SlideShare uma empresa Scribd logo
Trabalho, tecnologia e a virtualidade –
reflexividades sobre excessos de jornada
(24/7/12)
O novos formatos de trabalho –
reflexividade sobre trabalho remoto,
teletrabalho, jornada e saúde do
trabalhador.
Sociedade industrial moderna – consolidação
do capitalismo e emergência da classe
trabalhadora assalariada
 Modernidade – sujeito de direito e estado de
direito.
 Desvinculação do servo a terra (relação de
soberania e vassalagem medieval) – formação
de uma nova classe social que possui apenas a
sua força de trabalho para vender.
 Condições de trabalho insalubres, carga de
trabalho extenuante, trabalho infantil, salários
baixíssimos.
Sociedade industrial moderna – consolidação
do capitalismo e emergência da classe
trabalhadora assalariada
 Movimentos sociais de operários passam a ser uma força
politica e a disputar espaços para a melhoria das
condições de trabalho (cartismo, ludismo e sindicatos).
 Criação de sindicatos e a luta social por direitos sociais
 Criação de direitos trabalhistas
 Relações de trabalho definidas, sólidas e continuadas.
 Mito do progresso e da evolução linear progressiva da
humanidade.
Sociedade industrial moderna – consolidação
do capitalismo e emergência da classe
trabalhadora assalariada
 “Com o regime moderno de historicidade, o fervor da esperança
voltou-se para o futuro, e ondem provem a luz. O presente é, então,
percebido como inferior ao futuro, o tempo torna-se um ator: se é
levado por sua aceleração. É preciso acelerar mais.
 O futuro está na velocidade. Pode-se também querer romper o tempo,
quebra-lo em dois, para inscrever de vez o futuro no presente. Hoje, a
luz é produzida única e exclusivamente pelo presente. Neste caso, não
há mais nem passado, nem futuro, nem tempo histórico, se for verdade
que o tempo histórico moderno encontrou-se posto em movimento
pela tensão criada entre campo de experiência e horizonte de
expectativa.” (François Hartog – regimes de historicidade.)
Neoliberalismo e as mutações das formas de
trabalho
 O neoliberalismo, como mutação do capitalismo, torna o trabalhador
um empreendedor. Hoje, cada um é um trabalhador que explora a si
mesmo para a sua própria empresa. Cada um é um senhor e um servo
em uma única pessoa. A luta de classe também se transforma em uma
luta interior consigo mesmo.
 Com efeito, no regime neoliberal, não existe um proletariado ou uma
classe trabalhadora que seria explorada pelo proprietário dos meios de
produção.
 Na produção imaterial, de um jeito ou de outro, cada um possui seu
próprio meio de produção. (psicopolítica – o neoliberalismo e as novas
técnicas de poder; Byung chul han).
Sociedade da informação no capitalismo
líquido
 Virtualidade x realidade
 Novas formas de trabalho na dimensão da virtualidade - trabalho
imaterial
 A vida em telas e algoritimização das relações de trabalho
 Uberização do trabalho – trabalho subordinado por meio de plataformas
digitais.
 Limbo dos trabalhadores de aplicativo – relações de trabalho
intermediadas por telas de smartphone.
 Novas relações de trabalho em formato de rede na virtualidade
demandam novos tipos de disputas politicas para a melhoria das
condições de trabalho e de vida dos trabalhadores.
 Dificuldades de categorização e definições de conceitos que estabilizem
analise sobre a situação dos trabalhadores (uberização, plataformização,
crowdsourcing, crowdworking, work on demand)
VIRTUALIDADE X REALIDADE
 Quais são os significados da virtualização do trabalho no que tange às dimensões dos processos,
tecnologia e pessoas?
 Para Lévy (1996), virtual é toda entidade desterritorializada capaz de gerar manifestações concretas em
diferentes momentos e locais determinados sem, contudo, estar ela mesma vinculada a um lugar ou
tempo em particular. O autor exemplifica sua concepção ilustrando o ato expressivo da palavra, algo
virtual que existe em potência, sem estar presente. Uma palavra é enunciada de forma distinta (voz,
pronúncia e tonalidade), em locais e horários diferentes, podendo ser expressa e atualizada a qualquer
momento.
 Sob essa mesma perspectiva, segundo Castells (1999), não há divisão entre realidade e representação
simbólica, uma vez que a sociedade e a comunicação sempre existiram em um ambiente simbólico. O
sociólogo lembra que as novas formas de interação provenientes dos ambientes de integração
eletrônica, como as redes de computadores, seguem a mesma linha tradicional da criação da realidade
baseada nessas representações. Portanto, o ambiente computacional, denominado por muitos realidade
virtual, é, de fato, a virtualidade real, uma vez que o virtual é a capacidade de representar
simbolicamente e afetar o real.
VIRTUALIDADE X REALIDADE
 DESTERRITORIALIZAÇÃO: O espaço também está presente na conceituação de virtualização do trabalho
elaborada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), "forma de trabalho efetuada em lugar distante do
escritório central e/ou do centro de produção, que permite a separação física e o uso de uma nova tecnologia
facilitadora da comunicação". A definição da OIT enfatiza a dimensão tecnologia como viabilizadora da
comunicação.
O trabalho subordinado por meio de plataformas digitais integra os dilemas
contemporâneos sobre o mapeamento e reconhecimento da exploração do trabalho e de
sua centralidade nas formas contemporâneas da acumulação capitalista.
As várias faces da virtualização do trabalho
VIRTUALIDADE X REALIDADE
UBERIZAÇÃO DO TRABALHO
 A uberização nomeia um novo tipo de gestão e
controle da força de trabalho, também compreendida
como uma tendência passível de se generalizar no
âmbito das relações de trabalho.
 Resultando das formas contemporâneas de eliminação
de direitos, transferência de riscos e custos para os
trabalhadores e novos arranjos produtivos, ela em
alguma medida sintetiza processos em curso há
décadas, ao mesmo tempo em que se apresenta como
tendência para o futuro do trabalho.
UBERIZAÇÃO DO TRABALHO
 A informalização expressa a perda de formas
estáveis, contratualmente estabelecidas,
socialmente acordadas sobre as regras que
regem o trabalho.
 Expressa a crescente perda de formas estáveis
do que é trabalho, do que é e não é tempo de
trabalho, do que é a remuneração pelo
trabalho, do que é o local de trabalho.
 Manifesta a perda de determinações
acordadas sobre a jornada e distribuição do
trabalho.
UBERIZAÇÃO DO TRABALHO
 No trabalho subordinado por meio de plataformas digitais,
trabalhadores não são contratados, nem mesmo recrutados.
Não há vagas predeterminadas ou processos seletivos –
aparentemente, para trabalhar, basta se cadastrar. O contrato
de trabalho agora transfigura-se em um contrato de adesão.
 Essa informalização envolve a perda de predeterminações
claras ou estáveis sobre a jornada de trabalho, sobre a
distribuição do trabalho e até mesmo sobre sua precificação.
Empresas, hoje, batalham para serem reconhecidas como
mediadoras, comumente se definindo como empresas de
tecnologia: assentam-se na defesa de uma neutralidade
técnica, apresentam-se como meramente responsáveis por
prover o encontro mais eficiente entre oferta e procura.
UBERIZAÇÃO DO TRABALHO
 Entretanto, elas detêm o poder de definir as regras do jogo
sem fixá-las: determinam como opera a distribuição do
trabalho, sua precificação, quem será incorporado e,
também, quem é desligado ou bloqueado da plataforma.
 Os critérios não são claros e podem nem mesmo ser
mapeáveis, mas estão permanentemente presentes. Esses
integram o gerenciamento algorítmico: por meio de
mecanismos automatizados – mas humanamente
programados – realiza-se o acesso, a distribuição e a
precificação do trabalho.
 Essa programação envolve ranqueamentos, oferta de
bonificações, punições – elementos que materializam os
meios de controle do trabalho.
PLATAFORMIZAÇÃO DO TRABALHO
 A definição de plataforma digital não se restringe a um meio técnico – ela é utilizada para referir a empresas que
controlam infraestruturas digitais alimentadas por dados e organizadas por algoritmos. Daí também decorre a
definição de empresa-aplicativo, buscando salientar que estamos olhando para empresas que, entretanto, aparecem
para o consumidor e, por vezes, até para o próprio trabalhador como aplicativos.
 A plataformização significa a crescente dependência de mecanismos de plataformas nos mais diferentes setores da
vida, isto é, como a introdução de plataformas digitais significa mudanças e/ou permanências em aspectos sociais e
culturais.
TRABALHADOR JUST IN TIME COMO
EMPREENDEDOR DE SI MESMO
 O trabalhador just-in-time aparece como um empreendedor de si –
que define seu tempo e local de trabalho, seus instrumentos e suas
estratégias –, mas podemos deslocar a noção de
empreendedorismo para a de autogerenciamento subordinado,
pois é transferido para o trabalhador um gerenciamento de si, que
se faz na relação com regras que se informalizaram, e que regem
ferrenhamente o trabalho.
 Esse deslocamento também possibilita pôr menos fichas em uma
subjetivação neoliberal centralmente definida pela internalização
da concorrência em diversas esferas da vida. O enfoque se desloca,
então, para as formas contemporâneas de gestão do trabalho que,
tecidas pela ameaça permanente de exclusão e seleção, transferem
parte do gerenciamento para o próprio trabalhador.
UBERIZAÇÃO E PLATAORMIZAÇÃO SÃO
PROCESSOS CONTÍNUOS
BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS
ENTREGADORES DE APLICATIVO
BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS
ENTREGADORES DE APLICATIVO
BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS
ENTREGADORES DE APLICATIVO
BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS
ENTREGADORES DE APLICATIVO
MOVIMENTO VAT (VIDA ALÉM DO
TRABALHO)

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a AulaTrabalho, tecnologia e virtualidade - os novos formatos de trabalho.pptx

Aula 4 2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)
Aula 4   2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)Aula 4   2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)
Aula 4 2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)
Angelo Peres
 
Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)
Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)
Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)
bpierro
 
Sociologia karl marx
Sociologia   karl marxSociologia   karl marx
Sociologia karl marx
Paulo Alexandre
 
O coworking como impulsionador de novos negócios
O coworking como impulsionador de novos negóciosO coworking como impulsionador de novos negócios
O coworking como impulsionador de novos negócios
Caio Flavio Stettiner
 
As três tendências que todo RH deve saber
As três tendências que todo RH deve saberAs três tendências que todo RH deve saber
As três tendências que todo RH deve saber
Camila Ghattas
 
As topologias administrativas
As topologias administrativasAs topologias administrativas
As topologias administrativas
Carlos Nepomuceno (Nepô)
 
30 126-1-pb
30 126-1-pb30 126-1-pb
30 126-1-pb
Beatriz Dionnysio
 
Artigo fabio villela_icc_e_rp
Artigo fabio villela_icc_e_rpArtigo fabio villela_icc_e_rp
Artigo fabio villela_icc_e_rp
Fábio Fernandes Villela
 
Disciplina Educação e Novas Tecnologias - Letras EAD
Disciplina Educação e  Novas Tecnologias - Letras EADDisciplina Educação e  Novas Tecnologias - Letras EAD
Disciplina Educação e Novas Tecnologias - Letras EAD
Ana Beatriz
 
O capitalismo social
O capitalismo socialO capitalismo social
O capitalismo social
Allan Vieira
 
Helio Zylberstajn
Helio ZylberstajnHelio Zylberstajn
Helio Zylberstajn
SOBRATT - Liliane Guedes
 
aula_SP_precarizacao.pptx
aula_SP_precarizacao.pptxaula_SP_precarizacao.pptx
aula_SP_precarizacao.pptx
Everton Pimenta
 
O RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXI
O RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXIO RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXI
O RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXI
Angelo Peres
 
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da SociologiaCapítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Marcos Antonio Grigorio de Figueiredo
 
Capitalismo e escravidão
Capitalismo e escravidãoCapitalismo e escravidão
Capitalismo e escravidão
Meg Rioko Chan
 
Prova fiscal de tributos
Prova fiscal de tributosProva fiscal de tributos
Prova fiscal de tributos
BrutoRstico
 
As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!
As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!
As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!
Carlos Nepomuceno (Nepô)
 
Seminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua Concha
Seminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua ConchaSeminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua Concha
Seminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua Concha
Caio Roberto
 
64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs
64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs
64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs
Angelo Peres
 
Cultura, sociedade e informação
Cultura, sociedade e informaçãoCultura, sociedade e informação
Cultura, sociedade e informação
Tuane Faria
 

Semelhante a AulaTrabalho, tecnologia e virtualidade - os novos formatos de trabalho.pptx (20)

Aula 4 2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)
Aula 4   2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)Aula 4   2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)
Aula 4 2014.1 ucam - o trabalho do conhecimento - coworking (1)
 
Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)
Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)
Entrevista com Eugênio Trivinho (PUC-SP)
 
Sociologia karl marx
Sociologia   karl marxSociologia   karl marx
Sociologia karl marx
 
O coworking como impulsionador de novos negócios
O coworking como impulsionador de novos negóciosO coworking como impulsionador de novos negócios
O coworking como impulsionador de novos negócios
 
As três tendências que todo RH deve saber
As três tendências que todo RH deve saberAs três tendências que todo RH deve saber
As três tendências que todo RH deve saber
 
As topologias administrativas
As topologias administrativasAs topologias administrativas
As topologias administrativas
 
30 126-1-pb
30 126-1-pb30 126-1-pb
30 126-1-pb
 
Artigo fabio villela_icc_e_rp
Artigo fabio villela_icc_e_rpArtigo fabio villela_icc_e_rp
Artigo fabio villela_icc_e_rp
 
Disciplina Educação e Novas Tecnologias - Letras EAD
Disciplina Educação e  Novas Tecnologias - Letras EADDisciplina Educação e  Novas Tecnologias - Letras EAD
Disciplina Educação e Novas Tecnologias - Letras EAD
 
O capitalismo social
O capitalismo socialO capitalismo social
O capitalismo social
 
Helio Zylberstajn
Helio ZylberstajnHelio Zylberstajn
Helio Zylberstajn
 
aula_SP_precarizacao.pptx
aula_SP_precarizacao.pptxaula_SP_precarizacao.pptx
aula_SP_precarizacao.pptx
 
O RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXI
O RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXIO RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXI
O RH e os Processos de Trabalho nas Empresas do Século XXI
 
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da SociologiaCapítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
Capítulo 10 - Temas Contemporâneos da Sociologia
 
Capitalismo e escravidão
Capitalismo e escravidãoCapitalismo e escravidão
Capitalismo e escravidão
 
Prova fiscal de tributos
Prova fiscal de tributosProva fiscal de tributos
Prova fiscal de tributos
 
As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!
As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!
As Organizações 3.0 vêm para matar os gerentes!
 
Seminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua Concha
Seminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua ConchaSeminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua Concha
Seminário sobre o livro do professor Ricardo Antunes - Caracol e sua Concha
 
64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs
64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs
64 172-1-sm 1a versão retificação final google docs
 
Cultura, sociedade e informação
Cultura, sociedade e informaçãoCultura, sociedade e informação
Cultura, sociedade e informação
 

AulaTrabalho, tecnologia e virtualidade - os novos formatos de trabalho.pptx

  • 1. Trabalho, tecnologia e a virtualidade – reflexividades sobre excessos de jornada (24/7/12) O novos formatos de trabalho – reflexividade sobre trabalho remoto, teletrabalho, jornada e saúde do trabalhador.
  • 2. Sociedade industrial moderna – consolidação do capitalismo e emergência da classe trabalhadora assalariada  Modernidade – sujeito de direito e estado de direito.  Desvinculação do servo a terra (relação de soberania e vassalagem medieval) – formação de uma nova classe social que possui apenas a sua força de trabalho para vender.  Condições de trabalho insalubres, carga de trabalho extenuante, trabalho infantil, salários baixíssimos.
  • 3. Sociedade industrial moderna – consolidação do capitalismo e emergência da classe trabalhadora assalariada  Movimentos sociais de operários passam a ser uma força politica e a disputar espaços para a melhoria das condições de trabalho (cartismo, ludismo e sindicatos).  Criação de sindicatos e a luta social por direitos sociais  Criação de direitos trabalhistas  Relações de trabalho definidas, sólidas e continuadas.  Mito do progresso e da evolução linear progressiva da humanidade.
  • 4. Sociedade industrial moderna – consolidação do capitalismo e emergência da classe trabalhadora assalariada  “Com o regime moderno de historicidade, o fervor da esperança voltou-se para o futuro, e ondem provem a luz. O presente é, então, percebido como inferior ao futuro, o tempo torna-se um ator: se é levado por sua aceleração. É preciso acelerar mais.  O futuro está na velocidade. Pode-se também querer romper o tempo, quebra-lo em dois, para inscrever de vez o futuro no presente. Hoje, a luz é produzida única e exclusivamente pelo presente. Neste caso, não há mais nem passado, nem futuro, nem tempo histórico, se for verdade que o tempo histórico moderno encontrou-se posto em movimento pela tensão criada entre campo de experiência e horizonte de expectativa.” (François Hartog – regimes de historicidade.)
  • 5. Neoliberalismo e as mutações das formas de trabalho  O neoliberalismo, como mutação do capitalismo, torna o trabalhador um empreendedor. Hoje, cada um é um trabalhador que explora a si mesmo para a sua própria empresa. Cada um é um senhor e um servo em uma única pessoa. A luta de classe também se transforma em uma luta interior consigo mesmo.  Com efeito, no regime neoliberal, não existe um proletariado ou uma classe trabalhadora que seria explorada pelo proprietário dos meios de produção.  Na produção imaterial, de um jeito ou de outro, cada um possui seu próprio meio de produção. (psicopolítica – o neoliberalismo e as novas técnicas de poder; Byung chul han).
  • 6. Sociedade da informação no capitalismo líquido  Virtualidade x realidade  Novas formas de trabalho na dimensão da virtualidade - trabalho imaterial  A vida em telas e algoritimização das relações de trabalho  Uberização do trabalho – trabalho subordinado por meio de plataformas digitais.  Limbo dos trabalhadores de aplicativo – relações de trabalho intermediadas por telas de smartphone.  Novas relações de trabalho em formato de rede na virtualidade demandam novos tipos de disputas politicas para a melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores.  Dificuldades de categorização e definições de conceitos que estabilizem analise sobre a situação dos trabalhadores (uberização, plataformização, crowdsourcing, crowdworking, work on demand)
  • 7. VIRTUALIDADE X REALIDADE  Quais são os significados da virtualização do trabalho no que tange às dimensões dos processos, tecnologia e pessoas?  Para Lévy (1996), virtual é toda entidade desterritorializada capaz de gerar manifestações concretas em diferentes momentos e locais determinados sem, contudo, estar ela mesma vinculada a um lugar ou tempo em particular. O autor exemplifica sua concepção ilustrando o ato expressivo da palavra, algo virtual que existe em potência, sem estar presente. Uma palavra é enunciada de forma distinta (voz, pronúncia e tonalidade), em locais e horários diferentes, podendo ser expressa e atualizada a qualquer momento.  Sob essa mesma perspectiva, segundo Castells (1999), não há divisão entre realidade e representação simbólica, uma vez que a sociedade e a comunicação sempre existiram em um ambiente simbólico. O sociólogo lembra que as novas formas de interação provenientes dos ambientes de integração eletrônica, como as redes de computadores, seguem a mesma linha tradicional da criação da realidade baseada nessas representações. Portanto, o ambiente computacional, denominado por muitos realidade virtual, é, de fato, a virtualidade real, uma vez que o virtual é a capacidade de representar simbolicamente e afetar o real.
  • 8. VIRTUALIDADE X REALIDADE  DESTERRITORIALIZAÇÃO: O espaço também está presente na conceituação de virtualização do trabalho elaborada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), "forma de trabalho efetuada em lugar distante do escritório central e/ou do centro de produção, que permite a separação física e o uso de uma nova tecnologia facilitadora da comunicação". A definição da OIT enfatiza a dimensão tecnologia como viabilizadora da comunicação.
  • 9. O trabalho subordinado por meio de plataformas digitais integra os dilemas contemporâneos sobre o mapeamento e reconhecimento da exploração do trabalho e de sua centralidade nas formas contemporâneas da acumulação capitalista.
  • 10. As várias faces da virtualização do trabalho
  • 12. UBERIZAÇÃO DO TRABALHO  A uberização nomeia um novo tipo de gestão e controle da força de trabalho, também compreendida como uma tendência passível de se generalizar no âmbito das relações de trabalho.  Resultando das formas contemporâneas de eliminação de direitos, transferência de riscos e custos para os trabalhadores e novos arranjos produtivos, ela em alguma medida sintetiza processos em curso há décadas, ao mesmo tempo em que se apresenta como tendência para o futuro do trabalho.
  • 13. UBERIZAÇÃO DO TRABALHO  A informalização expressa a perda de formas estáveis, contratualmente estabelecidas, socialmente acordadas sobre as regras que regem o trabalho.  Expressa a crescente perda de formas estáveis do que é trabalho, do que é e não é tempo de trabalho, do que é a remuneração pelo trabalho, do que é o local de trabalho.  Manifesta a perda de determinações acordadas sobre a jornada e distribuição do trabalho.
  • 14. UBERIZAÇÃO DO TRABALHO  No trabalho subordinado por meio de plataformas digitais, trabalhadores não são contratados, nem mesmo recrutados. Não há vagas predeterminadas ou processos seletivos – aparentemente, para trabalhar, basta se cadastrar. O contrato de trabalho agora transfigura-se em um contrato de adesão.  Essa informalização envolve a perda de predeterminações claras ou estáveis sobre a jornada de trabalho, sobre a distribuição do trabalho e até mesmo sobre sua precificação. Empresas, hoje, batalham para serem reconhecidas como mediadoras, comumente se definindo como empresas de tecnologia: assentam-se na defesa de uma neutralidade técnica, apresentam-se como meramente responsáveis por prover o encontro mais eficiente entre oferta e procura.
  • 15. UBERIZAÇÃO DO TRABALHO  Entretanto, elas detêm o poder de definir as regras do jogo sem fixá-las: determinam como opera a distribuição do trabalho, sua precificação, quem será incorporado e, também, quem é desligado ou bloqueado da plataforma.  Os critérios não são claros e podem nem mesmo ser mapeáveis, mas estão permanentemente presentes. Esses integram o gerenciamento algorítmico: por meio de mecanismos automatizados – mas humanamente programados – realiza-se o acesso, a distribuição e a precificação do trabalho.  Essa programação envolve ranqueamentos, oferta de bonificações, punições – elementos que materializam os meios de controle do trabalho.
  • 16. PLATAFORMIZAÇÃO DO TRABALHO  A definição de plataforma digital não se restringe a um meio técnico – ela é utilizada para referir a empresas que controlam infraestruturas digitais alimentadas por dados e organizadas por algoritmos. Daí também decorre a definição de empresa-aplicativo, buscando salientar que estamos olhando para empresas que, entretanto, aparecem para o consumidor e, por vezes, até para o próprio trabalhador como aplicativos.  A plataformização significa a crescente dependência de mecanismos de plataformas nos mais diferentes setores da vida, isto é, como a introdução de plataformas digitais significa mudanças e/ou permanências em aspectos sociais e culturais.
  • 17. TRABALHADOR JUST IN TIME COMO EMPREENDEDOR DE SI MESMO  O trabalhador just-in-time aparece como um empreendedor de si – que define seu tempo e local de trabalho, seus instrumentos e suas estratégias –, mas podemos deslocar a noção de empreendedorismo para a de autogerenciamento subordinado, pois é transferido para o trabalhador um gerenciamento de si, que se faz na relação com regras que se informalizaram, e que regem ferrenhamente o trabalho.  Esse deslocamento também possibilita pôr menos fichas em uma subjetivação neoliberal centralmente definida pela internalização da concorrência em diversas esferas da vida. O enfoque se desloca, então, para as formas contemporâneas de gestão do trabalho que, tecidas pela ameaça permanente de exclusão e seleção, transferem parte do gerenciamento para o próprio trabalhador.
  • 18. UBERIZAÇÃO E PLATAORMIZAÇÃO SÃO PROCESSOS CONTÍNUOS
  • 19. BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS ENTREGADORES DE APLICATIVO
  • 20. BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS ENTREGADORES DE APLICATIVO
  • 21. BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS ENTREGADORES DE APLICATIVO
  • 22. BREQUE DOS APPS E A LUTA DOS ENTREGADORES DE APLICATIVO
  • 23. MOVIMENTO VAT (VIDA ALÉM DO TRABALHO)