O documento trata de inspeções realizadas no emissário submarino da Barra, no Rio de Janeiro. A matéria apresenta uma foto da capa do emissário e informa que a inspeção foi feita por Marcelo Carnaval, da Agência O Globo. O texto também lista os principais tópicos abordados na publicação, como planos de saneamento de prefeituras, aquífero Guarani e entrevista com professora da UFRJ.
Inspeção no emissário da Barra: artigo sobre saneamento no Rio de Janeiro
1. FOTO DA CAPA
Inspeção no emissário
da Barra
Foto Marcelo Carnaval
Agência O Globo
JANEIRO/MARÇO 2011
6
PLANOS DE SANEAMENTO
Prefeituras correm contra o tempo E mais:
para se adequarem ambientalmente
• Porto Alegre se prepara para receber
20
em setembro mais de 6 mil pessoas
EMISSÁRIOS SUBMARINOS
para o 26º Congresso da ABES
Criados há 100 anos, estão hoje no
centro de uma grande controvérsia • Copasa e Sabesp saem na frente com
programas de profissionalização de
28
AQUÍFERO GUARANI chefias
Águas subterrâneas abastecem • As colunas Gestão & Operação, de
boa parte do sul do Brasil Álvaro Menezes; Registro, de Eduardo
Pacheco Jordão; e Bionet, de Lineu
32
ENTREVISTA Alonso
Professora Cláudia Morgado, da
• Ensaio fotográfico com José Medeiros
UFRJ, fala do mestrado ambiental
• O artigo da Resenha Técnica fala
36
LAGOA ENCANTADA de economia de energia na área de
saneamento
O caminho de uma lagoa fétida
transformada em área de lazer
3
2. institucional a palavra da presidente
Harmonia
DIRETORIA NACIONAL Pereira, Luiz Paulo de Almeida Neto,Nelson Luiz Rodrigues Membro do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH
Presidente: Cassilda Teixeira de Carvalho Nucci, Paulo Cezar Pinto e Walter Pinto Costa. www.cnrh-srh.gov.br
Vice-Presidente: Eduardo Pacheco Jordão Membros Eleitos Biênio 2010/2012 Membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente –
Secretário-Geral: Luiz Paulo de Almeida Neto Acylino Jose dos Santos Neto, Anna Virginia Muniz Conama
Diretor da Região Norte: Haroldo Costa Bezerra Machado, Antonio Sergio Ferreira Mendonça; Edmilson www.mma.gov.br/port/conama/index.cfm
no esforço
Diretor da Regiãio Nordeste Álvaro José Menezes da Costa Fonseca; Eduardo Von Sperling; Eliana Beatriz Nunes Representante: Eng. Cassilda Teixeira de Carvalho
Diretor da Região Sudeste: Roberval Tavares de Souza Rondon Lima, Emiliano Jose Silva Santiago, Francisco Comissão Intersetorial de Saneamento e Meio Ambiente
Diretor da Região Sul: Antonio Carlos Gerardi Suetonio B. Motta, Haroldo Mattos de Lemos, Heleno – Cisama - do Conselho Nacional de Saúde do Ministério
Diretor da Região Centro-Oeste: Paulo Cesar Barbosa Pereira Silva de Souza, Helio Augusto Machado Pessoa, Hubert da Saúde
Secretária-Geral adjunta: Ângela Sotero Bacelar Brant Moraes, João Baptista Comparini, José Almir www.conselho.saude.gov.br/Web_comissoes/cisama/
Tesoureiro-Geral: Jorge Luiz Ferreira Briard Rodrigues Pereira, José Everaldo Vanzo, José Lucio index.html
Tesoureira-Geral Adjunta: Ellen Martha Pritsch Lima Machado, José Nelson de Almeida Machado, Representante: Eng. Edmilson Fonseca
Diretor ad hoc: Peter B. Cheung José Vicente Granato de Araújo, Livia Maria Dias, Luiz
N
Edmundo H. B. da Costa Leite, Luiz Henrique Cappellano, Em Organismos Internacionais:
CONSELHO FISCAL Manuel Osvaldo Senra Alvares da Silva, Marcio Pinto
Titulares: José Eduardo Gobbi, Miguel Fernandez Y Paes Leme, Maria Mercedes de Almeida Bendati, Paulo IWA – International Water Association - www.iwahq.org
Fernandez e Ronaldo, Resende Pereira. César Quintanilha, Ricardo Augusto Simoes Campos, Membro do Conselho Diretor: Eng. Cassilda Teixeira de
Suplentes: Cicero de Carvalho Monteiro; Ricardo de Castro Ronald Young, Sergio Bezerra Pinheiro, Silvio Leifert e Carvalho ós vamos coordenar na ABES, em junho, Diretoria Nacional e demais conselheiros, exatamente
Martins Vieira e Sandro Adriani Camargo Vilma de Seixas Martins WEF – Water Environment Federation - www.wef.org
Membro do Conselho Diretor: Eng. Angelo Luiz Monteiro o processo eleitoral que irá renovar as para afinar e dar instantaneidade às nossas ações.
CONSELHO DIRETOR REPRESENTAÇÕES ABES de Barros diretorias de 27 de suas seções esta- São ações como o Programa ABES de Atualização
Membros Natos: Antônio César da Costa e Silva, Antônio Em Organismos Nacionais: AIDIS – Asociación Interamericana de Ingeniería Sanitária
Marsiglia Netto, Cassilda Teixeira de Carvalho, Clovis y Ambiental - www.aidis.org duais. É a primeira vez que essas eleições abarcam Profissional, que preparamos cuidadosamente, com
Francisco do Nascimento Filho, Horst Otterstetter (PR), Hugo Membro do Conselho das Cidades - ConCidades Vice-Presidente de Finanças e Planejamento: Econ. todos os Estados da Federação, mais o Distrito Federal. auxílio de consultoria especial, para reforçar a forma-
de Matos Santos, João Alberto Viol, José Aurélio Boranga, Site: http://www.cidades.gov.br/conselho-das-cidades Leonardo Levy É o desdobramento do trabalho que executamos em ção profissional nas bases onde se situam todas as
José Carlos Vieira, Lineu Rodrigues Alonso, Luiz Otávio Mota Representante: Eng.Ronaldo Resende Tesoureiro Geral: Eng. Isaac Zilberman
nossa primeira gestão, de reabrir seções que tinham nossas seções. Esse trabalho, ao final, há de reverter
sido fechadas, de reativar seções que, por qualquer como investimento na melhoria da qualificação para
seções da ABES Bahia Maranhão Pará Rio de Janeiro Santa Catarina razão, tivessem se desmobilizado. o saneamento em todo o país.
Emanuel Silveira Mendonça Raimundo Nonato Medeiros Vera Maria Nobre Braz Ernani de Souza Costa Sebastião dos Reis Salvador
Telefax - (71) 3341-1380 da Silva Tel.: (91) 3226-1624 / (91) Telefax: (21) 2262-3602 Tel.: (48) 3223-2299/3025- Estamos trabalhando ombro a ombro com os Nossa capilaridade, essa presença maciça em
abes-ba@abes-dn.org.br Telefax - (98) 3232 2828 8187-5614 www.abesrio.org.br 5214/30255215
Acre
www.abesba.org.br abes-ma@abes-dn.org.br www.abes-pa.org.br diretoria@abesrio.org.br Fax: (48) 3223-2299 presidentes das seções a fim de formularmos políticas todos os cantos do país, é muito de nossa força. Mas
Semy Alves Ferraz
Tel.: (68) 3223-5077 abes-pa@abes-dn.org.br abes-sc@abes-dn.org.br comuns, de interesse do setor, falando em uníssono de nada adiantaria a capilaridade se as vozes fossem
E-mail: abes-ac@abes-dn.org.br Ceará Minas Gerais Rio Grande do Norte www.abes-sc.org.br
Francisco Vieira Paiva Marcio Tadeu Pedrosa Paraíba Josivan Cardoso Moreno e agindo em conjunto para fortalecer a entidade em dissonantes, se não estivessem conectadas a um coro-
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Alagoas
www.abes-ce.org.br Fax: (31) 3238-1728 Telefax: (83) 3225-1001 abes-rn@abes-dn.org.br Dante Ragazzi Pauli suas grandes ações políticas de defesa da universaliza- lário de ideias representativas do setor. Este é o nosso
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abes-am@abes-dn.org.br • Diretor Responsável: Cassilda Teixeira de Carvalho
Telefax: (62) 3281-2954 (seção) Tel: (86) 9921-9882 www.abes-rs.org.br
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Neto, Evandro Rodrigues de Britto, Fernando Botafogo Gonçalves, Jorge Briseno, José
Eduardo W. Cavalcanti, Márcia Adriana da Silveira, Márcio Gomes Barbosa, Marco Anto-
nio Silva de Oliveira, Miguel Fernandez y Fernandez, Miguel Mansur Aisse, Nercy Donini
CÂMARAS TEMÁTICAS
Bonato, Paulo Cezar Pinto, Paulo Ferreira, Plínio Tomaz e Walter Pinto Costa
Revista Brasileira de • Correspondência Revista Bio: Av. Beira Mar, 216, 13º andar – CEP 20021-060 – Rio de
Controle de Perdas Qualidade de Produtos Químicos Saneamento Rural Tratamento de Esgotos COMITÊ NACIONAL
Coordenador Geral: Jairo Tardelli Coordenadora Geral: Maria Cristina Coordenadora Geral: Mônica Coordenador Geral: Américo de Oliveira DA QUALIDADE Saneamento e Meio Janeiro – RJ – Brasil Tel: (21) 2277-3900 – Fax: (21) 2262-6838
CTcontroledeperdas@abes-dn.org.br Coimbra Marodin Bicalho Pinto Rodrigues Sampaio Ambiente Página na internet: www.abes-dn.org.br
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Materiais e Equipamentos para o Nercy Donini Bonato Julho/Setembro de 2010 • Coordenação Geral/ABES: Maria Isabel Pulcherio Guimarães
Saneamento e Meio Ambiente Resíduos Sólidos Tarifas E-mail:
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Coordenador Geral: Joaquim Hornink Filho Coordenadora Geral: Jussara Kalil Pires Coordenador Geral: Miguel Patrocínio
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ABES - Associação Brasileira • Email da redação: revista.bio@abesdn.org.br
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4 Jan/Mar - 2011 6.000 mil exemplares • Diagramação e atualização do projeto: Fino Traço Programação Visual Ltda. 5
3. plane j amento ambiental
O caminho, ainda lento,
Planos para evitar a desordem
ambiental e urbana
Municipais de
A
Celina Côrtes
Saneamento tragédia que se aba-
teu em janeiro sobre
a Região Serrana flu-
A questão dos resíduos sóli-
dos é uma das mais sérias a serem
enfrentadas pelas administrações
Básico
minense expôs as feridas provoca- municipais. São volumes crescen-
das pela falta de planejamento das tes de lixo produzidos, encarecen-
prefeituras. O crescimento desor- do cada vez mais a coleta, o trans-
denado em áreas de risco e a falta porte, o tratamento e a disposição
de infraestrutura adequada estão final adequada. E como vivemos
entre os principais fatores que em uma sociedade de consumo,
agravaram ainda mais os nefastos enquanto cresce o volume de
efeitos das trombas d’água que resíduos, menos recursos têm
atingiram as encostas íngremes de as administrações públicas para
Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. encontrar as soluções.
Cenários como esses se Ao analisar questões como do
repetem em várias regiões do país. abastecimento de água, coleta e
À necessidade de um planeja- tratamento de esgoto, lixo e drena-
mento urbano que respeite o meio gem, bem como a proliferação de
ambiente se soma a urgência de vetores de transmissão de doenças
implantação do Plano Municipal de potencializados pela falta destes
Saneamento Básico, previsto pela serviços, um plano de saneamento
Lei 11.4445/2007 para estar con- básico tem como objetivo mudar
cluído em dezembro de 2010, mas a situação atual para um futuro
prorrogado até 2014. O plano, uma melhor. O plano tem dois aspectos
exigência da Lei do Saneamento, fundamentais: ser gerado através
estabelece normas para a con- da participação popular, para que
cessão do serviço de abastecimen- haja envolvimento e compromisso
to de água, coleta e tratamento de da coletividade, e a partir de uma
esgotos, coleta e destinação do competente abordagem técnica,
lixo. São diretrizes nacionais para desconhecida da população leiga.
o saneamento básico. O plano é Na maioria dos municípios, os
também um instrumento para serviços de saneamento - sobretu-
que os municípios se habilitem a do de água e esgoto - são repassa-
receber recursos estaduais e fede- dos a empresas, em grande parte
rais para a realização das obras estatais, por meio de antigos con-
necessárias no setor. Quem não os tratos de concessão. É uma forma
fizer, fica sem recursos. de viabilizar a realização das obras
6 Jan/Mar - 2011 7
4. plane j amento ambiental
necessárias, em geral dificultadas com 80 alunos por turma. Faust diz – “estão o desenvolvimento do Viçosa a um patamar de IDH acima
pela falta de acesso dos municípios Filho acredita que a dificuldade termo de referência a ser adotado da média brasileira.
a recursos para investimentos nes- maior na implantação dos planos pelos municípios do estado para a “Constatamos, não apenas
sa área. Por outro lado, a concessão seja a obtenção de recursos finan- elaboração dos planos”. através da opinião da população
“
privada desses serviços pode acar- ceiros, seguida pela capacitação nas reuniões públicas, mas nestas
retar acomodação dos gestores dos técnicos. “O convênio tem um últimas três ou quatro décadas,
municipais, que acabam deixando custo aproximado de R$ 100 mil”, que apesar da condição topográ-
nas mãos dos prestadores de ser- antecipa o presidente. Como a par- fica muito desvantajosa de Viçosa,
viço a definição de como, quando, ticipação popular é crucial nesse Os planos são nunca se fez um planejamento
onde e quanto investir. processo, a ABES – Paraná desta- e nem mesmo existe um órgão
Edgar Faust Filho
ca essa importância pela própria
instrumentos definido para cuidar da drenagem”,
Novo convênio dade das soluções, contando com execução dos planos possa influ- logomarca do projeto, simbolizado essenciais de lamenta Pacheco. “Pelo contrário, a
Quem já saiu na frente na pre-
paração de planos de saneamento
é a seção da ABES no Paraná, que
o apoio de empresas, de consór-
cios intermunicipais, dos estados e
da União, promovendo a participa-
ção e o controle social. Assim, com
o entendimento, a colaboração e
enciar na atávica falta de inicia-
tiva dos prefeitos em executar
os projetos. “Não entendo assim,
temos que dar os primeiros pas-
sos e com consistência. A primeira
por mãos entrelaçadas. “O pro-
grama estabelece a participação
da comunidade em grupos de
trabalho, seminários, audiências
captação de
recursos
“ maioria das intervenções urbanas
agride as encostas, os córregos e
os talvegues, a ponto de sofrer-
mos acidentes típicos da ocupação
acaba de fechar convênio com públicas e reuniões setoriais, entre desordenada das encostas e dos
as secretarias estaduais de Meio os compromissos transformados data estava fora da realidade dos outras atividades”, diz ele. vales, com deslizamentos, enchen-
Ambiente e Recursos Hídricos em planos de ação, teremos agi- municípios”, considera. O convênio recém firmado tes e até mortes”, descreveu.
e com o Instituto Federal de lidade na elaboração de projetos Ele lembra que também foram pela ABES – Paraná tem o obje- Além de apresentar um pro- O técnico de Viçosa acredita
Educação, Ciência e Tecnologia do e maior facilidade na definição de adiados os prazos para a criação tivo de estabelecer a colaboração grama de treinamento para capa- que o plano significa um instru-
Paraná. O foco é a disseminação recursos”, acredita o presidente da da Política Nacional de Resíduos recíproca entre as partes envolvi- citar os municípios a definirem mento essencial de captação de
ABES paranaense. Sólidos - Lei Federal 12.305/10 e das, e deixa claro que é preciso políticas de saneamento básico, recursos de outras instituições e
“
do conhecimento e a capacitação
de técnicos municipais envolvidos Decreto Federal 7.404/10. “Com o uma delicada costura para tudo caberá à ABES – Paraná fazer a órgãos de governo. “Sem ele não
na elaboração ou contratação dos esforço aqui no Paraná da capaci- funcionar a contento. “Entre as gestão administrativa de contratos há financiamento possível, espe-
planos. Essa disseminação, segun- tação no início deste ano, esta- nossas obrigações específicas” – e projetos de engenharia, obras cialmente os não reembolsáveis,
do Edgard Faust Filho, presidente mos consolidando um caminho e serviços. “A instituição também dos quais o nosso município neces-
da ABES/PR, envolveu cerca de 12
É o município seguro que resultará nos planos e será responsável pela avalização e sita tanto, pois nossos problemas,
na construção de uma política de
mil técnicos de órgãos do estado
e dos municípios que assistiram
que deve saneamento ambiental que inte-
pelo processo de ensino e apren-
dizagem com orientação à distân-
por nós mesmos criados, são maio-
res que os recursos que os nossos
a palestras a distância do curso identificar gre as ações de saúde, habitação,
meio ambiente, recursos hídricos
cia”, completa Faust Filho. imposto geram”, contabiliza.
de Gestão Pública, oferecido No município de Viçosa (MG) No município mineiro, a equipe
pelo Governo do Estado em con- suas carências e saneamento. E que defina a inte- o quadro deixa muito a desejar. da Universidade federal de Viçosa
gração entre o estado e municípios, Embora o plano tenha sido concluí- constituiu o Grupo Executor, que
junto com o Instituto Federal de
Educação do Paraná. “Na capaci-
e definir as bem como o planejamento por do em 2008, até hoje não foi votado coletou as informações e as organi-
prioridades e bacias hidrográficas. Dessa forma pela Câmara Municipal. Para o então zou em relatórios. Acima desta equi-
tação, serão dois técnicos de cada
um dos 399 municípios do Paraná”,
informa Faust Filho.
Ele diz que essa capacitação
muda os critérios do planejamento
a viabilidade
das soluções
“ serão fortalecidos os conselhos de
meio ambiente, de recursos hídri-
cos, das cidades e de saúde, além
dos comitês de bacias e as agên-
cias reguladoras”, avalia.
coordenador executivo do plano de
Viçosa (MG), Aguinaldo Pacheco,
secretário municipal de Obras de
2006 a 2008, o plano começou a
pe estava o grupo Coordenador
Executivo, formado pela prefeitura,
serviço municipal de água e esgoto
e Funasa, que analisou e criticou os
municipal. “Ao capacitar os téc- ser elaborado no município em relatórios. A última palavra coube
nicos municipais, estamos modi- Em dois cursos já realizados, função de seus problemas na área ao Conselho Consultivo do plano,
ficando o processo. É o município foram capacitados 73 técnicos. A do saneamento básico, sobretudo que também analisou e sugeriu
que deve identificar suas carências Faust Filho não acredita que previsão da ABES/PR em 2011 é em relação ao lixo e à drenagem. diretrizes, já que ele representa
e definir as prioridades e a viabili- a prorrogação do prazo para oferecer mais oito cursos, cada um Agnaldo Pacheco Já a situação da água e esgoto alça a sociedade organizada. Depois
8 Jan/Mar - 2011 9
5. plane j amento ambiental
das análises, os relatórios foram tre deste ano, o que permitirá a reali- por fazer: são menos de 10% de rede
submetidos a uma Assembléia de zação da concorrência pública. de coleta de esgotos e o abasteci-
Delegados dos Bairros, eleitos dire- Enquanto isso, porém, as mento de água não atende a todas Galinhos na liderança do Nordeste
tamente em cada reunião pública, dificuldades do lixão de São as localidades. O Rio Jaguaribe e o
para aprovação do texto final. Até Lourenço continuam de vento em Açude Orós recebem, diariamente, Um estado que se organi-
agora, entretanto, todo esse tra- popa. Após 20 anos de destinação toneladas de águas fétidas oriundas za na implantação dos planos
balho foi em vão, porque o texto em um local totalmente inadequa- da cidade e de outros centros urba- municipais de saneamento é o Rio
sequer chegou à Câmara para ser do, o talude de resíduos tornou-se nos da Bacia do Alto Jaguaribe. “A Grande do Norte, cuja Companhia
votado como uma proposta de Lei um risco ambiental. A dramática elaboração do plano de saneamento de Águas e Esgotos (Caern) asses-
do Executivo. situação levou os órgãos ambi- básico é um projeto de fundamental sora 76 municípios na elaboração
Outra cidade de Minas Gerais entais do estado a autorizarem importância e que merece urgên- de seus respectivos planos. Entre
que não consegue resolver questões o desvio de um córrego que cor- cia em sua implantação”, acredita eles, 42 já iniciaram e estão em
fundamentais de seu plano, tais ria ao lado do lixão, já totalmente a secretária de Meio Ambiente de processo adiantado na confecção
“
como o destino final para o lixo, é Iguatu, Socorro Feitosa. do documento. Cinco já con-
São Lourenço, no chamado Circuito O engenheiro Iran Lima, da cluíram e aprovaram o plano em
das Águas. São cerca de 57km² de empresa Ducto Engenharia, fez a audiência pública. O município
área, totalmente urbanizada, ainda apresentação do plano durante a de Galinhos, na região salineira,
sem um terreno viável para licen- Qualquer audiência pública, com diagnóstico a 170km de Natal, foi o primeiro,
ciamento ambiental onde possa da realidade atual e propostas de entre os 154 municípios atendi-
ser construído um aterro sanitário. tecnologia ações a serem implantadas.“Há metas dos pela Caern a implantar o pla-
Em fevereiro de 2009, o município
pode ser aceita a serem atingidas em prazos diversos, no. São Miguel do Gostoso, São
liderou a criação do Consórcio
Intermunicipal de Aterro Sanitário
Regional. Quatorze municípios assi-
naram um protocolo de intenções
para participar do consórcio.
na destinação
do lixo
“ sugestão de obras, programas educa-
tivos e avaliação do plano”, explicou.
“Depois de debatido em audiên-
cia pública será encaminhado para
aprovação na Câmara Municipal”.
Tomé e Baia Formosa aprovaram o
documento em audiência pública
e o encaminharam às respectivas
câmaras municipais para aprecia-
ção e aprovação.
Juliana Tinôco
Pedra Grande será o próximo
município a ser visitado pela equipe
e Campo Grande. Até o momento,
a Caern já recebeu 77 solicita-
De julho de 2010 a janeiro de Já a remota cidade de Biguaçu, da Caern, para que o trabalho seja ções de prefeituras para auxílio
2011, a diretoria do consórcio e seu em Santa Catarina, é outra que se apresentado em audiência públi- na elaboração dos planos”, explica
corpo técnico criaram um edital prepara para desenvolver seu pla- ca. A engenheira Juliana Delgado Juliana Tinôco. “A tendência é que
de licitação para contratar a tecno- impactado. O desvio permitiu a no. Também no início deste ano o Tinôco, coordenadora técnica da esse número se eleve a cada dia.
logia de destinação dos resíduos adequação do lixão aos quesitos prefeito José Castelo Deschamps equipe de elaboração dos planos, Destes municípios, 70 já estão com
da região. O edital deixa claro que de segurança, ainda que o córrego assinou contrato para a elaboração e a assessora da Caern Leda Donato os trabalhos iniciados. Além de
qualquer tecnologia poderá par- chegasse límpido ao seu destino. do plano com a empresa Sanetal, informam que já estão concluídos Galinhos, três já têm seus planos
ticipar da concorrência, desde que Com isso, houve diminuição do vencedora da licitação promovida os planos de Lagoa Nova, Jaçanã relativos a água e esgoto aprova-
esteja licenciada e funcione em ao risco de um acidente ambiental . A pelo município. O grupo executivo e Lucrécia. Os três estão em fase dos na Câmara Municipal: São
menos um dos estados brasileiros questão, entretanto, ainda aguarda composto por representantes de de avaliação pelo presidente da Miguel do Gostoso, Baía Formosa e
- mesmo que este funcionamento uma solução urgente e definitiva. diversos órgãos públicos e repre- comissão, o engenheiro Marcos São Tome”, completa.
seja piloto. É considerado funda- Em Iguatu, no Ceará, o quadro sentativos da comunidade comple- Rocha. Leda adianta que até julho O plano municipal de sanea-
mental pelo consórcio que a tecno- é igualmente precário, embora a mentará o gerenciamento do pro- mais de 10 municípios terão o tra- mento garante as condições para
logia atenda a todas as exigências cidade seja um dos cinco municípios cesso até a conclusão de sua versão balho concluído. Em setembro, que seja assinado, entre a Caern e
legais nacionais e estaduais quanto do estado que já começou a elabo- preliminar. O documento será mais 23 serão beneficiados. os municípios, o contrato exigido
à emissão de poluentes e destinação rar o trabalho exigido pela Lei do submetido às audiências públicas “Vamos iniciar o disgnóstico téc- pela legislação para a concessão do
correta dos resíduos. De acordo com Saneamento. Em janeiro deste ano locais, que discutirão seu conteúdo nico dos municípios de Carnaubias, serviço de abastecimento de água,
o cronograma, o edital deverá ser foi realizada uma audiência pública e receberão propostas da popula- Leda Donato Baraúna, Canguaretama, Cerro Corá coleta e tratamento de esgotos.
publicado ainda no primeiro semes- para discutir o plano. Mas há muito ção para o seu aprimoramento.
10 Jan/Mar - 2011 11
6. recursos h umanos
Gerentes Processos de escolha elegem
por competência a qualificação e afastam
ingerências políticas
Gloria Castro
E scolher os melho-
res gerentes entre os
empregados é um desa-
fio e tanto para qualquer com-
panhia. Conquistar um cargo de
dos 19 novos gerentes, com recon-
dução de 16 aos seus cargos.
Se ainda não mantém, como a
Copasa, um processo sistemático
de seleção interna para cargos
gerenciais, valendo-se do tradicio-
gestão na empresa em que traba-
lha é o sonho de muito funcionário. nal modelo de indicação baseada
E, para conciliar as necessidads de em critérios técnicos, por com-
empresas e trabalhadores, algumas petências e relacionamento, a
corporações instituíram proces- Sabesp, companhia de saneamen-
sos internos com regras técnicas e to do governo paulista, investe
claras, oferecendo oportunidades na preparação de futuros líderes
de acesso a empregados com com o Programa de Preparação de
potencial de liderança. Sucessores Sabesp. São 120 os pro-
É o caso da Copasa, a compa- fissionais selecionados.
nhia de saneamento do Estado Das três maiores companhias
de Minas Gerais. que mantém um de saneamento do Brasil, só a
processo seletivo interno para Sanepar não quis se manifestar
cargos de confiança. Adotado em sobre o tema de profissionaliza-
2003, escolhe, duas vezes por ano, ção de chefias. Alegou que o pro-
seus novos gestores em todos os fesso de mudança para uma nova
níveis hierárquicos, exceto presi- administração ainda está em curso.
dente, diretores e alguns outros
cargos estratégicos. Os gerentes Pioneirismo mineiro
que completam seis anos na fun-
ção também participam, caso Em Minas, o que começou
tenham interesse em continuar. como uma indicação de que os
No ano passado, 111 empregados cargos de confiança fossem ocu-
inscreveram-se: foram seleciona- pados por funcionários escolhidos
12 Jan/Mar - 2011 13
7. recursos h umanos
“preferencialmente” por processo salvo em caso de falta disciplinar, a nheiro civil com especialização em Preparação de Sucessores Sabesp”,
seletivo interno, aprimorou-se ao permanência por período mínimo Engenharia Sanitária, que ingres- diz Walter Sigollo.
longo do tempo e, hoje, é exigên- de quatro meses, de maneira a sou na companhia em 1977. A empresa sabe que formar
cia prevista no Plano de Carreiras, permitir sua avaliação pelo Índice Lúcia Garcia destaca que o sucessores não é uma ação que
Cargos e Salários, e seu regulamen- de Desempenho Gerencial (IDG). processo seletivo interno para acontece do dia para a noite.
to fica disponível na intranet para Após este tempo, o gerente pode cargos de confiança, “além de Segundo Walter, há percepção
consulta de todos os empregados. ser exonerado, com base em pro- contribuir para a profissionaliza- generalizada de que faltam líderes
A transparência é fundamental: posta de exoneração fundamen- ção da gestão da empresa, está em quantidade e qualidade sufici-
o cronograma das cinco etapas tada, apresentada pelo seu diretor. alinhado aos princípios da gover- entes para executar e sustentar as
(análise de requisitos, curricular, O gerente pode se manter no nança corporativa, que exigem estratégias e aproveitar as opor-
avaliação de texto dissertativo, de cargo/unidade por no máximo transparência na gestão e igual- tunidades de negócios. Mas, para
perfil e apresentação à diretoria seis anos. Após esse período, a dade de oportunidades, entre ele, a solução não passa simples-
executiva) e os resultados também vaga é automaticamente aberta outros”, resume. mente por incentivar a partici-
são publicados na rede interna de e, caso deseje continuar na gerên- Considerado inédito nas empre- pação nos inúmeros cursos ofer-
computadores da companhia.. cia da mesma unidade, deverá se sas públicas, o Processo Seletivo ecidos no mercado. “O desafio é
A superintendente de Recursos candidatar a novo processo sele- Interno para Cargos de Confiança conciliar o desenvolvimento dos
Humanos da Copasa, Lúcia Maria tivo e alcançar pontuação que lhe da Copasa recebeu, em 2007, o líderes com o dia a dia da orga-
Aguiar Garcia, diz que, além de Lúcia Maria Aguiar Garcia garanta ser aprovado em classifi- Prêmio Ser Humano, da ABRH/MG nização, trazendo para a empresa
propiciar ao empregados com perfil cação que lhe permita escolher a - Associação Brasileira de Recursos fundamentos aplicáveis à sua reali-
de liderança o acesso democrático participa ativamente nas revisões própria unidade. Todos os critérios Humanos de Minas Gerais. dade. Portanto, nossa principal
Walter Sigollo
à carreira gerencial, “a companhia do processo, bem como do pro- e etapas do processo estão descri- intenção com um programa espe-
pretendia alcançar uma gestão mais cesso seletivo em si e estímulo ao tos em regulamento próprio, dis- Trajetória paulista cificamente concebido é a de for-
profissional, transparente e com autodesenvolvimento e ao auto- ponível aos empregados 15 mil empregados, é um desafio mar futuras lideranças de maneira
melhores resultados.” E levanta uma gerenciamento de carreira.” Com ações negociadas no Na Sabesp, o superintendente constante administrar o modelo de alinhada com as melhores práticas
questão importante em se tratando Outros indicativos do acerto Novo Mercado, segmento máxi- de RH e Qualidade - e responsáv- gestão descentralizada adotado pela empresariais para que sejam agen-
de empresa vinculada à Secretaria em adotar o sistema, indicados mo de governança corporativa el pelo Programa de Sucessão e empresa. É preciso traçar objetivos e tes da construção do futuro da
“
de Desenvolvimento Regional e pela superintendente de RH da da BM&F Bovespa, a Copasa tem Carreira -, Walter Sigollo, lembra Sabesp”, conclui.
Política Urbana do Governo do Copasa, são o tempo de existência como presidente, desde 2009, um que no passado, a formação de
Estado de Minas Gerais: “O processo e consolidação do processo seleti- funcionário de carreira: Ricardo gerentes “se dava informalmente Capacitação de sucessores
também contribui para minimizar vo; o grande número de inscrições Augusto Simões Campos, enge- nas experiências do cotidiano e por
ingerências políticas.” e de vagas preenchidas, o pequeno meio de cursos de aperfeiçoamen- A gestão O Programa de Preparação de
Lúcia aponta importantes
benefícios para a empresa com
número de exonerações, o tempo
médio de permanência na gerên-
to relacionados à administração
empresarial, considerando que a
de pessoas Sucessores da Sabesp tem como
objetivo a formação de um banco
a adoção do processo seletivo: cia; e as informações qualitativas formação obtida nos cursos de gra- exige práticas de profissionais com perfil e poten-
“Maior transparência nos crité-
rios de seleção dos ocupantes de
cargos de confiança e profissio-
nalização da gestão; renovação
levantadas em pesquisas internas
com empregados.
Competitividade interna
duação, como engenharia, quími-
ca, entre outras, não lhes garantia
a fundamentação necessária para
o exercício da função gerencial.”
alinhadas ao
mercado
“ cial compatíveis com a gestão
do negócio, de maneira a prover
uma fonte interna de substituição
de posições gerenciais, principal-
e fortalecimento do quadro ger- Hoje, a realidade empresarial se mente em decorrência de aposen-
encial; ampliação das oportuni- Mas se passar pelo processo alterou radicalmente, e a Sabesp, tadoria dos atuais gerentes.
dades de crescimento e conse- de seleção é um desafio, perma- assim como outras empresas, Os profissionais que estão sen-
qüente aumento da motivação dos necer em um cargo gerencial é enfrenta desafios de grande com- prioridades, alavancar investimen- do treinados para assumir futura-
empregados; maior alinhamento uma conquista diária. Depois de plexidade. “Por isto, foi necessário tos tendo sempre a visão de futuro. mente posições de liderança na
do corpo gerencial com a estra- designado pela presidência, é adotar, na gestão de pessoas, práti- Para a preparação da futura geração empresa foram selecionados num
tégia da empresa (a alta direção garantido ao gerente selecionado, Ricardo Augusto Simões Campos cas alinhadas ao mercado. Com de líderes foi lançado o Programa de processo com três etapas: elimi-
14 Jan/Mar - 2011 15
8. recursos h umanos R egistro
ETE sobre caminhão
natória (idade, tempo de carreira com a FIA - Fundação Instituto de tinuada e capacitação nacional e
universitária e nível na carreira), Administração e com um programa internacional nas questões priori-
apreensão de conteúdo e ava- personalizado para o negócio tárias de negócio.
liação de perfil e de potencial. O Sabesp. Nessa fase, também estão Walter Sigollo resume a Manoel Senra e sua filha caminhão? Completa, com grade,
grupo selecionado para integrar o previstas atividades de treinamen- importância do tema na Sabesp: “A Alessandra talvez sejam os melho- desarenador, calha Parshall, reator
programa é composto, majoritari- to; avaliação 360° (análise sistemáti- liderança sempre foi um dos prin- res engenheiros operadores de UASB, com todas as interligações
amente, por analistas, advogados ca do desempenho do profissional cipais desafios das grande orga- estações de tratamento de esgo- controladas, com retiradas de
e engenheiros. em função das atividades que nizações. Formá-la de acordo com tos no Brasil. Pois não é que amostras em todas as unidades,
Durante seis anos o grupo par- realiza, das metas estabelecidas, um perfil característico do negócio esses dois mineiros projetaram um primor de estação!
ticipará de diversas atividades de dos resultados alcançados e do seu no qual ela irá atuar é um projeto para a Copasa uma ETE inteira- Podendo atender 5 mil pes-
capacitação e desenvolvimento. potencial de desenvolvimento) e crítico, principalmente para as
Na primeira etapa, iniciada em
mente montada sobre chassi de soas, o caminhão se desloca até eduardo
cursos de idiomas. Na segunda fase, empresas que vivem em ambi- o loteamento, condomínio ou
setembro de 2010, o destaque é o serão oferecidas oportunidades de entes de mudança constantes e jord ão
fábrica, deixando no local o chas-
curso de MBA Gestão Empresarial aperfeiçoamento individualizado, voltados para a inovação.” sis com a “ETE móvel”, enquanto
Sabesp, realizado em parceria com programas de educação con- obras ou intervenções na estação
definitiva não são concluídas.
Já são duas as ETEs operan-
do sobre caminhão. Não é um
Suami, a carreira sem limites grande negócio? Uma nova edição
São incontáveis os engenheiros
Suami Cruz Leão, de 37 anos Ela entrou na Copasa em 1994, vagas com 65 candidatos. Ao final
é, desde maio de 2010, gerente da como auxiliar administrativo. da preparação, foi a primeira colo-
Eficiência energética nos esgotos que estudaram e os que consultam
no livro clássico de Milton Tsutiya
Divisão de Programação Financeira Formada em Letras, foi ser secre- cada e, além de concorrer para se Não é só o “pessoal da água” que pode se gabar de estar apli- e Pedro Alem Sobrinho, Coleta
da Copasa. Chegou lá depois de tária do Distrito Operacional do tornar gerente, decidiu cursar um cando bem o conceito de eficiência energética nos sistemas de e Transporte de Esgoto Sanitário.
17 anos de companhia e de ser Centro, encarregada de custos, de MBA em Gestão Estratégica de adução e distribuição de água. A “turma dos esgotos” decidiu não Pois uma terceira edição acaba
aprovada pelo Processo Seletivo RH e secretária do setor de audito- Negócios. O céu é o limite. ficar atrás, e anuncia, através da Câmara Temática de Tratamento de ser lançada, agora pelo Fundo
Interno para Cargos de Confiança. ria interna. Nesse período já estu- de Esgotos, a realização, em 1º e 2 de junho, no Rio de Janeiro, do Editorial da ABES, depois de algu-
“O processo traz questões muito dava Direito, vindo a formar-se em Seminário Internacional sobre Sustentabilidade em Estações de mas reimpressões da edição ante-
objetivas e diz claramente o que 1997. Passou por vários departa- Tratamento de Esgotos. Ponto para Américo Sampaio, coordena- rior, que era ainda do ano 2000.
busca. Ser selecionada é fruto mentos, como a Superintendência dor da Câmara Temática, e para Ernani Costa, presidente da ABES/ Falando em Fundo Editorial,
de um esforço pessoal grande, de RH e o Departamento Jurídico. Rio, que organizam o evento. seu Conselho Editorial está for-
mas também de um incentivo da Em 2006 foi ser secretária da dire- Destinado a ser um encontro de alto nível, o seminário deverá mado, pronto para avaliar e pro-
empresa. Eu acredito no trabalho, toria até 2010. trazer ao Brasil especialistas norte-americanos e alemães, que por novas publicações: Eduardo
na missão da Copasa, que investiu Foi como secretária da direto- deverão apresentar e discutir tópicos como a redução da emissão Jordão, Cleverson Andreoli, Jurandyr
na minha formação, no meu aper- ria que Suami participou de um de gases de efeito estufa nas ETEs, tecnologias para redução do Povinelli, Manoel Senra, e Suetonio
feiçoamento, na sedimentação do programa de trainee durante 20 volume de lodo, uso do biogás para geração de energia elétrica e Mota. Representam todas as
conhecimento adquirido. É uma semanas de dedicação exclusiva. térmica, o próprio aumento da geração de biogás nos digestores – regiões do país, e aliam a experiência
realização enorme, um estímulo à Conheceu os processos de várias visando neste caso maior geração de energia. Alguns exemplos de profissional à atividade acadêmica.
superação. Me sinto hoje capaz de áreas estratégicas e ganhou uma ETEs operando com sucesso devem ser igualmente apresentados.
ultrapassar qualquer limitação e visão sistêmica da companhia. O seminário se realiza no Hotel Marriot, na Avenida Atlântica,
responsável por me capacitar cada Para concorrer, teve seu currículo no Rio de Janeiro, 1 e 2 de junho. Marta Bonan, secretária da ABES-
vez mais, sintetiza Suami. aprovado e disputou cerca de 14 Rio, poderá prestar informações detalhadas: 21-22623602, Eduardo Pacheco Jordão é enge-
diretoria@abesrio.org.br nheiro, consultor, e pesquisador visi-
tante emérito da UFRJ
16 Jan/Mar - 2011 17
9. 2 6 º congresso
Congresso de
Porto Alegre Cassilda e Nancy com o presidente da Corsan, Arnaldo Dutra Primeiro encontro do programa Jovens Profissionais, realizado pela ABES/RS
Outro ponto da programa- mento, o Congresso terá participa- ano seguinte no Rio de Janeiro.
ção que está sendo organizada, e ção ativa de sanitaristas da América O interesse pelo Congresso
Um megaevento para o setor
que deve chamar a atenção dos Latina, graças à proximidade da aumentou muito neste início de
quase 6 mil participantes espe- capital gaúcha com os países do ano. Por isso, a presidente da ABES,
rados na capital gaúcha, é o 1º. Cone Sul. Sobre essa participação, Cassilda Teixeira de Carvalho, acer-
de saneamento ambiental
Encontro dos Jovens Profissionais a presidente da ABES/RS,Nancy tou com a Fiergs a ampliação de 6
do Saneamento Ambiental. Dois Giugno, disse que, a partir desse mil para 8 mil metros quadrados a
encontros preparatários com evento, o Rio Grande do Sul “pas- área de realização da grande feira
jovens que buscam inserção no sará a ocupar um lugar estratégico de produtos e serviços de sanea-
mercado profissioral foram realiza- no desenvolvimento de agendas mento, a Fitabes, que ocorre tradi-
dos, com sucesso, em Porto Alegre com os países da América Latina”. cionalmente a cada dois anos jun-
e em Belo Horizonte, mobiliza- Grandes eventos paralelos to com o Congresso. Cassilda disse
dos pelas seções locais da ABES. terão lugar durante o Congresso. que a ABES está “abrindo caminho
A
Fotos de Alberto Jacobsen O Congresso será realizado no Já está acertada, por exemplo, a para um grande Congresso”.
Centro de Convenções da Fiergs reunião do Fórum Nacional de Para o final do primeiro trimestre
– Federação das Indústrias do Rio Bacias Hidrográficas. Da mesma deste ano, está prevista a dos melho-
programação do
Grande do Sul, na capital gaúcha. forma, lá será feita a reunião pre- res entre os 2.600 trabalhos técnicos
26º. Congresso da
Além dé muitas palestras, paratória do Rio+20, evento que cujos resumos foram encaminhados
ABES, que será reali-
mesas redondas, workshops e antecipa a Conferência das Nações à comissão organizadora. Os escolhi-
zado em Porto Alegre de 25 a 28
outros encontros para discutir a Unidas sobre Desenvolvimento dos para figurar nos anais devem ser
desetembro, vai reafirmar o suces-
integralidade do setor de sanea- Sustentável, programada para o anunciados em abril. (RG)
so do Campeonato de Operadores,
que atraiu a atenção dos congres-
sistas no evento anterior, promo-
vido em Recife em 2009. As com-
panhias e serviços de saneamento
em todo o país já estão promo-
Porto Alegre, a capital do saneamento
vendo campeonatos internos para Cristine Rochol/PMPA
escolher seus representantes ao Porto Alegre, a capital do Rio Grande do Sul e sede do 26º Congresso
evento. No Rio Grande do Sul, sede Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, foi fundada em 1772 por
do Congresso, a Corsan, empresa açorianos. Nos séculos seguintes de sua colonização, recebeu imigrantes
de saneamento do estado, fez sua alemães, italianos, espanhóis, africanos, poloneses e libaneses, principal-
seleção interna no final do ano mente. É uma terra de renomados políticos, grandes escritores, intelec-
passado, e vai mandar seus melho- tuais e artistas.
res operadores para a competição. É a principal porta de entrada de turistas no estado, que têm como
Campeonato de operadores: prévia de uma das atrações de setembro segundo destino a famosa Serra Gaúcha, a menos de 120km da capi-
tal, onde estão instaladas as melhores vinícolas do Brasil. Tem cerca de 1
milhão 500 mil habitantes, 100% abastecidos com água tratada.
18 Jan/Mar - 2011 19
10. esgotos
A controvérsia do
Emissários lançamento no mar
de esgotos sem tratamento
submarinos
custódio coimbra/Agência o Globo
Victor Passos
E missários submarinos já foram considera-
dos a melhor solução, quase mágica, para o
destino final dos esgotos domésticos gera-
dos nas grandes cidades costeiras. No mundo todo
existem mais de 200 deles registrados, mas o número
pode ser maior, na casa dos milhares. Hoje, no entan-
to, são considerados ultrapassados por agredirem
o meio ambiente, e estão sendo desativados em
alguns países.
No Brasil, a construção de emissários sempre esteve
cercada de polêmica. O primeiro deles, em Ipanema,
no Rio, até hoje é contestado por biólogos marinhos,
oceanógrafos e ambientalistas, mas é defendido por
engenheiros sanitaristas e também pelo poder público.
No centro da discussão, uma dúvida: a obra polui ou
não polui as praias da Zona Sul carioca?
Em 2005, a Resolução 375 do Conama - Conselho
Nacional de Meio Ambiente regulou a matéria, proibin-
do o lançamento de esgotos no mar sem tratamento
prévio. A partir daí, as empresas de saneamento foram
ajustando seus projetos, na Barra da Tijuca, no Rio, na
Baixada Santista, em São Paulo, em Salvador, na Bahia,
acoplando estações de tratamento a seus emissários.
Mas, no emissário submarino de Ipanema, cons-
truído bem antes da existência do Conama. a situação
não se alterou. Há 35 anos ele continua despejando, a
quatro quilômetros de uma das praias mais famosas
do Brasil e do mundo, mais de 6 mil litros de esgoto
por segundo. Sem tratamento.
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