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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS – EST
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO – STA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
CAROLINA LINS PAIXÃO
COMO MEDIR O NÍVEL DE ALFABETIZAÇÃO
FINANCEIRA DOS BRASILEIROS?
UMA PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO
Niterói
2017
2
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CAROLINA LINS PAIXÃO
COMO MEDIR O NÍVEL DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA DOS
BRASILEIROS? UMA PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Federal Fluminense como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Bacharel em Administração
Orientador: Prof. Dr. Eduardo da Silva Camilo
Niterói
2017
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo propor um questionário para mensurar o nível de
alfabetização financeira dos brasileiros, a partir das dimensões do conhecimento, atitude
e comportamento financeiros, a fim de permitir a análise de como esses elementos, além
de variáveis socioeconômicas e demográficas, podem afetar a tomada de decisões no
âmbito das finanças pessoais. Para tanto, realizou-se levantamento bibliográfico de
pesquisas já publicadas sobre o assunto. Constatou-se que o tema abordado é importante
para a vida de todos os cidadãos, todavia, só se obtém sucesso quando associado ao acesso
a informações apropriadas, planejamento e equilíbrio pessoal.
Palavras-chave: Alfabetização Financeira; Conhecimento; Atitude; Comportamento;
Brasileiros.
4
ABSTRACT
The purpose of this study was to propose a questionnaire to measure the level of
financial literacy of Brazilians, based on the dimensions of knowledge, attitude and
financial behavior in order to allow the analysis of how these elements, besides
socioeconomic and demographic variables, can affect decision-making in the area of
personal finance. For that, a bibliographical survey of previously published research on
the subject was carried out. It was found that the topic addressed is important for the lives
of all citizens, however, success is only achieved when associated with access to the
appropriate information, planning and personal balance.
Keywords: Financial Literacy; Knowledge; Attitude; Behavior; Brazilians.
5
Sumário
1. Introdução ................................................................................................................. 6
1.1) Contextualização ............................................................................................... 6
1.2) Definição do Problema ..................................................................................... 7
1.3) Objetivo Geral ................................................................................................... 7
2.1) Objetivos Específicos ........................................................................................ 8
2. Referencial Teórico .................................................................................................. 8
2.1) Alfabetização Financeira ................................................................................. 8
2.1.1) As dimensões da Alfabetização Financeira...................................................... 9
2.2) Finanças Comportamentais ........................................................................... 10
3. Metodologia ............................................................................................................ 11
4. Questionário para Medir Nível de Alfabetização Financeira ............................ 12
4.1) Metodologia de formulação do questionário ................................................ 12
4.1.1) Elaboração do questionário ........................................................................... 12
4.2) Revisão bibliográfica e pesquisa de recomendações .................................... 12
4.3) Elaboração das perguntas .............................................................................. 13
5. Conclusão ................................................................................................................ 18
Referências Bibliográficas ........................................................................................... 19
Anexo I – Questionário Proposto ................................................................................ 22
6
1. Introdução
1.1) Contextualização
Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e o consequente propósito do
Governo Federal em realizar uma reforma na Previdência Social, os cidadãos deverão se
familiarizar com conceitos que ofereçam uma compreensão do que pode influenciar o
país onde vive e suas relações com outras pessoas. O domínio de parte desses conceitos
pode ser adquirido a partir da educação financeira pois, de acordo com o Banco Central
do Brasil, ela é o meio que provê conhecimentos e informações sobre comportamentos
básicos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e suas
comunidades.
Além disso, a instituição acredita que a educação financeira é um instrumento de
promoção do desenvolvimento econômico, já que a qualidade das decisões financeiras
dos cidadãos influencia toda a economia, pois está diretamente ligada a questões como
grau de endividamento e inadimplência dos indivíduos e a capacidade de investimento
dos países.
Entretanto, Wartchow e Webber (2017) observaram que a diversidade da ação humana,
seus aspectos emocionais e vieses comportamentais são importantes no processo de
tomada de decisão, e muitas vezes, ignorados quando o tema Educação Financeira é
tratado. Os autores ainda consideram que cada pessoa, sujeita a diversas questões
comportamentais particulares, tais como: autocontrole, planejamento e ambiente
sociocultural pode tomar decisões que a conduzam ao bem-estar financeiro.
Já Fernandes et. al. (2014) realizaram um estudo para analisar a relação entre os níveis
de educação financeira e a qualidade das decisões financeiras individuais, no qual
concluíram que a educação financeira influencia positivamente no comportamento
financeiro. Todavia, eles observaram que uma melhora na educação das pessoas
justificaria apenas 0,1% das variações no comportamento financeiro, com isso, concluiu-
se que uma modificação no comportamento requer mais que uma adição ao
conhecimento.
Os autores também concluíram, por meio de pesquisa empírica, que os efeitos da
educação financeira diminuem quando fatores psicológicos são controlados, e que tais
fatores foram desprezados em grande parte dos estudos anteriores.
7
Para Huston (2010), a alfabetização financeira possui uma abordagem mais ampla que
a educação financeira, por englobar não só o entendimento, representado pelo
conhecimento financeiro pessoal, como também sua utilização, que é a aplicação desse
conhecimento na gestão das finanças pessoais.
Assim, a educação financeira representa uma alternativa junto as particularidades
humanas (habilidades, experiências, emoções) para alcançar maior alfabetização
financeira.
Esse cenário de contradição entre as decisões embasadas pela educação financeira e as
influências psicológicas em cada indivíduo levou a pensar a criação de uma ferramenta
para aferir o nível de alfabetização financeira dos brasileiros, já que, desde a crise
econômica mundial de 2008, nota-se a expansão do mercado de crédito no Brasil e o
aumento da inadimplência dos consumidores, fruto do consequente excesso de
endividamento, que podem ser justificados pela ausência de alfabetização financeira da
população.
Desse modo, o presente trabalho pretende verificar se o conhecimento financeiro pode
influenciar de forma positiva na tomada de decisões financeiras e como os fatores
emocionais podem afetar essas escolhas, a fim de sugerir a otimização da orientação aos
brasileiros ao lidar com suas finanças que, com o aumento da oferta de serviços
financeiros e o avanço no mercado de crédito, exigem melhor discernimento e cuidado
na tomada de decisões.
1.2) Definição do Problema
Diante da complexidade nas decisões financeiras dos indivíduos, embasadas pela
educação financeira, mas também influenciadas por fatores psicológicos, questiona-se:
como medir o nível de alfabetização financeira dos brasileiros?
1.3) Objetivo Geral
O objetivo geral do presente trabalho é desenvolver um questionário para aferir o grau
de alfabetização financeira das pessoas, que leva em consideração três dimensões –
Conhecimento, Atitude e Comportamento – de modo a analisar como esses elementos,
além de variáveis socioeconômicas e demográficas podem interferir na tomada de
decisões financeiras.
Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico apresentando que a forma como
8
os indivíduos definem suas escolhas no âmbito das finanças vai além do acesso a
informações financeiras, já que também há a atuação do viés comportamental, fator que,
em grande parte das abordagens na área de educação financeira, é ignorado.
1.4) Objetivos Específicos
Os objetivos específicos do presente estudo são:
§ Explicitar a revisão da abordagem da educação financeira, propondo a
consideração dos vieses comportamentais e outros aspectos emocionais e não
apenas o entendimento de conceitos financeiros;
§ Definir o conceito de alfabetização financeira e apresentar suas três
dimensões.
2. Referencial Teórico
2.1) Alfabetização Financeira
De acordo com Huston (2010), o termo alfabetização financeira, tem sido aplicado, em
muitos casos, como sinônimo de educação financeira. Entretanto, utilizá-los de maneira
intercambiável pode causar problemas, já que, ao contrário do que muitos autores
expõem, esses dois conceitos têm significados distintos, já que a alfabetização financeira
vai além da educação financeira.
Para a autora, a alfabetização financeira pode ser definida a partir de duas dimensões:
entendimento (conhecimento financeiro pessoal) e uso (aplicação nas finanças pessoais).
Ela também afirma que, ao contrário do que algumas definições propõem, não há um
consenso do conceito que deve ser aceito universalmente. Ainda segundo a autora, a
alfabetização financeira pode ser conceituada como a medida de como o indivíduo
compreende e utiliza informações ligadas a finanças pessoais.
Moore (2003) ressalta que os indivíduos são considerados alfabetizados
financeiramente se eles são competentes e conseguem demonstrar que eles usam o
conhecimento que aprenderam. Para ele, a alfabetização financeira é obtida a partir de
experiências práticas e integração ativa do conhecimento.
O autor ainda afirma que, a medida que as pessoas se tornam mais alfabetizadas
financeiramente, elas tendem a se tornarem mais sofisticadas financeiramente e isso leva
a crer que um indivíduo pode se tornar mais competente. Além disso, ele observa que
sofisticação e competência financeira implicam em desenvolvimento do entendimento e
9
refinamento prático do conhecimento a partir da integração entre experiência e educação
financeira. (MOORE, 2003, p.29)
Já Remund (2010), baseado em revisões que fez de estudos publicados desde 2000,
sobre o assunto, concluiu que, a maioria das definições sobre alfabetização financeira
combinam-se em cinco categorias: 1) conhecimento de conceitos financeiros, 2)
habilidade em comunicar a respeito de conceitos financeiros; 3) aptidão em gerenciar
finanças pessoais; 4) habilidade em tomar decisões financeiras apropriadas e 5) confiança
em realizar um planejamento efetivo de necessidades financeiras para o futuro.
A partir das revisões realizadas, o autor construiu a seguinte definição para a
alfabetização financeira:
A alfabetização financeira é a medida do nível que cada um entende conceitos-
chave de finanças e possui a habilidade e confiança para gerenciar suas finanças
pessoais, a partir de apropriadas e seguras tomadas de decisões de curto prazo e
planejamento financeiro de longo prazo, mesmo em meio às diversas situações
que ocorrem em sua vida e às alterações de condições econômicas. (REMUND,
2010, p. 284, tradução nossa)
Para a OECD (2012), a alfabetização financeira é uma combinação de consciência
financeira, conhecimento, habilidades, atitudes e comportamentos necessários para tomar
decisões financeiras sólidas e, consequentemente, alcançar bem-estar financeiro.
Apesar de existir diversos conceitos e dimensões aplicados à alfabetização financeira, o
presente trabalho se baseará na definição da OECD, já que o mesmo sugere, de forma
ampla, a ideia de que a alfabetização financeira trata da habilidade dos indivíduos em
adquirir, entender e ponderar informações financeiras, as quais são necessárias para uma
boa tomada de decisão, com o intuito de gerir adequadamente o futuro financeiro do
indivíduo (POTRICH, VIEIRA e KIRCH, 2016). Deste modo, a OECD (2013) define a
alfabetização financeira em três dimensões: conhecimento financeiro, comportamento
financeiro e atitude financeira.
2.1.1) As Dimensões da Alfabetização Financeira
A dimensão do conhecimento financeiro considera que o indivíduo possui algum
conhecimento básico de conceitos financeiros fundamentais e a capacidade de aplicar
habilidades de aritmética em situações financeiras. (OECD, 2013)
Moore (2003), ao tratar do comportamento financeiro, o separa em duas classes:
comportamento positivo e comportamento negativo. Segundo ele, os comportamentos
positivos podem ser interpretados como uma habilidade que, quanto mais eles são
10
praticados, mais protecionistas ou geradores de riqueza serão seus efeitos
financeiramente. Já os comportamentos negativos são aqueles que induzem mais o
indivíduo ao risco. Podem também serem definidos como comportamentos que preveem
custos, redução de riqueza ou prováveis de ocasionar perdas financeiras quanto mais
ocorrem.
Já a atitude financeira, Ajzen (1991 apud POTRICH; VIEIRA; KIRCH, 2016, p. 154)
define como “as crenças econômicas e não econômicas possuídas por um tomador de
decisão”. Para Atkinson e Messy (2012), se as pessoas têm uma atitude bastante negativa
em relação ao seu futuro, por exemplo, argumenta-se que eles estarão menos inclinados
a assumir esse comportamento. Os autores ainda observam que, da mesma forma, se os
indivíduos preferem priorizar desejos de curto prazo ao invés de uma segurança de longo
prazo, é improvável que eles formem uma poupança de emergência ou façam planos
financeiros de longo prazo.
2.2) Finanças Comportamentais	
As finanças comportamentais constituem uma esfera que se opõe à hipótese da
racionalidade na tomada de decisão, defendida pelas teorias econômicas tradicionais. A
área se embasou em definições oriundas da economia, finanças e psicologia, a fim de
elaborar um modelo mais detalhado do comportamento humano nos mercados
financeiros, fundamentado na ideia de que os agentes econômicos estão sujeitos a vieses
comportamentais que, muitas vezes, os afastam de decisões racionais. (SILVA et al,
2008)
Os economistas comportamentais passaram a se destacar a partir da década de 1970,
com a divulgação da Teoria do Prospecto desenvolvida por Kahneman e Tversky (1979).
A partir de suas pesquisas, os autores confirmaram que as decisões financeiras podem ser
influenciadas por processos mentais e que atitudes não racionais dos agentes econômicos
podem impactar o comportamento das variáveis financeiras. (METTE e MATOS, 2015)
Segundo Halfeld e Torres (2001), o homem das Finanças Comportamentais não é
totalmente racional e, sim, um homem normal. Essa normalidade resulta em um homem
que age de forma irracional, que tem suas decisões influenciadas por emoções e por erros
cognitivos, fazendo com que ele interprete um mesmo problema de diversas formas.
Ademais, os autores também observam que as decisões tomadas de acordo com a
concepção de um problema, em alguns casos, seguem um paradigma identificável que
11
deve ser amparado por um modelo econômico e financeiro.
Por outro lado, Ariely (2008) considera que os indivíduos são previsivelmente
irracionais, ou seja, a irracionalidade se manifesta sempre do mesmo modo e, para ele,
compreender como funciona essa irracionalidade é o ponto de partida para aperfeiçoar as
decisões e mudar para melhor o nosso modo de vida.
O autor ainda trata da divergência que há entre a economia convencional e a economia
comportamental. Para ele, a economia convencional considera todos os seres humanos
como racionais, o que implica, na vida cotidiana, na ideia de que os indivíduos calculam
o valor de todas as opções que examinam e, então, seguem o melhor curso de ação
possível. Caso façam algo irracional, as “forças do mercado” se precipitarão sobre eles e
os levarão de volta ao caminho da racionalidade. Ele também defende que as pessoas são
muito menos racionais do que a teoria econômica clássica presume e que, os
comportamentos irracionais não são aleatórios e sem sentido e, sim, sistemáticos e
previsíveis.
Além disso, ele relata que a vida é complexa, com diversas forças exercendo
influências, ao mesmo tempo, sobre as pessoas, e que essa complexidade dificulta um
cálculo exato de como essas forças geram nosso comportamento.
Assim, de acordo com Mette e Matos (2015), as finanças comportamentais
correspondem a uma área de estudo que visa explicar a influência da psicologia no
comportamento dos agentes no mercado financeiro, reforçando que algumas variáveis
econômicas não podem ser descritas a partir das condições de equilíbrio da teoria clássica
das finanças, já que muitos agentes tomam decisões incompatíveis com atitudes baseadas
nas expectativas racionais.
3. Metodologia
Para o presente trabalho, optou-se por uma pesquisa do tipo bibliográfica, com base
em material publicado em livros, teses, artigos de periódicos científicos e sites na internet.
12
4. Questionário para Medir o Nível deAlfabetização Financeira
O questionário apresentado nesta seção destina-se a ser aplicado por entidades públicas
e privadas, seu objetivo é propor uma ferramenta para aferir o nível de alfabetização
financeira dos brasileiros, de forma a possibilitar a definição do seu perfil financeiro, a
fim de aprimorar as estratégias públicas de educação financeira e os serviços financeiros
ofertados no Brasil.
Nesta seção, serão apresentadas as metodologias de consulta e de formulação do
questionário proposto, além de estruturar e detalhar o roteiro seguido para alcance do
objetivo.
4.1) Metodologia de formulação do questionário
Adotou-se uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica de trabalhos anteriores
na área de alfabetização financeira e elaboração de questionário a partir de pesquisas já
aplicadas.
De forma detalhada, as seguintes atividades foram desenvolvidas:
4.1.1) Elaboração do questionário
§ Revisão bibliográfica e coleta de recomendações, além da análise de questionários
já publicados para verificação do nível de alfabetização financeira;
§ Tradução de recomendações e questões existentes das fontes originais para o
português;
§ Elaboração e montagem da primeira versão do questionário, a partir da seleção
das questões aplicáveis em questionário referentes à Alfabetização Financeira,
com base na adaptação de questionários existentes;
§ Categorizar as questões em divisões, de acordo com as dimensões propostas pela
OECD (2013).
4.2) Revisão bibliográfica e pesquisa de recomendações
A bibliografia sobre recomendações para elaboração e aplicação de questionários para
medir a alfabetização financeira dos indivíduos é limitada. Uma das raras referências
decorre de um conjunto de ferramentas desenvolvido pela OECD (2015), que avaliou ser
adequado para medir o nível de alfabetização financeira dos indivíduos. Essas
ferramentas foram testadas pela primeira vez em 2010, durante o primeiro Exercício
Internacional de Alfabetização e Inclusão Financeira e também foram usadas em mais de
13
trinta países entre 2011 e 2014. Esse guia contém um questionário central destinado a
capturar informações sobre comportamentos, atitudes e conhecimentos financeiros, além
de fornecer orientações metodológicas para aplicação do formulário, a fim de avaliar os
níveis de alfabetização e inclusão financeira. Diversos países já o utilizaram para coletar
dados com o objetivo de informar políticas e estratégias de educação financeira.
Esse estudo foi, por conseguinte, essencial para a formulação do questionário,
entretanto, outras referências também foram examinadas e aproveitadas. As
recomendações coletadas para a elaboração do questionário foram retiradas das
referências citadas na sequência.
Recomendações consideradas
§ Se as questões principais forem adicionadas a uma pesquisa maior, elas devem ser
agrupadas com outras questões que abordam tópicos similares;
§ Se perguntas adicionais forem adicionadas às questões principais, elas devem ser
colocadas após as questões de alfabetização financeira e antes das questões
sociodemográficas, ou agrupadas com tópicos similares nas questões de
alfabetização financeira - isso dependerá dos tópicos a serem abordados;
§ É importante lembrar de evitar fornecer qualquer informação que possa
influenciar as respostas às questões fundamentais ou fornecer a resposta a
perguntas específicas.
Além das recomendações metodológicas do conjunto de ferramentas elaborado pela
OECD, foram selecionadas as seguintes orientações de Kempson (2009):
§ Deve ser considerada a possibilidade de cobrir as seguintes áreas conceitualmente
diferentes: gestão diária do dinheiro, planejamento financeiro, escolha apropriada
de produtos e conhecimento financeiro;
§ As perguntas devem ser pontuáveis, com respostas classificadas entre mais a
menos capazes;
§ As questões devem ser fortemente correlacionadas com o conceito que está sendo
medido.
4.3) Elaboração das perguntas
O questionário foi estruturado em quatro blocos de perguntas. Na primeira parte, foram
enumeradas questões referentes ao perfil dos indivíduos, como variáveis
socioeconômicas e demográficas. A segunda parte trata de questões referentes a atitude
14
financeira. Esse fator foi medido com base nas escalas de Shockey (2002), aplicada por
Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015), e da OECD (2013) e visa identificar
como o indivíduo avalia sua gestão das finanças pessoais. As questões foram compostas
de acordo com a escala do tipo Likert, nas quais, quanto mais a pessoa discordar das
afirmações propostas, melhor será considerada a sua atitude financeira.
Já na terceira parte, consta as questões que mensuram o comportamento financeiro,
onde foram aplicados os padrões propostos por Matta (2007) e também foram elaboradas
com base na escala do tipo Likert, nas quais, quanto mais o respondente concordar com
as afirmações propostas, melhor será considerado seu comportamento ao gerir suas
finanças.
No último bloco, foram propostas as perguntas relativas ao conhecimento financeiro, o
qual foi desenvolvido a partir de questões de múltipla escolha propostas por Lusardi e
Mitchell (2011), Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015). Essa seção tem o
objetivo de verificar o grau de conhecimento do cidadão em relação a temas como
inflação, juros, risco, valor do dinheiro no tempo, crédito, retorno e diversificação.
Para medir as respostas de cada questão dessa seção, é proposto o valor igual a 0 para
as respostas incorretas e 1 para a resposta correta. Assim, o fator “conhecimento
financeiro” pode variar de 0 (caso a pessoa erre todas as questões) a 9 (caso ele acerte
todas as questões). A partir da soma dos acertos, os indivíduos podem ser categorizados,
como proposto por Chen e Volpe (1998) e aplicado por Potrich, Vieira e Ceretta (2013),
como possuidores de baixo grau de conhecimento financeiro (caso pontue em menos que
60% das questões), nível mediano (caso acerte entre 60% e 79%) e alto nível de
conhecimento financeiro (se atingir mais do que 80% de acertos).
Portanto, somando as indagações oferecidas sobre atitude financeira (9), comportamento
financeiro (19) e conhecimento financeiro (9), o fator alfabetização financeira pode ser
avaliado por meio de 37 questões, as quais se encontram no anexo 1.
Destaca-se ainda que, as perguntas foram validadas em trabalhos anteriores, como o de
Matta (2007), Potrich, Vieira e Ceretta (2013), Milan (2015), Potrich, Vieira e Kirch
(2016) e OECD (2016).
15
Parte 1 – Perfil dos Respondentes
Essa seção foi proposta com a finalidade de definir o perfil dos respondentes para,
futuramente, verificar se as variáveis socioeconômicas e demográficas são determinantes
para o grau de Alfabetização Financeira das amostras. (MILAN, 2015). Neste bloco, são
levantados dados como idade, gênero, escolaridade e renda.
Potrich, Vieira e Ceretta (2013) elaboraram uma tabela com a síntese de trabalhos
anteriores que relacionaram a influência de variáveis socioeconômicas e demográficas na
alfabetização financeira das pessoas, que podem ser observadas abaixo, na tabela 1.
Tabela 1 – Relação das variáveis socioeconômicas e demográficas com a
Alfabetização Financeira
Fonte: Potrich, Vieira e Ceretta (2013)
Parte 2 – Atitude Financeira
Nessa parte, foram sugeridas questões destinadas a capturar atitudes a longo prazo. A
definição da OECD (2012) de alfabetização financeira reconhece que, mesmo que um
indivíduo tenha conhecimento e habilidade suficientes para atuar de maneira particular,
sua atitude influenciará sua decisão de agir ou não. (OECD, 2016)
As perguntas sobre atitude financeira, portanto, visam medir a atitude dos indivíduos
com relação ao dinheiro e o planejamento para o futuro. Além disso, apresentam às
pessoas uma escala para indicar se elas concordam ou discordam de atitudes específicas.
16
Cada uma das declarações centra-se nas preferências para o curto prazo, como pensar
somente no presente e gastar dinheiro. Esses tipos de preferências são sujeitos a prejudicar
comportamentos que possam levar ao bem-estar financeiro. Essas perguntas, portanto,
tem o intuito de medir até que ponto as pessoas apresentam atitudes mais bem informadas,
isto é, até que ponto as pessoas não concordam com as afirmações.
Tabela 2 – Questões sobre Atitude Financeira
Afirmativa Possíveis respostas Observação
“Não me preocupo com
o futuro,
vivo apenas o presente”
Escala de 5 pontos:
1= Concordo
totalmente;
5= Discordo totalmente.
Essas questões tem a intenção
de indicar se o respondente
foca exclusivamente no curto
prazo (concorda) ou prefere a
segurança do longo prazo
(discorda)
Fonte: Adaptado de OECD (2016)
Parte 3 – Comportamento Financeiro
Essa seção aborda temáticas da gestão financeira, como utilização de crédito,
investimento, poupança e planejamento do consumo. As questões foram elaboradas por
Matta (2007) e aplicadas nos trabalhos de Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015).
As ações e o comportamento dos consumidores são o que mais interferem em sua
situação financeira e seu bem-estar, tanto a curto como a longo prazo. Alguns tipos de
comportamento, como adiar o pagamento de faturas, não planejar gastos futuros ou
escolher produtos financeiros sem pesquisar podem afetar de forma negativa suas
finanças. Com isso, é imprescindível avaliar a dimensão do comportamento financeiro ao
medir o nível de alfabetização financeira de um indivíduo. (OECD, 2016)
Este bloco propõe diversas afirmativas para entender comportamentos relativos a
orçamento, pensamento antes de realizar uma compra, verificar se as contas são pagas
dentro do prazo e se o indivíduo economiza e poupa.
Assim, a dimensão “comportamento financeiro” será composta pela média das
respostas de suas afirmativas, de acordo com os trabalhos de Potrich, Vieira e Ceretta
(2013) e Milan (2015).
17
Parte 4 – Conhecimento Financeiro
O conhecimento financeiro é uma dimensão essencial na alfabetização financeira, já
que ajuda os indivíduos a comparar produtos e serviços financeiros e tomar decisões mais
cuidadosas. Um conhecimento básico de conceitos financeiros e a capacidade de aplicar
habilidades de cálculo em um contexto financeiro garante que os consumidores possam
agir de forma autônoma para gerenciar seus assuntos financeiros e reagir às notícias e
eventos que possam contribuir para seu bem-estar financeiro. (OECD, 2016)
Algumas das questões de conhecimento financeiro mais utilizadas em diversos estudos
foram desenvolvidas por Lusardi e Mitchell (2011) e incluídas no questionário proposto
nesse trabalho. As perguntas tratam de conceitos básicos da área financeira, tais como:
taxa de juros, inflação e diversificação de risco.
A primeira questão proposta pelas autoras é a de número 41 no questionário e trata do
conceito de taxa de juros. Já a segunda, é a de número 43 e trata sobre o entendimento da
inflação. Já a terceira é a questão de número 38 e procura mensurar o conhecimento sobre
diversificação de risco.
Tabela 3 – Questões sobre Conhecimento Financeiro
Afirmativa Possíveis respostas Propósito
“Quando um investidor
distribui seu
investimento entre
diferentes ativos, o risco de
perder dinheiro”:
Múltipla Escolha
[Resposta correta é Diminui]
Testar se o respondente tem
consciência do benefício da
diversificação
“Um investimento com alta
taxa de retorno terá alta taxa
de risco. Essa afirmação é”:
Verdadeiro/Falso [Resposta
correta é Verdadeiro]
Testar se o respondente
entende
a relação entre risco e
retorno
Fonte: Adaptado de OECD (2016)
18
5. Conclusão
O objetivo inicial da pesquisa era responder a seguinte pergunta: como medir o nível
de alfabetização financeira dos brasileiros? Para responder essa questão, foram analisadas
como variáveis socioeconômicas e demográficas, além de aspectos individuais como
atitudes, comportamentos e não apenas o conhecimento sobre finanças podem impactar
nas decisões tomadas por cada um com relação ao dinheiro; também foi proposto um
questionário, a fim de mensurar como essas dimensões podem afetar nas decisões
financeiras.
A primeira questão abordada foi explicar que, apesar de a educação financeira ser
essencial para tomada de decisões financeiras conscientes e acertadas, a sua abordagem
não costuma levar em consideração que, nesse processo decisório, não é necessário
apenas ter entendimento sobre conceitos de finanças e habilidades com cálculos, pois
aspectos particulares como autocontrole, planejamento e o ambiente sociocultural que a
pessoa vive também podem conduzir ao bem-estar financeiro.
Procurou-se entender, também, o conceito de alfabetização financeira e suas dimensões
– conhecimento, comportamento e atitude, visto que os mesmos tratam, de maneira
extensiva, da capacidade dos cidadãos em compreender e analisar dados sobre finanças.
Dessa forma, contatou-se que estudar essas definições é necessário, a fim de entender
como as pessoas tomam suas decisões em relação a suas finanças, elaborar planos de
educação financeira e ofertar serviços mais convenientes com a realidade de cada
brasileiro.
Além disso, o fato da população brasileira ter, principalmente, desde 2008, o acesso
facilitado a diversas formas de crédito e outros serviços financeiros, torna a insuficiência
de alfabetização financeira cada vez mais crítica, já que empréstimos acessíveis e cartões
de crédito podem induzir o consumidor a gastar mais, dificultando a compreensão das
consequências negativas que esse uso de crédito descontrolado pode causar nas finanças
pessoais.
Esse trabalho pretendeu demonstrar que a alfabetização financeira é essencial na vida
de um indivíduo, mas só se alcança êxito quando alinhado com acesso a informações
adequadas, organização e equilíbrio.
Ademais, constata-se que é necessário realizar pesquisas mais aprofundadas sobre o
19
nível de alfabetização financeira dos brasileiros, já que a maioria das pesquisas publicadas
são de países desenvolvidos, que podem ter características diferentes da população do
Brasil, já que possuem histórico social e econômico diferentes.
Portanto, foi proposto um modelo de formulário de pesquisa para analisar a
interferência de variáveis demográficas e socioeconômicas, além de aspectos
psicológicos de cada ser humano, de modo a delinear o perfil financeiro dos brasileiros.
Com isso, será possível auxiliar as instituições públicas que tratam da educação
financeira, como a CVM e o Banco Central do Brasil, e empresas privadas, como bancos
e fintechs, nos estudos dessa área e na criação de estratégias que possibilitem aos cidadãos
uma gestão saudável de suas finanças.
Referências Bibliográficas
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influenciam as nossas decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
ATKINSON, Adele; MESSY, Flore-Anne. Measuring Financial Literacy: Results of the
OECD / International Network on Financial Education (INFE) Pilot Study. OECD
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Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/5k9csfs90fr4-en>. Acesso em: 23 mai. 2017.
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<https://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em:
15 jun. 2017.
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20
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POTRICH, Ani Caroline Grigion; VIEIRA, Kelmara Mendes; CERETTA, Paulo
Sergio. NÍVEL DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA DOS ESTUDANTES
UNIVERSITÁRIOS: afinal, o que é relevante? Revista Eletrônica de Ciência
Administrativa (RECADM), v. 12, n. 3, p. 314-333, 2013.
POTRICH, Ani Caroline Grigion; VIEIRA, Kelmara Mendes; KIRCH, Guilherme.
VOCÊ É ALFABETIZADO FINANCEIRAMENTE? DESCUBRA NO
TERMÔMETRO DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA. Revista Base
(Administração e Contabilidade) da UNISINOS, v. 13, n. 2, p. 153-170, abr./jun.
2016.
21
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Administrativa (RECADM), v. 7, n. 2, p. 1-14, nov. 2008.
WARTCHOW, Eduardo; WEBBER, Carine Geltrudes. EDUCOELHO: Um Jogo para
Alfabetização Financeira e Estímulo à Reflexão Comportamental. In: Seminário de
Jogos Eletrônicos, Educação e Comunicação, 12, 2017, Salvador. Disponível em:
<https://www.revistas.uneb.br/index.php/sjec/article/view/3548>. Acesso em: 15 jun.
2017.
22
Anexo I: Questionário Proposto
Questionário para Medir o Nível de Alfabetização Financeira dos Brasileiros
Parte 1 – Perfil do Respondente
1. Idade
2. Gênero
( )M ( )F
3. Estado Civil
( )Solteiro ( )Casado/União Estável ( )Divorciado ( )Viúvo
4. Escolaridade
( )Ensino Fundamental ( )Ensino Médio ( )Ensino Superior ( )Pós-Graduado
5. Renda
( )Até R$937,00
( )Entre R$937,01 e R$1400,00
( )Entre R$1400,01 e R$2100,00
( )Entre R$2100,01 e R$3500,00
( )Entre R$7000,01 e R$14000,00
( )Acima de R$14000,00
( )Não possuo renda
6. Cidade
Parte 2 – Atitude Financeira
7. Eu gosto de comprar coisas, porque isso me faz sentir bem.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
8. Não me preocupo com o futuro, vivo apenas o presente.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
9. Eu acredito que a maneira como eu administro meu dinheiro vai afetar o meu
futuro.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
10. É difícil construir um planejamento de gastos mensais.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
23
( )Concordo
( )Concordo totalmente
11. Invisto regularmente para minha aposentadoria.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
12. Costumo pagar o valor mínimo da fatura dos cartões de crédito.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
13. Ao comprar a prazo, é importante comparar as ofertas de crédito disponíveis.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
14. Depois de tomar uma decisão sobre dinheiro, tendo a me preocupar muito com a
minha decisão.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
15. É importante controlar as despesas mensais.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
16. É importante não gastar mais do que recebo.
( )Discordo totalmente
( )Discordo
( )Indiferente
( )Concordo
( )Concordo totalmente
Parte 3 – Comportamento Financeiro
17. Anoto e controlo os meus gastos pessoais
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
24
( )Quase sempre
( )Sempre
18. Estabeleço metas financeiras de longo prazo
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
19. Pago minhas contas em dia
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
20. Faço uma reserva do dinheiro que recebo mensalmente para uma necessidade
futura.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
21. Compro por impulso.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
22. Comparo preços antes de realizar uma compra.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
23. Possuo uma reserva financeira equivalente a seis meses ou mais da minha renda
mensal.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
24. Prefiro comprar um produto financiado do que juntar para compra-lo a vista
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
25
25. Poupo mensalmente
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
26. Tenho utilizado cartão de crédito ou cheque especial por não possuir dinheiro
suficiente para todas as despesas.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
27. Antes de uma grande compra, verifico cuidadosamente se tenho condições para
pagar.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
28. Frequentemente peço dinheiro emprestado para a família ou amigos para pagar as
contas.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
29. Tenho dinheiro suficiente mensalmente para pagar todas as minhas despesas
pessoais e as despesas fixas da casa.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
30. Nos últimos 12 meses tenho conseguido poupar dinheiro.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
31. Eu geralmente alcanço os objetivos que determino ao gerenciar meu dinheiro.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
26
32. Eu discuto com a minha família sobre como eu gasto o nosso dinheiro.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
33. Eu pago as faturas do cartão de crédito integralmente para evitar a cobrança de
juros.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
34. Tenho meu dinheiro investido em mais de um tipo de investimento (imóveis,
ações, títulos, poupança).
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
35. Ao decidir sobre quais produtos financeiros ou empréstimos irei utilizar,
considero as opções de diferentes empresas/bancos.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
36. Confiro a fatura dos cartões de crédito para averiguar possíveis erros e cobranças
indevidas.
( )Nunca
( )Quase nunca
( )Às vezes
( )Quase sempre
( )Sempre
Parte 4 – Conhecimento Financeiro
37. Considerando-se um longo período de tempo (ex.: 10 anos), qual ativo,
normalmente, oferece maior retorno?
§ Poupança
§ Ações
§ Tesouro Direto
§ Não sei
38. Quando um investidor distribui seu investimento entre diferentes ativos, o risco
de perder dinheiro:
§ Aumenta
§ Diminui
27
§ Permanece inalterado
§ Não sei
39. Qual das pessoas pagaria mais em despesas financeiras por ano se elas gastassem
a mesma quantia por ano em seus cartões de créditos?
§ Hellen, que sempre paga todo o saldo do cartão de crédito no vencimento.
§ Eduardo, que geralmente paga todo o saldo do cartão de crédito no
vencimento, mas ocasionalmente paga só o mínimo, quando está sem
dinheiro.
§ Lucas, que paga pelo menos o mínimo todo mês e um pouco mais quando tem
alguma folga.
§ Tatiana, que sempre paga o mínimo.
40. José ganha R$ 1.000,00 por mês. Paga R$ 300,00 de aluguel e mais R$ 200,00 de
alimentação todo mês. Gasta ainda R$ 100,00 em transportes, R$ 50,00 em
roupas, R$ 50,00 em remédios e mais R$ 100,00 em pequenas despesas extras.
Pretende comprar uma TV que custa R$ 800,00. Quanto tempo ele levará
guardando recursos para comprar a TV?
§ 2 meses
§ 4 meses
§ 6 meses
§ 8 meses
41. Suponha que você tenha R$ 100,00 em uma conta poupança a uma taxa de juros
de 10% ao ano. Depois de 5 anos, qual o valor que você terá na poupança?
Considere que não tenha sido depositado e nem retirado dinheiro.
§ Mais do que R$150,00
§ Menos do que R$150,00
§ Exatamente R$150,00
§ Não sei
42. Suponha que você viu o mesmo televisor em duas lojas diferentes pelo preço
inicial de R$ 1.000.00. A loja A oferece um desconto de R$ 150,00, enquanto a
loja B oferece um desconto de 10%. Qual é a melhor alternativa?
§ Comprar na loja A
§ Comprar na loja B
§ Não sei
43. Imagine que o rendimento de sua poupança seja de 1% ao ano e que a taxa de
inflação seja de 2% ao ano. Após 12 meses, quanto você poderá comprar com o
dinheiro da poupança?
§ Mais do que hoje
§ Exatamente o mesmo
§ Menos do que hoje
§ Não sei
44. Um empréstimo com duração de 15 anos normalmente exige pagamentos mensais
maiores do que um empréstimo de 30 anos, mas o total de juros pagos ao final do
empréstimo será menor. Essa afirmação é:
§ Verdadeira
§ Falsa
28
45. Um investimento com alta taxa de retorno terá alta taxa de risco. Essa afirmação
é:
§ Verdadeira
§ Falsa
46. Suponha que você realizou um empréstimo de R$ 10.000,00 para ser pago após
um ano e o custo total com os juros é R$ 600,00. A taxa de juros que você irá
pagar nesse empréstimo é de:
§ 0,3%
§ 0,6%
§ 3%
§ 6%

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS – EST DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO – STA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CAROLINA LINS PAIXÃO COMO MEDIR O NÍVEL DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA DOS BRASILEIROS? UMA PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO Niterói 2017
  • 2. 2 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CAROLINA LINS PAIXÃO COMO MEDIR O NÍVEL DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA DOS BRASILEIROS? UMA PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração Orientador: Prof. Dr. Eduardo da Silva Camilo Niterói 2017
  • 3. RESUMO O presente trabalho teve por objetivo propor um questionário para mensurar o nível de alfabetização financeira dos brasileiros, a partir das dimensões do conhecimento, atitude e comportamento financeiros, a fim de permitir a análise de como esses elementos, além de variáveis socioeconômicas e demográficas, podem afetar a tomada de decisões no âmbito das finanças pessoais. Para tanto, realizou-se levantamento bibliográfico de pesquisas já publicadas sobre o assunto. Constatou-se que o tema abordado é importante para a vida de todos os cidadãos, todavia, só se obtém sucesso quando associado ao acesso a informações apropriadas, planejamento e equilíbrio pessoal. Palavras-chave: Alfabetização Financeira; Conhecimento; Atitude; Comportamento; Brasileiros.
  • 4. 4 ABSTRACT The purpose of this study was to propose a questionnaire to measure the level of financial literacy of Brazilians, based on the dimensions of knowledge, attitude and financial behavior in order to allow the analysis of how these elements, besides socioeconomic and demographic variables, can affect decision-making in the area of personal finance. For that, a bibliographical survey of previously published research on the subject was carried out. It was found that the topic addressed is important for the lives of all citizens, however, success is only achieved when associated with access to the appropriate information, planning and personal balance. Keywords: Financial Literacy; Knowledge; Attitude; Behavior; Brazilians.
  • 5. 5 Sumário 1. Introdução ................................................................................................................. 6 1.1) Contextualização ............................................................................................... 6 1.2) Definição do Problema ..................................................................................... 7 1.3) Objetivo Geral ................................................................................................... 7 2.1) Objetivos Específicos ........................................................................................ 8 2. Referencial Teórico .................................................................................................. 8 2.1) Alfabetização Financeira ................................................................................. 8 2.1.1) As dimensões da Alfabetização Financeira...................................................... 9 2.2) Finanças Comportamentais ........................................................................... 10 3. Metodologia ............................................................................................................ 11 4. Questionário para Medir Nível de Alfabetização Financeira ............................ 12 4.1) Metodologia de formulação do questionário ................................................ 12 4.1.1) Elaboração do questionário ........................................................................... 12 4.2) Revisão bibliográfica e pesquisa de recomendações .................................... 12 4.3) Elaboração das perguntas .............................................................................. 13 5. Conclusão ................................................................................................................ 18 Referências Bibliográficas ........................................................................................... 19 Anexo I – Questionário Proposto ................................................................................ 22
  • 6. 6 1. Introdução 1.1) Contextualização Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros e o consequente propósito do Governo Federal em realizar uma reforma na Previdência Social, os cidadãos deverão se familiarizar com conceitos que ofereçam uma compreensão do que pode influenciar o país onde vive e suas relações com outras pessoas. O domínio de parte desses conceitos pode ser adquirido a partir da educação financeira pois, de acordo com o Banco Central do Brasil, ela é o meio que provê conhecimentos e informações sobre comportamentos básicos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e suas comunidades. Além disso, a instituição acredita que a educação financeira é um instrumento de promoção do desenvolvimento econômico, já que a qualidade das decisões financeiras dos cidadãos influencia toda a economia, pois está diretamente ligada a questões como grau de endividamento e inadimplência dos indivíduos e a capacidade de investimento dos países. Entretanto, Wartchow e Webber (2017) observaram que a diversidade da ação humana, seus aspectos emocionais e vieses comportamentais são importantes no processo de tomada de decisão, e muitas vezes, ignorados quando o tema Educação Financeira é tratado. Os autores ainda consideram que cada pessoa, sujeita a diversas questões comportamentais particulares, tais como: autocontrole, planejamento e ambiente sociocultural pode tomar decisões que a conduzam ao bem-estar financeiro. Já Fernandes et. al. (2014) realizaram um estudo para analisar a relação entre os níveis de educação financeira e a qualidade das decisões financeiras individuais, no qual concluíram que a educação financeira influencia positivamente no comportamento financeiro. Todavia, eles observaram que uma melhora na educação das pessoas justificaria apenas 0,1% das variações no comportamento financeiro, com isso, concluiu- se que uma modificação no comportamento requer mais que uma adição ao conhecimento. Os autores também concluíram, por meio de pesquisa empírica, que os efeitos da educação financeira diminuem quando fatores psicológicos são controlados, e que tais fatores foram desprezados em grande parte dos estudos anteriores.
  • 7. 7 Para Huston (2010), a alfabetização financeira possui uma abordagem mais ampla que a educação financeira, por englobar não só o entendimento, representado pelo conhecimento financeiro pessoal, como também sua utilização, que é a aplicação desse conhecimento na gestão das finanças pessoais. Assim, a educação financeira representa uma alternativa junto as particularidades humanas (habilidades, experiências, emoções) para alcançar maior alfabetização financeira. Esse cenário de contradição entre as decisões embasadas pela educação financeira e as influências psicológicas em cada indivíduo levou a pensar a criação de uma ferramenta para aferir o nível de alfabetização financeira dos brasileiros, já que, desde a crise econômica mundial de 2008, nota-se a expansão do mercado de crédito no Brasil e o aumento da inadimplência dos consumidores, fruto do consequente excesso de endividamento, que podem ser justificados pela ausência de alfabetização financeira da população. Desse modo, o presente trabalho pretende verificar se o conhecimento financeiro pode influenciar de forma positiva na tomada de decisões financeiras e como os fatores emocionais podem afetar essas escolhas, a fim de sugerir a otimização da orientação aos brasileiros ao lidar com suas finanças que, com o aumento da oferta de serviços financeiros e o avanço no mercado de crédito, exigem melhor discernimento e cuidado na tomada de decisões. 1.2) Definição do Problema Diante da complexidade nas decisões financeiras dos indivíduos, embasadas pela educação financeira, mas também influenciadas por fatores psicológicos, questiona-se: como medir o nível de alfabetização financeira dos brasileiros? 1.3) Objetivo Geral O objetivo geral do presente trabalho é desenvolver um questionário para aferir o grau de alfabetização financeira das pessoas, que leva em consideração três dimensões – Conhecimento, Atitude e Comportamento – de modo a analisar como esses elementos, além de variáveis socioeconômicas e demográficas podem interferir na tomada de decisões financeiras. Para tanto, realizou-se um levantamento bibliográfico apresentando que a forma como
  • 8. 8 os indivíduos definem suas escolhas no âmbito das finanças vai além do acesso a informações financeiras, já que também há a atuação do viés comportamental, fator que, em grande parte das abordagens na área de educação financeira, é ignorado. 1.4) Objetivos Específicos Os objetivos específicos do presente estudo são: § Explicitar a revisão da abordagem da educação financeira, propondo a consideração dos vieses comportamentais e outros aspectos emocionais e não apenas o entendimento de conceitos financeiros; § Definir o conceito de alfabetização financeira e apresentar suas três dimensões. 2. Referencial Teórico 2.1) Alfabetização Financeira De acordo com Huston (2010), o termo alfabetização financeira, tem sido aplicado, em muitos casos, como sinônimo de educação financeira. Entretanto, utilizá-los de maneira intercambiável pode causar problemas, já que, ao contrário do que muitos autores expõem, esses dois conceitos têm significados distintos, já que a alfabetização financeira vai além da educação financeira. Para a autora, a alfabetização financeira pode ser definida a partir de duas dimensões: entendimento (conhecimento financeiro pessoal) e uso (aplicação nas finanças pessoais). Ela também afirma que, ao contrário do que algumas definições propõem, não há um consenso do conceito que deve ser aceito universalmente. Ainda segundo a autora, a alfabetização financeira pode ser conceituada como a medida de como o indivíduo compreende e utiliza informações ligadas a finanças pessoais. Moore (2003) ressalta que os indivíduos são considerados alfabetizados financeiramente se eles são competentes e conseguem demonstrar que eles usam o conhecimento que aprenderam. Para ele, a alfabetização financeira é obtida a partir de experiências práticas e integração ativa do conhecimento. O autor ainda afirma que, a medida que as pessoas se tornam mais alfabetizadas financeiramente, elas tendem a se tornarem mais sofisticadas financeiramente e isso leva a crer que um indivíduo pode se tornar mais competente. Além disso, ele observa que sofisticação e competência financeira implicam em desenvolvimento do entendimento e
  • 9. 9 refinamento prático do conhecimento a partir da integração entre experiência e educação financeira. (MOORE, 2003, p.29) Já Remund (2010), baseado em revisões que fez de estudos publicados desde 2000, sobre o assunto, concluiu que, a maioria das definições sobre alfabetização financeira combinam-se em cinco categorias: 1) conhecimento de conceitos financeiros, 2) habilidade em comunicar a respeito de conceitos financeiros; 3) aptidão em gerenciar finanças pessoais; 4) habilidade em tomar decisões financeiras apropriadas e 5) confiança em realizar um planejamento efetivo de necessidades financeiras para o futuro. A partir das revisões realizadas, o autor construiu a seguinte definição para a alfabetização financeira: A alfabetização financeira é a medida do nível que cada um entende conceitos- chave de finanças e possui a habilidade e confiança para gerenciar suas finanças pessoais, a partir de apropriadas e seguras tomadas de decisões de curto prazo e planejamento financeiro de longo prazo, mesmo em meio às diversas situações que ocorrem em sua vida e às alterações de condições econômicas. (REMUND, 2010, p. 284, tradução nossa) Para a OECD (2012), a alfabetização financeira é uma combinação de consciência financeira, conhecimento, habilidades, atitudes e comportamentos necessários para tomar decisões financeiras sólidas e, consequentemente, alcançar bem-estar financeiro. Apesar de existir diversos conceitos e dimensões aplicados à alfabetização financeira, o presente trabalho se baseará na definição da OECD, já que o mesmo sugere, de forma ampla, a ideia de que a alfabetização financeira trata da habilidade dos indivíduos em adquirir, entender e ponderar informações financeiras, as quais são necessárias para uma boa tomada de decisão, com o intuito de gerir adequadamente o futuro financeiro do indivíduo (POTRICH, VIEIRA e KIRCH, 2016). Deste modo, a OECD (2013) define a alfabetização financeira em três dimensões: conhecimento financeiro, comportamento financeiro e atitude financeira. 2.1.1) As Dimensões da Alfabetização Financeira A dimensão do conhecimento financeiro considera que o indivíduo possui algum conhecimento básico de conceitos financeiros fundamentais e a capacidade de aplicar habilidades de aritmética em situações financeiras. (OECD, 2013) Moore (2003), ao tratar do comportamento financeiro, o separa em duas classes: comportamento positivo e comportamento negativo. Segundo ele, os comportamentos positivos podem ser interpretados como uma habilidade que, quanto mais eles são
  • 10. 10 praticados, mais protecionistas ou geradores de riqueza serão seus efeitos financeiramente. Já os comportamentos negativos são aqueles que induzem mais o indivíduo ao risco. Podem também serem definidos como comportamentos que preveem custos, redução de riqueza ou prováveis de ocasionar perdas financeiras quanto mais ocorrem. Já a atitude financeira, Ajzen (1991 apud POTRICH; VIEIRA; KIRCH, 2016, p. 154) define como “as crenças econômicas e não econômicas possuídas por um tomador de decisão”. Para Atkinson e Messy (2012), se as pessoas têm uma atitude bastante negativa em relação ao seu futuro, por exemplo, argumenta-se que eles estarão menos inclinados a assumir esse comportamento. Os autores ainda observam que, da mesma forma, se os indivíduos preferem priorizar desejos de curto prazo ao invés de uma segurança de longo prazo, é improvável que eles formem uma poupança de emergência ou façam planos financeiros de longo prazo. 2.2) Finanças Comportamentais As finanças comportamentais constituem uma esfera que se opõe à hipótese da racionalidade na tomada de decisão, defendida pelas teorias econômicas tradicionais. A área se embasou em definições oriundas da economia, finanças e psicologia, a fim de elaborar um modelo mais detalhado do comportamento humano nos mercados financeiros, fundamentado na ideia de que os agentes econômicos estão sujeitos a vieses comportamentais que, muitas vezes, os afastam de decisões racionais. (SILVA et al, 2008) Os economistas comportamentais passaram a se destacar a partir da década de 1970, com a divulgação da Teoria do Prospecto desenvolvida por Kahneman e Tversky (1979). A partir de suas pesquisas, os autores confirmaram que as decisões financeiras podem ser influenciadas por processos mentais e que atitudes não racionais dos agentes econômicos podem impactar o comportamento das variáveis financeiras. (METTE e MATOS, 2015) Segundo Halfeld e Torres (2001), o homem das Finanças Comportamentais não é totalmente racional e, sim, um homem normal. Essa normalidade resulta em um homem que age de forma irracional, que tem suas decisões influenciadas por emoções e por erros cognitivos, fazendo com que ele interprete um mesmo problema de diversas formas. Ademais, os autores também observam que as decisões tomadas de acordo com a concepção de um problema, em alguns casos, seguem um paradigma identificável que
  • 11. 11 deve ser amparado por um modelo econômico e financeiro. Por outro lado, Ariely (2008) considera que os indivíduos são previsivelmente irracionais, ou seja, a irracionalidade se manifesta sempre do mesmo modo e, para ele, compreender como funciona essa irracionalidade é o ponto de partida para aperfeiçoar as decisões e mudar para melhor o nosso modo de vida. O autor ainda trata da divergência que há entre a economia convencional e a economia comportamental. Para ele, a economia convencional considera todos os seres humanos como racionais, o que implica, na vida cotidiana, na ideia de que os indivíduos calculam o valor de todas as opções que examinam e, então, seguem o melhor curso de ação possível. Caso façam algo irracional, as “forças do mercado” se precipitarão sobre eles e os levarão de volta ao caminho da racionalidade. Ele também defende que as pessoas são muito menos racionais do que a teoria econômica clássica presume e que, os comportamentos irracionais não são aleatórios e sem sentido e, sim, sistemáticos e previsíveis. Além disso, ele relata que a vida é complexa, com diversas forças exercendo influências, ao mesmo tempo, sobre as pessoas, e que essa complexidade dificulta um cálculo exato de como essas forças geram nosso comportamento. Assim, de acordo com Mette e Matos (2015), as finanças comportamentais correspondem a uma área de estudo que visa explicar a influência da psicologia no comportamento dos agentes no mercado financeiro, reforçando que algumas variáveis econômicas não podem ser descritas a partir das condições de equilíbrio da teoria clássica das finanças, já que muitos agentes tomam decisões incompatíveis com atitudes baseadas nas expectativas racionais. 3. Metodologia Para o presente trabalho, optou-se por uma pesquisa do tipo bibliográfica, com base em material publicado em livros, teses, artigos de periódicos científicos e sites na internet.
  • 12. 12 4. Questionário para Medir o Nível deAlfabetização Financeira O questionário apresentado nesta seção destina-se a ser aplicado por entidades públicas e privadas, seu objetivo é propor uma ferramenta para aferir o nível de alfabetização financeira dos brasileiros, de forma a possibilitar a definição do seu perfil financeiro, a fim de aprimorar as estratégias públicas de educação financeira e os serviços financeiros ofertados no Brasil. Nesta seção, serão apresentadas as metodologias de consulta e de formulação do questionário proposto, além de estruturar e detalhar o roteiro seguido para alcance do objetivo. 4.1) Metodologia de formulação do questionário Adotou-se uma metodologia baseada em pesquisa bibliográfica de trabalhos anteriores na área de alfabetização financeira e elaboração de questionário a partir de pesquisas já aplicadas. De forma detalhada, as seguintes atividades foram desenvolvidas: 4.1.1) Elaboração do questionário § Revisão bibliográfica e coleta de recomendações, além da análise de questionários já publicados para verificação do nível de alfabetização financeira; § Tradução de recomendações e questões existentes das fontes originais para o português; § Elaboração e montagem da primeira versão do questionário, a partir da seleção das questões aplicáveis em questionário referentes à Alfabetização Financeira, com base na adaptação de questionários existentes; § Categorizar as questões em divisões, de acordo com as dimensões propostas pela OECD (2013). 4.2) Revisão bibliográfica e pesquisa de recomendações A bibliografia sobre recomendações para elaboração e aplicação de questionários para medir a alfabetização financeira dos indivíduos é limitada. Uma das raras referências decorre de um conjunto de ferramentas desenvolvido pela OECD (2015), que avaliou ser adequado para medir o nível de alfabetização financeira dos indivíduos. Essas ferramentas foram testadas pela primeira vez em 2010, durante o primeiro Exercício Internacional de Alfabetização e Inclusão Financeira e também foram usadas em mais de
  • 13. 13 trinta países entre 2011 e 2014. Esse guia contém um questionário central destinado a capturar informações sobre comportamentos, atitudes e conhecimentos financeiros, além de fornecer orientações metodológicas para aplicação do formulário, a fim de avaliar os níveis de alfabetização e inclusão financeira. Diversos países já o utilizaram para coletar dados com o objetivo de informar políticas e estratégias de educação financeira. Esse estudo foi, por conseguinte, essencial para a formulação do questionário, entretanto, outras referências também foram examinadas e aproveitadas. As recomendações coletadas para a elaboração do questionário foram retiradas das referências citadas na sequência. Recomendações consideradas § Se as questões principais forem adicionadas a uma pesquisa maior, elas devem ser agrupadas com outras questões que abordam tópicos similares; § Se perguntas adicionais forem adicionadas às questões principais, elas devem ser colocadas após as questões de alfabetização financeira e antes das questões sociodemográficas, ou agrupadas com tópicos similares nas questões de alfabetização financeira - isso dependerá dos tópicos a serem abordados; § É importante lembrar de evitar fornecer qualquer informação que possa influenciar as respostas às questões fundamentais ou fornecer a resposta a perguntas específicas. Além das recomendações metodológicas do conjunto de ferramentas elaborado pela OECD, foram selecionadas as seguintes orientações de Kempson (2009): § Deve ser considerada a possibilidade de cobrir as seguintes áreas conceitualmente diferentes: gestão diária do dinheiro, planejamento financeiro, escolha apropriada de produtos e conhecimento financeiro; § As perguntas devem ser pontuáveis, com respostas classificadas entre mais a menos capazes; § As questões devem ser fortemente correlacionadas com o conceito que está sendo medido. 4.3) Elaboração das perguntas O questionário foi estruturado em quatro blocos de perguntas. Na primeira parte, foram enumeradas questões referentes ao perfil dos indivíduos, como variáveis socioeconômicas e demográficas. A segunda parte trata de questões referentes a atitude
  • 14. 14 financeira. Esse fator foi medido com base nas escalas de Shockey (2002), aplicada por Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015), e da OECD (2013) e visa identificar como o indivíduo avalia sua gestão das finanças pessoais. As questões foram compostas de acordo com a escala do tipo Likert, nas quais, quanto mais a pessoa discordar das afirmações propostas, melhor será considerada a sua atitude financeira. Já na terceira parte, consta as questões que mensuram o comportamento financeiro, onde foram aplicados os padrões propostos por Matta (2007) e também foram elaboradas com base na escala do tipo Likert, nas quais, quanto mais o respondente concordar com as afirmações propostas, melhor será considerado seu comportamento ao gerir suas finanças. No último bloco, foram propostas as perguntas relativas ao conhecimento financeiro, o qual foi desenvolvido a partir de questões de múltipla escolha propostas por Lusardi e Mitchell (2011), Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015). Essa seção tem o objetivo de verificar o grau de conhecimento do cidadão em relação a temas como inflação, juros, risco, valor do dinheiro no tempo, crédito, retorno e diversificação. Para medir as respostas de cada questão dessa seção, é proposto o valor igual a 0 para as respostas incorretas e 1 para a resposta correta. Assim, o fator “conhecimento financeiro” pode variar de 0 (caso a pessoa erre todas as questões) a 9 (caso ele acerte todas as questões). A partir da soma dos acertos, os indivíduos podem ser categorizados, como proposto por Chen e Volpe (1998) e aplicado por Potrich, Vieira e Ceretta (2013), como possuidores de baixo grau de conhecimento financeiro (caso pontue em menos que 60% das questões), nível mediano (caso acerte entre 60% e 79%) e alto nível de conhecimento financeiro (se atingir mais do que 80% de acertos). Portanto, somando as indagações oferecidas sobre atitude financeira (9), comportamento financeiro (19) e conhecimento financeiro (9), o fator alfabetização financeira pode ser avaliado por meio de 37 questões, as quais se encontram no anexo 1. Destaca-se ainda que, as perguntas foram validadas em trabalhos anteriores, como o de Matta (2007), Potrich, Vieira e Ceretta (2013), Milan (2015), Potrich, Vieira e Kirch (2016) e OECD (2016).
  • 15. 15 Parte 1 – Perfil dos Respondentes Essa seção foi proposta com a finalidade de definir o perfil dos respondentes para, futuramente, verificar se as variáveis socioeconômicas e demográficas são determinantes para o grau de Alfabetização Financeira das amostras. (MILAN, 2015). Neste bloco, são levantados dados como idade, gênero, escolaridade e renda. Potrich, Vieira e Ceretta (2013) elaboraram uma tabela com a síntese de trabalhos anteriores que relacionaram a influência de variáveis socioeconômicas e demográficas na alfabetização financeira das pessoas, que podem ser observadas abaixo, na tabela 1. Tabela 1 – Relação das variáveis socioeconômicas e demográficas com a Alfabetização Financeira Fonte: Potrich, Vieira e Ceretta (2013) Parte 2 – Atitude Financeira Nessa parte, foram sugeridas questões destinadas a capturar atitudes a longo prazo. A definição da OECD (2012) de alfabetização financeira reconhece que, mesmo que um indivíduo tenha conhecimento e habilidade suficientes para atuar de maneira particular, sua atitude influenciará sua decisão de agir ou não. (OECD, 2016) As perguntas sobre atitude financeira, portanto, visam medir a atitude dos indivíduos com relação ao dinheiro e o planejamento para o futuro. Além disso, apresentam às pessoas uma escala para indicar se elas concordam ou discordam de atitudes específicas.
  • 16. 16 Cada uma das declarações centra-se nas preferências para o curto prazo, como pensar somente no presente e gastar dinheiro. Esses tipos de preferências são sujeitos a prejudicar comportamentos que possam levar ao bem-estar financeiro. Essas perguntas, portanto, tem o intuito de medir até que ponto as pessoas apresentam atitudes mais bem informadas, isto é, até que ponto as pessoas não concordam com as afirmações. Tabela 2 – Questões sobre Atitude Financeira Afirmativa Possíveis respostas Observação “Não me preocupo com o futuro, vivo apenas o presente” Escala de 5 pontos: 1= Concordo totalmente; 5= Discordo totalmente. Essas questões tem a intenção de indicar se o respondente foca exclusivamente no curto prazo (concorda) ou prefere a segurança do longo prazo (discorda) Fonte: Adaptado de OECD (2016) Parte 3 – Comportamento Financeiro Essa seção aborda temáticas da gestão financeira, como utilização de crédito, investimento, poupança e planejamento do consumo. As questões foram elaboradas por Matta (2007) e aplicadas nos trabalhos de Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015). As ações e o comportamento dos consumidores são o que mais interferem em sua situação financeira e seu bem-estar, tanto a curto como a longo prazo. Alguns tipos de comportamento, como adiar o pagamento de faturas, não planejar gastos futuros ou escolher produtos financeiros sem pesquisar podem afetar de forma negativa suas finanças. Com isso, é imprescindível avaliar a dimensão do comportamento financeiro ao medir o nível de alfabetização financeira de um indivíduo. (OECD, 2016) Este bloco propõe diversas afirmativas para entender comportamentos relativos a orçamento, pensamento antes de realizar uma compra, verificar se as contas são pagas dentro do prazo e se o indivíduo economiza e poupa. Assim, a dimensão “comportamento financeiro” será composta pela média das respostas de suas afirmativas, de acordo com os trabalhos de Potrich, Vieira e Ceretta (2013) e Milan (2015).
  • 17. 17 Parte 4 – Conhecimento Financeiro O conhecimento financeiro é uma dimensão essencial na alfabetização financeira, já que ajuda os indivíduos a comparar produtos e serviços financeiros e tomar decisões mais cuidadosas. Um conhecimento básico de conceitos financeiros e a capacidade de aplicar habilidades de cálculo em um contexto financeiro garante que os consumidores possam agir de forma autônoma para gerenciar seus assuntos financeiros e reagir às notícias e eventos que possam contribuir para seu bem-estar financeiro. (OECD, 2016) Algumas das questões de conhecimento financeiro mais utilizadas em diversos estudos foram desenvolvidas por Lusardi e Mitchell (2011) e incluídas no questionário proposto nesse trabalho. As perguntas tratam de conceitos básicos da área financeira, tais como: taxa de juros, inflação e diversificação de risco. A primeira questão proposta pelas autoras é a de número 41 no questionário e trata do conceito de taxa de juros. Já a segunda, é a de número 43 e trata sobre o entendimento da inflação. Já a terceira é a questão de número 38 e procura mensurar o conhecimento sobre diversificação de risco. Tabela 3 – Questões sobre Conhecimento Financeiro Afirmativa Possíveis respostas Propósito “Quando um investidor distribui seu investimento entre diferentes ativos, o risco de perder dinheiro”: Múltipla Escolha [Resposta correta é Diminui] Testar se o respondente tem consciência do benefício da diversificação “Um investimento com alta taxa de retorno terá alta taxa de risco. Essa afirmação é”: Verdadeiro/Falso [Resposta correta é Verdadeiro] Testar se o respondente entende a relação entre risco e retorno Fonte: Adaptado de OECD (2016)
  • 18. 18 5. Conclusão O objetivo inicial da pesquisa era responder a seguinte pergunta: como medir o nível de alfabetização financeira dos brasileiros? Para responder essa questão, foram analisadas como variáveis socioeconômicas e demográficas, além de aspectos individuais como atitudes, comportamentos e não apenas o conhecimento sobre finanças podem impactar nas decisões tomadas por cada um com relação ao dinheiro; também foi proposto um questionário, a fim de mensurar como essas dimensões podem afetar nas decisões financeiras. A primeira questão abordada foi explicar que, apesar de a educação financeira ser essencial para tomada de decisões financeiras conscientes e acertadas, a sua abordagem não costuma levar em consideração que, nesse processo decisório, não é necessário apenas ter entendimento sobre conceitos de finanças e habilidades com cálculos, pois aspectos particulares como autocontrole, planejamento e o ambiente sociocultural que a pessoa vive também podem conduzir ao bem-estar financeiro. Procurou-se entender, também, o conceito de alfabetização financeira e suas dimensões – conhecimento, comportamento e atitude, visto que os mesmos tratam, de maneira extensiva, da capacidade dos cidadãos em compreender e analisar dados sobre finanças. Dessa forma, contatou-se que estudar essas definições é necessário, a fim de entender como as pessoas tomam suas decisões em relação a suas finanças, elaborar planos de educação financeira e ofertar serviços mais convenientes com a realidade de cada brasileiro. Além disso, o fato da população brasileira ter, principalmente, desde 2008, o acesso facilitado a diversas formas de crédito e outros serviços financeiros, torna a insuficiência de alfabetização financeira cada vez mais crítica, já que empréstimos acessíveis e cartões de crédito podem induzir o consumidor a gastar mais, dificultando a compreensão das consequências negativas que esse uso de crédito descontrolado pode causar nas finanças pessoais. Esse trabalho pretendeu demonstrar que a alfabetização financeira é essencial na vida de um indivíduo, mas só se alcança êxito quando alinhado com acesso a informações adequadas, organização e equilíbrio. Ademais, constata-se que é necessário realizar pesquisas mais aprofundadas sobre o
  • 19. 19 nível de alfabetização financeira dos brasileiros, já que a maioria das pesquisas publicadas são de países desenvolvidos, que podem ter características diferentes da população do Brasil, já que possuem histórico social e econômico diferentes. Portanto, foi proposto um modelo de formulário de pesquisa para analisar a interferência de variáveis demográficas e socioeconômicas, além de aspectos psicológicos de cada ser humano, de modo a delinear o perfil financeiro dos brasileiros. Com isso, será possível auxiliar as instituições públicas que tratam da educação financeira, como a CVM e o Banco Central do Brasil, e empresas privadas, como bancos e fintechs, nos estudos dessa área e na criação de estratégias que possibilitem aos cidadãos uma gestão saudável de suas finanças. Referências Bibliográficas ARIELY, Dan. Previsivelmente irracional: Como as situações do dia a dia influenciam as nossas decisões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. ATKINSON, Adele; MESSY, Flore-Anne. Measuring Financial Literacy: Results of the OECD / International Network on Financial Education (INFE) Pilot Study. OECD Working Papers on Finance, Insurance and Private Pensions, Paris, n. 15, 2012. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/5k9csfs90fr4-en>. Acesso em: 23 mai. 2017. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais (Conteúdo Básico). Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em: 15 jun. 2017. FERNANDES, Daniel; LYNCH JR., John G.; NETEMEYER, Richard G.. Financial Literacy, Financial Education, and Downstream Financial Behaviors. Management Science, v. 60, n. 8, p. 1861-1883, ago. 2014. HALFELD, Mauro; TORRES, Fábio De Freitas Leitão. Finanças Comportamentais: aplicações no contexto brasileiro. RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 2, p. 64-71, abr./jun. 2001. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0034- 75902001000200007>. Acesso em: 17 jun. 2017. HUSTON, Sandra J. Measuring Financial Literacy. The Journal of Consumer Affairs, v. 44, n. 2, p. 296-316, 2010. KEMPSON, Elaine. Framework for the Development of Financial Literacy Baseline Surveys: A First International Comparative Analysis. OECD Working Papers on Finance, Insurance and Private Pensions, Paris, n. 1, 2009. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1787/5kmddpz7m9zq-en>. Acesso em: 24 jun. 2017
  • 20. 20 LUSARDI, Annamaria; MITCHELL, Olivia S. Financial literacy and retirement planning in the United States. Journal of Pension Economics and Finance, Cambridge, n. 17108, 2011. MATTA, R. O. B. Oferta e demanda de informação financeira pessoal: o Programa de Educação Financeira do Banco Central do Brasil e os universitários do Distrito Federal. 2007. 214f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade de Brasília, Brasília. MILAN, M. V. G. O nível de alfabetização financeira de estudantes universitários: um estudo sobre a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP. 2015. 75f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado, São Paulo. MOORE, Danna. Survey of Financial Literacy in Washington State: Knowledge, Behavior, Attitudes, and Experiences. Social and Economic Sciences Research Center Technical Report, Pullman, Washington, n. 03-39, dez. 2003. Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD). OECD/ INFE High Level Principles on National Strategies for Financial Education. Paris, 2012. Disponível em: <http://www.oecd.org/daf/fin/financial-education/OECD-INFE- Principles-National-Strategies-Financial-Education.pdf>. Acesso em 06 mai. 2017. ______. Financial literacy and inclusion: Results of OECD/INFE survey across countries and by gender. Paris, 2013. Disponível em: <https://www.oecd.org/daf/fin/financial- education/TrustFund2013_OECD_INFE_Fin_Lit_and_Incl_SurveyResults_by_Country _and_Gender.pdf>. Acesso em 07 mai. 2017. ______. 2015 OECD/INFE Toolkit for Measuring Financial Literacy and Financial Inclusion. Disponível em: <http://www.oecd.org/daf/fin/financial- education/2015_OECD_INFE_Toolkit_Measuring_Financial_Literacy.pdf>. Acesso em: 24 Jun. 2017. ______. OECD/INFE International Survey of Adult Financial Literacy Competencies. Disponível em: < http://www.oecd.org/daf/fin/financial- education/OECD-INFE-International-Survey-of-Adult-FInancial-Literacy- Competencies.pdf>. Acesso em: 24 Jun. 2017. POTRICH, Ani Caroline Grigion; VIEIRA, Kelmara Mendes; CERETTA, Paulo Sergio. NÍVEL DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: afinal, o que é relevante? Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), v. 12, n. 3, p. 314-333, 2013. POTRICH, Ani Caroline Grigion; VIEIRA, Kelmara Mendes; KIRCH, Guilherme. VOCÊ É ALFABETIZADO FINANCEIRAMENTE? DESCUBRA NO TERMÔMETRO DE ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA. Revista Base (Administração e Contabilidade) da UNISINOS, v. 13, n. 2, p. 153-170, abr./jun. 2016.
  • 21. 21 REMUND, David L. Financial Literacy Explicated: The Case for a Clearer Definition in an Increasingly Complex Economy. The Journal of Consumer Affairs, v. 44, n. 2, p. 279, 2010. SILVA, W. V. et al. FINANÇAS COMPORTAMENTAIS: análise do perfil comportamental do investidor e do propenso investidor. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (RECADM), v. 7, n. 2, p. 1-14, nov. 2008. WARTCHOW, Eduardo; WEBBER, Carine Geltrudes. EDUCOELHO: Um Jogo para Alfabetização Financeira e Estímulo à Reflexão Comportamental. In: Seminário de Jogos Eletrônicos, Educação e Comunicação, 12, 2017, Salvador. Disponível em: <https://www.revistas.uneb.br/index.php/sjec/article/view/3548>. Acesso em: 15 jun. 2017.
  • 22. 22 Anexo I: Questionário Proposto Questionário para Medir o Nível de Alfabetização Financeira dos Brasileiros Parte 1 – Perfil do Respondente 1. Idade 2. Gênero ( )M ( )F 3. Estado Civil ( )Solteiro ( )Casado/União Estável ( )Divorciado ( )Viúvo 4. Escolaridade ( )Ensino Fundamental ( )Ensino Médio ( )Ensino Superior ( )Pós-Graduado 5. Renda ( )Até R$937,00 ( )Entre R$937,01 e R$1400,00 ( )Entre R$1400,01 e R$2100,00 ( )Entre R$2100,01 e R$3500,00 ( )Entre R$7000,01 e R$14000,00 ( )Acima de R$14000,00 ( )Não possuo renda 6. Cidade Parte 2 – Atitude Financeira 7. Eu gosto de comprar coisas, porque isso me faz sentir bem. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 8. Não me preocupo com o futuro, vivo apenas o presente. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 9. Eu acredito que a maneira como eu administro meu dinheiro vai afetar o meu futuro. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 10. É difícil construir um planejamento de gastos mensais. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente
  • 23. 23 ( )Concordo ( )Concordo totalmente 11. Invisto regularmente para minha aposentadoria. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 12. Costumo pagar o valor mínimo da fatura dos cartões de crédito. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 13. Ao comprar a prazo, é importante comparar as ofertas de crédito disponíveis. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 14. Depois de tomar uma decisão sobre dinheiro, tendo a me preocupar muito com a minha decisão. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 15. É importante controlar as despesas mensais. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente 16. É importante não gastar mais do que recebo. ( )Discordo totalmente ( )Discordo ( )Indiferente ( )Concordo ( )Concordo totalmente Parte 3 – Comportamento Financeiro 17. Anoto e controlo os meus gastos pessoais ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes
  • 24. 24 ( )Quase sempre ( )Sempre 18. Estabeleço metas financeiras de longo prazo ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 19. Pago minhas contas em dia ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 20. Faço uma reserva do dinheiro que recebo mensalmente para uma necessidade futura. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 21. Compro por impulso. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 22. Comparo preços antes de realizar uma compra. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 23. Possuo uma reserva financeira equivalente a seis meses ou mais da minha renda mensal. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 24. Prefiro comprar um produto financiado do que juntar para compra-lo a vista ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre
  • 25. 25 25. Poupo mensalmente ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 26. Tenho utilizado cartão de crédito ou cheque especial por não possuir dinheiro suficiente para todas as despesas. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 27. Antes de uma grande compra, verifico cuidadosamente se tenho condições para pagar. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 28. Frequentemente peço dinheiro emprestado para a família ou amigos para pagar as contas. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 29. Tenho dinheiro suficiente mensalmente para pagar todas as minhas despesas pessoais e as despesas fixas da casa. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 30. Nos últimos 12 meses tenho conseguido poupar dinheiro. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 31. Eu geralmente alcanço os objetivos que determino ao gerenciar meu dinheiro. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre
  • 26. 26 32. Eu discuto com a minha família sobre como eu gasto o nosso dinheiro. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 33. Eu pago as faturas do cartão de crédito integralmente para evitar a cobrança de juros. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 34. Tenho meu dinheiro investido em mais de um tipo de investimento (imóveis, ações, títulos, poupança). ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 35. Ao decidir sobre quais produtos financeiros ou empréstimos irei utilizar, considero as opções de diferentes empresas/bancos. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre 36. Confiro a fatura dos cartões de crédito para averiguar possíveis erros e cobranças indevidas. ( )Nunca ( )Quase nunca ( )Às vezes ( )Quase sempre ( )Sempre Parte 4 – Conhecimento Financeiro 37. Considerando-se um longo período de tempo (ex.: 10 anos), qual ativo, normalmente, oferece maior retorno? § Poupança § Ações § Tesouro Direto § Não sei 38. Quando um investidor distribui seu investimento entre diferentes ativos, o risco de perder dinheiro: § Aumenta § Diminui
  • 27. 27 § Permanece inalterado § Não sei 39. Qual das pessoas pagaria mais em despesas financeiras por ano se elas gastassem a mesma quantia por ano em seus cartões de créditos? § Hellen, que sempre paga todo o saldo do cartão de crédito no vencimento. § Eduardo, que geralmente paga todo o saldo do cartão de crédito no vencimento, mas ocasionalmente paga só o mínimo, quando está sem dinheiro. § Lucas, que paga pelo menos o mínimo todo mês e um pouco mais quando tem alguma folga. § Tatiana, que sempre paga o mínimo. 40. José ganha R$ 1.000,00 por mês. Paga R$ 300,00 de aluguel e mais R$ 200,00 de alimentação todo mês. Gasta ainda R$ 100,00 em transportes, R$ 50,00 em roupas, R$ 50,00 em remédios e mais R$ 100,00 em pequenas despesas extras. Pretende comprar uma TV que custa R$ 800,00. Quanto tempo ele levará guardando recursos para comprar a TV? § 2 meses § 4 meses § 6 meses § 8 meses 41. Suponha que você tenha R$ 100,00 em uma conta poupança a uma taxa de juros de 10% ao ano. Depois de 5 anos, qual o valor que você terá na poupança? Considere que não tenha sido depositado e nem retirado dinheiro. § Mais do que R$150,00 § Menos do que R$150,00 § Exatamente R$150,00 § Não sei 42. Suponha que você viu o mesmo televisor em duas lojas diferentes pelo preço inicial de R$ 1.000.00. A loja A oferece um desconto de R$ 150,00, enquanto a loja B oferece um desconto de 10%. Qual é a melhor alternativa? § Comprar na loja A § Comprar na loja B § Não sei 43. Imagine que o rendimento de sua poupança seja de 1% ao ano e que a taxa de inflação seja de 2% ao ano. Após 12 meses, quanto você poderá comprar com o dinheiro da poupança? § Mais do que hoje § Exatamente o mesmo § Menos do que hoje § Não sei 44. Um empréstimo com duração de 15 anos normalmente exige pagamentos mensais maiores do que um empréstimo de 30 anos, mas o total de juros pagos ao final do empréstimo será menor. Essa afirmação é: § Verdadeira § Falsa
  • 28. 28 45. Um investimento com alta taxa de retorno terá alta taxa de risco. Essa afirmação é: § Verdadeira § Falsa 46. Suponha que você realizou um empréstimo de R$ 10.000,00 para ser pago após um ano e o custo total com os juros é R$ 600,00. A taxa de juros que você irá pagar nesse empréstimo é de: § 0,3% § 0,6% § 3% § 6%