O documento descreve a região onde a autora vive, o Rio Grande do Sul no Brasil. Ela fornece detalhes sobre a história, geografia, clima, economia e cultura do estado e da cidade de Gravataí, onde mora atualmente. A autora explica como o Rio Grande do Sul evoluiu de uma economia agrícola para um importante polo industrial no sul do Brasil.
1. Assim é, meu espaço geográfico
Sou a gaúcha Sandra Maria Massena Pimentel Rubio, tenho 44 anos, casada,
mãe de dois filhos Ubiratã (22 anos) e Henrique (16 anos), moro na Rua Frei
Henrique de Coimbra, Gravataí (RS), aluna do curso de ciências sociais do pólo de
Porto Alegre e convido ao professor-tutor e os colegas a conhecer um pouco do
espaço geográfico onde vivo. O ambiente será apresentado através da localização
sistêmica e será descrito da macrorregião para a microrregião.
O território brasileiro é considerado o gigante da América do Sul, detentor de
um vasto território com mais de quinze mil quilômetros de fronteiras com
praticamente todos os países da América do Sul, é uma liderança regional, no qual
adotou e liderou relações políticas e econômicas com seus vizinhos formando o
MERCOSUL e ainda permanece em busca de mais espaço no cenário internacional
onde almeja alcançar uma vaga permanente no Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas - ONU.
O país tem sua origem portuguesa. A população é oriunda da miscigenação
dos colonizadores portugueses, dos índios que aqui viviam e dos africanos trazidos
para trabalhar na mão-de-obra escrava e para completar os imigrantes alemães,
italianos e japoneses que vieram para trabalhar na industrialização. Dessa forma,
formou-se uma diversidade étnica e ao mesmo tempo todos contribuíram para
formar uma cultura que compartilha certos traços em comum, formando a cultura
brasileira.
Sua crescente economia o coloca em destaque em importantes organizações
internacionais. A partir de 1990 consolidou-se um novo modelo econômico a fim de
começar a se ajustar ao mundo globalizado. Até 1930 sua economia era
essencialmente agrícola e dependente da exportação do café, porém após a
Segunda Guerra Mundial começou a investir internamente no processo de
industrialização substituindo a importação de produtos manufaturados pela produção
nacional. A partir da década de 90 ocorreu o fluxo de capitais estrangeiros
ocasionado pelo processo de globalização que provocaram mudanças na produção.
Em 2010 o país possuiu um PIP considerado alto; e de acordo com a ONU, seu
Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é considerado médio, porém ainda
apresenta uma das mais altas desigualdades de distribuição de renda do mundo.
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Já, seu espaço geográfico é dividido em cinco regiões: norte, nordeste,
centro-oeste, sudeste e sul, cada uma distingue-se da outra por sua riqueza cultural
e pelo seu Patrimônio Histórico. Durante o passar dos anos todas as regiões
sofreram as transformações de paisagens que aconteceram com no tempo e no
espaço, porém darei destaque a meu Estado, o Rio Grande do Sul.
O Estado do Rio Grande Sul, encontra-se localizado na região sul do Brasil,
faz limite ao norte com o Estado de Santa Catarina, ao leste com Oceano Atlântico,
ao sul como Uruguai e a oeste com a Argentina. Sua Capital é Porto Alegre, compõe
uma das 27 unidades da Federação. Ocupa uma área de 281.748,538 km² (cerca de
pouco mais que 3% de todo território nacional, equivalente ao do Equador) e com
fuso horário - 3 horas em relação a hora mundial GMT. Todo o seu território está
abaixo do Trópico de Capricórnio.
Na hidrografia possui duas das maiores lagoas do Brasil: a Lagoa Mirim e a
Lagoa Mangueira, além de possuir uma das maiores lagunas do mundo: a Lagoa
dos Patos, que possui água salobra.
O relevo é formado por planícies costerias, planalto dissecado, depressão
central, planalto basáltico e imensas pradarias onde favorece a criação de gado e a
produção agrícola.
O clima é subtropical úmido nas partes mais baixas e temperado oceânico
nas partes mais elevadas, constituído por quatro estações razoavelmente bem
definidas, apresenta um inverno rigoroso, muitas vezes com pequenos flocos de
neve, que contribui para receber um grande número de visitantes durante os meses
de inverno; porém o verão apresenta-se quente nas palnícies e ameno na serra
gaúcha.
Possui uma paisagem que acumula construções de diferentes idades, onde o
tempo e a herança cultural se materializaram em suas construções arquitetônicas,
como o caso da serra gaúcha, a fronteira e o litoral.
O estado possui papel marcante na história do Brasil, tendo sido palco da
Guerra dos Farrapos, a mais longa guerra civil do país. Possui uma diversidade
étnica. Sua população é em grande parte formada por descendentes de
portugueses, alemães, italianos, africanos e indígenas. Em pequena parte por
espanhóis, poloneses e franceses, dentre outros imigrantes.
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Em certas regiões do estado, como a serra gaúcha e a região rural da metade
sul, ainda é possível ouvir dialetos da língua italiana (talian) e do alemão
(Hunsrückisch, Plattdeutsch), bem como a prerservação da cultura germânica e
italiana (Ilustração 1).
Ilustração 1: Festa em Igrejinha Cidade de origem Alemã.
Fonte: Sandra Rubio (2010).
Sua capital é Porto Alegre, peretence a região do polígono industrial, porque
possui uma alta concentração populacional aliada a uma concentração econômica
importante para o país. Possui uma cesta báscia mais cara do país e foi a primeira
capital a trazer a inovação da participação popular através da Gestão Participativa,
inseriu as plenárias do Orçamento Participativo OP, tornando-se referência nacional.
as experiências do OP aprofundaram o processo de democratização do Estado em
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um contexto de refluxo de movimento popular ocorrido na década de 80 . (BERAS,
2011, p. 139).
A sua beleza também é destaque, banhada pelo Rio Guaíba (ilustração 2),
conhecida como a cidade do Por do Sol no caís do Porto , inspiração de muitos
escritores, como a letra da Música de José Fogaça Porto Alegre é demais. Existe
ainda o estádio de dois grandes times, o Internacional Campeão de Tudo e o
Grêmio.
Ilustração 2: Por do Sol no Rio Guaíba Porto Alegre/RS.
Fonte: Baixaki (2011).
Ilustração 3: Vista de Porto Alegre - Passeio de barco no Guaíba.
Fonte: Sandra Rubio (2011).
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Esse estado brasileiro originalmente teve sua economia baseada na pecuária
bovina que se instalou no sul do Brasil durante o século XVII com as missões
jesuíticas na América, e posteriormente expandiu-se aos setores comercial e
industrial, especialmente na metade norte do Estado. Hoje a agroindustria
impulsiona a economia do RS e existem programas de geração de renda no campo
para minimizar o exôdo rural.
Sou fruto da missigenação (descendete por parte materna de alemães a da
parterna de português e indígena) e do êxodo rural ocorrido no final da década de
40, ou seja, da migração do campo para a zona urbana promovida pela
industrialização que ocorreu no Brasil neste período. Nasci na cidade de Esteio,
região metropolitana do Estado, em 1967. E há 20 anos sou moradora da cidade de
Gravataí. O município pertence à Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre e à
Microrregião de Porto Alegre. Existem três rodovias estaduais (RS-118, RS-020 e
RS-030) e uma federal (BR-290). Localiza-se a 22 quilômetros da capital do estado
e a 20 quilômetros do Aeroporto Internacional Salgado Filho, além de ocupar uma
posição estratégica no Mercosul, pois está praticamente na metade do caminho
entre São Paulo e Buenos Aires.
O nome do município, Gravataí, tem origem numa espécie de bromélia
conhecida como Gravatá, flor muito linda, como mostra as fotos a seguir (essas são
do meu jardim).
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Ilustração 4: Bromélias do meu Jardim.
Foto: Sandra Rubio.
Nota: Flor que deu origem ao nome de Gravataí.
De acordo com a História da Cidade, divulgada pelo site da Prefeitura
Municipal de Gravataí, a cidade foi fundada em 8 de abril de 1763, embora só tenha
sido elevada à condição de vila em 1880.
Sua história começa oficialmente em abril de 1763, com a fundação da Aldeia
de Nossa Senhora dos Anjos, no entanto, o contexto de sua introdução na História
do Rio Grande do Sul é um pouco anterior a esta data e não podemos ignorá-lo.
(PMG, 2011).
Como a Coroa Portuguesa estava expandindo seus domínios ao sul do
continente americano, costumava povoá-lo concedendo cartas de sesmarias a quem
já habitava estas terras. Foi o caso de Pedro Gonçalves Sandoval, natural de Lima,
no Peru, que recebeu a primeira sesmaria, pois já habitava o chamado rincão de
Gravataí, nos campos de Viamão. Ainda na mesma época, o capitão João Lourenço
Veloso também recebia autorização de posse das terras que habitava no mesmo
rincão, mais a nordeste, próximo ao morro ltacolomi (hoje reserva ambiental). Parte
destas terras seria comprada pela coroa portuguesa para assentamento da então
Aldeia dos Anjos. Era o primeiro arranchamento da aldeia, transferido
posteriormente para as atuais terras centrais de Gravataí. A fundação da Aldeia dos
Anjos está inserida no ambiente de disputa ibérica pela posse do território ao sul da
América. Portugal e Espanha, desde tempos pré-coloniais, abancavam um no
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território de outro. Chegavam assim, ao Tratado de Madrid, de 1750, estipulando
que Portugal devolveria a Colônia de Sacramento, fundada em território espanhol
em troca dos Sete Povos das Missões, mais a nordeste. Para ocupar a região
trocada, os portugueses trariam colonos do arquipélago dos Açores, conjunto de
nove ilhas no meio do Oceano Atlântico, que estava superpovoado. O Tratado não
se efetivou, pois os índios que habitavam os Sete Povos negavam-se a sair de suas
terras, resultando então a Guerra Guaranítica. (PMG, 2011).
Em conseqüência desse conflito, milhares de guaranis fugiram para o
território português, concentrando-se nas imediações do Rio Pardo, atual Santa
Maria. Deste contingente de refugiados, cerca de mil índios guaranis foram trazidos
pelo Capitão Antônio Pinto Carneiro para as proximidades do Rio Gravataí, em
1762, iniciando o povoamento da emergente Aldeia dos Anjos. Assim, a Aldeia já
existia de fato antes de sua fundação oficial. (PMG, 2011).
Com a confusão gerada na região missioneira, os colonos açorianos foram
ocupando outras áreas Vale do Rio Jacuí, litoral norte e o Vale do Rio Gravataí.
(PMG, 2011).
As primeiras concessões de terras em território gravataiense por açorianos,
datam de 1772. A Aldeia dos Anjos teria seu período de apogeu a partir de 1772
com a chegada de José Marcelino de Figueiredo, Governador da Província de São
Pedro e que urbanizou o aldeamento, construindo escolas, olarias e moinhos. Em
1795, foi desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão e,
em 1806, elevada à categoria de Freguesia, ou seja, distrito de Porto Alegre. (PMG,
2011).
Outra data significativa para os destinos da antiga Aldeia dos Anjos foi 1880,
pela Lei de 11 de junho, emancipando-se de Porto Alegre, ganhando a condição de
Vila e passando a chamar-se, Vila de Nossa Senhora dos Anjos de Gravataí. (PMG,
2011).
Veja no quadro a seguir a característica do município onde resido:
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255.762 habitantes
População Total (2010):
sexta maior população do estado.
Área (2010): 463,8 km²
Área Urbana 121,37 km²
Área Rural 376,45 km²
Densidade Demográfica (2010): 551,5 hab/km²
Taxa de Urbanização (2006): 93,0 %
Taxa de Analfabetismo (2000): 5,13 %
Expectativa de Vida ao Nascer (2000): 73,60 anos
Taxa de crescimento populacional 2,19% (2006)
PIBpm (2008): R$ mil 5.352.575
PIB per capita (2008): R$ 20.105
IDESE (2007): 0,756
Eleitores 159.638
Ilustração 5: Características do município de Gravataí.
Fonte: Prefeitura Municipal de Gravataí (2011).
Devido o desenvolvimento do distrito industrial na última década houve uma
explosão demográfica em busca de oportunidade de trabalho, hoje o município conta
com 269.446 (2009) habitantes ocupando a 6ª (sexta) posição de cidade mais
populosa no estado de RS e a 93ª (nonagésima terceira) no Brasil.
Ilustração 6: Gráfico - Crescimento demográfico Gravataí.
Fonte: Prefeitura Municipal de Gravataí (2011).
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Apesar do número da população ser alto, a criminalidade é considerada a
mais baixa da região, com taxas bem inferiores às de Porto Alegre e demais
municípios da Região Metropolitana.
Gravataí destaca-se no cenário econômico combinando crescimento e
ampliação da qualidade de vida. Cosmopolita ao mesmo tempo em que mantém a
paisagem bucólica das pequenas aldeias onde os cidadãos se conhecem pelo
nome, a cidade consegue crescer sem deixar de lado os valores sociais que dão
esteio aos grandes pólos de desenvolvimento.
Ilustração 7: Zona urbana. Centro de Gravataí.
Fonte: Ficheiro: Wikipédia (2011).
Economicamente, Gravataí é conhecida como um forte polo da indústria
metal-mecânico brasileira. O lugar que se caracteriza por possuir uma fábrica
automobilística, considerada como uma das melhores linha de montagem robotizada
do mundo, aqui se encontra instalada a fábrica da GM, que inovou seu processo de
montagem incorporando a tecnologia de ponta quando foi instalada, a robótica.
Através dos robôs existe uma maior eficiência e produtividades nas fábricas,
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promovendo o desemprego em outras regiões que foram desativadas ou reduzindo
o número de mão-de-obra. De acordo com a notícia divulgada no site, desde que foi
inaugurada a GM já ampliou suas instalações e está em novo processo de
ampliação (Ilustração 8).
O plano de ampliação da unidade aumentará a capacidade de
produção em 65%, passando de 230 mil para 380 mil veículos produzidos
por ano, montante três vezes superior ao inicial. As obras acrescentarão
mais 74 mil metros quadrados aos atuais 216 mil metros quadrados de área
útil da fábrica. O incremento de cerca de 35% totalizará em 290 mil metros
quadrados.(SITE JORNAL O GLOBO, 2010).
Ilustração 8: Fábrica GM Gravataí.
Fonte: Jornal o Globo (2011).
Ilustração 9: Linha de montagem robotizada e estacionamento da GM.
Fonte: Jornal o Globo (2011).
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Dessa forma, devido ao seu pólo industrial o município possui o quarto maior
PIB do Estado do RS e pela sua grande extensão territorial, possui uma região
agrícola que contribui com o abastecimento do CEASA Centro de Abastecimento
do Rio Grande do Sul. Os agricultores que realizam a produção familiar priorizam a
produção orgânica e cultivam o tempero verde, a alface, a batata doce e a couve no
qual abastecem toda a região metropolitana. Veja a foto a seguir:
Ilustração 10: Zona rural de Gravataí plantação de hortaliças produção orgânica.
Foto: Escalador Ubiratã Rubio (2011).
Além da extensa zona rural também possuímos uma área de preservação
ambiental, o Pico Itacolomi ou Morro Itacolomi (Ilustração 11 e 12). O nome
Itacolomi vem do tupi e quer dizer "Pedra Menina". Situa-se a cerca de 12 km do
centro da cidade, podendo ser visto de boa parte da Região Metropolitana de Porto
Alegre. É recoberto de densa mata, a qual abriga rica fauna típica da Mata Atlântica
brasileira. O lugar recebe os escaladores da região, tornou-se um ponto turístico e
pelo Projeto-Lei nº 149/2003 passou a perterncer ao patrimônio Histórico do Estado.
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De acordo com o escalador Ubiratã Pimentel Rubio, na fauna da reserva são
encontradas espécies como lontras, bugios, guará-chaim (pequeno lobo), mão
pelada, marreca, pé vermelho, rato do banhado, arapuãs, saracura, capivaras,
pombas do mato, sabiás e muitas outras espécies e ainda existem muitos trechos de
mata nativa.
Ilustração 13: Escaladores: Bira e Henrique (meus filhos) Pico Itacolomi.
Fonte: Ubiratã Rubio Escalador (2011).
Mas não é só de trabalho que se vive, as pessoas aqui em Gravataí também
gostam de um bom divertimento. Apesar de a cidade possuir uma cultura
diversificada, como carnaval, música sertaneja, sertanejo universitário, música
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popular brasileira e outros estilos musicais, o destaque é dado para a cultura
regional. Como todo gaúcho, preservamos a tradição, valorizamos a música e dança
local. São classificados de diversão autentica gaúcha o rodeio, o tiro de laço, o baile
gaúcho, o festival de música nativista. Cultivamos ainda o hábito do chimarrão, do
churrasco aos domingos, a pizza, a macarronada e principalmente o arroz com feijão
preto, o bife com batata fritas, o carreteiro, o sopão de inverno, o aimpim, a batata-
doce, chimia de goiaba, bolo frito, cueca virada, a polenta, a lingüiça, arroz com
galinha, o bolo de milho, a rapadura de amendoin, o melado, puxa-puxa, entre
outros pratos.
No município existem diversos CTG Centro de Tradição Gaúcha (existem
mais de 2.500 CTG s em todo o Brasil). Sou freqüentadora do Aldeia dos Anjos (veja
no vídeo em anexo umas apresentações realizadas pelo grupo de dança do CTG),
que é reconhecido internacionalmente, nos países da Europa, China e na América
Latina, sendo destaque nas Artes Cênicas ênfase na dança gaúcha. Detalhe, não
utilizamos no nosso dia-a-dia a indumentária gaúcha, na zona urbana este traje e
utilizada somente nos CTG s, nos vestimos de acordo com a nossa realidade social,
ou seja, vai do estilo esportivo, ou da habitual calça dins até o traje social, nos
casos dos empresários e bancários que exigem formalidades.
Para finalizar chego ao meu bairro, Parque Residencial São Vicente. Sou
moradora aqui, há 18 anos, este espaço foi transformando-se dia após dia. Lugar
simples que possui toda infra-estrutura e conta com mais de 3.500 moradores,
possui diversos comércios, o Condomínio Alphaville, uma escola municipal, uma
Igreja Católica, a Estância de São Pedro, uma reserva de preservação ambiental e
cultural Estância de São Pedro e algumas industrial como a Fábrica de Pistões
Suloy, o Parque Municipal de Rodeio Internacional e bem em frente da minha
residência o Campus da ULBRA (Ilustração 14).
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Ilustração 14: Faculdade da ULBRA Gravataí.
Fonte: Sandra Rubio (2011).
A ULBRA se instalou no município no ano de 1991, no Centro, oferecendo os
cursos de administração, isso foi um avanço porque os moradores de Gravataí até o
momento tinham dificuldades em cursar uma graduação devido ao alto custo, pois
era necessário deslocar-se para São Leopoldo (UNISINOS - particular) ou para
Porto Alegre (PUC particular ou URFGS Federal). No ano de 1994, modificou
nossa paisagem do bairro, quando colocou sua placa inaugural na Estância de São
de Pedro, no local onde se encontra atualmente, que era um Laboratório que estava
desativado.
A presença da ULBRA no meu bairro tem a mesma idade do meu filho mais
novo. Sua instalação da placa inaugural foi no dia em que nasceu meu segundo
filho, o Henrique um dos escaladores, a mesma divulgava a futura construção da
Universidade.
Sua presença trouxe progresso para esse bairro, modificou totalmente a
paisagem, ganhou infra-estruturar, desenvolveu-se diversos comércios como bares,
restaurantes e estacionamentos que prestam serviços para os alunos da
Universidade. Contribuiu ainda com o acesso dos moradores em cursar uma
faculdade devido à facilidade do local.
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Hoje a ULBRA (ilustração 15) disponibiliza para a comunidade 13 cursos de
graduação, diversos projetos sociais para a comunidade como reforço escolar, o
departamento jurídico, serviços de psicologia, entre outros. Sua sede é Estrada
Itacolomi, nº 3.600, Bairro São Vicente, Gravataí. Para título de conhecimento, esta
estrada era a rota dos carreteiros que vinham de São Paulo. As figueiras que
aparecem no canto direito, estacionamento da ULBRA, fazem parte do patrimônio
Histórico Cultural do Estado.
Ilustração 15: Vista externa da ULBRA Gravataí.
Fonte: Site da ULBRA (2011).
Ilustração 14: Sandra no Jardim interno da ULBRA Gravataí.
Fonte: Sandra Rubio (2011).
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Dessa forma, a partir da instalação da ULBRA no meu bairro a paisagem foi
totalmente modificada. Para finalizar, a última transformação de impacto que ocorreu
aqui foi a implantação do Projeto Urbanístico AlphaVille Gravataí, condomínio de
luxo, que disponibiliza grandes áreas de lazer e muito verde para os moradores,
combinados com toda a conveniência da vida moderna. AlphaVille Gravataí segue
os mesmos princípios, a começar pela localização dos outros residenciais dessa
incorporadora, localiza-se próximo a RS 118, com acesso pela estrada do Itacolomi
e vizinho ao campus da Ulbra, abre-se um verdadeiro boulevard, com um parque
linear que atravessa todo o empreendimento. Neste condomínio existe uma
verdadeira exploração imobiliária.
Ilustração 15: Foto do Alphaville.
Fonte: Revista Alphaville (2011).
A presença deste condomínio fechado no bairro acarreta um choque social no
local, isso porque os moradores do Alphaville são jogadores de futebol, empresários,
artistas, pessoas que pertencem a classe social privilegiada. As construções são
realizadas dentro de um padrão de arquitetura. Porém o Parque Residencial São
Vicente é um bairro de classe média baixa e bem diferente desta que se apresenta
na foto acima, e os valores dos imóveis são bem inferiores.
Sou residente da Rua Frei Henrique de Coimbra, aqui mora minha família
que é formada de quatro pessoas: eu, meu marido e meus dois filhos. Ainda temos
dois cachorros um vira-lata é um boxer. Os dois foram recolhidos da rua. Todos os
estabelecimentos comerciais em frente à ULBRA adotaram um animalzinho da rua,
isso porque aqui neste local existe muito abandono de animais.
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Neste lugar onde moro por muitos anos, em que vi meus filhos crescerem não
é o mesmo de quando cheguei, pois aqui residia um número muito pequeno de
pessoas e hoje o bairro está enorme. Muitos visinhos chegaram, outros partiram.
Durante esse tempo aconteceram muitas transformações tanto da paisagem quanto
do modo de pensar e agir das pessoas, mas mesmo assim permaneço gostando de
pertencer a ele.
Este é o meu chão que transcende a qualquer coisa que eu possa descrever,
nele existem vários espaços onde eu gosto de frenquentar e permanecer.
Referências
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parede/21305-por-do-sol-do-guaiba-porto-alegre-rio-grande-do-sul.htm. Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Gravatai_centro.jpg. Acesso em: abril.2011.
BERAS. Democracia, Cidadania e Sociedade Civil. In; ULBRA. Curso de Ciências
Sociai. Ead. Livro PDF. 2011.
IMAGEM DO CENTRO URBANO. Gravataí. Ficheiro: Gravataí centro.jpg.
Disponível em: http://www.gravatai.rs.gov.br/site/cidade/historia.php. Acesso em:
Abril.2011.
JORNAL O GLOBO. GM inicia obras de expansão na fábrica do Rio Grande do Sul.
Unidade de Gravataí será ampliada para a produção de dois novos modelos.
Investimento de R$ 1,4 bi aumentará em 65% a capacidade de produção.
Disponível em: http://g1.globo.com/carros/noticia/2010/06/gm-inicia-obras-de-
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ONODERA, Erika; LONIT; VERGOTTI, Marcos; (et. al). Geografia. Projeto Araribá.
São Paulo: Moderna, 2006.
PREFEITURA MUNICIPAL DE GRAVATAÍ. Cidade de Gravataí/RS. População e
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REVISTA ALPHAVILLE Edição XIX - 2006 - AlphaVille Urbanismo. Disponível em:
http://www.alphavillegravatai.com.br/index.asp?id_pag=56. Acesso em: abril 2011.
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RUBIO, Ubiratã. Geleria de Fotos. Gravataí, 2011.