SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Baixar para ler offline
1
2
2010 Conselho Nacional de Justiça
	 Ministro	 Cezar Peluso, Presidente
	 Ministra	 Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça
	 Conselheiros	 Felipe Locke Cavalcanti
		 Ives Gandra
		 Jefferson Kravchychyn
		 Jorge Hélio
		 José Adonis Callou de Araújo Sá
		 Leomar Barros
		 Marcelo Neves
		 Marcelo Nobre
		 Milton Nobre
		 Morgana Richa
		 Nelson Tomaz Braga
		 Paulo Tamburini
		 Walter Nunes
	 Secretário-geral	 Fernando Marcondes
		 EXPEDIENTE
	 Porta-voz do CNJ	 Pedro Del Picchia
	 Assessor-chefe da	 Marcone Gonçalves
	 Comunicação Social do CNJ
	 Produção de texto	Ana Beatriz Barbosa Silva
Médica psiquiatra, diretora técnica da Medicina
do Comportamento SP e RJ, escritora e autora do
livro “BULLYING: Mentes Perigosas nas Escolas”
	 Revisão	 Geysa Bigonha
		 Maria Deusirene
	 Fotos	 Gláucio Dettmar
		 Luiz Silveira
	 Projeto Gráfico	 Leandro Luna
	 Arte, Designer 	 Divanir Junior
	 e Editoração	 Marcelo Gomes
5
6
7
CARTILHA BULLYING PROFESSORES E PROFISSIONAIS DA ESCOLA
1. O QUE É BULLYING?
O bullying é um termo ainda pouco conhecido do grande público. De origem inglesa e
sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no
âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência
(física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se
encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas.Tais comportamentos não
apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que,
de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão,
prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas.
2. QUAIS SÃO AS FORMAS DE BULLYING? NORMALMENTE, EXISTEM MAIS
MENINOS OU MENINAS QUE COMETEM BULLYING?
As formas de bullying são:
•	 Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”)
•	 Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima)
•	 Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar)
•	 Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar)
•	 Virtual ou Ciberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas:
celulares, filmadoras, internet etc.)
Estudos revelam um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas. No entanto, por
serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis.
Já as meninas costumam praticar bullying mais na base de intrigas, fofocas e isolamento
das colegas. Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente
doméstico.
8
3. EXISTE ALGUMA FORMA DE BULLYING QUE SEJA MAIS MALÉFICA? O
CIBERBULLYING É PIOR DO QUE O BULLYING TRADICIONAL?
Uma das formas mais agressivas de bullying, que ganha cada vez mais espaços sem
fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem por meio de ferramentas
tecnológicas como celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e-
mails, sites de relacionamentos, vídeos).Além de a propagação das difamações ser pratica-
mente instantânea o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável. O ciber-
bullying extrapola, em muito, os muros das escolas e expõe a vítima ao escárnio público. Os
praticantes desse modo de perversidade também se valem do anonimato e, sem nenhum
constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil possível. Traumas e consequências
advindos do bullying virtual são dramáticos.
4. QUAL O CRITÉRIO ADOTADO PELOS AGRESSORES PARA A ESCOLHA DA VÍTIMA?
Os bullies (agressores) escolhem os alunos que estão em franca desigualdade de poder,
seja por situação socioeconômica, situação de idade, de porte físico ou até porque nu-
mericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já apresentam
algo que destoa do grupo (são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras; são de credo,
raça ou orientação sexual diferente etc.). Este fato por si só já as torna pessoas com baixa
autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos ofensores. Não há justificativas plausíveis
para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer frente às
agressões sofridas.
5. QUAIS AS PRINCIPAIS RAZÕES QUE LEVAM OS JOVENS A SEREM OS
AGRESSORES?
É muito importante que os responsáveis pelos processos educacionais identifiquem com
qual tipo de agressor estão lidando, uma vez que existem motivações diferenciadas:
1. Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educa-
cionais no contexto familiar.
9
2. Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrea-
lização com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram
nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os
modelos domésticos na sociedade.
3. Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação
traumática dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças na família etc. A vio-
lência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto,
circunstancial.
4. E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa.
Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base es-
trutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do
altruísmo: a empatia.
6. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE UMA VÍTIMA DE BULLYING PODE
ENFRENTAR NA ESCOLA E AO LONGO DA VIDA?
As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo,
da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da forma e da intensidade das
agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying
(em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agres-
sões para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a supe-
ração do problema.
Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos;
problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e
bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também
pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a
vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia,
homicídio e suicídio.
10
7. COMO PERCEBER QUANDO UMA CRIANÇA OU ADOLESCENTE ESTÁ SOFRENDO
BULLYING? QUAL O COMPORTAMENTO TÍPICO DESSES JOVENS?
As informações sobre o comportamento das vítimas devem incluir os diversos ambientes
que elas frequentam. Nos casos de bullying é fundamental que os pais e os profissionais da
escola atentem especialmente para os seguintes sinais:
Na Escola:
No recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam
protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mos-
tram-se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre
são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando
das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas,
arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas.
Em Casa:
Frequentemente se queixam de dores de cabeça, enjoo, dor de estômago, tonturas, vômi-
tos, perda de apetite, insônia.Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período
que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola. Mudanças frequentes e intensas
de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva. Geralmente elas não
têm amigos ou, quando têm são bem poucos; existe uma escassez de telefonemas, e-mails,
torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar. Passam a gastar
mais dinheiro do que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o
intuito de presentear os outros. Apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas)
para faltar às aulas.
11
8. E O CONTRÁRIO? O QUE SE PODE NOTAR NO COMPORTAMENTO DE UM
PRATICANTE DE BULLYING?
Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam
apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Fur-
tam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser popula-
res na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio.
No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos fami-
liares. São arrogantes no agir,no falar e no vestir, demonstrando superioridade. Manipulam
pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola
com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convin-
cente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos.
9. O FENÔMENO BULLYING COMEÇA EM CASA?
Muitas vezes o fenômeno começa em casa. Entretanto, para que os filhos possam ser
mais empáticos e possam agir com respeito ao próximo, é necessário primeiro a revisão do
que ocorre dentro de casa. Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas
e valores, eximindo-se da responsabilidade de educadores. O exemplo dentro de casa é
fundamental. O ensinamento de ética, solidariedade e altruísmo inicia ainda no berço e se
estende para o âmbito escolar, onde as crianças e adolescentes passarão grande parte do
seu tempo.
10. O BULLYING EXISTE MAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS OU NAS PARTICULARES?
O bullying existe em todas as escolas, o grande diferencial entre elas é a postura que
cada uma tomará frente aos casos de bullying. Por incrível que pareça os estudos apontam
para uma postura mais efetiva contra o bullying entre as escolas públicas, que já contam
com uma orientação mais padronizada perante os casos (acionamento dos Conselhos Tute-
lares, Delegacias da Criança e do Adolescente etc.).
12
11. O ALUNO VÍTIMA DE BULLYING NORMALMENTE CONTA AOS PAIS E
PROFESSORES O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
As vítimas de bullying se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores.
Raramente elas pedem ajuda às autoridades escolares ou aos pais. Agem assim, domi-
nadas pela falsa crença de que essa postura é capaz de evitar possíveis retaliações dos
agressores e por acreditarem que, ao sofrerem sozinhos e calados, pouparão seus pais da
decepção de ter um filho frágil, covarde e não popular na escola.
12. QUAL É O PAPEL DA ESCOLA PARA EVITAR O BULLYING ESCOLAR?
A escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde os comportamentos
agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. A direção
da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, os Conselhos
Tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Caso não o faça poderá
ser responsabilizada por omissão. Em situações que envolvam atos infracionais (ou ilícitos)
a escola também tem o dever de fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem
ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados responsabilizados.
Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o crescimento da violência e da crimina-
lidade infantojuvenil.
13. COMO É O BULLYING NAS ESCOLAS BRASILEIRAS, EM COMPARAÇÃO A
OUTRAS, DOS ESTADOS UNIDOS OU DA EUROPA? ALGUMA CARACTERÍSTICA
ESPECÍFICA?
Em linhas gerais o bullying é um fenômeno universal e democrático, pois acontece em
todas as partes do mundo onde existem relações humanas e onde a vida escolar faz parte
do cotidiano dos jovens. Alguns países, no entanto, apresentam características peculiares
na manifestação desse fenômeno: nos EUA, o bullying tende a apresentar-se de forma
mais grave com casos de homicídios coletivos, e isso se deve à infeliz facilidade que os
jovens americanos possuem de terem acesso as armas de fogo. Nos países da Europa, o
13
bullying tende a se manifestar na forma de segregação social a até da xenofobia. No Brasil,
observam-se manifestações semelhantes às dos demais países, mas com peculiaridades
locais: o uso de violência com armas brancas ainda é maior que a exercida com armas
de fogo, uma vez que o acesso a elas ainda é restrito a ambientes sociais dominados
pelo narcotráfico. A violência na forma de descriminação e segregação aparece mais em
escolas particulares de alto poder aquisitivo, onde os descendentes nordestinos, ainda que
economicamente favorecidos, costumam sofrer discriminação em função de seus hábitos,
sotaques ou expressões idiomáticas típicas. Por esses aspectos é necessário sempre anali-
sar, de maneira individualizada, todos os comportamentos de bullying, pois as suas formas
diversas podem sinalizar com mais precisão as possíveis ações para a redução dessas
variadas expressões da violência entre estudantes.
14. QUAL A INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE ATUAL NESTE TIPO DE
COMPORTAMENTO?
O individualismo, cultura dos tempos modernos, propiciou essa prática, em que o ter é
muito mais valorizado que o ser, com distorções absurdas de valores éticos. Vive-se em
tempos velozes, com grandes mudanças em todas as esferas sociais. Nesse contexto, a
educação tanto no lar quanto na escola se tornou rapidamente ultrapassada, confusa, sem
parâmetros ou limites. Os pais passaram a ser permissivos em excesso e os filhos cada vez
mais exigentes, egocêntricos. As crianças tendem a se comportar em sociedade de acordo
com os modelos domésticos. Muitos deles não se preocupam com as regras sociais, não
refletem sobre a necessidade delas no convívio coletivo e, nem sequer se preocupam com
as consequências dos seus atos transgressores. Cabe à sociedade como um todo transmitir
às novas gerações valores educacionais mais éticos e responsáveis.Afinal, são estes jovens
que estão delineando o que a sociedade será daqui em diante. Auxiliá-los e conduzi-los na
construção de uma sociedade mais justa e menos violenta, é obrigação de todos.
14
15. COMO OS PAIS E PROFESSORES PODEM AJUDAR AS VÍTIMAS DE BULLYING A
SUPERAR O SOFRIMENTO?
A identificação precoce do bullying pelos responsáveis (pais e professores) é de suma
importância. As crianças normalmente não relatam o sofrimento vivenciado na escola, por
medo de represálias e por vergonha. A observação dos pais sobre o comportamento dos
filhos é fundamental, bem como o diálogo franco entre eles. Os pais não devem hesitar em
buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, para que seus filhos possam supe-
rar traumas e transtornos psíquicos.
Outro aspecto de valor inestimável é a percepção do talento inato desses jovens. Os adul-
tos devem sempre estimulá-los e procurar métodos eficazes para que essas habilidades
possam resgatar sua autoestima, bem como construir sua identidade social na forma de
uma cidadania plena.
w w w . c n j . j u s . b r

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Combatendo o bullying na escola

Semelhante a Combatendo o bullying na escola (20)

Cartilha sobre o bullyng[1]
Cartilha sobre o bullyng[1]Cartilha sobre o bullyng[1]
Cartilha sobre o bullyng[1]
 
Cartilhabullying
CartilhabullyingCartilhabullying
Cartilhabullying
 
Cartilha bullying
Cartilha bullyingCartilha bullying
Cartilha bullying
 
Cartilha
CartilhaCartilha
Cartilha
 
Cartilha 2010 justiça nas escolas -bullying
Cartilha 2010 justiça nas escolas -bullyingCartilha 2010 justiça nas escolas -bullying
Cartilha 2010 justiça nas escolas -bullying
 
Cartilha do cnj sobre bullying
Cartilha do cnj sobre bullyingCartilha do cnj sobre bullying
Cartilha do cnj sobre bullying
 
Cartilha bullying
Cartilha bullyingCartilha bullying
Cartilha bullying
 
Cartilha bullying
Cartilha bullyingCartilha bullying
Cartilha bullying
 
Cartilhabullying
CartilhabullyingCartilhabullying
Cartilhabullying
 
Cartilha bullying
Cartilha bullyingCartilha bullying
Cartilha bullying
 
Cartilha Bullying2.pdf
Cartilha Bullying2.pdfCartilha Bullying2.pdf
Cartilha Bullying2.pdf
 
Bullyng
BullyngBullyng
Bullyng
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 
Bullying - diferentes faces de um mesmo problema
Bullying - diferentes faces de um mesmo problemaBullying - diferentes faces de um mesmo problema
Bullying - diferentes faces de um mesmo problema
 
Cartilha Bullying.docx
Cartilha Bullying.docxCartilha Bullying.docx
Cartilha Bullying.docx
 
Bullying liliana (1)
Bullying liliana (1)Bullying liliana (1)
Bullying liliana (1)
 
Bulling
BullingBulling
Bulling
 
Projeto bullying
Projeto bullyingProjeto bullying
Projeto bullying
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 
Bullying
BullyingBullying
Bullying
 

Mais de Onésimo Remígio

ESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPO
ESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPOESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPO
ESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPOOnésimo Remígio
 
ESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CE
ESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CEESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CE
ESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CEOnésimo Remígio
 
Historiando Prainha do Canto Verde
Historiando Prainha do Canto VerdeHistoriando Prainha do Canto Verde
Historiando Prainha do Canto VerdeOnésimo Remígio
 
O gato tião e a dinda raposa
O gato tião e a dinda raposaO gato tião e a dinda raposa
O gato tião e a dinda raposaOnésimo Remígio
 
Cartilha bola-na-rede 2013 (1)
Cartilha bola-na-rede 2013 (1)Cartilha bola-na-rede 2013 (1)
Cartilha bola-na-rede 2013 (1)Onésimo Remígio
 
Caderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracao
Caderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracaoCaderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracao
Caderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracaoOnésimo Remígio
 
Caderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estados
Caderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estadosCaderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estados
Caderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estadosOnésimo Remígio
 
Caderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudanca
Caderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudancaCaderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudanca
Caderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudancaOnésimo Remígio
 
Bibliografia -violncia_contra_crianas_e_adolescentes
Bibliografia  -violncia_contra_crianas_e_adolescentesBibliografia  -violncia_contra_crianas_e_adolescentes
Bibliografia -violncia_contra_crianas_e_adolescentesOnésimo Remígio
 
Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.
Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.
Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.Onésimo Remígio
 

Mais de Onésimo Remígio (20)

ESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPO
ESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPOESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPO
ESCOLA ANA FACÓ - LINHA DO TEMPO
 
ESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CE
ESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CEESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CE
ESCOLA ANA FACÓ - BEBERIBE - CE
 
Historiando Prainha do Canto Verde
Historiando Prainha do Canto VerdeHistoriando Prainha do Canto Verde
Historiando Prainha do Canto Verde
 
O peixinho e o gato
O peixinho e o gatoO peixinho e o gato
O peixinho e o gato
 
O leão praxedes
O leão praxedesO leão praxedes
O leão praxedes
 
O gato tião e a dinda raposa
O gato tião e a dinda raposaO gato tião e a dinda raposa
O gato tião e a dinda raposa
 
No reino das letras felizes
No reino das letras felizesNo reino das letras felizes
No reino das letras felizes
 
Conto ou nao conto
Conto ou nao contoConto ou nao conto
Conto ou nao conto
 
As abelhas e as formigas
As abelhas e as formigasAs abelhas e as formigas
As abelhas e as formigas
 
A bruxa e o caldeirão
A bruxa e o caldeirãoA bruxa e o caldeirão
A bruxa e o caldeirão
 
O ratinho roi roi
O ratinho roi roiO ratinho roi roi
O ratinho roi roi
 
Cartilha bola-na-rede 2013
Cartilha bola-na-rede 2013Cartilha bola-na-rede 2013
Cartilha bola-na-rede 2013
 
Cartilha bola-na-rede 2013 (1)
Cartilha bola-na-rede 2013 (1)Cartilha bola-na-rede 2013 (1)
Cartilha bola-na-rede 2013 (1)
 
Cartilha+mídia unicef
Cartilha+mídia unicefCartilha+mídia unicef
Cartilha+mídia unicef
 
Caderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracao
Caderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracaoCaderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracao
Caderno suas volume_3_-_planos_de_assistencia_social_diretrizes_para_elaboracao
 
Caderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estados
Caderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estadosCaderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estados
Caderno suas volume_2_-_desafios_da_gestao_do_suas__nos_municipios_e_estados
 
Caderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudanca
Caderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudancaCaderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudanca
Caderno suas volume_1_2013_configurando_os_eixos_da_mudanca
 
Caderno 21x29 7-assistencia
Caderno 21x29 7-assistenciaCaderno 21x29 7-assistencia
Caderno 21x29 7-assistencia
 
Bibliografia -violncia_contra_crianas_e_adolescentes
Bibliografia  -violncia_contra_crianas_e_adolescentesBibliografia  -violncia_contra_crianas_e_adolescentes
Bibliografia -violncia_contra_crianas_e_adolescentes
 
Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.
Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.
Base tecnica curso_creas_importantissimo_caderno-creas-final-dez.
 

Último

activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptxLinoReisLino
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfManuais Formação
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfAlissonMiranda22
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila RibeiroMarcele Ravasio
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasraveccavp
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 

Último (20)

activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
[Bloco 7] Recomposição das Aprendizagens.pptx
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdfCD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
CD_B3_C_ Criar e editar conteúdos digitais em diferentes formatos_índice.pdf
 
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdfRedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
RedacoesComentadasModeloAnalisarFazer.pdf
 
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila RibeiroLivro O QUE É LUGAR DE FALA  - Autora Djamila Ribeiro
Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 04, Central Gospel, O Tribunal De Cristo, 1Tr24.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisasNova BNCC Atualizada para novas pesquisas
Nova BNCC Atualizada para novas pesquisas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 

Combatendo o bullying na escola

  • 1. 1
  • 2. 2
  • 3.
  • 4. 2010 Conselho Nacional de Justiça Ministro Cezar Peluso, Presidente Ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça Conselheiros Felipe Locke Cavalcanti Ives Gandra Jefferson Kravchychyn Jorge Hélio José Adonis Callou de Araújo Sá Leomar Barros Marcelo Neves Marcelo Nobre Milton Nobre Morgana Richa Nelson Tomaz Braga Paulo Tamburini Walter Nunes Secretário-geral Fernando Marcondes EXPEDIENTE Porta-voz do CNJ Pedro Del Picchia Assessor-chefe da Marcone Gonçalves Comunicação Social do CNJ Produção de texto Ana Beatriz Barbosa Silva Médica psiquiatra, diretora técnica da Medicina do Comportamento SP e RJ, escritora e autora do livro “BULLYING: Mentes Perigosas nas Escolas” Revisão Geysa Bigonha Maria Deusirene Fotos Gláucio Dettmar Luiz Silveira Projeto Gráfico Leandro Luna Arte, Designer Divanir Junior e Editoração Marcelo Gomes
  • 5. 5
  • 6. 6
  • 7. 7 CARTILHA BULLYING PROFESSORES E PROFISSIONAIS DA ESCOLA 1. O QUE É BULLYING? O bullying é um termo ainda pouco conhecido do grande público. De origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar comportamentos agressivos no âmbito escolar, praticados tanto por meninos quanto por meninas. Os atos de violência (física ou não) ocorrem de forma intencional e repetitiva contra um ou mais alunos que se encontram impossibilitados de fazer frente às agressões sofridas.Tais comportamentos não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Em última instância, significa dizer que, de forma “natural”, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. 2. QUAIS SÃO AS FORMAS DE BULLYING? NORMALMENTE, EXISTEM MAIS MENINOS OU MENINAS QUE COMETEM BULLYING? As formas de bullying são: • Verbal (insultar, ofender, falar mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”) • Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da vítima) • Psicológica e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar) • Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar) • Virtual ou Ciberbullying (bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas: celulares, filmadoras, internet etc.) Estudos revelam um pequeno predomínio dos meninos sobre as meninas. No entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos meninos são mais visíveis. Já as meninas costumam praticar bullying mais na base de intrigas, fofocas e isolamento das colegas. Podem, com isso, passar despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente doméstico.
  • 8. 8 3. EXISTE ALGUMA FORMA DE BULLYING QUE SEJA MAIS MALÉFICA? O CIBERBULLYING É PIOR DO QUE O BULLYING TRADICIONAL? Uma das formas mais agressivas de bullying, que ganha cada vez mais espaços sem fronteiras é o ciberbullying ou bullying virtual. Os ataques ocorrem por meio de ferramentas tecnológicas como celulares, filmadoras, máquinas fotográficas, internet e seus recursos (e- mails, sites de relacionamentos, vídeos).Além de a propagação das difamações ser pratica- mente instantânea o efeito multiplicador do sofrimento das vítimas é imensurável. O ciber- bullying extrapola, em muito, os muros das escolas e expõe a vítima ao escárnio público. Os praticantes desse modo de perversidade também se valem do anonimato e, sem nenhum constrangimento, atingem a vítima da forma mais vil possível. Traumas e consequências advindos do bullying virtual são dramáticos. 4. QUAL O CRITÉRIO ADOTADO PELOS AGRESSORES PARA A ESCOLHA DA VÍTIMA? Os bullies (agressores) escolhem os alunos que estão em franca desigualdade de poder, seja por situação socioeconômica, situação de idade, de porte físico ou até porque nu- mericamente estão desfavoráveis. Além disso, as vítimas, de forma geral, já apresentam algo que destoa do grupo (são tímidas, introspectivas, nerds, muito magras; são de credo, raça ou orientação sexual diferente etc.). Este fato por si só já as torna pessoas com baixa autoestima e, portanto, são mais vulneráveis aos ofensores. Não há justificativas plausíveis para a escolha, mas certamente os alvos são aqueles que não conseguem fazer frente às agressões sofridas. 5. QUAIS AS PRINCIPAIS RAZÕES QUE LEVAM OS JOVENS A SEREM OS AGRESSORES? É muito importante que os responsáveis pelos processos educacionais identifiquem com qual tipo de agressor estão lidando, uma vez que existem motivações diferenciadas: 1. Muitos se comportam assim por uma nítida falta de limites em seus processos educa- cionais no contexto familiar.
  • 9. 9 2. Outros carecem de um modelo de educação que seja capaz de associar a autorrea- lização com atitudes socialmente produtivas e solidárias. Tais agressores procuram nas ações egoístas e maldosas um meio de adquirir poder e status, e reproduzem os modelos domésticos na sociedade. 3. Existem ainda aqueles que vivenciam dificuldades momentâneas, como a separação traumática dos pais, ausência de recursos financeiros, doenças na família etc. A vio- lência praticada por esses jovens é um fato novo em seu modo de agir e, portanto, circunstancial. 4. E, por fim, nos deparamos com a minoria dos opressores, porém a mais perversa. Trata-se de crianças ou adolescentes que apresentam a transgressão como base es- trutural de suas personalidades. Falta-lhes o sentimento essencial para o exercício do altruísmo: a empatia. 6. QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE UMA VÍTIMA DE BULLYING PODE ENFRENTAR NA ESCOLA E AO LONGO DA VIDA? As consequências são as mais variadas possíveis e dependem muito de cada indivíduo, da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética, da forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção, sofrem com os ataques de bullying (em maior ou menor proporção). Muitas levarão marcas profundas provenientes das agres- sões para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a supe- ração do problema. Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade generalizada, entre outros. O bullying também pode agravar problemas preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e suicídio.
  • 10. 10 7. COMO PERCEBER QUANDO UMA CRIANÇA OU ADOLESCENTE ESTÁ SOFRENDO BULLYING? QUAL O COMPORTAMENTO TÍPICO DESSES JOVENS? As informações sobre o comportamento das vítimas devem incluir os diversos ambientes que elas frequentam. Nos casos de bullying é fundamental que os pais e os profissionais da escola atentem especialmente para os seguintes sinais: Na Escola: No recreio encontram-se isoladas do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las; na sala de aula apresentam postura retraída, faltas frequentes às aulas, mos- tram-se comumente tristes, deprimidas ou aflitas; nos jogos ou atividades em grupo sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas; aos poucos vão se desinteressando das atividades e tarefas escolares; e em casos mais dramáticos apresentam hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas. Em Casa: Frequentemente se queixam de dores de cabeça, enjoo, dor de estômago, tonturas, vômi- tos, perda de apetite, insônia.Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no período que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola. Mudanças frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação ou raiva. Geralmente elas não têm amigos ou, quando têm são bem poucos; existe uma escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou viagens com o grupo escolar. Passam a gastar mais dinheiro do que o habitual na cantina ou com a compra de objetos diversos com o intuito de presentear os outros. Apresentam diversas desculpas (inclusive doenças físicas) para faltar às aulas.
  • 11. 11 8. E O CONTRÁRIO? O QUE SE PODE NOTAR NO COMPORTAMENTO DE UM PRATICANTE DE BULLYING? Na escola os bullies (agressores) fazem brincadeiras de mau gosto, gozações, colocam apelidos pejorativos, difamam, ameaçam, constrangem e menosprezam alguns alunos. Fur- tam ou roubam dinheiro, lanches e pertences de outros estudantes. Costumam ser popula- res na escola e estão sempre enturmados. Divertem-se à custa do sofrimento alheio. No ambiente doméstico, mantêm atitudes desafiadoras e agressivas em relação aos fami- liares. São arrogantes no agir,no falar e no vestir, demonstrando superioridade. Manipulam pessoas para se safar das confusões em que se envolveram. Costumam voltar da escola com objetos ou dinheiro que não possuíam. Muitos agressores mentem, de forma convin- cente, e negam as reclamações da escola, dos irmãos ou dos empregados domésticos. 9. O FENÔMENO BULLYING COMEÇA EM CASA? Muitas vezes o fenômeno começa em casa. Entretanto, para que os filhos possam ser mais empáticos e possam agir com respeito ao próximo, é necessário primeiro a revisão do que ocorre dentro de casa. Os pais, muitas vezes, não questionam suas próprias condutas e valores, eximindo-se da responsabilidade de educadores. O exemplo dentro de casa é fundamental. O ensinamento de ética, solidariedade e altruísmo inicia ainda no berço e se estende para o âmbito escolar, onde as crianças e adolescentes passarão grande parte do seu tempo. 10. O BULLYING EXISTE MAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS OU NAS PARTICULARES? O bullying existe em todas as escolas, o grande diferencial entre elas é a postura que cada uma tomará frente aos casos de bullying. Por incrível que pareça os estudos apontam para uma postura mais efetiva contra o bullying entre as escolas públicas, que já contam com uma orientação mais padronizada perante os casos (acionamento dos Conselhos Tute- lares, Delegacias da Criança e do Adolescente etc.).
  • 12. 12 11. O ALUNO VÍTIMA DE BULLYING NORMALMENTE CONTA AOS PAIS E PROFESSORES O QUE ESTÁ ACONTECENDO? As vítimas de bullying se tornam reféns do jogo do poder instituído pelos agressores. Raramente elas pedem ajuda às autoridades escolares ou aos pais. Agem assim, domi- nadas pela falsa crença de que essa postura é capaz de evitar possíveis retaliações dos agressores e por acreditarem que, ao sofrerem sozinhos e calados, pouparão seus pais da decepção de ter um filho frágil, covarde e não popular na escola. 12. QUAL É O PAPEL DA ESCOLA PARA EVITAR O BULLYING ESCOLAR? A escola é corresponsável nos casos de bullying, pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou se agravam na maioria das vezes. A direção da escola (como autoridade máxima da instituição) deve acionar os pais, os Conselhos Tutelares, os órgãos de proteção à criança e ao adolescente etc. Caso não o faça poderá ser responsabilizada por omissão. Em situações que envolvam atos infracionais (ou ilícitos) a escola também tem o dever de fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem ser devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados responsabilizados. Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o crescimento da violência e da crimina- lidade infantojuvenil. 13. COMO É O BULLYING NAS ESCOLAS BRASILEIRAS, EM COMPARAÇÃO A OUTRAS, DOS ESTADOS UNIDOS OU DA EUROPA? ALGUMA CARACTERÍSTICA ESPECÍFICA? Em linhas gerais o bullying é um fenômeno universal e democrático, pois acontece em todas as partes do mundo onde existem relações humanas e onde a vida escolar faz parte do cotidiano dos jovens. Alguns países, no entanto, apresentam características peculiares na manifestação desse fenômeno: nos EUA, o bullying tende a apresentar-se de forma mais grave com casos de homicídios coletivos, e isso se deve à infeliz facilidade que os jovens americanos possuem de terem acesso as armas de fogo. Nos países da Europa, o
  • 13. 13 bullying tende a se manifestar na forma de segregação social a até da xenofobia. No Brasil, observam-se manifestações semelhantes às dos demais países, mas com peculiaridades locais: o uso de violência com armas brancas ainda é maior que a exercida com armas de fogo, uma vez que o acesso a elas ainda é restrito a ambientes sociais dominados pelo narcotráfico. A violência na forma de descriminação e segregação aparece mais em escolas particulares de alto poder aquisitivo, onde os descendentes nordestinos, ainda que economicamente favorecidos, costumam sofrer discriminação em função de seus hábitos, sotaques ou expressões idiomáticas típicas. Por esses aspectos é necessário sempre anali- sar, de maneira individualizada, todos os comportamentos de bullying, pois as suas formas diversas podem sinalizar com mais precisão as possíveis ações para a redução dessas variadas expressões da violência entre estudantes. 14. QUAL A INFLUÊNCIA DA SOCIEDADE ATUAL NESTE TIPO DE COMPORTAMENTO? O individualismo, cultura dos tempos modernos, propiciou essa prática, em que o ter é muito mais valorizado que o ser, com distorções absurdas de valores éticos. Vive-se em tempos velozes, com grandes mudanças em todas as esferas sociais. Nesse contexto, a educação tanto no lar quanto na escola se tornou rapidamente ultrapassada, confusa, sem parâmetros ou limites. Os pais passaram a ser permissivos em excesso e os filhos cada vez mais exigentes, egocêntricos. As crianças tendem a se comportar em sociedade de acordo com os modelos domésticos. Muitos deles não se preocupam com as regras sociais, não refletem sobre a necessidade delas no convívio coletivo e, nem sequer se preocupam com as consequências dos seus atos transgressores. Cabe à sociedade como um todo transmitir às novas gerações valores educacionais mais éticos e responsáveis.Afinal, são estes jovens que estão delineando o que a sociedade será daqui em diante. Auxiliá-los e conduzi-los na construção de uma sociedade mais justa e menos violenta, é obrigação de todos.
  • 14. 14 15. COMO OS PAIS E PROFESSORES PODEM AJUDAR AS VÍTIMAS DE BULLYING A SUPERAR O SOFRIMENTO? A identificação precoce do bullying pelos responsáveis (pais e professores) é de suma importância. As crianças normalmente não relatam o sofrimento vivenciado na escola, por medo de represálias e por vergonha. A observação dos pais sobre o comportamento dos filhos é fundamental, bem como o diálogo franco entre eles. Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de saúde mental, para que seus filhos possam supe- rar traumas e transtornos psíquicos. Outro aspecto de valor inestimável é a percepção do talento inato desses jovens. Os adul- tos devem sempre estimulá-los e procurar métodos eficazes para que essas habilidades possam resgatar sua autoestima, bem como construir sua identidade social na forma de uma cidadania plena.
  • 15.
  • 16. w w w . c n j . j u s . b r