2. Origens do Conflito
• Por volta do século IX, comunidades judaicas foram restabelecidas em Jerusalém e
Tibérias. No século XI, a população judaica crescia nas cidades de Rafah, Gaza,
Ashkelon, Jaffa e Caesarea. Durante o século XII, muitos judeus que viviam na Terra
Prometida foram massacrados pelas Cruzadas, mas nos séculos seguintes, a
imigração para a Terra de Israel continuou. Mais comunidades religiosas judaicas
estavam se fixando em Jerusalém e em outras cidades.
• Um dos pontos fundamentais da fé judaica é que todo o povo será liderado de
volta à Terra de Israel e que o Templo Sagrado será restabelecido. Muitos judeus
acreditam que o Messias, que será enviado por Deus, irá liderar o retorno de todo
o povo judeu à Terra de Israel.
• Contudo, muitos judeus acreditavam que eles próprios deveriam iniciar seu
retorno à sua terra histórica. A idéia de estabelecer um estado judeu moderno
começou a ganhar grande popularidade no século XIX na Europa. Um jornalista
austríaco chamado Theodor Herzl levou adiante a idéia do sionismo, definido
como o movimento nacional de libertação do povo judeu. O sionismo afirma que o
povo judeu tem direito ao seu próprio estado, soberano e independente.
• No final do século XIX, o aparecimento do anti-semitismo, o preconceito e ódio
contra judeus, levaram ao surgimento de pogroms (massacres organizados de
judeus) na Rússia e na Europa Oriental. Esta violência notória contra judeus
europeus ocasionou imigrações maciças para a Terra de Israel. Em 1914, o número
de imigrantes vindos da Rússia para a Terra de Israel já alcançava os 100.000.
Simultaneamente, muitos judeus vindos do Iêmen, Marrocos, Iraque e Turquia
imigraram para a Terra de Israel. Quando os judeus começaram, em 1882, a
imigrar para seu antigo território em grande escala, viviam por lá menos de
250.000 árabes.
3. REIVINDICAÇOES DO POVO JUDEU
• O povo judeu baseia suas reivindicações pela Terra de Israel em
diversos fatores:
• 1. A Terra de Israel foi prometida por Deus aos judeus. Esta é a
antiga terra dos patriarcas e profetas bíblicos.
• 2. Desde que os judeus foram exilados pelos romanos, a Terra de
Israel nunca foi estabelecida como um estado.
• 3. O estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas em 1947. É um
estado democrático, moderno e soberano.
• 4. Toda a Terra de Israel foi comprada pelos judeus ou conquistada
por Israel em guerras de defesa, após o país ter sido atacado por
seus vizinhos árabes.
• 5. Os árabes controlam 99.9% do território no Oriente Médio. Israel
representa apenas um décimo de 1 % da região.
• 6. A história demonstrou que a segurança do povo judeu apenas
pode ser garantida através da existência de um estado judeu forte e
soberano.
4.
5. • Em 1921, o Secretário Colonial Winston Churchill separou
quase quatro-quintos da Palestina – aproximadamente 35.000
milhas quadradas - para criar um emirado árabe, a
Transjordânia, conhecida hoje como Jordânia. Este país, que é
uma monarquia árabe, é em sua maioria composto por
palestinos que hoje representam aproximadamente 70% da
população.
• Em 1939, os britânicos anunciaram o White Paper (Carta
Branca), um documento relatando que um estado árabe
independente e não dividido seria estabelecido na Terra de
Israel (chamada de Palestina) dentro de 10 anos. O
nacionalismo árabe cresceu com a promessa de um estado
forte. Mas, como discutiremos futuramente, os britânicos não
foram capazes de manter sua promessa aos árabes. Em vez
disso, em 1947, as Nações Unidas decidiram dividir a Terra de
Israel em dois estados: um judeu e outro árabe. Em 1948, foi
estabelecido o estado de Israel. Quando seus vizinhos árabes
atacaram o novo estado judeu, teve início a primeira guerra
árabe-israelense. Durante o estabelecimento do estado de
Israel e durante a primeira guerra entre árabes e israelenses,
mais da metade dos árabes que viviam na Terra de Israel
fugiram, dando início ao problema ainda hoje vigente de
refugiados palestinos, que discutiremos nos próximos artigos.
6. REIVIDICAÇÕES DO POVO PALESTINO
• O povo palestino baseia suas reivindicações pela Terra de
Israel em diversos fatores:
• 1. Os árabes muçulmanos viveram no local por muitos
anos.
• 2. O povo palestino tem o direito à independência
nacional e à soberania sobre a terra onde viveram.
• 3. Jerusalém é a terceira cidade sagrada na religião
muçulmana, local de elevação do profeta Maomé aos
Céus.
• 4. O Oriente Médio é dominado por árabes. Outras
religiões ou nacionalidades não pertencem à região.
• 5. Todos os territórios árabes que foram colonizados
tornaram-se estados completamente independentes,
exceto a Palestina.
• 6. Os palestinos tornaram-se refugiados.
7.
8.
9. •
GUERRA dos ocidentais (principalmente
Com o objetivo de garantir o acesso
DE SUEZ
franceses e ingleses) ao comércio oriental, antes realizado pelo contorno do
sul da África. O controle das operações realizadas no canal ficou sob o
domínio inglês e continuou mesmo após a independência do Egito. No
entanto, em 1952, um Golpe de Estado realizado pelo revolucionário Gamal
Abdel Nasser pôs fim ao regime monárquico do rei Faruk. A liderança de
Nasser no governo egípcio revelou uma política de caráter nacionalista,
buscando a modernização do Estado por meio da reforma agrária, do
desenvolvimento da indústria e de uma melhor distribuição de renda. A luta
contra o Estado de Israel, entretanto, não deixou de ser alimentada.
• Numa atitude de combate ao colonialismo anglo-francês, Abdel Nasser
nacionalizou o Canal de Suez e proibiu a navegação de navios israelenses no
local. A medida causou um grande impacto na Inglaterra, França e Israel
que, então, iniciaram uma guerra contra o Egito. No desenrolar do conflito,
os egípcios foram derrotados, mas os Estados Unidos e a União Soviética
interferiram, obrigando os três países a retirarem-se dos territórios
ocupados. Ao final, o Canal de Suez voltava, definitivamente, para o Egito,
mas com o direito de navegação estendido a qualquer país.
• A Guerra de Suez revelou uma nova referência para o contexto político da
região: a cumplicidade de Israel com as potências imperialistas ocidentais.
Tal constatação acentuou a ruptura entre árabes e judeus, abrindo
precedentes para novos conflitos.
10.
11. INTIFADA
• Como Arafat insistia em negociar uma solução para a Questão
Palestina, houve uma dissidência dentro da Organização para a
Libertação da Palestina e, em maio de 1983, as forças leais a Arafat
começaram a enfrentar rebeldes chefiados por Abu Mussa.
• Arafat, por sua vez, firmou novas alianças com o presidente do
Egito, Hosni Mubarak, e com o Rei Hussein, da Jordânia, e se
reelegeu presidente da OLP no ano seguinte.Em 1985, Yasser e
Hussein fizeram uma oferta de paz a Israel, em troca de sua
retirada dos territórios ocupados. Os judeus, além de rejeitarem a
proposta, mantiveram o exército naquelas regiões.
• Em 1987 explodiu uma rebelião popular em Gaza, cujo estopim foi
o atropelamento e morte de quatro palestinos por um caminhão
do exército israelense. Adolescentes, munidos de paus e pedras,
enfrentaram, nas ruas, os soldados israelenses e o levante se
alastrou. A repressão israelense foi brutal. Os soldados combatiam
os paus e pedras com bombas de gás, tanques e balas de
borracha.
12.
13. GUERRA DO LÍBANO
• O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa
de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas
(muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos
representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos
ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram
ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos
inferiores ficavam com os drusos, xiitas e ortodoxos. No entanto, os sucessivos
conflitos na Palestina fizeram com que um grande número de palestinos se
refugiasse no Líbano, descontrolando o modelo de poder adotado, já que os
muçulmanos passaram a constituir a maioria no Líbano. A Síria rompeu sua aliança
com a OLP e resolveu intervir no conflito ao lado dos cristãos maronitas. Durante a
ocupação israelense aconteceram os massacres de Sabra e Chatila. Foi com o apoio
norte-americano que o cristão maronita Amin Gemayel chegou ao poder em 1982.
• Revoltados com a presença das tropas norte-americanas na região, o quartel-
general da Marinha americana foi atacado em outubro de 1983 e causou a morte
de 241 fuzileiros. O atentado e a pressão internacional fizeram com que os Estados
Unidos retirassem suas tropas do Líbano em fevereiro de 1984. As tropas
israelenses também foram retiradas do Líbano, o que enfraqueceu os cristãos.
• Os drusos se aproveitaram desta situação, dominaram a região do Chuf, a leste de
Beirute, e expulsaram as comunidades maronitas entre 1984 e 1985. De outro lado,
o sírio Hafez Assad e seus partidários libaneses detonaram uma onda de atentados
a bairros cristãos e tentavam assassinar os auxiliares do presidente Amin Gemayel,
que resistiu e permaneceu no poder até 1988.
• Desde então, o Líbano está tentando reconstruir sua economia e suas cidades. O
país é tutelado pela Síria.
14.
15.
16. CONFLITO IRÃ IRAQUE
• Começa em setembro de 1980 com a invasão do Irã e a destruição
de Khorramshar, onde fica a refinaria de Abadã, por tropas
iraquianas. O pretexto é o repúdio, pelo governo iraquiano, ao
Acordo de Argel (1975), que define os limites dos dois países no
Chatt-el-Arab, canal de acesso do Iraque ao golfo Pérsico.
• O Iraque quer soberania completa sobre o canal e teme que o Irã
sob Khomeini tente bloquear o transporte do petróleo iraquiano
ao golfo Pérsico pelo canal. Khomeini havia sido expulso do Iraque
em 1978, a pedido do xá Reza Pahlevi, e o presidente iraquiano,
Saddam Hussein, dera apoio aos movimentos contra-
revolucionários de Baktiar e do general Oveissi.
• O novo regime iraniano apóia o separatismo dos curdos no norte
do Iraque e convoca os xiitas iraquianos a rebelarem-se contra o
governo sunita de Saddam. O Irã bloqueia o porto de Basra e
ocupa a ilha de Majnun, no pântano de Hoelza, onde estão os
principais poços petrolíferos do Iraque. Este bombardeia navios
petroleiros no golfo, usa armas químicas proibidas e ataca alvos
civis. Há pouco avanço nas frentes de luta, mas o conflito deixa 1
milhão de mortos ao terminar em 1988.
17.
18. •
GUERRA entre o Kuwait e o Iraque de 2 de agosto de
Conflito militar ocorrido inicialmente
DO GOLFO
1990 a 27 de fevereiro de 1991, que acaba por envolver outros países. A crise
começa quando o Iraque, liderado pelo presidente Saddam Hussein (1937-), invade
o Kuwait. Como pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no
preço do petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep). Hussein exige que o Kuwait perdoe a
dívida de US$ 10 bilhões contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e
também cobra indenização de US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuweitianos
extraíram petróleo de campos iraquianos na região fronteiriça de Rumaila. Estão
ainda em jogo antigas questões de limites, como o controle dos portos de Bubiyan
e Uarba, que dariam ao Iraque novo acesso ao Golfo Pérsico.
• A invasão acontece apesar das tentativas de mediação da Arábia Saudita, do Egito e
da Liga Árabe. As reações internacionais são imediatas. O Kuwait é grande produtor
de petróleo e país estratégico para as economias industrializadas na região. Em 6
de agosto, a ONU impõe um boicote econômico ao Iraque. No dia 28, Hussein
proclama a anexação do Kuwait como sua 19ª província. Aumenta a pressão norte-
americana para a ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os
árabes em torno de sua causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação
de um Estado palestino. A Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças
dos EUA, do Reino Unido, da França, do Egito, da Síria e de países que formam a
coalizão anti-Hussein. Fracassam as tentativas de solução diplomática, e, em 29 de
novembro, a ONU autoriza o ataque contra o Iraque, caso seu Exército não se retire
do Kuwait até 15 de janeiro de 1991. Em 16 de janeiro, as forças coligadas de 28
países liderados pelos EUA dão início ao bombardeio aéreo de Bagdá, que se rende
em 27 de fevereiro. Como parte do acordo de cessar-fogo, o Iraque permite a
inspeção de suas instalações nucleares.