O documento discute os diagnósticos médicos propostos para as doenças de Nietzsche e como elas podem ter influenciado sua filosofia. Duas publicações recentes contestam o diagnóstico de síndrome de MELAS, apontando falta de evidências, e defendem neurossífilis como causa mais provável. Entretanto, é sugerido que a discussão deve se deslocar para analisar como as doenças influenciaram o pensamento de Nietzsche, especialmente em 1888, quando sua filosofia se voltou para o
Sacks, oliver o homem que confundiu sua mulher com um chapGilson Deretti
1) Oliver Sacks é um neurologista que usa uma abordagem descritiva e narrativa em seus estudos de casos clínicos, transformando-os em histórias literárias com personagens e enredos universais.
2) Seus pacientes incluem um músico que só vê formas abstratas, pessoas que sentem dores em membros amputados e uma vítima de amnésia que inventa identidades.
3) Ao narrar esses casos, Sacks busca ir além do mero registro clínico e criar uma "neurologia da identidade"
O documento descreve o caso de José, um jovem de 21 anos diagnosticado com autismo que foi considerado "irremediavelmente retardado". Após ser levado ao hospital devido a um ataque violento, o médico Oliver Sacks notou que José tinha habilidades artísticas surpreendentes ao desenhar com detalhes e criatividade. Isso levou Sacks a questionar o diagnóstico e estado de José, buscando entendê-lo melhor através de seus desenhos.
A loucura sob novo prisma (bezerra de menezes)Ricardo Akerman
Espiritismo, Doutrina espírita, Kardecismo ou Espiritismo kardecista é uma doutrina religiosa e filosófica mediúnica ou moderno espiritualista. Foi "codificada" (ou seja, tomou corpo de doutrina - pela universalidade dos ensinos dos espíritos) pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, usando o pseudônimo Allan Kardec.
Apesar de ser uma religião completa e autônoma apenas no Brasil, o espiritismo tem se expandido e, segundo dados do ano 2005, conta com cerca de 15 milhões de adeptos espalhados entre diversos países, como Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Bélgica Estados Unidos, Japão, Alemanha, Argentina, Canadá, e, principalmente, Cuba, Jamaica e Brasil, sendo que este último tem a maior quantidade de adeptos no mundo. No entanto, vale frisar que é difícil estipular a quantidade existente de espíritas, pois as principais estipulações sobre isso são baseadas em censos demográficos em que se é perguntado qual a religião dos cidadãos, porém nem todos os espíritas interpretam o Espiritismo como religião.
Ernesto Bozzano foi um professor italiano que inicialmente era cético sobre espiritismo, mas depois se tornou um dos maiores pesquisadores do assunto. Ele realizou experimentos rigorosos com 76 médiuns e escreveu mais de 35 obras científicas sobre fenômenos espíritas. Sua conversão ao espiritismo veio após ler obras de Allan Kardec e outros, e ele se tornou um defensor dedicado da sobrevivência da alma após a morte.
Este documento apresenta um resumo de um livro de Ernesto Bozzano sobre comunicações mediúnicas entre vivos. O resumo descreve que o livro analisa evidências de que pessoas vivas podem se comunicar através de médiuns, e que isso sugere que a mente humana não está limitada ao corpo físico. O autor classifica vários tipos de comunicações mediúnicas entre vivos e conclui que isso prova a existência de uma psique humana independente do corpo.
II Congresso Internacional Nietzsche e a Tradição Filosófica NIETZSCHE E AS T...Lays Rodrigues da Silva
Este documento fornece a programação detalhada para o II Congresso Internacional Nietzsche e a Tradição Filosófica, que abordará o tema "Nietzsche e as Tradições Morais". O congresso ocorrerá em Belo Horizonte entre 30 de setembro a 2 de outubro e em Ouro Preto nos dias 3 e 4 de outubro, com sessões plenárias e paralelas apresentando pesquisas sobre os conceitos morais de Nietzsche e sua relação com a tradição filosófica.
1) O filme conta o encontro entre os filósofos Nietzsche e Freud com o médico Josef Breuer em Veneza, onde tentam tratar a depressão de Nietzsche através da terapia da conversa.
2) Nietzsche nasceu na Alemanha e se tornou um filósofo solitário e doente após perder seu emprego de professor. Sua irmã falsificou seus escritos depois de sua morte.
3) Nietzsche criticou a moralidade judaico-cristã e propôs a vont
Sacks, oliver o homem que confundiu sua mulher com um chapGilson Deretti
1) Oliver Sacks é um neurologista que usa uma abordagem descritiva e narrativa em seus estudos de casos clínicos, transformando-os em histórias literárias com personagens e enredos universais.
2) Seus pacientes incluem um músico que só vê formas abstratas, pessoas que sentem dores em membros amputados e uma vítima de amnésia que inventa identidades.
3) Ao narrar esses casos, Sacks busca ir além do mero registro clínico e criar uma "neurologia da identidade"
O documento descreve o caso de José, um jovem de 21 anos diagnosticado com autismo que foi considerado "irremediavelmente retardado". Após ser levado ao hospital devido a um ataque violento, o médico Oliver Sacks notou que José tinha habilidades artísticas surpreendentes ao desenhar com detalhes e criatividade. Isso levou Sacks a questionar o diagnóstico e estado de José, buscando entendê-lo melhor através de seus desenhos.
A loucura sob novo prisma (bezerra de menezes)Ricardo Akerman
Espiritismo, Doutrina espírita, Kardecismo ou Espiritismo kardecista é uma doutrina religiosa e filosófica mediúnica ou moderno espiritualista. Foi "codificada" (ou seja, tomou corpo de doutrina - pela universalidade dos ensinos dos espíritos) pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, usando o pseudônimo Allan Kardec.
Apesar de ser uma religião completa e autônoma apenas no Brasil, o espiritismo tem se expandido e, segundo dados do ano 2005, conta com cerca de 15 milhões de adeptos espalhados entre diversos países, como Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Bélgica Estados Unidos, Japão, Alemanha, Argentina, Canadá, e, principalmente, Cuba, Jamaica e Brasil, sendo que este último tem a maior quantidade de adeptos no mundo. No entanto, vale frisar que é difícil estipular a quantidade existente de espíritas, pois as principais estipulações sobre isso são baseadas em censos demográficos em que se é perguntado qual a religião dos cidadãos, porém nem todos os espíritas interpretam o Espiritismo como religião.
Ernesto Bozzano foi um professor italiano que inicialmente era cético sobre espiritismo, mas depois se tornou um dos maiores pesquisadores do assunto. Ele realizou experimentos rigorosos com 76 médiuns e escreveu mais de 35 obras científicas sobre fenômenos espíritas. Sua conversão ao espiritismo veio após ler obras de Allan Kardec e outros, e ele se tornou um defensor dedicado da sobrevivência da alma após a morte.
Este documento apresenta um resumo de um livro de Ernesto Bozzano sobre comunicações mediúnicas entre vivos. O resumo descreve que o livro analisa evidências de que pessoas vivas podem se comunicar através de médiuns, e que isso sugere que a mente humana não está limitada ao corpo físico. O autor classifica vários tipos de comunicações mediúnicas entre vivos e conclui que isso prova a existência de uma psique humana independente do corpo.
II Congresso Internacional Nietzsche e a Tradição Filosófica NIETZSCHE E AS T...Lays Rodrigues da Silva
Este documento fornece a programação detalhada para o II Congresso Internacional Nietzsche e a Tradição Filosófica, que abordará o tema "Nietzsche e as Tradições Morais". O congresso ocorrerá em Belo Horizonte entre 30 de setembro a 2 de outubro e em Ouro Preto nos dias 3 e 4 de outubro, com sessões plenárias e paralelas apresentando pesquisas sobre os conceitos morais de Nietzsche e sua relação com a tradição filosófica.
1) O filme conta o encontro entre os filósofos Nietzsche e Freud com o médico Josef Breuer em Veneza, onde tentam tratar a depressão de Nietzsche através da terapia da conversa.
2) Nietzsche nasceu na Alemanha e se tornou um filósofo solitário e doente após perder seu emprego de professor. Sua irmã falsificou seus escritos depois de sua morte.
3) Nietzsche criticou a moralidade judaico-cristã e propôs a vont
Este capítulo descreve como a medicina mental e a medicina orgânica desenvolveram conceitos similares de doença, baseados em dois postulados: 1) que a doença é uma essência manifestada por sintomas e 2) que a doença é como uma espécie natural com variantes. Esses conceitos abstratos não capturam a unidade psicossomática do ser humano. Novos métodos emergiram para considerar a doença como reação global do indivíduo em vez de entidade independente.
Este capítulo descreve como a medicina mental e a medicina orgânica desenvolveram conceitos semelhantes de doença, baseados em dois postulados: 1) que a doença é uma essência manifestada por sintomas e 2) que a doença é como uma espécie natural. No entanto, essas abordagens não capturam a unidade psicossomática do ser humano. Novos métodos emergiram para considerar a doença como uma reação global do indivíduo em vez de uma entidade separada.
Este documento descreve a evolução do conceito de esquizofrenia ao longo do século XX. Resume as principais contribuições de Kraepelin, Bleuler e Schneider para definir a doença e os sintomas. Também discute a expansão do conceito nos EUA e sua posterior restrição com o desenvolvimento de critérios diagnósticos mais rigorosos.
1) O documento apresenta uma introdução sobre as abordagens tradicionais e recentes da psicopatologia e a relação entre doença mental e orgânica.
2) A primeira parte descreve as abordagens clássicas da medicina mental, que definiam as doenças com base em sintomas e formas de evolução semelhantes à medicina orgânica.
3) A segunda parte discute como novas abordagens rejeitam a noção de doença mental como uma entidade separada, privilegiando as reações globais do indivíduo
1) O documento apresenta um resumo da evolução da medicina mental e sua relação com a medicina orgânica, passando de uma abordagem baseada em entidades patológicas abstratas para uma visão mais holística do indivíduo.
2) Inicialmente, a medicina mental descrevia doenças com base em sintomas e formas de evolução de modo análogo à medicina somática, considerando a doença uma essência manifestada nos sintomas.
3) Posteriormente, passou-se a ver a doença como uma
Vol. 07 um caso de histeria.três ensaios sobre a teoria da sexualidade e ou...Claudio Marcio Santos
Este documento apresenta um resumo do caso clínico "Fragmento de uma Análise de um Caso de Histeria" de Sigmund Freud. Ele fornece contexto sobre a publicação do caso, incluindo as datas em que Freud escreveu e publicou o trabalho originalmente e as revisões posteriores. Além disso, oferece uma linha do tempo dos principais eventos na vida da paciente, identificada apenas como "Dora".
Charles Richet e o Espiritismo discute a evolução do pensamento do cientista francês Charles Richet sobre o Espiritismo ao longo de sua vida e carreira, desde sua inicial ceticismo até sua confissão final a um amigo sobre sua crença na sobrevivência da alma e nos fenômenos espíritas.
O documento discute os fundamentos epistemológicos da psicanálise. Apresenta como Freud defendeu a cientificidade da psicanálise ao compará-la com outras ciências, destacando que todas precisam passar por um processo de consolidação de seus conceitos-chave. Também discute como o conceito de inconsciente, central na psicanálise, continua sendo um enigma e fonte de equívocos.
1) O documento discute a evolução histórica do diagnóstico psiquiátrico, desde a Grécia Antiga até o século 18;
2) Nas épocas medieval e renascentista, as doenças mentais eram atribuídas a demônios ou influências sobrenaturais, até médicos como Paracelso e Cullen proporem abordagens mais científicas e naturais;
3) Autores como Willis, Sauvages e Cullen contribuíram para o desenvolvimento da nosologia e classificação psiquiátrica moderna.
O documento discute a evolução histórica do diagnóstico psiquiátrico desde a Grécia Antiga até o século 18. Aborda como as concepções sobre doenças mentais mudaram de explicações sobrenaturais para abordagens baseadas na observação e racionalidade na Grécia Antiga, depois regrediram durante a Idade Média sob a influência religiosa, e ressurgiram durante o Renascimento. Também descreve contribuições de médicos muçulmanos, o avanço do método científico no diagnóstico e classific
O documento discute aspectos históricos e conceituais da relação entre saúde mental e espiritualidade. Apresenta brevemente como as crenças e práticas espirituais sempre foram importantes para a maioria das sociedades e como os estudos sobre o tema vêm crescendo. Também aborda a evolução histórica dos conceitos, desde Hipócrates e Galeno na antiguidade até os mitos sobre o conflito entre religião e psiquiatria.
Nietzsche nasceu na Prússia em 1844 e se tornou um influente filósofo e professor. Suas ideias questionavam aspectos da psicologia e teologia de forma simples. Ele propôs conceitos como a "vontade de potência" e o "eterno retorno" e criticou a metafísica e a moral cristã. Suas obras tiveram grande impacto até hoje.
Os primeiros estudos sobre autismo começaram no século XIX, mas foi nas décadas de 1940 e 1950 que o tema recebeu mais atenção científica, com destaque para os trabalhos de Kanner e Asperger. Ao longo do tempo, pesquisas mostraram que fatores genéticos e ambientais contribuem igualmente para o transtorno e que intervenções terapêuticas precoces podem melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas no espectro autista.
Os primeiros estudos sobre autismo começaram no século XIX, mas foi nas décadas de 1940 e 1950 que o tema recebeu maior atenção científica. Leo Kanner e Hans Asperger publicaram trabalhos fundamentais nesta época. Estudos recentes apontam que fatores genéticos e ambientais contribuem igualmente para o surgimento do transtorno.
O documento apresenta um resumo da epistemologia de Ludwik Fleck e sua aplicação como referencial para pesquisas no ensino da saúde. Fleck propõe os conceitos de "estilo de pensamento" e "coletivo de pensamento" para entender a evolução do conhecimento científico de forma coletiva e histórica. O texto analisa trabalhos que usam essa abordagem e discute suas contribuições e questões.
O documento apresenta um resumo da epistemologia de Ludwik Fleck e sua aplicação como referencial para pesquisa no ensino da saúde. Fleck propõe os conceitos de "estilo de pensamento" e "coletivo de pensamento" para entender a evolução do conhecimento científico de forma coletiva e histórica. O documento analisa trabalhos que aplicam essas ideias e discute a utilização da epistemologia de Fleck como fundamento teórico para pesquisa no ensino.
Vol. 12 o caso schereber, artigos sobre técnica e outros trabalhosClaudio Marcio Santos
1) O documento apresenta um resumo detalhado do caso clínico de Daniel Paul Schreber, um juiz alemão que sofreu de paranóia.
2) Freud analisou as memórias escritas por Schreber sobre sua doença para desenvolver suas teorias sobre a paranóia e seus mecanismos psíquicos.
3) O documento fornece um contexto histórico sobre o trabalho pioneiro de Freud na compreensão e tratamento da paranóia.
1) O documento discute a histeria de conversão, resgatando sua importância histórica e indicando sua atualidade na clínica psicanalítica.
2) Ele destaca a noção freudiana de "solicitação somática" como ponto teórico fundamental para compreender o mecanismo de conversão da dor psíquica em sintomas físicos.
3) A história da histeria é revisitada, desde a Grécia Antiga até Charcot, que deu legitimidade científica aos fenômenos histéricos no século
Fenomenologia e existencialismo_articulando (1)Bianca Curvelo
1) O documento descreve o surgimento dos movimentos fenomenológico e existencialista, explorando seus principais expoentes como Husserl, Brentano e Heidegger.
2) A fenomenologia surgiu da preocupação de Husserl em fundamentar o conhecimento de forma rigorosa, levando-o a desenvolver o método fenomenológico da "redução" e do "retorno às coisas mesmas".
3) O documento também discute a influência de Brentano e Stumpf no pensamento inicial de Husserl e no desen
1) Discute a transição da subjetividade moderna para a pós-moderna, representadas pela neurose e borderline respectivamente.
2) Apresenta elementos da subjetividade moderna como repressão e recalque e da pós-moderna como condescendência, onipotência mitigada e cisão.
3) Discutem como esses elementos "produzem" a gradação da neurose e borderline, desde o pólo patológico ao normal.
Este capítulo descreve como a medicina mental e a medicina orgânica desenvolveram conceitos similares de doença, baseados em dois postulados: 1) que a doença é uma essência manifestada por sintomas e 2) que a doença é como uma espécie natural com variantes. Esses conceitos abstratos não capturam a unidade psicossomática do ser humano. Novos métodos emergiram para considerar a doença como reação global do indivíduo em vez de entidade independente.
Este capítulo descreve como a medicina mental e a medicina orgânica desenvolveram conceitos semelhantes de doença, baseados em dois postulados: 1) que a doença é uma essência manifestada por sintomas e 2) que a doença é como uma espécie natural. No entanto, essas abordagens não capturam a unidade psicossomática do ser humano. Novos métodos emergiram para considerar a doença como uma reação global do indivíduo em vez de uma entidade separada.
Este documento descreve a evolução do conceito de esquizofrenia ao longo do século XX. Resume as principais contribuições de Kraepelin, Bleuler e Schneider para definir a doença e os sintomas. Também discute a expansão do conceito nos EUA e sua posterior restrição com o desenvolvimento de critérios diagnósticos mais rigorosos.
1) O documento apresenta uma introdução sobre as abordagens tradicionais e recentes da psicopatologia e a relação entre doença mental e orgânica.
2) A primeira parte descreve as abordagens clássicas da medicina mental, que definiam as doenças com base em sintomas e formas de evolução semelhantes à medicina orgânica.
3) A segunda parte discute como novas abordagens rejeitam a noção de doença mental como uma entidade separada, privilegiando as reações globais do indivíduo
1) O documento apresenta um resumo da evolução da medicina mental e sua relação com a medicina orgânica, passando de uma abordagem baseada em entidades patológicas abstratas para uma visão mais holística do indivíduo.
2) Inicialmente, a medicina mental descrevia doenças com base em sintomas e formas de evolução de modo análogo à medicina somática, considerando a doença uma essência manifestada nos sintomas.
3) Posteriormente, passou-se a ver a doença como uma
Vol. 07 um caso de histeria.três ensaios sobre a teoria da sexualidade e ou...Claudio Marcio Santos
Este documento apresenta um resumo do caso clínico "Fragmento de uma Análise de um Caso de Histeria" de Sigmund Freud. Ele fornece contexto sobre a publicação do caso, incluindo as datas em que Freud escreveu e publicou o trabalho originalmente e as revisões posteriores. Além disso, oferece uma linha do tempo dos principais eventos na vida da paciente, identificada apenas como "Dora".
Charles Richet e o Espiritismo discute a evolução do pensamento do cientista francês Charles Richet sobre o Espiritismo ao longo de sua vida e carreira, desde sua inicial ceticismo até sua confissão final a um amigo sobre sua crença na sobrevivência da alma e nos fenômenos espíritas.
O documento discute os fundamentos epistemológicos da psicanálise. Apresenta como Freud defendeu a cientificidade da psicanálise ao compará-la com outras ciências, destacando que todas precisam passar por um processo de consolidação de seus conceitos-chave. Também discute como o conceito de inconsciente, central na psicanálise, continua sendo um enigma e fonte de equívocos.
1) O documento discute a evolução histórica do diagnóstico psiquiátrico, desde a Grécia Antiga até o século 18;
2) Nas épocas medieval e renascentista, as doenças mentais eram atribuídas a demônios ou influências sobrenaturais, até médicos como Paracelso e Cullen proporem abordagens mais científicas e naturais;
3) Autores como Willis, Sauvages e Cullen contribuíram para o desenvolvimento da nosologia e classificação psiquiátrica moderna.
O documento discute a evolução histórica do diagnóstico psiquiátrico desde a Grécia Antiga até o século 18. Aborda como as concepções sobre doenças mentais mudaram de explicações sobrenaturais para abordagens baseadas na observação e racionalidade na Grécia Antiga, depois regrediram durante a Idade Média sob a influência religiosa, e ressurgiram durante o Renascimento. Também descreve contribuições de médicos muçulmanos, o avanço do método científico no diagnóstico e classific
O documento discute aspectos históricos e conceituais da relação entre saúde mental e espiritualidade. Apresenta brevemente como as crenças e práticas espirituais sempre foram importantes para a maioria das sociedades e como os estudos sobre o tema vêm crescendo. Também aborda a evolução histórica dos conceitos, desde Hipócrates e Galeno na antiguidade até os mitos sobre o conflito entre religião e psiquiatria.
Nietzsche nasceu na Prússia em 1844 e se tornou um influente filósofo e professor. Suas ideias questionavam aspectos da psicologia e teologia de forma simples. Ele propôs conceitos como a "vontade de potência" e o "eterno retorno" e criticou a metafísica e a moral cristã. Suas obras tiveram grande impacto até hoje.
Os primeiros estudos sobre autismo começaram no século XIX, mas foi nas décadas de 1940 e 1950 que o tema recebeu mais atenção científica, com destaque para os trabalhos de Kanner e Asperger. Ao longo do tempo, pesquisas mostraram que fatores genéticos e ambientais contribuem igualmente para o transtorno e que intervenções terapêuticas precoces podem melhorar significativamente a qualidade de vida das pessoas no espectro autista.
Os primeiros estudos sobre autismo começaram no século XIX, mas foi nas décadas de 1940 e 1950 que o tema recebeu maior atenção científica. Leo Kanner e Hans Asperger publicaram trabalhos fundamentais nesta época. Estudos recentes apontam que fatores genéticos e ambientais contribuem igualmente para o surgimento do transtorno.
O documento apresenta um resumo da epistemologia de Ludwik Fleck e sua aplicação como referencial para pesquisas no ensino da saúde. Fleck propõe os conceitos de "estilo de pensamento" e "coletivo de pensamento" para entender a evolução do conhecimento científico de forma coletiva e histórica. O texto analisa trabalhos que usam essa abordagem e discute suas contribuições e questões.
O documento apresenta um resumo da epistemologia de Ludwik Fleck e sua aplicação como referencial para pesquisa no ensino da saúde. Fleck propõe os conceitos de "estilo de pensamento" e "coletivo de pensamento" para entender a evolução do conhecimento científico de forma coletiva e histórica. O documento analisa trabalhos que aplicam essas ideias e discute a utilização da epistemologia de Fleck como fundamento teórico para pesquisa no ensino.
Vol. 12 o caso schereber, artigos sobre técnica e outros trabalhosClaudio Marcio Santos
1) O documento apresenta um resumo detalhado do caso clínico de Daniel Paul Schreber, um juiz alemão que sofreu de paranóia.
2) Freud analisou as memórias escritas por Schreber sobre sua doença para desenvolver suas teorias sobre a paranóia e seus mecanismos psíquicos.
3) O documento fornece um contexto histórico sobre o trabalho pioneiro de Freud na compreensão e tratamento da paranóia.
1) O documento discute a histeria de conversão, resgatando sua importância histórica e indicando sua atualidade na clínica psicanalítica.
2) Ele destaca a noção freudiana de "solicitação somática" como ponto teórico fundamental para compreender o mecanismo de conversão da dor psíquica em sintomas físicos.
3) A história da histeria é revisitada, desde a Grécia Antiga até Charcot, que deu legitimidade científica aos fenômenos histéricos no século
Fenomenologia e existencialismo_articulando (1)Bianca Curvelo
1) O documento descreve o surgimento dos movimentos fenomenológico e existencialista, explorando seus principais expoentes como Husserl, Brentano e Heidegger.
2) A fenomenologia surgiu da preocupação de Husserl em fundamentar o conhecimento de forma rigorosa, levando-o a desenvolver o método fenomenológico da "redução" e do "retorno às coisas mesmas".
3) O documento também discute a influência de Brentano e Stumpf no pensamento inicial de Husserl e no desen
1) Discute a transição da subjetividade moderna para a pós-moderna, representadas pela neurose e borderline respectivamente.
2) Apresenta elementos da subjetividade moderna como repressão e recalque e da pós-moderna como condescendência, onipotência mitigada e cisão.
3) Discutem como esses elementos "produzem" a gradação da neurose e borderline, desde o pólo patológico ao normal.
Semelhante a Artigo de Clademir Araldi: "Nietzsche e suas terríveis doenças" (20)
REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
Artigo de Clademir Araldi: "Nietzsche e suas terríveis doenças"
1. Nietzsche e suas horríveis doenças
Clademir Araldi
Na edição de n. 42 dos Nietzsche-Studien (NS) foram publicados dois
artigos acerca da doença de Nietzsche: 1) de R. Schiffter, “Fr. Nietzsches
Krankheiten – eine unendliche Geschichte” e 2) de Th. Klopstock, “Fr.
Nietzsche und seine Krankheiten: kein ausreichender Anhalt für MELAS”. Trata-
se de duas contraposições ao diagnóstico fornecido por Christiane Koszka, no
artigo dos Nietzsche-Studien 39 (2010): „MELAS (Mitochondriale
Enzephalomyopathie, Laktazidose und Schlaganfall-ähnliche Episoden) – Eine
Neue Diagnose von Nietzsches Krankheit“. Nesse artigo, a autora defende que
o diagnóstico de síndrome de MELAS (mitochondrial encephalomyopathy with
lactic acidosis and stroke-like episodes) é o mais apropriado para os sintomas e
o transcurso da doença de Nietzsche. Apresentaremos de modo sucinto 1) o
diagnóstico proposto por Koszka, no contexto de outros diagnósticos
alternativos apresentados nas últimas décadas, para depois 2) apresentar as
contraposições nos dois artigos recentes dos NS para, por fim, 3) propor um
deslocamento da discussão: não mais focar sobre o diagnóstico preciso das
doenças de Nietzsche, mas reforçar a questão, qual seja, em que sentido e em
que momento as doenças de Nietzsche influenciaram decisivamente em sua
filosofia, especialmente no ano de 1888.
1. MELAS – Um diagnóstico alternativo, entre outros.
A síndrome de MELAS, descrita pela primeira vez em 1984, é uma
doença mitocondrial multissistêmica e neurodegenerativa, transmitida pela
linha materna. Christiane Koszka procura atribuir muitos dos sintomas típicos
desta doença genética aos sintomas típicos das doenças de Nietzsche, desde
sua infância: enxaqueca, acompanhada de vômitos, anisocoria, reumatismo,
complicações gastro-intestinais, tonturas, distúrbios maníaco-depressivos,
alucinações visuais e acústicas, miopia, distúrbios da fala e da consciência...
(cf. Koszka, NS 39, p. 577). Esses são os principais sintomas das doenças de
2. Nietzsche, entre os 4 e os 44 anos de vida, ou seja, até o colapso psíquico em
Turim. As capacidades físicas e mentais de Nietzsche decaíram
progressivamente de 1889 a 1900, até a demência, a paralisia e a cegueira
completa. Em resumo: o transcurso típico da doença de Nietzsche condiz com
o diagnóstico de uma síndrome de MELAS, tendo em vista: 1) o início precoce
da doença, no período escolar; 2) a transmissão genética da doença por parte
da mãe e 3) os sintomas e complicações típicos dessa doença em Nietzsche.
(p. 577). Assim, ela contesta o diagnóstico de neurossífilis, tendo em vista que
o transcurso da doença por mais de dez anos é muito improvável no caso da
sífilis.
Como bem notou Thomas Klopstock, o diagnóstico proposto por Koszka
é mais hipótese entre várias oferecidas nas últimas décadas: i) distúrbio afetivo
bipolar seguido de uma demência vascular (conforme Kolle, 1965); ii) uma
forma hereditária de demência fronto-temporal (proposta por Orth & Trimble em
2006); iii) um tumor cerebral progressivo (diagnóstico de Owen, conforme
Schaller e Binder, 2007) e iv) CADASIL, doença genética que produz múltiplos
infartos (acrônimo para arteriopatia cerebral autossômica dominante com
infartos subcorticais e leucoencefalopatia, conforme Devreese e D. e K.
Hemelsoet, 2008) (cf. Klopstock, NS 42 , p. 294). Para o doutor em medicina,
coordenador do MitoNET (Deutsches Netzwerk für mitochondriale
Erkrankungen), assim como os diagnósticos supracitados, também o de
Christiane Koszka sofre do mesmo problema: são especulações, pois não há
elementos suficientes para prová-los.
2. Não há provas suficientes para o diagnóstico de síndrome de MELAS –
e para nenhum outro diagnóstico...
No sentido de apontar para a falta de provas para o diagnóstico de
MELAS, Fr. Klopstock enumera, numa tabela, os principais sintomas das
doenças de Nietzsche. Boa parte desses sintomas não se relacionam com a
síndrome, assim como é improvável que boa parte deles se refiram a ela. (p.
296 – 297) Mas o mais importante, segundo ele, é que a síndrome completa de
MELAS não poderia se instaurar até os 44 anos de vida, no auge da força
criativa e intelectual de Nietzsche (cf. p. 296).
3. Nessa mesma direção seguem as críticas de Roland Schiffter ao
diagnóstico da síndrome de MELAS, tal como foi proposto por Christiane
Koszka. Roland reafirma o diagnóstico de O. Biswanger, que foi também o de
de P. Möbius e de K. Jaspers, qual seja, Nietzsche, depois de passar por
muitos períodos de doença e de sofrimento, foi acometido de uma paralisia
progressiva, que seria a consequência da sífilis (cf. Schiffter, NS 42, p. 284).
Ele admite, contudo, que não há provas empíricas suficientes para esse
diagnóstico.
Mais interessante, no entanto, é a descrição feita por Schiffter das
muitas doenças ao longo da vida de Nietzsche. Desde o período escolar até
1888, Nietzsche sofreu de “ataques típicos de enxaqueca”, ligados a vômitos,
sensibilidade à luz e ao sentimento de estar doente. Os problemas de visão,
como a miopia e a anisocoria, também começaram na infância, causando
muitas dores de cabeça. A inflamação crônica da retina e o estrabismo, por sua
vez, causaram incômodos e tribulações desde a juventude. A partir de 1875,
segundo Schiffter, podem ser diagnosticadas complicações gastro-intestinais
crônicas em Nietzsche. Aliam-se a isso as dores reumáticas, as perturbações
do sono e a “superexcitação nervosa”, das quais muito Nietzsche se queixava.
Nesse quadro complexo, é preciso ainda considerar a configuração psíquica
dos sofrimentos de Nietzsche, suas neuroses e seus períodos depressivos. O
modo como Nietzsche observava, interpretava e analisava suas doenças, seus
estudos de medicina, seriam típicos de um hipocondríaco (cf. Schiffter, NS 42,
p. 284 - 286). A constituição psíquica de Nietzsche e seu modo de reagir à
doença, às resistências externas e internas teriam uma forte influência em suas
doenças físicas, ou seja, haveria uma interação psicossomática.
Schiffter defende o diagnóstico da paralisia progressiva, ligada à
neurossífilis. Apesar de os sintomas decorrentes da sífilis se manifestarem num
período de 5 a 10 anos, eles pode ocorrer raramente até 20 anos após a
infecção. Como não havia tratamento, a paralisia progressiva se desenvolve,
via de regra, progressivamente num período de 2 a 5 anos; mas o
desenvolvimento de uma psicose maníaca, um dos sintomas finais, poderia
levar até 15 anos (2013, p. 287). Nietzsche seria assim uma ‘exceção das
4. exceções’. Mas isso é também uma suposição, pois não é fornecido um
diagnóstico concreto.
Em relação ao caráter especulativo dos diagnósticos propostos (Sífilis,
MELAS), é relevante apontar para a conclusão de Klopstock: “Desde a
perspectiva da ciência da natureza, outras especulações sobre a “verdadeira”
causa das doenças de Nietzsche serão supérfluas, até que elas não possam
ser provadas ou refutadas, p. ex., por meio de pesquisas genéticas” (Klopstock,
NS 42, p. 296). Como essas comprovações não estão disponíveis, e talvez
nunca estejam, não é filosoficamente proveitoso dedicar muito tempo a essas
especulações. Considero mais proveitoso tratar da relação entre a doença e a
filosofia de Nietzsche, a partir de uma sugestão de R. Schiffter.
3. A doença de Nietzsche influenciou decisivamente em sua filosofia?
Nietzsche foi um pensador que sofreu terrivelmente, que procurou na
literatura médica, em farmácias e onde ele podia, em si e fora de si, meios para
tratar de suas doenças. A suposição da sífilis (apesar dos sintomas horríveis da
fase avançada dessa doença) ajuda a aliviar o incômodo da constatação
escarnecedora de que o filósofo dionisíaco teria morrido ‘quase virgem’. O
diagnóstico da síndrome de MELAS, no entanto, é ainda mais incômodo: para
um filósofo que tanto valorizou a constituição fisiológica, as realidades
fisiológicas e a hereditariedade, desenvolver uma doença neurodegenerativa,
herdada da mãe, é horrível, para quem possuía vários ascendentes
‘maluquinhos’ na linha materna. Essas hipóteses não são de muita valia para
compreender o destino trágico do filósofo Nietzsche.
R. Schiffter faz uma observação instigante, no sentido de relacionarmos
o tipo psicológico de Nietzsche com sua filosofia: até a virada do ano de 1887
para 1888, não há nenhum sintoma neurológico confiável para a doença que
ele teria a partir do início de 1889. A personalidade de Nietzsche, até o início
de 1888 seria marcada pela alternância entre períodos de intensa criação e
fases depressivas; o entusiasmo, o pathos, o sentir-se eleito para uma tarefa
muito elevada, a inspiração e os pensamentos sublimes seriam alternados por
“auto-observações hipocondríacas” e por muitas dores físicas (cf. Schiffter, p.
5. 288). Recordemos: o ano de 1888 é de intenso labor e entusiasmo, que
resultou na elaboração de vários livros (desde O caso Wagner até Ecce homo),
e de muitos escritos não publicados: “Agora ele chega a uma embriagadora e
imperceptível disposição eufórica básica; ele se sente sadio e forte, não tem
mais dores, uma intensificação pulsional persistente o conduz a uma força de
criação irreprimível” (p. 288). Esse entusiasmo criativo de Nietzsche, a meu
ver, não brota de um corpo que teria conquistado (mesmo que provisoriamente)
a “grande saúde”, mas é expressão de um quadro patológico complexo.
Nietzsche, ‘powermaniac’1
, pressente já a iminência de seu esgotamento
fisiológico e psíquico. De modo heroico, ele procura dar uma unidade e um
sentido à sua obra – e à sua vida também. Entretanto, as suas obras de agosto
a dezembro de 1888 são frágeis trincheiras se comparadas ao grande projeto,
à tarefa filosófica que ele havia proposto desde 1885, A transvaloração dos
valores, a Vontade de Poder, a Filosofia do eterno retorno, ou como quer que a
chamemos. Giorgio Colli (que era um tanto pessimista-schopenhaueriano ao
comentar os últimos escritos de Nietzsche) chamou a atenção para o
esgotamento dos recursos teóricos e para um final um tanto sombrio, nos
escritos nietzschianos do último quadrimestre de 1888. O abandono do projeto
da Vontade de poder, seguindo nesse sentido, seria muito mais a admissão de
uma impotência, do que a derradeira guinada para a afirmação dionisíaca da
existência. Nietzsche tenta transfigurar suas doenças, seus sofrimentos físico-
psíquicos e todos os seus ensaios filosóficos, através de recursos retóricos e
artísticos. No Ecce homo podemos encontrar belos exemplos de como
Nietzsche tenta estilizar e dar um sentido à sua existência – como o maior
filósofo que já pisou neste planeta. O mestre em transtrocar perspectivas,
desde a doença e desde a perspectiva da saúde, seria “sadio no fundamento”.
Isso porque ele teria encontrado os remédios certos para a sua cura, para o
seu restabelecimento. Mas é preciso trazer à tona outras perspectivas, e
comparar essas obras (publicadas ou destinadas à publicação) com as cartas e
os escritos não publicados desse período. Nos últimos, vemos não o filósofo-
artista, vencedor de Deus e do nada, mas o pensador solitário, que se depara
com a mais horrível doença da vontade humana: o niilismo.
1
Tive essa impressão ao ouvir a música de Rammstein, no final de Nymphomaniac, de Lars von Trier, na
Berlinale.
6. É bem verdade que Nietzsche superestimou as causas e os efeitos do
niilismo em seu tempo. Mas o modo como ele pensou e vivenciou o niilismo
“dentro, fora, ao lado e abaixo de si” foi quiçá mais forte do que toda a
efervescência e entusiasmo de seu pensamento afirmativo. Ninguém em seu
tempo foi mais ‘genial’ do que Nietzsche, no final do novecento, em
diagnosticar o niilismo enquanto vontade de nada, a partir de si mesmo e dos
valores do mundo moderno. Não temos nenhum “diagnóstico concreto” para
afirmar que há causas fisiológicas doentias atuantes nos escritos do último ano
de produção filosófica. (Apesar disso, tendo a concordar com Paul Rée, que
era inclusive médico, no sentido de que há algo patológico – uma vaidade
“patológica, irritantemente doentia” nos escritos e na vida de Nietzsche dessa
época). Que diferença em relação à serenidade com que Nietzsche propôs a
arte filosófica de viver em A gaia ciência! Mas a tensão crescente entre a
urgência de estabelecer um novo sentido para a existência - e a expansão da
crise niilista dos valores não proporcionou a Nietzsche a “grande saúde”, nem o
ápice de sua filosofia em 1888. Parece-me que Nietzsche escolheu os meios
certos (solidão, isolamento, autoglorificação, trabalho árduo numa grandiosa
tarefa) para novos ensaios filosóficos, - mas também para levar seu corpo
frágil, com sua frágil saúde, até o colapso. Por mais trágico que isso seja, por
mais que Nietzsche não desejasse uma vida longa, mas sem grandes emoções
ou criações, é oportuno colocar a questão: todo esse entusiasmo e euforia de
criação dos últimos meses de 1888 trouxe algo de filosoficamente superior e
decisivo em relação ao que o filósofo produziu anteriormente? É preciso,
assim, pensar – no interior da filosofia de Nietzsche - no que brotou a partir da
doença de Nietzsche, e o que a doença colocou irremediavelmente a perder.
Berlim, 26 de fevereiro de 2014.