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Cinema Documentário
Profa. Cláudia Lago
Baseado em Introdução ao
Documentário (Bill Nichols)
Questões
 O que é um documentário
 Qual a estrutura de um
documentário
 O documentário não é uma
ficção?
 Quando surgiu o documentário?
 Como se faz documentário
hoje?
Definições?
 Uma espécie de discurso a respeito
do mundo. Representações.
 Todos os filmes evidenciam a cultura
da qual fazem parte
 Documentários de satisfação de
desejos (lógica da história
convincente)
 Documentários de representação
social (lógica informativa)
Representação Social
 Interpretação
 Crença
 Documentários encorajam a
crença, já que precisam
persuadir que um ponto de vista
ou enfoque é preferível a outro
 Documentário: prazer e/ou
rumo.
 Vínculo com o mundo histórico
Documentário
 Oferecem uma representação
reconhecível do mundo (vemos
o que estava diante da máquina
– efeito de verdade)
 Representação de interesses de
outros (os mais variados)
 Defendem um determinado
ponto de vista com “provas” –
documentos...
Representação
 Coloca em cena questões éticas
 Representa uma determinada
visão de mundo
 Conceito vago
 Quatro ângulos: Instituições,
Profissionais, Textos e Público
Instituições e Cineastas
 Discovery Channel
 Michael Moore
 BBC
 Falsos documentários: Bruxa de
Blair
 Estrutura institucional: forma
institucional de ver e falar: voz over,
ambos os lados da questão...
 Documentaristas? Grupo específico
Textos
 Lógica informativa – problema,
informação sobre o tópico, exame da
complexidade, conclusão
 Voz over, entrevistas, som direto,
cortes, atores sociais* como
personagens principais
 Argumento sobre o mundo histórico
– pouca preocupação com a
continuidade histórico/temporal da
ficção: “montagem de evidência”
Modalidades
 Poético – associações visuais, ritmo,
forma (vanguarda, experimental)
 Expositivo – lógica argumentativa,
comentário verbal (jornalístico)
 Observativo – cotidiano intocado,
câmera discreta
 Participativo – Relação entre o tema
e o documentarista
 Reflexivo – metalinguístico
 Performático – Evocações e afetos
(reality shows – Cops?)
Espectadores
 Suposição de que o que assistem veio do
mundo histórico e não foi produzido
especialmente para o doc
 Imagem como índice
 Crença na autenticidade daquele mundo
histórico
 Aceitação da “representação criativa” – o
doc tem que nos mobilizar
 Discurso da “sobriedade”
 “Desejo de saber mais sobre o mundo”
(Epistefilia)
Surgimento do Documentário
 Cinema: revelação – cópia do
movimento
 Atitude científica – Lumiére (1895)
 Documentação
 Exibicionismo, sensacionalismo,
exotismo
 Agregados à: narração de histórias,
relato poético e retórica
Relato Poético
 Fotogenia (França); Montagem
(URSS): algo novo, disponível
apenas pelo cinema – não a
realidade que se apresentava
aos olhos. Vanguarda da
década de 20 do século XX
Narrativa
 Personagens
 Uma história a ser contada
 Realismo
Oratória Retórica
 Uma voz a falar do mundo
social
 Um projeto
 Socialismo; Educação;
Convencimento
Alguns momentos iniciais
 Filmes “etnográficos” – Nanook
o Esquimó (Robert Flaherty,
1922)
 Inglaterra – Jonh Grierson
(década de 30)
 União Soviética - Dziga Vertov
(década de 20)
Modalidades e Tempo
Histórico
 Década de 20/30 – Vanguardas –
Poético
 Décadas 40/50 - Expositivo
 Anos 50/60 – Gravadores Portáteis –
Observativo
 Anos 70 – Participativo
 Reflexivo
 Anos 80/90 – Identidade subjetiva –
Performático
Poético
 Fragmentos, associações,
impressões subjetivas
 Pouca estrutura retórica
Expositivo
 Argumento, retórica
 Voz de Deus ou Voz da
autoridade – de fora do mundo
histórico
 As imagens ilustram o que é
dito, esclarecem, evocam. Não
são “prioritárias”
 Objetividade – persuasão
retórica
Observativo
 Idéia da pura representação
 Avanços tecnológicos na
década de 60
 Sincronismo de som e imagem
 Pesquisas sociológicas
 A ilusão do que estava lá
 Questões éticas específicas
Participativo
 Antropologia: observação
participativa
 A presença implica em
alteração
 É o estar lá unido ao perceber-
se lá
 Ato físico e político – a
importância do encontro
 Possibilidade da entrevista
Reflexivo
 Modos e problemas da
representação
 O cineasta, seu tema e a conversa
com o espectador
 O documentário como
construção/representação
 O questionamento da possibilidade
de prova e documentação – contra a
naturalização dos códigos (P)
 Exacerbar a consciência
Performático
 Dimensões subjetivas do mundo
e da forma como o conhecemos
 Combinação real e imaginário
 Autobiográficos
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  • 1. Cinema Documentário Profa. Cláudia Lago Baseado em Introdução ao Documentário (Bill Nichols)
  • 2. Questões  O que é um documentário  Qual a estrutura de um documentário  O documentário não é uma ficção?  Quando surgiu o documentário?  Como se faz documentário hoje?
  • 3. Definições?  Uma espécie de discurso a respeito do mundo. Representações.  Todos os filmes evidenciam a cultura da qual fazem parte  Documentários de satisfação de desejos (lógica da história convincente)  Documentários de representação social (lógica informativa)
  • 4. Representação Social  Interpretação  Crença  Documentários encorajam a crença, já que precisam persuadir que um ponto de vista ou enfoque é preferível a outro  Documentário: prazer e/ou rumo.  Vínculo com o mundo histórico
  • 5. Documentário  Oferecem uma representação reconhecível do mundo (vemos o que estava diante da máquina – efeito de verdade)  Representação de interesses de outros (os mais variados)  Defendem um determinado ponto de vista com “provas” – documentos...
  • 6. Representação  Coloca em cena questões éticas  Representa uma determinada visão de mundo  Conceito vago  Quatro ângulos: Instituições, Profissionais, Textos e Público
  • 7. Instituições e Cineastas  Discovery Channel  Michael Moore  BBC  Falsos documentários: Bruxa de Blair  Estrutura institucional: forma institucional de ver e falar: voz over, ambos os lados da questão...  Documentaristas? Grupo específico
  • 8. Textos  Lógica informativa – problema, informação sobre o tópico, exame da complexidade, conclusão  Voz over, entrevistas, som direto, cortes, atores sociais* como personagens principais  Argumento sobre o mundo histórico – pouca preocupação com a continuidade histórico/temporal da ficção: “montagem de evidência”
  • 9. Modalidades  Poético – associações visuais, ritmo, forma (vanguarda, experimental)  Expositivo – lógica argumentativa, comentário verbal (jornalístico)  Observativo – cotidiano intocado, câmera discreta  Participativo – Relação entre o tema e o documentarista  Reflexivo – metalinguístico  Performático – Evocações e afetos (reality shows – Cops?)
  • 10. Espectadores  Suposição de que o que assistem veio do mundo histórico e não foi produzido especialmente para o doc  Imagem como índice  Crença na autenticidade daquele mundo histórico  Aceitação da “representação criativa” – o doc tem que nos mobilizar  Discurso da “sobriedade”  “Desejo de saber mais sobre o mundo” (Epistefilia)
  • 11. Surgimento do Documentário  Cinema: revelação – cópia do movimento  Atitude científica – Lumiére (1895)  Documentação  Exibicionismo, sensacionalismo, exotismo  Agregados à: narração de histórias, relato poético e retórica
  • 12. Relato Poético  Fotogenia (França); Montagem (URSS): algo novo, disponível apenas pelo cinema – não a realidade que se apresentava aos olhos. Vanguarda da década de 20 do século XX
  • 13. Narrativa  Personagens  Uma história a ser contada  Realismo
  • 14. Oratória Retórica  Uma voz a falar do mundo social  Um projeto  Socialismo; Educação; Convencimento
  • 15. Alguns momentos iniciais  Filmes “etnográficos” – Nanook o Esquimó (Robert Flaherty, 1922)  Inglaterra – Jonh Grierson (década de 30)  União Soviética - Dziga Vertov (década de 20)
  • 16. Modalidades e Tempo Histórico  Década de 20/30 – Vanguardas – Poético  Décadas 40/50 - Expositivo  Anos 50/60 – Gravadores Portáteis – Observativo  Anos 70 – Participativo  Reflexivo  Anos 80/90 – Identidade subjetiva – Performático
  • 17. Poético  Fragmentos, associações, impressões subjetivas  Pouca estrutura retórica
  • 18. Expositivo  Argumento, retórica  Voz de Deus ou Voz da autoridade – de fora do mundo histórico  As imagens ilustram o que é dito, esclarecem, evocam. Não são “prioritárias”  Objetividade – persuasão retórica
  • 19. Observativo  Idéia da pura representação  Avanços tecnológicos na década de 60  Sincronismo de som e imagem  Pesquisas sociológicas  A ilusão do que estava lá  Questões éticas específicas
  • 20. Participativo  Antropologia: observação participativa  A presença implica em alteração  É o estar lá unido ao perceber- se lá  Ato físico e político – a importância do encontro  Possibilidade da entrevista
  • 21. Reflexivo  Modos e problemas da representação  O cineasta, seu tema e a conversa com o espectador  O documentário como construção/representação  O questionamento da possibilidade de prova e documentação – contra a naturalização dos códigos (P)  Exacerbar a consciência
  • 22. Performático  Dimensões subjetivas do mundo e da forma como o conhecemos  Combinação real e imaginário  Autobiográficos  Expressão individual