de Olu -o dan par a re sg at ar sua e spo sa. Q uando che g o u lá, e le g rito u alt o o no me de s ua e spo sa: Ewu, Ew u, Ew u. 25
  • 26. I ná que imo u Esus u o ni’g ba -o fo n, War iwa oni’ g ba- ida, e Iy or e o ni’ g ba- it e r e . Ew u e nt ão co rr e u par a O lu- ig bo , que t inha r e alizado o sa cr ifí cio . I ná fo i at é lá e gr it o u: Ew u, Ewu, Ewu. O lu- ig bo e nt ão aspe r g iu o re mé dio de I fá so br e I ná tal co mo in str uí do pe lo Babalawo . Ele r e cito u tr ê s v e ze s: Mo daa pe r e o se per e . O fog o (I ná) se ex t ing uiu, de fo r ma que Ew u e st av a dispo nív e l par a O lu-ig bo . O lu- ig bo , a flo r e st a de nsa, ainda ho je re t é m a e scur idão que e le sa cr ifico u. 8 – 4 (t r adução do ve r so ) O k it ibir ik it i fo i que m co nsu lto u I fá par a O lu quando e le t inha ape nas um filho . F o i or ie nt ado a e le par a sacr ificar uma ov e lha br anca se m qualque r po nto ne gr o , uma cabr a nov a, e um bo de . F o i asse g ur ado a e le que se u filho ún ico se t or nar ia do is. Ele at e nde u ao co nse lho e r e alizo u e sacr ifí cio . Em br e v e , se us filho s se to r nar am do is. De sde e nt ão , e st e O dù t e m sido chamado Ok anr anme ji. Q ualque r um par a que m e st e I fá fo r lançado se mpr e t er á um filho a mais. 26
  • 27. Or ác ulo 9 Ogundameji Est e O dù adv e rt e co ntr a br ig as, disput as e ho st ilidade s imine nt e s. Dur ant e uma se ssão de div inação , se e sse O dù apar e ce par a uma pe sso a e la de v e se r av isada par a te r c uidado co m t raido re s o u amigo s e ng anador e s. I fá diz que a pe s so a dev e te r co nfiado e m alg ué m indig no de co nfian ça. Se o clie nt e e st á e m bat alha co m pr o ble mas finan ce iro s e opo sição de inimigo s, e st e Odù diz que a pe sso a dev e o fer e ce r o sa cr ifí cio ce r to a Ò g ún e t ambé m aplacar a sua cabe ça ( Or í ) par a que t e nha êx it o e pr o spe r idade . O bse rv ação o cide nt al: O clie nt e e st á so br e car r eg ado co m t rabalho e pr o ble mas pe sso ais de o ut r as pe sso as. Na or de m de Ò r únmì là, o O dù Og undame ji o cupa o no no lug ar . Ele é o O dù que e ncar na Òg ún, o de us do fe r ro e da g ue rr a. A maio r part e do s filho s de Og undame ji são ador ado r e s de Òg ún, que sã o re co nhe cido s po r se u po de r , cor ag e m e t ale nt o s cr iat iv o s. C o m sua s habi lidade s imag inat iv as in co muns e le s abr e m por t as e cr iam o por t unidade s de e mpr e g o par a o s o ut ro s. Pe s so as e ncar nadas por O g undame ji são se mpr e abe n ço adas co m muito s filho s. 9 – 1 (t r adução do ve r so ) A lag bar a ni nso k un A de fo i que m co ns ulto u I fá par a Ò g ún. F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car um alfan je , um galo e um inhame assa do . I fá dis se que o alfan je se r ia a chav e par a a pr o spe r idade de Òg ún. Ele de v er á se mpr e ca minhar co m e le ju nto . F o i pe dido à e le que co me sse o inhame . Ele o co me u. Q uando e le fico u co m se de , e le fo i be be r ág ua do rio . A pó s be be r a ág ua, e le v iu duas pe sso as 27
  • 28. br ig ando po r causa de um pe ix e que e las hav iam pe scado . Ò g ún o s aco nse lho u a se r e m pac ie nt e s e disse que e le s dev e r iam ir par a ca sa e div idir o pe ix e . Ele s se r e cusar am. O pr ime ir o ho me m dis se que e le v e io do le st e e o se g undo ho me m dis se que e le v e io do oe st e . A pó s o uv ir as sua s de scul pas, Ò g ún pe go u o alfan je o qual lhe fo i or ie nt ado par a se mpr e po rt ar co nsigo e par t iu o pe ix e e m do is par a e le s. O pr ime iro ho me m o ag r ade ce u e pe diu a e le que abr isse uma t rilha de lá at é a cidade o nde r e sidia. O ho me m pro me t e u e nr ique ce r a v ida de Òg ún se e le at e nde s se o se u de se jo . O ho me m g ar ant iu a Ò g ún que e le t ambé m r e ce be r ia co isas valio sas que ir iam e lev ar s ua co nfian ça. O se g undo ho me m ig ualme nt e agr ade ce u a Òg ún e fe z u m pe dido similar . Ò g ún co ncor do u e m fazer t al co mo e le s pe dir am. Ò g ún te m sido se mpr e chamado de Og undame ji de sde o dia e m que e le div idi u um pe ix e par a dua s pe s so as que e st av am br ig ando . 9 – 2 (t r adução do ve r so ) A go go - o wo - ko se if’ apo ko si co nsult o u I fá par a Olo fin quando O lo fin A jalo r un e st av a pr o po ndo e nv iar se u filho , Ò g ún, ao mu ndo par a abr ir o ca minho da v ida. Ò g ún fo i av isado de que e le ser ia incapaz de c umpr ir a t ar e fa dev ido à po sição infle x ív e l do mundo . M as e le de v er ia r e alizar sa cr ifí cio co ntr a a saúde pr e cár ia e a mo rt e sú bit a: um car ne ir o e u m úni co e lo de co rr e nt e . Ele fe z o sa cr ifí cio . Ele s disse r am: U m ún ico e lo nunca que br a. 9 – 3 (t r adução do ve r so ) O ke le g bo ng bo -as’ o fun- kilo co ns ulto u I fá par a Ò g ún. À e le fo i g ar ant ido que se e le pude s se r e alizar 28
  • 29. sa cr ifí cio , e le jamais mor r er ia. O mundo int e iro se mpr e ir ia pe dir à e le par a ajudá- lo s à r e par ar se us mo do s de vida. M as ne nh um de le s ficar ia a se u lado par a r e so lv e r o s se u s pr ó pr io s pro ble ma s. Q uatr o car ne ir o s, quat ro bo de s, e quatr o cabaça s co be r t as de ve m se r o fer e cido s e m sacr ifí cio . Ele r e alizo u o sa cr ifí cio e m cada um do s quat ro cant o s do mundo . 9 – 4 (t r adução do ve r so ) I ko ko - I di-s’ ak un- ber e co ns ult o u I fá par a Ò r únmì là. F o i pr e dito que sua e spo sa dar ia a luz à tant o s filho s que e le não o s co nhe ce r ia a t o do s. Ele fo i po rt anto o r ie nt ado a sacr ifi car uma Galin ha d’ A ng o la e duas mil búz io s. Ò r únmì là fe z o sacr ifí cio . A lar e é o no me pe lo qual chama mo s o pr imo g ê nito de Ò r únmì là. A inda ho je , nó s o uv imo s as pe sso as dizer e m: o mo A lar e (o filho de A lar e — pr o pr ie t ár io ). Q ualque r um par a que m e st e I fá se ja div inado dev e r á te r muit o s filho s. 29
  • 30. Or ác ulo 10 Osameji Est e é um O dù que sig nifica falt a de co r ag e m e f ug a de br ig as o u o po siçõ e s. F ilho s de sse O dù r e alizam uma gr ande quant idade de viag e ns, o u a ne gó cio s o u por pr aze r . Ele s cr e s ce m e t or nam- se bo ns admi nist r ado r e s se e le s g e st am o s ne g ó cio s do s o utr o s. C o mo e le s são facilme nt e ame dr o nt ado s, e le s não ir ão co rr e r ris co s. O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e ncar a mudança ine spe r adame nte em t ranst o r no s tant o no se r v iço quant o no s re lacio name nt o s . O same ji é o dé ci mo Odù na or de m fix a de Ò r únmì là. O dù O same ji re it er a a ne ce ssidade por aux í lio e spir it ual co nt r a mau s so nho s e fe it ice ir as que int er fir am co m o so no da pe sso a. De v e r ão se r r ealizado s sacr ifí cio s apro pr iado s par a sat isfaze r o s fe it ice ir as (a je ) e par a asse g ur ar a pr ot e ção ne ce ssár ia. A dicio nalme nt e , se O same ji é lançado par a um clie nt e , I fá diz que o clie nt e t e m inimig o s que e st ão plane ja ndo pr e j udicá- lo . Se o clie nt e re alizar sacr ifí cio a Sàng ó , e le g anhar á for ça aume nt ada e ev e nt ualme nt e v e nce r á o s inimigo s. A que le s e ncar nado s por e st e O dù te nde m a se de s co nt ro lar o u lhe s falt am limit e s. M uito e s for ço é e x ig ido par a capacit á- lo s a se co nce nt r ar no que e st ão faze ndo o u par a que e le s se aplique m dilig e nte me nt e e m se u t rabalho . 10 – 1 (t r adução do ve r so ) K asa k aja- kat et e sa co nsult o u I fá par a Eji- O sa. Eji -O sa e st av a indo à I fe par a um pro je t o . F o i dit o à e le s que e st e s se r iam ame dro nt ado s por alg o que po de r ia e v it ar sua r e alização do pr o je to . Po r e st e mo t ivo e le s dev er iam sacr ifi car um car ne ir o e uma pe dr a de r aio . 30
  • 31. Ele s se r e cusar am a faze r o sacr ifí cio . Q uando e le s che g ar am a I fe , uma lut a aco nt e ce u. Ele s te nt ar am re si st ir mas não pude r am e tiv er am que fug ir . De sde aque le dia, as duas pe sso as que fug ir am t e m sido cha madas de O same ji. 10 – 2 (t r adução do ve r so ) I g bin k o y a palak a e sse co ns ulto u I fá par a uma O sa quando e la e st av a per amb ulando pe lo mundo so zinha. F o i dit o à e la que e la e nco ntr ar ia um par se e la fize sse sacr ifí cio : dua s po mbas, do is car acó is, e r e mé dio de I fá (mo e r fo lhas de biy e nme e co zinhá-las co m o vo s de g alinha) par a e la co me r . Ela o be de ce u e fe z o sacr ifí cio . Q ualque r um par a que m e st e I fá é div inado t er á muit o s filho s. 10 – 3 (t r adução do ve r so ) O kan- ate g un- ko se - ir o de ’ le co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là quando e le e st av a pr o po ndo se ca sar co m O luy e mi, a filha de O lo fin. F o i dit o que se e le ca sas se ape nas co m Oluy e mi, sua ho nr a se r ia g rande . O sacr ifí cio : dua s g alinhas, duas cabr as e t rê s mil e duze nt o s búzio s. É aco nse l háv e l a qualque r um par a que m e st e I fá se ja div inado se casar co m uma e ape nas uma m ulhe r . 10 – 4 (t r adução do ve r so ) O liy e nmey e nme co nsult o u I fá par a A ja. F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car do is car acó is e fo lhas de I fá (t r it ur ar fo lhas de t et e r eg un 31
  • 32. na ág ua, e nt ão que br ar a po nt a da co ncha do car aco l e de ix ar o lí quido fluir de ntr o do pr e par ado ). Ele de v er ia se banhar co m o re mé dio par a se acalmar . A ja se re cu so u a sa cr ificar . Ele dis se que sua saliv a e r a sufi cie nt e par a saciar sua se de . I fá dis se : O clie nt e par a que m e st e I fá é lançado não e st á go zando de bo a saúde . 32
  • 33. Or ác ulo 11 Ikameji Est e Odù sig nif ica muit as pr eo cu paçõ e s e por t anto pe de po r mo der ação . Co m o co rr e to sa cr ifí cio é po ssí v e l ex e r cer co nt ro le . F ilho s de sse O dù e st ão se m pre ce r cado s por pe sso as que são pr e dispo st as a impor do r ao s o ut ro s o u que t e m pr azer no so fr ime nto do s out ro s. Ele s t ê m que e st ar co n st ant e me nt e pr ev e nido s de v ido a e le s não po de r e m co nt ar co m fa mí lia o u amigo s par a aj udar . O bse r v ação o cide nt al: Es se é um bo m mo me nto par a co nce pção . O dù Ik ame ji o cupa o dé ci mo pr ime iro lug ar na o rde m fix a de Ò r únmì là. U ma pe sso a ir á se m pre co lhe r o que planto u. O s filho s de I k ame ji ne ce s sit am pr o piciar s uas ca be ças (or i) fr e qüe nt e me nt e de fo r ma a faze r as e sco lhas cor r et as. Se I k ame ji é lançado par a um clie nt e , I fá diz que e st e e nfr e nt a difi culdade s. O clie nt e t e m inimigo s ci ume nt o s que e st ão t e nt ando blo que ar sua s opo rt unidade s. Ele o u e la e st á so fr e ndo co m a falt a de filho s co nfiáv e is e co m ne ce ssidade s finan ce ir as. M as se o clie nt e re alizar os sacr ifí c io s apr o pr iado s par a I fá e Òg ún, e le ou e la t er á o por t unidade s ilimit adas par a se t or nar pr o dut iv o (a) e be m su ce dido (a). 11 – 1 (t r adução do ve r so ) O dan-g e je awo A t a-nde co ns ulto u I fá par a Ey in (fr ut o da palme ir a). Ele fo i o r ie nt ado a faze r sacr ifí cio por ca usa de abo rr e ci me nto s: um galo e qualque r co isa que o Babala wo e sco lhe s se t er co mo sacr ifí cio . Ey in dis se que , co m a mag ní fi ca co ro a e m s ua cabe ça, e le jamai s admit ir ia ir à qualque r Babalawo par a faze r sacr ifí cio . Ele se re cu so u abr upt ame nt e a faze r sacr ifí cio . I fá diz: Q ualque r um par a que m e st e I fá fo r div inado e st ar á co m pro ble ma s. 33
  • 34. 11 – 2 (t r adução do ve r so ) Et use se fi’ nu- ig bo se ’ le , Oniwak awak afi’ n u-isa se ‘ budo quando aque le s que co ns ult ar am I fá par a Bar a Ag bo nnir e g un, que e st av a indo a I fe par a co me çar u m part o . F o i dit o a e le par a sa cr ificar do is g rão s de milho e dua s g alinhas. Ele r e alizo u o sa cr ifí cio . Ele plant o u o milho , o qual e le co lhe u quando fico u maduro par a pro piciar s ua cabe ça (o r i). Ele s disse r am: A que le que cor to u duas fo lha s (palha s) de milho par a de ifi car sua ca be ça dev er ia ser cha mado Ik ame ji . Q ualque r um par a que m e st e Odù é div inado t er á muit o s filho s. o u se to rnar á be m s uce dido no mundo . 11 – 3 (t r adução do ve r so ) O jo jo se - idibe re co n sult o u I fá par a Òr únmì là quando s ua e spo sa e st av a pr e ste s a co me t er adult é r io . F o i pe dido a e le par a sacr ifi car dua s cabe ças de co br a e uma cor da de e scalar par a ev it ar que as pe sso as se duzi sse m sua e spo sa. Ele se g ui u o co nse lho e re alizo u o sacr ifí cio . O ye e O wor e e r am r iv ais de Òr únmì là. Ele s er am in capaze s de se duzir a e spo sa de Ò r únmì là por que Ò r únmì là t inha re alizado o sacr ifí cio . A e spo sa de Ò r únmì là se c hama O pe . 11 – 4 (t r adução do ve r so ) O mipe nse n -ako dun -k or o co nsult o u I fá par a Òg ún quando e le ia at acar a cidade de se u inimig o . F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car um pe que no barr il de v inho de palme ir a, um inha me assado , e aze it e -de - de ndê . 34
  • 35. Ò g ún se r e cuso u a fazer o sacr ifí cio . O s Babala wo s dis se r am: I fá diz que e le se r á e nv e ne nado lá ante s de vo lt ar par a casa po r que e le se re cu so u a r ealizar o sacr ifí cio pr e scr ito . Ele fo i lá, lut o u, e v e nce u a bat alha. Em se u cam inho de vo lt a par a ca sa, um de se us ho me ns lhe o fe r e ce u um pe daço de inhame assado , que e le co me u. O inhame g r udo u e m s ua g ar g ant a e e le fi co u incapa cit ado de e ng o li-lo . Po r fim, e le não co nse g uia falar . Se vo cê falar co m e le , e le usar á s ua cabe ça e sua s mão s par a art ic ular suas re spo st as at é ho je . 35
  • 36. Or ác ulo 12 Oturuponmeji (Ologbonmeji) A car act e r í st ica mais impor t ant e das pe sso as na scida s ne st e O dù é a pe r sist ê ncia. Ele s são v igo ro so s e re so lut o s e ir ão mo str ar det e r minação ape sar de t rat ame nto r ude . O bse r v ação o cide nt al: Q ue st õ e s r e lacio nadas ao s fil ho s e st ão na me sa . O t ur upo nme ji, també m chamado de O lo g bo nme ji, é o dé cimo seg un do O dù pr inci pal na or de m inalt er áv e l de Òr únmì là. Est e O dù simbo liza a cr iação de filho s. Par a t er filho s saudáv e is e be m co mpo rt ado s, O t ur upo nme ji diz que é ne ce ssár io o fer e ce r sa cr ifí cio s ao s e g ung un (ant e pas sado s) e a Or isa- nla. O s filho s de Ot ur upo nme ji t e nde m a se to rnar e m co mplace nt e s. Par a to mar de cisõ e s sábias, e le s de v e m o uv ir e r e spe it ar as opiniõ e s de se us pais e o s po nto s de vist a do s mai s v e lho s e m ge r al. O s filho s de O t ur upo nme ji tê m for ça par a s upor t ar as ne ce s sidade s o u a dor . C o nse que nt e me nt e , e le s se to r nam de masiado impr ude nt e s, te imo so s, e fa cilme nt e co nf uso s. Se for par a e le s per mane cer e m co nce nt r ado s e não pe r der e m suas po si çõ e s na v ida, de v er ão se r fe it o s e sfo r ço s per sist e nt e s par a pro piciar sua s cabe ça s (or i) e sa cr ifí cio s a I fá r eg ular me nt e . 12 – 1 (t r adução do ve r so ) O kar ag ba co nsult o u I fá par a Eji- Og e quando e le s e st av am pr e st e s a de s ce r par a I fe . F o i pr e dito que ambo s ir iam se so br e s sair e m I fe . F o i pe dido a e le s par a sa cr ificar de ze sse i s car acó is, de ze sse is tart ar ug as, de ze s se is pe dr a de r aio s (do is de cada é sufi cie nt e ), e fo lhas de I fá (fo lhas de ok unpale e abo - ig bo o u ag bo sawa e o utr o s co ndime nt o s, par a se r e m mo í do s e co zinhado s co mo so pa e dado s ao clie nt e par a co mer ; qualq ue r um que de se jas se usar 36
  • 37. o re mé dio par a pr o spe r idade t ambé m po de r ia co mê -lo ). A pó s co me r o r e mé dio , o clie nt e de ve r á de po sit ar o s e dun -aar a (pe dr a de raio s) so br e se u I fá . 12 – 2 (t r adução do ve r so ) Elul use ’ dibe r e co ns ulto u I fá par a O lo fi n, Q ue ia se casar co m Pupay e mi, uma jov e m garo t a do le st e . F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car duas cabr as. Ele r e alizo u o sa cr ifí cio . F o i dit o a e le que e le te r ia ape nas do is filho s do casa me nto mas que o s do is de v er iam ser be m tr at ado s por que e le s se r iam g rande s na v ida. Tam bé m fo i de clar ado que o s do is fil ho s que fo r am be m t r at ado s e m I fe de v er iam ser cha mado s de O ge - me ji. 12 – 3 (t r adução do ve r so ) A g ba-ig bin- f’ idije lu co nsult o u I fá par a O do . F o i dit o a e le que e st e se mpr e e nco ntr ar ia um as se nt o (lug ar ) o nde que r que e le fo sse mas que sua impr udê n cia o mat ar ia. O sacr ifí cio : u m car aco l, uma se me nt e de pime nt a-da- co st a, Do is mil e duze nt o s búzio s, e fo lhas de I fá (mo e r fo lhas de g be g i co m a pime nt a- da-co st a, fe r ve r o car aco l, e co zinhá -lo s j unto s; e st e r e mé dio de v e se r dado ao clie nt e par a co mer o u par a qualq uer o utr o que que ir a usá -lo ). O do seg ui u o co nse lho e fe z o sacr ifí cio . O re mé dio de I fá fo i co zinhado par a e le tal co mo de s cr it o acima, de fo r ma que e le pude s se e st ar se g ur ame nt e as se nt ado . 37
  • 38. C o mo o g be g i é pr o fundame nt e e nr aizado , O do se mpr e e st ar á fir me me nt e asse nt ado e m qualque r lug ar . 12 – 4 (t r adução do ve r so ) K asak aja K at e t e sa co ns ulto u I fá par a O ge . F o i pe dido à e le faze r sacr ifí c io de mo do a se r cui dado so . Banha de òr í e aze it e -de - de ndê de v er iam ser o fe r e cido s co mo sacr ifí c io . Ele se re cu so u a faze r sacr ifí cio . Se e le tiv e sse fe it o o sacr ifí cio , o re mé dio de I fá (mi st ur a de banha de ò rí e aze it e -de -de ndê ) t er ia sido pr e par ado par a e le e sfr eg ar e m se u cor po por que : “A o me io dia o aze it e -de - de ndê e st á aler t a. Est a é a r azão de s ua v ida lo ng a. A o me io dia a banha de ò rí e st á v ig ilant e . Est a é a r azão da s ua habili dade de v iv e r at é a v e lhice .” O ge é o no me de Odo (pilão ). 38
  • 39. O rác ulo 13 Oturameji Est e O dù s ug er e paz me nt al e libe r dade de to das as inquie t açõ e s (ansie dade s ). F ilho s de st e O dù são me ig o s e mo der ado s e m car át er . O bse r v ação o cide nt al: Est e é o mo me nto par a nov o s su ce s so s e m ne gó cio s e r e lacio name nt o s. O t ur ame ji é o dé ci mo te r ce iro O dù na o rde m fix a de Òr únmì là. A s pe s so as nas cidas so b Ot ur ame ji se r ão be m su ce didas no s ne gó cio s, par t icular me nt e na ar te de co mpr ar e ve nde r . É impor t ant e sat isfaze r Ès ù fr e qüe nt e me nt e po r cau sa daque le s que t rair ão sua co nfia nça o u plane jar ão e ng anar s ua famí lia. O s filho s de O t ur ame ji pr e ci sam apr e nde r a re se rv ar um t e mpo par a de s cansar e não dis sipar suas e ne rg ias at é o ex t re mo de so fr e r um co lapso fí si co o u ner vo so . Se Odù O t ur ame ji é lançado par a um clie nt e , I fá diz que o clie nt e te m inimig o s que o t or nar am uma pe s so a impr ude nt e . Da me s ma mane ir a que e le é po bre , e le não t e m e spo sa ne m r e lacio name nto s familiar e s. Ele de v er ia t ão rápido quant o po s sív e l o fe r e cer sa cr ifí cio . O t ur ame ji diz que e le de v er ia faze r sacr ifí cio à Ò g ún, Ye mo nja, e I fá. Ele de v er ia e nt ão ser capaz de ve nce r se us ini migo s, ganhar alg um dinhe ir o , e final me nt e te r uma e spo sa e filho s. 13 – 1 (t r adução do ve r so ) A r ug bo - nla niise or i fe g unfe g un co n sult o u I fá par a Ot u quando e le ia par a I fe faze r t rabalho de div inação . F o i dit o a e le par a sa cr ificar dua s be ng alas [de camin hada] e dua s o ve lhas. F o i dit o a e le que e le não re to r nar ia lo go . O t u re alizo u o sacr ifí cio e pe r mane ce u po r um lo ngo t e mpo . 39
  • 40. 13 – 2 (t r adução do ve r so ) (...) co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là quando e le ia de s co br ir e e st abe le ce r uma cidade . F o i dit o a e le par a sa cr ificar um gr upo de for mig as -so ldado (o wo ijamja ), sa bão neg ro , quar e nt a búzio s já pre par ado s e m um cor dão no e scur o , um pe daço de pano br anco , e uma árv or e o dan. Ò r únmì là ate nde u ao co nse lho e fe z o sacr ifí cio . O s Babala wo s aco nse lhar am Òr únmì là a plant ar a ár vo r e Odan nu m mat ag al e amar r ar as búzio s ne la. Ele de v er ia lav ar se u co r po co m o sabão ne g ro pr e par ado co m fo lhas de Odan e car r e ir as de for mig as. Ele de v er ia u sar o pano br anco par a se co br ir . Se e st e I fá e ncar na alg ué m, dev e se r dito à e st e alg ué m par a faze r da me sma for ma. O s Babala wo s dir iam a e le co m se g ur ança que o lug ar o nde e le planto u a ár vo r e odan tal co mo de scr it o acima e v e nt ual me nt e se to r nar ia um me r cado . 13 – 3 (t r adução do ve r so ) O k it i- og an-af’ idij’ ag o co nsult o u I fá par a Ot u. F o i dit o a e le par a o fe r e cer dua s t ar t ar ug as de mo do a se t or nar rico . O t u o uv iu e fe z o sa cr ifí cio . O s Babala wo s adv er t ir am Ot u par a não mat ar as t ar t ar ug as mas par a ve ndê -las. Por me io de um sor t e io , e le de v er ia de cidir o nde ir par a v e ndê -las. Q uando e le che g o u na cidade , fo i o fer e cido à e le o it e nt a bo lsas de dinhe ir o pe las t ar t ar ug as. Ès ù aco nse l ho u Ot u à não ace it ar o pr e ço . Ès ù e st á se mpr e a fav or de qualque r pe s so a que r ealize sacr ifí cio s. Q uando o pr e ço fo i e le v ado par a vár ias ce nt e nas de bo lsas 40
  • 41. de dinhe ir o , Èsù o aco nse l ho u a ace it ar a ofe rt a. Eis co mo Ot u se to rno u r ico . O s Babala wo s dis se r am: O dia que Ot u co mpr o u duas t ar t ar ug as de v er ia se r chama do Ot ur ame ji. 13 – 4 (t r adução do ve r so ) (...) co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là. F o i dit o a e le par a r e alizar sa cr ifí cio de mo do que e le pude sse go ve r nar s ua cidade ade quadame nt e . Ò r únmì là disse : “Q ual é o sa cr ifí cio ?” O s Babala wo s dis se r am: Se is e st e ir as, se is pe na s de papag aio , se i s ca br as, e mil e duze nto s búzio s. F o i dit o a e le que pe sso as de to da part e do mundo v ir iam par a ho nr á- lo so br e a e st e ir a. Ò r únmì là re alizo u o sacr ifí c io tão rápido quant o po s sí ve l, e pe s so as de t oda part e do mundo v ier am par a ho nr á-lo so bre a e st e ir a tal co mo pr e dit o . De sde aque le dia, o s Babala wo s t e m se se nt ado so br e a e st e ir a par a r e alizar div inação de I fá . 41
  • 42. Or ác ulo 14 Iretemeji Est e Odù diz que pag a par a se inclinar par a co nquist ar . Hu mildade é uma v ir t ude muit o impo rt ant e . Est e O dù av isa co ntr a int r ig as e inimig o s que e st ão t e nt ando de spa char pro nt ame nt e no s sas chance s de su ce s so na vida. O bse r v ação o cide nt al: Est a pe sso a mar cha pe lo se u pró pr io t ambor e t e m pro ble ma e m su bme t er - se . Na o r de m fix a de Òr únmì là, O dù I re t e me ji o cupa a dé cima -quar t a po si ção . Est e O dù pe de por t ot al de dica ção a I fá. To do s o s filho s de Ir et e me j i de v e m se r dev ot o s de Ò r únmì là. A s cr iança s do se xo masc ulino dev e m se r inicia das par a se to r nar e m Babala wo s. Se as cr iança s cr er e m e m I fá , Òr únmì là co nce de r á a e las bo a sor t e par a dinhe ir o , e spo sas, filho s, v ida lo ng a, e fe li cidade . De t e mpo s e m t e mpo s e le s de v er ão pro pi ciar sua s cabe ça s (or i) de mo do a e v it ar e st r e sse e mo cio nal o u humilha ção po r fo r ças malé fica s. Se Ir et e me j i for lançado par a um clie nt e que e st iv e r do e nte , I fá diz que par a uma r ápida r e cupe r ação o clie nt e de v er á r e alizar o s sa cr ifí cio s co rr e to s a O baluwaiy e (Sa npo nna) e ao s fe it ice ir o s (a je ). O s filho s de I re t e me ji de v er iam apr e nder a r e lax ar , por que é fácil par a e le s ficar am fat ig ado s, abor r e cido s, e impa cie nt e s quando e st ão so b pr e ssão . 14 – 1 (t r adução do ve r so ) O kan awo Oluig bo co ns ulto u I fá par a Ò r únmì là quando e le e st av a indo par a I fe . F o i dit o a e le que qualque r pe s so a que e le inicia sse não mor r er ia jo v e m. F o lhas de t et e e duas po mbas dev e m se r sacr ifi cadas. Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr ifí cio . O te t e fo i amassa do na ág ua par a se r usado par a lav ar sua 42
  • 43. ca be ça. 14 – 2 (t r adução do ve r so ) A da-ile - o -muk ank an co nsult o u I fá par a Ir e n quando e le ia ini ciar do is filho s de Olo fin. F o i dit o a e le par a faze r sacr ifí cio . Ele se g ui u o co nse lho e fe z sacr ifí cio . F o i asse g ur ado a e le que qualque r pe sso a que e le ini ciasse não mo rr e r ia jo v e m. O dia que I re n inicio u dua s pe sso as que não mor r er am de v e se r cha mado Ir e -t e -me ji. 14 – 3 (t r adução do ve r so ) O dan-ab’ o r ipeg unpe g un co nsult o u I fá par a Ak o n (o car ang ue jo ). F o i dit o a e le que e le nun ca ir ia se aco st umar co m as pe sso as no me r cado mas se e le quise s se co rr ig ir e st a falha e m si me smo , e le de v er ia sa cr ificar um po t e de aze it e (at a- e po ) e um x ale . A ko n se re cu so u a faze r o sacr ifí cio num dia de me r cado . A ko n e quili bro u se u po te de aze it e -de - de ndê na sua cabe ça. Q uando e le te nt o u se e mbr ul har co m se u x ale , o pot e caiu de sua cabe ça e o aze it e man cho u s uas r o upas. O aze it e - de -de ndê que man cho u o cor po de A ko n naque le dia per mane ce u na s sua s co st as at é ho je . Se qualque r um na sce r por e st e I fá, e st e de v er ia se r adve r t ido a nun ca u sar um x ale par a co br ir se u cor po . 43
  • 44. 14 – 4 (t r adução do ve r so ) A dilu- abidis umu sum u co ns ulto u I fá par a O luwe r i, que e st av a indo co mpr ar A ko n (o car ang ue jo ) co mo um e scr avo . F o i dit o a e le que se e le co mpr asse o e s cr av o e le jamais pr e cisar ia das pe sso as. U ma ba cia nov a, uma cabr a, e e fun dev e r iam se r usado s co mo sacr ifí cio . O luwe r i o be de ce u e re alizo u o sacr ifí cio . A ko n t ev e muit o s filho s. O luwe r i co mpr o u inicial me nt e e scr av o s hu mano s. Ele s o de st r at ar am e o abando nar am. A pe nas o car ang ue jo (A ko n) per mane ce u co m e le . C o lo que o e fu n na bac ia nov a e o fe re ça a cabr a à e la. 44
  • 45. 45
  • 46. Or ác ulo 15 Osemeji Est e O dù impli ca e m v itó r ia so br e inimigo s e co nt r o le so br e difi culdade s. O bse r v ação o cide nt al: Est e é o mo me nto de ince r t e za o u de mudan ça de co ndi çõ e s e m ne gó cio s e re lacio name nt o s. É um bo m mo me nt o par a amo r e dinhe ir o . O se me ji é o dé ci mo -quint o Odù na or de m inalt e r áv e l de Ò rúnmì là. Se o s sacr ifí cio s co rr e to s fo r e m e x e cut ado s, o s filho s de O se me ji viv er ão at é uma idade lo ng a, de sde que e le s cuide m de sua saúde . Ele s t ambé m de v e m for t ale ce r sua cr e nça e m I fá e sua s pró pr ias capacidade s de mo do a pr o spe r ar na v ida. Par a amor , um casame nt o fe liz, e pro spe r idade finance ir a, sa cr ifí cio s ade quado s dev e m se r r e alizado s à O sun. Se O se me ji é lançado par a um clie nt e , I fá diz que o clie nt e te m muit o s inimigo s e , par a v e nce r o s inimig o s, dev e o fe r e ce r sacr ifí c io s a Sàng ó e Ò r únmì là. A cr e dit a-se que Ò r únmì là te m e no r me s po de r e s par a ve nce r to do s o s inimig o s t anto na te rr a co mo no cé u. Em O se me ji , I fá no s e nsina que ape nas sacr ifí c io s po de m salv ar o s se r e s huma no s. A v ida é de sagr adáv e l se m sacr ifí cio . F alt a de fé o u aut o -co nfia nça é se mpr e uma t rag é dia. 15 – 1 (t r adução do ve r so ) Tit o ni-nk un’ le t i-nm uk’ awo t o co nsult o u I fá par a Ar ug bo (o s ido so s). F o i pe dido a e le s par a sa cr ificar e m uma galinha, uma gaio la che ia de alg o dão , e de ze s se is pe daço s de g iz (e fun ) de mo do que e le s pude sse m alcançar uma idade av ançada e ntr e o s o dùs. Ele s se g uir am o co n se lho e sacr ificar am. Ele s viv er am at é e nv e lhe ce re m co m cabe lo s gr isalho s. Q ualque r um que e nv e lhe ça co m cabe lo s gr isalho s e ntr e o s o dùs dev e se r chamado Ag bame ji (o s do is anc iõ e s). 46
  • 47. 15 – 2 (t r adução do ve r so ) O se k e se k e (aleg r ia) co ns ult o u I fá par a A je (r ique za ). F o i dit o a e la que o mundo int e ir o e st ar ia se mpr e e m sua bus ca. Ela pe r g unto u, “Q ual é o sacr ifí c io ?” F o i dit o a e la par a sa cr ificar t oda co isa co me st ív e l. A je se g ui u o co nse lho e sacr ifi co u. O mundo int e iro e st á fe liz po r e st ar e m bu sca de A je . 15 – 3 (t r adução do ve r so ) A k uko fi Og be o ri r e se ina co n sult o u I fá par a A je (r ique za ). F o i dit o a e la par a sa cr ificar qualq uer anima l mor t o se m [u so de ] uma faca (e k ir i apadafa) de mo do a co nduzir uma vida t ranquila. A je se re cu so u a sa cr ificar . Po r causa de sua re cu sa, at é o dia de ho je A je nu nca se fix a e m um lug ar . 15 – 4 (t r adução do ve r so ) O luwe we g be ’ nu-ig bo -t e fa co ns ulto u I fá par a Eji -o se quando e le e st av a indo par a a t er r a de I fe . F o i pe dido a e le que sacr ifica sse 160 r olo s de lã de alg o dão e de ze s se is be ng alas [de ca minhada]. Ele sa cr ifico u ape nas do is de cada it e m. Enqua nto e le pro s se g uia, e m se u caminho , as duas be ng alas que e le sa cr ifico u se que br ar am, ma s e le não mor r e u. O Babalawo dis se : De to do s o s odù s, qualque r um que que br o u dua s be ng alas e não mo rr e u dev er ia ser cha mado de O se me ji. Po rt ant o , qualque r um na scido por e st e I fá car e ce de fé . I sso é , e le v ai se mpr e que st io nar o s Babala wo s. Est a pe s so a acha difí cil acr e dit ar na v er dade . 47
  • 48. Or ác ulo 16 Ofunmeji (Orangunmeji) Est e Odù sig nif ica bo a fo rt una. Ele pe de po r paciê n cia e t ransig ê n cia — uma v ida de dar e r e ce be r . Co m ce rt o s sacr ifí cio s, su ce s so é gar ant ido . O bse r v ação o cide nt al: A s co isas e st ão flui ndo . O funme ji, també m co nhe cido po r O rang unme ji, é o dé cimo - se xt o O dù na or de m r e co nhe cida de Òr únmì là. Par a mulhe r e s jov e ns, O funme ji impli ca na po ss ibilida de de e ngr av idar e dar a luz. O s filho s de O funme ji são g e ner o so s. Ele s po de m não ser r ico s [de dinhe iro ] mas e le s são se mpr e r ico s e m sabe dor ia. Ele s não po de m viv er o nde o ar é abafado por que e le s po de m su fo car facilme nt e . A maio r ia de le s t e m dific uldade e m re spir ar . Par a bo a pro spe r idade fina nce ir a, o s filho s de O funme ji te r ão que re alizar sacr ifí cio s par a a A je o u par a O lok un. É impo rt ant e par a e le s de mo nst r ar g e nt ile za t anto par a e str anho s quanto par a me m bro s de sua famí lia, e e spe cialme nt e par a o s ne ce s sit ado s e o s po br e s. Se O funme ji fo r lançado par a um clie nt e , o clie nt e po de e st ar as se g ur ado de que t udo dar á ce r to na v iag e m se e le o u e la re alizar o s sacr ifí cio s pr e s cr it o s po r I fá . 16 – 1 (t r adução do ve r so ) O g bar ag ada co nsult o u I fá par a O dù quando e le ia cr iar to do s o s dife r e nt e s t ipo s no mundo . F o i or ie nt ado a e le sacr ifi car quat ro pilar e s e uma gr ande caba ça co nt e ndo uma t ampa e uma cor r e nt e . Ele se g ui u o co nse lho e sacr ifi co u. F o i gar ant ido a e le que ning ué m que st io nar ia s ua aut or idade . A ssi m e le de v er ia ar mar o s quat ro pilar e s no so lo unido s, co lo car a cabaça so bre e le s, e usar a cor r e nt e par a 48
  • 49. at ar o s pilar e s às sua s mão s. Ele o be de ce u e re alizo u o sacr ifí cio t al co mo inst r uí do . O dia e m que O dù cr io u t o do s o s tipo s no mundo t e m sido cha mado de sde e nt ão O dudua (O dù cr io u tudo o que ex ist e , O o dua, O lo dumar e ). Ele cr io u t udo o que ex ist ia na cabaça. Nó s ( se re s humano s ) e st amo s t o do s viv e ndo de nt ro da ca baça. 16 – 2 (t r adução do ve r so ) A r ug bo - ile -fi- ir e - sa-k e je k e je co ns ulto u I fá par a O lo fi n quando e le ia faze r nas ce r o s de ze sse is Ir únmale (o dù s pr incipais ). F o i pr e dito que o s filho s se r iam po br e s. Se e le quise s se que e le s co nse g uis se m dinhe ir o , e le te r ia que sa cr ificar de ze sse i s caba ças de far inha de milho , de ze sse i s ca baças de e k ur u, de ze sse i s o le le (fe it o de fe ijõ e s v er me lho s), e de ze sse is ov e lhas. O lo fin se r e cu so u à re alizar o sacr ifí cio . Ele dis se que e st av a sat isfe it o ape nas po r fazer na sce r as cr iança s. Ele sa cr ifico u ape nas par a si me s mo e ig nor o u as cr ianças. Po rt ant o , o s Babalawo nun ca de v e m ficar ans io so s por j unt ar dinhe ir o ao inv é s de adquir ir sabe do r ia e po der ao lo ng o de s uas v idas. 16 – 3 (...) co ns ulto u I fá par a Ejio g be e o s r e st ant e s de ze sse is o dùs pr incipai s. F o i pe dido a e le s par a pag ar e m o dé bit o de sacr ifí cio de v ido po r sua mãe . Ele s se r e cusar am a r e alizar o sacr ifí cio . Eis o po r que o s Babalawo nun ca fo r am r ico s, e mbo r a e le s se ja m r ico s e m sa be dor ia. 16 - 4 49
  • 50. A g bag ba-ilu f’ idiko di co nsult o u par a Or ang unme ji, à que m fo i pe dido sacr ifi car uma o ve lha, de ze s se is po mba s, e t rê s mil duze nt o s búzio s. Ele se g uiu o co nse l ho e sa cr ifico u. O Babala wo div idiu o s mat e r iais de sa cr ifí cio e m duas par t e s, r e se rv ando me t ade par a si pró pr io e dando a o utr a me t ade par a Or ang unme ji par a u sar par a pro pi ciar sua ca be ça (o r i) quando e le r et or na sse par a casa. A o che g ar e m ca sa, fo i dit o a Or ang un me ji que sua mãe go st ar ia de v ê -lo e a se us ir mão s mais ve lho s na faze nda. A ssi m, e le e st av a in capacit ado de re alizar o sacr ifí cio de pr o piciar se u or i e m casa. C arr e g ando o s mate r iais co m e le , e le se j unt o u à se us ir mão s mais ve lho s de fo r ma que t o do s pude sse m v isit ar sua mãe co mo dito . Q uando e le s che g ar am na fr o nt e ir a, o f uncio nár io da alfânde g a pe diu a e le s par a pag ar e m uma t ax a de alfâ nde g a. Ejiog be , o lí de r do s odù s, não tinha o s duze nto s búzio s ex ig ido s, e ne nh um o utr o do s quato r ze o dùs t inha dinhe ir o par a pag ar . Ape nas Or ang unme ji, o dé ci mo -se xt o Odù, t inha o dinhe iro , que e le pago u por to do s e le s ant e s que e le s pude sse m atr av e ssar [a fr o nte ir a] par a ir à faze nda. A ssim, quando e le s c he g ar am à faze nda, o s quato r ze odù s r e st ant e s de cidir am t or nar a ambo s Ejio g be e Or ang unme ji o s che fe s da famí lia. De sde aque le dia, nó s se m pre chama mo s Or ang un me ji de “O funme ji”. De sde aque le dia, fala mo s, “Ne nhum I fá é maio r do que Ejio g be , e ne nh um I fá é maio r do que O funme ji .” Po r e st a razão , ao lan çar a sor t e (ibo ) na div inação de I fá , se Ejiog be o u O funme ji fo r e m lançado s, nó s se mpr e de cidimo s a sor t e e m favo r de le s. 50
  • 51. Or ác ulo 17 Ogbe‘Yeku Ne s se Odù so mo s aco nse lhado s a usar a int e lig ê ncia ao co nt r ár io da for ça o u co nfr o nt ação par a su per ar o bst ác ulo s ou inimig o s. Não impo rt a quanto impo rt ant e alg ué m se ja, e st a pe sso a ne ce s sit a o bt er e se g uir o co n se lho s de um Babala wo . Cr e nça inabaláv e l e m I fá ir á se mpr e re co mpe nsar o "clie nt e ". O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e st á g er alme nt e de dicando m uit a e ner g ia a que st õ e s t e mpor ais e pr e ci sa se "abr ir " e spir it ualme nt e e e mo cio nalme nt e . No O dù O g be’ Y ek u, O g be e st á na dir e it a, r e pr e se nt ando o pr incí pio masc ulino , e O ye k u e st á na e sque r da, re pre se nt ando o pr incí pio fe min ino . Q uando Og be vai visit ar co m O ye k u, as t r ansfo r maçõ e s re sult ant e s de st e mo v ime nto são si mbo lizadas por O dù O g be’ Y ek u. (C o mo ant e r io r me nt e discut ido , e x ist e m 256 o dùs no si st e ma I fá de div inação : de ze sse is o dùs pr incipai s e 240 ramifi caçõ e s o u co mbinaçõ e s de Odù. O dù O g be’ Y ek u é o pr ime iro das co mbina çõ e s de o dùs e e le o cupa o dé cimo - sé t imo lug ar na o rde m fix a de Òr únmì là.) 17 – 1 (t r adução do ve r so ) Ek umini, Ek umini co n sult o u I fá par a Oluk ot un A jamlo lo , o pai de O it o lu. F o i pr e v isto que e le se r ia g rande me nt e fav or e cido por I fá e st e ano . Po u co de po is, Olo fin pr o cur o u por O luko t un par a que v ie sse e co ns ult asse I fá par a e le . O luko t un pe diu que disse s se m a O lo fin que e le e st av a incapa cit ado de v ir ime diat ame nt e por que e le e st av a cult uando se u I fá naque le mo me nt o . Olo fin c hamo u por O luk ot un pe la se g unda ve z. O luko t un re spo nde u re pe t indo o que e le hav ia dito 51
  • 52. ant e s. Ele ainda e st av a cu lt uando se u I fá . O lo fin r e spo nde u e dis se , “Q ual I fá O luko t un A jamlo lo e st á cult uando ? O I fá fav or e ce u a e le ?” M ais t ar de , O luk ot un A jamlo lo c he go u par a r ealizar div inação de I fá par a Olo fin. I fá disse que não hav ia nada de e rr ado co m O lo fin; e le ape nas e st av a se nt indo dific uldade par a dor mir à no it e . Po rt ant o , co mo par t e do sa cr ifí cio , e le dev e r ia co nce de r à O luko t un: sua filha mais ve lha ado r nada co m co nt as e m se us pulso s e to rno ze lo s, uma cabr a gr ande , e quat ro mil e quat r o ce nto s búzio s. O lo fin r e alizo u o sa cr ifí cio . A ssi m que O luk ot un e st av a indo par a casa co m o s mate r iais do sa cr ifí cio , as pe sso as co me çar am a ridi cular izá-lo e a O lo fin, per g unt ando , “C o mo po de O lo fin co nce de r sua filha à e st e po br e Oluk ot un ?”. Ele s ar r ancar am a be la garo t a de O luko t un e a de r am par a um o ba (r e i). Ela se to r no u a e spo sa do re i. O o ba també m não po dia do r mir be m e fo i fo r çado a pro c ur ar por O luk ot un A jamlo lo par a v ir e co nsult ar I fá par a e le . Oluk o t un v e io e dis se ao oba que e le e st av a incapacit ado de dor mir pro fu ndame nt e à no it e . Po rt ant o , se e le quise s se afast ar a mor t e súbit a, e le t er ia que co nce de r ao Babalawo que co nsult o u I fá par a e le : sua jo v e m rainha, duas cabr as g rande s, e quatr o mil e quat ro ce nt o s b úzio s. O o ba re alizo u o sacr ifí cio . O luk ot un A jamlo lo car r eg o u o s mat er iais do sacr ifí cio par a casa e canto u a se g uint e can ção : Ek umini, Ek umin i, e is co mo I fá po de se r favo r áv e l, e ass im por diant e . C o m e st e O dù nó s apr e nde mo s co mo Oluk o t un A jamlo lo fo i be lame nt e re co mpe n sado e fav or e cido de v ido à sua inabaláv e l cr e nça e m I fá . 17 – 2 (t r adução do ve r so ) (...) 52
  • 53. (...) co nsult o u I fá par a A lag e mo (ca male ão ) quando e le ia ce le br ar as fe st iv idade s anuai s co m Olok un. F o i pe dido a e le par a sacr ifi car vint e mil búz io s, duze nt o s po mbo s, e uma v ar ie dade de t e cido s. Ele se g ui u o co nse l ho . O s div inado r e s pr e par ar am re mé dio de I fá par a e le . A lag e mo e nt ão e nv io u uma me nsag e m par a O lo k un dize ndo que e le ia part ic ipar das fe st iv idade s. Ele g o st ar ia de co mpe t ir co m Olo k un ao usar r o upas idê nt icas. O lo k un r e spo nde u, “Tudo be m! Co mo v o cê se at r ev e , A lag e mo ?” Ele disse que ag uar dar ia a che g ada de A lag e mo . A lag e mo che go u no dia pr o po st o . O lo k un ini cio u a co mpe t ição . Q ualque r ro upa que O lok un u sasse , A lag e mo usar ia a me s ma e as ig ualar ia. A pó s um cur to t e mpo , Olok un fico u zang ado e de cidiu que e le t e nt ar ia blo que ar o caminho de fo r ma que A lag e mo achar ia impo s sí ve l re to r nar par a casa. Ele fo i bu scar o aux í lio do s fe it ice ir o s e br ux as par a co lo car o bst ácu lo s no caminho de A lag e mo . Alag e mo po r sua ve z fo i co ns ult ar o s Babala wo s so br e o que e le dev e r ia fazer par a e v it ar qualq uer impe di me nto e m se u cam inho par a casa. Ele fo i o r ie nt ado a sa cr ificar e ni- ag bafi (uma e st e ir a de r áfia), ig ba- e wo (uma cabaça [co m] inhame s as sado s amas sado s), e alg uma s o utr as co isas. Ele se g ui u o co nse lho . O re mé dio de I fá fo i pr e par ado par a e le . F oi e ns inado a e le a se g uint e canção : O so ibe e jo wo mi. A je ibe e jo wo mi. Bi I g un ba j’ e bo a jo o eg ba. (Po ssa m as fe it ice ir as aqui me de ix ar e m paz Po s sam as br ux as aqui me de ix ar e m e m paz Se um abut r e co me o sacr ifí cio , e le de ix a a caba ça aqui). F o i ainda pe dido a e le que e st icas se a e st e ir a no r io e se se nt as se so br e e la. A lag e mo fe z co mo fo i dit o por se us Babalawo e e le fo i capaz de vo lt ar par a ca sa. A lag e mo re alizo u o s sa cr ifí cio s pre s cr it o s por se us Babala wo e fo i por t anto capaz de s upe r ar o s o bst áculo s que O lo k un ame aço u co lo car e m se u cam inho . 53
  • 54. O rác ulo 18 Oyekulogbe Est e Odù s ug er e que o clie nt e ir á e nco ntr ar um co nf lito . Ao inv é s de e nv o lv e r - se , o clie nt e de v e se r um me diado r . E assim faze ndo , e le o u e la ir á t er v ant ag e m. Est e O dù t ambé m no s pr e v ine par a ser mo s cuidado so s co m amigo s que po ssam ca usar de st r uição da ca sa/ famí lia. Um ca minho de t rabalho ou car r e ir a apar e ce m blo que ado s o u dificu lto so s. Na filo so fia Yo r ùbá , não há ida se m vo lt a. Odù O ye k ulo g be , o dé ci mo -o it avo O dù na o rde m fix a de Òr únmì là, r e pr e se nt a a v isit a de re t or no de Oy ek u, no lado dir e ito do O dù, à Og be , ago r a na e sque r da. Po rt ant o e st e Odù co mplet a o cic lo de mo v ime nt o s de O g be a Oy ek u e de Oy ek u de vo lt a a O g be . 18 – 1 (t r adução do ve r so ) A g ila A wo , Ag ila A wo , Opa g ilag ila A wo co nsult o u I fá par a alade me r indilo g un (de ze s se is re is) e Òr únmì là. I fá pr ev iu a che g ada de alg uns e st r anho s que ir iam lut ar um co nt r a o o utr o . Fo i por t anto o rie nt ado a e le s par a ofe r e ce r sacr ifí cio s de fo r ma a te r paz apó s a part ida do s e st r anho s. O sacr ifí cio : de ze s se is car acó is, duas cabr as, e t r int a e do is mil búzio s. Ò r únmì là fo i o único que r e alizo u o sa cr ifí cio . Q uando o s e str anho s che g ar am, e le s e ntr ar am na casa de A lar a e co me çar am a bat e r um no o utr o . A lar a o s co lo co u par a for a. O s e st r anho s t ambé m v ier am par a a ca sa de A je ro e par a as [ca sas ] do s quat or ze r e is r e st ant e s. To do s e le s puse r am o s e st r anho s par a for a. M as quando o s e st r anho s che g ar am à casa de Òr únmì là e co me çar am a bate r um no o utr o , Òr únmì là t e nto u pac ificá -lo s. Din he iro e co nt as e st av am caindo de st e s e str anho s e m lut a. Òr únmì là e st av a 54
  • 55. o cupado r e co lhe ndo to do o dinhe ir o e co nt as e jó ias pr e cio sas. A lut a e ntr e o s e st r anho s co nt inuo u por dias, at é que a ca sa de Ò r únmì là e st av a r e plet a de dinhe ir o e to das as co isas bo as. O ye k ulo g be ! Edu se t ranqu ilizo u. O s no me s do s de ze s se is r e is pr incipai s são : O lo w u, O libini, Alar a, A jer o , O rang un, Ewi, A laafin- Oy o, O wor e , Ele pe , O ba- A dada, Alaajo g un, Olu- O y inbo , Olu- Sabe , Olo wo , O lu-Tapa, e Olok o o u O sinle . O s r e is po ss ue m r ique zas e t o das as bo as co isas, mas não t e m paz. Ò r únmì là, o único a r e alizar o sacr ifí cio , t ev e paz co mple t a. Est a é a r azão po r que to do s o s r e is dev e m mant er Babala wo co mo co nse l he iro s, e spe cialme nt e quando e le s se co nfr o nt am co m pro ble ma s o u pr eo c upaçõ e s. 18 – 2 (t r adução do ve r so ) A r un-po se - ir e k e co nsult o u I fá par a O mo - nle (lag ar t ix a) quando e le ia mo r ar co m Or o (par e de de barr o ). O mo -nle fo i o rie nt ado a sacr ificar quat ro po mbas de mo do a as se g ur ar um lug ar co nfo rt áv e l par a mo r ar . Ele fe z o sa cr ifí cio . O ro fo i aco nse lhada a sacr ifi car de mo do a não ace it ar amizade co m qualque r um que a e scav asse . U m g alo fo i pe dido par a e st e sacr ifí cio . O ro se r e cuso u a sacr ifi car . Po r que Or o se re cu so u a r ealizar o sacr ifí cio pr e s cr it o po r I fá, e la t ev e que fo r ne ce r alo jame nt o par a O mo -nle . Em o ut r as palavr as, as lag ar t ix as ago r a viv e m e m par e de s de bar ro . 55
  • 56. O rác ulo 19 Ogbewehin Est e O dù fala de co nfusão e mo cio nal. També m asse g ur a co nclu sõ e s be m s uce dida s. Ele no s fala par a co nfiar e m ex pe r iê ncias ant e r io r e s. O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e e st á fr e qüe nt e me nt e co me çando o u te r minando um re lacio name nt o . 19 – 1 (t r adução do ve r so ) (...) r e alizo u div ina ção de I fá par a O g be quando e le ia v isit ar co m I wor i. F o i pe dido a e le par a sacr ifi car t rê s bo de s, t rê s g alo s, a r o upa que e le e st av a v e st indo , e um rato do mat o (o r ato de v e ser mant ido e m pé atr ás de Èsù ). Po r que e le re t or nar ia co m r ique zas, e le de v er ia se asse g ur ar que a r ique za não e scapar ia de le . Ele fe z o sa cr ifí cio . Q ualque r pe sso a par a que m e st e O dù é lançado dev e se mpr e o fer e ce r sacr ifí cio par a g ar ant ir um final fe liz o u be m suce d ido . 19 – 2 (t r adução do ve r so ) O g be ho faa faa co ns ulto u I fá par a A luk unr in (o co rv o ). 56
  • 57. F o i dito a e le par a sacr ifi car as duas única s ro upas que e le po ss uí a ( uma pr e t a, u ma br anca ), um bo de , e u m car ne ir o de mo do à não e nlo uque ce r , e se e le de se jas se se r t rat ado pe lo s Babalawo . O re mé dio de I fá (se e le fize sse o sa cr ifí cio ) : De r r amar o sang ue do bo de de nt ro de um po t e g rande ante s de co lo car masin win (o g bo e fo lhas de e su su) de ntr o do po t e . Adic io ne ág ua par a e le se lav ar . A luk unr in se re cu so u a faze r o sa cr ifí cio . A que le s nascido s por e st e O dù ge r alme nt e e nlo uque ce m. 57
  • 58. Or ác ulo 20 Iworibogbe Est e Odù fala pr ime ir ame nte de fil ho s e e nco r aja uma at mo sfe r a so cial po sit iv a par a mant er o be m e st ar da famí lia. O bse r v ação o cide nt al: O clie nt e é muit o sé r io e pr e cisa de "r e cr e io " — Te r alg uma div e r são simple s e pue r il par a r e st aur ar o e quilí br io . 20 – 1 (t r adução do ve r so ) (...) Ele dis se que alg o dev e r ia se r o fe r e cido à cr iança de for ma que a cr iança não v ie sse a mo rr e r : inhame amassa do , uma g alinha, e t rê s mil e duze nt o s búzio s. I fá dis se que e le s dev e r iam co zinhar a co mida e a g alinha pr e scr ito s, re unir t o das as cr iança s, e pe r mit ir que o s co mpan he iro s de re cr e ação da cr iança do e nt e co mam da co mida o fer e cida. I fá disse que a cr iança do e nt e ir ia fi car be m se u ma fe st a fo s se fe it a par a se us co mpanhe iro de r e cr e ação . 20 – 2 (t r adução do ve r so ) (...) co ns ulto u I fá par a Er uk uk u-ile (po mbo ) e Er uk uk u -o ko (po mba ). A mbo s e st av am so fr e ndo por falt a de filho t e s. F o i pe dido a e le s par a sacr ifi car quiabo , bast ant e inha me , u m fe ix e de v ar e t as, um pot e g rande , e t rê s mil e duze nt o s búz io s. 58
  • 59. O po mbo re alizo u o sacr ifí cio mas a po mba se re cu so u. A po mba t ev e do is fil hot e s e o po mbo te v e do is filho t e s. A po mba dis se que e la não sa cr ifico u e ainda assim te v e do is filho t e s. Ela fo i co n str uir se u ninho na árv or e e g ung un. Ve io uma te mpe st ade , a árv o re e g ung un fo i ar r ancada co m r aí ze s, e o s filho t e s da po mba mo rr e r am. Ela g r it o u, “O pr ime ir o e o se g undo e u não v i.” O po mbo gr it o u, “Eu fique i de co st as par a o pot e e não mo rr i.” O pot e e ra u m do s mat er iais que o po m bo tinha sacr ificado . Ele fo i capaz de pro t eg e r se u s fil hot e s co m o po t e . Ele s so br ev iv er am. 59
  • 60. Or ác ulo 21 Ogbedi Est e O dù fala da ne ce ssidade de ex e cut ar o sacr ifí cio cor r et o par a que se ev it e co nfu sõ e s o u zo m bar ia. O bse rv ação o cide nt al: O clie nt e e st á se nt indo o u e st á co m me do de pr e ssõ e s e mo cio nais. Po ssi bilidade s pr at ica s não po de m ser re alizadas at é que e st a pr e s são se ja aliv iada. A pr e ssão ve m muit as v e ze s de que st õ e s de re lacio name nt o s. 21 – 1 (t r adução do ve r so ) K uk ut e -ag bo n Ko ro jiji co nsult o u I fá par a Og be Q uando O g be fo i ca çar e m uma ex pe dição . F o i pe dido a e le que sacr ifica sse De mane ir a que e le não e nco nt r asse obst ác ulo s ali; Tr ê s ca br it o s, t rê s fr ang o s e 6 000 búzio s. Ele se re cu so u a sa cr ificar . Q uando e le che g o u à flor e st a, a ch uv a caiu Enqua nto e le co rr ia, v iu um bur aco lar g o que pe nso u e le e st ar e m uma árv or e o u e m um for mig ue ir o Ele e nt ro u no bur aco e não so ube que er a um e le fant e que t inha abe rt o se u â nus. O e le fant e fe cho u se u ânu s co m e le de nt ro . Ele não pô de de sco br ir uma saí da. Se us co mpan he iro s co me çar am a pro cur a- lo . De po is de um t e mpo , quando e le s não o pude r am achar , e le s de cidir am e x e cut ar o sacr ifí cio que e le t inha ne g lig e nciado . Ele fo i e x cr et ado e nt ão pe lo e le fant e . 60