O documento descreve os principais biomas brasileiros florestais, incluindo a Floresta Amazônica, Mata Atlântica e Florestas Estacionais. É fornecida uma descrição detalhada dos tipos de florestas, como a floresta ombrófila densa, florestas de várzea e igapó, e floresta estacional semidecidual. Informações sobre a distribuição, características e importância da conservação desses biomas também são apresentadas.
3. 2 CONJUNTOS VEGETACIONAIS
FLORESTAS
• Floresta Ombrófila Densa *
• Floresta Ombrófila Aberta
• Floresta Ombrófila Mista *
• Floresta Estacional
Semidecidual *
• Floresta Estacional Decidual
CAMPOS
• Savana: Cerrado
• Savana estépica: a Caatinga,
os campos de Roraima e o
Pantanal
• Estepe: Campos sulinos e
a Campinarana (falta de
nutrientes minerais no solo - na
bacia do rio Negro).
Áreas pioneiras: manguezais, restingas, alagados.
7. FLORESTA OMBRÓFILA DENSA
• = Floresta pluvial tropical – “amiga das chuvas”
• Temperaturas elevadas e alta precipitação, bem-distribuída
durante o ano (de 0 a 60 dias secos), praticamente sem
período biologicamente seco.
• Predominam as formas de vida: fanerófitos (macro e
mesofanerófitos) perenifólios;
• lianas lenhosas e epífitas em abundância
•
8. FLORESTA OMBRÓFILA DENSA
Amazônia
• floresta densa de planície, T 25 a
27oC média o ano todo, 2.000 a
4.000 mm chuva/ano;
• grande biomassa – árvores com
~50m (emergentes)
• dossel com cerca de 30 a 40m
• grande diversidade, variadas
formas de vida, sub-bosque escuro
pouco denso
• muitas espécies mirmecófitas:
árvores e arbustos habitados por
formigas
•Fauna arborícola e aquática
exuberante
Mata Atlântica
floresta densa de planalto,
T 22 a 25oC, invernos mais
frios (média acima de 18ºC),
2.000 mm/ano;
emergentes: ~40m
dossel: de 20 a 30m;
grande diversidade, variadas
formas de vida, muitas epífitas
sub-bosque com muitas
palmeiras, samambaias
arborescentes, trepadeiras e
arbustos
Estrato herbáceo bem
desenvolvido
9. Formação Aluvial - terraços aluviais dos flúvios;
Formação das Terras Baixas - situada em áreas não susceptíveis a inundações
4o de latitude Norte a 16o lat Sul: 5 m a 100 m acima do mar;
16o a 24o de lat. Sul: de 5 m a 50 m; 24o a 32º de lat. Sul: de 5 m a 30 m;
Formação Submontana - situada nas encostas dos planaltos e/ou serras,
4o de latitude Norte a 16o lat Sul: 100 a 600 m acima do mar;
16o a 24o de lat. Sul: de 50 m a 500 m; 24o a 32º de lat. Sul: de 30 a 400 m;
Formação Montana - situada no alto dos planaltos e/ou serras,
4o de latitude Norte a 16o lat Sul: de 600 a 2.000 m acima do mar;
16o a 24o de lat. Sul: de 500 a 1.500 m; 24o a 32º de lat. Sul: de 400 a 1.000 m de altitude;
Formação Alto-Montana - situada acima dos limites estabelecidos para a formação Montana.
11. Floresta Amazônica
Maior floresta tropical (FT) existente; de planície
Abriga 1/5 da disponibilidade de água doce do planeta
Sobre área de grande diversidade geológica, relevo diferenciado,
várias classes de solo, T°C e precipitação elevadas
Solos profundos, de baixa fertilidade, cobertos por serapilheira
Grande exuberância da floresta ombrófila densa:
autossustentável – se mantém com seus próprios nutrientes:
rápida decomposição matéria orgânica (fungos)
Abriga ecossistemas de FLORESTAS DE TERRA FIRME,
FLORESTAS INUNDADAS (de VÁRZEA E de IGAPÓ),
CAMPINARANA
Uso e ocupação do solo: extrativismo vegetal, incluindo extração
de madeira; pecuária; mineração e garimpo; agricultura de
subsistência e para produção de grãos
14. Floresta densa em áreas sem risco de inundação.
Ocupam 80 a 90% da Amazônia, sobre terrenos ondulados
e baixa altitude (~250 m ao nível mar)
Grande biomassa, grande biodiversidade – localidades em
que em 1ha há cerca de 300 spp arbóreas
Leguminosae, Annonaceae, Moraceae e Burseraceae: ↑ S
Árvores mais altas: 50m altura (angelim-pedra)
Solos variáveis: desde latossolos pobres à terra roxa (Sul)
Há trechos com dominância de espécies: (breu,
quariquara-branca, castanheira)
Ocorrência de Palmeiras
FLORESTA DE TERRA FIRME:
15. FLORESTAS INUNDÁVEIS
Representam 5 a 10% da bacia Amazônica, dispostas ao longo
dos grandes rios, podendo chegar a 100 Km de largura
FLORESTAS DE VÁRZEA – sujeitas a curtos períodos de
inundação
FLORESTAS DE IGAPÓ – permanentemente inundadas ou
sujeitas a longos períodos de inundação sazonal
MANGUEZAIS – estuário na costa do Pará e Amapá.
Inundação diária com água salgada;
VÁRZEAS DE MARÉ: nas margens de rios que sofrem
influência das marés, resultando em inundações diárias [até a
1000km da foz do Amazonas]. Ocorrência de poucas spp e
bambus
PÂNTANOS
16. FLORESTAS DE VÁRZEA
Florestas inundáveis ao longo
de rios de águas brancas (3%
Amazônia), vegetação densa.
(Rio Amazonas, Madeira –
pequena inclinação e alta
carga de sedimentos)
Solos submersos por quase a
metade do ano (2 a 4 meses), constantemente renovados,
recebem material em suspensão, mais ricos
Adaptação das plantas à hipóxia (falta O2): formação de
de aerênquima e órgãos respiratórios especiais nas ervas
Biomassa mediana, boa penetração de luz, altura ~20m.
Adaptação em: raízes respiratórias (3%) – pneumatóforos,
madeira mais leve, sapopemas (raízes tabulares)
17. FLORESTAS DE IGAPÓ
Florestas “permanentemente” inundáveis ao longo de rios de
águas claras e de águas pretas (compostos fenólicos)
formando faixas estreitas. Altura da inundação varia de 60 cm
a 6m, duração: 7 meses ou mais.
Biomassa baixa, altura dossel: ~20 m, boa penetração de luz.
Solos pobres e ácidos.
Leguminosae, Sapotaceae,
Chrysobalanaceae,
Euphorbiaceae, Clusiaceae,
Annonaceae e Lecythidaceae
representaram 64% árvores
com CAP >10cm. (estudo em
1 ha: 546 árvores, 119 spp + 11
spp de cipós)
18. FLORESTA OMBRÓFILA ABERTA:
TºC média anual ~25 a 27 graus, precipitação
~1.500mm/ano
Vegetação aberta, com espécies comuns à floresta densa
Floresta com cipós, reduzida biomassa e cipós em
abundância (Leguminosae, Malpighiaceae, Dilleniaceae,
Menispermaceae). Nas depressões do pré-cambriano e
encostas de planaltos. Presença de árvores altas
esparsamente distribuídas, como ex: castanha-do-pará
[entre rios Tocantins e Tapajós, entre Tocantins e Xingu).
Floresta com palmeiras – sobre terrenos areníticos
Floresta com bambus – na parte ocidental da Amazônia.
Biomassa reduzida, bambus muito altos
19.
20. “CAMPINARANAS”
= Caatinga Amazônica – Savana Amazônica
Vegetação escleromórfica, pobre em espécies, baixa
crescendo sobre solo de areias brancas, encharcado, pobre
Formam um mosaico de vegetação campestre até florestada
(6 a 20m de altura), com fitofisionomias intermediárias
Ocorrem muitas ervas terrestres: samambaias, aráceas, como
Anthurium preussii, e, às vezes, bromélias e orquídeas.
Pluviosidade ~3.000mm/ano
21.
22. BIOMA MATA ATLÂNTICA
• Distribui-se ao longo da costa do Rio Grande do Norte ao Rio
Grande do Sul, com amplas extensões para o interior. Área central:
Serra do Mar e da Mantiqueira - de altitude.
• Apresenta sua forma típica até 1.500 a 1.700 m altitude.
• Acima de 1.800-2.000m: vegetação arbustiva e campestre;
• Atualmente restam cerca de 7% de sua cobertura original;
• Abriga 20.000 espécies de plantas vasculares; 1.361 spp da
fauna: 261 (mamíferos); 620 (aves); 200 (répteis); 280
(anfíbios) – 567 exclusivas da Mata Atlântica;
• Sul da Bahia: maior diversidade botânica do mundo para plantas
lenhosas: 454 sp/ha (Floresta de Tabuleiros) – solos pobres.
23.
24. Perfil esquemático da planície costeira e serra submontana. (Coutinho, 2016)
• Costa brasileira: clima quente e úmido
• Extensa faixa de planícies e tabuleiros
acompanhando a linha do mar até uma linha de
escudo cristalino, maciço de serras (paralelos à
linha da costa) do RN ao RS
• TºC elevada e alta pluviosidade (ventos alísios)
Floresta
Ombrófila Densa
25. RESTINGA ou FLORESTA
ATLÂNTICA DENSA
SEMPRE-VERDE DE
TERRAS BAIXAS OU DE
PLANÍCIE
Floresta Ombrófila Densa (ou
sempre-verde de encosta)
26.
27. • Uso e ocupação: ciclos do Pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro,
café; extração de madeira; pastagens; e urbanização!
• Remanescentes florestais em áreas de difícil acesso – atividades
de ecoturismo e abrigo de populações tradicionais
• Abriga mananciais de abastecimento para 70% da população
FLORESTA ATLÂNTICA
28. FLORESTA OMBRÓFILA MISTA
• Mata de Araucária ou Pinheiral: no Sul – 400 a 900m de
altitude, em latitudes mais baixas: a mais de 2.000m;
• Típica do Planalto Meridional, com disjunções em refúgios
situados nas Serras do Mar e Mantiqueira;
• TºC médias anuais: 10 a 18ºC, geadas frequentes, pluviosidade
~1.500mm/ano, sem período seco
• dominância de gêneros primitivos: Araucaria angustifolia (50m),
Drymis e Podocarpus, Ocotea spp (Lauraceae).
• Araucaria angustifolia desempenha papel de pioneira (~300 anos)
• 4 formações:
29. F.O.Mista ou F.Quente-Temperada Úmida
Sempre-Verde de Araucária
• Mista: dossel formado por Araucária (Gimnosperma) e sub-
bosque de “dicotiledôneas”
• Exploração de madeira e celulose devastação
do bioma (< 5%)
• Não se regenera à sombra
• Sementes da Araucária são
usadas na alimentação de
fauna variada (predadores e
dispersores que “escondem”
e esquecem-nas.
31. Serras do Tumucumaque
Interior de São Paulo e
Paraná
Planaltos e Serras
Interioranas Sudeste
Em manchas dentro
do Cerrado
Planalto Sul-Brasileiro
Floresta
Estacional
Semidecidual
33. Floresta estacional semidecidual ou Floresta
quente-temperada úmida semidecídua
• Clima estacional: semideciduidade da folhagem
• Zona tropical associada à acentuada seca “no inverno” e por
intensas chuvas de verão (~1.600mm/ano);
• Zona subtropical: sem período seco, mas com inverno
bastante frio (Temp. médias mensais inferiores a 15o C).
• A porcentagem das árvores caducifólias (semi) no conjunto
florestal, e não das espécies, situa-se entre 20% e 50%.
• Nas áreas tropicais, é composta por mesofanerófitos (20 a
30m) que em geral revestem solos areníticos distróficos.
• Já nas áreas subtropicais, é composta por macrofanerófitos
(30 a 50m) que recobrem solos basálticos eutróficos.
• Flora composta por: jatobá, pau d’alho, peroba-rosa,
canafístula, palmito
34. • Estrato superior: macro e mesofanerófitos caducifólios: mais de
50% dos indivíduos perdem a folhagem no período desfavorável.
Compreende grandes áreas descontínuas localizadas:
• N - S entre a Floresta Ombrófila Aberta e a Savana (Cerrado);
• L – O entre a Savana-Estépica (Caatinga do Sertão Árido) e a
Floresta Estacional Semidecidual);
• Ao sul: no vale do Rio Uruguai:
entre a Floresta Ombrófila Mista do
Planalto Meridional e a Estepe
(Campos Gaúchos).
FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL OU
FLORESTA QUENTE-TEMPERADA
ÚMIDA DECÍDUA
35. RESTINGA ou FLORESTA ATLÂNTICA
DENSA SEMPRE-VERDE DE TERRAS BAIXAS
OU DE PLANÍCIE
Sobre planícies de sedimentos arenosos (ácidos e pobres em
nutrientes) de origem marinha - eventos de transgressão e
regressão do nível do mar (Quaternário), altitude ~ 10m
Lençol freático superficial: alagamentos c/elevadas chuvas
Faixas descontínuas (exceto litoral N) - 5.000 km de extensão
Salinidade (solo e maresia) é um
fator determinante: ervas de
hábito rizomatoso e suculentas,
bromélias e orquídeas terrestres
↓salinidade: fisionomia de escrube
(arbustiva) e arvoretas
Floresta baixa com palmeiras
Restiga alta: floresta densa, ~20m
37. MANGUEZAL
• Região litorânea quente (↑T 18ºC) e úmida do mundo - interface
marinha, terrestre e água doce (rios)
• Faixa descontínua de SC ao Amapá, ambientes fluvio-marinhos:
desembocadura de rios, áreas estuarino-lagunares, enseadas no interior
de baías, mar pouco agitado, não ocorrem em costão rochoso
• São florestas tropicais densas sempre-verdes.
• Praticamente só um estrato, epífitas são raras e lianas não existem.
Porte chega a 20m, sendo maior no litoral do Maranhão. Solos lodosos,
encharcados 2x ao dia com a maré alta:
• ambiente anóxico, que requer raízes aéreas: pneumatóforos
• Excesso de salinidade: tolerância e capacidade de excreção
38. • ↑ densidade de caules e raízes: retenção de partículas e sedimentos:
solo fértil, que abriga poucas espécies (20 spp em todo o mundo)
• Solo lamacento: “raízes escoras” (rizóforos) – Rizophora mangle –
órgãos aéreos que promovem a sustentação (natureza caulinar)
• Zonação (“faixas”): Rizophora mangle (mangue vermelho), Avicennia
schaueriana (mangue preto), Laguncularia racemosa (mangue branco),
Hibiscus tiliaceus , ...
• Berçário para a fauna marinha (crustáceos, moluscos, peixes),
encontram-se aves e poucos répteis
MANGUEZAL
39. REFERÊNCIAS
https://youtu.be/HR3tE01iPC0 florestas - IBGE
https://youtu.be/s1jQnc9nGhs Amazonia
https://youtu.be/0Mwo5PVB0ro Amazônia, rios voadores
https://youtu.be/2h5EG0dJ9VU floresta igapó
https://youtu.be/LeI9Wnc29C8 - Reserva Salto Morato (M. Atl.)
https://youtu.be/jzEOk6dOcKE restinga
https://media.gettyimages.com/videos/aerial-drone-shots-of-iriomote-island-
okinawa-video-id1125819893 manguezal no rio Nakama, Japão
https://www.passosmaia.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/15383
floresta ombrófila mista
https://medium.com/biomas-brasileiros/mata-atl%C3%A2ntica-3c17a8ad1522
mata atlântica longo
Manual Técnico de Classificação da Vegetação Brasileira, IBGE, 2012
Ecossistemas do Brasil. A. Ab’Saber.
Biomas Brasileiros, Leopoldo Magno Coutinho. 2016.